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infância e saúde

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Prévia do material em texto

2018
InfâncIa e Saúde
Prof.a Ariane Regis
Prof.a Mônica Maria Barurffi
Prof.a Rosane Cristina Coelho Pisa
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof.a Ariane Regis
Prof.a Mônica Maria Barurffi
Prof.a Rosane Cristina Coelho Pisa
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
 R337i
 Regis, Ariane 
 Infância e saúde. / Ariane Regis; Rosane Cristina Coelho Pisa; Mônica 
Maria Baruffi. – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 186 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0242-6
 1.Cuidados primários de saúde. – Brasil. 2.Crianças – Cuidados e 
tratamento. – Brasil. I. Regis, Ariane. II. Pisa, Rosane Cristina Coelho. III. 
Baruffi, Mônica Maria. IV. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 362.7
III
apreSentação
Bem-vindo à disciplina de Infância e Saúde!
Na primeira unidade deste livro de estudos, vamos estudar a história 
e desenvolvimento das políticas sobre a infância e a saúde. Reconheceremos o 
conceito de saúde dentro da História e sua influência no dia a dia das pessoas. 
Estaremos apresentando os programas que a União, através do Ministério da 
Saúde, realiza para a manutenção da saúde da população. São apresentadas 
as responsabilidades que a União, os Estados e até mesmo, os Municípios 
possuem junto à saúde pública. A participação da sociedade civil e das 
entidades como escolas e ONGs são muito importantes nesta caminhada. 
São um aporte no processo de manutenção da qualidade da saúde física, 
psicológica e comunitária. 
Já na Unidade 2 estudaremos o desenvolvimento biológico humano 
e as respectivas etapas. 
Na nossa última unidade estudaremos algumas patologias e 
problemas de saúde comuns na infância. Além disso, compreenderemos 
situações difíceis que (infelizmente) podem ocorrer no dia a dia escolar.
Por fim, no último tópico da Unidade 3, nós trataremos da saúde do 
educador. Buscamos contribuir com algumas reflexões e orientações. Assim, 
muito antes de uma doença acometer um de nossos alunos ou de nós mesmos, 
podemos buscar a Educação na Saúde e a Prevenção continuamente.
Bons estudos!
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA SAÚDE ....................................................... 1
TÓPICO 1 – RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA SAÚDE ....................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O CONCEITO DE SAÚDE NA HISTÓRIA ................................................................................... 3
3 A OMS E O CONCEITO DE SAÚDE .............................................................................................. 10
4 A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E A SAÚDE DA POPULAÇÃO ............................................... 13
5 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS .............................................................................................. 15
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 21
TÓPICO 2 – POLÍTICA DE SAÚDE: UMA POLÍTICA SOCIAL E SEUS PROGRAMAS ...... 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 23
2 POLÍTICA DE SAÚDE: UMA POLÍTICA SOCIAL ..................................................................... 23
3 AS PARTICIPAÇÕES DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS NAS POLÍTICAS DE SAÚDE ..... 30
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 36
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 37
TÓPICO 3 – COMUNIDADE E ESCOLA NO PROCESSO DE
 MANUTENÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA .................................................................... 39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 39
2 A ENGRENAGEM CHAMADA REDE – PARTICIPAÇÃO ........................................................ 39
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 54
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 60
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 62
UNIDADE 2 – O DESENVOLVIMENTO HUMANO INFANTIL ................................................ 63
TÓPICO 1 – O DESENVOLVIMENTO HUMANO INFANTIL .................................................... 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 65
2 BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO INFANTIL ............................. 66
3 DESENVOLVIMENTO HUMANO INTRAUTERINO ................................................................ 69
 3.1 FASES DE SEGMENTAÇÃO ......................................................................................................... 70
 3.2 FASE EMBRIONÁRIA .................................................................................................................... 73
 3.3 FASE FETAL .................................................................................................................................... 75
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................................80
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 82
TÓPICO 2 – CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL .......................................... 83
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 83
2 O NASCIMENTO DO BEBÊ ............................................................................................................. 84
3 O CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ............................................... 87
4 FATORES INTERNOS ........................................................................................................................ 89
 4.1 HEREDITARIEDADE ..................................................................................................................... 89
 4.2 CRESCIMENTO ORGÂNICO ....................................................................................................... 91
SumárIo
VIII
4.3 MATURAÇÃO BIOLÓGICA ......................................................................................................... 92
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 101
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 103
TÓPICO 3 – A VIDA ESCOLAR E A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ............................................................................................. 105
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 105
2 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO 
INFANTIL ................................................................................................................................................. 105
3 A INTERFERÊNCIA DA ESTRUTURA FAMILIAR NA SAÚDE E NO DESENVOLVIMENTO 
DA CRIANÇA ......................................................................................................................................... 111
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 114
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 120
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 122
UNIDADE 3 – SAÚDE E EDUCAÇÃO .............................................................................................. 123
TÓPICO 1 – PATOLOGIAS E URGÊNCIAS NA INFÂNCIA ....................................................... 125
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 125
2 ACIDENTES, TRAUMATISMOS E QUEIMADURAS NA INFÂNCIA .................................. 126
 2.1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES EDUCATIVAS .......................................................................... 130
3 FRAGMENTOS DE REPORTAGENS SOBRE ACIDENTES COM CRIANÇAS ................... 132
4 DOENÇAS INFECCIOSAS ............................................................................................................... 133
 4.1 SEPSE ................................................................................................................................................ 135
 4.2 ATAQUE DE ANIMAIS PEÇONHENTOS ................................................................................. 136
5 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS .......................................................................................................... 140
 5.1 TABAGISMO PASSIVO ................................................................................................................. 143
6 DOENÇAS METABÓLICAS NA INFÂNCIA ................................................................................ 144
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 148
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 152
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 153
TÓPICO 2 – ÉTICA NA EDUCAÇÃO: CUIDADOS ESSENCIAIS ............................................. 155
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 155
2 MANEJO DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO EM SITUAÇÕES
 DE RISCO INFANTOJUVENIL ........................................................................................................ 155
 2.1 ABUSO SEXUAL ............................................................................................................................. 157
 2.2 ABANDONO AFETIVO ................................................................................................................. 158
 2.3 ALIENAÇÃO PARENTAL ............................................................................................................ 159
3 DESPATOLOGIZAÇÃO DA VIDA: COMPROMISSO COM A ÉTICA .................................. 161
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 165
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 166
TÓPICO 3 – E A SAÚDE DO EDUCADOR? ..................................................................................... 167
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 167
2 PSICOLOGIA PARA EDUCADORES ............................................................................................. 167
3 CONTROLE DO STRESS .................................................................................................................. 170
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 175
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 177
1
UNIDADE 1
RETROSPECTIVA 
HISTÓRICA DA SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer a história da saúde e sua linha cronológica de avanços;
• reconhecer o conceito de saúde pela OMS;
• conhecer a função e objetivos da Organização Mundial da Saúde;
• reconhecer a legislação brasileira quanto à saúde da população e a OMS;
• conhecer o SUS – Sistema Único de Saúde, quais objetivos e funcionalidade;
• conhecer o significado de Política de Saúde como uma Política Social;
• identificar os Programas de Saúde desenvolvidos pelo Ministério da 
Saúde enquanto política pública de saúde;
• reconhecer a importância da participação da população na manutenção e 
prevenção da saúde pública;
• perceber a importância dos órgãos sociais na manutenção e preservação 
da saúde, sendo a escola e família dois dos elementos essenciais nesta 
caminhada;
• reconhecer as ações para a promoção, proteção e recuperação da saúde do 
ambiente escolar;
• identificar como a comunidade escolar e demais setores auxiliam naobtenção da saúde.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA SAÚDE
2
TÓPICO 2 – POLÍTICA DE SAÚDE: UMA POLÍTICA SOCIAL E SEUS 
 PROGRAMAS
TÓPICO 3 – COMUNIDADE E ESCOLA NO PROCESSO DE MANUTENÇÃO 
 DA SAÚDE PÚBLICA
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA SAÚDE
1 INTRODUÇÃO
Discutir sobre saúde nos remete não só para entendermos os fatores de 
bem-estar físico, mas também os órgãos sociais na manutenção e prevenção de 
doenças, os quais precisam ser analisados e estudados. Com isso, é preciso que 
a União, os Estados, Distrito Federal e Municípios tenham políticas públicas 
que envolvam todos os aspectos da área da saúde, pois assim, conseguirão 
manter junto à população qualidade de vida, equidade e melhores condições de 
manutenção de envolvimento dos cidadãos em todos os segmentos da sociedade.
