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APG 02 - Cabeça Cheia

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1 
 
 @jumorbeck 
 
Objetivos 
1- Compreender como ocorre a produção, 
circulação e reabsorção do líquido 
cerebroespinhal; 
2- Estudar a embriogênese e a histologia das 
meninges, do plexo corioide e o canal 
ependimário; 
Líquido Cerebroespinhal (LCS) 
↠ Toda a cavidade craniana inteira, incluindo o cérebro e 
a medula espinal, tem volume de aproximadamente 1.600 
a 1.700 mililitros. Desse volume total, aproximadamente 150 
mililitros são ocupados pelo líquido cefalorraquidiano, e o 
resto pelo cérebro e pela medula (GUYTON & HALL, 13ª 
ed.). 
↠ O liquor ou líquido cerebroespinhal é um fluido aquoso 
e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as 
cavidades ventriculares (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ O líquido cefalorraquidiano, está presente nos 
ventrículos cerebrais, nas cisternas ao redor do encéfalo 
e no espaço subaracnoide, ao redor tanto do encéfalo e 
da medula espinal. Todas essas câmaras são conectadas 
entre si, e a pressão liquórica é mantida em nível 
surpreendentemente constante (GUYTON & HALL, 13ª 
ed.). 
FUNÇÃO DO LCS 
↠ Uma das principais funções do líquido cefalorraquidiano 
é a de proteger o cérebro no interior de sua caixa óssea. 
O cérebro e o líquido cefalorraquidiano têm mais ou 
menos, a mesma gravidade específica (diferença de 
somente 4%), de forma que o cérebro simplesmente 
flutua no líquido (GUYTON & HALL, 13ª ed.). 
Qualquer pressão ou choque que se exerça em um ponto deste 
coxim líquido, em virtude do princípio de Pascal irá se distribuir 
igualmente a todos os pontos. Desse modo, o liquor constitui um 
eficiente mecanismo amortecedor dos choques que frequentemente 
atingem o sistema nervoso central. Por outro lado, em virtude da 
disposição do espaço subaracnóideo, que envolve todo o sistema 
nervoso central, este fica totalmente submerso em líquido e, de 
acordo com o princípio de Arquimedes, torna-se muito mais leve e, 
de 1.500 gramas passa ao peso equivalente a 50 gramas flutuando no 
liquor, o que reduz o risco de traumatismos do encéfalo resultantes 
do contato com os ossos do crânio (MACHADO, 3ª ed.). 
ATENÇÃO: Quando o golpe na cabeça é extremamente grave, ele 
pode danificar o cérebro, não do lado da cabeça em que incidiu o 
golpe, mas é provável que o dano ocorra do lado oposto. Esse 
fenômeno é conhecido como “contragolpe”, e a causa desse efeito é 
o seguinte: quando o golpe é dado em um lado, o líquido desse lado 
é tão incompressível que, conforme o crânio se move, o líquido 
empurra o cérebro ao mesmo tempo com o crânio. Do lado oposto 
ao golpe, o movimento brusco do crânio provoca, por causa da inércia, 
movimento relativo do encéfalo em relação ao crânio, criando durante 
fração de segundo um vácuo na caixa craniana na área oposta ao 
golpe. Depois, quando o crânio não está mais sendo acelerado pelo 
golpe, o vácuo de repente se colapsa, e o encéfalo se choca contra 
a superfície interior do crânio (GUYTON & HALL, 13ª ed.). 
Golpe e contragolpe podem também ser causados pela rápida 
aceleração ou desaceleração isoladas na ausência de impacto físico 
devido a golpe na cabeça. Nesses casos, o cérebro pode ricochetear, 
na parede do crânio, causando contusão de contragolpe. Pensa-se que 
lesões como essa ocorrem na “síndrome do bebê sacudido” ou, por 
vezes, em acidentes de automóveis (GUYTON & HALL, 13ª ed.). 
↠ Além de sua função de proteção mecânica do 
encéfalo, em tomo do qual forma um coxim líquido, o 
liquor tem as seguintes funções: (MACHADO, 3ª ed.). 
➢ Manutenção de um meio químico estável no 
sistema ventricular, por meio de troca de 
componentes químicos com os espaços 
intersticiais, permanecendo estável a 
composição química do liquor, mesmo quando 
ocorrem grandes alterações na composição 
química do plasma; 
➢ Excreção de produtos tóxicos do metabolismo 
das células do tecido nervoso que passam aos 
espaços intersticiais de onde são lançados no 
liquor e deste para o sangue. Pesquisas recentes 
mostraram que o volume dos espaços 
intersticiais aumenta 60% durante o sono 
facilitando a eliminação de metabólitos tóxicos 
acumulados durante a vigília. 
➢ Veículo de comunicação entre diferentes áreas 
do SNC. Por exemplo, hormônios produzidos no 
hipotálamo são liberados no sangue, mas 
também no liquor podendo agir sobre regiões 
distantes do sistema ventricular. 
FUNÇÕES SEGUNDO TORTORA 
Proteção mecânica: o LCS funciona como um meio amortecedor que 
protege os delicados tecidos do encéfalo e da medula espinal de 
cargas que, de outra forma, causariam o impacto destas estruturas 
contra as paredes ósseas da cavidade craniana e do canal vertebral. O 
líquido cerebrospinal também permite que o encéfalo “flutue” na 
cavidade craniana. 
Função homeostática: pH do LCS influencia a ventilação pulmonar e 
o fluxo sanguíneo encefálico, o que é importante para a manutenção 
do controle homeostático para o tecido encefálico. O LCS também 
funciona como um sistema de transporte para hormônios 
polipeptídicos secretados pelos neurônios hipotalâmicos que agem em 
locais remotos do encéfalo. 
 
