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05T - As principais políticas públicas de saúde vigentes

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Projeto Pós-graduação 
Disciplina Políticas Públicas de Saúde 
Tema As principais políticas públicas de saúde vigentes 
Professor Tânia Maria Santos Pires 
 
Introdução 
Desde 2006, após a implementação do pacto pela saúde, houve a 
sistematização em todos os municípios participantes do pacto no sentido de 
ações para o cumprimento das políticas públicas de saúde eleitas como 
prioridade. 
Neste tema, vamos ver quais são as principais políticas de saúde vigentes 
e seus impactos nos indicadores de saúde, com destaque para as políticas 
públicas direcionadas à saúde da criança e da mulher. 
 (vídeo disponível no material on-line) 
Problematização 
Os paradoxos entre o paraíso e a realidade 
Santarém (PA), Vila de Alter do Chão, 2006. Severino e Jarana completam 
nove anos de casados. Há dez anos, Severino chegou ao Pará. Agora, ele já se 
considera paraense. Quando foi visitar sua família em São Paulo, todos disseram 
que ele já falava diferente, havia mudado o sotaque. 
Este ano, a família dele virá passar o Natal e conhecer o paraíso onde ele 
mora e do qual tanto fala. Sua família conheceu Jarana sua esposa e sua filha 
Antônia, agora com 7 anos, uma criança linda, que mostra a mistura brasileira. 
Se você também quer conhecer um pouco do local onde o dr. Severino mora, 
assista ao vídeo a seguir: 
https://www.youtube.com/watch?v=yKD9xMEYUNg 
Quando chegou àquela localidade, Severino ficou extasiado com a 
natureza, o rio Tapajós, azul e imenso (20 km de uma margem à outra), a floresta 
e, principalmente, a cordialidade e a simplicidade das pessoas, além de uma 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
grande riqueza cultural. No entanto, também notou a ausência marcante do 
poder público nas ações fundamentais. A natural boa índole do povo, associada 
à sua forma de viver por tantos anos com tão pouca resposta do poder público, 
leva-os a não esperar que algo diferente aconteça, mas as coisas não deviam 
continuar dessa forma. 
Essa análise leva o casal, que é muito querido e respeitado na 
comunidade, a mobilizar a população para que se organize e reivindique 
mudanças. Há dez anos, eles pediram que houvesse um fluxo organizado para 
a assistência ao parto e pouco se fez. É verdade que sua esposa é uma 
enfermeira obstetra experiente e ele também tem muita experiência com partos, 
mas eles não dispõem de local com uma estrutura de suporte em casos de 
complicação. 
Um caso em especial serviu como exemplo: eles estavam acompanhando 
uma gestante adolescente chamada Nazaré da Conceição, 17 anos, primeira 
gravidez. Até a metade da gestação, tudo estava correndo bem, mas, a partir de 
24 semanas de gestação, a paciente começou a apresentar elevação da pressão 
arterial. Ela deveria vincular-se a um pré-natal de risco, pois casos como esse 
têm elevado risco para eclampsia e devem ser acompanhados por especialista. 
Portanto essa gestante deveria fazer o parto em um hospital com estrutura de 
UTI neonatal, até mesmo porque poderia ser necessária uma antecipação do 
parto, situação em que seu bebê necessitará de cuidados especiais. 
Eles medicaram a gestante e orientaram a família a buscar apoio na 
cidade de Santarém. Nazaré pediu ajuda a uma tia para ficar na casa dela e 
continuar seu pré-natal, porém, com 34 semanas de gestação, ela entrou em 
trabalho de parto antecipado e sua família teve que percorrer as maternidades 
em busca de atendimento. Depois de quase uma hora de táxi, encontraram uma 
maternidade que a aceitou, mas o bebê nasceu com pouca vitalidade e faleceu. 
Quando Nazaré voltou para sua cidade, estava muito triste, e o casal 
Severino e Jarana também. São nesses momentos que os profissionais de 
saúde se sentem frustrados e impotentes. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Severino viu sua família, principalmente sua tia Antônia, lutar até o fim da 
vida por melhorias na saúde pública e, ainda agora, em 2006, ele vê uma morte 
acontecer por causas que poderiam ser evitadas, e tudo se resume à 
organização de gestão e recursos. 
Será que o novo pacto da saúde vai mudar alguma coisa? 
Não responda agora. Vamos ao conteúdo teórico do nosso tema e, ao 
final, retomaremos a nossa história e apresentaremos as possibilidades de 
solução para o problema. 
(vídeo disponível no material on-line) 
Pacto pela Saúde 
O grande objetivo do pacto pela saúde era a organização da gestão e a 
delimitação das responsabilidades financeiras dos níveis de gestão, porém de 
nada adiantaria essa estruturação sem metas sanitárias definidas. Nesse 
sentido, o pilar pacto pela vida trouxe o redirecionamento de ações, no intuito de 
cumprir metas nacionais e internacionais quanto à diminuição dos indicadores 
de saúde fundamentais, como a mortalidade materno-infantil. 
Um importante referencial reporta-se às metas do milênio. Em 2000, 
líderes da ONU reuniram-se para resumir em um documento os resultados das 
principais conferencias realizadas na década de 1990 – entre elas, a ECO 92, 
que aconteceu no Rio de Janeiro. Essas metas refletiam os principais problemas 
a serem enfrentados pela população mundial, sobretudo os países mais pobres. 
Oito objetivos gerais foram estabelecidos para serem cumpridos até 
setembro de 2015: 
 Erradicar a extrema pobreza e a fome; 
 Atingir o ensino básico universal; 
 Promover a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres; 
 Reduzir a mortalidade infantil; 
 Melhorar a saúde materna; 
 
