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Slides de Aula Unidade II (7)

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Unidade II
SOCIOLOGIA INTEGRADA
Prof. Bruno César
 O trabalho ocupa a centralidade da organização social. O lazer e o 
ócio são elementos fundamentais, possibilitando a transformação 
do sujeito.
 A disciplina expõe como o pensamento sociológico busca 
compreender o contexto contemporâneo em seus diversos tipos 
de interações e movimentos.
 Unidade I: reconhecer e analisar o contexto contemporâneo pela 
sociologia do lazer. Conceitos como tempo livre, lazer e ócio são 
presentes, integrando-se com Homo faber e ludens.
 Unidade II: descrever a trajetória dos estudos da sociologia do 
lazer no Brasil, suas influências e suas perspectivas. Para tal, o 
duplo aspecto do lazer e do ócio na educação são pontos 
abordados.
Apresentação da disciplina
 “Ócio” vem do latim otium (ocupação prazerosa). É associada ao 
repouso e confunde-se com ociosidade. O tempo livre e o ócio 
são tomados como mesmo fenômeno social. Há diferenças entre 
ambos por terem naturezas diferentes.
 Aquino e Martins (2007): tempo livre tem natureza cronológica e 
atingiu seu ápice após a Revolução Industrial. A liberdade é um 
exercício temporal e o lazer, baseado no tempo livre, tem 
perspectiva objetiva.
 O ócio aborda a experiência subjetiva. Sua vivência constitui 
experiência gratuita, necessária, prazerosa e integrante da forma 
de ser de cada pessoa. A vivência do ócio não depende do tempo 
da atividade em si, nem da condição econômica, como acontece 
com o lazer.
Lazer e ócio na contemporaneidade: conceitos, 
concepções e significados
 Aquino e Martins (2007): o ócio é 
relacionado ao sentido atribuído a 
quem vive, à subjetividade, ao modo 
que nos relacionamos com o mundo 
e as pessoas de forma particular.
 É importante na perspectiva 
individual, no questionamento de 
cada um consigo mesmo em relação 
à vivência e à experiência do ócio. 
Permite autoconhecimento, 
identificação e recuperação do 
equilíbrio das decepções e das 
frustações.
Lazer e ócio na contemporaneidade: conceitos, 
concepções e significados
Fonte: goo.gl/dWwBsW
Há uma série de funções que organizam a função do ócio:
 Psicológica: Dumazedier (1974) define desenvolvimento, diversão 
e descanso. Eles atendem à compensação das perdas humanas, 
equilibrando psicologicamente o indivíduo.
 Social: relacionada à integração social, em contraponto ao 
empobrecimento da comunicação interpessoal.
 Simbólica: percepção de identidade e pertencimento, com 
afirmação pessoal pela escolha das atividades diversionais.
 Econômica: gastos pessoais e familiares com as atividades de 
ócio, como suas implicações no sistema econômico.
 Terapêutica: possibilidade em melhorar saúde física e mental.
Lazer e ócio na contemporaneidade: conceitos, 
concepções e significados
 Cuenca (2003): a função econômica do ócio é ambígua, pois os 
gastos alimentam o sistema, mas as práticas não são amparadas 
pela política econômica. O acesso ao ócio passa pelo consumo, 
que não expressa experiências significativas.
 O ócio não é atribuído ao tempo, pois implica liberdade de 
escolha. O tempo e a atividade em si não podem determinar uma 
experiência do ócio. Por exemplo, a pessoa pode ter o tempo livre 
e viajar, mas a viagem pode ou não ser uma experiência de ócio, 
dependendo da experiência humanista relacionada com os 
valores e o sentido da vida para cada um.
 Por isso é algo subjetivo: a experiência do ócio depende da 
formação de cada indivíduo.
Lazer e ócio na contemporaneidade: conceitos, 
concepções e significados
 O pensamento do ócio humanista surge em meados dos anos 
1990, como aconteceu no World Leisure and Recreation 
Association, em 1998. O ócio como experiência humana está 
vinculado a valores e significados profundos que provocam 
transformações na vida das pessoas.
 Ainda há um caminho para se trilhar: o ócio cada vez mais é 
necessário em um contexto cada vez mais acelerado. O lazer e o 
ócio são capazes de substituir a ordem cronológica do tempo e 
compreender o sentido da sua duração, para que nós, seres 
humanos, possamos expressar nossas subjetividades.
