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Farmacologia dos Antidepressivos

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FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO – PSICOFÁRMACOS
ANTIDEPRESSIVOS
Humor: Emoção persuasiva e mantida que dá colorido às percepções do mundo // Somatório de emoções e sentimentos que estão presentes na consciência do indivíduo num determinado momento.
Transtornos do humor: Condições clínicas nas quais há uma perturbação do humor, do tipo depressão ou mania.
Bipolar tipo I mania: Mania (euforia) e depressão plena.
Bipolar tipo II hipomania: Mania (euforia) e depressão mais discretas.
Depressão: É observado apenas estados de depressão intercalados de humor normal.
Distimia: Níveis de depressão menores, mas mais prolongados.
Transtorno depressivo:
Depressão maior: Caracteriza-se por humor deprimido ou pela perda de interesse em praticamente todas as atividades por pelo menos duas semanas, acompanhado de quatro ou mais dos seguintes sintomas: insônia ou hipersonia, sentimento de culpa ou desvalorização, fadiga ou falta de energia, redução da capacidade de pensar e concentrar, alteração do peso, pensamento de morte e suicídio.
Teoria monoamínica da depressão:
Emoção = equilíbrio dos neurotransmissores, serotonina*, noradrenalina* e dopamina.
· Imipramina – bloqueio do transportador de serotonina, deixando ela na fenda sináptica por mais tempo.
· Iproniazida – inibe a MAO, inibindo a degradação desses neurotransmissores (antituberculoso).
· Reserpina – produz depleção de serotonina, dopamina e noradrenalina, ação depressiva (anti-hipertensivo).
 
Serotonina: No neuônio serotoninérgico temos transportadores de triptofano que ao entrar no neurônio será transformado em 5-hidroxitriptofano e depois em serotonina (5-HT3), que será armazenada nas vesículas e liberada na fenda sinápitca, podendo se ligar a receptores pós sinápticos ou a receptores pré sinápticos inibitórios (5-HT) ou recaptadas por transportador SERT.
 5HT1A: no Núcleo da Rafe – efeitos antidepressivos.
5HT2: Núcleo da base (irritação); área límbica (ansiedade); medula (função sexual) e Núcleo da Rafe (sono).
5HT3: Centro do vômito.
Transtorno bipolar:
Caracteriza-se por apresentar sintomas maníacos associados ou intercalados com sintomas depressivos.
Presença de mania ou hipomania: humor eufórico, otimismo exagerado, expansividade, aumento da energia acentuado, aceleração do pensamento, grandiosidade, distrabilidade, insônia, aumento acentuado das atividades, aumento do discurso e ações impulsivas.
Conceitos do tratamento antidepressivo:
· Resposta: Melhora de pelo menos 50% dos sintomas.
· Remissão: Restauração do humor depois de pelo menos 4 a nove meses.
· Recuperação: Restauração do humor depois de um ano.
· Recidiva: Quando a alteração do humor volta após pelo menos 4 meses da restauração do estado normal.
· Recorrência: Quando a alteração do humor volta após 1 ano da restauração do estado normal.
Início de ação do tratamento antidepressivo:
Existe um espaço de tempo entre o início do tratamento e a remissão dos sintomas depressivos. Isso acontece porque, com a redução da concentração de neurotransmissores na fenda sináptica, o neurônio promove uma “up regulation”, uma síntese maior de receptores, mas que não são capazes de reduzir os sintomas, pois a quantidade de neurotransmissores ainda é pequena para sensibilizá-los. Os sintomas depressivos apresentarão melhora após 3-4 semanas de tratamento, porque o neurônio volta a produzir uma quantidade normal de receptor e a quantidade de neurotransmissores se regula.
Classes de antidepressivos:
Inibidores da Monoaminaoxidade (IMAO):
Inibição reversível ou irreversível das enzimas MAO-A e MAO-B, sendo os inibidores reversíveis da MAO-A os mais eficazes.
Aumentam consideravelmente a 5-HT, NA e Dopamina cerebral = euforia e excitação.
MAO-A: tem preferência pelo substrato serotonina; é encontrada no sistema nervoso, fígado, TGI e na placenta.
MAO-B: tem preferência pelo substrato feniletilamina; é encontrada no sistema nervosos e nas plaquetas.
 Fenelzina: inibição irreversível, não seletiva e de longa duração de ação.
Isocarboxazida: inibição irreversível, não seletiva e de longa duração de ação.
