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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-graduação Disciplina Políticas Públicas de Saúde Tema A Política Nacional de Promoção de Saúde Professor Tânia Maria Santos Pires Introdução Olá! Seja bem-vindo a mais uma parte do nosso estudo! A Lei n° 8.080, que regulamenta o SUS, diz expressamente que as ações do SUS devem ser voltadas para a promoção, proteção e recuperação da saúde da população brasileira. Na vivência dos profissionais de saúde e da população em geral, a ação da recuperação da saúde é bem compreendida e solicitada. Quem nunca precisou de um médico, de um enfermeiro, de um dentista, de um fisioterapeuta e demais profissionais? Quando se fala na proteção da saúde, a compreensão já não é tão clara, mas, ainda assim, compreendemos pelo menos o valor das vacinas e de ações como o pré-natal. Mas quantos será que compreendem de fato quais são as ações da promoção de saúde e como realiza-las? Este tema vai abordar exatamente isso! No material on-line, a Professora Tânia vai falar mais sobre tudo o que veremos aqui. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Problematização Santarém, Pará, ano de 2016. Dr. Severino está completando 20 anos como médico em Alter do Chão, ao lado de sua esposa e companheira de trabalho, a enfermeira Jarana. O envolvimento do médico com a população tem sido muito além da relação de médico-paciente, participando em questões relacionadas às necessidades e lutas da comunidade. O casal recebeu a visita de um grupo de moradores. A presença deles em sua casa não era novidade, mas a solenidade que eles expressaram naquele momento, deixou Severino encucado. Estavam presentes Seu João, da venda; Seu Zé, do centro comunitário; Dona Idalina, líder da novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; Osmar, da farmácia (este Severino estranhou, porque sabia que não gostava muito dele); e a Mariana, líder do grupo folclórico do Carimbó. Vieram em comissão para fazer um pedido ao doutor: que ele se candidatasse a vereador nas próximas eleições. Severino e Jarana participavam de todas as atividades comunitárias, não somente trabalhavam, mas também se divertiam, sofriam, comemoravam e lamentavam no seu grupo. Eles eram dali mesmo, pertenciam àquele lugar e aquele povo. Severino disse aos amigos o quanto estava honrado com a visita e o convite deles, mas afirmou que não era esse o seu projeto de vida. Lembrou- lhes que se fosse para a política, não conseguiria mais ser médico e certamente ele não desejava isso. Porém, concordou que a localidade precisava de uma representação política forte no município. A pequena vila deles havia se tornado um polo turístico importante para todo o Brasil e para o mundo. Nos meses da baixa do rio, havia gente de diversos lugares. A população cresceu, e ainda havia a população flutuante de profissionais de artesanato que vinham na época de férias, além dos turistas. Tinha necessidade de melhorar a infraestrutura da cidade para estas mudanças, inclusive na assistência à saúde. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Além disso, as questões ambientais preocupavam a todos os moradores da região. Severino via com preocupação a elevada gravidez na adolescência, a interrupção dos estudos por parte dos jovens, o aumento do uso de drogas e o turismo sexual. Muitas famílias pobres estavam recebendo turistas estrangeiros em suas casas, alugando estadias em pacotes turísticos suspeitos, que diziam se tratar de uma experiência singular, uma vivência com a população da Amazônia, quando, na verdade, a intenção era a exploração sexual. Severino aproveitou a visita e afirmou que reconhecia a necessidade de uma representação política e que ele apoiaria qualquer um deles que se candidatasse. Aproveitou para discutir esses assuntos e pedir a participação direta deles na mobilização da população nessas questões. Quais estratégias Severino e Jarana devem usar para atingir a população e sensibiliza-la para o combate desses problemas? Não precisa responder agora. Vamos voltar a falar sobre isso no final deste tema. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 O que é promoção de saúde? A Professora Tânia vai explicar sobre a promoção de saúde no vídeo disponível lá no material on-line. Não deixe de assistir. O entendimento do que é a promoção de saúde passa pela experiência vivida por outros países e também por ideologias de atenção à saúde. Na década de setenta, época dos extremos ideológicos, o formato de atenção estava entre o capitalismo e o socialismo. No modelo capitalista de saúde, ela era vista como um bem de consumo, expressava-se na assistência médica auxiliada pela alta tecnologia, grandes empresas de equipamentos médicos e hospitalares se desenvolveram e enriqueceram, elevando cada vez mais os custos em saúde. Porém, mesmo em países desenvolvidos, a resposta a essa abordagem, não era o esperado. As pessoas continuavam tão doentes