O ócio e as experiências subjetivas
 Lipovetsky (2007): Revolução Industrial promoveu o tempo livre 
para a vivência do lazer, construindo uma sociedade de consumo. 
Surgiu na expansão de mercados e no consumo de massa, tendo 
como a sofisticação dos meios de comunicação e transportes 
elementos fundamentais para seu crescimento.
 Em uma segunda fase (segunda metade do século XX), expandiu-
se a democratização do consumo de bens duradouros e a 
sociedade começou a consumir ideias e modos de vida que até 
então pertenciam apenas às classes mais abastadas. Ou “há 
também todo um ambiente de estimulação dos desejos, a euforia 
publicitária, a imagem luxuriante de férias, a sexualização dos 
símbolos e dos corpos” (LIPOVETSKY, 2007, p. 30-1).
A sociedade do hiperconsumo
 Terceira fase do capitalismo, ou sociedade do hiperconsumo, na 
qual consumidores tornam-se mais exigentes em relação à 
qualidade de vida. A criação de novas necessidades que 
prometem a felicidade, assim como a criação de um sistema de 
signos gerados pelas marcas revela a realização dos seus 
próprios desejos de prazer, felicidade e êxtase.
 Lipovetsky (2007): a nova ordem cultural valoriza os laços 
emocionais e sentimentos do homem. Além do consumo material, 
há um consumo do simbólico, tendo como justificativa a 
resolução de temores, dilemas, frustrações e ansiedades, o que 
se evidencia na produção e no consumo de valores efêmeros que 
passam do campo material para o das subjetividades.
A sociedade do hiperconsumo
 Lipovetsky critica o modelo voltado para o consumo. Isso 
apresenta a “frustração de não poder consumir” ou a 
“competitividade com outro” (sobre “quem é mais feliz”) como 
manifestações de uma sociedade de consumo que faz da 
felicidade um bem a ser consumido, desde que haja condições 
econômicas para fazê-lo.
 As redes sociais (Facebook e Instagram) evidenciam o 
compartilhamento da experiência e uma concorrência explícita 
sobre quem é mais feliz.
 Bauman (2009, p. 36): “atingir a felicidade significa a aquisição de 
coisas que outras pessoas não têm chance nem perspectiva de 
adquirir. A felicidade exige estar à frente dos competidores”.
A sociedade do hiperconsumo
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) A Revolução Industrial promoveu o tempo livre para a vivência do 
lazer, construindo uma sociedade de consumo.
b) A função econômica do ócio é ambígua, pois os gastos 
alimentam o sistema, mas as práticas não são amparadas pela 
política econômica.
c) As redes sociais (Facebook e Instagram) evidenciam o 
compartilhamento da experiência e uma concorrência implícita 
sobre quem é mais feliz.
d) “Ócio” vem do latim otium (ocupação prazerosa). É associada ao 
repouso e confunde-se com ociosidade.
e) O lazer e o ócio são elementos fundamentais, possibilitando a 
transformação do sujeito.
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
c) As redes sociais (Facebook e Instagram) evidenciam o 
compartilhamento da experiência e uma concorrência implícita sobre 
quem é mais feliz.
Comentário: 
c) As redes sociais (Facebook e Instagram) evidenciam o 
compartilhamento da experiência e uma concorrência explícita sobre 
quem é mais feliz.
Resposta
Questionamos a qualidade das atividades de lazer e as 
possibilidades que são dadas para experimentar o ócio:
 Até que ponto são edificantes?
 O que as pessoas trazem para as suas vidas quando assistem a 
um filme no cinema ou a uma peça teatral?
 Qual a contribuição das viagens para o repertório cultural das 
pessoas?
 Há um enriquecimento ou um empobrecimento das experiências 
de lazer e do ócio?
 As sociedades de hiperconsumo integram ou segregam as 
pessoas quando se trata do lazer?
 É preciso ter para ser feliz?
A sociedade do hiperconsumo
 Primeira GuerraMundial: jornada de trabalho de 40h/semana, 
8h/dia e férias remuneradas. É a conquista do tempo livre e o 
marco seria a Assembleia-Geral da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT), realizada em 1924. Seu tema foi o lazer.
