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Profa. Tatyane Perna UNIDADE I Corporeidade e Motricidade Humana O corpo como objeto de estudo em diversas áreas do movimento. Aspectos biológicos, psicológicos e sociais. O corpo deve ser estudado e entendido em sua totalidade de aspectos. O corpo reflete uma cultura! A interação com essa cultura se dá pelo movimento. Como se deu a transformação do corpo durante os anos? Como é o entendimento do corpo atualmente? Introdução O corpo durante a história era utilizado de diversas formas, dentro de determinado contexto social. Movimentos de atividades diárias como correr, saltar, pular... Movimentos corporais expressivos, que são formas não verbais de comunicação – exemplo: gestos, posturas e expressões faciais. A ética corporal sobre a aparência do próprio corpo – exemplo: pudor e ideal de beleza. O controle de estrutura dos impulsos e das necessidades. Em cada sociedade, o corpo é visto, concebido e tratado de diversas formas, dependendo de diversos fatores. A corporeidade na história da humanidade Na Grécia Antiga – primeiros filósofos. Os primeiros filósofos tinham uma visão integral do corpo – um ser único, indivisível e visível. O corpo para o povo grego era formado pela soma (corpo) que era a matéria, pela psique (alma/mente) e pneuma (sopro) que daria vida à matéria, e elas se completavam. Corpo e mente são concebidos de modo harmônico. A corporeidade na história da humanidade Platão desenvolveu uma visão fundamentada em uma divisão do mundo: real e ideal. A corporeidade na história da humanidade Fonte: Livro-texto (adaptado). RealIdeal O mundo das ideias Para Platão, o conhecimento verdadeiro é dividido O mundo inteligível Eterno e imutável Onde reside a verdade Perfeito Mundo da razão = causa de tudo o que existe Verdade absoluta O mundo sensível Percebido pelos sentidos Universo material Cópias físicas do inteligível Prevalecem as aparências = enganosas Reflete a opinião Platão separa o ser humano em duas partes – corpo e alma. Sendo que a alma comanda o corpo. A partir desse pensamento, é construída a ideia de que o homem é constituído de três tipos de almas: Alma superior: ligada à racionalidade, localizada na cabeça → leva a um caráter racional. Alma inferior: ligada aos bens materiais e à luxúria, localizada na região abaixo do abdome → leva a um caráter concupiscível. Alma irascível: ligada às emoções e às paixões, localizada no peito do ser humano → leva a um caráter irascível. A corporeidade na história da humanidade O corpo, para o filósofo Aristóteles: Não considera corpo e alma como dois seres distintos – helimorfismo (não separação do corpo/alma). Considera que a alma é a vida do corpo – o corpo era a extensão da alma – extensão física. A alma era responsável pelas faculdades de nutrição, reprodução e anímica. Sendo que tanto a alma como o corpo se completavam. É inconcebível a separação de corpo e alma – como se pode ter o pensamento sem o corpo? Importante um corpo ativo. A corporeidade na história da humanidade Na Idade Média (séculos V ao XV) – o corpo sofre um processo de descorporalização → crescente importância da racionalização. Corpo como instrumento de trabalho, sustento e comunicação da sociedade – sistemas de castas (feudal). Descorporalização → questões religiosas – a Igreja tinha forte influência nos sistemas social, comercial e político. Santo Agostinho: definiu o corpo como cárcere da alma, e que o corpo físico é uma punição para a alma. Pessimismo com relação às sensações que o corpo provoca. A alma deve manter a vigilância sobre o corpo e os sentidos para que eles não impeçam de conhecer a verdade divina, colocando o corpo no caminho divino. A corporeidade na história da humanidade Já no Renascimento, após a Idade Média – diversos avanços tecnológicos, como a valorização do trabalho e, principalmente, do intelecto, capacidade de criação e transformação do mundo! Esquema mecanicista – o homem como um animal racional. A corporeidade na história da humanidade Fonte: http://cache1.asset- cache.net/gc/519190164 -man-followed-by-ideas- gettyimages.jpg?v=1&c= IWSAsset&k=2&d=OAp0 Tb4KR597iKW9NN%2fu nF5E36jvoAieZlD564Byv HQ%3d&b=MA== Descartes