quanto antes, e os custos em saúde permaneciam elevados. Esta realidade foi demonstrada em 1974 com a famosa pesquisa realizada no Canadá, dirigida pelo médico inglês Lalonde, cujos resultados originaram um relatório que se tornou a base para a reforma de saúde do país. O relatório mostrava que por mais que o estado investisse em alta tecnologia de saúde, como cirurgias cardíacas e outras abordagens, a saúde da população não melhorava e ainda gerava insatisfação com a prestação dos serviços. A conclusão após as análises do relatório é que haveria necessidade de uma outra abordagem, que investisse nas causas de morbidade e que o cidadão pudesse ser co-responsabilizado pela sua saúde. Nesse sentido, iniciaram-se as campanhas de autocuidado, como cessação do tabagismo, alimentação saudável, prática de atividades físicas, diminuição do peso, entendendo que esses fatores influenciavam o processo de saúde e doença e que eram da responsabilidade individual e não do Estado. A pesquisa mostrou o quanto as pessoas aceitavam tomar remédios e ir aos médicos para tratamento de suas doenças, porém, eles não estavam de fato comprometidos com a saúde, porque não mudavam o estilo de vida. Portanto, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 enquanto o paciente, cidadão, não tomasse um posicionamento sobre mudanças e autocuidado, os cuidados oferecidos pelo sistema não surtiriam efeitos. Caberia ao Estado a organização de uma política de saúde que cuidasse das doenças crônica, evitando seus agravos, mas ao cidadão caberia a mudança de hábitos de vida que agravem ou causem as doenças. Estas ações ocasionaram um impacto tão importante que foram alvo de estudos internacionais, culminando na primeira conferência internacional de Promoção de Saúde em 1986 em Otawa, no Canadá. Naquela ocasião foi discutido o conceito de promoção de saúde, surgindo os seguintes questionamentos: será que o cidadão sempre pode ser responsabilizado pela sua saúde? Em que condições isso pode ocorrer? Seriam essas medidas de autocuidado ações de promoção de saúde? Como um cidadão da periferia de uma grande cidade, como Rio de Janeiro, Buenos Aires ou Jakarta, com pouca resposta do poder público, pode ser responsabilizado pela sua saúde, se ele não tem esgoto sanitário, água de qualidade, acesso ao serviço de saúde? E o que dizer dos povos africanos, ou dos mais pobres da Índia e dos povos do oriente médio, em meio as constantes guerras? Neste caso, a promoção de saúde seria muito mais do que medidas de autocuidado, que são na realidade medidas de prevenção de doenças e agravos, mas não podem ser consideradas medidas de promoção de saúde. A promoção de saúde passa pelo desenvolvimento da consciência de cidadania, empoderando o cidadão para que este perceba seu papel na construção da sua saúde e do meio em quevive. O conceito resultante desta conferência diz que “promoção de saúde é a capacitação de indivíduos e da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, tendo cada vez mais participação direta neste processo”. (OMS, 1986). Segundo este conceito, a construção dessa cidadania passa por diversos setores, além do setor saúde, tais como: a interface com a educação; com as CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 políticas econômicas geradoras de emprego e renda; as políticas sociais; processo democrático institucional. O livro Promoção de Saúde, conceitos reflexões e tendências, coordenado por Dina Czeresnia, publicação da fiocruz, traz uma discussão muito completa da construção e aplicação desse conceito. Os autores deram entrevista no canal saúde, que você pode assistir acessando o link a seguir pelo material on-line: https://www.youtube.com/watch?v=iFdRj5BIRS8 A promoção de Saúde no Brasil Apesar de ser listada como a primeira ação esperada em saúde, a promoção de saúde apenas obteve seu devido destaque, em 2006, com a publicação do Politica Nacional de Promoção de Saúde. Esta política teve sua última reedição em 2015. Para saber mais, acesse o link através do material on- line: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnps_revisao _portaria_687.pdf. A política nacional de promoção de saúde desvenda a correta dimensão da responsabilidade do Estado e do cidadão. Traz como objetivo principal “promover a equidade e a melhoria das condições e dos modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva e reduzindo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais”. (BRASIL, 2015). Os objetivos específicos dessa política nacional são 13 e expressam o conceito internacional de promoção de saúde: I- Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado na Rede de Atenção à Saúde, articulada às demais redes de proteção social. II- Contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde centradas na equidade, na participação e no controle social, a fim de reduzir as desigualdades sistemáticas, injustas e evitáveis, respeitando as diferenças de classe social, de