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APG 17 - Sentindo na pele

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1 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
Objetivos 
1- Estudar a morfologia do pâncreas; 
2- Compreender a síntese e os efeitos dos 
hormônios pancreáticos (insulina e glucagon) 
 *controle glicêmico 
 
Anatomia do Pâncreas 
↠ O pâncreas é um órgão achatado que mede cerca de 
12,5 a 15 cm de comprimento. Localiza-se na curvatura do 
duodeno, a primeira parte do intestino delgado 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O pâncreas é composto por uma cabeça, localizada 
na curvatura do duodeno, um corpo e uma cauda, que 
se estende até o baço (SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ Localizado no abdome, parcialmente atrás do 
estômago, o pâncreas, mole, triangular, é uma glândula 
mista composta de células glandulares endócrinas e 
exócrinas (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Aproximadamente 99% das células exócrinas do 
pâncreas estão distribuídas em grupos chamados ácinos. 
Os ácinos produzem enzimas que fluem para o sistema 
digestório por uma rede de ductos. Espalhados entre os 
ácinos exócrinos existem 1 a 2 milhões de minúsculos 
grupos de tecido endócrino, chamados de ilhotas 
pancreáticas ou ilhotas de Langerhans. Capilares 
abundantes irrigam tanto a parte endócrina quanto a 
exócrina do pâncreas (TORTORA, 14ª ed.). 
As células acinares, que formam grande parte da glândula, produzem 
um suco rico em enzimas que é conduzido por ductos até o intestino 
delgado durante a digestão dos alimentos (MARIEB, 3ª ed.). 
Histologia do pâncreas endócrino 
ILHOTAS DE LANGERHANS 
↠ As ilhotas de Langerhans são micro-órgãos endócrinos 
localizados no pâncreas, onde são vistos ao microscópio 
como grupos arredondados de células de coloração 
menos intensa, incrustados no tecido pancreático 
exócrino (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
A maioria das ilhotas mede 100 a 200 µm de diâmetro e contém 
centenas de células, embora haja também agrupamentos menores de 
células endócrinas entremeadas entre as células exócrinas do pâncreas. 
Pode haver mais de 1 milhão de ilhotas no pâncreas humano, e há uma 
pequena tendência para ilhotas serem mais abundantes na região da 
cauda do pâncreas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
↠ As ilhotas são constituídas por células poligonais, 
dispostas em cordões, em volta dos quais existe uma 
abundante rede de capilares sanguíneos com células 
endoteliais fenestradas. Há uma fina camada de tecido 
conjuntivo que envolve a ilhota e a separa do tecido 
pancreático restante (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Langerhans descobriu as células endócrinas do 
pâncreas, que consistem em cerca de menos de 2% do 
total de massa contida no órgão em questão. As ilhotas 
de Langerhans contêm quatro tipos distintos de células, 
cada um associado à secreção de um ou mais hormônios 
peptídicos (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Cada ilhota pancreática apresenta quatro tipos de 
células secretoras de hormônio: (TORTORA, 14ª ed.). 
➢ As células alfa ou A constituem cerca de 17% 
das células das ilhotas pancreáticas e secretam 
glucagon. 
➢ As células beta ou B constituem cerca de 70% 
das células das ilhotas pancreáticas e secretam 
insulina. 
➢ As células delta ou D constituem cerca de 7% 
das ilhotas pancreáticas e secretam 
somatostatina. 
➢ As células F constituem o restante das células 
das ilhotas pancreáticas e secretam polipeptídio 
pancreático. Segundo Silverthorn também pode ser 
chamada de células PP. 
Somatostatina (SOM): A SOM, sintetizada pelas células D, é considerada 
um pan-inibidor, pois age inibindo a secreção de outros hormônios, 
como INS e GLUC no pâncreas, bem como hormônios 
APG 17: “SENTINDO NA PELE” 
2 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
gastrointestinais como gastrina, colecistoquinina, secretina, polipeptídeo 
pancreático, enteroglucagon e motilina. A SOM também inibe a 
secreção de ácido gástrico, a motilidade gástrica e duodenal, a 
secreção pancreática exócrina, a contração da vesícula biliar e a 
absorção de nutrientes. A secreção de SOM é incitada pela acidez no 
interior do estômago, de glicose, aminoácidos e gordura no intestino, 
além dos hormônios colecistoquinina e do GLUC pancreático (LOPES, 
2017) 
Polipeptídeo pancreático (PP): o PP é observado em células acinares 
e células das ilhotas pancreáticas (células PP). A secreção de PP é 
estimulada pelos hormônios colecistoquinina, gastrina e secretina, e 
também pelo nervo vago. Este atua na musculatura do tubo digestivo 
estimulando o esvaziamento gástrico. Os níveis de PP aumentam após 
a alimentação, a ingestão de proteínas, o jejum, o exercício e a 
hipoglicemia, sendo inibida pela SOM e glicose intravenosa. Este 
hormônio controla as secreções de ácido gástrico e enzimas, a 
motilidade do tubo digestivo e as secreções pancreáticas (LOPES, 
2017) 
↠ As quantidades relativas dos quatro tipos de células 
encontrados em ilhotas variam em diferentes espécies e 
de acordo com o local da ilhota no pâncreas (JUNQUEIRA, 
13ª ed.). 