estabelece a divisão entre o sujeito objeto (corpo) e espírito da matéria (mente). Tendo uma visão separatista e redutora – pensamento semelhante ao de Platão, porém com uma concepção cartesiana. O corpo é a extensão da alma e a alma não depende dele! A mente controla o corpo. Descartes não considerava as sensações obtidas pelo corpo, em que o corpo somente obedecia a comandos e vontades da mente. Mente = pensamento → única forma de adquirir conhecimento. Nessa época, o corpo passa a ser objeto de estudo → perde- se a proibição da Igreja → avanço nos estudos. A corporeidade na história da humanidade Na Grécia Antiga não existia a dicotomia entre corpo e alma, o ser humano era considerado único e indivisível. Platão dá início à oposição entre corpo e alma (mente) e para isso fundamenta-se em uma divisão de mundo. Sobre este assunto, é incorreto afirmar que: a) A alma comandava todas as ações do corpo, ela era o princípio do movimento. b) A inteligência (alma) é a única esfera onde se deve investir para ter conhecimento total do mundo em que se vive. c) Esse dualismo tem a concepção de que corpo e alma possuem realidades diferentes e não estão relacionados, são independentes um do outro. d) Esse dualismo foi desenvolvido tendo a concepção de que corpo e alma possuem realidades diferentes, porém estão relacionados. e) O corpo, considerado uma porção de matéria, habitava o Mundo Sensível; a alma, que possuía a capacidade de pensar, habitava o Mundo Inteligível. Interatividade Na Grécia Antiga não existia a dicotomia entre corpo e alma, o ser humano era considerado único e indivisível. Platão dá início à oposição entre corpo e alma (mente) e para isso fundamenta-se em uma divisão de mundo. Sobre este assunto, é incorreto afirmar que: a) A alma comandava todas as ações do corpo, ela era o princípio do movimento. b) A inteligência (alma) é a única esfera onde se deve investir para ter conhecimento total do mundo em que se vive. c) Esse dualismo tem a concepção de que corpo e alma possuem realidades diferentes e não estão relacionados, são independentes um do outro. d) Esse dualismo foi desenvolvido tendo a concepção de que corpo e alma possuem realidades diferentes, porém estão relacionados. e) O corpo, considerado uma porção de matéria, habitava o Mundo Sensível; a alma, que possuía a capacidade de pensar, habitava o Mundo Inteligível. Resposta O corpo passa a ser encarado como um objeto científico. Porém, surge Friedrich Nietzsche, contrapondo as concepções de dicotomia de Descartes. Início da concepção de corpo vivo – o corpo dentro de um contexto social. Experiências de um homem vivo, e não um mero objeto. A mente não sobrepõe mais o corpo, interage com ele por meio dos sentidos e das emoções. Necessidade de conhecer a linguagem que o corpo transmite. “Pelo corpo que se conhece a alma e não o inverso!” A corporeidade na história da humanidade Karl Marx também tinha o mesmo pensamento de Nietzsche – que o corpo faz parte do meio e interage com ele. Essa relação é desenvolvida pelos movimentos, os quais geram o trabalho → trabalho com objetivo de alteração do meio. Porém, como os ideais capitalistas eram muito fortes em relação à produção em massa e linhas de montagens, Marx faz a crítica de que o ser humano perde a relação da matéria produzida com o corpo que a produz. Em que o corpo que era responsável pela criação e pela construção, passa a ser somente uma mercadoria de mão de obra, principalmente após a Revolução Industrial. A corporeidade na história da humanidade A visão dualista proposta por Platãoe Descartes permanece até hoje → valorização do pensar em detrimento do corpo/movimento. Porém, Nietzsche e Marx são precursores dos pensadores contemporâneos, com a visão de um corpo único e representativo. Porém, o pensamento contemporâneo apresenta uma visão mais complexa, tendo como base o ser humano e a sua relação com o mundo. Os principais pensadores sobre o corpo são: Maurice Merleau-Ponty, Michel Foucault. A corporeidade contemporânea O corpo é a ligação entre o indivíduo e a história, e esse corpo sofrerá as decisões teóricas e práticas do conhecimento. Exclusão da ideia de separação de