APG 02 
2 
 
 @jumorbeck 
 
Circulação: LCS é um meio para trocas secundárias de nutrientes e 
excretas entre o sangue e o tecido encefálico 
FORMAÇÃO E COMPOSIÇÃO DO LCS 
↠ A maior parte do LCS é produzida pelos plexos 
corióideos, redes de capilares localizadas nas paredes dos 
ventrículos. Células ependimárias, ligadas entre si por 
junções oclusivas, recobrem os capilares dos plexos 
corióideos. Substâncias selecionadas (principalmente água) 
do plasma sanguíneo, filtradas dos capilares, são 
secretadas pelas células ependimárias para produzir o 
líquido cerebrospinal. Esta capacidade secretória é 
bidirecional e responsável pela produção contínua de LCS 
e pelo transporte de metabólitos do tecido encefálico de 
volta para o sangue (TORTORA, 14ª ed.). 
Devido às junções oclusivas entre as células ependimárias, as 
substâncias que entram no LCS pelos capilares corióideos não passam 
entre estas células; em vez disso, elas devem passar pelas células 
ependimárias. Esta barreira hematoliquórica permite a entrada de 
algumas substâncias no LCS, mas exclui outras, protegendo o encéfalo 
e a medula espinal de substâncias sanguíneas potencialmente nocivas. 
Ao contrário da barreira hematencefálica, formada principalmente por 
junções oclusivas das células endoteliais dos capilares encefálicos, a 
barreira hematoliquórica é composta pelas junções oclusivas das células 
ependimárias (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O líquido cefalorraquidiano é formado na 
intensidade/velocidade de cerca de 500 mililitros por dia, 
o que é três a quatro vezes maior do que o volume total 
de líquido em todo o sistema liquórico (GUYTON & HALL, 
13ª ed.). 
➢ Em torno de dois terços ou mais desse líquido 
surgem como secreção dos plexos coroides 
nos quatro ventrículos cerebrais, principalmente 
nos dois ventrículos laterais (GUYTON & HALL, 
13ª ed.). 
➢ Pequenas quantidades adicionais de líquido são 
secretadas pelas superfícies ependimárias de 
todos os ventrículos e pelas membranas 
aracnoides (GUYTON & HALL, 13ª ed.). 
➢ Pequena quantidade vem do cérebro pelos 
espaços perivasculares que circundam os vasos 
sanguíneos cerebrais (GUYTON & HALL, 13ª ed.). 
↠ O liquor normal do adulto é límpido e incolor, apresenta 
de zero a quatro leucócitos por mm3 e uma pressão de 
5 cm a 20 cm de água. obtida na região lombar com 
paciente em decúbito lateral. Embora o liquor tenha mais 
cloretos que o sangue, a quantidade de proteínas é muito 
menor do que a existente no plasma. O volume total do 
liquor é de 100 mL a 150mL, renovando-se 
completamente a cada oito horas (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ As características do líquido cefalorraquidiano que 
resultam são as seguintes: pressão osmótica quase igual 
à do plasma; concentração de íons sódio, também quase 
igual à do plasma; íons cloreto, cerca de 15% mais alta do 
que no plasma; íons potássio aproximadamente 40% 
maisbaixa; glicose, cerca de 30% mais baixa (GUYTON & 
HALL, 13ª ed.). 
↠ O líquido cerebrospinal (LCS) é uma solução salina 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ O LCS contém pequenas quantidades de glicose, 
proteínas, ácido láctico, ureia, cátions (Na+, K+, Ca2+ e 
Mg2+) e ânions (Cl– e HCO3–); ele também contém alguns 
leucócitos. (TORTORA 14ª ed.). 
SECREÇÃO DO LCS 
↠ O LCS é secretado continuamente pelo plexo coroide, 
uma região especializada nas paredes dos ventrículos. O 
plexo coroide é muito similar ao tecido renal e consiste 
em capilares e um epitélio de transporte derivado do 
epêndima (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ A secreção de líquido para os ventrículos pelo plexo 
coroide depende, em sua grande parte, do transporte 
ativo de íons sódio, através das células epiteliais que 
revestem o exterior do plexo (GUYTON & HALL, 13ª ed.). 
 