Moclobemida: seletiva para MAO-A (3ª geração), ação curta.
Reações adversas:
Tremores, excitação, insônia e hiperidrose; agitação e comportamento hipomaníaco (pessoas bipolares não podem fazer uso exclusivo de IMAO); alucinações, confusão e convulsões; neuropatia periférica (hidrazínicos); ganho de peso (aumento do apetite); lesão hepática (IMAO tipo hidrazina); tontura, vertigem, cefaleia, inibição da ejaculação, fadiga, boca seca, visão turva, retenção urinária, constipação.
Interações medicamentosas com IMAO:
· Tiramina: amina pressora presente em queijo, que também é metabolizada pela MAO-A. Se um paciente em tratamento com IMAO come um alimento rico em TIRAMINA pode ter uma CRISE HIPERTENSIVA.
· ISRS (síndrome da serotonina), hipertermia, rigidez muscular e colapso cardiovascular - interação perigosa e até fatal.
· Precursores de aminas biogênicas (levodopa).
· Agentes depressores centrais (anestésicos, sedativos, anti-histamínicos, álcool), diminuindo seus efeitos.
· Agentes anticolinérgicos (tratamento do Parkinson), aumento do simpático.
· Aminas simpatomimética de ação indireta (efedrina, anfetamina, tiramina).
Antidepressivos Tricíclicos (ADT):
Inibem a receptação da 5-HT e NE da fenda sináptica através do bloqueio dos seus transportadores.
Potencializam a transmissão realizada pela 5-HT e NE.
Indicados para depressões graves e resistentes.
Não seletivos: Inibe a receptação de NA e 5-HT.
Seletivos: Inibe a receptação de NA.
Efeitos indesejáveis:
Antagonismo histamínico – ganho de peso e sonolência.
Antagonismo adrenérgico α1 – tontura, hipotensão, sonolência.
Antagonismo colinérgico M1 – constipação, visão turva, boca seca, sonolência (amtriptilina).
Mecanismo de ação:
Inibe o transportador NET da noradrenalina e o SERT da serotonina, aumentando os níveis desses neurotransmissores na fenda sináptica.
Usos não incluídos na bula:
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS):
Uso em depressão, TOC, ansiedade, distúrbios alimentares, fobia social, síndrome do pânico, ejaculação precoce.
Vantagem em relação aos ADT, pois apresenta dose tóxica alta (mais seguro), menos efeitos colaterais, maior seletividade.
Efeitos clínicos só começam a ser relevantes a partir de 2 ou 4 semanas.
Inibem apenas a receptação de serotonina – efeito antidepressivo (5-HT1A no Núcleo da Rafe).
· Fluoxetina: Inibe a receptação de HT; estimula liberação de NA e DA por ação em receptores 5-HT2C.
· Paroxetina: Inibe a receptação de HT e NA; ação anticolinérgica (sedativo).
· Sertralina: Inibe a receptação de HT e DA – energia, motivação, concentração.
· Citalopram, Fluvoxamina.
Reações adversas: Aumento da ansiedade (5-HT2 no hipocambo e área límbica); sonolência diurna (5-HT2 no centro do sono); agitação (5-HT2 nos gânglios da base); disfunção sexual (5-HT2 na medula); perda de apetite, náuseas e vômito (5-HT3 no centro do vômito); efeitos no TGI.
A Fluoxetina apresenta efeitos cardíacos, convulsão, ganho de peso e sedação, mas menores que os ADT.
Inibidores da Recaptação de Monoaminas:
Inibidores da Recaptação de Serotonina-Norepinefrina (IRSN):
Usados em paciente que não respondem aos ISRS, quando existem afecções médicas ou transtornos psiquiátricos mórbidos; dor neuropática.
Em baixas doses inibem a receptação de serotonina e em doses elevadas de serotonina.
Possuem eficácia tolerabilidade melhor em comparação aos ISRS e ADT, porque agem sobre HT E NE e não afetam outros sistemas (pouca afinidade pelos receptores H1, muscarínicos e α-adrenérgicos).
Venlafaxina (menor capacidade de produzir efeitos adversos) e Duloxetina.
Reações adversas – ações adrenérgicas:
· Receptores noradrenérgicos na amígdala e córtex límbico – agitação.
· Centros cardiovasculares do tronco cerebral – alteração da PA.
· β 1 no coração – alteração da frequência cardíaca.