Possuir um povo saudável, eleva o poder econômico, social da sociedade, 
das famílias, obtendo desta maneira subsídios que façam com que a população 
se perceba como membro de uma nação saudável e que busca a manutenção da 
qualidade de vida.
Para tanto, buscamos conhecer os setores que se preocupam com a saúde 
mundial e sua respectiva hierarquização. Em nosso país, possuímos o SUS – 
Sistema Único de Saúde, o qual será apresentado, buscando conhecer sua estrutura 
e seus objetivos no que tange à saúde do povo brasileiro em sua totalidade.
Buscaremos também um pouco da história da saúde. A saúde tem história 
e TER SAÚDE é incumbência de todos!
Vamos então compreender estes caminhos e qual nossa responsabilidade 
neste processo?
2 O CONCEITO DE SAÚDE NA HISTÓRIA
Vamos levar você a entender o conceito de saúde por meio de uma linha 
do tempo, na qual apresentaremos suas nuances de acordo com o momento 
histórico, político, cultural e social por qual as sociedades passaram e passam, 
pois, de acordo com Scliar (2007, p. 30),
 [...] saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. 
Dependerá da época, do lugar, da classe social. Dependerá de valores 
individuais, dependerá de concepções científicas, religiosas, filosóficas. 
O mesmo, aliás, pode ser dito das doenças. Aquilo que é considerado 
doença varia muito.
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
4
Desta maneira, Scliar (2007) nos apresenta que para cada povo, para cada 
situação, para cada momento, a saúde e a doença têm seu conceito reformulado.
Para tanto, vamos caminhar pelas culturas e verificar como era vista a 
saúde e a doença. Iniciamos então pelo período bíblico, em que, de acordo com 
Scliar (2007), a saúde e a doença são elementos que se encontram em constante 
movimento, pois como as múmias egípcias:
[...] apresentavam sinais de doença (exemplo: a varíola do faraó Ramsés 
V). Não é de admirar que desde muito cedo a Humanidade se tenha 
empenhado em enfrentar essa ameaça, e de várias formas, baseadas 
em diferentes conceitos do que vem a ser a doença (e a saúde). Assim, 
a concepção mágico-religiosa partia, e parte, do princípio de que a 
doença resulta da ação de forças alheias ao organismo que neste se 
introduzem por causa do pecado ou de maldição. Para os antigos 
hebreus, a doença não era necessariamente devida à ação de demônios, 
ou de maus espíritos, mas representava, de qualquer modo, um sinal 
da cólera divina, diante dos pecados humanos (SCLIAR, 2007, p. 30).
Outro exemplo a ser analisado é a lepra, que para muitos tinha uma 
conotação de pecado, mas que era uma doença contagiosa e estas pessoas eram 
levadas a ser consideradas mortas-vivas e foram separadas por completo da 
família em espaços como os leprosários. Scliar (2007, p. 31) afirma:
O doente era isolado até a cura, um procedimento que o cristianismo 
manterá e ampliará: o leproso era considerado morto e rezado a missa 
de corpo presente, após o que ele era proibido de ter contato com outras 
pessoas ou enviado para um leprosário. Esse tipo de estabelecimento 
era muito comum na Idade Média, em parte porque o rótulo de lepra 
era frequente, sem dúvida abrangendo numerosas outras doenças.
Frente a isso, cabe salientar que este tipo de ação, para aquele momento 
e época, acabou auxiliando na não proliferação de doenças contagiosas e na 
prevenção delas.
Fica a dica de um filme intitulado: 
BEN-HUR. 1959. História ambientada no início da Era Cristã, que conta com as lutas de Ben-
Hur para libertar Jerusalém do domínio romano e traz a doença “lepra” e como era vista pela 
população na época, conforme Scliar nos apresenta em suas citações. 211 min. Você poderá 
encontrar este filme e muitos outros no YouTube.
DICAS
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA SAÚDE
5
Na cultura indígena, encontramos o Xamã, que tinha como função 
expulsar dos corpos os maus espíritos, através de rituais, que possuíam como 
objetivo 
reintegrar o doente ao universo total, do qual ele é parte. Esse universo 
total não é algo inerte: ele “vive” e “fala”; é um macrocorpo, do qual 
o Sol e a Lua são os olhos, os ventos, a respiração, as pedras, os ossos 
(homologação antropocósmica). A união do microcosmo que é o corpo 
com o macrocosmo faz-se por meio do ritual (SCLIAR, 2007, p. 31).
De acordo ainda com Scliar (2007), o Xamã possui a tarefa de chamar os 
espíritos capazes de extirpar o mal, mas para tanto, o Xamã precisa passar por um 
período de treinamento que vai desde a abstenção sexual e alimentar, tendo nesse 
período a possibilidade de aprender as canções xamanísticas e aprender a utilizar 
as plantas com substâncias alucinógenas que são “chamarizes para os espíritos 
capazes de combater a doença” (SCLIAR, p. 32).
Na História da Saúde, encontramos também a medicina grega, que 
possuía seus deuses e deusas também relacionados à saúde. Dentre elas, temos 
Higieia, a Saúde e Panacea, a Cura. Essas duas irmãs e deusas, diziam os gregos, 
possuíam o dom da cura e da manutenção da saúde. Cabe salientar que os gregos 
eram fervorosos pelos mitos criados por eles. Vejamos o que cada uma possuía 
como dom, perante os gregos. 
 
FIGURA 1 – DEUSA HIGIEIA
FONTE: <https://www.google.com.br/search?q=hYGIEIA&rlz=1C1VASI_enB
R518BR524&sourc>. Acesso em: 16 jul. 2018.
Ressalta-se que a deusa Higieia possui em suas mãos uma taça com uma 
serpente, buscando beber o líquido da cura. Este símbolo é tradicional na profissão 
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
6
de farmacêutica. Na mitologia grega Higieia era a deusa da saúde, limpeza e a 
sanitariedade. Desta maneira, nós podemos determinar que a palavra higiene 
venha desta raiz. 
De acordo com Professor Paludetti (2008, p. 1), “Para as sociedades 
ocidentais e do oriente médio, a serpente simboliza a sabedoria, a imortalidade e 
a cura”. E a taça “é uma variante do símbolo da serpente, significando a cura por 
meio daquilo que se ingere, ou seja, pelos medicamentos”.
Como vimos anteriormente, temos também a deusa Panacea, que possui 
o seguinte significado:
FIGURA 2 – DEUSA PANACEA
FONTE: <https://www.google.com.br/search?rlz=1C1VASI_ 
enBR518BR524&biw=1600&bih>. Acesso em: 23 jul. 2018.
Panacea era irmã de Higieia. Possuía, como a irmã, o dom de curar todos 
os males. Se pesquisarmos no dicionário da Língua Portuguesa, (2009, p. 243), 
encontraremos o seguinte significado: Panaceia: “s.f.1. remédio para todos os 
males, físicos e morais. 2. Aquilo que se crê que é a solução quase milagrosa para 
todos os problemas, que resolve tudo. 3. Planta que se pensava ser eficaz para 
curar todas as doenças”. 
No cálice que ela segura está caracterizado o líquido que curaria todos 
os males do corpo, pois de acordo com Scliar (2007, p. 32) “deve-se notar que a 
cura, para os gregos, era obtida pelo uso de plantas e de métodos naturais, e não 
apenas por procedimentos ritualísticos”.
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA SAÚDE
7
Com isso, Hipócrates em sua teoria, de acordo com Scliar (2007, p. 32),afirmava que existiam “quatro fluidos (humores) principais no corpo: bile amarela, 
bile negra, fleuma e sangue. Desta forma a saúde era baseada no equilíbrio desses 
elementos. Ele via o homem como uma unidade organizada e entendia a doença 
como uma desorganização desse estado”. 
É importante verificar que Hipócrates, segundo Scliar (2007, p. 32-33) via 
que “a obra hipocrática se caracteriza pela valorização da observação empírica, 
como o demonstram os casos clínicos nela registrados, reveladores de uma 
visão epidemiológica do problema de saúde-enfermidade”. Cabe salientar que 
Hipócrates via o ser humano além de seu corpo, discutia também “fatores ligados 
à doença, defendendo um conceito ecológico de saúde-enfermidade” (SCLIAR, 
2007, p. 33).
Deixamos para você, acadêmico, um recorte da história, que foi delineada 
para nós de acordo com Scliar, em seu artigo: “O conceito de história da saúde”. 
Segue o texto que pode ser encontrado em sua íntegra em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312007000100003&lng=en&nrm=iso&
tlng=pt>. Acesso em: 23 jul. 2018.
Galeno (129-199) revisitou a teoria humoral e ressaltou a importância 
dos quatro temperamentos no estado de saúde. Via a causa da doença como 
endógena, ou seja, estaria dentro do próprio homem, em sua constituição física 
ou em hábitos de vida que levassem ao desequilíbrio.