 Mommaas (1996): antes do estudo da OIT, outras iniciativas 
surgiram. George Bevans (1913) fez estudos sobre o tempo livre 
dos trabalhadores de Nova Iorque. Pesquisas foram feitas na 
Alemanha, Bélgica, França, Holanda e União Soviética.
 No final do século XIX, trabalhos como “Le Droit à la Paresse”, de 
Paul Lafargue (1880), e “Leisure Theory Class”, de Thorstein 
Vebler (1899) discutem o trabalho e o lazer.
 Criação da primeira organização direcionada para o lazer: a 
American National Recreation Association.
Contribuições para a compreensão do lazer
 Décadas de 1930 e 1940: surgimento de instituições, em 
diferentes partes do mundo, que discutem o lazer e sua relação 
com o trabalho.
 Décadas de 1950 e 1960: desenvolvimento de estudos e pesquisas 
empíricas sobre o lazer, trazendo cientificidade à sociologia do 
lazer e do cotidiano.
 Os estudos de lazer realizados buscaram novas conotações para 
uma melhor compreensão das atividades de lazer, utilizando 
técnicas para avaliar como as pessoas usavam o seu tempo livre 
etc. Aos poucos, tais pesquisas foram incorporadas e aplicadas 
nas áreas de Sociologia, Economia 
e Psicologia.
Contribuições para a compreensão do lazer
 Muitos fatores contribuíram para o lazer e sua diversificação: 
redução da jornada de trabalho, aposentadoria, aumento da 
expectativa de vida, crescente necessidade de educação 
profissional adulta, avanços tecnológicos que impulsionaram o 
lazer doméstico etc.
 A diversificação das atividades promoveu mudanças no tempo 
social e dos valores, como também chamou a atenção dos 
pesquisadores: a “sociedade do lazer” começou a ser 
questionada considerando as suas mais diferentes práticas.
 O lazer adquire, em estudos, um caráter multidisciplinar, com 
enfoque nos estudos culturais, bem como turismo, esporte e 
educação física. Destacam-se as contribuições de Michel 
Maffesoli (fenomenologia como método de estudo).
Contribuições para a compreensão do lazer
 Jofre Dumazedier esteve no Brasil entre as décadas de 1960/70, 
em diferentes cidades e ocasiões. A bibliografia era restrita, 
devido às poucas cidades industrializadas na época. Isso não 
chamava atenção de sociólogos, educadores, economistas e nem 
do próprio governo.
 José Acácio Ferreira pesquisou trabalhadores assalariados de 
Salvador (BA), resultando no livro “Lazer Operário” (1959). 597 
trabalhadores foram entrevistados e ele observou a prática de 
jogos e a participação no candomblé.
 “Lazer & Cultura” (1968), organizado por João Camilo Torres, 
caracterizou as relações entre a cultura de massa e o lazer. Um 
ano depois, o Sesc, em conjunto com a Prefeitura de São Paulo, 
organiza discussões sobre o lazer no país.
Escola dumazediana e principais estudiosos 
brasileiros
 Requixa (1977): entre os anos 60/70, muitas pessoas eram 
orquestradas por ideias preconceituosas que consideravam 
a discussão sobre lazer ofensiva à cultura do trabalho.
 Luiz Octávio de Camargo dizia que sociedades urbanas 
apresentam três estágios em relação ao lazer: a negação da 
questão pelos mais diferentes argumentos, a visão do lazer 
como algo importante do ponto de vista terapêutico em relação 
à vida urbana, a percepção de que o lazer é importante em si 
mesmo.
 Os três estágios refletem o processo de crescimento da 
industrialização e da urbanização das sociedades capitalistas.
Escola dumazediana e principais estudiosos 
brasileiros
 A CF1988 instituiu o lazer como um 
direito básico do cidadão brasileiro. 
Houve desenvolvimento significativo na 
área do lazer, por eventos de 
importância nacional e internacional.
 Sarah Bacal publicou “Lazer: Teoria 
e Pesquisa”, abordando relações entre 
trabalho, tempo livre e turismo. O tempo 
total (TT) é dividido em tempo 
necessário (TN) para a execução das 
tarefas essenciais e tempo liberado 
(TLB) para as atividades não 
obrigatórias, sendo, muitas vezes, 
confundido com tempo livre.