· Diminuição do tônus parassimpático – boca seca, constipação e retenção urinária.
· β1 e β2 no cerebelo e SNS – ativação motora e tremores.
Inibidores atípicos:· Inibidor discreto da receptação de Dopamina e Noradrenalina.
· Antagonismo de 5-HT1D (auto receptores inibitórios) – aumento de serotonina.
· Antagonismo α2 (inibitórios) – aumento de noradrenalina.
· Antagonismo 5-HT3 – diminuição de náuseas e vômitos.
· Antagonismo 5-HT2 – diminuição da ansiedade, agitação, distúrbios do sono e disfunção sexual.
Bupropiona – usada na depressão associada à ansiedade; liberação lenta para tratar dependência à nicotina; menos efeitos sexuais; induz menor mudança para mania.
Mianserina, Trazodona, Mirtazapina (ação mais rápida).
Efeitos adversos:
Antagonismo histamínico H1 – ganho de peso e sonolência.
Escolha do antidepressivo:
Resposta ou tolerância aos ADs em uso anterior; gravidade dos sintomas; gravidez; aleitamento; preço; uso concomitante de outras drogas.
Presença de doenças ou problemas físicos: 
· Cardiopatias – excluem os ADT.
· Disfunção sexual – excluem ISRS e favorecem trazodona, nefazodona, mirtazapina, bupropiona.
· Epilepsia – excluem maprotilina, clomipramina, bupropiona.
· Obesos – excluem ADT e mirtazapina.
Idade:
· Idosos – evitar AD com efeitos anticolinérgicos; atividade interferente com CYP450; sertralina, citalopram e nortriptilina são drogas de escolha.
· Infância – sertralina, fluoxetina são seguras.
Sintomas associados ao quadro depressivo: ansiedade e insônia – amtriptilina e mirtazapina.
Morbidades psiquiátrica:
· Transtorno do Pânico – clomipramina, imipramina, paroxetina, sertralina.
· TOC – ISRS.
· TAG – venlafaxina, paroxetina, sertralina, imipramina.
Estabilizadores do humor:
Sais de lítio – íon orgânico administrado por via oral na forma de carbonato de lítio (mais usado) ou cloreto de lítio (irritação gástrica).
Provável mecanismo de ação:
· Interferência na formação de IP3 e na formação de cAMP.
Controla a fase de mania, bem como a depressão; profilaxia do transtorno bipolar; meia vida longa; janela terapêutica pequena.
Efeitos colaterais: acne, aumento de apetite e ganho de peso, edema, gosto metálico, tremores, polidipsia e poliúria, alteração do ECG, diabetes insipidus, fraqueza muscular, glomerulopatia, hipotireoidismo.
Contraindicação: insuficiência renal grave, bradicardia sinusal, arritmias ventriculares graves, ICC, gravidez (categoria D – má formação fetal) e amamentação.
Precauções: 
· Exames antes de iniciar o tratamento (dosagem de creatinina, uréia, eletrólitos, T4 livre, TSH, hemograma, teste de gravidez, ECG.
· Retirada gradual (25% da dose em uso por mês). 
· Uso de AINES ou diuréticos podem aumentar os níveis de Li.
· Utilizar métodos contraceptivos e aumentar cuidados com a higiene bucal.
· Dosagem sanguínea do Li para ajuste da dosagem, deve ser feita 12h após a última tomada do medicamento. 
ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 
Ansiolíticos: Fármacos usados no tratamento da ansiedade, reduzir sintomas ou intensidade das crises.
Hipnóticos: Fármacos que causam sonolência e facilitam o início e manutenção do sono.
· Pequenas doses: sedação.
· Doses maiores: hipnose.
· Doses ainda maiores: anestesia cirúrgica.
Estágios do sono: estágio I (sonolência); estágio II (sono leve); estágio III e IV (sono profundo) e estágio REM (sonhos).
- Estágio 2: Os hipnóticos geralmente aumentam essa fase.
Insônia é a redução da quantidade ou qualidade do sono.
· Transitória: causada por eventos ou experiências estressantes: entrevista de emprego, exame.
· Leve: causada por eventos ou experiências estressantes de gravidade/duração maior.
· Crônica: alteração por condições medicas, psiquiátricas, ritmo circadiano.
Barbitúricos:
Os barbitúricos aumentam o tempo de abertura dos canais de Cl-, não dependem do GABA para abrir o canal.