No Oriente, a concepção de saúde e de doença seguia, e segue, um rumo 
diferente, mas de certa forma análogo ao da concepção hipocrática. Fala-se de 
forças vitais que existem no corpo: quando funcionam de forma harmoniosa, há 
saúde; caso contrário, sobrevêm a doença. As medidas terapêuticas (acupuntura, 
ioga) têm por objetivo restaurar o normal fluxo de energia (“chi”, na China; 
“prana”, na Índia) no corpo.
Na Idade Média europeia, a influência da religião cristã manteve a 
concepção da doença como resultado do pecado e a cura como questão de fé; 
o cuidado de doentes estava, em boa parte, entregue a ordens religiosas, que 
administravam inclusive o hospital, instituição que o cristianismo desenvolveu 
muito, não como um lugar de cura, mas de abrigo e de conforto para os 
doentes. Mas, ao mesmo tempo, as ideias hipocráticas se mantinham, através da 
temperança no comer e no beber, na contenção sexual e no controle das paixões. 
Procurava-se evitar o contra naturam vivere, viver contra a natureza. O advento da 
modernidade mudará essa concepção religiosa.
O suíço Paracelsus (1493-1541) afirmava que as doenças eram provocadas 
por agentes externos ao organismo. Naquela época, e no rastro da alquimia, a 
química começava a se desenvolver e influenciava a medicina.
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
8
Dizia Paracelsus que, se os processos que ocorrem no corpo humano 
são químicos, os melhores remédios para expulsar a doença seriam também 
químicos, e passou então a administrar aos doentes pequenas doses de minerais 
e metais, notadamente o mercúrio, empregado no tratamento da sífilis, doença 
que, em função da liberalização sexual, se tinha tornado epidêmica na Europa.
Já o desenvolvimento da mecânica influenciou as ideias de René Descartes, 
no século XVII. Ele postulava um dualismo mente-corpo, o corpo funcionando 
como uma máquina. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento da anatomia, também 
consequência da modernidade, afastou a concepção humoral da doença, que 
passou a ser localizada nos órgãos. No famoso conceito de François Xavier Bichat 
(1771-1802), saúde seria o “silêncio dos órgãos”.
Mas isto não implicou grandes progressos na luta contra as doenças, 
que eram aceitas com resignação: Pascal dizia que a enfermidade é um caminho 
para o entendimento do que é a vida, para a aceitação da morte, principalmente 
de Deus. Mais tarde, os românticos não apenas aceitariam a doença, como a 
desejariam: morrer cedo (de tuberculose, sobretudo) era o destino habitual de 
poetas e músicos como Castro Alves e Chopin. Para o poeta romântico alemão, 
a doença refinaria a arte de viver e a arte propriamente dita. Saúde, nestas 
circunstâncias, era até dispensável [...].
Frente a essa breve exposição histórica, observamos que a ciência buscava 
cada vez mais seu desenvolvimento junto à descoberta de novas causas de novas 
doenças, que vinham surgindo e até hoje observamos. Nesta perspectiva, nos 
deparamos também no final do século XIX com a utilização do microscópio 
(descoberto no século XVII), sendo que Louis Pasteur muito se utilizou dele e 
assim conseguiu descobrir a existência de “microrganismos causadores de 
doenças e possibilitando a introdução de soros e vacinas”. Com isso, ocorreu a 
possibilidade de prevenir e curar doenças. 
Os anos se passaram e a medicina foi cada vez mais evidenciada, e de 
acordo com Scliar, (2007), passou-se a contabilizar a doença, que teve seu início 
com o médico inglês John Snow (1813-1858). Ainda conforme Scliar (2007, p. 35): 
Se a saúde do corpo individual podia ser expressa por números – 
os sinais vitais –, o mesmo deveria acontecer com a saúde do corpo 
social: ela teria seus indicadores, resultado desse olhar contábil sobre 
a população e expresso em uma ciência que então começava a emergir, 
a estatística.
 
Com isso, os métodos numéricos passaram a ser vistos com muito apresso, 
pois auxiliava na “denominada “anatomia política”, que foi introduzida por 
Willian Petty (1623-1687), que coletava dados sobre a população, educação, 
produção e também doenças” (SCLIAR, 2007, p. 35).
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA SAÚDE
9
É interessante também observar que além desse médico, William Petty, 
um comerciante de profissão, John Graunt (1620-1674), “membro da Royal 
Society, havia conduzindo, com base nos dados obituários, os primeiros estudos 
analíticos de estatística vital” (SCLIAR, 2007, p. 35). Com esses dados, John Graunt 
identificava as diferentes formas de mortalidade, nos mais variados grupos da 
população, além de verificar dados relacionados com o sexo, lugar onde residia.
Estas pesquisas foram de relevância, pois, assim, construiu-se a 
possibilidade de verificar quais pessoas, seus níveis de renda familiar, os espaços 
insalubres e a necessidade de se buscar meios para a busca da saúde, a urbanização 
e melhores condições de vida à população.
Vários estudos foram realizados e todos buscavam encontrar respostas 
que auxiliassem na manutenção da saúde, e foi verificado na Inglaterra, através 
do médico Wiliam Faar (1807-1883), que os números relacionados com a 
mortalidade “se combinavam com vívidos relatos”, chamando assim a atenção 
junto às desigualdades “entre os distritos “sadios” e os “não sadios” do país”. 
(SCLIAR, 2007, p. 35).
Caro acadêmico! Não nos parece familiar que as diferenças sociais ainda 
persistam junto ao nosso cotidiano?
 
Vamos agora verificar que nesta linha histórica da construção e manutenção 
da saúde no mundo teve seu caminhar, sendo que nos Estados Unidos, em meados 
de 1850, verificando-se a falta de sanitariedade, em Massachusetts, reuniram-se 
médicos e leigos para verificar os relatos feitos por Lemuel Shattuck, que relatou 
em seus escritos a falta de higiene nesta cidade (SCLIAR, 2007).
Com isso, verificou-se nessa continuidade histórica, que a população e 
os operários sofriam de muitas doenças, devido à falta de condições humanas 
para sua vivência, em suas casas, e desta maneira Karl Marx (1850) apresentava 
em suas falas e escritos os males do capitalismo e dando margem a enormes 
mudanças na sociedade. 
As palavras de Marx (1850) não foram ouvidas e somente com o parecer de 
um capitalista, os demais empresários perceberam que se não dessem condições 
de saúde para seus operários os mesmos empresários estariam perdendo sua 
mão de obra, os operários.
Dessa maneira, “[...] Otto von Bismarck, o Chanceler de Ferro, criou em 
1883, um sistema de seguridade social e de saúde que, por vários aspectos, foi 
pioneiro” (SCLIAR, 2007, p. 36).
Este sistema de seguridade social e de saúde foi utilizado por vários 
países como Alemanha, França,Grã-Bretanha, entre outros, cada um a seu modo, 
adequando-o para melhor auxiliar a população, pois com o fim da Primeira 
Guerra Mundial e percebendo a fragilidade em que se encontrava o povo, foi 
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
10
necessário os governos organizarem-se para diminuir as agruras que a população 
havia passado e que agora enfrentava. Cabe salientar que mesmo perante a 
busca de melhor qualidade de vida para a população dos diversos países aqui 
apresentados e dentro outros não nomeados, o conceito universal de Saúde só foi 
elaborado a partir do final da Segunda Guerra Mundial, com a criação da ONU – 
Organização das Nações Unidas, além da OMS – Organização Mundial da Saúde.
3 A OMS E O CONCEITO DE SAÚDE
A Organização Mundial da Saúde – (OMS) conseguiu conceituar saúde, 
através de uma carta de princípios, em 7 de abril de 1948, também conhecida como 
Constituição da Organização Mundial da Saúde, sendo dado o reconhecimento 
do direito à saúde a toda população e a obrigação do Estado na promoção da 
ação, que se conceitua desta maneira: “Saúde é o estado do mais completo bem-estar 
físico, mental e social e não apenas a ausência de afecções e enfermidade” (OMS, 1946).
É importante salientar que a partir desta conceptualização, a saúde passa 
a ser vista como princípio basilar para a felicidade do povo e a manutenção 
harmoniosa com as demais nações.
Esta manutenção de paz e segurança entre as nações nos remete aos 
direitos que toda e qualquer pessoa possui como direito à saúde, não criando 
situações de abandono de seus países em busca de melhores condições de vida em 
outros países. Caro acadêmico! Temos exemplos bem claros em nossos telejornais 
sobre a imigração de diversas pessoas de outros países em busca destas condições 
de saúde, habitação, segurança e educação.