↠ Os íons sódio, por sua vez, também puxam consigo 
grande quantidade de íons cloreto, porque a carga 
positiva do íon sódio atrai a carga negativa do íon cloreto. 
Esses dois íons combinados aumentam a quantidade de 
cloreto de sódio, osmoticamente ativo, no líquido 
cefalorraquidiano, o que então causa o transporte 
osmótico, quase imediato, de água através da membrana, 
3 
 
 @jumorbeck 
 
constituindo-se, dessa forma, na secreção liquórica 
(GUYTON & HALL, 13ª ed.). 
↠ Processos de transporte menos importantes trazem 
pequenas quantidades de glicose para o líquido 
cefalorraquidiano, e íons potássio e bicarbonato do líquido 
cefalorraquidiano para os capilares (GUYTON & HALL, 13ª 
ed.). 
CIRCULAÇÃO DO LCS 
↠ A circulação do liquor é extremamente lenta e são 
ainda discutidos os fatores que a determinam. Sem dúvida, 
a produção do liquor em uma extremidade e a sua 
absorção em outra já são suficientes para causar sua 
movimentação. Outro fator é a pulsação das artérias 
intracranianas que, a cada sístole, aumenta a pressão 
liquórica. possivelmente contribuindo para empurrar o 
liquor através das granulações aracnóideas (MACHADO, 
3ª ed.). 
↠ O líquido cerebrospinal flui dos ventrículos para dentro 
do espaço subaracnóideo, entre a pia-máter e a 
aracnoide, envolvendo todo o encéfalo e a medula espinal 
com o líquido (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
 
↠ O sentido principal do fluxo liquórico se dá dos plexos 
coroides para o sistema do líquido cefalorraquidiano. O 
líquido, secretado nos ventrículos laterais, passa primeiro 
para o terceiro ventrículo; então, depois da adição de 
quantidades mínimas de líquido, do terceiro ventrículo ele 
flui para baixo, seguindo o aqueduto de Sylvius para o 
quarto ventrículo, onde uma pequena quantidade de 
líquido é acrescentada. Finalmente, o líquido sai do quarto 
ventrículo por três pequenas aberturas, os dois forames 
laterais de Luschka e o forame medial de Magendie, 
adentrando a cisterna magna, o espaço liquórico que fica 
por trás do bulbo e embaixo do cerebelo (GUYTON & 
HALL, 13ª ed.). 
 
