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Universidade UniEvangelica de Anápolis , 21 de junho de 2022. Acadêmico: Gustavo Dias da Costa 7° Período Atividade Resolvendo Problema - 3° VA Parasitologia Clínica 1) Descrever a forma de preparação do material biológico para investigação de ulcerações suspeitas de leishmaniose e citar a coloração utiliza na preparação de laminas fixadas. Coleta de material para demonstração direta do parasito Visando obter uma amostra viável para um diagnóstico confiável, alguns cuidados são necessários: o primeiro deles é o preparo do local de onde será coletado o material (úlceras recentes são mais ricas em parasitos). Deve ser feita uma limpeza vigorosa do local da lesão com água e sabão, retirando-se resíduos de medicamentos ou outras substâncias, seguida de antissepsia com álcool a 70%. Quando necessário, pode-se fazer um pequeno botão anestésico com lidocaína 1% ou 2%. Detalhamento da técnica a) O esfregaço é realizado por escarificação da borda interna da úlcera ou da superfície de lesão fechada, utilizando-se lâminas de bisturi estéreis ou estilete . b) A punção aspirativa pode ser realizada após injeção de 3 ml de solução salina estéril na borda da lesão ou linfonodo, utilizando-se uma seringa de 5 ml e agulha 25x8 mm. c) Após a excisão cirúrgica, a técnica de aposição em lâmina (também denominada imprint ou touch preparation) pode ser realizada por meio da delicada compressão de fragmento de tecido, obtido por biópsia, sobre uma lâmina de vidro. Uma boa execução da técnica requer que o fragmento seja previamente banhado em solução salina estéril e o excesso de sangue e líquidos absorvidos em gaze ou papel de filtro. Recomenda-se que seja coletado material de diferentes pontos da lesão, mesmo que o material seja aposicionado em uma única lâmina. d) O material obtido por qualquer das técnicas deve ser distendido em 1 a 3 lâminas previamente limpas, desengorduradas e secas. Caso seja possível, empregar lâminas de borda fosca para melhor identificação do material . O material coletado deverá ser fixado em até 12 horas a partir da coleta. A fixação deverá ser realizada em álcool metílico (metanol), a temperatura ambiente. e) Após a confecção do esfregaço, as lâminas serão coradas com derivados do Romanowsky – Giemsa, Leishman ou corantes rápidos (este último ainda visto com algumas restrições por alguns cientistas) – e observadas no microscópio ótico para pesquisa de formas amastigotas. É importante registrar qual corante foi utilizado para cada lâmina 2) Investigar as formas evolutivas presentes em tecidos de paciente com leishmaniose, doença de Chagas e toxoplasmose. * A Leishmaniose Visceral (LV) é causada por um protozoário da espécie Leishmania chagasi. O ciclo evolutivo apresenta duas formas: amastigota, que é obrigatoriamente parasita intracelular em mamíferos e promastigota, presente no tubo digestivo do inseto transmissor. * A doença é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, caracterizado pela presença de um flagelo e do cine-toplasto. Suas formas evolutivas são amastigota, tripo-mastigota e epimastigota. Por exemplo, no sangue dos vertebrados, o T. cruzi se apresenta sob a forma de tripo-mastigota, que é extremamente móvel, e, nos tecidos, como amastigotas. No tubo digestivo dos vetores ocorre a transformação do parasito, dando origem às formas infectantes presentes nas fezes do inseto. A partir disso, é possível entender a transmissão da DC e prevenir a doença. *Três formas ou estágios de Toxoplasma gondii podem iniciar a infecção em animais vertebrados: o trofozoíto ou taquizoíto é a forma proliferativa observada nas infecções disseminadas agudas, e pode estar presente nos fluídos corporais; o cistozoíto ou bradizoíto é