Buscar

Principios do Direito do Trabalho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO 
 
Os princípios são as verdades fundantes do direito, seu alicerce, o espírito de suas 
normas, que servem de critério para sua exata compreensão. 
O direito do trabalho está sujeito aos princípios constitucionais, como todo direito, 
previstos no art. 5º da Constituição Federal. 
 Além dos princípios gerais do direito do trabalho, existem também os princípios 
específicos previsto na Constituição Federal quais sejam: 
● Liberdade de exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão (art 5º, XIII); 
● Liberdade sindical (art.8º); 
● Direito de greve (art.9º); 
● Representação dos trabalhadores na empresa (art.11); 
● Reconhecimento das Convenções e Acordos Coletivos (art. 7 º XXVI); 
● Proteção em face da automação (art. 7º, XXVII); 
● Proteção contra dispensa arbitrária ou sem justa causa (art.7º ,1); 
● Irredutibilidade de salário (art. 7º, VI); 
● Igualdade nas relações de trabalho e garantia da dignidade da pessoa humana. 
 
Os princípios próprios do direito do trabalho são os seguintes: 
 
a) Princípio protetor (de proteção do empregado) 
O princípio de proteção não tem por objetivo a igualdade jurídica como direito civil mas 
sim a proteção de uma das partes (o hipossuficiente ou seja a parte mais fraca da 
relação de trabalho) para alcançar uma igualdade substancial e verdadeira entre o 
empregado e o empregador. 
Assim este princípio tem como objetivo o nivelamento das desigualdades existentes. 
Maurício Godinho Delegado (2004, p. 198) sustenta que o princípio da proteção 
abrange quase todos (senão todos) os princípios especiais do direito do trabalho, já 
que não seria possível excluir da noção de proteção princípio como o da 
indisponibilidade dos direitos trabalhistas ou da inalterabilidade contratual lesiva, ou 
da continuidade da relação de emprego etc. Segundo Américo Plá Rodriguez (1993, 
p. 42), o princípio protetor se expressa de três formas distintas: 
 
● Regra in dubio pro operario 
 
 
 
 
É o critério pelo qual o intérprete deve escolher, entre os vários sentidos possíveis da 
norma, aquele que seja o mais favorável ao trabalhador. 
 
● Regra da norma mais favorável 
Quando houver mais de uma norma aplicável, deve-se optar por aquela que seja 
melhor ao empregado, ainda que hierarquicamente inferior. 
 
● Regra da condição mais benéfica 
Critério segundo o qual a aplicação de uma norma trabalhista nunca deve servir para 
diminuir as condições mais favoráveis do trabalhador. 
Conforme o jurista uruguaio Américo Piá Rodriguez (1993, p. 48), o princípio in dubio 
pro operário deve ser aplicado para a aferição e a valoração dos fatos no processo do 
trabalho para a obtenção da verdade e a eliminação da dúvida. 
 
b) Princípio da irrenunciabilidade do direito (arts. 9º, 444, 461 da CLT) 
A regra geral é de que os direitos trabalhistas não podem ser renunciados pelo 
empregado, como determina o art. 9º da CLT, segundo o qual são nulos de pleno 
direito os atos praticados para desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos 
de celetistas. 
A renúncia é o ato unilateral do empregado que desiste de um direito assegurado por 
lei. 
Para Eduardo Gabriel Saad (2004, p. 59), a renúncia só terá validade quando não se 
tratar de norma legal cogente, protanto inderrogável, ou que derive de setença 
normativa ou de cláusula indisponível de pacto coletivo. 
As justificativas para este princípio são: 
o indisponsibilidade das normas trabalhistas, ou seja, são normas que não 
podem ser transacionadas: 
o imperatividade das normas trabalhistas, que impõem condições mínimas para 
o trabalhador; 
o as normas trabalhistas têm caráter de ordem pública, posto que o Estado as 
julga imprescindíveis e essenciais para a sobrevivência da própria sociedade. 
A renúncia só é possível em juízo, quando comprovado que o empregado não está 
sendo coagido. 
 
c) Princípio da continuidade da relação de emprego 
 
 
 
 
O direito do trabalho se caracteriza por atribuir à relação de emprego a mais ampla 
duração, sob todos os aspectos. 
Esse princípio é favorável ao empregado visto que dá preferência aos contratos de 
tempo indeterminado. 
Ademais, os contratos por prazo determinado só podem ser realizados quando houver 
permissão legal. 
 
d) Princípio da irredutibilidade do salário 
Este princípio foi elevado à norma constitucional conforme o art. 7º, VI, e prevê a 
impossibilidade de diminuição do salário, salvo se a redução decorrer da negociação 
coletiva, por meio na convenção ou acordo coletivo com a participação do sindicato. 
 
e) Princípio da primazia da realidade. 
A idéia do princípio da primazia da realidade decorre da expressão cunhada por Mário 
de La Cueva, conforme esclarece Plá Rodrigues (1993, p. 217), que sustenta ser o 
contrato de trabalho um contrato-realidade, posto que existe nas condições reais de 
prestação de serviços, independentemente do que tenha sido pactuado. 
Assim, deve primar sempre a verdade dos fatos sobre os acordos formais. 
Podemos concluir que os fatos, ou seja, a realidade, é muito mais importante que a 
prova documental. Na verdade, os documentos podem ser formalmente válidos e não 
materialmente válidos. Neste caso, prevalece o que foi exame dos fatos. 
 
f) Princípio da não-discriminação. 
Discriminar na área do direito do trabalho é negar ao trabalhador a igualdade garantida 
constituicionalmente para a admissão contratação ou extinção do contrato de trabalho 
(incisos XXX, XXXI e XXXII do art. 7º da CF). 
 A igualdade é expressão característica da justiça social e tem como objetivo evitar 
judiações de injustiça e de exploração ao trabalhador. Portanto, a garantia de 
igualdade no direito do trabalho impede o nepotismo e a discriminação para o acesso 
à relação de emprego ou a sua manutenção por motivo de sexo, idade, estado civil e 
cor (art. 7º, XXX, da CF); a garantia aos portadores de deficiência (art. 7º, XXXI, da 
CF); ou, em relação às normas gerais, entre o trabalho manual, técnico e intelectual 
ou entre seus respectivos profissionais (art. 7º, XXXII, da CF), bem como a Lei nº 
9.029, de 1995, que veda algumas práticas discriminatórias e as tipifica como crimes, 
dentre outras. 
 
 
 
 
 
g) Princípio da flexibilização do direito do trabalho. 
O vocábulo flexibilizar significa adaptar, tornar flexível. Podemos dizer que é um verbo 
simpático, que permite atenuar as formas rígidas do direito, ou seja, passa a ideia de 
inovação e de modernidade. 
Portanto, flexibilização é a adaptabilidade das relações de trabalho a uma 
determinada situação econômica, opondo-se à existência de um direito inflexível e 
engessado. 
Não equivale à desregulamentação, ou seja, à eliminação de normas do ordenamento 
jurídico estatal, mas sim à promoção do ajustamento da legislação trabalhista 
contratual à realidade sem atingir seus fundamentos dogmáticos nem modificar sua 
estrutura normativa. Em outras palavras, significa a busca de novo paradigma para o 
contrato individual do trabalho, sem abandonar o protecionismo clássico da legislação 
trabalhista cogente.

Continue navegando