↠ O líquido cerebrospinal alcança as cisternas basais e 
espaço subaracnóideo espinal e cortical. Inicialmente, a 
movimentação do líquor na região subaracnóide ocorre 
de em sentido ascendente, na medida que as granulações 
estão localizadas, predominantemente, no seio sagital 
superior, tendo que atravessar a incisura da tenda e o 
mesencéfalo. Por outro lado, na medula espinal, o líquido 
cerebrospinal apresenta um trajeto descendente em 
direção à região caudal (SOUZA et. al., 2020). 
A cisterna magna é contínua com o espaço subaracnoide que circunda 
todo o encéfalo e a medula espinal. Quase todo o líquido 
cefalorraquidiano então flui da cisterna magna para cima pelo espaço 
subaracnoide que fica ao redor do cérebro. A partir daí, o líquido entra 
e passa por múltiplas vilosidades aracnoides que se projetam para o 
grande seio venoso sagital e outros seios venosos do prosencéfalo. 
Dessa forma, qualquer líquido em excesso é drenado para o sangue 
venoso pelos poros dessas vilosidades (GUYTON & HALL, 13ª ed.). 
 
 
VENTRÍCULOS 
LATERAIS
FORAMES 
INTERVENTRICULA
RES
TERCEIRO 
VENTRÍCULO
AQUEDUTO 
DE SYLVIUS
QUARTO 
VENTRÍCULO
4 
 
 @jumorbeck 
 
ABSORÇÃO OU REABSORÇÃO DO LCS 
↠ O líquido cerebrospinal flui ao redor do tecido neural 
e, por fim, é absorvido de volta para o sangue por 
vilosidades especializadas na membrana aracnoide, dentro 
do crânio (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
↠ As vilosidades aracnoides são projeções microscópicas 
da membrana aracnoide em forma de dedos, que vão 
para o interior do crânio pelas paredes e para dentro dos 
seios venosos. Conglomerados dessas vilosidades formam 
estruturas macroscópicas chamadas granulações 
aracnoides, que podem ser vistas como protrusões nos 
seios (GUYTON & HALL, 13ª ed.). 
↠ O LCS é absorvido pelas vilosidades aracnoides, 
passando para os seios venosos cerebrais (no SNC não 
existem vasos linfáticos) (JUNQEIRA, 13ª ed.). 
↠ Normalmente, o LCS é reabsorvido tão rapidamente 
quanto é produzido pelos plexos corióideos, a uma taxa 
de 20 ml/h (480 ml/dia) (TORTORA, 14ª ed.). 
ESPAÇOS PERIVASCULARES E LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO 
As grandes artérias e veias do cérebro ficam na superfície dos 
hemisférios cerebrais, mas suas terminações penetram neles, 
carregando consigo uma camada de pia-máter, a membrana que 
cobre o cérebro. A pia só adere frouxamente aos vasos, de tal forma 
que um espaço, o espaço perivascular, exista entre ela e cada vaso. 
Portanto, espaços perivasculares seguem tanto as artérias quanto as 
veias do cérebro até onde as arteríolas e vênulas vão (GUYTON & 
HALL, 13ª ed.). 
 