Descartes. A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty Fonte: http://www.estudopratico.com.br/filosofia-de-merleau-ponty/ Ele trata as sensações do corpo como algo fundamental para a percepção do mundo e essa sensação se dá pelo movimento, o qual gera interação com o mundo. Tem como objetivo compreender o homem de uma forma integral → o homem é o ser-no-mundo. A experiência que o corpo gera a respeito da interação com o mundo e com outros corpos. O movimento irá gerar a intencionalidade. Permite o corpo sentir e perceber o mundo, os objetos e outros corpos. Essa interação irá gerar sonhos, imaginação e desejos. A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty Essa ideia é chamada de subjetividade, de Merleau Ponty. A subjetividade irá gerar a noção de liberdade. O mundo existe independentemente do homem, porém, aquele não está totalmente constituído e construído, dependendo das ações individuais e coletivas. A liberdade é resultante da interação entre o interior e o exterior do ser humano (estruturas psicológicas e históricas). Também são considerados o contexto histórico, as relações sociais e a afetividade, sendo isso uma experiência corporal e não intelectual → conquistado pelo movimento e pela percepção. A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty Para Ponty, o ser humano desaprendeu a viver com seu corpo. O corpo do ser humano deve olhar, observar e sentir. Isso irá gerar uma experiência, em que o corpo reconhece o espaço como expressivo e simbólico. Desenvolvendo, assim, o potencial criativo do ser humano. O corpo se torna sensível ao mundo, manifestando, assim, a sua corporeidade. Motricidade = intencionalidade do corpo pelo movimento. Superação da separação sujeito-objeto. A corporeidade contemporânea – Merleau Ponty Estudos das relações entre o poder, o saber e o corpo. Para Foucault, o corpo irá refletir uma cultura em que ele está inserido, tendo três conceitos: O sujeito produtivo. O modo como o sujeito se constitui ao longo da vida, por questões internas e externas. A forma na qual o ser humano se torna sujeito. A corporeidade contemporânea – Michel Foucault Fonte: http://www.universoracionali sta.org/michel-foucault-2/ O corpo sofre efeitos do poder → a forma como o poder se manifesta sobre esse corpo. O poder interfere na corporeidade do sujeito → refletindo-se em seus hábitos, sentimentos, emoções e ações. Refletindo também na realidade concreta do indivíduo → o seu corpo, o corpo social, e adentrando a sua vida cotidiana. O poder não está relacionado ao poder governamental, mas sim a todas as esferas do indivíduo. A corporeidade contemporânea – Michel Foucault Estabelecendo, assim, diversas esferas de poder. A forma desse poder ser utilizado é por meio da disciplina. A disciplina é instaurada por uma série de intervenções e controles regulatórios → Sendo isso uma biopolítica. Biopolítica: controle da massa e não individual. A corporeidade contemporânea – Michel Foucault Fonte: http://cache3.asset- cache.net/gc/182929067-yellow-card- gettyimages.jpg?v=1&c=IWSAsset&k=2& d=KwzJ8MD4r6kAKp52YSYNW32x3nYO gw%2fqeT07uSzoUaI%3d&b=MjU= Práticas disciplinadoras atuais: Imposições de gestos, atividades, uso, repartição espacial. Cálculo de tempo. Prisões, hospitais e escolas. A corporeidade contemporânea – Michel Foucault Fonte: cdn.morguefile.com/image Data/public/files/h/HB28/0 5/l/1431023733ug0e2.jpg Um corpo disciplinado o mantém introjetado → sem consciência de questionamento pelo indivíduo. Levando para um autocontrole, não necessitando de controle externo, produzindo um corpo dócil. Desenvolvendo um controle da energia de trabalho, que se baseia em quatro elementos: 1. A distribuição de corpos em funções determinadas. 2. Controle da atividade individual. 3. Organização da formação pela internalização e pela aprendizagem de funções. 