As interações dos quatro hormônios pancreáticos são complexas e 
não completamente compreendidas. Sabemos que o glucagon eleva 
o nível sanguíneo de glicose e a insulina reduz. A somatostatina atua 
de maneira parácrina para inibir a liberação tanto de insulina quanto de 
glucagon das células beta e alfa vizinhas. Além disso, pode funcionar 
como hormônio circulante para retardar a absorção de nutrientes do 
sistema digestório. Ademais, a somatostatina inibe a secreção de GH. 
O polipeptídio pancreático inibe a secreção de somatostatina, a 
contração da vesícula biliar e a secreção de enzimas digestivas pelo 
pâncreas (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ Colorações rotineiras ou por corantes tricrômicos 
possibilitam a distinção das células que, em virtude de suas 
afinidades pelos corantes, são denominadas acidófilas ou 
basófilas. Por meio de imunocitoquímica e por hibridização 
in situ, distinguem-se pelo menos cinco tipos de células 
nas ilhotas: alfa, beta, delta, PP e épsilon (JUNQUEIRA, 13ª 
ed.). 
 
Insulina e glucagon 
INERVAÇÃO NEURONAL 
Terminações de fibras nervosas em células de ilhotas podem 
ser observadas por microscopia de luz ou eletrônica. Junções 
comunicantes existentes entre as células das ilhotas 
provavelmente servem para transferir, entre as células, sinais 
originados dos impulsos da inervação autonômica. Além disso, 
há influência mútua entre células por meio de substâncias 
solúveis que agem a curta distância (controle parácrino de 
secreção) (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Como toda glândula endócrina, as ilhotas estão intimamente 
associadas aos capilares nos quais seus hormônios são liberados. 
Os neurônios simpáticos e parassimpáticos terminam nas 
ilhotas, fornecendo um meio pelo qual o sistema nervoso pode 
influenciar o metabolismo (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
No SNC, o hipotálamo ventromedial (VMH) é uma região 
particularmente importante na detecção de hipoglicemia. Nessa 
região existem os neurônios excitados pela glicose (GE), que 
aumentam sua atividade quando a glicose sérica aumenta, e os 
neurônios inibidos pela glicose (GI), que aumentam sua atividade 
quando a glicose sérica cai. Num modelo integrativo de 
detecção de hipoglicemia, os níveis baixos de glicemia 
plasmática são detectados por células e neurônios sensíveis à 
insulina presentes no cérebro e tecidos periféricos. No VMH, 
neurônios GE e GI, bem como astrócitos, se comunicam e 
interagem com vias de sinalização eferentes que iniciam uma 
resposta contrarregulatória de estímulo à produção de 
glucagon, adrenalina, GH e cortisol, reduzindo a captação de 
glicose pelos tecidos periféricos e aumentando sua produção 
endógena. De uma perspectiva evolucionária, parece provável 
que este mecanismo tenha se desenvolvido para garantir um 
3 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
adequado aporte de combustível para o cérebro durante 
períodos prolongados de fome por causa da capacidade limitada 
do cérebro em estocar energia em depósitos como glicogênio 
e gordura (PAIVA, 2014).As ilhotas pancreáticas são invervadas pelos SNP e pelo SNS. 
As terminações nervosas dos SNP liberam neurotrasmissores, 
como aceticolina, e outros neuropeptidos, tais como: peptídeo 
vasoativo intestinal (VIP), peptídeo ativador da adenilato-ciclase 
pituitária (PACAP) e o peptídeo liberador de gastrina (GRP), os 
quais interagem com receptores específicos nas células a ou ß 
pancreáticas. O principal neurotramissor liberado pelas 
terminações do SNS é a noraepinefrina, além dela libera 
também neuropeptído Y (NPY) e galanina. As terminações do 
SNA intervam tanto as células a como as ß pancreáticas, 
controlando assim a secreção de glucagon e insulina, 
respectivamente. Enquanto o SNP potencializa a secreção de 
insulina, via nervo vago, através de receptores muscarínicos 
presentes na célula ß, o SNS, por meio de receptores a-
adrenérgicos, inibe a secreção de insulina. Além disso, tanto a 
acetilcolina como a noraepinefrina, também desempenham 
função importante no controle da secreção de glucagon, em 
resposta a hipoglicemia (LUBACZEUSKI, 2017). 