ARTIGO: ANÁLISE DOS VALORES DE REFERÊNCIA DO LÍQUIDO 
CEFALORRAQUIDIANO 
A coleta da amostra de LCR pode ser realizada por três vias clássicas, 
sendo a lombar a mais utilizada na rotina, seguida pela suboccipital e a 
via ventricular (GNUTZMANN, 2016). 
O exame do LCR fornece informações importantes em relação ao 
diagnóstico etiológico e ao acompanhamento de processos 
inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos dos órgãos que são 
envolvidos por esse líquido. Esse exame compreende a análise dos 
aspectos físicos, bioquímicos e citológicos do LC (GNUTZMANN, 2016). 
ANÁLISE BIOQUÍMICA 
GLICOSE A glicose entra no LCR após 
saturação cinética através de 
um mecanismo de transporte 
facilitado. Esse mecanismo não 
é totalmente funcional até 
quatro a oito semanas após o 
nascimento, por isso que, 
juntamente com a barreira 
hematoencefálica imatura 
nesse momento, a 
concentração de glicose no 
LCR é dependente da idade. 
A glicose no soro e no LCR 
equilibram-se após um período 
de aproximadamente quatro 
horas, de modo que a 
concentração de glicose no 
LCR em um dado momento 
reflete os níveis de glicose no 
soro durante essas últimas 
quatro horas. 
PROTEÍNA As proteínas do LCR são 
constituídas em grande parte 
de albumina e em muito 
menor quantidade de 
globulinas. 
O aumento de proteínas é a 
mais comum anormalidade 
encontrada no exame de LCR, 
porém é um achado 
inespecífico 
LACTATO Os níveis de lactato no LCR, 
diferentes dos níveis de 
glicose, não estão vinculados à 
concentração sanguínea, e sim 
à sua produção intratecal 
5 
 
 @jumorbeck 
 
A produção de níveis 
aumentados de lactato no LCR 
ocorre devido a uma 
destruição do tecido dentro do 
SNC, 
causado pela privação de 
oxigênio. 
 
Embriogênese 
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO 
↠ As primeiras indicações do desenvolvimento do 
sistema nervoso aparecem durante a terceira semana, já 
que a placa neural e o sulco neural se desenvolvem no 
aspecto posterior do embrião trilaminar (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ A notocorda e o mesênquima paraxial induzem o 
ectoderma subjacente a se diferenciar na placa neural 
(MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ A neurulação (formação da placa neural e do tubo 
neural) começa durante a quarta semana (22-23 dias) na 
região do quarto ao sexto pares de somitos (Fig. C e D). 
Nesse estágio, os dois terços craniais da placa e do tubo 
neural até o quarto par desomitos representam o futuro 
encéfalo, e o terço caudal da placa e do tubo representa 
a futura medula espinhal (MOORE, 10ª ed.). 
 
 
 
↠ O tubo neural se diferencia no SNC (MOORE, 10ª ed.). 
6 
 
 @jumorbeck 
 
↠ A crista neural dá origem às células que formam a 
maior parte de SNP e SNA (MOORE, 10ª ed.). 
↠ A fusão das pregas neurais e a formação do tubo 
neural começa no quinto somito e prossegue nas 
direções cranial e caudal até que somente pequenas 
áreas do tubo permaneçam abertas em ambas as 
extremidades (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ O lúmen do tubo neural se torna o canal neural, o qual 
se comunica livremente com a cavidade amniótica 
(MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ A abertura cranial (neuróporo rostral) se fecha 
aproximadamente no 25° dia e o neuróporo caudal se 
fecha aproximadamente no 27° dia (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ O fechamento dos neuróporos coincide com o 
estabelecimento da circulação vascular para o tubo neural. 
As células neuroprogenitoras da parede do tubo neural 
se espessam para formar o encéfalo e a medula espinhal. 
O canal neural forma o sistema ventricular do encéfalo e 
o canal central da medula espinhal. (MOORE, 10ª ed.). 
DESENVOLVIMENTO DAS MENINGES ESPINAIS 
↠ As meninges (membranas que recobrem a medula 
espinhal) se desenvolvem das células da crista neural e do 
mesênquima entre o 20° e o 35° dias. As células migram 
para circundar o tubo neural (primórdio do encéfalo e da 
medula espinhal) e formam as meninges primordiais 
(MOORE, 10ª ed.). 
↠ A camada externa dessas membranas se espessa para 
formar a dura-máter (Fig. A e B), e a camada interna, a 
pia-aracnoide, é composta pela pia-máter e aracnoide-
máter (leptomeninges) (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ Os espaços preenchidos por líquido aparecem nas 
leptomeninges que em breve coalescem para formar o 
espaço subaracnoide (MOORE, 10ª ed.). 
↠ A origem da pia-máter da aracnoide-máter de uma 
única camada é indicada no adulto pelas trabéculas 
aracnoides, as quais são delicadas e numerosas fibras de 
tecido conjuntivo que passam entre a pia e a aracnoide. 
O líquido cerebrospinhal (LCE) começa a se formar 
durante a quinta semana (MOORE, 10ª ed.). 
7 
 
