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Direito do Trabalho I -história, princípios, funções, fontes, natureza
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DIREITO DO TRABALHO I 1 FORMAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO UM POUCO DE HISTÓRIA: 1) Inicialmente o trabalho era realizado por escravos; 2) Posteriormente, o trabalho foi feito através da servidão/feudalismo, que segundo doutrina, era uma espécie de escravidão disfarçada. O servo (trabalhador) não dispunha de sua liberdade, porquanto era possuidor de arado, animais e pasto, mas não da terra. Os senhores feudais ERAM OS POSSUIDORES DA TERRA E DE TODOS OS DIREITOS. A falsa ideia de liberdade era dada porque aos servos era assegurado o direito a herança de animais, objetos pessoais, uso de pastos, mas o imposto da herança absorvia praticamente todos os bens do herdeiro; 3) As associações surgem na Idade Média, a partir do século XII, com a finalidade de regulamentar o processo produtivo artesanal nas cidades. A necessidade de aproximação entre os homens e identidade de profissão obrigava-os, para assegurar direitos e prerrogativas, a se unir. Começara a surgir as corporações de ofício ou Associações de Arte e Misteres, que tinham suas próprias leis profissionais. O Mestre (quem detinha as ferramentas e fornecia as matérias primas), tinha sob suas ordens os aprendizes (que não recebiam salário) e os trabalhadores (submetidos a rigorosos contratos de locação de mão de obra e direito de mudança de domicílio, recebiam salário e proteção de socorros em caso de doenças). 4) Revolução Francesa fortaleceu as ideias liberais, firmando o princípio de que todos os homens são livres e iguais. No entanto, nessa primeira metade do século XIX, com o desenvolvimento do capitalismo decorrente dessas ideia, e a invenção da máquina, ao lado do desenvolvimento da indústria inicia o problema do desemprego, com as pequenas empresas sendo engolidas pelas grandes oficina, a indústria agora mecanizada, absorvia cada vez menos operários que, sem emprego, juntavam-se aos trabalhadores do campo atraídos para as cidades, às mulheres e aos menores, agravando a situação de miséria engrossando o número dos que aceitavam emprego por qualquer remuneração. 5) Com as revoltas dos trabalhadores, que, associando-se clandestinamente, denunciavam o estado de exploração e miséria que se encontravam. Somente nos primeiros cinquenta anos do século XIX surgiram primeiras leis em 1 Material elaborado com base nas aulas e textos disponibilizados pela Professora Jane Gombar Azevedo Oliveira (Doutora em Direito pela Università Degli Studi que se reconheciam e proclamavam os direitos dos trabalhadores no direito positivo europeu. DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA: Há doutrinadores que defendem que os primeiros passos do Direito do Trabalho foram para o direito individual, porque individuais eram os ressentimentos dos homens oprimidos pela nova força econômica materializada na máquina e regida pelas inclementes leis de mercado da época. Também individuais eram as primeiras e elementares reivindicações daqueles trabalhadores, resumíveis num binômio de fundo econômico: duração/retribuição do trabalho. No entanto, para esta disciplina, adota-se o entendimento de Mascaro, afirmando que o: “direito do trabalho nasceu como consequência da questão social precedida da Revolução Industrial do século XVIII e da reação humanista que se propôs a garantir e preservar a dignidade do ser humano ocupado no trabalho das indústrias” Em razão das indignas condições de trabalho impostas pelos patrões, da exigência de excessivas jornadas de trabalho para adultos, mulheres e crianças, da exploração desregrada dos trabalhadores em geral, dos acidentes de trabalho, da insegurança quanto ao futuro nos momentos em que não pudessem mais trabalhar, dos baixos salários etc. FORMAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL UM POUCO DE HISTÓRIA: Como nos demais países, o sensível