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06A - A Política Nacional de Promoção de Saúde

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Projeto Pós-graduação 
Disciplina Políticas Públicas de Saúde 
Tema A Política Nacional de Promoção de Saúde 
Professor Tânia Maria Santos Pires 
 
Introdução 
Olá! Seja bem-vindo a mais uma parte do nosso estudo! 
A Lei n° 8.080, que regulamenta o SUS, diz expressamente que as ações 
do SUS devem ser voltadas para a promoção, proteção e recuperação da saúde 
da população brasileira. Na vivência dos profissionais de saúde e da população 
em geral, a ação da recuperação da saúde é bem compreendida e solicitada. 
Quem nunca precisou de um médico, de um enfermeiro, de um dentista, de um 
fisioterapeuta e demais profissionais? 
Quando se fala na proteção da saúde, a compreensão já não é tão clara, 
mas, ainda assim, compreendemos pelo menos o valor das vacinas e de ações 
como o pré-natal. Mas quantos será que compreendem de fato quais são as 
ações da promoção de saúde e como realiza-las? 
Este tema vai abordar exatamente isso! No material on-line, a Professora 
Tânia vai falar mais sobre tudo o que veremos aqui. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Problematização 
Santarém, Pará, ano de 2016. Dr. Severino está completando 20 anos 
como médico em Alter do Chão, ao lado de sua esposa e companheira de 
trabalho, a enfermeira Jarana. 
O envolvimento do médico com a população tem sido muito além da 
relação de médico-paciente, participando em questões relacionadas às 
necessidades e lutas da comunidade. 
O casal recebeu a visita de um grupo de moradores. A presença deles em 
sua casa não era novidade, mas a solenidade que eles expressaram naquele 
momento, deixou Severino encucado. 
Estavam presentes Seu João, da venda; Seu Zé, do centro comunitário; 
Dona Idalina, líder da novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; Osmar, 
da farmácia (este Severino estranhou, porque sabia que não gostava muito dele); 
e a Mariana, líder do grupo folclórico do Carimbó. Vieram em comissão para 
fazer um pedido ao doutor: que ele se candidatasse a vereador nas próximas 
eleições. 
Severino e Jarana participavam de todas as atividades comunitárias, não 
somente trabalhavam, mas também se divertiam, sofriam, comemoravam e 
lamentavam no seu grupo. Eles eram dali mesmo, pertenciam àquele lugar e 
aquele povo. 
Severino disse aos amigos o quanto estava honrado com a visita e o 
convite deles, mas afirmou que não era esse o seu projeto de vida. Lembrou-
lhes que se fosse para a política, não conseguiria mais ser médico e certamente 
ele não desejava isso. Porém, concordou que a localidade precisava de uma 
representação política forte no município. A pequena vila deles havia se tornado 
um polo turístico importante para todo o Brasil e para o mundo. 
Nos meses da baixa do rio, havia gente de diversos lugares. A população 
cresceu, e ainda havia a população flutuante de profissionais de artesanato que 
vinham na época de férias, além dos turistas. Tinha necessidade de melhorar a 
infraestrutura da cidade para estas mudanças, inclusive na assistência à saúde. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
 Além disso, as questões ambientais preocupavam a todos os moradores 
da região. Severino via com preocupação a elevada gravidez na adolescência, 
a interrupção dos estudos por parte dos jovens, o aumento do uso de drogas e 
o turismo sexual. 
Muitas famílias pobres estavam recebendo turistas estrangeiros em suas 
casas, alugando estadias em pacotes turísticos suspeitos, que diziam se tratar 
de uma experiência singular, uma vivência com a população da Amazônia, 
quando, na verdade, a intenção era a exploração sexual. 
Severino aproveitou a visita e afirmou que reconhecia a necessidade de 
uma representação política e que ele apoiaria qualquer um deles que se 
candidatasse. Aproveitou para discutir esses assuntos e pedir a participação 
direta deles na mobilização da população nessas questões. 
Quais estratégias Severino e Jarana devem usar para atingir a população 
e sensibiliza-la para o combate desses problemas? 
Não precisa responder agora. Vamos voltar a falar sobre isso no final 
deste tema. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
O que é promoção de saúde? 
A Professora Tânia vai explicar sobre a promoção de saúde no vídeo 
disponível lá no material on-line. Não deixe de assistir. 
O entendimento do que é a promoção de saúde passa pela experiência 
vivida por outros países e também por ideologias de atenção à saúde. 
Na década de setenta, época dos extremos ideológicos, o formato de 
atenção estava entre o capitalismo e o socialismo. No modelo capitalista de 
saúde, ela era vista como um bem de consumo, expressava-se na assistência 
médica auxiliada pela alta tecnologia, grandes empresas de equipamentos 
médicos e hospitalares se desenvolveram e enriqueceram, elevando cada vez 
mais os custos em saúde. Porém, mesmo em países desenvolvidos, a resposta 
a essa abordagem, não era o esperado. As pessoas continuavam tão doentes 
quanto antes, e os custos em saúde permaneciam elevados. 
Esta realidade foi demonstrada em 1974 com a famosa pesquisa 
realizada no Canadá, dirigida pelo médico inglês Lalonde, cujos resultados 
originaram um relatório que se tornou a base para a reforma de saúde do país. 
O relatório mostrava que por mais que o estado investisse em alta 
tecnologia de saúde, como cirurgias cardíacas e outras abordagens, a saúde da 
população não melhorava e ainda gerava insatisfação com a prestação dos 
serviços. A conclusão após as análises do relatório é que haveria necessidade 
de uma outra abordagem, que investisse nas causas de morbidade e que o 
cidadão pudesse ser co-responsabilizado pela sua saúde. Nesse sentido, 
iniciaram-se as campanhas de autocuidado, como cessação do tabagismo, 
alimentação saudável, prática de atividades físicas, diminuição do peso, 
entendendo que esses fatores influenciavam o processo de saúde e doença e 
que eram da responsabilidade individual e não do Estado. 
A pesquisa mostrou o quanto as pessoas aceitavam tomar remédios e ir 
aos médicos para tratamento de suas doenças, porém, eles não estavam de fato 
comprometidos com a saúde, porque não mudavam o estilo de vida. Portanto, 
 