 @jumorbeck 
 
 
DESENVOLVIMENTO DOS PLEXOS CORIOIDES 
↠ O assoalho delgado do quarto ventrículo é coberto 
externamente pela pia-máter, que é derivada do 
mesênquima associado ao rombencéfalo (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ Essa membrana vascular, em conjunto com o teto 
ependimário, forma a tela corióidea, uma lâmina da pia 
que cobre a parte inferior do quarto ventrículo. Por causa 
da proliferação ativa da pia, a tela corióidea invagina-se no 
quarto ventrículo, e se diferencia no plexo corióideo, 
invaginações de artérias corióides da pia. Plexos similares 
se desenvolvem no teto do terceiro ventrículo e nas 
paredes mediais dos ventrículos laterais (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ O teto delgado do quarto ventrículo se evagina em 
três localizações. Essas evaginações se rompem para 
formar aberturas, as aberturas mediana e lateral (forame 
de Magendie e forame de Luschka, respectivamente), 
que permitem que o LCE entre no espaço subaracnóideo 
do quarto ventrículo (MOORE, 10ª ed.). 
↠ O revestimento epitelial do plexo corióideo é derivado 
do neuroepitélio (MOORE, 10ª ed.). 
↠ O local principal de absorção do LCE no sistema 
venoso é através das vilosidades aracnoides, que são 
protrusões da aracnoide-máter nos seios venosos durais 
(grandes canais venosos entre as camadas da dura-
máter). As vilosidades aracnoides consistem em uma 
camada celular delgada derivada do epitélio da aracnoide 
e do endotélio do seio (MOORE, 10ª ed.). 
DESENVOLVIMENTO DO CANAL EPENDIMÁRIO 
↠ A medula espinhal primordial se desenvolve da parte 
caudal da placa neural e da eminência caudal. O tubo 
neural caudal ao quarto par de somitos se desenvolve na 
medula espinhal. As paredes laterais do tubo neural se 
espessam, reduzindo gradualmente o tamanho do canal 
neural até somente um minúsculo canal central da medula 
espinhal existir na 9ª à 10ª semanas (MOORE, 10ª ed.). 
 
 
Obs.: O canal neural do tubo neural está convertido no canal central 
da medula espinal. 
8 
 
 @jumorbeck 
 
↠ Inicialmente, a parede do tubo neural é composta por 
um neuroepitélio espesso, colunar e pseudoestratificado 
(MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ Essas células neuroepiteliais constituem a zona 
ventricular (camada ependimária), que dá origem a todos 
os neurônios e células macrogliais (macróglia) da medula 
espinhal. Logo, a zona marginal composta pelas partes 
externas das células neuroepiteliais se torna reconhecível. 
Essa zona se torna gradualmente a substância branca da 
medula espinhal conforme os axônios se desenvolvem 
dos corpos das células nervosas da medula espinhal, dos 
gânglios espinhal e do encéfalo (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ Quando as células neuroepiteliais cessam a produção 
de neuroblastos (neurônios primordiais) e glioblastos 
(células de suporta do SNC), diferenciam-se em células 
ependimárias, que formam o epêndima (epitélio 
ependimário) o qual recobre o canal central da medula 
espinhal (MOORE, 10ª ed.). 
Histologia 
MENINGES 
↠ O SNC está contido e protegido na caixa craniana e 
no canal vertebral, envolvido por membranas de tecido 
conjuntivo chamadas de meninges (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Elas são formadas por três camadas, que, do exterior 
para o interior, são as seguintes: dura-máter, aracnoide e 
pia-máter (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
 