Escola dumazediana e principais estudiosos 
brasileiros
Fonte: goo.gl/QDmW2M
 Discussões sobre lazer estão presentes em cursos como: 
Administração, Artes, Educação Física, Hotelaria, Turismo e 
Sociologia. Contudo, têm pequenos espaços no interior das 
propostas curriculares em muitos cursos, o que restringe as 
oportunidades de estudo e atuação.
 Marinho et al. (2011): identificados 211 grupos de pesquisa que 
estudam direta ou indiretamente o lazer no Brasil. Assim, há a 
necessidade de pensar a construção de conhecimento no que se 
refere ao lazer e ao ócio, em uma perspectiva interdisciplinar.
 “Encontro Nacional de Recreação e Lazer” (Enarel), “Congresso 
do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte” (Conbrace) são 
exemplos de eventos de disseminação.
Novas perspectivas para a sociologia do lazer
 Marcellino (1987): ao tratar o lazer como veículo de educação, é 
importante considerar potencialidade para desenvolvimento 
pessoal e social dos indivíduos. O lazer não pode ser visto como 
um bem de consumo.
 Requixa (1977): educar pela prática do lazer, estimulando a 
produção cultural que buscam simultaneamente introduzir a 
prática criativa despretensiosa nas necessidades lúdicas do 
cotidiano, assim como aprimorar a apreciação crítica.
 É preciso pensar e organizar um programa de ensino dedicado ao 
lazer, adotando procedimentos didático-metodológicos que 
possam concretizar um fazer educativo de forma lúdica, criativa, 
cultural e coletiva.
Duplo aspecto educativo das experiências do lazer
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) Em 1906, houve a criação da American National Recreation
Association.
b) Entre as décadas de 1930 e 1940 houve o surgimento de 
instituições, em diferentes partes do mundo, que discutem o 
lazer e a sua relação com o trabalho.
c) Marinho et al. (2011) identificam 211 grupos de pesquisa que 
estudam direta ou indiretamente o lazer no Brasil.
d) Sarah Bacal publicou “Lazer: Teoria e Pesquisa”, abordando 
relações entre trabalho, tempo livre e turismo.
e) A CF1998 instituiu o lazer como um direito básico do cidadão 
brasileiro.
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
e) A CF1998 instituiu o lazer como um direito básico do cidadão 
brasileiro.
Comentário: 
A CF1988 instituiu o lazer como um direito básico do cidadão 
brasileiro.
Resposta
 Marcellino (2010): equilíbrio entre quatro eixos fundamentais para 
a formação do profissional de lazer: “teoria do lazer”, “relato de 
experiências refletidas”, “vivências de conteúdos culturais” e 
“políticas e diretrizes gerais do campo do lazer”.
 Requixa (1979): educação é um veículo de desenvolvimento e tem 
no lazer um ótimo instrumento para incentivar e motivar o 
indivíduo a desenvolver-se e ampliar seus interesses de ordem 
individual, familiar, cultural e comunitária.
 A pedagogia da animação cultural é o sentido da vida, de 
movimento e de alegria. Ou seja, reconhecer a relação “lazer-
escola-processo educativo”: “[...] assim encarada, estaria ligada à 
criação de ânimo, à provocação de estímulos, e à cobrança da 
esperança” (MARCELLINO, 1988b, p. 142).
Duplo aspecto educativo das experiências do lazer
 A Carta Internacional de Educação para o Lazer (2002), da 
Associação Mundial de Recreação e Lazer, é importante pois 
apresenta as diretrizes para o desenvolvimento de educação para 
o lazer. Ela enfatiza que o lazer tem papel fundamental na 
diminuição de diferenças das condições de vida, permitindo a 
igualdade de oportunidades e recursos. 
 A animação sociocultural tem como objetivos: proporcionar o 
autoconhecimento, promover a compreensão das pessoas em 
relação a si mesmas e ao mundo, incentivar a participação dos 
sujeitosnas questões sociais mais amplas e também naquelas 
que estão diretamente ligadas à sua comunidade, possibilitar o 
preparo e o empreendimento de mudanças por meio do estímulo à 
reflexão e à crítica.