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5 
enquanto o paciente, cidadão, não tomasse um posicionamento sobre mudanças 
e autocuidado, os cuidados oferecidos pelo sistema não surtiriam efeitos. 
Caberia ao Estado a organização de uma política de saúde que cuidasse 
das doenças crônica, evitando seus agravos, mas ao cidadão caberia a mudança 
de hábitos de vida que agravem ou causem as doenças. Estas ações 
ocasionaram um impacto tão importante que foram alvo de estudos 
internacionais, culminando na primeira conferência internacional de Promoção 
de Saúde em 1986 em Otawa, no Canadá. 
Naquela ocasião foi discutido o conceito de promoção de saúde, surgindo 
os seguintes questionamentos: será que o cidadão sempre pode ser 
responsabilizado pela sua saúde? Em que condições isso pode ocorrer? Seriam 
essas medidas de autocuidado ações de promoção de saúde? Como um cidadão 
da periferia de uma grande cidade, como Rio de Janeiro, Buenos Aires ou 
Jakarta, com pouca resposta do poder público, pode ser responsabilizado pela 
sua saúde, se ele não tem esgoto sanitário, água de qualidade, acesso ao 
serviço de saúde? E o que dizer dos povos africanos, ou dos mais pobres da 
Índia e dos povos do oriente médio, em meio as constantes guerras? 
Neste caso, a promoção de saúde seria muito mais do que medidas de 
autocuidado, que são na realidade medidas de prevenção de doenças e agravos, 
mas não podem ser consideradas medidas de promoção de saúde. 
A promoção de saúde passa pelo desenvolvimento da consciência de 
cidadania, empoderando o cidadão para que este perceba seu papel na 
construção da sua saúde e do meio em quevive. 
O conceito resultante desta conferência diz que “promoção de saúde é a 
capacitação de indivíduos e da comunidade para atuar na melhoria de sua 
qualidade de vida e saúde, tendo cada vez mais participação direta neste 
processo”. (OMS, 1986). 
Segundo este conceito, a construção dessa cidadania passa por diversos 
setores, além do setor saúde, tais como: a interface com a educação; com as 
 