· Ação ultracurta (20 min): Tiopental – indução anestésica.
· Ação curta (3-8 h): Amobarbital, Pentobarbital e secobarbital.
· Ação longa (1-2 dias): Fenobarbital.
Uso terapêutico:
Ansiolítico (abandonado), anticonvulsivante, hipnótico, anestésico, sedativo.
Efeitos adversos:
Potencial de abuso, vertigem, sonolência, náuseas, tremores, indução enzimática.
Farmacocinética:
Administração oral (IV anestesia), ácidos fracos absorvidos no estômago, lipossolubilidade com redistribuição, metabolismo hepático, renal e pulmonar.
Benzodiazepínicos:
Os BZDs possuem afinidade pelo sítio bendiazepínico localizado no receptor GABAA. O sítio BZD está presente apenas nos receptores GABAA que apresentam a subunidade α1, α2 ou α3. Aumenta a afinidade do GABA ao seu receptor, aumentando o tempo da interação entre eles, o número de aberturas do canal de Cl- e hiperpolarização.
· Ansiolíticos: Diazepam, lorazepam, clorazepato, alprazolam (distúrbios do pânico), bromazepam.
· Anticonvulsivante: Clonazepam, diazepam.
· Hipnóticos: Nitrazepam, flurazepam.
· Sedação: Midazolam.
A dose aumenta se for usada para anticonvulsivante e assim sucessivamente.
Os BZDs são relativamente seguros, pois a dose letal é 1000 vezes maior que a terapêutica. Os barbitúricos são menos seguros.
Classificação com relação a duração de ação:
· Ação curta (3-8 h): Oxazepam, triazolam.
· Ação intermediária (10-20 h): Alprazolam, estazolam, lorazepam, temazepam.
· Ação longa (1-3 dias): Diazepam, flurazepam, clorazepato, quazepam, clordiazepóxido.
Classificação com relação a potência:
· Baixa: Temazepam, clordiazepóxido.
· Média: Nitrazepam.
· Alta: Alprazolam, clonazepam (tratamento crônico de crises de insônia/ansiedade), lorazepam, triazolam.
Efeitos adversos:
Podem perturbar a destreza manual e intelectual, cansaço, sonolência.
Mais raros: Ganho de peso, erupção cutânea, prejuízo da função sexual, irregularidades menstruais.
Buspirona, melhor utilizado em idosos pois causa menos sonolência e não compromete a concentração.
Farmacocinética:
Metabolismo pelas CYP2A4 e CYP2C19.
Biotransformação hepática, podendo gerar metabólitos ativos (exceto lorazepam, oxazepam e temazepam).
· Fase II (conjugação): Lorazepam, temazepam, estazolam, oxazepam – São melhores para pacientes com cirrose hepática, idosos e fumantes.
· Fase I e II: Diazepam, flurazepam, clordiazepóxido - Formação de metabólitos ativos.
Retirada abrupta dos BZDs:
Confusão mental, visão borrada, diarreia, perda de apetite, perda de peso, ansiedade rebote, insônia rebote, convulsão.
Conclusões:
Os BZDs possuem índice terapêutico maior, menor potencial de causar dependência física e psíquica, não produzem indução enzimática.
 
 
ANTIPSICÓTICOS 
Psicose: estado no qual o indivíduo perde o contato com a realidade.
Esquizofrenia: Perda de contato com a realidade, deterioração do nível de funcionamento na vida diária, desintegração que se manifesta como transtorno de sentimentos, pensamentos e conduta.
Sintomas positivos: agitação, insônia; alucinações; delírios; transtorno de pensamentos; desorganização do discurso; desorganização do comportamento.
Sintomas negativos: afastamento do contato social; falta de iniciativa; pobreza de linguagem; embotamento afetivo.
Teoria da esquizofrenia:
Abordagem dopaminérgica:
Aumento da atividade dopaminérgica agrava a esquizofrenia (anfetaminas, levodopa); densidade de receptores dopaminérgico está aumentada em cérebros esquizofrênicos não tratados – antipsicóticos bloqueiam receptores D2.
Receptores D1: D1 e D5, receptores estimulatórios – via mesocortical (sintomas negativos).
Receptores D2: D2, D3 e D4, receptores inibitórios – via mesolímbica (sintomas positivos).
Os excesso de Dopamina se liga aos D2 que inibem a liberação de GABA = EXCITAÇÃO.