4. Composição das forças pela articulação funcional das forças corporais em aparelhos eficientes. A corporeidade contemporânea – Michel Foucault Sendo assim, a disciplina é observada no nosso corpo de três formas: Vigilância hierárquica – hierarquia – observação e fiscalização da produção. Sanções normalizadoras – sistema de recompensas e punição com objetivo de corrigir e minimizar desvios. Exames – relacionados às duas anteriores – para a construção do saber e constituição do sujeito. O corpo se tornando um objeto de submissão. Formando corpos para o exercício de tarefas específicas e, assim, aumentando a força dos corpos, em questões econômicas de utilidade. O corpo é um confronto bélico! Sem liberdade! A corporeidade contemporânea – Michel Foucault “O corpo era o cárcere ou a prisão da alma, o qual levava a alma, que era pura e perfeita, ao pecado e, consequentemente, à morte, sendo um dos preceitos da Igreja, como forma de controle e doutrinamento na Idade Média.” O trecho acima nos remete à concepção de corpo de qual filósofo? a) Santo Agostinho. b) Karl Marx. c) Platão. d) Foucault. e) Merleau-Ponty. Interatividade “O corpo era o cárcere ou a prisão da alma, o qual levava a alma, que era pura e perfeita, ao pecado e, consequentemente, à morte, sendo um dos preceitos da Igreja, como forma de controle e doutrinamento na Idade Média.” O trecho acima nos remete à concepção de corpo de qual filósofo? a) Santo Agostinho. b) Karl Marx. c) Platão. d) Foucault. e) Merleau-Ponty. Resposta A motricidade surge como sinal da corporeidade, que está no mundo para algum objetivo. O movimento está relacionado a um entendimento e interação com o mundo e o sujeito. Respeitando a complexidade do ser humano. “A motricidade representa a vocação da abertura do homem aos outros e ao mundo, funcionando, em certo sentido, como provocação que liberta da solidão, para inseri-lo no plano da convivência” (TOJAL, 2011). A motricidade humana Com isso, existe uma linha complexa entre os componentes internos – exemplo: sistema nervoso – e componentes externos – exemplo: cultura. Os componentes externos são captados a partir das experiências de interação com o meio externo, representando uma intencionalidade. Com isso, a motricidade revela a intencionalidade operante do homem em se movimentar com sentido e conteúdo. Com objetivo de sempre se superar, e não ser apenas uma máquina reprodutora de movimentos preestabelecidos. A motricidade humana Motricidade → busca pela superação de algo que seja interessante para o sujeito, que é particular de cada indivíduo, tendo como foco o seu máximo. A área que estuda o movimento deve se preocupar com o sujeito que produz o movimento e não somente com as estruturas que o produzem – músculos, articulações e ossos. A partir do corpo → a motricidade representa um significado para o corpo, pois esse significado representa uma intencionalidade. A motricidade humana A motricidade representa um significado para o próprio corpo, pois apresenta um sentido, refletindo e manifestando a intenção do próprio corpo, aumentando o entendimento da percepção, que é a ligação entre o corpo e o mundo. Motricidade é muito mais do que somente o organismo. O homem é integral em movimento; sendo, assim, a expressão da corporeidade embelos movimentos corporais, com intencionalidade, em consonância com mundo, se relacionando com as coisas e inserindo o homem em processo construtivo. A motricidade humana Pela motricidade, o homem tem suas primeiras experiências de exploração do mundo pelo movimento. Constituindo, assim, um processo de humanização, pois a aprendizagem de cada indivíduo ocorre em sua relação com o meio social. A motricidade humana Fonte: https://cdn.morguefile.c om/imageData/public/fil es/j/Jogonesoft/01/l/145 3969233bx5mq.jpg A motricidade humana é um fenômeno complexo. A motricidade não nasce pronta, não apresenta uma ordem cronológica nem acontece em estágio. A motricidade é um constructo social, dependendo de uma interação. Com isso, são apresentadas infinitas possibilidades de construção de uma motricidade do indivíduo. A motricidade humana O corpo em movimento sempre foi um dos encantos das áreas que estudam o movimento humano, seja em um ambiente escolar, em um jogo recreativo ou em um contexto de alto rendimento. Será que esse encanto se dá pela compreensão completa do movimento? Se a compreensão for realizada de uma maneira segregada... Em muitos casos, as áreas do movimento acabam tendo uma visão reducionista do movimento, excluindo a complexidade das interações