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6 
políticas econômicas geradoras de emprego e renda; as políticas sociais; 
processo democrático institucional. 
O livro Promoção de Saúde, conceitos reflexões e tendências, 
coordenado por Dina Czeresnia, publicação da fiocruz, traz uma discussão muito 
completa da construção e aplicação desse conceito. Os autores deram entrevista 
no canal saúde, que você pode assistir acessando o link a seguir pelo material 
on-line: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=iFdRj5BIRS8 
 
 
A promoção de Saúde no Brasil 
 
Apesar de ser listada como a primeira ação esperada em saúde, a 
promoção de saúde apenas obteve seu devido destaque, em 2006, com a 
publicação do Politica Nacional de Promoção de Saúde. Esta política teve sua 
última reedição em 2015. Para saber mais, acesse o link através do material on-
line: 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnps_revisao
_portaria_687.pdf. 
 
 
A política nacional de promoção de saúde desvenda a correta dimensão 
da responsabilidade do Estado e do cidadão. Traz como objetivo principal 
“promover a equidade e a melhoria das condições e dos modos de viver, 
ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva e reduzindo 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, 
econômicos, políticos, culturais e ambientais”. (BRASIL, 2015). 
Os objetivos específicos dessa política nacional são 13 e expressam o 
conceito internacional de promoção de saúde: 
 
I- Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do 
cuidado na Rede de Atenção à Saúde, articulada às demais 
redes de proteção social. 
II- Contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde 
centradas na equidade, na participação e no controle social, a 
fim de reduzir as desigualdades sistemáticas, injustas e 
evitáveis, respeitando as diferenças de classe social, de 
gênero, de orientação sexual e a identidade de gênero; entre 
gerações; étnico-raciais; culturais; territoriais; e relacionadas 
às pessoas com deficiências e necessidades especiais. 
III- Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade; o 
desenvolvimento seguro, saudável e sustentável. 
IV- Promover a cultura da paz em comunidades, territórios e 
municípios. 
V- Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e 
ambientes saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano 
e ao bem-viver. 
VI- Valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas 
integrativas e complementares. 
VII- Promover o empoderamento e a capacidade para a tomada de 
decisão, e também a autonomia de sujeitos e de coletividades, 
por meio do desenvolvimento de habilidades pessoais e de 
competências em promoção e defesa da saúde e da vida. 
VIII- Promover processos de educação, de formação profissional e 
de capacitação específicos em promoção da saúde, de acordo 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
com os princípios e os valores expressos nesta Política, para 
trabalhadores, gestores e cidadãos. 
IX- Estabelecer estratégias de comunicação social e de mídia 
direcionadas tanto ao fortalecimento dos princípios e das ações 
em promoção da saúde quanto à defesa de políticas públicas 
saudáveis. 
X- Estimular a pesquisa, a produção e a difusão de 
conhecimentos e de estratégias inovadoras no âmbito das 
ações de promoção da saúde. 
XI- Promover meios para a inclusão e a qualificação do registro 
de atividades de promoção da saúde e da equidade nos 
sistemas de informação e de inquéritos, permitindo a análise, 
o monitoramento, a avaliação e o financiamento das ações. 
XII- Fomentar discussões sobre os modos de consumo e de 
produção que estejam em conflito de interesses com os 
princípios e com os valores da promoção da saúde e que 
aumentem vulnerabilidades e riscos à saúde. 
XIII- Contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intra-
setoriais com as agendas nacionais e internacionais (BRASIL, 
2015) 
 
Nesta mesma direção, foram estabelecidas politicas especiais de apoio 
aos grupos minoritários: Veja algumas dessas políticas públicas de saúde 
especiais no material on-line. 
 Pessoas Com Deficiência 
 Pessoas Com Doenças Raras 
 Pessoas Homossexuais (Gays, Lésbicas, Travestis) 
 Pessoas Privadas de Liberdade (Presidiários) 
 População de Rua 
 
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9 
 População Negra 
 Povos Indígenas 
 
Além da política nacional de atenção básica, que é uma política 
estruturante do sistema de saúde, relaciono a seguir as principais políticas 
nacionais de assistência à saúde. Confira acessando pelo material on-line. 
 