De acordo com a Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS/
WHO) de 1946, disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/
OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-
organizacao-mundial-da-saude-omswho.html>. Acesso em: 23 jul. 2018, diz que 
cada membro da população mundial deve:
Gozar do melhor estado de saúde que é possível atingir constitui um 
dos direitos fundamentais de todo o ser humano, sem distinção de 
raça, de religião, de credo político, de condição econômica ou social.
A saúde de todos os povos é essencial para conseguir a paz e a 
segurança e depende da mais estreita cooperação dos indivíduos e 
dos Estados.
Os resultados conseguidos por cada Estado na promoção e proteção 
da saúde são de valor para todos.
O desigual desenvolvimento em diferentes países no que respeita à 
promoção de saúde e combate às doenças, especialmente contagiosas, 
constitui um perigo comum.
O desenvolvimento saudável da criança é de importância basilar; a 
aptidão para viver harmoniosamente num meio variável é essencial a 
tal desenvolvimento.
A extensão a todos os povos dos benefícios dos conhecimentos 
médicos, psicológicos e afins é essencial para atingir o mais elevado 
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA SAÚDE
11
grau de saúde.
Uma opinião pública esclarecida e uma cooperação ativa da parte 
do público são de uma importância capital para o melhoramento da 
saúde dos povos.
Os Governos têm responsabilidade pela saúde dos seus povos, a qual 
só pode ser assumida pelo estabelecimento de medidas sanitárias e 
sociais adequadas.
Aceitando estes princípios com o fim de cooperar entre si e com os 
outros para promover e proteger a saúde de todos os povos, as partes 
contratantes concordam com a presente Constituição e estabelecem a 
Organização Mundial da Saúde como um organismo especializado, 
nos termos do artigo 57 da Carta das Nações Unidas.
Perante o que nos foi apresentado na citação anterior, nós observamos que 
o conceito de saúde abarca os seguintes campos:
• a biologia humana, que compreende a herança genética e os processos 
biológicos inerentes à vida, incluindo os fatores de envelhecimento;
• o meio ambiente, que inclui o solo, a água, o ar, a moradia, o local 
de trabalho;
• o estilo de vida, do qual resultam decisões que afetam a saúde: 
fumar ou deixar de fumar, beber ou não, praticar ou não exercícios;
• a organização da assistência à saúde. A assistência médica, os 
serviços ambulatoriais e hospitalares e os medicamentos são as 
primeiras coisas em que muitas pessoas pensam quando se fala em 
saúde. No entanto, esse é apenas um componente do campo da saúde, 
e não necessariamente o mais importante; às vezes, é mais benéfico 
para a saúde ter água potável e alimentos saudáveis do que dispor 
de medicamentos. É melhor evitar o fumo do que submeter-se a 
radiografias de pulmão todos os anos. É claro que essas coisas não 
são excludentes, mas a escassez de recursos na área da saúde obriga, 
muitas vezes, a selecionar prioridades.
Frente ao exposto, observa-se que a OMS – Organização Mundial da 
Saúde – tem como base a manutenção da saúde, sendo que os países junto a seus 
governos devem trabalhar para que a saúde seja um valor universal, dado a todos 
sem nenhuma distinção. Para tanto, os governos devem elaborar seus programas 
de saúde, que detenham como objetivo a qualidade de vida da população e que 
devem estar apresentados em suas Constituições Federais.
Mas, o que esta organização tem de importância junto aos governos dos 
países membros?
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
12
FIGURA 3 – SÍMBOLO ORGANIZAÇAO MUNIDAL DA SAÚDE – OMS
FONTE: <https://www.infoescola.com/saude/organizacao-mundial-de-saude-oms/>. Acesso 
em: 25 jul. 2018.
Esta Organização Mundial da Saúde (OMS) é vinculada à Organização das 
Nações Unidas (ONU), que foi criada logo depois da Segunda Guerra Mundial, 
com o objetivo de atuar nas diversas áreas da sociedade, incluindo a saúde, pois 
após a Segunda Guerra Mundial, as populações eram vistas em frágil estado de 
saúde e demais necessidades básicas.
A OMS, de acordo com Antônio Gasparetto Júnior (2017, p. 1), nos coloca 
algumas informações sobre esta organização que será deixada na íntegra para sua 
apreciação, caro acadêmico.
[...] A Organização Mundial de Saúde (OMS) [...] Em sua constituição, 
a saúde é definida como bem-estar físico, mental e social, ou seja, não 
necessariamente apenas a ausência de uma enfermidade. Atualmente, a 
OMS é composta por 193 Estados-membros que incluem territórios que não 
necessariamente são membros da Organização das Nações Unidas também. Há 
ainda espaço reservado para os membros associados e os membros observadores. 
Mas são os Estados-membros que decidem pela adesão de outros países através 
de assembleias, que são realizadas anualmente no mês de maio. A organização 
é dirigida por um Diretor Geral com mandato de cinco anos que é assessorado 
por uma Direção Executiva composta de 34 membros. O financiamento da 
OMS também é proveniente dos Estados-membros e de doadores e parceiros 
variados, que, por sua vez, colaboram com mais investimentos do que os 
Estados-membros.
A Organização Mundial de Saúde se encarrega de liderar questões e 
parcerias para o desenvolvimento da saúde, de estimular a pesquisa científica, 
de estabelecer normas na área, de prestar apoio técnico e de monitorar a 
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA SAÚDE
13
situação da saúde no mundo. Além disso, patrocina programas para prevenir e 
tratar a malária e a tuberculose, supervisiona a implementação do Regulamento 
Sanitário Internacional, realiza campanhas de saúde, promove pesquisas sobre 
doenças de variadas categorias em diversos países e publica periódicos para o 
desenvolvimento da área.
A Organização Mundial de Saúde tem sede em Genebra, na Suíça. 
O Brasil é um dos membros da OMS e tem participação representativa, pois 
foram seus delegados, inclusive, que propuseram a criação de uma organização 
dedicada a promover a saúde pública mundial. Até hoje, há intensa cooperação 
entre Brasil e OMS.
FONTE: <https://www.infoescola.com/saude/organizacao-mundial-de-saude-oms/>. 
Acesso em: 25 jul. 2018.
De acordocom o recorte do texto de A. Gasparetto Júnior (2017), podemos 
perceber que o Brasil se faz presente neste movimento de manutenção da saúde 
para a população perante a Organização Mundial da Saúde.
Mas, como ela se faz presente dentro das políticas públicas de saúde? 
Veremos a seguir...
4 A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E A SAÚDE DA POPULAÇÃO 
O Brasil é um país, como já vimos, que faz parte da OMS e possui 
participação representativa neste órgão. Assim, buscou-se através de leis produzir 
ações para a manutenção e obtenção da saúde. Para tanto, os governantes criaram 
com a promulgação da Constituição Federal, em 1988, na Seção II – Da Saúde, em 
seu artigo 196, a seguinte afirmação: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença 
e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação” (BRASIL, 1988).
Frente a esta afirmação, podemos compreender que o Brasil se encontra 
conectado com o objetivo da OMS, dando assim a ideia de priorizar a saúde 
pública de qualidade para toda a população, tendo com isso a responsabilidade 
de ver a saúde como “direito subjetivo público, exigível do Estado, o qual deve 
atuar tanto de forma preventiva como reparativa ou curativa, sendo que a atuação 
preventiva foi privilegiada” (MACHADO, 2016, p. 1035).
Desta maneira, a Constituição Federal (1988) traz também em suas linhas 
e artigos 196 a 200, uma estrutura mais didática, que conforme Machado (2016, 
p. 1035): 
[...] no artigo 196, apresenta o conceito de saúde como direito social 
e das ações e serviços de saúde como de relevância pública (art. 
197), passando pela descrição do funcionamento, das diretrizes e 
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
14
financiamento das ações e serviços públicos de saúde, consubstanciadas 
em um sistema único (art. 198) e chegando a delimitação da atuação da 
iniciativa privada na assistência à saúde. (art. 199); e as competências 
e outras atribuições nos termos da lei junto ao Sistema único de saúde 
(art. 200).
Referente a estes artigos vamos tratar de cada um, dando, assim, uma 
ideia de como a saúde é vista pela lei junto à população.
Já vimos que no artigo 196, o Estado é responsabilizado pela garantia da 
saúde através de políticas sociais e econômicas que venham a reduzir os riscos de 
doenças junto à população. Já o artigo 197 assim se apresenta: 
Art. 197 São de relevância pública as ações e serviços de saúde. 
Cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua 
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução 
ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por 
pessoa física ou jurídica de direito privado (BRASIL, 1988).