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4 
 Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças; 
 Garantir a sustentabilidade ambiental; 
 Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento. 
A saúde da criança – redução da mortalidade infantil 
O compromisso do Brasil com a ONU, relacionado à mortalidade infantil 
foi de reduzir em 2/3 o índice de 1990, nos quinze anos que se seguiriam a partir 
do ano 2000. Por esse motivo, as políticas públicas direcionadas à mulher e à 
criança ganharam destaque no Pacto pela Saúde de 2006. 
Segundo o Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM, 2013, o 
Brasil já havia alcançado a meta de redução da mortalidade na infância, na faixa 
etária até 5 anos de idade. 
 
 
 
 
 
O Brasil também atingiu a meta estabelecida em relação às mortes de 
crianças com menos de 1 ano de idade, passando de 47,1 para 15,3 óbitos por 
mil nascidos vivos, superando a meta de 15,7 óbitos que havia sido estimada 
para 2015. 
O relatório final mostra a redução de 73% da mortalidade de crianças a 
até 5 anos de idade, nos últimos vinte e cinco anos. 
Na análise da OMS, essa meta foi atingida devido a um conjunto de 
fatores que combinam ações de assistência social com transferência de renda 
aos menos favorecidos, como o programa Bolsa Família e as ações de saúde 
focadas na atenção primária. 
Atenção! Vale lembrar que apenas na APS consegue-se alcançar os 3 pilares 
da atenção à saúde, que são a promoção, a proteção e a recuperação da saúde. 
O principal indicador da meta é a taxa de mortalidade entre crianças 
menores de 5 anos, cuja taxa passou de 53,7, em 1990, para 17,7 óbitos 
por mil nascidos vivos em 2011, o que demonstrava a tendência de queda 
até 2015, como de fato ocorreu, superando a meta estabelecida. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
Olhando especificamente para a assistência integral à criança, a linha 
evolutiva de cuidados inicia-se em 1984, com a publicação do Programa de 
Atenção Integral à Saúde da Criança (PAISC). Antes disso, na década de 1970, 
algumas ações pontuais foram demandadas, porém não cumpridas, como o 
alojamento conjunto nas maternidades. 
As metas do PAISC eram o acompanhamento do crescimento e o 
desenvolvimento, o incentivo à amamentação, a imunização, o controle e a 
assistência a doenças diarreicas e respiratórias.Apesar das metas serem muito semelhantes às atuais, entende-se que 
elas jamais poderiam ser atingidas, pelo fato de o país não dispor, naquele 
momento, de um sistema de saúde e de políticas públicas favoráveis. 
No quadro a seguir, estão listadas as principais ações que foram 
implementadas ao longo do tempo em favor da saúde da criança. Acima da linha 
do tempo, estão as ações e os programas diretamente ligados à criança e, 
abaixo, as ações e as políticas de saúde que criaram um contexto favorável para 
que os programas ligados à criança obtivessem sucesso. 
 
