Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Trypan�som� cruz� � Doenç� d� Chaga�….. A tripanossomíase americana, ou doença de Chagas, tem por agente causal o Trypanosoma cruzi, que determina no homem quadros clínicos com características e consequências muito variadas. Destacam-se, por sua gravidade, a cardiopatia chagásica e as dilatações de órgãos cavitários que afetam principalmente o aparelho digestivo . As lesões cardíacas são responsáveis por elevada mortalidade, especialmente na fase crônica da doença. Trypanosoma cruzi é um �agelado da família Trypanosomatidae, que parasita mamíferos e tem como hospedeiros invertebrados numerosas espécies de hemípteros hematófagos da família Reduviidae (barbeiro). TRANSMISSÃO A transmissão do inseto ao homem resulta, em geral, de processo contaminativo da conjuntiva, das mucosas ou de lesões cutâneas (inclusive o local de picada do inseto) com as fezes do inseto. Nos hospedeiros vertebrados, o parasito multiplica-se habitualmente sob a forma amastigota intracelular. CICLO E FORMAS EVOLUTIVAS ➔ Em Hospedeiros Vertebrados Logo após a penetração, o tripomastigota metacíclico invade células do sistema fagocítico mononuclear (célula alvo) e perde o �agelo, passando a se chamar amastigota. Nesse estágio os amastigotas multiplicam-se por divisão binária em ciclos de aproximadamente doze (12) horas, até que a célula infectada �que repleta de amastigotas. Nesse momento as amastigotas se transformam novamente em tripomastigotas. Quando a célula alvo rompe libera os tripomastigotas, que deslocam-se para infectar uma nova célula alvo, se disseminando para o restante do organismo através da circulação sanguínea e linfática. Os principais órgãos atingidos são o coração, tubo digestivo e plexos nervosos. ➔ No Hospedeiros Invertebrados Quando se alimentam do sangue de pessoas ou animais infectados, os triatomíneos podem ingerir os tripomastigotas. Os tripomastigotas são convertidos em epimastigotas no tubo digestivo do triatomíneo. Os epimastigotas se reproduzem por divisão binária e, quando chegam à porção terminal do intestino (reto) do triatomíneo, voltam à forma tripomastigota. Esses tripomastigotas, altamente móveis e infectantes, são as formas metacíclicas eliminadas nas fezes do vetor. As principais formas do Trypanosoma cruzi são: Amastigota – fase intracelular, sem organelas de locomoção, com pouco citoplasma e núcleo grande. O cinetoplasto �ca ao lado do núcleo e é um pouco menor que ele. Está presente na fase crônica da doença. Epimastigota – é a forma encontrada no tubo digestivo do vetor, não é infectante para os vertebrados. Tem forma fusiforme e apresenta o cinetoplasto junto ao núcleo. Possui �agelo e membrana ondulante Tripomastigota – fase extracelular, que circula no sangue. Apresenta �agelo e membrana ondulante em toda a extensão lateral do parasito. O cinetoplasto se localiza na extremidade posterior do parasito. Esse estágio evolutivo está presente na fase aguda da doença, constituindo a forma infectante para os vertebrados. PATOGENIA E PREVENÇÃO O período de incubação da parasitíase varia de uma a três semanas, sendo que a doença de Chagas se caracteriza por apresentar duas fases: aguda e crônica. A medida que o ciclo de invasão e ruptura se repete, o histiotropismo se desloca do sistema fagocítico mononuclear para células musculares lisas e cardíacas e para o sistema nervoso. Essa fase de intensa multiplicação e invasão de células caracteriza a fase aguda da Doença de Chagas. No sítio de infecção há intensa reação in�amatória antes de uma disseminação do protozoário. Esta área de in�amação aguda local, pode produzir uma reação intensa denominada Chagoma. A partir daí, a disseminação vai produzindo áreas de in�amação multifocal em diversos órgãos, com predomínio da infecção no coração e sistema nervoso, seguido da miosite focal e comprometimento dos plexos nervosos intestinais, nos casos mais graves. Ao mesmo tempo em que a infecção abrange mais tecidos e a parasitemia aumenta, a resposta imune começa a ser montada com a produção de anticorpos e intensa reatividade celular no sítio inicial de inoculação. Caso essa resposta se torne mais intensa o número de parasitos circulantes cai progressivamente até que sejam completamente eliminados da circulação, caracterizando o �m da fase aguda da doença. Com o �m da fase aguda, os protozoários que não foram eliminados pela resposta humoral, podem ainda permanecer viáveis no interior das células infectadas. A partir daí está caracterizada a fase crônica da Doença de Chagas, que pode evoluir para as manifestações características da Doença de Chagas (forma sintomática), tornar-se oligossintomática ou não revelar manifestações evidentes da doença, a não ser a reação sorológica, caracterizando os casos indeterminados, que são os mais freqüentes. Nas formas sintomáticas mais graves ocorrem as dilatações cavitárias: a cardiopatia chagásica crônica, o megaesôfago e o megacólon. O uso de medicações especí�cas contra as reagudizações, mas ainda não está comprovada a cura medicamentosa da Doença de Chagas. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da doença é feito pela visualização do protozoário, sorologia, cultura e, em certas circunstâncias, por PCR. Também pode ser feito a partir de biópsias de linfonodos, quando houver poliadenite, durante a fase aguda da doença. Os métodos de imunodiagnóstico, especialmente a imuno�uorescência, ELISA e hemaglutinação, são utilizados na fase crônica. XENODIAGNÓSTICO-Alguns exemplares de triatomíneos, criados no laboratório a partir de ovos e alimentados com sangue de aves (e, portanto, limpos de qualquer infecção), depois de mantidos em jejum por 3 a 4 semanas são postos a sugar sangue do paciente suspeito. PREVENÇÃO A melhoria das condições de moradia, o controle do vetor e de reservatórios (gambás e morcegos) e a �scalização dos bancos de sangue e campanhas contra a drogadição são medidas que devem ser tomadas a �m de prevenir a doença de Chagas. VIAS DE INFECÇÃO As formas infectantes, ou seja, os tripomastigotas metacíclicos contidos nas fezes dos insetos, penetram facilmente através das mucosas e conjuntivas ou de qualquer solução de continuidade da pele. Não atravessam a pele íntegra, mas o próprio local da picada do inseto pode constituir a porta de entrada, se contaminada com as dejeções que esses hemípteros costumam emitir enquanto se alimentam. Feridas ou escoriações causadas por coçar (que é motivado pela resposta alérgica à saliva do triatomíneo) são outros pontos favoráveis para a invasão A penetração pela mucosa bucal deve ser frequente entre os animais que caçam ou matam os insetos, ou que lambem o pêlo contaminado, junto aos pontos da pele irritada pela picada. Também deve ter sido digestiva a via de penetração em microepidemias observadas entre pessoas que haviam consumido caldo de cana (em Catolé do Rocha, Paraíba; no Paraná e em Santa Catarina) ou suco de açaí contaminados (mais de 400 ca- sos no Amapá e Pará, entre 1969 e 2005). A transmissão materno-infantil, por via transplacentária, já foi comprovada tanto no homem como em animais. Mas dispomos de informações escassas sobre a frequência com que ela ocorre. O Trypanosoma cruzi deve atravessar o epitélio corial e parasitar o estroma das vilosidades da placenta, antes de alcançar a circulação fetal. Outros modos de transmissão possíveis, se bem que mais raros, ocorrem pelo leite materno e pelo coito. Acidente de Laboratório, transfusão sanguínea e transplante de órgãos; FATORES DEPENDENTES DO HOSPEDEIRO E QUE CONDICIONAM MAIOR VIRULÊNCIA SÃO: a) a idade, pois a suscetibilidade é sempre maior em indivíduos jovens, tanto em humanos como em animais; b) as in�uências hormonais, visto que cortisona ou hidrocortisona estimula a parasitemia em macacos e em camundongos. O mecanismo envolvido parece ser a inibição do sistema fagocítico mononuclear, reduzindo a in�amação, a produção de anticorpos e a fagocitose; c) as de�ciências nutricionais, particularmente a carência de ácido pantotênico, de piridoxina ou uma carência prolongadade vitamina A, levam a um aumento da parasitemia, das lesões viscerais e da mortalidade, em ratos. O mesmo efeito causa a esses animais uma dieta de�ciente em lisina ALTERAÇÕES ANÁTOMO E FISIOPATOLÓGICAS ➔ CHAGOMA DE INOCULAÇÃO A lesão inicial (que nem sempre é observada na prática cotidiana) chama particularmente a atenção quando se implanta no olho ou em suas imediações. A reação in�amatória acompanha-se, então, de conjuntivite e de edema bipalpebral, geralmente unilateral, que impede a abertura do olho correspondente Isso constitui o sinal de Romaña e, embora possa ser produzido simplesmente por hipersensibilidade à secreção salivar dos triatomíneos, representa na maioria dos casos um indício de primoinfecção característico da tripanossomíase americana. ➔ ALTERAÇÕES NO SANGUE ➔ ALTERAÇÕES NO CORAÇÃO ➔ ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO ➔ ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO ➔ LESÕES EM OUTROS ÓRGÃOS SINTOMAS Fase aguda: ● Febre; Edema; ● Hepatomegalia; Esplenomegalia; ● Insu�ciência cardíaca Fase Crônica: ● Assintomática (forma indeterminada): ● Sintomática Forma Cardíaca: - insu�ciência cardíaca congestiva (ICC): diminuição da massa muscular, com destruição de �bras e do SNA simpático e parassimpático, grande processo in�amatório, infartos; - SNA: propagação de estímulos; - Mecanismos compensatórios cardíacos para superar a de�ciência (ICC). Forma Digestiva: -megaesôfago: dor, regurgitação, soluço e tosse; -megacólon: obstrução intestinal e perfuração
Compartilhar