a forma latente do Toxoplasma e está presente nas infecções congênitas e adquiridas, crônicas ou assintomáticas, encontra-se em cistos, principalmente no cérebro, olho, fígado e musculatura cardíaca e esquelética e o oocisto que é expelido nas fezes de gatos suscetíveis após a ingestão de qualquer das formas infectantes (taquizoítos, bradizoítos e oocistos). Essas três formas apresentam organelas citoplasmáticas características do Filo Apicomplexa (visíveis apenas em nível de microscopia eletrônica de transmissão) que constituem o complexo apical: conóide, anel polar (em número de dois), microtúbulos subpeliculares, roptrias, micronemas e grânulos densos. 3) Dentro do grupo dos antiparasitários, agrupar os fármacos de acordo com seu mecanismo de ação e descrevê-los. Anti- Helmínticos Benzimidazóis: Inibe a B-Tubilina -> Inibe a polimerização dos microtubulos -> inibe captação de glicose -> Redução na formação de ATP -> Paralisia e morte do verme. Pirantel: Bloqueador neuromuscular despolarizante -> Contração súbita -> Paralisia do helminto -> Expelido nas fezes. Piperazina: Produz uma maior liberação GABA -> Aumenta o fluxo de CL -> hiperpolarização -> Interrompe impulsos nervosos -> Induz a paralisação e morte do parasita -> Expulsão ainda vivo do organismo. Ivermectina: Produz uma maior liberação GABA -> Aumenta o fluxo de CL -> hiperpolarização - > Interrompe impulsos nervosos -> Induz a paralisação e morte do parasita -> Expulsão ainda vivo do organismo. Nitazoxamina: Após a administração oral, a nitazoxanida é rapidamente absorvida no trato intestinal e totalmente hidrolizada em um metabólito ativo, a tizoxanida, que é então conjugada (glucoronídeo tizoxanida), atingindo picos de concentração plasmática em 1 a 4 horas. A tizoxanida é excretada de forma inalterada pela urina nas 24 horas seguintes, e não é detectada no plasma. A excreção também ocorre através da bile e das fezes, Praziquantel: Aumenta a permeabilidade da membrana ao cálcio -> contração e paralisia do parasita -> Interage com a subunidade B de canais de cálcio tipo L do parasita -> Aumenta o influxo de Ca2+ -> Contração Muscular rápida, paralisia e morte do helminto -> tornar o verme mais susceptível á resposta imune do hospedeiro. Niclosamina: Idem benzimidazois -> Promove um desligamento do escolex do helminto do intestino do hospedeiro e sua expulsão do organismo. Oxamniquina: Intercalação do DNA e concentração no parasita. Anti Protozoarios Metronidazol: Liga-se ao DNA e proteínas impedindo a síntese de ácidos nucléicos -> Atua em todos os tecidos infestados de ameba. Não é ativo contra cistos, Tinidazol: Semelhante ao metronidazol, mas possui uma meia vida maior possibilitando seu emprego uma vez ao dia. Cloroquina: Difunde-se livremente através da membrana do vacúolo alimentar do parasita -> A cloroquina é uma base fraca que, no interior do vacúolo (ácido) > protonada e não sai do vacúolo -> Acumula, se liga à ferriprotoporfirina IX e inibe a polimerização desse metabólito do heme -> O aumento da ferriprotoporfirina IX nãopolimerizada leva à lesão oxidativa da membrana -> Toxicidade ao parasita. Mefloquina: O mecanismo de ação exato da mefloquina não é claro. Esta possui, no entanto, uma alta afinidade por membranas eritrocitárias, com atividade relacionada presumivelmente a sua interferência na polimerização de heme. Artemisia: A artemisinina tem ação mais rápida sobre o parasita que os outros antimaláricos porque inibe os estágios iniciais de desenvolvimento do Plasmodium, logo que este invade os eritrócitos . A maioria dos antimaláricos atua nos estágios de trofozoítos tardios e esquizontes, enquanto a artemisinina age nos trofozoítos jovens e estágios de anel. Devido a sua ação sobre a forma de anel, a artemisinina