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PSICOFARMACOLOGIA Classes de psicofármacos: · Antidepressivos. · Tricíclicos. · Inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRS). · Outros. · Antipsicóticos (neurolépticos). · Ansiolíticos (tranquilizantes e benzodiazepínicos). · Estabilizadores do humor. Fatores que influenciam a prescrição de um psicofármaco: · Real presença do transtorno mental. · Gravidade do transtorno mental. · Fatores não-médicos, como dificuldade de aquisição dos medicamentos, incapacidade de entender a maneira correta de toma-los, etc. · Fatores gerais, como cultura, disponibilidade, acesso, serviços médicos e etc. · Fatores individuais, como influência da mídia, da indústria e de pessoas próximas. Tipos de prescrição: · Prescrição para indivíduos com queixas e sintomas, mas sem doença: · Queixas e sintomas oriundas de estado de estresse. · Ansiedade ou queixas somáticas como manifestações de estresse. · Inicialmente, optar por estratégias não farmacológicas. · Medicar somente se os recursos não farmacológicos para aquele paciente se esgotar. · Quando medicar queixas e sintomas: · Sintomas-alvo bem definidos. · Tempo limitado da queixa. · Possibilidade de monitorar o paciente. · Sempre informar sobre os efeitos colaterais dos medicamentos. · Prescrição para indivíduos com transtorno mental. Antidepressivos: · Classes de antidepressivos: · Tricíclicos: · Amitriptilina. · Imipramina. · Clomipramina. · Nortriptilina. · ISRS: · Fluoxetina. · Fluvoxamina. · Paroxetina. · Sertralina. · Citalopram. · Escitalopra. · Outros: · Venlafaxina. · Desvenlafaxina. · Duloxetina. · Mirtazapina. · Brupropiona. · Principais neurotransmissores envolvidos na regulação do humor: · Noradrenalina: ligada à energia, interesse, motivação, humor, emoção, função cognitiva, ansiedade e irritabilidade. · Serotonina: ligada à impulsividade, sexo, apetite, agressão, humor, emoção, função cognitiva, ansiedade e irritabilidade. · Dopamina: ligada à punção (drive), motivação, humor, emoção, função cognitiva, sexo, apetite e agressão. · Características dos antidepressivos: · Apresentam igual eficácia entre as diferentes classes. · As diferenças entre as classes estão relacionadas aos efeitos colaterais e ao preço ISRS apresentam menos efeitos colaterais, mas são mais caros. · São efetivos para depressão moderada e grave Na depressão leve, apresenta efeito placebo. · Melhor resposta entre 25 e 65 anos. · Escolha do antidepressivo depende dos seguintes fatores: · Características do episódio. · Efeitos colaterais. · Risco de suicídio Não prescrever medicamentos que possam provocar hiperestimulação no paciente, pois se ele apresentar ideação suicida, esse estado será um impulso para ele transformar a ideação em um ato. · Medicamentos usados pelo paciente. · Custos envolvidos no tratamento. · Suporte social do paciente. · Comorbidades. · Resposta prévia ao tratamento instituído. · Eficácia dos antidepressivos: · 30 a 50% dos pacientes depressivos apresentam resposta inadequada ao primeiro antidepressivo utilizado. · Razões para a falta de eficácia: · Dose baixa. · Duração curta do tratamento. · Falta de aderência ao tratamento. · Efeitos colaterais intoleráveis. · Apenas 1/3 dos pacientes apresentam remissão de sintomas com o primeiro tratamento. · Depois de 1 ano de tratamento, com 4 antidepressivos diferentes, somente 2/3 dos pacientes alcançam a remissão dos sintomas. · Fases do tratamento: · Diferença entre recaída e recorrência: · Recaída: ocorre quando o paciente em uso do antidepressivo apresenta nova depressão do humor grave, nas fases aguda e de continuação da doença e tratamento. · Recorrência: ocorre depois que o paciente se recupera totalmente do quadro prévio apresentado. · Diferença