↠ A dura-máter é a meninge mais externa, constituída 
por tecido conjuntivo denso aderido ao periósteo dos 
ossos da caixa craniana. A dura-máter, que envolve a 
medula espinal, é separada do periósteo das vértebras, 
formando-se entre os dois o espaço peridural, o qual 
contém veias de parede muito delgada, tecido conjuntivo 
frouxo e tecido adiposo (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Em todo SNC, a superfície da dura-máter em contato com a aracnoide 
constitui um local de fácil clivagem, onde, muitas vezes, em situações 
patológicas, pode acumular-se sangue externamente à aracnoide, 
constituindo o chamado espaço subdural, que não existe em condições 
normais (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A superfície interna da dura-máter no cérebro e a 
superfície externa da dura-máter do canal vertebral são 
revestidas por um epitélio simples pavimentoso de 
origem mesenquimatosa (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Três projeções da dura-máter separam partes do 
encéfalo: (TORTORA, 14ª ed.). 
➢ a foice do cérebro separa os dois hemisférios 
(lados) do cérebro; 
➢ a foice do cerebelo separa dos dois hemisférios 
cerebelares; 
➢ o tentório (ou tenda) do cerebelo separa o 
telencéfalo (cérebro) do cerebelo. 
9 
 
 @jumorbeck 
 
 
 
↠ A aracnoide apresenta duas partes: uma em contato 
com a dura-máter e sob a forma de membrana, e outra 
constituída por traves que ligam a aracnoide à pia-máter. 
As cavidades entre as traves conjuntivas formam o 
espaço subaracnóideo, que contém líquido 
cefalorraquidiano (LCR), e comunica-se com os 
ventrículos cerebrais, mas não tem comunicação com o 
espaço subdural. O espaço subaracnóideo, cheio de 
líquido, constitui um colchão hidráulico que protege o SNC 
contra traumatismos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A aracnoide é formada por tecido conjuntivo sem 
vasos sanguíneos, e suas superfícies são todas revestidas 
pelo mesmo tipo de epitélio que reveste a dura-máter: 
simples pavimentoso e de origem mesenquimatosa 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Em certos locais, a aracnoide forma expansões que perfuram a dura-
máter e provocam saliências em seios venosos, onde terminam como 
dilatações fechadas: as vilosidades da aracnoide, cuja função é transferir 
LCR para o sangue. Assim, o líquido atravessa a parede da vilosidade 
e a do seio venoso até chegar ao sangue (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A pia-máter é muito vascularizada e aderente ao 
tecido nervoso, embora não fique em contato direto com 
células ou fibras nervosas. Entre a pia-máter eos 
elementos nervosos, situam-se prolongamentos dos 
astrócitos, que, formando uma camada muito delgada, 
unem-se firmemente à face interna da pia-máter 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A superfície externa da pia-máter é revestida por 
células achatadas, originadas do mesênquima embrionário. 
Os vasos sanguíneos penetram o tecido nervoso por 
meio de túneis revestidos por pia-máter, os espaços 
perivasculares. A pia máter deixa de existir antes que os 
vasos mais calibrosos se transformem em capilares. Os 
capilares do SNC são totalmente envolvidos pelos 
prolongamentos dos astrócitos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
PLEXOS COROIDES 
↠ Os plexos coroides são compostos por pregas da pia-
máter ricas em capilares fenestrados e dilatados, situados 
no interior dos ventrículos cerebrais. Formam o teto do 
terceiro e do quarto ventrículos e parte das paredes dos 
ventrículos laterais (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ São constituídos pelo tecido conjuntivo frouxo da pia-
máter, revestido por epitélio simples, cúbico ou colunar 
baixo, cujas células são transportadoras de íons 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ As células epiteliais do plexo coróide possuem 
microvilosidades e pequenos tufos de cílios na sua face 
apical invaginações na face basolateral. A face apical fica 
em contato direto com o CSF, que preenche o interior 
dos ventrículos, enquanto a face basolateral contacta com 
os capilares sanguíneos fenestrados. As células epiteliais 
do CP são unidas por “tigh-junctions” criando uma barreira 
física à passagem de íons e moléculas do sangue para o 
CSF (TAVARES, 2012) 
 