Duplo aspecto educativo das experiências do lazer
A animação sociocultural deverá ser: concebida, discutida, 
planejada, organizada, executada e avaliada. Tudo isso poderá ser 
desenvolvido a partir dos seguintes aspectos:
 facilitação: interação e troca de informações entre pessoas 
e grupos;
 conscientização: noção dos significados individuais e coletivos 
das atividades de lazer que se pretendem desenvolver;
 catalisação: iniciativas para a elaboração das atividades;
 promoção: a partir das ações realizadas, promoção da 
participação dos sujeitos.
Duplo aspecto educativo das experiências do lazer
Camargo (1998): as atividades são pensadas conforme o tipo de 
público e a quantidade de pessoas que se deseja envolver. Assim, os 
profissionais devem ter as seguintes características:
 polivalência cultural: conhecer diferentes práticas e linguagens 
como ginástica, dança, música, cinema etc.;
 conhecer peculiaridades da participação de diversos públicos a 
partir de gênero, faixa etária, classes socioeconômica e 
sociocultural;
 capacidade de organizar e coordenar equipes das mais diversas 
formações, a partir da formatação de projetos e sua viabilidade 
socioeconômica;
 conhecimento do espaço físico onde serão desenvolvidas 
as atividades.
Desenvolvimento de projetos de animação 
sociocultural
Fonte: livro-texto
Fonte: livro-texto
 Setor público: centros culturais, esportivos e comunitários. Em 
clubes recreativos urbanos e campestres, parques públicos, 
museus, oficinas, conservatórios públicos, entre outros. Além 
disso, empresas e autarquias ligadas ao poder público municipal, 
estadual e federal nas áreas de: cultura, esportes, turismo, lazer e 
meio ambiente.
 Setor privado: clube, parque temático, livraria, academia de dança 
etc. Além disso, em empreendimentos turísticos hoteleiros, 
podem atuar em: acampamentos de férias, hotéis, colônias de 
férias, cruzeiros marítimos etc.
 Terceiro setor: ONGs desenvolvem projetos sociais ligados 
ao esporte e às artes (música, dança, produção audiovisual).
Lazer e animação sociocultural: áreas de atuação
 Entre 1850-1914 e 1927-1937, houve aumento significativo da taxa 
de industrialização. A mudança do sistema econômico trouxe 
novas formas e métodos de organização do trabalho.
 Houve delimitação do tempo do trabalho, que foi reduzido. Horas 
dedicadas ao trabalho apontavam para a necessidade de 
atividades recreativas reduzindo a “desintegração fisiológica do 
homem”.
 Influenciada pela Europa, parte da elite brasileira construiu a ideia 
do trabalho como ação moralmente edificante, ligada ao 
catolicismo.
 A partir de 1930, surge a medicina do trabalho, com técnicas 
de racionalização para otimizar a produção e diagnósticos 
de fadiga e cansaço.
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de 
caso (lazer e esporte)
 Surge a assistência social aos trabalhadores em fábricas, 
oferecendo atividades recreativas, esportivas e culturais. Exemplo 
disso é dos clubes de futebol, organizados no 
chão das fábricas entre 1910 e 1920 na cidade de São Paulo. 
 O Juventus, time de futebol do bairro operário da Mooca, surgiu 
nesse contexto. Era nas sedes sociais dos clubes que os 
associados, acompanhados de seus familiares, estavam 
nas atividades de lazer, como bailes, piqueniques, excursões, 
festas de final de ano etc.
 Em contrapartida, as empresas, ao investirem no grêmio dos 
trabalhadores, exigiam a prestação de contas, como forma de 
controle, dos clubes que estavam subsidiando. Era comum 
que o dono recebesse título de “presidente de honra”. 
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de 
caso (lazer e esporte)
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) Publicada em 2002, a Carta Internacional de Educação para 
o Lazer apresenta as diretrizes para o desenvolvimento de 
educação para o lazer.
b) A animação sociocultural deverá ser: concebida, discutida, 
planejada, organizada, executada e avaliada.
c) Entre 1850-1914 e 1927-1937, houve aumento significativo 
da taxa de industrialização.
d) O Juventus é time de futebol do bairro operário do Pari, São 
Paulo.
e) A partir de 1930, surge a medicina do trabalho, com técnicas de 
racionalização para otimizar a produção e diagnósticos 
de fadiga e cansaço.