↠ A insulina e o glucagon atuam de forma antagonista 
para manter a concentração de glicose plasmática dentro 
de uma faixa aceitável. Ambos os hormônios estão 
presentes no sangue na maior parte do tempo. É a 
proporção entre os dois hormônios que determina qual 
hormônio predomina (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ No estado alimentado, quando o corpo está 
absorvendo os nutrientes, a insulina é o hormônio 
dominante, e o organismo entra em estado anabólico. A 
ingestão de glicose é utilizada como fonte de energia e 
todo e qualquer excesso será estocado como glicogênio 
e gordura no corpo. Os aminoácidos vão primeiro para a 
síntese proteica (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ No estado de jejum, as reações metabólicas previnem 
a queda da concentração da glicose plasmática 
(hipoglicemia). Quando o glucagon predomina, o fígado 
usa glicogênio e intermediários não glicídicos para 
sintetizar glicose para liberação no sangue 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
 
A Figura mostra as concentrações de glicose, glucagon e insulina antes 
e após uma refeição. Em uma pessoa com metabolismo considerado 
normal, a concentração de glicose no jejum é mantida em cerca de 
90 mg/dL de sangue, a secreção de insulina é mantida baixa e os 
níveis de glucagon estão relativamente elevados. Após a absorção dos 
nutrientes de uma refeição, a glicose plasmática aumenta. Esse 
aumento na glicose plasmática inibe a secreção de glucagon e estimula 
a liberação de insulina. A insulina, por sua vez, promove a maior entrada 
de glicose às células. Como resultado, a concentração de glicose 
começa a baixar até os níveis normais de jejum. Isso ocorre a cada 
refeição feita. A secreção de insulina é reduzida em conjunto com a 
concentração de glicose, e o glucagon lentamente começa a 
aumentar (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
4 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
INSULINA 
↠ A insulina é uma proteína pequena (51 aminoácidos) 
que consiste em duas cadeias de aminoácidos ligadas por 
pontes dissulfeto (- S-S-) (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A insulina é sintetizada nas células beta pelo modo 
usual como as proteínas são sintetizadas, começando 
com a tradução do mRNA da insulina por meio dos 
ribossomos ligados ao retículo endoplasmático para 
formar uma pré-proinsulina. Essa pré-proinsulina inicial 
apresenta peso molecular em torno de 11.500, sendo 
então clivada no retículo endoplasmático, para formar a 
proinsulina, com peso molecular de aproximadamente 
9.000, e consiste em três cadeias de peptídeos, A, B e C. 
A maior parte da proinsulina é novamente clivada no 
aparelho de Golgi, para formar insulina composta pelas 
cadeias A e B, conectadas por ligações dissulfeto e 
peptídeo cadeia C, denominado peptídeo conector 
(peptídeo C) (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ A insulina e o peptídeo C são revestidos nos grânulos 
secretores e secretados em quantidades equimolares. 
Aproximadamente 5% a 10% do produto final secretado 
se encontram ainda sob a forma de proinsulina (GUYTON, 
13ª e.d). 
 
Quando a insulina é secretada na corrente sanguínea, ela circula quase 
inteiramente em sua forma livre. Uma vez que a sua meia-vida 
plasmática é de, aproximadamente, apenas 6 minutos, assim ela é, na 
sua maior parte, eliminada da circulação dentro de 10 a 15 minutos. Com 
exceção da porção da insulina que se liga aos receptores nas células-
alvo, o restante é degradado pela enzima insulinase, em sua maior 
parte no fígado e em menor quantidade nos rins e músculos e, menos 
ainda, na maioria dos outros tecidos. Essa rápida remoção do plasma 
é importante, porque, às vezes, sua pronta desativação bem como 
sua ativação são fundamentais para o controle das funções da insulina 
(GUYTON, 13ª ed.). 
FATORES QUE ESTIMULAM A SECREÇÃO E INIBIÇÃO DA 
INSULINA 
↠ A glicose é um importante estímulo à secreção da 
insulina, porém outros fatores têm influência sobre o 
aumento, a amplificação ou mesmo a inibição da 
secreção (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
➢ Aumento da concentração de glicose plasmática: O 
estímulo principal para liberação da insulina é a 
concentração plasmática de glicose maior do que 100 
mg/dL. A glicose absorvida no intestino delgado chega às 
células beta do pâncreas, onde é captada pelo 
transportador GLUT2. Com mais glicose disponível como 
substrato, a produção de ATP aumenta, e os canais de K+ 
sensíveis ao ATP se fecham. Quando a célula se 
despolariza, os canais de Ca+2 dependentes de voltagem 
se abrem e mais Ca+2 entra, iniciando a exocitose da 
insulina 
 
➢ Aumento da concentração de aminoácidos: O aumento da 
concentração de aminoácidos no plasma após uma 
refeição também desencadeia a secreção de insulina. 
➢ Efeitos antecipatórios dos hormônios GI: Recentemente, 
tem sido demonstrado que mais de 50% de toda a 
secreção de insulina é estimulada por um hormônio 
chamado de peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1). O 
GLP-1 e o GIP (peptídeo inibidor gástrico) são hormônios 
pertencentes à família das incretinas e produzidos pelas 
células localizadas no intestino (jejuno e íleo) em resposta 
à ingestão de nutrientes. As incretinas vão pela circulação 
até as células beta-pancreáticas e podem alcançá-las antes 
mesmo que a primeira glicose seja absorvida. A liberação 
5 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
antecipatória da insulina em resposta a esses hormônios 
evita um aumento súbito na concentração de glicose 
plasmática quando os alimentos são absorvidos. Outros 
hormônios GI, como CCK e gastrina, amplificam a secreção 
de insulina. 