 Saúde da Criança 
 Saúde da Mulher 
 Saúde do Adolescente 
 Saúde do Homem 
 Saúde do Idoso 
 Saúde do Trabalhador 
 Saúde Mental 
 Urgências em emergências 
 Medicamentos 
 
Todos as políticas públicas têm o objetivo de atuar na recuperação da 
saúde das pessoas, através das ações de assistência à saúde; na proteção à 
saúde, através das ações preventivas de doenças ou agravos; na promoção de 
saúde das pessoas, através do fomento da consciência crítica, sobre o seu papel 
na própria saúde e do papel do estado no suporte aos vulneráveis. Mas como 
fazer isso? É o que você vai ver adiante! 
 
 
 
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10 
O Papel do profissional de saúde na Promoção de Saúde 
 
Através da leitura da política nacional de promoção de saúde, entende-se 
o quanto os profissionais são desafiados a uma nova visão de saúde e doença 
que incluem atuações pouco discutidas nas universidades e centros de 
formação. 
A questão da cidadania, do autocuidado e da participação e controle 
social são questões fora do cotidiano do povo brasileiro, principalmente das 
camadas mais pobres e vulneráveis da sociedade, porém, justamente essa 
camada é o alvo prioritário das ações de saúde, segundo o princípio da 
equidade. Esta parcela social é também o alvo das manipulações dos maus 
políticos, por serem um reduto de votos. 
A atuação dos profissionais de saúde, sobretudo aqueles que são 
integrados à atenção primária, relaciona-se à rede de atenção intersetorial. Um 
exemplo dessa integração demonstra-se na vinculação de benefícios sociais aos 
programas de saúde, como a vacinação das crianças e o pré-natal. 
A rede dos conselhos sociais como o conselho tutelar, conselho de 
suporte aos idosos, o Ministério Público e a saúde são integrações importantes 
para a implementação dos direitos de proteção e cidadania, porém, no foco 
específico das ações de saúde há necessidade de uma nova visão na forma do 
cidadão melhorar a sua saúde e realizar mudanças que possam manter a sua 
saúde. A melhor estratégia para isso é a educação em saúde. 
A educação em saúde torna-se efetiva no momento em que ela provoca 
uma ressonância interior, sendo coerente aos objetivos de vida da pessoa. 
Todos sabemos como é difícil alterar hábitos cultivados em diversas gerações. 
Há hábitos que refletem na cultura da sociedade e exigem legislação mais 
eficiente. Tome como exemplo o hábito de beber e dirigir. Todos sabem o perigo 
que isso representa, porém, a cultura da impunidade e as brechas na legislação 
permitem que a maioria dos transgressores fiquem impunes, ou que tenham 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
penas tão brandas que não são representativas dos males que causam a si e 
aos outros. 
Outrotema de impacto na sociedade é a gravidez não planejada de jovens 
e adolescentes. As pesquisas mostram que mesmo com a informação e 
anticoncepção acessível, as jovens continuam engravidando, tornando-se mães 
e pais precocemente, interrompendo os estudos, a carreira, muitas vezes sem 
condições de sustento financeiro e emocional aos seus filhos. 
A educação em saúde representa o principal braço de atuação em 
promoção de saúde dos profissionais. De forma inteligente e constante, há de 
se trazer assuntos relevantes, abordando sobretudo as crianças e adolescentes, 
que ainda estão estruturando sua visão de mundo, para que reflitam sobre suas 
atitudes e empreendam mudanças positivas na sua saúde e influenciem seus 
pais e comunidade nessa mudança. 
O outro desafio refere-se à individualidade dos profissionais de saúde e 
de áreas correlatas, significando integrar de forma direta e participativa nos 
temas da promoção da saúde, como a questão ambiental, a cultura da paz, o 
desenvolvimento sustentável e os direitos humanos. 
O princípio da territorialização utilizado na Atenção Primária permite um 
recorte que favorece as ações, porque as delimita. Afinal, quando pensamos no 
Brasil, ele é tão grande que pouco podemos fazer, mas quando pensamos no 
nosso território ou área de atuação, as necessidades e as ações tornam-se tão 
próximas, que é impossível não as perceber. 
Este é o nosso desafio cotidiano. 
 