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
d) O Juventus é time de futebol do bairro operário do Pari, São Paulo.
Comentário: 
O Juventus, time de futebol do bairro operário da Mooca, 
surgiu nesse contexto. Era nas sedes sociais dos clubes que os 
associados, acompanhados de seus familiares, estavam nas 
atividades de lazer, como bailes, piqueniques, excursões, festas de 
final de ano etc.
Resposta
 1942: criação do Serviço Nacional da Aprendizagem Social 
(Senai). Em 1946, organiza-se formalmente a criação do Serviço 
Social da Indústria (Sesi) e do Comércio (Sesc).
 Dentre as atividades desenvolvidas pelo Sesi, destacamos: 
atividades de lazer, esporte, jogos operários, segurança no 
trabalho, nutrição, literatura e economia doméstica.
 Tanto Sesi quanto Sesc são organizadores de lazeres que têm 
como objetivo o desenvolvimento físico, intelectual, cultural e 
moral dos trabalhadores. Atualmente, as entidades oferecem: 
teatros, clubes, bibliotecas, colônias de férias, equipamentos 
e atividades esportivas.
 1990: Secretaria dos Desportos da Presidência da República, que 
origina, em 2003, o Ministério dos Esportes.
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de 
caso (lazer e esporte)
 Além do esporte, as atividades culturais desenvolvidas em nosso 
País têm contribuído para o lazer e a qualidade de vida da 
população. Nem todos têam acesso aos bens culturais, mas há 
interesse das pessoas em experimentar atividades culturais fora 
do lar.
 Dentre os principais locais visitados quando se deseja fazer 
alguma atividade cultural, destacam-se: shoppings, cinemas, 
parques, igrejas, teatros, restaurantes e outros espaços de 
alimentação e praças.
 Muitas pessoas se divertem com a televisão, internet e rádio. 
Poucas vão ao cinema ou ao teatro com frequência, bem como 
clubes ou centros culturais.
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de 
caso (lazer e cultura)
 A cultura popular, ou espontânea, refere-se às manifestações de 
caráter coletivo, marcada de forma pela espontaneidade e pelo 
cotidiano, e relaciona-se com os modos de vida, saberes e 
fazeres, tais como: alimentação, crenças, habitação, divisão de 
tarefas, práticas de cura, entre outras expressões.
 Rita Amaral (1998): as festas nas cidades brasileiras revelam 
múltiplos sentidos, como: organização popular, expressão 
artística e identidade cultural, ação social, afirmação de valores 
etc.
 As festas foram utilizadas pelos colonizadores portugueses como 
um instrumento didático e de catequização para a implantação da 
religião católica em nosso País, e meio de inserção social.
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de 
caso (festas tradicionais)
 Fandango caiçara: festas de comunidades caiçaras, nas regiões 
litorâneas do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Emprega 
cantigas e versos improvisados, de acordo com acontecimentos 
do cotidiano, ou repertórios tradicionais.
 O fandango está ligado à organização do trabalho coletivo 
(mutirão). O dono da terra (lida) convoca a comunidade para 
auxiliá-lo. Vizinhos e “camaradas” se reúnem para erguer uma 
casa, varar uma canoa, fazer lanço de tainha, ou ajudar nos 
preparativos para um casamento.
 Realizam-se os bailes, que são acompanhados de mesas fartas 
(pratos à base de peixe, mariscos, farinha de mandioca e de 
milho, carne de caça, doces, cachaças curtidas em ervas oucom 
melado).
Experiências do lazer e do ócio no Brasil: estudos de 
caso (festas tradicionais)
 Gaspar e Barbosa (2007): lazer, na cultura popular, tem jogos, 
apetrechos e brincadeiras. Os elementos infantis permitem 
benefícios físicos, culturais, lúdicos, imaginativos e sociais.
 Evolução tecnológica e urbanização/verticalização: jogos infantis 
populares e brincadeiras são substituídos pela TV, pelo 
computador e pelos jogos eletrônicos.
 Era costumeiro encontrar crianças brincando e jogando 
tranquilamente nas ruas, jogos como: amarelinha, bola de gude, 
esconde-esconde, boca de forno, passarás, queimada, quebra-
panela.