➢ Atividade parassimpática: A atividade parassimpática para o 
trato GI e para o pâncreas aumenta durante e após uma 
refeição. O estímulo parassimpático para as células beta 
estimula a secreção de insulina. 
➢ Atividade simpática: A secreção de insulina é inibida pelos 
neurônios simpáticos. Em momentos de estresse, os 
estímulos simpáticos dão início a uma cascata de 
regulações no pâncreas endócrino, fato que também é 
reforçado pela liberação de catecolaminas da medula da 
glândula suprarrenal. A adrenalina e a noradrenalina inibem 
a secreção de insulina e desviam o metabolismo para a 
gliconeogênese, a fim de fornecer combustível extra para 
o sistema nervoso e o músculo esquelético. 
Alguns hormônios também influenciam a secreção de insulina. Por 
exemplo, qualquer hormônio hiperglicêmico (como o glucagon, a 
adrenalina, o hormônio do crescimento, a tiroxina ou os 
glicocorticóides) que entra em ação quando os níveis sanguíneos de 
glicose diminuem, indiretamente estimula a liberação de insulina por 
promover a entrada de glicose na corrente sanguínea. A somatostatina 
diminui a liberação de insulina. Assim, os níveis sanguíneos de glicose 
representam um equilíbrio de influências humorais e hormonais. A 
insulina e a somatostatina (indiretamente) são os fatores hipoglicêmicos 
que contrabalançam os diversos hormônios hiperglicêmicos(MARIEB, 
3ª ed.). 
 
ATIVAÇÃO DOS RECEPTORES DAS CÉLULAS-ALVO PELA 
INSULINA E OS EFEITOS CELULARES RESULTANTES 
↠ Para começar a exercer seus efeitos nas células-alvo, 
a insulina, em primeiro lugar, liga-se e ativa um receptor 
proteico de membrana (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ O receptor de insulina é a combinação de quatro 
subunidades que se mantêm unidas por meio de ligações 
dissulfeto: duas subunidades alfa, que se situam 
inteiramente do lado externo da membrana celular e duas 
subunidades beta, que penetram através da membrana, 
projetando-se no citoplasma celular. A insulina se acopla 
às subunidades alfa do lado externo da célula, mas, devido 
às ligações com as subunidades beta, as porções das 
subunidades beta que se projetam para o interior da 
célula são autofosforiladas (GUYTON, 13ª ed.). 
 
↠ A autofosforilação das subunidades beta do receptor 
ativa uma tirosina cinase local, que, por sua vez, causa 
fosforilação de diversas outras enzimas intracelulares, 
inclusive do grupo chamado substratos do receptor de 
insulina (IRS). Tipos diferentes de IRS (p. ex., IRS-1, IRS-2 e 
IRS-3) são expressos nos diferentes tecidos. O efeito 
global é a ativação de algumas enzimas e, ao mesmo 
tempo, a inativação de outras. Dessa maneira, a insulina 
dirige a maquinaria metabólica intracelular, de modo a 
produzir os efeitos desejados no metabolismo de 
carboidratos, lipídios e proteínas. Os principais efeitos finais 
da estimulação da insulina são os seguintes: (GUYTON, 13ª 
ed.). 
➢ Em segundos depois que a insulina se acopla a 
seus receptores de membrana, as membranas 
de cerca de 80% das células do organismo 
aumentam acentuadamente sua captação de 
glicose. Isso ocorre, de modo especial, nas células 
musculares e adiposas, mas não na maioria dos 
neurônios do encéfalo (GUYTON, 13ª ed.). 
O tecido adiposo e o músculo esquelético necessitam de insulina para 
captarem quantidades suficientes de glicose. Sem a insulina, os 
transportadores GLUT4 nesses tecidos se reduzem significativamente 
na membrana e permanecem estocados nas vesículas do citosol – 
outro exemplo de reciclagem da membrana. Quando a insulina se liga 
ao receptor e o ativa, a cascata de transdução de sinal resultante faz 
as vesículas se moverem para a captação da glicose aumenta. A 
sinalização intracelular é bastante complexa e ainda não totalmente 
elucidada, porém claramente envolve o metabolismo do Ca+2, bem 
6 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
como uma variedade de proteínas intracelulares (SILVERTHORN, 7 ª 
ed..). 
Sob duas condições os músculos utilizam grande quantidade de glicose. 
Uma delas é durante a realização de exercícios moderados ou intensos. 
Essa utilização de glicose não precisa de grande quantidade de insulina, 
porque a contração muscular aumenta a translocação da molécula 
transportadora de glicose 4 (GLUT 4) dos depósitos intracelulares para 
a membrana celular, o que, por sua vez, facilita a difusão da glicose na 
célula. A segunda condição para a utilização muscular de grande 
quantidade de glicose ocorre nas poucas horas seguintes à refeição. 