impede o desenvolvimento do estágio sexual inicial (gametócitos), resultando em redução da transmissão da malária em áreas endêmicas . A artemisinina não atua nos estágios hepáticos do parasita, tendo pouco valor profilático, e aumentando a chance de recrudescência com o uso em monoterapia. Primaquina: O mecanismo de ação básico daprimaquina envolve aumento da quantidade de peróxido de hidrogênio (H2O2), que por sua vez é responsável por ações antimicrobianas – plasmódio é sensível a radicais livres. Doxiciclina: A doxiciclina (α-6-deoxi-5-oxitetraciclina) tem como mecanismo de ação sua ligação com as subunidades 30S dos ribossomos bacterianos, dificultando o acesso do aminoacil-t-RNA ao sítio A do ribossomo, a adição de aminoácidos e consequentemente a inibição da síntese protéica. Pirimetamina + Sulfadoxina: atua sobre os agentes causadores da malária, graças à potencialização recíproca de seus dois componentes. Devido à esta marcante ação sinérgica, as formas eritrocíticas assexuadas dos parasitas da malária (trofozoítos e esquizontes) são eliminadas com uma única dose. Benzonidazol: O benzonidazol provavelmente atua através do mecanismo de stress redutivo, envolvendo modificação covalente de macromoléculas, como as de DNA, por intermediários nitroredutores. Proporcionando a perda da capacidade de multiplicação do parasito (Trypanosoma cruzi) e assim a cura do paciente. 4) Indicar a melhor fase da instituição da farmacoterapia para doença de Chagas Os melhores resultados foram obtidos na fase aguda da doença, em crianças e pacientes com infecção recente, usando-se nifurtimox na dose de 8 a 10 mg/Kg/dia ou benznidazol 5 a 7,5 mg/Kg/dia durante 60 a 90 dias. Na fase crônica e em pacientes adultos os melhores resultados foram obtidos no sul do Brasil, na Argentina e no Chile, portanto no Cone Sul, provavelmente devido ao tipo de cepa do T. cruzi dessa região. Em síntese pode-se dizer que o percentual de cura foi de 60 a 80% na fase aguda e de 10 a 20% na fase crônica, de acordo com os diversos autores e áreas geográficas. Alguns autores que obtiveram “altos percentuais de cura” na fase crônica basearam-se na negativação do xenodiagnóstico ou da PCR, que podem ser negativos em mais de 50% dos pacientes com redução da parasitemia, mesmo que não curados. 5) Elencar os fármacos indicados para a profilaxia, o tratamento da crise aguda e do paciente em recuperação da malária. Classificação / Indicação dos antimaláricos Profilaxia: Cloroquina e mefloquina; Tratamento da malária aguda na fase eritrocitária: Cloroquina e primaquina; Tratamento da malária no estágio hepático: Primaquina. 6) Descrever as formas parasitárias que são combatidas pela cloroquina, mefloquina e primaquina assim como a diferenciação entre efeito eritrocítico/sanguíneo e exoeritrocítico/tecidual. Cloroquina e Mefloquina: Metabolismo do heme - esquizontecida sanguíneo Primaquina: Transporte de elétrons - gametocítico e esquizontecina tecidual O ciclo assexuado do plasmódio, denominado esquizogônico, inicia-se após a picada do anofelino, com a inoculação de esporozoítos infectantes no homem. A seguir, os esporozoítos circulam na corrente sangüínea durante alguns minutos e rapidamente penetram nas células do fígado (hepatócitos), dando início ao ciclo pré-eritrocítico ou esquizogonia tecidual, que dura seis dias para a espécie P. falciparum, oito dias para a P. vivax e 12 a 15 dias para a P. malariae. Durante esta fase, o P. vivax e o P. ovale apresentam desenvolvimento lento de alguns dos seus esporozoítos, formando os hipnozoítos, formas latentes (dormentes) do parasito responsáveis pelas recaídas da doença meses ou anos após. Ao final do ciclo tecidual, os esquizontes rompem o hepatócito, liberando milhares de