entre remissão e recuperação: · Remissão ocorre quando a fase aguda da doença termina com a manutenção do tratamento. · Recuperação ocorre quando o indivíduo não apresenta mais sintomas da doença e encontra-se na fase de manutenção do tratamento. · Indicações para uso de antidepressivos: · Depressão. · Síndrome do pânico. · TOC. · Fobias. · Outros transtornos de ansiedade. · Transtornos alimentares. · Cefaleia. · TPM. · Dores crônicas. · Dores reumáticas. · Enurese. · Se o tratamento não apresentar resposta, avaliar as seguintes condições: · Personalidade do indivíduo Antidepressivo não muda a pessoa. · Diagnóstico errado. · Comorbidade clínica/psiquiátrica desencadeando a depressão. · Falta de adesão ao tratamento. · Depressão grave e/ou psicótica Necessidade de aumentar a dose ou mesmo adicionar outros fármacos ao tratamento. · Dificuldades sociais crônicas que geram estresse persistente, desencadeando o quadro depressivo. · Tempo de uso dos antidepressivos: · Para depressão: · Geralmente, 1 ano de tratamento. · Idosos e indivíduos portadores de depressão recorrente necessitam de um tempo maior de uso. · Segundo episódio depressivo: 2 a 3 anos de tratamento. · Terceiro episódio depressivo: 5 anos ou mais de tratamento. · Após o fim do tratamento, fazer retirada gradual do medicamento para evitar recorrências. · Outros quadros: geralmente, por 1 a 2 anos, mas tempos maiores podem ser necessários. · Antidepressivos tricíclicos: · Amitriptilina, imipramina, clomipramina e nortriptilina. · Mecanismo de ação: · Bloqueio da recaptura de monoaminas em nível pré-sináptico, principalmente de noradrenalina e serotonina; atua em menor proporção no bloqueio da receptação de dopamina Aumenta a concentração de norepinefrina e serotonina na fenda sináptica. · A inibição da receptação de norepinefrina produz os efeitos simpaticomiméticos precoces observados ocasionalmente em algumas intoxicações por ADT e pode contribuir para o desenvolvimento de arritmias cardíacas. Além disso, as mioclonias e a hiperreflexia são atribuídas ao aumento da atividade da serotonina. · A inibição da receptação de serotonina pode levar à síndrome serotoninérgica, devido ao aumento da atividade do tronco encefálico ocasionado pela serotonina. · A atividade pós-sináptica desses fármacos varia de acordo com o sistema neurotransmissor envolvido e, geralmente, é responsável pelos efeitos colaterais. · Os ADT bloqueiam receptores muscarínicos (colinérgicos), histaminérgicos do tipo 1, α2 e β-adrenérgicos, serotonérgicos e, mais raramente, dopaminérgicos Essas ações se correlacionam, principalmente, com efeitos colaterais. · A analgesia mediada pelos ADT pode ser mediada por mudanças na concentração central de monoaminas, particularmente serotonina, além do efeito direito e indireto nos sistemas opioides endógenos. · O mecanismo de ação envolvido na incontinência urinária pode incluir atividade anticolinérgica, resultando no aumento da capacidade vesical; estimulação direta beta-adrenérgica e atividade agonista alfa-adrenérgica, resultando em aumento do tônus esfincteriano. · Efeito sedativo se deve pela forte afinidade de ligação dos ADT aos receptores de histaminérgicos H1 O nível deprimido da consciência e o estado de coma encontrados nas intoxicações por esses fármacos se devem a essa forte afinidade. · Inibição competitiva da acetilcolina nos receptores muscarínicos centrais e periféricos Os sintomas antimuscarínicos centrais variam de agitação, delírio, confusão, amnésia, alucinações, fala arrastada, ataxia, sedação e coma; os sintomas antimuscarínicos periféricos incluem pupilas dilatadas, visão turva, taquicardia, hipertermia, hipertensão arterial, secreções orais e brônquicas diminuídas, pele seca, retenção