 Diversos equipamentos culturais e escolas desenvolvem 
atividades que visam a resgatar e ressignificar brincadeiras para 
as gerações mais novas.
Jogos, brinquedos e brincadeiras
 Remonta a história da sociedade. Gregos e romanos faziam 
viagens para desfrutar de eventos culturais e artísticos, como 
Jogos Olímpicos (VIII a.C.). No Renascimento (XVI-XVIII d.C.), 
jovens buscavam ampliar seus conhecimentos acerca de distintas 
manifestações culturais.
 O turismo organizado surge na Revolução Industrial e marcou a 
Europa. As conquistas do tempo livre e direitos trabalhistas dos 
operários contribuíram para a busca de atividades de lazer, dentre 
elas o turismo.
 Além disso, surge a classe média que viaja mais, usufrui a 
evolução dos meios de transporte. O apogeu do fenômeno foi 
alcançado entre as décadas de 1970 e 1980. Isso causou 
problemas ambientais.
Natureza, sociedade e turismo
Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de 
Aventura (ABETA), o viajante tem as seguintes motivações:
 paz e tranquilidade (descansar, relaxar, contemplar), socialização 
(conhecer diferentes pessoas), união de casal (romantismo e 
privacidade), exploração e descobertas (conhecer novos lugares e 
estilos de vida), fuga (da família, do trabalho, do estresse, da 
rotina), proatividade (saúde, bem-estar, condicionamento físico), 
liberdade (de horários e responsabilidades), união familiar 
(momentos com os filhos, resgate de memórias).
Principais destinos no Brasil: Pantanal (MS/MT), Rio de Janeiro, 
Fernando de Noronha (PE), Amazônia (AM), Foz do Iguaçu e Curitiba 
(PR), Brotas, Vale do Ribeira e São Paulo (SP).
Natureza, sociedade e turismo
A Associação Mundial de Recreação e Lazer conta com uma 
comissão permanente sobre turismo e meio ambiente que tem como 
objetivos:
 fornecer rede de comunicação sobre relações entre lazer, turismo 
e meio ambiente para os membros participantes;
 desenvolver iniciativas que pesquisem mais as inter-relações de 
lazer, recreação, turismo e meio ambiente;
 servir como um mecanismo de defesa para políticas e programas 
na associação mundial.
 Com relação principalmente ao lazer na cultura popular e suas 
relações com o turismo, essas atividades podem contribuir não só 
para a qualidade de vida, mas também favorecer as experiências 
subjetivas e individuais ligadas ao ócio.
Natureza, sociedade e turismo
 Os benefícios tanto do lazer quanto do ócio só poderão ser 
ameaçados se o lazer for visto apenas como mais um produto 
para consumo, levando os indivíduos à alienação.
 A alienação está vinculada à fragmentação e também à perda de 
consciência do sujeito. Ao propor atividades de lazer e ócio 
alienantes e pautadas somente pela lógica do consumo, o sujeito 
deixa de ser o centro de si e passa a ser comandado.
 Como consequência, perde a sua consciência crítica sobre o 
mundo e a sociedade na qual está inserido. Além disso, perde 
também a sua individualidade, não conseguindo, portanto, pensar 
por si.
Natureza, sociedade e turismo
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) Gregos e romanos faziam viagens para desfrutar de eventos 
culturais e artísticos, como Jogos Olímpicos (VI a.C.).
b) 1942 foi o ano de fundação do Senai – Serviço Nacional da 
Aprendizagem Social.
c) Em 1946, organiza-se formalmente a criação do Serviço Social da 
Indústria (Sesi) e do Comércio (Sesc).
d) As festas nas cidades brasileiras revelam múltiplos sentidos, 
como: organização popular, expressão artística e identidade 
cultural, ação social, afirmação de valores etc.
e) O fandango está ligado à organização do trabalho coletivo 
(mutirão). 
Interatividade
Das afirmações a seguir, qual delas é incorreta?
a) Gregos e romanos faziam viagens para desfrutar de eventos 
culturais e artísticos, como Jogos Olímpicos (VI a.C.).
Comentário: 
Gregos e romanos faziam viagens para participar de eventos 
culturais e artísticos, como Jogos Olímpicos (VI a.C.).
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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