Nesse período, a concentração de glicose no sangue fica bastante 
elevada, e o pâncreas está secretando grande quantidade de insulina. 
Essa insulina adicional provoca transporte rápido da glicose para as 
células musculares. Por isso, nesse período, a célula muscular utiliza a 
glicose preferencialmente aos ácidos graxos (GUYTON, 13ª ed.). 
 
Diante do gráfico acima, fica claro que a insulina pode elevar o 
transporte de glicose no músculo em repouso pelo menos em 15 
vezes (GUYTON, 13ª ed.). 
O transporte de glicose no fígado (hepatócitos) não é diretamente 
dependente de insulina, contudo é influenciado pela presença ou 
ausência da mesma. Os hepatócitos possuem transportadores GLUT2, 
sempre presentes na membrana da célula. No estado de jejum, quando 
os níveis de insulina estão baixos, a glicose move-se para fora do 
fígado, em direção à circulação sanguínea, no intuito de manter a 
homeostasia da glicose. Nesse processo os hepatócitos estão 
convertendo o glicogênio armazenado e os aminoácidos em glicose. 
A glicose recém-formada se move a favor de seu gradiente de 
concentração, para fora da célula, utilizando os facilitadores de 
transporte GLUT2. Se os transportadores GLUT fossem retirados da 
membrana durante o estado de jejum, como ocorre no músculo e no 
tecido adiposo, a glicose não teria como deixar o hepatócito 
(SILVERTHORN, 7 ª ed..). 
No estado alimentado, a insulina ativa a hexocinase, uma enzima que 
fosforila a glicose à glicose-6-fosfato. Essa reação de fosforilação 
mantém a concentração de glicose intracelular mais baixa que a 
concentração plasmática. Agora, a glicose difunde-se nos hepatócitos, 
e os transportadores GLUT2 operam em direção reversa 
(SILVERTHORN, 7 ª ed..). 
➢ A insulina aumenta a utilização e o 
armazenamento da glicose. A insulina ativa 
enzimas para a utilização de glicose (glicólise) e 
a síntese de glicogênio (glicogênese). 
Simultaneamente, a insulina inibe as enzimas de 
degradação do glicogênio (glicogenólise), síntese 
de glicose (gliconeogênese) e degradação da 
gordura (lipólise), no intuito de garantir que o 
metabolismo vá em direção ao anabolismo. Se 
for ingerida mais glicose do que é necessário 
para a síntese e a produção de energia, o 
excesso é convertido em glicogênio ou ácidos 
graxos (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
➢ A insulina aumenta a utilização de aminoácidos. 
A insulina ativa enzimas para a síntese proteica 
e inibe enzimas que promovem a quebra de 
proteínas. Se uma refeição inclui proteínas, os 
aminoácidos do alimento ingerido são usados 
para a síntese proteica pelo fígado e pelo 
músculo. O excesso de aminoácidos é 
convertido em ácidos graxos (SILVERTHORN, 7ª 
ed.). 
➢ A insulina promove a síntese de lipídeos. A 
insulina inibe a beta-oxidação de ácidos graxos e 
promove a conversão do excesso de glicose e 
aminoácidos em triacilgliceróis (lipogênese). Os 
triacilgliceróis em excesso são armazenados 
como gotículas de lipídeos no tecido adiposo 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
IMPORTANTE: Em resumo, a insulina é um hormônio 
anabólico porque promove a síntese de glicogênio, de 
proteínas e de gorduras. Quando a insulina está ausente 
ou deficiente, as células vão para o metabolismo 
catabólico (SILVERTHORN, 7ª ed.). Assim, ela se opõe a 
qualquer atividade metabólica que poderia aumentar os 
níveis plasmáticos de glicose (MARIEB, 3ª ed.). 
A UTILIZAÇÃO EXCESSIVA DAS GORDURAS DURANTE A FALTA DE 
INSULINA CAUSA CETOSE E ACIDOSE 
A ausência de insulina também forma quantidades excessivas 
de ácido acetoacético nas células hepáticas, em consequência 
do seguinte efeito: na ausência de insulina, mas, na presença 
de grande quantidade de ácidos graxos nas células hepáticas, o 
mecanismo de transporte da carnitina, para levar os ácidos 
graxos para as mitocôndrias, fica cada vez mais ativado 
(GUYTON, 13ª ed.). 
Nas mitocôndrias, a betaoxidação dos ácidos graxos ocorre 
rapidamente, liberando quantidades extremas de acetil-CoA. 
Grande parte desse excesso de acetil-CoA é, então, 
condensada, de modo a formar o ácido acetoacético que é 
liberado no sangue circulante. A maior parte do ácido 
acetoacético passa para as células periféricas, onde é 
novamente convertido em acetil-CoA e utilizado como energia 
na forma usual (GUYTON, 13ª ed.). 