Com este artigo observamos que o Estado deve desenvolver ações e 
serviços de saúde, mas que, de acordo com Costa Machado (2016, p. 1036): “o 
presente dispositivo faculta, contudo, que a execução dessas atividades seja 
levada a cabo por terceiros em nome do Estado, bem como pessoas físicas ou 
jurídicas de direito privado”.
Frente a isso, o Estado, mesmo dando a possibilidade de ações à iniciativa 
privada, deve ser regulamenta e fiscalizada pelo Poder Público, sendo esta 
também de relevância pública.
Referente ao Artigo 198, da CF/88, encontramos a seguinte escrita: “As ações 
e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e 
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes”: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo: 
com esta primeira diretriz, de acordo com Costa Machado (2016, p. 1037), “a 
descentralização não é característica essencial da técnica da seguridade social 
em nenhum de seus vértices e nem particularmente da saúde”. Esta ação foi 
apresentada e recomendada pela OMS e pela Organização Pan-americana 
da Saúde (OPS), pois “a direção única em cada esfera de governo, ao mesmo 
tempo que respeita a autonomia dos entes federados, pressupõe a definição de 
um órgão gestor em cada uma dessas esferas, responsável pela regionalização e 
hierarquização[...]” (MACHADO, 2016, p. 1037).
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, 
sem prejuízo dos serviços assistenciais: nesta diretriz encontramos sua base no 
princípio da universalidade de cobertura e atendimento e que busca mais uma 
vez as políticas sociais e econômicas que tragam a redução dos riscos de doença, 
pois conforme Costa Machado (2016, p. 1037-1038), “Claro está que nem sempre o 
atendimento poderá ser integral, razão pela qual já se estipulou que a prioridade 
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA SAÚDE
15
deve ser dada às atividades preventivas, mais abrangentes e, portanto, mais 
coerentes com a universalidade de cobertura”.
III - participação da comunidade: em se tratando da participação da 
comunidade, Costa Machado (2016, p. 1038) nos afirma que: 
Já que a comunidade em geral, por força da universalidade, é 
destinatária das ações do SUS, é essencial que lhe seja assegurada 
participação na gestão desse sistema, sobretudo no tocante à 
regionalização e à adaptação das ações prioritárias às especificidades 
regionais e locais. Trata-se aqui de uma projeção do princípio do 
caráter democrático e descentralizado da administração da seguridade 
social (art. 194, parágrafo único, VII).
Com estas diretrizes podemos observar que o artigo 198 nos remete à 
elaboração de um sistema que em forma de rede regionalizada e hierarquizada 
possa determinar a “racionalidade às ações e serviços públicos de saúde” 
(MACHADO, 2016, p. 1037), constituídos sob esta forma.
Compreendemos, desta maneira, que as três diretrizes apresentadas 
anteriormente nos remetem a uma distribuição espacial regionalizada dos 
serviços de saúde e a sua estruturação com o objetivo de “[...] evitar a duplicidade 
de meios para fins idênticos e possibilitar a organização do sistema em prol do 
melhor e mais abrangente atendimento à população [...]”, isso de acordo com 
Costa Machado (2016, p. 1037).
Na diretriz III, da participação da comunidade, encontramos um sistema 
assim denominado – Sistema Único de Saúde – este sistema, possui um alcance 
nacional e é visto como um programa de grande qualidade junto à OMS e demais 
organizações mundiais.
Para tanto, vamos conhecer um pouco deste sistema.
5 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS
O Sistema Único de Saúde, conhecido como SUS, busca proporcionar a 
universalização da saúde a todos sem discriminação. Este sistema tem como um 
de seus objetivos a “[...] atenção integral à saúde, e não somente os cuidados 
assistenciais, passou a ser um direito de todos os brasileiros, desde a gestação 
e por toda a vida, com foco na saúde com qualidade de vida” (MINISÉRIO DA 
SAÚDE, 2018, s.p.).
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
16
FIGURA 4 – SÍMBOLO DO SUS
FONTE: <https://www.google.com.br/search?q=emblema+do+SUS>. Acesso em: 25 jul. 2018.
Este sistema de saúde “é um dos maiores sistemas públicos de saúde do 
mundo, que abrange desde o simples atendimento para avaliação da pressão 
arterial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e 
gratuito para toda a população do país” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018, s.p.).
Cabe salientar ainda que, conforme o site do Ministério da Saúde, quanto 
ao SUS e ao conceito de saúde, diz que:
A CF-88 e posteriormente, a Lei Orgânica da Saúde, de nº 8.080, de 19 
de setembro de 1990, intensificam debates já existes acerca do conceito. 
Nesse contexto, entende-se que saúde não se limita apenas a ausência 
de doença, considerando, sobretudo, como qualidade de vida, 
decorrente de outras políticas públicas que promovam a redução de 
desigualdades regionais e promovam desenvolvimentos econômico e 
social.
Dessa maneira, o SUS, em conjunto com as demais políticas, deve 
atuar na promoção da saúde, prevenção de ocorrência de agravos e 
recuperação dos doentes. A gestão das ações e dos serviços de saúde 
deve ser solidária e participativaentre os três entes da Federação: a 
União, os Estados e os municípios.
A rede que compõem o SUS é ampla e abrange tanto ações, como serviços 
de saúde. Ela engloba a atenção básica, média e alta complexidades, 
os serviços urgência e emergência, a atenção hospitalar, as ações 
e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e 
assistência farmacêutica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018 s.p.).
Com esta explanação compreendemos que o Sistema Único de Saúde 
possui uma grande representatividade junto à população brasileira e que nos 
remete a compreender que este sistema possui uma estrutura que está assim 
delineada, de acordo com o Ministério da Saúde e sua estrutura:
Ministério da Saúde: Gestor nacional do SUS, formula, normatiza, fiscaliza, 
monitora e avalia políticas e ações, em articulação com o Conselho Nacional de 
Saúde. Atua no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) para pactuar o 
Plano Nacional de Saúde. Integram sua estrutura: Fiocruz, Funasa, Anvisa, ANS, 
Hemobras, Inca, Into e oito hospitais federais.
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA SAÚDE
17
Secretaria Estadual de Saúde (SES): participa da formulação das políticas e ações 
de saúde, presta apoio aos municípios em articulação com o conselho estadual e 
participa da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) para aprovar e implementar 
o plano estadual de saúde.
Secretaria Municipal de Saúde (SMS): planeja, organiza, controla, avalia e 
executa as ações e serviços de saúde em articulação com o conselho municipal e a 
esfera estadual para aprovar e implantar o plano municipal de saúde.
Conselhos de Saúde: O Conselho de Saúde, no âmbito de atuação (Nacional, 
Estadual ou Municipal), em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado 
composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de 
saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da 
política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos 
e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente 
constituído em cada esfera do governo.
Cabe a cada Conselho de Saúde definir o número de membros, que obedecerá 
a seguinte composição: 50% de entidades e movimentos representativos de 
usuários; 25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde e 
25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, 
ou sem fins lucrativos.
Comissão Intergestores Tripartite (CIB): foro de negociação e pactuação entre 
gestores federal, estadual e municipal, quanto aos aspectos operacionais do SUS.
Comissão Intergestores Bipartite (CIB): foro de negociação e pactuação entre 
gestores estadual e municipais, quanto aos aspectos operacionais do SUS.
Conselho Nacional de Secretário da Saúde (Conass): entidade representativa 
dos entes estaduais e do Distrito Federal na CIT para tratar de matérias referentes 
à saúde
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems): entidade 
representativa dos entes municipais na CIT para tratar de matérias referentes à 
saúde.
Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems): são reconhecidos 
como entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para 
tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao 
Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos (2018, p. 1).
 
Observamos que esta estrutura possui uma hierarquização, a qual já 
mencionamos anteriormente, e que determina as engrenagens que fazem este 
sistema funcionar. Cabe salientar que a cada segmento desta estrutura compete 
organizar e manter o processo de gestão e funcionamento do sistema, repassando 
aos órgãos competentes planilhas, que auxiliem na organização e na dinamicidade 
dos programas desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, que serão, alguns deles 
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
18
mencionados neste capítulo no que tange à saúde das crianças de 0 a 10 anos de 
idade. 
Fica claro também para todos que para esta estrutura funcionar necessita 
de princípios norteadores, os quais estão interligados com a Organização Mundial 
da Saúde, que são: 
Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas 
e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e 
serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente 
de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais.
Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar 
de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são 
iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, 
equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais 
onde a carência é maior.
Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, 
atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a 
integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção 
de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de 
integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas 
públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes 
áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos 
indivíduos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018, p. 1).
Com isso, para finalizar este tópico, apresentamos para você, acadêmico, 
um recorte da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, a qual se encontra na 
íntegra no site: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_direitos_
usuarios_saude_3ed.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.