urinária, constipação intestinal, +aumento do tônus muscular e tremores. · Atualmente, os ADT são usados ocasionalmente para tratar TOC, transtorno de déficit de atenção, transtornos de pânico e fobia e transtornos de ansiedade, principalmente. · São iniciados em doses baixas, com aumento progressivo conforme tolerância à medicação Permite que os pacientes se adaptem aos efeitos adversos. · Amtriptilina, clomipramina e imipramina São mais potentes no bloqueio da receptação da serotonina em comparação com a noradrenalina, causam mais efeitos colaterais anticolinérgicos (constipação,visão turva, etc) e são altamente sedativos devido aos efeitos centrais nos receptores de histamina. · Nortriptilina Mais potente no bloqueio da receptação da noradrenalina. · Maior risco de toxicidade em uso de ADT: · Ingestão associada a medicamentos cardiotóxicos. · Ingestão associada a medicamentos sedativo-hipnóticos. · Pacientes geriátricos. · Pacientes com doença cardíaca subjacente. · Pacientes com doença neurológica subjacente. · Cardiotoxicidade induzida por ADT é o fator mais importante que contribui para a mortalidade do paciente Prolongamento do intervalo PR e na duração do QRS, desvio do eixo direito no plano frontal e bloqueio incompleto do ramo direito com supradesnivelamento do segmento ST nas derivações V1 a V3. · Efeitos colaterais: · Anticolinérgicos Associados ao bloqueio muscarínico, são os mais frequentes e a intensidade diminui com o passar do tempo ou com a redução do fármaco: · Boca seca. · Visão turva Por dificuldade de acomodação visual. · Constipação intestinal. · Retenção urinária. · Cardiovasculares: · Aumento da FC, achatamento da onda T e, mais raramente, prolongamento do intervalo PR e aumento do complexo QRS São dose-dependentes e observados em concentrações plasmáticas acima dos níveis terapêuticos. · Hipotensão postural Monitorar idosos devido ao risco de quedas Nesses casos, a nortriptilina estaria mais indicada. · Neurológicos (orientar pacientes para não operar máquinas perigosas, dirigir veículos caso sonolentos e evitar o consumo de álcool): · Tremores de extremidades. · Sedação. · Latência para lembrar. · Mioclonias. · Parestesias. · Dificuldade para encontrar palavras e gagueira. · Agitação e hiperestimulação paradoxal Não usar em pacientes com ideação suicida, pois essa hiperestimulação pode fazer com que o paciente deprimido tenha ânimo e estímulo para praticar o ato suicida.********** · Estados confusionais, principalmente, em idosos. · Mais raramente: convulsões, movimentos coreoatetóicos e acatisia. · Metabólicos e endócrinos: · Ganho de peso. · Aumento da secreção de prolactina, mas galactorreia e amenorreia secundária são raras. · Hiponatremia devido à síndrome de secreção inadequada de ADH Raro. · Posologia: · Efeito antidepressivo: 75 a 150 mg Nortriptilina se inicia com 50 mg. · Iniciar com doses baixas e aumentar a cada 3 dias. · Para tratar queixas e sintomas (cefaleia, insônia, ansiedade e etc): 10 a 50 mg. · Contraindicações: · Paciente com glaucoma de ângulo fechado. · Paciente com BRE. · Paciente com BAV total. · Paciente com IAM. · Paciente com ideação suicida. · Paciente obeso. · Paciente com retenção urinária. · Paciente com constipação intestinal. · Paciente que utiliza muitos fármacos. · Paciente com demência. · Intoxicação: · Ocorre por superdosagem. · Caracterizada por confusão mental, convulsões, alterações de concentração, sonolência grave, dilatação de pupilas, aumento da FC, febre, alucinações, inquietação, vômitos e outros. · Tratamento: diminuição da absorção (esvaziamento gástrico com lavagem), aumento da eliminação (administração de pasta de carvão ativado seguida de estimulação catártica) e tratamento específico das intercorrências