gênero, de orientação sexual e a identidade de gênero; entre gerações; étnico-raciais; culturais; territoriais; e relacionadas às pessoas com deficiências e necessidades especiais. III- Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade; o desenvolvimento seguro, saudável e sustentável. IV- Promover a cultura da paz em comunidades, territórios e municípios. V- Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e ambientes saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao bem-viver. VI- Valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas integrativas e complementares. VII- Promover o empoderamento e a capacidade para a tomada de decisão, e também a autonomia de sujeitos e de coletividades, por meio do desenvolvimento de habilidades pessoais e de competências em promoção e defesa da saúde e da vida. VIII- Promover processos de educação, de formação profissional e de capacitação específicos em promoção da saúde, de acordo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 com os princípios e os valores expressos nesta Política, para trabalhadores, gestores e cidadãos. IX- Estabelecer estratégias de comunicação social e de mídia direcionadas tanto ao fortalecimento dos princípios e das ações em promoção da saúde quanto à defesa de políticas públicas saudáveis. X- Estimular a pesquisa, a produção e a difusão de conhecimentos e de estratégias inovadoras no âmbito das ações de promoção da saúde. XI- Promover meios para a inclusão e a qualificação do registro de atividades de promoção da saúde e da equidade nos sistemas de informação e de inquéritos, permitindo a análise, o monitoramento, a avaliação e o financiamento das ações. XII- Fomentar discussões sobre os modos de consumo e de produção que estejam em conflito de interesses com os princípios e com os valores da promoção da saúde e que aumentem vulnerabilidades e riscos à saúde. XIII- Contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intra- setoriais com as agendas nacionais e internacionais (BRASIL, 2015) Nesta mesma direção, foram estabelecidas politicas especiais de apoio aos grupos minoritários: Veja algumas dessas políticas públicas de saúde especiais no material on-line. Pessoas Com Deficiência Pessoas Com Doenças Raras Pessoas Homossexuais (Gays, Lésbicas, Travestis) Pessoas Privadas de Liberdade (Presidiários) População de Rua CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 População Negra Povos Indígenas Além da política nacional de atenção básica, que é uma política estruturante do sistema de saúde, relaciono a seguir as principais políticas nacionais de assistência à saúde. Confira acessando pelo material on-line. Saúde da Criança Saúde da Mulher Saúde do Adolescente Saúde do Homem Saúde do Idoso Saúde do Trabalhador Saúde Mental Urgências em emergências Medicamentos Todos as políticas públicas têm o objetivo de atuar na recuperação da saúde das pessoas, através das ações de assistência à saúde; na proteção à saúde, através das ações preventivas de doenças ou agravos; na promoção de saúde das pessoas, através do fomento da consciência crítica, sobre o seu papel na própria saúde e do papel do estado no suporte aos vulneráveis. Mas como fazer isso? É o que você vai ver adiante! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 O Papel do profissional de saúde na Promoção de Saúde Através da leitura da política nacional de promoção de saúde, entende-se o quanto os profissionais são desafiados a uma nova visão de saúde e doença que incluem atuações pouco discutidas nas universidades e centros de formação. A questão da cidadania, do autocuidado e da participação e controle social são questões fora do cotidiano do povo brasileiro, principalmente das camadas mais pobres e vulneráveis da sociedade, porém, justamente essa camada é o alvo prioritário das ações de saúde, segundo o princípio da equidade. Esta parcela social é também o alvo das manipulações dos maus políticos, por serem um reduto de votos. A atuação dos profissionais de saúde, sobretudo aqueles que são integrados à atenção primária, relaciona-se à rede de atenção intersetorial. Um exemplo dessa integração demonstra-se na vinculação de benefícios sociais aos programas de saúde, como a vacinação das crianças e o pré-natal. A rede dos conselhos sociais como o conselho tutelar, conselho de suporte aos idosos, o Ministério Público e a saúde são integrações importantes para a implementação dos direitos de proteção e cidadania, porém, no foco específico das ações de saúde há necessidade de uma nova visão na forma do cidadão melhorar a sua saúde e realizar mudanças que possam manter a sua saúde. A melhor estratégia para isso é a educação em saúde. A educação em saúde torna-se efetiva no momento em que ela provoca uma ressonância interior, sendo coerente aos objetivos de vida da pessoa. Todos sabemos como é difícil alterar hábitos cultivados em diversas gerações. Há hábitos que refletem na cultura da sociedade e exigem legislação