Esquizofrenia = hipofunção da via mesocortical e hiperfunção da via mesolímbica.
Teoria serotoninérgica:
Efeitos alucinógenos do LSD (agonista parcial de receptores 5-HT2A).
Antipsicóticos atípicos bloqueiam 5-HT2A > D2.
Teoria glutamatérgica:
Fenciclidina – antagonista NMDA induz psicose semelhante à esquizofrenia, aumenta DA no córtex pré-frontal e estruturas subcorticais.
Antipsicóticos: 
Também chamados de neurolépticos, antiesquizofrênicos ou tranquilizantes maiores.
- 1ª Geração ou Típicos: São antagonistas D2, M1, H1 e α1.
· Fenotiazínicos alifáticos: Clorpromazina, levomepromazina.
· Fenotiazínicos butirofenonas:Haloperidol.
 Bloqueio da via mesolímbica: aumenta GABA.
Bloqueio da via mesocortical: aumenta os sintomas negativos.
Bloqueio da via nigroestriatal: aumento da liberação de ACh controlada pela DA.
Bloqueio da via tuberoinfundibular: aumenta prolactina. 
Benéficos no tratamento dos sintomas positivos, por bloqueios dos receptores D2 na via mesolímbica.
Efeitos colaterais: Síndromes de pernas inquietas; espasmos nos músculos da língua, face e pescoço; rigidez muscular, tremores; mastigação constante.
Retida abrupta do neuroléptico:
Com o boqueio neuroléptico crônico ocorre “up regulation” dos receptores dopaminérgicos. A retirada abrupta permite intensa ligação desses receptores à dopamina, reduzindo ao máximo a ACh no estriado = Discinesia tardia.
Reações adversas:
· Anticolinérgico – muscarínico: levomeprazina, clorpromazina e tioridazina – perda da acomodação visual, boca seca, constipação e dificuldade de urinar.
· Bloqueio α1 adrenérgico: levomeprazina, clorpromazina e tioridazina – hipotensão ortostática, disfunção erétil e retardo na ejaculação.
· Bloqueia H1 histaminérgico: clorpromazina - sedação e ganho de peso.
- 2ª Geração ou Atípicos: Bloqueio de receptores 5-HT2A, 5-HT2C, 5-HT3 ; D1, D2 e D4; M1, H1 e α1.
· Dibenzodiazepínicos: Clozapina, quetiapina.
· Benzisoxazólicos: Risperidona.
· Tienobenzodiazepínicos: Olanzapina.
3ª Geração: Aripiprazol – agonista parcial de D2, estabilizadores do sistema dopaminérgico.
São mais eficazes no alivio dos sintomas negativos (agonistas serotoninérgicos); eficazes no alivio dos sintomas positivos; pequena propensão em produzir efeitos extrapiramidais; eficazes em pacientes resistentes aos de 1ª geração.
Taxas de recaída: Pacientes recebendo Risperidona apresentam menos recaídas do que os tratados com Haloperidol, um típico de alta potência.
Comparação entre típicos e atípicos:
 
ANTICONVULSIVANTES 
Convulsão: Evento agudo devido a descargas anormais, excessivas e hipersincrônicas de um agregado de neurônios do SNC – aumento da excitação e redução da inibição.
Epilepsia: Convulsões recorrentes devidas a uma causa crônica.
O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório liberado em uma crise epiléptica – causa excitotoxicidade e lesão neuronal.
Classificação das convulsões:
I. Crises parciais.
Parciais simples: Sem alteração da consciência – sintomas motores, sensoriais, autônomos e psíquicos.
Parciais complexas: Convulsão focal, comprometimento transitório da consciência.
II. Crises generalizadas: Origem em ambos os hemisférios.
Ausência (pequeno mal): Infância e adolescência, lapsos súbitos e breves de consciência – hiperpolarização de neurônios GABAérgicos. 
Tônico-clônicas* (grande mal): Contração muscular generalizada, movimentos repetidos de extensão e flexão – abertura dos canais de Na+ e Ca2+ na fase tônica (contrações) e abertura dos canais de Na+ e Cl- na fase clônica (contração/relaxamento).
Mioclônicas: Contração muscular súbita e breve, associada a distúrbios metabólicos, doenças neurodegenerativas.
III. Crises não classificadas.
Convulsões neonatais; Espasmos do lactente.