cardiopulmonares. · Inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRS): · Fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram, escitalopram, fluvoxamina. · São tão eficazes quanto os ADT, mas com melhor perfil de tolerabilidade e de segurança. · Mecanismo de ação: inibem de forma potente e seletiva a receptação de serotonina, resultando em potencialização da neurotransmissão serotoninérgica. · Sertralina e paroxetina são os mais potentes. · Efeitos colaterais: · Em função da ação seletiva sobre a receptação de serotonina, essas drogas apresentam perfil mais tolerável de efeitos colaterais. · Gastrointestinais: náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia/constipação. · Psiquiátricos: agitação, acatisia, ansiedade, insônia, ciclagem para mania, nervosismo Mais encontrados com a fluoxetina. · Dermatológicos: urticária, que pode ser acompanhada de febre, artralgia e eosinofilia Mais frequente com a fluoxetina. · Perda ou ganho de peso Sertralina está associada a uma discreta perda de peso no início do tratamento; fluoxetina é a mais potente inibidora do apetite; paroxetina e citalopram estão associados com ganho de peso. · Disfunção sexual: retardo ejaculatório em homens e anorgasmia em mulheres Paroxetina é a mais associada. · Cefaleia. · Insônia. · Síndrome serotonérgica: · Ocorre quando há intoxicação pelo ISRS ou quando se empregam doses terapêuticas de substâncias que também apresentam o mesmo efeito, como ADT, IMAO, ISRS e lítio. · Alterações cognitivas e comportamentais: confusão, hipomania e agitação. · Alterações do SNA: diarreia, febre, diaforese, efeitos na PA, náuseas e vômitos. · Distúrbios neuromusculares: mioclonias, hiperreflexia, incoordenação e tremores. · Posologia: · Dose única diária. · Geralmente, a menor dose é efetiva. · A dose pode ser aumentada após 4 semanas. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000500006 Antidepressivos Benzodiazepínicos: · Classes: · Ansiolíticos: · Diazepam. · Bromazepam. · Lorazempam. · Cloxazolam. · Clonazepam. · Hipnóticos: · Nitrazepam. · Flunitrazepam. · Estazolam. · Midazolam. · Hipnóticos não BZDP: · Zolpidem. · Características: · São drogas ansiolíticas, relaxantes, hipnóticas, sedativas e anticonvulsivantes. · Boa eficácia. · Baixa toxicidade. · Fácil manejo. · Fatores que falam contra o uso desses fármacos: risco de dependência, abuso e abstinência. · Mecanismo de ação: · Atuam potencializando a ação inibitória do neurotransmissor GABA. · Alvo: receptores GABA A A heterogeneidade desse receptor está relacionada ao surgimento da ação ansiolítica e hipnótica dos BZDP, mas também pode ser a explicação para o aparecimento de dependência relacionada ao uso desses fármacos, que gera abuso de consumo. · Os BZDP não ativam diretamente os receptores GABA A, necessitando do GABA para expressar os efeitos Confere segurança ao medicamento, visto que na ausência de GABA, os efeitos sobre o GABA A não existem. · Aumentam a condução intracelular de cloreto a partir da potencialização do GABA. · Sistema límbico: atua como ansiolítico. · Tronco cerebral: atua afetando a respiração. · Córtex: atua provocando amnésia. · Antagonista: Flumazenil. · Meia-vida: · BZDP de meia-vida longa: diazepam, clordiazepóxido, clonazepam, flunitrazepan. · BZDP de meia-vida intermediária: bromazepam, cloxazolam, nitrazepan. · BZDP de meia-vida curta: alprazolam, lorazepam, midazolam. · Efeitos colaterais dos BZDP: · Sedação. · Vertigens. · Incoordenação motora. · Ataxia. · Disartria. · Diplopia. · Tremores. · Lentificação do pensamento. · Perda de concentração. · Perda de memória. · Disfunção sexual Principalmente, pelo clonazepam e alprazolam. · Ganho de peso. · Efeito paradoxal Aumento da ansiedade. · Agranulocitose. · Alterações hepáticas. · Distúrbios