mais eficiente. Tome como exemplo o hábito de beber e dirigir. Todos sabem o perigo que isso representa, porém, a cultura da impunidade e as brechas na legislação permitem que a maioria dos transgressores fiquem impunes, ou que tenham CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 penas tão brandas que não são representativas dos males que causam a si e aos outros. Outrotema de impacto na sociedade é a gravidez não planejada de jovens e adolescentes. As pesquisas mostram que mesmo com a informação e anticoncepção acessível, as jovens continuam engravidando, tornando-se mães e pais precocemente, interrompendo os estudos, a carreira, muitas vezes sem condições de sustento financeiro e emocional aos seus filhos. A educação em saúde representa o principal braço de atuação em promoção de saúde dos profissionais. De forma inteligente e constante, há de se trazer assuntos relevantes, abordando sobretudo as crianças e adolescentes, que ainda estão estruturando sua visão de mundo, para que reflitam sobre suas atitudes e empreendam mudanças positivas na sua saúde e influenciem seus pais e comunidade nessa mudança. O outro desafio refere-se à individualidade dos profissionais de saúde e de áreas correlatas, significando integrar de forma direta e participativa nos temas da promoção da saúde, como a questão ambiental, a cultura da paz, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos. O princípio da territorialização utilizado na Atenção Primária permite um recorte que favorece as ações, porque as delimita. Afinal, quando pensamos no Brasil, ele é tão grande que pouco podemos fazer, mas quando pensamos no nosso território ou área de atuação, as necessidades e as ações tornam-se tão próximas, que é impossível não as perceber. Este é o nosso desafio cotidiano. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Revendo a Problematização Agora que você já viu todo o conteúdo teórico, vamos voltar ao problema exposto lá no início e encontrar a melhor solução para ele. E então, lá em Alter do Chão, como a comunidade poderia ser mobilizada para se manifestar contra esses problemas? a. Na verdade O Dr. Severino já começou sua metodologia, porque a primeira etapa é captar os líderes comunitários. Ele deve instrumentaliza- los com argumentos, pedir que se reúnam com outros grupos e assim multiplicar pessoas que se comprometam com a causa. b. O primeiro passo seria fazer um abaixo-assinado de toda a população e encaminhar ao prefeito para que ele tome as providências necessárias sobre os assuntos graves que preocupam a comunidade. c. A melhor estratégia é entrar na campanha política local, eleger o representante e depois ter uma voz no legislativo que conheça os problemas da região e ajude a resolvê-los. Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Síntese Estudamos neste tema a promoção de saúde, o histórico e o conceito. Apesar de estar estabelecido há 30 anos, por ocasião da primeira conferência internacional de promoção de saúde em Otawa, no Canadá, o conceito de promoção de saúde parece não ser tão claro aos profissionais de saúde. É um conceito que não se restringe ao setor saúde, mas envolve vários outros setores da sociedade e está focado no protagonismo do cidadão em agir de forma proativa em favor de sua própria saúde e de sua comunidade, tomando a iniciativa desse processo. Neste foco, a promoção de saúde tem forte base na cidadania, na autonomia e no empoderamento das pessoas. O Brasil elaborou em 2006 a política pública de promoção de saúde, com destaques na agenda de atuação às questões de gênero, desenvolvimento da cultura da paz, proteção ao trabalhador e ao meio ambiente, entre outros. A atuação dos profissionais de saúde na promoção de saúde deve ser constante, mas há um papel de fundamental importância no que se refere a esta atuação que é de ser o facilitador da discussão, aquele que enxerga os problemas. Devemos ser os mobilizadores das ações de promoção. No material on-line, a Professora Tânia vai fazer uma síntese de tudo o que vimos aqui. Não deixe de assistir. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Referências Czeresnia, D. Promoção de Saúde, conceitos reflexões e tendências. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2003, p15-38. BRASIL, 2015. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde: PNPS: revisão da Portaria MS/GM nº 687, de 30 de março de 2006/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015. BRASIL, 2001. Ministério da Saúde. Promoção de saúde: Declaração de Alma- ata, Carta de Ottawa, Declaração de Adelaide, Declaração de Sundsval, Brasília, 2001. MELO, D.A; ROUQUEYROL, M.Z.; ARAÚJO, D.; AMADEI, M.; SOUZA, J. Promoção a saúde e educação: diagnóstico de saneamento através da pesquisa participante articulada à educação popular. Caderno de saúde pública. Rio de Janeiro, v.14, n.3, p.583-95,1998. PEREIRA, J.M; PENTEADO, R.Z.; MARCELO, V.C. Promoção de saúde e educação em saúde: uma parceria saudável. O mundo da saúde. São Paulo, ano 24, n. 1, p.39-44, 2000. SAUPE, R.; WENDHAUSSEN, A. Concepções de educação em saúde e a estratégia de saúde da família. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, jan/mar:12(1) p.17-25 (1), 2003. SÍCOLLI, J.; NASCIMENTO P. R. Promoção de saúde: concepções, princípios e operacionalização. Interface-comunicação, saúde e educação, São Paulo, v.7, n. 12, p.101-22-fev, 2003. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Atividades A construção do conceito de promoção de saúde parte do pressuposto que o cidadão deve ser ativo e responsável na produção da sua saúde. Assinale a alternativa correta: a. O cidadão pode ser responsabilizado pela sua saúde se o Estado fizer a sua parte e os determinantes sociais de saúde e doença sejam favoráveis. b. Desde que tenha consciência da sua responsabilidade, cabe ao cidadão cuidar da água que toma, de seus dejetos e do lixo, evitando o adoecimento. c. Pessoas morando em situação de risco, em invasões ou favelas, criam ambientes de saúde desfavoráveis à saúde e são responsáveis por ela. d. Os programas sociais, apesar de trazerem benefícios aos desfavorecidos, de certa forma proporcionam a manutenção da pobreza e da ineficiência. Relacionando um dos problemas apontados pelo Dr. Severino na problematização, a prostituição, sobretudo envolvendo adolescentes no chamado turismo sexual, é um problema grave que atinge todo o Brasil, principalmente as regiões mais pobres. Assinale a alternativa que melhor se relaciona à promoção de saúde nesse assunto. a. Aumentar o policiamento em áreas de praia e prender todos os turistas suspeitos e os responsáveis pelas garotas. b. Conscientização da população de que isso é crime de um adulto e que não é apenas “escolha” do adolescente. A sociedade tem que se indignar com isso. c. Apoio financeiro a todas as adolescentes pobres, através de programas de transferência de renda. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 d. Aumentar o número de casas de acolhimento para meninas com histórico de prostituição para que sejam recolhidas lá até os 18 anos. A equipe de saúde de Alter do Chão, liderada pelo Dr. Severino, resolveu fazer ações educativas voltadas para o fortalecimento da autoestima das meninas de 12 a 17 anos. Pediram ajuda a uma grande empresa de cosméticos que tem sede no Pará e usa produtos nativos da Amazônia. Associaram a beleza à inteligência e ao empenho nos estudos. As meninas adoraram o dia de beleza que tiveram. Essa ação educativa relaciona-se melhor a qual dos objetivos da Política Nacional de saúde? a. Promover processos de educação, de formação profissional e de capacitação, todos eles específicos em promoção da saúde. b. Valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas integrativas e complementares. c. Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade; o desenvolvimento seguro, saudável e sustentável. d. Promover o empoderamento ea capacidade para a tomada de decisão, e também a autonomia de sujeitos e de coletividades. A empresa de cosméticos apoiadora do projeto de educação em saúde de Alter do Chão trabalha com produtos da Amazônia. Desenvolveu uma linha de cosméticos com sustentabilidade e respeito à ecologia, e projetos de desenvolvimento humano onde atuam no Pará. Os diretores dessa área gostaram muito das ideias do Dr. Severino e propuseram uma parceria à prefeitura para incluir jovens no programa menor aprendiz. Assinale qual objetivo de promoção de saúde está sendo concretizado nesta ação. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 a. Fomentar discussões sobre os modos de consumo e de produção que estejam em conflito de interesses com os princípios e com os valores da promoção da saúde. b. Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e ambientes saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao bem-viver. c. Promover processos de educação, de formação profissional e de capacitação específicos em promoção da saúde para trabalhadores, gestores e cidadãos. d. Estimular a pesquisa, a produção e a difusão de conhecimentos e de estratégias inovadoras no âmbito das ações de promoção da saúde. Uma das características principais da promoção de saúde é a sua intersetorialidade. Assinale a alternativa que melhor demonstra essa característica: a. O estabelecimento do fluxo direto nos hospitais para o atendimento das vítimas de estupro, sem necessidade de dar queixa na polícia, é uma ação intersetorial. b. A rede de atendimento à gestante que vincula a atenção primária ao pré- natal de alto risco é um exemplo de intersetorialidade. c. A transferência de um paciente acompanhado no CAPS para continuação de atendimento na Unidade de Saúde é considerada uma ação intersetorial. d. Vinculação da vacinação e da puericultura ao programa bolsa família é um exemplo de intersetorialidade. Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line.
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