A carta que está em suas mãos é fruto de um trabalho cuidadoso, que 
visa garantir o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, 
proteção e recuperação da saúde. 
A Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde foi aprovada pelo Conselho 
Nacional de Saúde (CNS) em sua 198ª Reunião Ordinária, realizada no dia 17 
de junho de 2009. E talvez seja uma das mais importantes ferramentas para que 
você, cidadão(ã) brasileiro(a), conheça seus direitos e possa ajudar o Brasil a ter 
um sistema de saúde com muito mais qualidade. 
O documento, que tem como base seis princípios básicos de cidadania, 
caracteriza-se como uma importante ferramenta para que o cidadão conheça 
seus direitos e deveres no momento de procurar atendimento de saúde, tanto 
público como privado. 
O presente documento foi elaborado de acordo com seis princípios 
basilares que, juntos, asseguram ao cidadão o direito básico ao ingresso digno 
nos sistemas de saúde, sejam eles públicos ou privados.
 1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de 
saúde. 
2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema. 
TÓPICO 1 | RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA SAÚDE
19
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de 
qualquer discriminação. 
4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus 
valores e seus direitos. 
5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento 
aconteça da forma adequada. 
6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para 
que os princípios anteriores sejam cumpridos. 
Para o Conselho Nacional de Saúde é importante que todos se apossem 
do conteúdo da Carta, elaborada com uma linguagem acessível e, assim, 
permitir o debate e apropriação dos direitos e deveres nela contidos por parte 
dos gestores, trabalhadores e usuários do SUS. 
Veja, a seguir, a Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009, publicada 
no Diário Oficial da União nº 155, de 14 de agosto de 2009, que dispõe sobre os 
direitos e deveres dos usuários da saúde. 
Conselho Nacional de Saúde
Não esquecendo que, além dos direitos, a população possui também seus 
deveres frente à utilização deste sistema de saúde. 
Assim, deixamos para você, acadêmico, um pouco de como a saúde e 
o sistema de saúde é organizado junto a um país, como o Brasil. No Tópico 2, 
estaremos tratando da política de saúde como uma política social e da participaçãoda população neste movimento de manutenção da saúde individual e coletiva. 
20
Neste tópico você estudou que:
• A saúde possui sua representação em cada época, dependo do lugar e da classe 
social. 
• Para as mais variadas culturas existem conceitos de saúde, como ocorre na 
cultura indígena, na qual o Xamã, possuía a função de expulsar dos corpos os 
maus espíritos.
• Na medicina grega, a saúde possuía suas deusas, entre elas estão Higieia (deusa 
da saúde) e Panacea (deusa da cura).
• Na teoria de Hipócrates existiam quatro fluídos (humores) relacionados ao 
corpo que são bile amarela, bile negra, fleuma e sangue que precisam estar em 
equilíbrio.
• A Organização Mundial da Saúde – (OMS), conseguiu conceituar saúde, 
através de uma carta de princípios em 7 de abril de 1948, também conhecida 
como Constituição da Organização Mundial da Saúde.
• Em nossa Constituição Federal, de 1988, na Seção II - Da Saúde, em seu artigo 
196, é garantida a saúde como um direito de todos e dever do Estado.
• O SUS - Sistema Único de Saúde proporciona a população saúde a todos sem 
discriminação, tendo como objetivo atenção integral à saúde com foco na 
qualidade de vida.
RESUMO DO TÓPICO 1
21
1 No que diz respeito à história da saúde, observamos que existe uma crescente 
busca pela saúde, de maneira a construir sociedades mais saudáveis e 
produtivas. Com isso, como você percebe na atualidade o oferecimento da 
saúde para a população? Ela pode ser caracterizada de que maneira frente ao 
que estudamos até o momento?
2 A população brasileira, através da Constituição Federal de 1988, possui o 
Sistema Único de Saúde – SUS. Este sistema é mantido pelo Governo Federal 
e é considerado um dos programas mais bem elaborados no que se refere 
à saúde pública. Para tanto, qual é o principal objetivo deste programa de 
saúde?
AUTOATIVIDADE
22
23
TÓPICO 2
POLÍTICA DE SAÚDE: UMA 
POLÍTICA SOCIAL E SEUS PROGRAMAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 2, nós vamos dar continuidade ao que falamos no tópico 
anterior, ressaltando que a saúde em sua plenitude necessita ser acompanhada 
por ações que estejam adequadas à população independentemente de classe 
social. Isso necessita ser visto pelos governantes, os quais são escolhidos pela 
população no desejo de encontrar para si e para os outros melhor qualidade de 
vida em todos os âmbitos, seja educacional, econômico e segurança e saúde. 
Assim, a saúde é nosso foco de trabalho neste momento. 
Com isso, acredita-se que para obtermos este objetivo de qualidade de 
vida, faz-se necessária a presença de políticas públicas de saúde, as quais se 
tornam políticas sociais. Para tanto, estaremos retratando também o que a União 
desenvolve junto à população e como os Estados e Municípios ampliam estes 
programas voltados à saúde pública.
Isto e muito mais vamos tratar neste tópico. Preparado, caro acadêmico? 
Então vamos a ele!
2 POLÍTICA DE SAÚDE: UMA POLÍTICA SOCIAL
De acordo com o Artigo 196 da Constituição Federal, Seção II, que trata 
da saúde, saúde é “um direito de todos e dever do Estado, garantindo, mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças [...]” 
(grifo nosso) (CF, 1988, s.p.). Este artigo nos faz pensar no que diz respeito às 
palavras deixadas em negrito por mim, “políticas sociais e econômicas”. Mas o 
que são políticas sociais? O que a questão econômica envolve neste movimento?
A política social é difícil de conceituar, pois ela pode ser vista de vários 
ângulos, tanto pela classe trabalhadora como pelo sistema econômico. Aqui, não 
buscaremos permanecer em nenhum dos lados, mas sim, buscaremos tratar a 
política social de maneira universal, sendo como de direito a todos, conforme 
apregoa a Constituição Federal/88.
Frente a isso, necessitamos conceituar política, social e economia, para 
assim construirmos nosso entendimento desta engrenagem que movimenta os 
programas de saúde em nosso país e mundo.
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
24
Por Políticas Públicas podemos entender, de acordo com Santos (2014, p. 
5), que: “são ações geradas na esfera do Estado e que têm como objetivo atingir a 
sociedade como um todo ou partes dela”.
A Política é um movimento que nasceu na Grécia Antiga, e que enquanto 
sistema político, é uma forma de governo na qual engloba instituições políticas 
para governar uma nação. De acordo ainda com Santos (2012, p. 2), a política: “[...] 
sempre está ligada ao exercício do poder em sociedade, seja em nível individual, 
quando se trata das ações de comando, seja em nível coletivo, quando um grupo 
(ou toda sociedade) exerce o controle das relações de poder em uma sociedade”.
Com isso, podemos compreender que a política enfoca em suas entrelinhas 
um movimento que para muitos está velado, oculto. Estamos falando do “Poder”. 
Isso mesmo, o poder! Mas como ele pode estar envolto com a palavra política? 
Santos (2012, p. 2) nos explica da seguinte maneira: 
[...] é importante ressaltar que o poder (em suas mais variadas 
manifestações) pode ser exercido mediante o uso da coação e/ou da 
persuasão. Em matéria de política, ambas as opções são tidas como 
válidas tudo depende de quem exerce o poder e de como opta por 
exercê-lo. 
Assim, nós podemos observar que o poder, em detrimento de valores 
individuais, acaba deixando de lado uma população, criando fragilidades no 
sistema de saúde aqui evidenciado, colocando na berlinda o que deveria ser um 
dos tripés da qualidade de vida de uma nação. De acordo com Baruffi (2016, p. 5),
 
[...] a política possui várias possibilidades, dentre elas nos deparamos 
com as que nos levam a construir uma sociedade com diretos e deveres 
bem estruturados, ou a que leva a termos uma sociedade totalmente 
desestruturada e mantida como refém de suas ações.
Frente ao exposto, precisamos compreender que a política pode ser vista 
de duas maneiras, uma voltada para uma ação propícia ao povo ou voltada aos 
interesses individuais dos governantes do momento histórico.
Referente ao conceito de social, podemos compreender como aquilo que 
está sendo referido à sociedade. A sociedade é compreendida como um conjunto 
de indivíduos que participam de uma mesma cultura; cabendo salientar que 
a palavra social possui também o objetivo de esclarecer os problemas que a 
sociedade possui ou está interessado nele (SOCIAL, 2017, p. 1).