entre as diversas esferas do ser humano. A motricidade humana A motricidade humana Fonte: https://www.adventureclu b.com.br/blog/dicas-de- viagem/gestos-com-as- maos-e-seus- significados-em- diferentes-culturas/ Fonte: https://m.megacurioso.com.br/papo- de-bar/75400-conheca-a-origem- de-5-gestos-populares.htm Fonte: https://canaltech.com.br/redes- sociais/instagram-vai-banir-fotos- com-o-gesto-de-ok-entenda- 152163/ Fonte: https://br.depositphotos.com/1 21203312/stock-illustration- hand-in-rock-n-roll.html Tratando-se da corporeidade e sua relação com as áreas que estudam o movimento humano, assinale a alternativa incorreta. a) A corporeidade se apresenta como uma proposta de superar a visão mecanicista ou a dicotomia fragmentadora de uma unidade do ser humano. b) Na visão da corporeidade como superação da visão mecanicista, o movimento passa a ser a intencionalidade de um corpo. c) A Educação Física está relacionada à corporeidade e ao movimento do ser humano, ou seja, à intencionalidade do homem, tendo como abrangências as diversas formas de atividades físicas. d) A fim de trabalhar a corporeidade, é fundamental que os especialistas não percam de vista a totalidade do ser humano. e) A ideia de corpo-máquina, ou corpo-objeto, foi desenvolvida por Descartes, dando origem e base teórica aos estudos de corporeidade, que estudam as questões motoras do corpo. Interatividade Tratando-se da corporeidade e sua relação com as áreas que estudam o movimento humano, assinale a alternativa incorreta. a) A corporeidade se apresenta como uma proposta de superar a visão mecanicista ou a dicotomia fragmentadora de uma unidade do ser humano. b) Na visão da corporeidade como superação da visão mecanicista, o movimento passa a ser a intencionalidade de um corpo. c) A Educação Física está relacionada à corporeidade e ao movimento do ser humano, ou seja, à intencionalidade do homem, tendo como abrangências as diversas formas de atividades físicas. d) A fim de trabalhar a corporeidade, é fundamental que os especialistas não percam de vista a totalidade do ser humano. e) A ideia de corpo-máquina, ou corpo-objeto, foi desenvolvida por Descartes, dando origem e base teórica aos estudos de corporeidade, que estudam as questões motoras do corpo. Resposta Qual o objetivo ou alvo de estudos das áreas que estudam o movimento? Um corpo dividido e segregado – Anatomia, Fisiologia, Psicologia – uma visão dualista. Essa separação é ruim para a compreensão do ser humano? Depende... “[...] É fundamental que os especialistas não percam de vista a totalidade do ser humano [...], as diferentes áreas do saber são apenas perspectivas, parcialização do homem, embora cooperem para o conhecimento, não desvelem seu ser total, mascarando sua essência” (GONÇALVES, 2012). A corporeidade e o movimento humano É necessário que o corpo seja tratado como sujeito e não objeto → INTENCIONALIDADE. Corporeidade – uma proposta de superar a visão mecanicista ou a dicotomia fragmentadora do ser humano. Acabamos trazendo para a nossa atuação a ideia de um corpo que desenvolve um trabalho por meio de movimento, de uma forma mecanizada → corpo-máquina e corpo-objeto. A corporeidade e o movimento humano A ideia de corpo-máquina/objeto foi trazida por Descartes – mente controla o corpo, sem qualquer reflexão ou intenção. Na sociedade moderna são observados conceitos estéticos empregados, em que são colocados padrões e referenciais corporais para serem seguidos. A manipulação em busca de uma beleza padronizada. O corpo-objeto participa de um mundo de trocas, em que seus interesses são determinados por um sistema social, transformando o corpo em uma mercadoria. A corporeidade e o movimento humano Com isso, práticas que são realizadas em qualquer tipo de aula que envolva o movimento acabam por utilizar o conceito de corpo-máquina e corpo-objeto: Correr em volta da quadra. Fazer alongamento sem saber o motivo. Realização de movimentos repetitivos até a exaustão. Quando se chega ao limite, faz-se a utilização de anabolizantes para chegar ao padrão “desejado” ou imposto. A corporeidade e o movimento humano Corpo-máquina = corpo dócil, passivo perante o mundo real, conformista, que acaba