menstruais. · Fraqueza. · Cefaleia. · Náuseas. · Diarreias. · Dor torácica. · Artralgia. · Acidentes de trânsito. · Riscos relacionados ao uso dos BZDP: · Idade avançada: pode provocar confusão, amnesia e quedas recorrentes. · Gravidez: · Principal risco é provocar depressão neonatal. · Risco < 1%: · Malformações congênitas Fenda palatina e lábio leporino. · Floppy baby syndrome: caracterizada por hipotermia, hipotonia e depressão respiratória Ocorre com o uso de altas doses. · Pode ser usado em doses isoladas. · Amamentação: pode provocar sonolência, apatia, perda de peso, letargia e dificuldade de sucção no lactente. · DPOC: pode cursar com depressão respiratória e falência respiratória aguda. · Depressão: pode agravar quadros depressivos. · Abuso de substâncias: pode provocar dependência. · Transtornos de personalidade: pode provocar dependência, abuso e comportamento agressivo. · Indicações dos BZDP: · Transtornos de ansiedade. · Insônia: · Acomete 30-35% da população. · Mais comum em mulheres e a incidência aumenta com a idade. · Causas: · Situacional Algum problema momentâneoque perturba o indivíduo. · Primária Sem causa definida. · Associada a fatores emocionais. · Associada a transtornos mentais. · Associada a condições médicas. · Tratamento da insônia: · Higiene do sono Medidas não farmacológicas para auxiliar a pessoa a dormir melhor. · Hipnóticos: · Opções: Zolpidem (não BZDP), Trazodona (Donarem), Nitrazepam, Flunitrazepam, Estazolam e Midazolam. · 1 ou 2 comprimidos por dia. · Se tratamento falho, considerar as opções a seguir: · Diagnóstico errôneo. · Medicação ineficaz Aumentar dose ou alterar medicamento. · Ausência ou ineficácia no tratamento do transtorno primário que esteja levando à insônia. · Depressão e esquizofrenia. · Transtorno bipolar. · Catatonia. · Estados psicóticos agudos. · Relaxantes musculares. · Indução de anestesia. · Convulsões. · Abstinência alcoólica. · Doenças clínicas crônicas que cursam com quadros dolorosos. · Prescrição sugerida por poucas semanas, devido ao risco de provocar dependência. · A exposição crônica aos BZDP provoca modificação na neurotransmissão gabaérgica, o que contribui para o aparecimento de tolerância, dependência e abstinência. · Quando ocorre tentativa de suspensão do uso de BZDP, os sintomas de abstinência podem ser interpretados como um agravamento do quadro clínico. · Retirada dos BZDP: · Se houverem sintomas idênticos aos da doença prévia: recorrência. · Se houverem sintomas mais intensos em relação à doença prévia: efeito rebote. · Se houverem sintomas novos em relação à doença prévia: abstinência. Antipsicóticos: · Antipsicóticos (neurolépticos) são fármacos que se caracterizam por apresentarem ação psicotrópica, com efeitos sedativos e psicomotores. · Além de se constituírem como os fármacos preferencialmente usados no tratamento sintomático das psicoses, principalmente a esquizofrenia, também são usados como calmantes e em outros distúrbios psiquiátricos. · Uso de antipsicóticos é conduta padrão na terapia de psicoses agudas. · Classificação: · Antipsicóticos típicos: · Clorpromazina. · Levopromazina. · Tioridazina. · Haloperidol. · Antipsicóticos atípicos: · Risperidona. · Olanzapina. · Quetiapina. · Clozapina. · Indicações dos antipsicóticos: · Esquizofrenia. · Transtornos psicóticos agudos. · Transtornos delirantes. · Quadros psicóticos em demência, oligofrenia, distúrbios orgânicos e induzido por substâncias. · Transtorno bipolar. · Depressão. · Agitação psicomotora. · Agressividade. · Transtornos de personalidade: esquizoide, paranoide ou borderline. · Psicose infantil. · Ansiedade. · Insônia. · Coreia de Huntington. · Síndrome de Tourette. · Uso ideal em monoterapia. · Sintomas de psicose: · Sintomas