Temos como último conceito o de economia, que possui 
como definição: "[...] uma ciência que estuda os processos 
de produção, distribuição, acumulação e consumo de bens materiais. É a 
contenção ou moderação nos gastos, é uma poupança” (SIGNIFICADOS, 2013, s. 
p.). Com isso, podemos determinar o conceito de Política Social como:
As ações permanentes ou temporárias relacionadas ao desenvolvimento, 
à reprodução e à transformação dos sistemas de proteção social. 
TÓPICO 2 | POLÍTICA DE SAÚDE: UMA 
25
[...] Esta é a atividade que decorre da própria dinâmica de atuação 
dos sistemas de proteção social, ou seja, consiste em sua forma de 
expressão externa, concretização, e envolve o desenvolvimento de 
estratégias coletivas para reduzir a vulnerabilidade das pessoas aos 
riscos sociais (GIOVANELLA, 2012, p. 36).
Com isso, a política social compreende ações com cunho de proteção 
social, buscando assim relações, processos, instrumentos e atividades “que visam 
a desenvolver as responsabilidades públicas (estatais ou não) na promoção da 
seguridade social e bem-estar” (GIOVANELLA, 2012, p. 36).
É importante desta forma, salientar que as políticas sociais, 
tradicionalmente, abrangem áreas como: saúde, assistência social e 
previdência, que são espaços que envolvem o bem-estar social, como também 
a área habitacional e educacional, pois de acordo com Giovanella (2012, p. 36), 
“Quando se fala em política social como ação concreta de produção social, 
uma nova questão se coloca: compreender como os sistemas de proteção social 
são geridos, e principalmente, como eles agem concreta e diretamente sobre a 
realidade social”. 
Comoos sistemas de proteção social são construídos e como eles agem 
diretamente sobre esta realidade social vivida pela população?
Se observarmos o sistema de saúde que possuímos próximo de nós, 
verificamos que existem diversas engrenagens que a tornam dinâmica, assim, 
“a construção da política de saúde como política social acaba envolvendo 
diversos aspectos políticos, sociais, econômicos, institucionais, estratégicos, 
ideológicos, teóricos, técnicos, culturais [...]” (GIOVANELLA, 2012, p. 37). Com 
isso, percebemos que cada aspecto está entrelaçado, encaixado, sendo necessária 
a participação de todos, não sendo visto de maneira isolada, mas sim, conjunta 
frente à política de saúde.
Manter este envolvimento, este entrelaçamento, com os aspectos 
mencionados acima, acaba denotando que existem diversas relações, sendo ela 
desde o mais alto escalão do governo, até a população que recebe estas ações na 
forma de programas de saúde, sendo que para cada ação são necessários planos, 
estratégias, instrumentos diferenciados, observando-se as questões relativas às 
áreas e culturas envolvidas, pois, de acordo com Giovanella (2012, p. 37), “[...] 
a política de saúde se encontra na interface entre Estado, sociedade e mercado”. 
Mas de que maneira? Observe que cada segmento possui sua 
responsabilidade, seja o Estado, a sociedade e o mercado, posicionando a cada 
um deles, o que cabe fazer.
ESTADO: sua responsabilidade fica relacionada à definição de normas 
e obrigações, e buscar junto ao recolhimento de recursos utilizando-os para a 
implementação de programas e ações que atinjam a população através de serviços 
na área da saúde pública, além de definir leis que sejam sancionadas e levadas ao 
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
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desenvolvimento de novas tecnologias e de recursos humanos. 
SOCIEDADE: paga seus impostos, os quais financiam os programas 
que o estado desenvolve, e de acordo com Giovanella (2012, p. 37), “a sociedade 
tem atitudes e preserva valores em relação ao corpo e ao bem-estar, comporta-
se de formas que afetam a saúde, coletiva e/ou individualmente (poluição, 
sedentarismo, consumo de drogas)”.
MERCADO: realiza a “produção de insumos, oferece serviços de seguro e 
participa da oferta de serviços e da formação de recursos humanos” (GIOVANELLA, 
2012, p. 37). Com este movimento, observamos que as engrenagens da política de 
saúde determinam que é necessária a construção de dinâmica, a qual faz com que 
os programas e ações desenvolvidas pelo Estado cheguem até a população. Para 
tanto, faz-se necessária a organização e dinamicidade das políticas de saúde.
De acordo com Giovanella (2012, p. 37-38), devem ser considerados como de 
extrema importância sete aspectos essenciais na gestão da política de saúde a saber:
1. A definição de objetivos (finalidades) da política: a política de saúde se constrói 
buscando atingir objetivos projetados e acordados como garantidores de 
padrões de proteção mínimos contra riscos sociais e a promoção do bem-
estar (redução e eliminação de enfermidades, distribuição de benefícios 
para manter nível de renda em patamares aceitáveis, regulação de relações 
sociais como familiares e empresariais);
2. A construção e o emprego de estratégias, planos, instrumentos e técnicas 
capazes tanto de analisar e monitorar as condições sociais de existência da 
população quanto de desenhar estratégias, metas e planos detalhados de 
ação;
3. O desempenho simultâneo de papéis políticos e econômicos diferentes – a 
política de saúde produz efeitos em diversas relações sociais ao mesmo tempo 
(promoção da igualdade; legitimação política de grupos governamentais, 
manutenção da dinâmica econômica);
4. A construção oficial de arenas, canais e rotinas para orientar os processos 
decisórios que definam as estratégias e os planos de ação da política;
5. A assimilação, contraposição e/ou compatibilização de diferentes projetos 
sociais provenientes dos mais diversos atores presentes na cena política de 
um país;
6. O desenvolvimento, a reprodução e a transformação de marcos institucionais 
e econômicos, que permeiam, sustentam, a política e a interligam ativamente 
ao sistema de proteção social;
7. A formação de referenciais éticos e valorativos da vida social – a afirmação 
e a difusão de valores éticos, de justiça e igualdade, de referências sobre 
a natureza humana fundada em evidências cientificamente legitimadas, 
de ideais de organização política e social, de elementos culturais e 
comportamentais.
TÓPICO 2 | POLÍTICA DE SAÚDE: UMA 
27
Todos esses elementos são centrais na construção da política de saúde 
e estão presentes no cotidiano da ação dos sistemas de proteção social sobre a 
realidade. 
Com estes elementos, tem-se o norte para a elaboração e manutenção 
de ações que possam chegar até a população; mas observe, caro acadêmico, é 
necessária a participação de todos neste processo para serem alcançados os 
objetivos propostos.
Com isso, a definição dos objetivos acarreta a base da construção de 
políticas de saúde, que a partir de sua definição as estratégias, os recursos serão 
melhor delineados para sua posterior aplicabilidade.
Assim, ao realizarmos a elaboração de uma política, aqui neste caso, de 
saúde, juntamente com os objetivos necessitamos verificar que tipo de valores 
estarão dando suporte a essa política, pois com este movimento encontramos dois 
pontos que influenciarão esta elaboração, que de acordo com Giovanella (2012, p. 
39), assim se apresentam:
O primeiro consiste na visibilidade política que essa forma de se 
apresentar comporta, permitindo que chefes de governo divulguem 
com mais facilidade suas realizações, indo ao encontro dos anseios da 
população. O segundo deve-se a que o conceito permite que se tenha 
uma visão totalizante da política, possibilitando avaliar seus rumos.
Cabe salientar em se tratando de objetivos, a construção de estratégias, 
planos e técnicas, auxiliam também no desenvolvimento de mecanismos que 
reiteram a aplicabilidade de ações nos mais variados setores da população, 
oferecendo a estes, condições dignas e adequadas de políticas de saúde em suas 
especificidades. 
Ressalta-se aqui, que, se os objetivos propostos não são alcançados, tanto 
estratégias como planos acarretarão o aumento das desigualdades e não sua 
redução; quanto à melhoria das condições de vida não serão atingidas.
Mas, fica a pergunta: então, não teremos política de saúde, se ela não 
chegar a atender o proposto em seus planos? De acordo com Giovanella (2012, 
p. 39-40),
Ao negar a existência de políticas concretas porque não estão 
atendendo as finalidades que consideramos ser aquelas da política 
de saúde, estaríamos perdendo a possibilidade de compreender a 
realidade e, por conseguinte, interferir em seu curso.
Portanto, o conhecimento das realidades setoriais concretas, e não 
apenas o projeto de uma situação ideal, é um aspecto essencial para 
compreender como as políticas de saúde interagem com a realidade, 
que efeitos causam, e como essas realidades afetam a elaboração da 
política.
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
28
Percebemos através da citação da autora acima apresentada que para 
existir uma política de saúde eficaz, faz-se necessária a instrumentalização, a 
busca por estratégias técnicas que auxiliarão no cumprimento de determinado 
objetivo ou meta, seja ela em qualquer campo de atuação. Como exemplo 
podemos apresentar a vacinação das crianças relativa a diversas doenças como 
poliomielite, sarampo, entre outros.