 
 
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6 
Conforme mostram os índices, o grande diferencial de sucesso foi a 
mudança do Sistema de Saúde, que se estendeu a todos os brasileiros, 
favorecendo as camadas mais pobres da população. 
O sistema de vigilância à saúde, por meio dos agentes comunitários de 
saúde, promove a busca ativa de gestantes de risco social e seus recém-
nascidos, estimulando o acompanhamento da criança até 5 anos de idade, mas 
a implementação do pacto pela saúde, no pilar pacto pela vida, formalizou as 
metas relacionadas à criança a partir de 2006. Elas visam a promoção, proteção 
e recuperação da saúde da criança, com ênfase até os 5 anos de idade. 
As ações de saúde geram números que permitem o monitoramento e a 
avaliação das ações de saúde, a começar pelos indicadores de saúde. 
Importante! Vale a pena nos lembrarmos do conceito de indicador de saúde. 
Trata-se da representação numérica a partir da preferência que damos a 
determinados eventos, considerando nossas referências e nossos critérios. 
Permite-nos produzir informações e elaborar um conhecimento sobre 
determinada situação, com o propósito de tomar decisões e agir para transformar 
a realidade compreendida no espaço indicado. Nesse sentido, o indicador 
mortalidade infantil é muito importante e revelador, não apenas da estrutura de 
saúde local, mas também da estrutura social disponível. Além de tudo, o impacto 
causado pela morte de uma criança é devastador no âmbito emocional, social e 
econômico. 
Além do monitoramento e da investigação dos óbitos infantis, monitora-
se, também, o número de recém-nascidos de baixo peso, vacinação e a taxa de 
internações de crianças abaixo de 5 anos de idade por doença diarreia e 
doenças respiratórias. 
No vídeo a seguir, a professora vai tratar dos principais problemas do 
planeta e falar sobre as metas do milênio. Não deixe de assistir! 
(vídeo disponível no material on-line) 
 
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7 
Pactuação saúde da mulher 
A política nacional de assistência integral à saúde da mulher está centrada 
na APS, inclui assistência pré-natal, controle do câncer de mama e de colo 
uterino, planejamento familiar, com acesso inclusive aos métodos de 
esterilização definitiva, se essa for a decisão do casal, dentro de uma escolha 
livre e informada de todos os métodos disponíveis. 
Os referenciais de monitoramento são óbitos de mulheres em idade fértil, 
óbitos em mulheres com no mínimo 4 consultas de pré-natal, comparando com 
o número de óbitos de mulheres que tiveram no mínimo 7 consultas de pré-natal, 
além da taxa de coleta de exames cito-patológico cérvico-vaginais, conhecido 
como “preventivo”. 
Tal qual o indicador de mortalidade infantil, o indicador mortalidade 
materna guarda íntima relação com o desenvolvimento econômico e social de 
um país. Analisando-se os indicadores de países desenvolvidos como Estados 
Unidos e Canadá, em 2000, suas taxas eram de 9 mortes maternas a cada 100 
mil nascidos vivos. Nos países de extrema pobreza como o Haiti e a Bolívia, no 
mesmo ano, estimava-se 200 mortes a cada 100 mil e, no Brasil, a estimativa 
era de 75. 
Importante! Ressalta-se que essa estimativa estava baseada nas informações 
das declarações de óbitos, porém sabe-se que nem todos os óbitos maternos 
eram corretamente notificados, principalmente nos locais sem acesso a 
cartórios, nas localidades distantes e sem acesso a qualquer assistência. 
 A meta da ONU para o Brasil não foi atendida nesse quesito, pois, em 
2015, o Brasil apresentava índice de 65 mortes de mulheres a cada 100 mil 
nascidos vivos, quando a meta estabelecida era de 35. 
Na análise dos especialistas e do próprio Ministério da Saúde, apesar do 
incremento da assistência pré-natal na APS e do parto hospitalar, ainda falta a 
qualidade necessária para ambas as ações, além da organização do fluxo de 
acesso às maternidades, com a vinculação da gestante de acordo com a 
classificação de sua gestação – se de alto risco ou de baixo risco. 
 