 
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12 
Revendo a Problematização 
Agora que você já viu todo o conteúdo teórico, vamos voltar ao problema 
exposto lá no início e encontrar a melhor solução para ele. E então, lá em Alter 
do Chão, como a comunidade poderia ser mobilizada para se manifestar contra 
esses problemas? 
 
a. Na verdade O Dr. Severino já começou sua metodologia, porque a 
primeira etapa é captar os líderes comunitários. Ele deve instrumentaliza-
los com argumentos, pedir que se reúnam com outros grupos e assim 
multiplicar pessoas que se comprometam com a causa. 
b. O primeiro passo seria fazer um abaixo-assinado de toda a população e 
encaminhar ao prefeito para que ele tome as providências necessárias 
sobre os assuntos graves que preocupam a comunidade. 
c. A melhor estratégia é entrar na campanha política local, eleger o 
representante e depois ter uma voz no legislativo que conheça os 
problemas da região e ajude a resolvê-los. 
 
 
Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o 
material on-line. 
 
 
 
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13 
Síntese 
Estudamos neste tema a promoção de saúde, o histórico e o conceito. 
Apesar de estar estabelecido há 30 anos, por ocasião da primeira 
conferência internacional de promoção de saúde em Otawa, no Canadá, o 
conceito de promoção de saúde parece não ser tão claro aos profissionais de 
saúde. É um conceito que não se restringe ao setor saúde, mas envolve vários 
outros setores da sociedade e está focado no protagonismo do cidadão em agir 
de forma proativa em favor de sua própria saúde e de sua comunidade, tomando 
a iniciativa desse processo. Neste foco, a promoção de saúde tem forte base na 
cidadania, na autonomia e no empoderamento das pessoas. 
O Brasil elaborou em 2006 a política pública de promoção de saúde, com 
destaques na agenda de atuação às questões de gênero, desenvolvimento da 
cultura da paz, proteção ao trabalhador e ao meio ambiente, entre outros. 
A atuação dos profissionais de saúde na promoção de saúde deve ser 
constante, mas há um papel de fundamental importância no que se refere a esta 
atuação que é de ser o facilitador da discussão, aquele que enxerga os 
problemas. Devemos ser os mobilizadores das ações de promoção. 
No material on-line, a Professora Tânia vai fazer uma síntese de tudo o 
que vimos aqui. Não deixe de assistir. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
Referências 
Czeresnia, D. Promoção de Saúde, conceitos reflexões e tendências. Rio de 
Janeiro: Ed. Fiocruz, 2003, p15-38. 
BRASIL, 2015. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 
Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde: 
PNPS: revisão da Portaria MS/GM nº 687, de 30 de março de 2006/ Ministério 
da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. 
– Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 
BRASIL, 2001. Ministério da Saúde. Promoção de saúde: Declaração de Alma-
ata, Carta de Ottawa, Declaração de Adelaide, Declaração de Sundsval, Brasília, 
2001. 
MELO, D.A; ROUQUEYROL, M.Z.; ARAÚJO, D.; AMADEI, M.; SOUZA, J. 
Promoção a saúde e educação: diagnóstico de saneamento através da 
pesquisa participante articulada à educação popular. Caderno de saúde 
pública. Rio de Janeiro, v.14, n.3, p.583-95,1998. 
PEREIRA, J.M; PENTEADO, R.Z.; MARCELO, V.C. Promoção de saúde e 
educação em saúde: uma parceria saudável. O mundo da saúde. São Paulo, 
ano 24, n. 1, p.39-44, 2000. 
SAUPE, R.; WENDHAUSSEN, A. Concepções de educação em saúde e a 
estratégia de saúde da família. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, 
jan/mar:12(1) p.17-25 (1), 2003. 
SÍCOLLI, J.; NASCIMENTO P. R. Promoção de saúde: concepções, princípios e 
operacionalização. Interface-comunicação, saúde e educação, São Paulo, 
v.7, n. 12, p.101-22-fev, 2003. 
 