Salientamos ainda que as políticas de saúde necessitam, além de objetivos 
e técnicas, o aspecto instrumental, que busca visualizar as ações a serem 
desenvolvidas, os resultados a serem alcançados, quem realizará a execução 
do projeto ou programa, os recursos a serem utilizados nesta ação, qual é a 
origem destes recursos, a forma de avaliar o programa desenvolvido. Tudo isso é 
necessário para o desenvolvimento de um plano estratégico.
O plano estratégico para ser desenvolvido necessita de trêselementos 
essenciais em sua formulação de acordo com Caldas (2008, p. 1):
 Formação da Agenda (Seleção das Priori dades)
 Formulação de Políticas (Apresentação de Soluções ou Alternativas)
 Processo de Tomada de Decisão (Escolha das Ações)
 Implementação (ou Execução das Ações)
Avaliação
Seguindo esta linha de pensamento, é determinado que as políticas 
públicas possuam uma dinâmica, a qual para sua eficácia necessita de organização 
para a obtenção de sucesso em seus objetivos, os quais devem servir de prioridade 
para a sociedade, conseguindo efeitos nas diversas relações sociais, além de 
promoção de igualdade, e manutenção da dinâmica econômica para o bem-estar 
da população.
Com isso, temos que ter bem claro, que a realização das políticas públicas 
não é um caminho fácil de ser trilhado, pois sabemos que muitas vezes não existe 
consenso sobre os diversos problemas de política de saúde, pois existem diversos 
grupos sociais que divergem de opinião e possuem percepções distintas sobre 
as ações de como devem ser realizadas, pois, de acordo com Giovanella (2012, p. 
45), “[...] não é fácil produzir uma política qualquer, sem que antes se obtenha a 
assimilação mínima dos múltiplos interesses envolvidos”.
Com isso, observamos que são estabelecidas relações de poder, para o 
posterior estabelecimento de políticas de saúde eficazes e que acabe definindo 
TÓPICO 2 | POLÍTICA DE SAÚDE: UMA 
29
os programas, ações, estratégias que culminem com a prática e eficácia dos 
programas junto à agenda pública de saúde, pois conforme Paim e Teixeira (2006, 
p. 74),
Entende-se como política de saúde a resposta social de uma organização 
(como o Estado) diante das condições de saúde dos indivíduos e das 
populações e seus determinantes, bem como em relação à produção, 
distribuição, gestão e regulação de bens e serviços que afetam a saúde 
humana e o ambiente. 
 
Frente ao citado, as políticas de saúde são desenvolvidas a partir das 
necessidades, que possuem um círculo de poder, muitas vezes oculto, que está 
determinado em círculos de relação de poder, que originam todas as etapas 
elencadas por Caldas já citada anteriormente. “Essas relações se expressam em 
espaços específicos, chamados “arenas”, por meio de regras determinadas e 
processos previamente estabelecidos” (GIOVANELLA, 2012, p. 45).
Nestas arenas, alguns atores podem participar, mas em outras arenas 
(espaços) não, dando assim uma compreensão de que as políticas públicas de 
saúde possuem suas instâncias colegiadas de decisão. 
Nesta estrutura de construção de políticas públicas de saúde, deparamo-
nos com diversos espaços, colegiados, os quais determinam sua hierarquização 
dentro do processo decisório destas políticas, nas quais são necessárias 
negociações e pactuação intergovernamental, com formação de vontade política e 
a participação e controle social, que fica a cargo 50% pelo governo de contrapartida 
e 50% da sociedade civil.
Este movimento ocorre com a participação das esferas federal, estadual 
e municipal, tendo cada um a reponsabilidade de constituir seus conselhos e 
realizar conferências de saúde para a fomentação de planos para a manutenção e/
ou obtenção da saúde pública.
Cabe salientar que se buscarmos um olhar mais apurado para as políticas 
de saúde, encontraremos sempre impregnados nestas políticas as relações de 
poder, as quais para Silva (2012, p. 2) são: “[...] o poder (em suas mais variadas 
manifestações) pode ser exercido mediante o uso da coação e/ou da persuasão. 
Em matéria de política, ambas as opções são tidas como válidas tudo depende de 
quem exerce o poder e de como opta por exercê-lo”. 
Em se tratando de políticas de saúde, compreendemos que elas a partir da 
sua formulação e posterior aplicação, devemos ter em conta que esta formulação 
levará a uma interação com “macroprocessos sociais, que irão delimitar o campo 
de expansão dessa política, normalmente reforçando-a ou restringindo-a” 
(GIOVANELLA, 2012, p. 48).
Com isso, cabe salientar que as políticas de saúde, a partir de uma 
padronização, estarão construindo um padrão de sociedade que é desejado ao 
UNIDADE 1 | RETROSPECTIVA 
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poder público. Por isso, a necessidade da participação ativa da sociedade civil 
organizada na formulação e observação das políticas de saúde que são ou não 
desenvolvidas em seu município.
Fica claro aqui, caro acadêmico, que as políticas públicas de saúde são 
formuladas pela esfera federal, mas, é importante salientar que sua construção 
e aplicabilidade fica, na atualidade de fácil visualização e conhecimento, através 
das plataformas de transparência do governo federal e que, nós, cidadãos, temos 
a possibilidade de ver, analisar, e posteriormente cobrar de nossos governantes a 
sua aplicabilidade em nosso estado ou município.
Nossa participação é essencial nestas políticas públicas.
Tendo compreendido esta estrutura e sua logística relativas às políticas 
públicas e sua construção, vamos nos ater à participação dos estados da federação 
e dos municípios na aplicabilidade dos programas que posteriormente estaremos 
apresentando, para o bem-estar da população.
3 AS PARTICIPAÇÕES DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS NAS 
POLÍTICAS DE SAÚDE
Conforme vimos anteriormente a construção das políticas públicas de 
saúde são realizadas a partir de atores que formam os segmentos da elaboração 
das agendas (saúde).
O governo federal possui sua parcela de responsabilidade na elaboração 
dos planos e programas de saúde, verificando que ações são necessárias para 
atingir o público alvo de problemas relativos à saúde pública. 
De acordo com a Constituição Federal (1988), é dever do estado manter a 
saúde e bem-estar social da população, mas somente ele não consegue chegar até 
esta população, faz-se necessária a participação dos estados e municípios para a 
aplicação destes programas de saúde.
Desta maneira, os estados e municípios precisam inscrever-se nos 
programas do governo federal e desenvolver ações para atingir a população. 
Temos como exemplo os programas de vacinação, que atingem todas as regiões 
do Brasil.
Observamos que este engajamento dos estados e municípios são 
primordiais. Com isso, tanto estados como municípios, também necessitam da 
participação de outros segmentos da sociedade civil para que possam atingir seus 
objetivos, como no exemplo anterior, a vacinação em massa.
A sociedade civil organizada participa nestas ações como uma das 
ferramentas mais importantes, em todo o processo, pois com ela os objetivos são 
TÓPICO 2 | POLÍTICA DE SAÚDE: UMA 
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alcançados e assim se conquista uma saúde de qualidade.
A participação é essencial e dinamiza todas as pessoas, através de 
propaganda, dos panfletos entregues em vários segmentos da sociedade como 
escolas, supermercados, lojas, entre outros. A ação dos profissionais da saúde, 
como os agentes de saúde, precisa ser valorizada quando batem a nossa porta, ou 
quando nos recebem nos postos de saúde.
Com isso, verificamos que os governantes e secretários de saúde de 
nossos estados e municípios necessitam estar antenados aos programas que são 
oferecidos pelo governo federal e dinamizá-los junto à população.
Falamos muito da complexa engrenagem que é a construção das políticas 
de saúde, agora vamos afunilar um pouco mais este diálogo, trazendo para nosso 
estado e município o desenvolvimento destes programas de saúde pública.
Hierarquicamente, as políticas de saúde possuem a seguinte formação e 
missão:
FIGURA 5 – A HIERARQUIA E MISSÃO DOS GESTORES DA SAÚDE PÚBICA
FONTE: A autora
GOVERNO FEDERAL MINISTÉRIO DA SAÚDE
MISSÃO
"Promover a saúde da população mediante a integração e a
construção de parcerias com os órgãos federais, as unidades
da Federação, os municípios, a iniciativa privada e a
sociedade, contribuindo para a melhoria da qualidade de
vida e para o exercício da cidadania" (BRASIL, 2018).
SECRETARIA ESTADUAL 
DE SAÚDE
SECRETARIA 
MUNICIPAL DE SAÚDE
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Observamos que todas as esferas

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