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8 
Coerente com esses números, estão as maiores causas de morte 
materna, que são: hemorragia, hipertensão, infecção e aborto. A internação pós-
aborto foi a sexta maior causa geral de internação no país em 2005, 
demostrando a larga prática clandestina e desqualificada desse ato. 
O Brasil é um dos campeões de cesarianas do mundo, o que aumenta 
muito o risco de hemorragias e complicações cirúrgicas de modo geral, que, por 
sua vez, aumentam a mortalidade materna. 
Os estudos que analisam o momento do parto demostram que as boas 
práticas de humanização e de suporte à gestante incluem, também, a atenção 
prestada por doulas (mulheres que dão suporte físico e emocional a outras 
mulheres durante e após o parto), além da assistência de enfermeiros e médicos 
obstetras. 
O acesso ao pré-natal de qualidade inclui o estabelecimento de fluxos de 
assistência ao pré-natal de risco e de parto de alto risco, com estrutura adequada 
de UTI neonatal, além da garantia de disponibilidade de todos os métodos 
anticoncepcionais, inclusive os cirúrgicos, são fundamentais para a redução da 
mortalidade materna no país. 
No próximo vídeo, a professora vai falar sobre a redução da mortalidade 
infantil. Não perca! 
(vídeo disponível no material on-line) 
A violência contra a mulher e a criança 
Uma das causas indiretas de mortalidade materna e infantil aloja-se no 
interior dos lares. Trata-se da violência intrafamiliar que atinge mulheres e 
crianças, impactando direta e indiretamente na mortalidade e morbidade e, por 
consequência, na qualidade de vida das pessoas atingidas. É situação crônica 
vivida por muitas famílias. 
A violência envolve muitos fatores, entre eles o fato de uma gravidez não 
ter sido planejada entre pais adolescentes com pouca formação escolar e que 
se sentem obrigados a cuidar de uma criança. Os estudos demonstram que 
 
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crianças criadas por pais adolescentes com baixo nível socioeconômico sofrem 
mais riscos de violência. Essas situações são agravadas por dependências de 
álcool e drogas. 
 
 
 
 
Apesar da maior exposição das famílias pobres à violência, essa não é 
exclusividade da pobreza. Estudos do gênero mostram que a violência contra 
mulheres e crianças faz parte do histórico de diversas sociedades e culturas, 
onde o homem tem domínio total e suas decisões são soberanas no contexto 
familiar. Essa situação persiste mesmo depois que as mulheres assumiram um 
papel mais proeminente na sociedade. 
Nos últimos anos, o tema da violência intrafamiliar passou a ser tratada 
como crime. Ações governamentais como a criação da delegacia da mulher e, 
posteriormente, a Lei Maria da Penha foram passos importantes para a 
abordagem do problema, trazendo uma oportunidade de defesa para as famílias 
atingidas. 
Na prevenção da violência, encaixam-se: 
 ações de planejamento familiar; 
 educação em saúde, com foco na escolha livre e informada sobre os 
métodos anticoncepcionais disponíveis; 
 estratégias para manutenção da criança e dos adolescentes na escola 
pelo maior tempo possível; 
 investimento em projetos de vida que incluam uma profissão, dentro de 
uma visão mais prática da escolae do currículo escolar; 
 investimento na abordagem do gênero e em uma política de paz, 
continuamente dentro e fora da família. 
 
Segundo a OMS, a violência tem várias manifestações ou tipos, sendo eles: 
maus tratos físicos e emocionais, ofensa sexual, exploração sexual e, no 
caso especifico das crianças, o descuido e a negligência. 
 