Ao mesmo tempo, a ausência de insulina também deprime a 
utilização de ácido acetoacético nos tecidos periféricos. Assim, 
7 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
tanto ácido acetoacético é liberado pelo fígado que não pode 
ser metabolizado pelos tecidos. A concentração de ácido 
acetoacético aumenta nos dias seguintes à interrupção da 
secreção de insulina, chegando, às vezes, a concentrações de 
10 mEq/L ou mais, o que é estado grave de acidose (GUYTON, 
13ª ed.). 
Parte do ácido acetoacético tambémé convertida em ácido b-
hidroxibutírico e acetona. Essas duas substâncias, junto com o 
ácido acetoacético, são chamadas corpos cetônicos, e sua 
presença, em grande quantidade nos líquidos do corpo, é 
chamada cetose (GUYTON, 13ª ed.). 
GLUCAGON 
↠ O glucagon é secretado pelas células alfa-pancreáticas, 
as quais são geralmente antagonistas à insulina e a seus 
efeitos metabólicos. Quando a concentração de glicose 
plasmática se reduz após algumas horas de uma refeição, 
a secreção de insulina torna-se bastante baixa, e os 
efeitos da secreção do glucagon sobre o metabolismo 
celular em todo o organismo crescem significativamente 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ O glucagon, um polipeptídeo formado por 29 
aminoácidos, é um agente hiperglicêmico extremamente 
potente. Uma molécula deste hormônio pode gerar a 
liberação de 100 milhões de moléculas de glicose para o 
sangue! (MARIEB, 3ª ed.). 
 
↠ A função do glucagon é prevenir a hipoglicemia, de 
modo que a concentração de glicose é considerada o 
estímulo primário mais importante para a secreção do 
hormônio. Quando a glicose plasmática se torna menor 
que 100 mg/dL, a secreção de glucagon aumenta 
significativamente. Em uma concentração de glicose 
acima de 100 mg/dL, ou seja, quando a insulina é secretada 
em maior quantidade, o glucagon é inibido e permanece 
em níveis baixos, mas constantes (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ A forte relação entre a secreção de insulina e a 
inibição de glucagon tem levado à especulação de que 
as células alfa são reguladas por algum fator associado à 
insulina, em vez de diretamente pela concentração da 
glicose no plasma. O fígado é o tecido-alvo primário do 
glucagon. O glucagon estimula a glicogenólise e a 
gliconeogênese para aumentar a produção de glicose 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Estima-se que, durante o jejum noturno, 75% da 
glicose produzida pelo fígado é proveniente das reservas 
de glicogênio, e os 25% restantes, da gliconeogênese. A 
liberação de glucagon também é estimulada por 
aminoácidos plasmáticos. Esta via evita a hipoglicemia após 
a ingestão de uma refeição com proteína pura 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ O principal alvo do glucagon é o fígado, onde ele 
promove as seguintes ações: (MARIEB, 3ª ed.). 
➢ Quebra do glicogênio em glicose (glicogenólise). 
➢ Síntese de glicose a partir do lactato e de 
moléculas não-carboidratos (gliconeogênese). 
➢ Liberação de glicose pelas células do fígado para 
o sangue, o que produz um aumento nos níveis 
sanguíneos de glicose. 
Um efeito secundário é a queda na concentração de aminoácidos no 
sangue à medida que as células do fígado sequestram estas moléculas 
para produzir novas moléculas de glicose. (MARIEB, 3ª ed.). 
O AUMENTO DE AMINOÁCIDOS NO SANGUE ESTIMULA A SECREÇÃO 
DE GLUCAGON 
Concentrações elevadas de aminoácidos, como ocorre no 
sangue depois de uma refeição de proteína (especialmente, os 
aminoácidos alanina e arginina), estimulam a secreção do 
glucagon. Esse é o mesmo efeito que os aminoácidos 
apresentam no estímulo da secreção de insulina. Desse modo, 
nessas circunstâncias, as respostas do glucagon e da insulina 
não são opostas. A importância do estímulo da secreção do 
glucagon pelos aminoácidos é que o glucagon promove, então, 
a conversão rápida dos aminoácidos em glicose, disponibilizando 
ainda mais glicose para os tecidos (GUYTON, 13ª ed.). 
 
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 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
O EXERCÍCIO ESTIMULA A SECREÇÃO DO GLUCAGON 
Em exercícios exaustivos, a concentração plasmática de 
glucagon aumenta de quatro a cinco vezes. Não se sabe ao 
certo o que provoca esse aumento, porque a concentração da 
glicose sanguínea não cai obrigatoriamente. Efeito benéfico do 
glucagon é que ele impede a redução da glicose sanguínea. Um 
dos fatores que podem elevar a secreção do glucagon no 
exercício é o aumento dos aminoácidos circulantes (GUYTON, 
13ª ed.). 