incremento da legislação do trabalho começou com a industrialização do País, após a primeira revolução industrial. Instituído o Governo provisório, logo criou-se o Ministério do Trabalho, Industria e Comércio, que iria se tornar, até o advento da Roma Ter(RomaTre)-Itália-USP-Universidade de São Paulo(Direito do Trabalho e Seguridade Social). Mestre em Direito pela UCS. Especialista em Direito Processual pela UFSC. Professora da Faculdade de Direito da UFPel.) Ordenamento Romano • O labor era visto como res, objeto da propriedade do Senhor, razão pela qual se constituia em direito real (trabalhador era escravo e, portanto, res. Idade Média • O trabalho foi incluído entre os direitos pessoais. O feudalismo, sedimentado no sistema da vassalagem e suserania, impunha o dever de trabalho, de sorte que somente desta forma poderia o pequeno camponês receber proteção e assistência do senhor feudal Idade Moderna • Acentuam-se os direitos, que são constitucionalizados Idade Pós- Moderna • Prega-se pelo fim do trabalho, extinção de direitos, flexibilização e desregulamentação. CF de 1934 e, após, durante a vigência da Carta de 1937, o polo do desenvolvimento legislativo. A verticalização constitucional começou com a CF de 1934, pelo fato de ter sido a primeira a possuir o título especial sobre ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL (ARTS. 115 A 143). Mas a partir da lei 62 de 05 de junho de 1935(indenização por despedida injusta) houve um impulso sobre a doutrina do direito do trabalho, que até então era legislado pela União, desde a reforma de 1926. Com o Golpe de 1937 (Estado Novo), surge a carta de 1937, que durou até 1945, recebendo forte influência do corporativismo italiano, que foi emendada por dez vezes, não sendo totalmente executada. A sua ideologia era totalmente diversa da carta anterior, abrindo um TÍTULO PARA A ORDEM ECONÔMICA (arts. 135 A 155), nele inserindo garantias constitucionais mínimas, acabando, porém, com a pluralidade sindical. O Estado novo, além de autoritário, utilizava a legislação do trabalho como instrumento de sua própria conservação (Proibição de qualquer greve – CP de 1940 a considerava um crime). No entanto, a evolução social e a pressão dos próprios trabalhadores impediram que os direitos trabalhistas individuais fossem refreados. Nesta fase predominou o sentido paternalista da legislação do trabalho, centralizado na pessoa de Getúlio Vargas. Legisla-se tanto e tão esparsamente que se fez necessário a sistematização destas leis, o que veio ocorrer com a CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS, aprovada pelo Decreto Lei 5.452 de 1º. De maio de 1943. A CF de 1946 apresentou um sensível avanço no direito positivo trabalhista – direito a greve, integração expressa e completa da Justiça do Trabalho ao poder judiciário, atribuição do poder normativo aos dissídios coletivos; salário mínimo familiar; descanso remunerado semanal e em feriados; proibição do trabalho ao menores de 14 anos, em indústrias insalubres, as mulheres e os menores de dezoito anos; trabalho noturno aos menores de dezoito anos; estabilidade na empresa ou na exploração rural e indenização do trabalhador demitido... A carta de 1967 foi marcada pelos Atos Institucionais, marcando um presidencialismo autoritário e desferalizante, que modificou bastante os chamados direitos econômicos e sociais. Constituição de 1988 marca, no âmbito do direito do trabalho, um extenso rol de direitos como os contidos nos artigos 5, 6, 7, 8,9, 10, 11, ressaltando-se os direitos sociais previstos no art. 7º. FASES DO DIREITO DO TRABALHO FATORES QUE INFLUENCIRAM NA LEGISLAÇÃO DO TRABALHO 1º FATOR ECONOMICO: os fatores são, de um lado, a utilização da força de trabalho livre, mas subordinada como instrumento central de relação de produção pelo novo sistema produtivo emergente, de outro lado, a circunstância de esse novo sistema produtivo também gerar uma distinta modalidade de organização do chamado processo produtivo, a chamada grande indústria.