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Famílias vivendo em paz, planejando o número de filhos e quando tê-los, 
certamente impacta na qualidade de vida, na morbidade e na mortalidade de 
mulheres e crianças. 
Assista ao próximo vídeo para saber mais sobre os cuidados com a 
mulher. 
(vídeo disponível no material on-line) 
Revendo a problematização 
Você se lembra do caso do dr. Severino e da enfermeira Jarana? Um dos 
problemas que mais preocupam o casal e os outros profissionais de saúde da 
região é a falta de fluxos de atendimento a gestantes. Em que aspectos o pacto 
pela saúde poderia impactar a realidade em que vivem? 
a. O pacto pela saúde analisou a realidade dos pequenos municípios e 
orientou a pactuação dos estados no sentido de organizar os fluxos 
regionais, dando suporte a casos como esse. 
b. A atenção à mulher e à criança estão na pactuação internacional das 
metas do milênio. Privilegiá-los no pacto nacional de saúde significa 
cumprir essas metas, que qualificam o Brasil no âmbito internacional. 
c. O pacto pela saúde, na dimensão pacto pela vida, priorizou as ações de 
assistência à mulher e à criança, com o objetivo principal de reduzir a 
mortalidade materno-infantil. Os municípios assinaram esse pacto junto 
com os estados e têm suas ações monitoradas pelos indicadores de 
saúde. 
Síntese 
A implementação das ações pactuadas no pacto pela saúde, sobretudo 
quanto ao atendimento à mulher e à criança, de fato reduziu a mortalidade 
infantil. As metas do milênio propostas pela OMS foram um fator estimulador 
dessas mudanças, pois somaram-se às análises internas que revelavam elevada 
mortalidade na década de 1990 tanto de mulheres quanto de crianças. 
 
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Vimos que o indicador de mortalidade infantil teve uma resposta muito 
favorável, cumprindo a meta estabelecida pela OMS; porém o indicador 
mortalidade materna, apesar de estar em queda, não atingiu a meta esperada. 
Um conjunto de fatores proporcionou a queda do indicador mortalidade 
infantil, com destaque para a mudança no modelo de atenção primária 
implementado no país desde 1994: a Estratégia Saúde da Família. A ESF 
trabalha com o modelo de vigilância à saúde, monitorando todas as crianças 
menores de 5 anos de idade em seu território. 
Outro fator muito importante foi a vinculação dos programas sócias aos 
programas de saúde, como o Bolsa Família, programa do leite, programa Brasil 
carinhoso. Para manter-se nesses programas, as famílias precisam acompanhar 
o desenvolvimento pondero-estatural de seus filhos menores de 5 anos e 
estarem com as vacinas em dia, além de manterem a amamentação até os 6 
meses de idade, salvo os casos de complementação por indicação médica. 
Assista ao último vídeo e lembre-se de que a questão da violência familiar 
também está sendo combatida em vários setores da sociedade, sendo ainda 
uma preocupação importante para a saúde, com difícil abordagem dentro do 
setor. 
(vídeo disponível no material on-line) 
 
 
 
 
 
 
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12 
Referências 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Política nacional de atenção básica. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2006. 
_____. Ministério da Saúde, portaria n. 399, de 22 de fevereiro de 2006. Divulga 
o pacto pela saúde 2006 – consolidação do SUS e aprova diretrizes operacionais 
do referido pacto. Diário Oficial da União. 2006. 
_____. Ministério da Saúde. Portaria n. 648, 28 de março de 2006. Aprova a 
Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e 
normas para a organização da Atenção Básica, para Programa Saúde da Família 
(PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Diário Oficial da 
União. 2006; Seção 1:21 
BBC BRASIL. Mortalidade materna no Brasil e as metas da ONU. Disponível 
em: 
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150306_mortalidade_materna
_jc_ru. Acesso em: 15 mai. 2016. 
OMS – PNDU Brasil. Os objetivos do desenvolvimento do milênio – PNUD 
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Disponível em: 
http://www.pnud.org.br/odm.aspx. Acesso em: 15 mai. 2016. 
ONU. Compêndio para a sustentabilidade. As metas do milênio da ONU. 
Disponível em: http://www.institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/19. 
Acesso em: 15 mai. 2016. 
SAMPAIO; MENDONÇA & NULVIO. Atenção Primária à Saúde no Brasil. In: 
GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. 1. 
Edição. Porto Alegre: Artmed, 2012. 
 