A SOMATOSTATINA INIBE A SECREÇÃO DE GLUCAGON E DE 
INSULINA 
↠ As células delta das ilhotas de Langerhans secretam o 
hormônio somatostatina, polipeptídeo com 14 aminoácidos 
e meia-vida extremamente curta, de apenas 3 minutos, 
no sangue circulante (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ Quase todos os fatores relacionados à ingestão de 
alimentos estimulam a secreção de somatostatina. Eles 
compreendem: (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ glicose sanguínea aumentada; 
➢ aminoácidos aumentados; 
➢ ácidos graxos aumentados; 
➢ concentrações elevadas de diversos hormônios 
gastrointestinais, liberados do trato 
gastrointestinal superior, em resposta à ingestão 
de alimentos. 
↠ Por sua vez, a somatostatina apresenta efeitos 
inibidores múltiplos, como veremos a seguir: (GUYTON, 
13ª ed.). 
➢ A somatostatina age localmente nas próprias 
ilhotas de Langerhans para deprimir a secreção 
de insulina e de glucagon. 
➢ A somatostatina diminui a motilidade do 
estômago, do duodeno e da vesicular biliar. 
➢ A somatostatina diminui a secreção e a 
absorção no trato gastrointestinal. 
↠ Reunindo todas essas informações, sugeriu-se que o 
principal papel da somatostatina é prolongar o tempo em 
que os nutrientes alimentares são assimilados pelo sangue. 
Ao mesmo tempo, o efeito da somatostatina de deprimir 
a secreção da insulina e do glucagon reduz a utilização 
dos nutrientes absorvidos pelos tecidos, impedindo, assim, 
consumo imediato dos alimentos, o que os torna 
disponíveis durante um período de tempo mais longo 
(GUYTON, 13ª ed.). 
Devemos também recordar que a somatostatina é a 
mesma substância química que o hormônio inibidor do 
hormônio do crescimento, secretado no hipotálamo e que 
suprime a secreção do hormônio do crescimento pela 
hipófise anterior (GUYTON, 13ª ed.). 
RESUMÃO CONTROLE DA SECREÇÃO DE GLUCAGON E INSULINA – 
TORTORA, 14ª ED. 
↠ A principal ação do glucagon é de elevar o nível sanguíneo 
de glicose que se encontra abaixo do normal. A insulina, por 
outro lado, ajuda a reduzir o nível de glicose sanguínea que se 
encontra muito elevado. O nível de glicose sanguínea controla 
a secreção de glucagon e insulina via feedback negativo 
➢ O nível sanguíneo baixo de glicose (hipoglicemia) 
estimula a secreção de glucagon pelas células alfa das 
ilhotas pancreáticas. 
➢ O glucagon atua nos hepatócitos, acelerando a 
conversão de glicogênio em glicose (glicogenólise) e 
promovendo a formação de glicose a partir do ácido 
láctico e de determinados aminoácidos 
(gliconeogênese). 
➢ Consequentemente, os hepatócitos liberam glicose 
no sangue de maneira mais rápida e a glicemia se 
eleva. 
➢ Se a glicemia continua subindo, o nível sanguíneo 
elevado de glicose (hiperglicemia) inibe a liberação de 
glucagon (feedback negativo). 
➢ A glicose sanguínea alta (hiperglicemia) estimula a 
secreção de insulina pelas células beta das ilhotas 
pancreáticas. 
➢ A insulina age em várias células do corpo para 
acelerar a difusão facilitada da glicose para as células; 
para apressar a conversão de glicose em glicogênio 
(glicogênese); para intensificar a captação de 
aminoácidos pelas células e para aumentar a síntese 
de proteína; para acelerar a síntese de ácidos graxos 
(lipogênese); para retardar a conversão de glicogênio 
em glicose (glicogenólise) e para tornar mais lenta a 
formação de glicose a partir do ácido láctico e de 
aminoácidos (gliconeogênese). 
➢ O resultado disso é a queda do nível de glicose do 
sangue. 
➢ Quando o nível sanguíneo de glicose cai para abaixo 
do normal, ocorre inibição da liberação de insulina 
(feedback negativo) e estímulo à liberação de 
glucagon. 
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 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
 
↠ Embora o nível sanguíneo de glicose seja o regulador mais 
importante da insulina e do glucagon, diversos hormônios e 
neurotransmissores também regulam a liberação desses dois 
hormônios. Além das respostas ao nível sanguíneo de glicose descritas 
anteriormente, o glucagon estimula a liberação de insulina de maneira 
direta;a insulina exerce o efeito oposto, suprimindo a secreção de 
glucagon. Conforme o nível de glicose no sangue vai declinando e 
menos insulina é secretada, as células alfa do pâncreas são liberadas 
do efeito inibitório da insulina de forma que possam secretar mais 
glucagon. Indiretamente, o hormônio do crescimento humano (GH) e 
o ACTH estimulam a secreção de insulina porque atuam para elevar 
a glicose sanguínea. 
RESUMO DA REGULAÇÃO DA GLICOSE SANGUÍNEA 
↠ Na pessoa normal, a concentração de glicose sanguínea está 
sob controle estrito, geralmente entre 80 e 90 mg/100 mL de 
sangue na pessoa em jejum, a cada manhã, antes do desjejum. 