Anticonvulsivantes
Anticonvulsivantes Clássicos: Barbitúricos, Hidantoínas, Oxazolidinodionas, Succinimidas.
Outros: Benzodiazepínicos, Dibenzazepinas, Ácido valproico e derivados, Derivados do GABA e Triazínicos.
Mecanismos de ação:
· Potencialização da neurotransmissão GABAérgica – Barbitúricos, BDZs.
· Bloqueio dos canais de Na+ e Ca2+ - Carbamazepina, Topiramato, Valproato.
· Bloqueio dos canais de Ca2 – Valproato, Etossuximida.
· Antagonismo de neurotransmissores excitatórios (glutamato).
Barbitúricos: Fenobarbital (Gardenal), Metilfenobarbital, Matarbital, Primidona.
Empregados no controle da maioria das formas de epilepsia, principalmente nas crises tônico-clônicas generalizadas e nas crises focais; apresentam propriedade de induzir enzimas microssomais hepáticas.
· Ligam-se ao receptor de GABA e prolonga a abertura dos canais de Cl-.
· Bloqueia as respostas excitatórias induzidas pelo glutamato (AMPA e cainato).
Succinimidas: Etossuximida.
Mais efetivos e menos tóxico para crises de ausência (1ª escolha).
· Bloqueio de canais de Ca2+ de baixo limiar (tipo T) – neurônios talâmicos.
Oxazolidinodionas: Trimetadiona.
Usada nas crises de ausência; indicado para pacientes que não respondem ou não toleram a succinimida ou ácido valproico.
· O metabólito ativo Dimetadiona age sobre os canais de Ca2+ de baixo limiar (tipo T).
Derivados do GABA: 
Vigabatrina.
· Inibe a GABA-T responsável pela degradação do GABA.
· Parece aumentar a liberação de GABA nos locais sinápticos, aumentando assim os efeitos inibitórios.
Tiagabina.
· Inibe a captação de GABA nos neurônios e na glia.
· Inibe a isoforma 1 do transportador GAT-1.
· Aumenta os níveis extracelulares de GABA no prosencéfalo e hipocambo.
Hidantoínas: Fenitoína.
Anticonvulsivante, antiarrítmico, miorrelaxante; usado nas crises tônico-clônicas generalizadas, parciais complexas e parciais simples; indutor enzimático; pode ser administrado com ácido valpróico, carbamazepina, fenobarbital ou primidona; tem como efeito colateral a hiperplasia gengival.
· Inibe canais de Na+ e deprime a transmissão sináptica no sistema de ativação reticular, tálamo e estruturas límbicas.
Dibenzazepina: Carbamazepina (Tegretol).
Anticonvulsivante, antipsicótico, antimaníaco, antidiurético; isolado ou em associação; indicado para crises parciais complexas e tônico-clônicas generalizadas (1ª escolha); potente indutor enzimático.
· Inibe canais de Na+ e deprime a transmissão sináptica no sistema de ativação reticular, tálamo e estruturas límbicas.
Triazínicos: Lamotrigina (Lamictal).
Tratamento de crises parciais e crises tônico-clônicas generalizadas não controladas com outros fármacos.
· Bloqueio dos disparos repetitivos dos canais de Na+ e Ca2+ sensíveis a voltagem, reduz a transmissão excitatória glutamaérgica.
Ácido valproico (Depakene).
Mais eficaz nas crises generalizadas; indicado para crises de ausência e tônico-clônicas generalizadas; epilepsia mioclônica juvenil.
· Bloqueio dos disparos repetitivos dos canais de Na+.
· Bloqueio dos receptores NMDA.
· Facilita a síntese de GABA estimulando a GAD.
· Em alta concentração, inibe a GABA-T no cérebro.
Gabapentina - análogo do GABA.
Uso em pacientes com epilepsia parcial e crises tônico-clônicas.
· Eleva os níveis de GABA, alterando sua síntese ou revertendo o transportador de GABA.
· Altera o metabolismo de GABA, sua liberação não-sináptica ou sua receptação por transportadores de GABA.
· Bloqueio dos canais de Ca2+ sensíveis a voltagem.
Topiramato.
Indicado para crises tônico-clônicas generalizadas.
· Bloqueio dos disparos repetitivos dos canais de Na+.
· Potencializa o efeito inibitório do GABA.
· Antagoniza os receptores AMPA e Cainato, bloqueando efeitos do glutamato.
· Inibe canais de Ca2+ tipo L.

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