 
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13 
Atividades 
 As metas do milênio, estabelecidas pela ONU para o Brasil e outros 
países, influenciaram as metas estabelecidas pelo pacto da saúde de 
2006. A respeito do tema, assinale a alternativa correta. 
a. Na análise internacional, o desenvolvimento econômico do Brasil não é 
compatível com o desenvolvimento social e de saúde representado pelos 
indicadores de mortalidade materno-infantil. 
b. A meta de desenvolvimento de igualdade de gêneros foi superada, 
considerando que as mulheres têm direitos iguais e as mesmas 
oportunidades no mercado de trabalho. 
c. A extrema pobreza e a fome estão concentradas nas áreas de seca e com 
desastres naturais. Não há relação direta com políticas públicas de saúde. 
d. O combate ao HIV/AIDS qualifica o Brasil entre os países mais bem-
sucedidos nesse quesito; por isso o número de novos casos é muito 
pequeno. 
 
 O indicador de mortalidade infantil é um fator de qualificação para o 
desenvolvimento econômico e social. Assinale a alternativa que melhor 
demonstra o sucesso do Brasil nesse quesito. 
a. O Brasil aumentou o número de pediatras na última década, qualificando 
e ampliando a assistência à criança. 
b. O Brasil aumentou o número de leitos hospitalares destinados às 
crianças, o que melhorou o acesso à internação e a diminuição da 
mortalidade infantil. 
c. O aumento da APS e os programas de transferência de renda aos mais 
pobres foram determinantes para impactar a mortalidade infantil. 
 
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14 
d. A meta imposta pela ONU requeria que o Brasil diminuísse a mortalidade 
infantil em 50%, entre os anos 2000 e 2015. 
 
 As ações de promoção, proteção e recuperação à saúde acontecem de 
forma completa na APS. Assinale a alternativa que contempla as 3 ações. 
a. Atendimento e cuidado às doenças prevalentes da infância, vacinação, 
puericultura. 
b. Vacinação, programa Brasil carinhoso, internação por doenças 
respiratórias. 
c. Tratamento da desnutrição, vacinação, programa do leite. 
d. Exame do pezinho, bancos de leite humano e vacinação. 
 
 Quanto à política nacional de atenção à mulher e às metas do milênio 
nesse mesmo tema, assinale a alternativa correta. 
a. Apesar da ampliação do acesso ao pré-natal e do parto hospitalar, a 
mortalidade materna ainda não atingiu as metas propostas pela ONU. 
b. A detecção precoce dos cânceres de colo de útero e de mama não estão 
incluídas na pactuação de APS por se tratar de manejo terciário em 
hospitais especializados. 
c. O amplo acesso aos métodos anticoncepcionais com livre escolha de 
todos os métodos, sem descontinuidade da oferta de medicações, 
incluindo os cirúrgicos, já acontece em todo o país. 
d. Um pré-natal de qualidade deve ter, no mínimo, 4 consultas realizadas 
por médico ou enfermeiro. 
 
 
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 A situação daviolência intrafamiliar é considerada grave e de difícil 
manejo devido aos limites da privacidade pessoal. Assinale a alternativa 
correta sobre o assunto. 
a. A mulher vítima de violência acessa o serviço de saúde apenas quando a 
violência gera traumas osteomusculares. 
b. Na prevenção das situações de violência, encaixa-se o planejamento 
familiar. 
c. A Lei Maria da Penha, junto com criação da delegacia da mulher, são 
suficientes para a eliminação da violência contra a mulher. 
d. Mulheres com bom nível de escolaridade e profissão definida não são 
vítimas de violência, ao contrário do que acontece com as mulheres 
pobres. 
 
 
Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line.

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