 
 
 
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15 
Atividades 
 A construção do conceito de promoção de saúde parte do pressuposto 
que o cidadão deve ser ativo e responsável na produção da sua saúde. 
Assinale a alternativa correta: 
a. O cidadão pode ser responsabilizado pela sua saúde se o Estado fizer a 
sua parte e os determinantes sociais de saúde e doença sejam favoráveis. 
b. Desde que tenha consciência da sua responsabilidade, cabe ao cidadão 
cuidar da água que toma, de seus dejetos e do lixo, evitando o 
adoecimento. 
c. Pessoas morando em situação de risco, em invasões ou favelas, criam 
ambientes de saúde desfavoráveis à saúde e são responsáveis por ela. 
d. Os programas sociais, apesar de trazerem benefícios aos desfavorecidos, 
de certa forma proporcionam a manutenção da pobreza e da ineficiência. 
 Relacionando um dos problemas apontados pelo Dr. Severino na 
problematização, a prostituição, sobretudo envolvendo adolescentes no 
chamado turismo sexual, é um problema grave que atinge todo o Brasil, 
principalmente as regiões mais pobres. Assinale a alternativa que melhor 
se relaciona à promoção de saúde nesse assunto. 
a. Aumentar o policiamento em áreas de praia e prender todos os turistas 
suspeitos e os responsáveis pelas garotas. 
b. Conscientização da população de que isso é crime de um adulto e que 
não é apenas “escolha” do adolescente. A sociedade tem que se indignar 
com isso. 
c. Apoio financeiro a todas as adolescentes pobres, através de programas 
de transferência de renda. 
 
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16 
d. Aumentar o número de casas de acolhimento para meninas com histórico 
de prostituição para que sejam recolhidas lá até os 18 anos. 
 A equipe de saúde de Alter do Chão, liderada pelo Dr. Severino, resolveu 
fazer ações educativas voltadas para o fortalecimento da autoestima das 
meninas de 12 a 17 anos. Pediram ajuda a uma grande empresa de 
cosméticos que tem sede no Pará e usa produtos nativos da Amazônia. 
Associaram a beleza à inteligência e ao empenho nos estudos. As 
meninas adoraram o dia de beleza que tiveram. Essa ação educativa 
relaciona-se melhor a qual dos objetivos da Política Nacional de saúde? 
a. Promover processos de educação, de formação profissional e de 
capacitação, todos eles específicos em promoção da saúde. 
b. Valorizar os saberes populares e tradicionais e as práticas integrativas e 
complementares. 
c. Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade; o desenvolvimento 
seguro, saudável e sustentável. 
d. Promover o empoderamento ea capacidade para a tomada de decisão, 
e também a autonomia de sujeitos e de coletividades. 
 A empresa de cosméticos apoiadora do projeto de educação em saúde 
de Alter do Chão trabalha com produtos da Amazônia. Desenvolveu uma 
linha de cosméticos com sustentabilidade e respeito à ecologia, e projetos 
de desenvolvimento humano onde atuam no Pará. Os diretores dessa 
área gostaram muito das ideias do Dr. Severino e propuseram uma 
parceria à prefeitura para incluir jovens no programa menor aprendiz. 
Assinale qual objetivo de promoção de saúde está sendo concretizado 
nesta ação. 
 
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17 
a. Fomentar discussões sobre os modos de consumo e de produção que 
estejam em conflito de interesses com os princípios e com os valores da 
promoção da saúde. 
b. Apoiar o desenvolvimento de espaços de produção social e ambientes 
saudáveis, favoráveis ao desenvolvimento humano e ao bem-viver. 
c. Promover processos de educação, de formação profissional e de 
capacitação específicos em promoção da saúde para trabalhadores, 
gestores e cidadãos. 
d. Estimular a pesquisa, a produção e a difusão de conhecimentos e de 
estratégias inovadoras no âmbito das ações de promoção da saúde. 
 Uma das características principais da promoção de saúde é a sua 
intersetorialidade. Assinale a alternativa que melhor demonstra essa 
característica: 
a. O estabelecimento do fluxo direto nos hospitais para o atendimento das 
vítimas de estupro, sem necessidade de dar queixa na polícia, é uma ação 
intersetorial. 
b. A rede de atendimento à gestante que vincula a atenção primária ao pré-
natal de alto risco é um exemplo de intersetorialidade. 
c. A transferência de um paciente acompanhado no CAPS para continuação 
de atendimento na Unidade de Saúde é considerada uma ação 
intersetorial. 
d. Vinculação da vacinação e da puericultura ao programa bolsa família é 
um exemplo de intersetorialidade. 
 
Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line.

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