adotando tudo o que a sociedade lhe impõe. Assim, traz-se a ideia de um corpo que consome, um corpo-mercadoria. Corpo que pode ser trocado, modificado de acordo com os modismos culturais vigentes. Consumo exagerado e desenfreado > capitalismo. Isso afeta a corporeidade dos indivíduos. A corporeidade e o movimento humano Isso afeta a corporeidade dos indivíduos, mas como? As questões sociais determinam as normas de relacionamento com o corpo, práticas de beleza, manipulação e mutilação, apresentando um significado superficial e simbólico. Diversas alterações nos padrões de beleza durante o século XX, principalmente na busca por um corpo magro e com formas definidas. Somente esse padrão é bem aceito pela sociedade. Acarretando problemas no conceito da autoimagem. A corporeidade e o movimento humano A autoimagem é construída a partir de três componentes: Perceptivo – aparência física. Subjetivo – satisfação da aparência. Comportamental – situação de fuga, desconforto. A autoimagem é reforçada pela sociedade mediante aprovação e modelação, tentando reproduzir ou imitar um padrão determinado. A corporeidade e o movimento humano A busca incessante pelo padrão aceito pode levar a uma visão deturpada da autoimagem, levando a transtornos alimentares: Bulimia, Anorexia nervosa. Esses tipos de transtornos têm as mulheres como principais vítimas. A corporeidade e o movimento humano Fonte: http://cache1.asset- cache.net/gc/47110 5594-anorexia- gettyimages.jpg?v=1 &c=IWSAsset&k=2& d=%2bi0TKuZOViIY muCQXwo6lzRi1j% 2fEpX4Sw7Ajj55glts %3d&b=NTI Fonte: http://cache4.asset- cache.net/gc/5126235 23-male-anorexia- gettyimages.jpg?v=1& c=IWSAsset&k=2&d=1 gc6FjpkWorOFC421% 2bOJZPqcMm9duoTb kED0sggMa%2fM%3d &b=QjRF Outros transtornos de autoimagem: Disformia muscular. Transtorno que pode levar ao desenvolvimento da vigorexia. Atingindo, principalmente, jovens homens. O que leva a desenvolver os transtornos de imagem? Imposição da mídia, da sociedade e do meio esportivo. Considerar um padrão ideal e que sem ele não obterá a felicidade. O corpo como prisioneiro de um sistema de poder. A corporeidade e o movimento humano A corporeidade considera um ser biológico e também um ser social → relação como contexto social. O profissional deve ser capaz de compreender o homem em sua totalidade e, assim, produzir uma intervenção condizente com a realidade desse homem. Para conseguir aplicar essa concepção: O profissional deve buscar um corpo possível em uma prática sistematizada. Deixar de lado o corpo idealizado – abandonando os modismos sazonais da área fitness. A corporeidade e o movimento humano O profissional não pode desprezar as experiências do sujeito, o sistema social e a cultura em que ele está inserido. Procurar contribuir para o desenvolvimento desse corpo real e existente, que irá se movimentar em busca de uma superação. Saber trabalhar o sujeito racional, criativo, dependente do conhecimento de si, dos outros e do mundo. Se o profissional entender isso, ele agregará diversos valores que darão suporte à sua atuação. A corporeidade e o movimento humano A corporeidade exigirá um trabalho amplo do profissional. Atuará com uma grande variedade de sujeitos. Ir contra as mensagens vinculadas por diversos meios de comunicação. A compreensão de uma corporeidade integral faz com que o profissional tenha consciência dos rumos que a área apresenta. Valorizar o sentido de humanidade e o sujeito-autor de uma história e de uma cultura. A corporeidade e o movimento humano O conceito de autoimagem ou imagem corporal envolve três componentes. São eles: a) Perceptivo, satisfação e comportamental. b) Comportamental, psicológico e biológico. c) Subjetivo, comportamental e biológico. d) Perceptivo, comportamental e subjetivo. e) Social, subjetivo e objetivo. Interatividade O conceito de autoimagem ou imagem corporal envolve três componentes. São eles: a) Perceptivo, satisfação e comportamental. b) Comportamental, psicológico e biológico. c) Subjetivo, comportamental e biológico. d) Perceptivo, comportamental e subjetivo. e) Social, subjetivo e objetivo. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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