positivos: delírios, alucinações, fala e comportamento desorganizados, afeto incongruente. · Sintomas negativos: isolamento social, redução da produção e fluência de pensamento e fala, embotamento afetivo. · A hiperatividade dopaminérgica precipita os sintomas positivos Síntese excessiva de dopamina e a liberação excessiva da mesma leva a um aumento na expressão de receptores dopaminérgicos Não explica completamente os quadros de psicose, pois os antipsicóticos não são eficazes em todos os pacientes esquizofrênicos. · A superatividade das vias neuronais de dopamina e a diminuição dos níveis de acetilcolina em nível do sistema límbico cerebral é importante na patogenia da esquizofrenia. · Vias dopaminérgicas cerebrais mais importantes: · Vias mesolímbica-mesocortical: relacionadas ao comportamento e se projeta dos corpos celulares próximos da substância negra até o sistema límbico e neocórtex. · Aumento da dopamina na via mesolímbica leva aos sintomas positivos Os efeitos terapêuticos dos antipsicóticos estão associados ao bloqueio de receptores dopaminérgicos da via mesolímbica, melhorando os sintomas positivos. · Diminuição da dopamina na via mesocortical leva aos sintomas negativos e cognitivos. · Via nigroestrial: consiste em neurônios que se projetam da substância negra até o núcleo caudal e o putâmen Via relacionada na coordenação de movimentos voluntários O antagonismo da dopamina nesse sistema explica o efeito indesejável desses medicamentos, que é o parkinsonismo induzido. · Sistema tuberoinfundibular: liga os núcleos arqueados e neurônios periventriculares ao hipotálamo e à hipófise posterior A dopamina liberada neste sistema inibe fisiologicamente a secreção de prolactina No tratamento com antipsicóticos, há bloqueio do efeito inibitório da dopamina sobre a produção de prolactina, o que cursa com hiperprolactinemia (mulher pode apresentar galactorreia e amenorreia). · Via medular-periventricular: consiste em neurônios do núcleo motor do vago envolvido no comportamento da alimentação. · Receptor mais importante dessas vias: receptor dopaminérgico D2 Antipsicóticos funcionam como antagonistas do receptor D2, diminuindo a ativação dos mesmos pela doamina endógena. · Na esquizofrenia, os efeitos de controle sobre os sintomas surgem quando 80% dos receptores D2 encontram-se bloqueados pelo antagonista utilizado. · Antipsicóticos típicos (clássicos ou de primeira geração): · Bloqueiam preferencialmente os receptores D2 da dopamina nos sistemas dopaminérgicos mesolímibco e mesocortical (objetivo do tratamento), além de bloquear nos sistemas nigroestrial e tuberoinfundibular (relacionados aos efeitos colaterais). · Indicações: · Alucinações. · Delírios. · Desagregação do pensamento. · Agitação psicomotora. · São eficazes para o tratamento de episódios psicóticos agudos e crônicos. · São predominantemente eficazes para o tratamento dos sintomas positivos e não apresentam ação importante nos negativos. · Medicamentos: · Fenotiazinas: Clorpromazina, Flufenazina, Lecomepromazina. · Butirofenonas: Haloperidolm Droperidol. · Tioxantinas: Clopentixol, Tiotixeno. · Benzamidas: Sulpiride. · Difenilbutilpiperidiínico: Pimozide. · Efeitos colaterais dos antipsicóticos típicos: · Hiperprolactinemia Oriunda do bloqueio dos receptores dopaminérgicos D2 da via tuberoinfundibular Em mulheres pode provocar galactorreia e amenorreia. · Efeitos anticolinérgicos Bloqueiam receptores muscarínicos. · Sedação Oriunda do bloqueio de receptores histaminérgicos. · Ganho de peso. · Sintomas extrapiramidais (SEP) Oriundos do bloqueio dos receptores dopaminérgicos da via nigroestriada. · Distonia aguda. · Parkinsonismo. · Acatisia. · Discinesia tardia. · Síndrome neuroléptica maligna. · Hipotensão Oriunda do bloqueio de