↠ As células epiteliais de CP possuem ainda um 
citoplasma abundante e núcleos esféricos com 
numerosas mitocôndrias, fundamentais para manter o 
metabolismo respiratório a um nível elevado, permitindo 
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a produção de adenosina trifosfato (ATP) suficiente para 
garantir a secreção normal de CSF (TAVARES, 2012) 
↠ Estas células e a lâmina própria são sustentadas por 
uma densa rede vascular, que fornece ao CP uma 
irrigação 4 a 7 vezes superior à dos restantes tecidos 
cerebrais (TAVARES, 2012) 
↠ A principal função dos plexos coroides é secretar o 
LCR, que contém apenas pequena quantidade de sólidos 
e ocupa as cavidades dos ventrículos, o canal central da 
medula, o espaço subaracnóideo e os espaços 
perivasculares. Ele é importante para o metabolismo do 
SNC e o protege contra traumatismos (JUNQUEIRA, 13ª 
ed.). 
 
↠ As células epiteliais do plexo diferem de outras células 
epiteliais por formarem a barreira cerebral na parte 
fenestrada. Estas células apresentam um elevado 
conteúdo mitocondrial, 12-15% do volume celular, o que 
pode ser explicado pelas necessidades energéticas 
requeridas para o transporte transepitelial (TAVARES, 
2015) 
↠ O epitélio do PC é caraterizado pela presença de 
sistemas de transporte muito específicos e uma atividade 
pinealocítica muito baixa, conferindo-lhe uma grande 
capacidade de controlar a passagem de substâncias 
(TAVARES, 2015) 
CANAL EPENDIMÁRIO 
↠ Em cortes transversais da medula espinal, observa-se 
que as substâncias branca e cinzenta localizam-se de 
maneira inversa à do cérebro e cerebelo: externamente 
está a substância branca, e internamente, a substância 
cinzenta, que, em cortes transversais da medula, tem a 
forma de uma borboleta ou da letra H (JUNQUEIRA, 13ª 
ed.). 
 
↠ O traço horizontal desse “H” tem um orifício, o canal 
central da medula. Ele é revestido pelas células 
ependimárias (pertencentes ao grupo de células da 
neuróglia) e é um remanescente do lúmen do tubo neural 
embrionário (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
CÉLULAS EPENDIMÁRIAS 
As células ependimárias são células cúbicas ou colunares que, de 
maneira semelhante a um epitélio, revestem os ventrículos do cérebro 
e o canal central da medula espinal. Em alguns locais, as células 
ependimárias são ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido 
cefalorraquidiano (LCR). 
 
 
 
 
 
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 @jumorbeck 
 
Referências 
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017. 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. 
 
MOORE. Embriologia Clínica, 10ª ed.. Elsevier, RJ, 2016. 
MACHADO A.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional, 
Atheneu, 3ª ed. 
SOUZA et. al. A dissecação como instrumento de estudo 
das estruturas anatômicas responsáveis pela produção e 
circulação do líquido cerebroespinal. Comunicação 
científica e técnica em medicina, 2020 
GNUTZMANN et. al. Análise dos valores de referência do 
líquido cefalorraquidiano, 2016. 
TAVARES, S. D. S. Síntese de melatonina no plexo 
coróide. Universidade da beira interior, dissertação de 
mestrado, Covilhã, 2015. 
TAVARES, G. P. Será que o plexo coróide pode cheirar? 
Universidade da beira interior, dissertação de mestrado, 
Covilhã, 2012.

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