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Definições Anticonvulsivantes: grupo de fármacos que atuam reduzindo os sintomas convulsivantes. Convulsão: alteração transitória do comportamento decorrente de disparo rítmico, sincrônico e desordenado de populações de neurônios cerebrais. Epilepsia: distúrbio da função cerebral caracterizado pela ocorrência periódica e imprevisível de convulsões. Epilepsia A descarga neuronal na epilepsia resulta do disparo de uma pequena população de neurônios em alguma área específica do cérebro denominada foco primário. Crises Epiléticas Crises Parciais (60%): sintomas depende da região afetada. o Simples: sem a perda de consciência. Preservação da consciência e manifestações clínicas diversas. o Complexa: ocorre perda de consciência. Alterações da consciência durante 1 a 2 minutos e movimentos sem objetivo. Crises Generalizadas (40%): o Despolarização envolvendo todo o cérebro. o Pode ser originada da crise parcial - Generalização Secundária: evolução para uma convulsão tônico-clônica com perda consciência (1 a 2 minutos). o Acontece a perda de consciência secundária. Crise Secundariamente Generalizada: o Tônica: aumento repentino do tônus muscular. o Clônica: períodos de contração muscular alternado com relaxamento. o Tônico-clônica (grande mal): resposta epiléptica máxima do cérebro. Crise Primariamente Generalizada: o Atônica: diminuição repentina do tônus muscular – Hipertonia geral. o Mioclônica: breve contração muscular. o Ausência (pequeno mal): início súbito de alteração da consciência, olhar parado, interrupção das atividades. Tratamento Farmacológico da Epilepsia Perfil da utilização: uso crônico (minimizar os efeitos adversos). Antiepiléptico mais antigos: fenitoína, fenobarbital, carbamazepina, valproato e etossuximida (inclusive alguns BZPs como diazepam, clonazepam e clobazepam). Mais novos: vigabatrina, gabapentina, pregabalina, lamotrigina, felbamato, tiagabina, topiramato, levetiracetam, oxcabazepina, zonisamida e rufinamida. Mecanismo de ação: inibição da despolarização neuronal anômala. 3 mecanismos são usados: o Potencialização da via GABAérgica: BZP e barbitúricos. o Inibição dos canais de Na+: reduz o estágio de polarização e transmissão do impulso nervoso. o Inibição dos canais de Ca2+: reduz o estágio de polarização e transmissão do impulso nervoso. Anticonvulsivantes e Antipsicóticos Fenobarbital: antagonista de receptores GABAa. o Diminui a duração e intensidade das crises (não é usada em casos de ausência). o Efeitos adversos: sedação, anemia megaloblástica, reações de hipersensibilidade. BZP: agonistas de receptores GABAa. Antipsicóticos São usados principalmente para tratar esquizofrenia, outros estados psicóticos e estados de mania/euforia. Esquizofrenia Doença crônica e intensamente incapacitante. Sintomas positivos: delírios (paranoia), alucinações (vozes agressivas), alteração do pensamento, comportamentos anormais e desorganizados e catatonia (incapacidade de se mover normalmente). Sintomas negativos: retraimento dos contatos sociais, nivelamento das respostas emocionais, anedonia (incapacidade de sentir prazer) e relutância em realizar tarefas diárias. Outros sintomas: déficit de atenção e memória, ansiedade, culpa, depressão e autopunição (levam à tentativas de suicídio). Etiologia: causa obscura, mas envolve fatores genéticos e ambientais. Patogênese: parece ser resultado do mau funcionamento de diferentes circuitos neuronais (via mesolímbica – sintomas positivos; via mesocortical – sintomas negativos). Neurotransmissores envolvidos: o Dopamina: mesocortical (redução da atividade) e mesolímbica (superatividade). o Glutamato: hipofuncionamento do receptor NMDA (redução da atividade dopaminérgica mesocortical e aumenta a atividade dopaminérgica mesolímbica). Tratamento Farmacológico da Esquizofrenia A proposta do tratamento farmacológico é bloquear os receptores de dopamina e/ou serotonina. Existem 2 tipos: Antipsicóticos de 1ª geração, típicos ou convencionais: atuam como antagonista do receptor dopaminérgico D2. Ex.: clorpromazina e haloperidol. o Receptores de Dopamina (5 subtipos): D1, D2, D3, D4 e D5. o Antipsicóticos: bloqueio do receptor D2. o Antagonistas de D2: alivia os sintomas positivos, mas causa efeitos adversos motores, aumenta a produção de prolactina, reduzem o prazer e podem piorar os sintomas negativos. Antipsicóticos de 2ª geração ou atípicos: atuam bloqueando os receptores de dopamina e como antagonistas da serotonina. Ex.: clozapina e risperidona. o Antagonistas da serotonina (5- HT2A): 5-HT2A: controla negativamente a liberação de dopamina. Aumenta a liberação cortical de dopamina e neutraliza o aumento na via mesolímbica. Ex.: olanzapina e risperidona. Pode melhorar os efeitos negativos. o Antagonista do receptor 5-HT1A: reduz a liberação de serotonina, aumentando a liberação cortical de dopamina (quetiapina). Efeitos Adversos Alterações motoras extrapiramidais: bloqueio do receptor D2. Distonias agudas: movimentos involuntários (agitação, espasmos musculares, olhar fixo para cima, torcicolo) acompanhados de sintomas de Mal de Parkinson. Discinesias tardias: movimentos involuntários da face, da língua, do tronco e das extremidades, podendo ser intensamente incapacitante. Efeitos endócrinos: aumento da concentração plasmática de prolactina (edema das mamas, dor e lactação, em homens e mulheres). Outros: retenção urinária, aumento de massa corporal, convulsões, sedação, hipotensão postural, disfunção sexual, arritmias e morte cardíaca súbita, xerostomia, hiperglicemia. Uso e Eficácia Clínica Principal uso: tratamento de emergências comportamentais agudas e da esquizofrenia. Também usado para depressão psicótica, transtorno bipolar e mania. Inconvenientes: nem todos os esquizofrênicos respondem à terapia medicamentosa (uso de clozapina em pacientes resistentes a outros tratamentos). Enquanto quase todos os fármacos controlam bem os sintomas positivos, a maioria não controla os sintomas negativos. Estudos apontam: apenas amilsuprida, clozapina, olanzapina e risperidona apresentam vantagens em relação aos antipsicóticos típicos (1ª geração).
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