Essa concentração aumenta para 120 a 140 mg/100 mL durante 
a primeira hora ou um pouco mais, depois da refeição, mas os 
sistemas de feedback para o controle da glicose sanguínea 
restabelecem a concentração de glicose rapidamente de volta 
aos níveis de controle, em geral, dentro de 2 horas depois da 
última absorção de carboidratos. Inversamente, na ausência de 
alimentação, a função da gliconeogênese do fígado produz a 
glicose necessária para manter o nível sérico de glicose em 
jejum (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ Os mecanismos para atingir esse alto nível de controle 
podem resumir-se do seguinte modo: (GUYTON, 13ª ed.). 
1. O fígado funciona como importante sistema tampão 
da glicose sanguínea. Ou seja, quando a glicose 
sanguínea sobe a uma concentração elevada depois 
de uma refeição e a secreção da insulina também 
aumenta até uns dois terços da glicose absorvida pelo 
intestino, são quase imediatamente armazenadas no 
fígado, sob a forma de glicogênio. Então, durante as 
horas seguintes, quando tanto a concentração de 
glicose sanguínea quanto a secreção de insulina 
caem, o fígado libera a glicose de volta ao sangue. 
Dessa maneira, o fígado reduz as flutuações da 
concentração da glicose sanguínea para cerca de um 
terço do que seria na ausência desse mecanismo. De 
fato, nos pacientes portadores de doença hepática 
grave, é quase impossível manter a faixa estreita da 
concentração da glicose sanguínea. 
2. Tanto a insulina como o glucagon funcionam como 
importantes sistemas de controle por feedback para 
manter a concentração de glicose sanguínea normal. 
Quando a concentração da glicose está muito 
elevada, a secreção aumentada de insulina faz com 
que a concentração de glicose sanguínea diminua em 
direção aos valores normais. Inversamente, a redução 
da glicose sanguínea estimula a secreção do 
glucagon; o glucagon, então, funciona na direção 
oposta, para aumentar a glicose até o normal. Na 
maioria das condições normais, o mecanismo de 
feedback da insulina é mais importante do que o 
mecanismo do glucagon, mas, nos casos de falta de 
ingestão ou de utilização excessiva da glicose durante 
o exercício e outras situações de estresse, o 
mecanismo do glucagon também torna-se valioso. 
3. Também, na hipoglicemia grave, o efeito direto dos 
baixos níveis de glicose sanguínea no hipotálamo 
estimula o sistema nervoso simpático. A epinefrina 
secretada pelas glândulas adrenais aumenta ainda 
mais a liberação de glicose pelo fígado, o que 
também ajuda a proteger contra a hipoglicemia 
grave. 
4. E finalmente, durante um período de horas e dias, 
tanto o hormônio do crescimento como o cortisol 
são secretados em resposta à hipoglicemia e ambos 
diminuem a utilização da glicose pela maioria das 
células do organismo, convertendo, por sua vez, uma 
quantidade maior de utilização das gorduras. Isso 
também ajuda a concentração da glicose sanguínea 
a retornar ao normal. 
A IMPORTÂNCIA DA REGULAÇÃO DA GLICOSE SANGUÍNEA 
↠ Por que é tão importante manter a concentração constante 
da glicose no sangue se, particularmente, a maioria dos tecidos 
pode mudar para a utilização das gorduras e proteínas como 
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fonte de energia, na ausência da glicose? A resposta é que a 
glicose é o único nutriente que pode ser utilizado normalmente 
pelo encéfalo, pela retina e pelo epitélio germinativo das 
gônadas, em quantidade suficiente para supri-los de modo ideal 
com a energia requerida. Consequentemente, isso é importante 
para manter a concentração da glicose sanguínea em níveis 
suficientes para fornecer essa nutrição necessária (GUYTON, 
13ª ed.). 
 
Referências: 
PAIVA, M. C. O papel fisiológico da insulina e dos 
hormônios contrarregulatórios na homeostase glicêmica. 
Revista Brasileira de Nutrição Clínica Funcional, 2014. 
LOPES, D. A. V. Anatomia microscópica do pâncreas e 
detecção de células neuroendócrinas imunorreativas a 
insulina, glucagon, somatostatina, serotonina e 
polipeptídeo pancreático de Phrynops geoffroanus 
(Schweigger, 1812) e Hydromedusa maximiliani (Mikan, 
1820) (Testudines, Chelidae). Tese de Pós-Graduação, RJ, 
2017. 
LUBACZEUSKI, C. Envolvimento do sistema nervoso 
parassimpático sobre o controle glicêmico e função das 
ilhotas pancreáticas em camundongos desnutridos 
submetidos à dieta hiperlipídica. Tese de Doutorado, 
Campinas, 2017. 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018 
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed., 
Porto Alegra: Artmed, 2008 
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017. 
GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed. 
Editora Elsevier Ltda., 2017 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.

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