elementos-filhos na corrente sangüínea, chamados merozoítos. Ressalte-se que cada hepatócito rompido libera cerca de 2.000 merozoítos quando a infecção é devida ao P. malariae;10.000, quando devida ao P. vivax e 40.000, quando devida ao P. falciparum. Os merozoítos irão invadir as hemácias, dando início ao segundo ciclo de reprodução assexuada dos plasmódios: o ciclo sangüíneo ou eritrocítico. O P. malariae só invade hemácias velhas (0,1% do total), o P. vivax invade preferencialmente as hemácias jovens e o P. falciparum, hemácias em qualquer fase evolutiva. Durante um período que varia de 48 a 72 horas, o parasito se desenvolve no interior da hemácia até provocar a sua ruptura, liberando novos merozoítos que irão invadir novas hemácias. A ruptura e conseqüente liberação de parasitos na corrente sangüínea traduz-se clinicamente pelo início do paroxismo malárico, que se repetirá com o término do novo ciclo (em dois dias, quando a infecção for devida ao P. falciparum ou P. vivax e em três dias, quando devida ao P. malariae). 7) Relacionar as indicações clínicas de albendazol, metronidazol, ivermectina, praziquantel, cloroquina, primaquina, benzonidazol, tinidazol, niclosamida e nitazoxanida. Albendazol: Estrongiloidiase , teniase e giardíase Metronidazol: amebíase, Tricomoníase, vaginites por Gardnerella vaginalis, giardíase; infecções causadas por bactérias anaeróbias como Bacteroides fragilis, Fusobacterium sp, Clostridium sp, Eubacterium sp e cocos anaeróbios. Ivermectina: Filariose, escabiose, pediculose, larva migrans, e fármaco de escolha para oncercose (Oncocherca volvulus). Praziquantel : Primeira escolha no tratamento de trematódeos (esquistossomose) e cisticercose (taníase). Cloroquina: Profilaxia e tratamento de crises agudas de malária causadas por Plasmodium vivax, P. Malariae, P. Ovale e cepas sensíveis de P. Falciparum.; Tratamento de amebíase extraintestinal; Tratamento de abscesso hepático amebiano, como fármaco de segunda escolha; Tratamento de hipercalcemia em pacientes sarcoides; Tratamento de artrite reumatoide; Tratamento de lúpus eritematoso; Tratamento de artrite juvenil; Tratamento da erupção polimorfa à luz; Tratamento de porfiria cutânea tardia; Tratamento de urticária solar e vasculite cutânea crônica que não respondem a outro tratamento. Primaquina: A primaquina é utilizada no tratamento da malária causada por Plasmodium vivax,Plasmodium falciparum, Plasmodium ovale ou malária mista. É reservada primariamente para profilaxia terminal e a cura radical das malárias P. vivax e P. ovale (recidivantes) devido a sua alta atividade contra as formas latentes dessas espécies de plasmódio. Tratamento da malária aguda na fase eritrocitária: Cloroquina e primaquina. Benzonidazol: Benznidazol é indicado para infecções devidas ao Trypanosoma cruzi (doença de Chagas). Tinidazol: Amebíase, giardíase, tricomoníase. Niclozamina: A niclosamida está indicada para o tratamento da teníase, provocada por Taenia solium ou Taenia saginata, e da himenolepíase, causada por Hymenolepis nana ou Hymenolepis diminuta. Nitazoxanida: Helmintíases, estrongiloidíase, cestódeos, amebíase, giardíase, Balantidium coli, Isospora belli, Crysptosporidium parvum e C. balantidíase. 8) Elencar ao menos dois efeitos colaterais dos antiparasitários. Distúrbios gastrintestinais: anorexia, diarreia, vômito, dor abdominal. Alucinações e convulsões, Embriotoxicidade e teratogenicidade, Efeitos cardiovasculares: hipotensão, vasodilatação, supressão da função miocárdica, arritmias cardíacas, parada cardíaca), Efeitos SNC: confusão, convulsões e coma As doses terapêuticas usadas no tratamento oral, podem causar cefaleia, irritação do TGI, distúrbios visuais e urticária.
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