receptores alfa-adrenérgicos. · Piora dos sintomas negativos Bloqueio dos receptores D2 na via mesocortical e consequente menor ação da dopamina nessa via resulta em piora dos sintomas negativos. · Antipsicóticos atípicos (recentes ou de segunda geração): · Apresentam afinidade pelos receptores 5HT2a (receptor de serotonina), H1 e D4, com efeito antagonista nos mesmos Atuam em outros sítios da dopamina Produzem menos efeitos parkinsonianos. · Os receptores D4 estão localizados no córtex frontal e no mesencéfalo e parecem não estar envolvidos na regulação do movimento Justificativa para a menor ocorrência dos efeitos extrapiramidais. · São mais bem toleradas e mais eficazes para os sintomas negativos. · São drogas de alto custo. · Primeira opção para o tratamento do primeiro episódio psicótico, quando há intolerância aos antipsicóticos típicos ou predominância dos sintomas negativos. · Sintomas extrapiramidais só aparecem com a administração de doses mais elevadas. · Não elevam a prolactina. · Apresentam eficácia no tratamento dos sintomas negativos, pois não atuam bloqueando os receptores dopaminérgicos na via mesocortical. · Eficazes para melhorar o humor e para reduzir a ideação suicida. · Mecanismos de ação dos antipsicóticos atípicos nas vias dopaminérgicas: · Via nigroestrial: bloqueio de 5HT2a desinibe neurônio dopaminérgico e libera dopamina, não causando SEP. · Via mesocortical: não há bloqueio dos receptores D2, levando ao aumento da dopamina nessa via e melhora dos sintomas negativos e cognitivos. · Via mesolímbica: bloqueio do receptor D2 leva aos efeitos antipsicóticos. · Medicamentos:· Clozapina Uso está mais relacionado à agranulocitose e quando os leucócitos caem abaixo de 3.000/mm3 o medicamento deve ser interrompido. · Olanzapina. · Risperidona Bloqueia os receptores 5HT2a da serotonina e D2 da dopamina Efeitos colaterais incluem insônia, agitação, ansiedade, efeitos extrapiramidais, pseudoparkinsonismo, discinesia e outros. · Sulprida, Remoxiprida e Pimozida Manifestam menos efeitos piramidais. · Sertindol Associado a arritmias. · Quetiapina Associada à taquicardia. · Efeitos colaterais relacionados a outros neurotransmissores: · Sobrepeso ou obesidade. · Dislipidemia. · Hipersalivação. · Disfagia. · Esofagite de refluxo. · Constipação. · Aumento de enzimas hepáticas. · Enurese. · Sedação (mais no início do uso) e sonolência. · Leucopenia benigna. · Agranulocitose Uso da Clozapina. · Hiperprolactinemia: · Mulheres: galactorreia e amenorreia. · Homens: ginecomastia e disfunção sexual. · Polidipsia. · Convulsões São raras e mais associadas ao uso da Clozapina. · Exantema, fotossensibilidade e pigmentação cutânea. · Efeitos cardiovasculares: · Hipotensão por bloqueio alfa-adrenérgico. · Arritimias. · Prolongamento do intervalo QT. · Todos os fármacos podem apresentar efeitos cardiovasculares, sendo dose dependente Mais relacionado à Clorpromazina, Tioridazina e Pimozide. · Tratamento farmacológico com antipsicóticos: · Efeitos agudos: tranquilização e controle da agitação psicomotora e da agressividade. · Ao longo de dias/semanas: redução de sintomas positivos, como alucinações, delírios e confusão mental. · A médio/longo prazo: prevenção de recaídas. · Medicação Depot: · Opções: · Decanoato de haloperidol. · Pipotiazina. · Zuclopentixol. · Flufenazina. · Usados na fase de manutenção. · Evitar nas fases agudas da doença. · Evitar como fármacos de 1ª escolha. · Uso de antipsicóticos na gravidez: · Dose mínima. · Reduzir 1 mês antes do parto e interromper entre 5 a 10 dias antes. · Medicação de escolha: haloperidol. · Evitar Akineton. · Reintroduzir após o parto se a mãe não for amamentar Não pode ser usado na amamentação.
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