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Legislação e Normas Técnicas em Segurança no Trabalho

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Prévia do material em texto

2019
LegisLação e Normas 
TécNicas em seguraNça 
do TrabaLho
Prof. Cristian Luiz Hruschka
Profª Lili de Souza
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Cristian Luiz Hruschka
Profª Lili de Souza
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
H873l
 Hruschka, Cristian Luiz
 Legislação e normas técnicas em segurança do trabalho. / Cristian 
Luiz Hruschka; Lili de Souza. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 228 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0245-7
 1.Segurança do trabalho - Legislação – Brasil. 2.Segurança do
 trabalho – Normas – Brasil. I. Souza, Lili de. II. Centro Universitário
 Leonardo Da Vinci.
CDD 344.810465
III
apreseNTação
Olá, acadêmico! Você está recebendo o Livro sobre Legislação e 
Normas Técnicas em Segurança do Trabalho, no qual poderá constatar, após 
sua leitura, que a prevenção ainda se mostra a maneira mais eficiente para 
evitar acidentes e levar uma vida produtiva e saudável.
No mundo moderno as relações de trabalho se mostram cada vez 
mais dinâmicas, cuja velocidade reflete na qualidade do trabalho e, com isso, 
o risco de acidentes é cada vez maior.
Cautela sempre foi importante no dia a dia da atividade laborativa, 
porém, não se pode exigir apenas do trabalhador que exerça suas atividades de 
maneira cuidadosa, recaindo sobre a empregadora a maior responsabilidade 
quanto à manutenção de um meio saudável de trabalho. Para isso, é necessário 
que a empresa esteja em dia com seus programas de saúde e medicina 
ocupacional, bem como de prevenção de riscos laborativos, não podendo, 
sob nenhuma hipótese, transferir ao trabalhador os riscos de sua atividade 
profissional, afinal, caso queira auferir lucros deve proteger seus funcionários.
Assim, torna-se necessário o acompanhamento diuturno do 
profissional da área de segurança do trabalho para que as Normas 
Regulamentadoras sejam observadas à risca, evitando condutas inseguras do 
trabalhador que possam acarretar danos a sua integridade física e psíquica.
O livro que agora está em suas mãos servirá como base para que 
possa iniciar seus estudos no amplo tema das normas técnicas e de proteção 
e saúde ao trabalho, tema que merece cada vez mais destaque quando se fala 
em eficiência e produtividade, valendo destacar que prevenção na saúde do 
trabalhador não é despesa, mas sim investimento.
Na certeza de que o presente conteúdo irá lhe apresentar diversos 
temas para aprofundamento do estudo e da pesquisa, esperamos mantê-lo 
motivado para enfrentar esse profícuo campo de aprendizado, cuja demanda 
de profissionais da área é cada vez maior face às exigências da legislação 
brasileira. Um tema fascinante!
Bom estudo!
IV
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO .....................................................1
TÓPICO 1 – DIREITO DO TRABALHO ..........................................................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO MUNDO ......................................................................................3
3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO BRASIL ........................................................................................8
4 CONCEITUAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO ...................................................................11
5 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO ..............................................................................13
5.1 CONCEITO .....................................................................................................................................13
5.2 FUNÇÕES .......................................................................................................................................16
5.3 PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO ............................................................................................17
5.4 PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO ...........................................................................18
6 DIVISÃO DO DIREITO DO TRABALHO ....................................................................................21
6.1 DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO .................................................................................22
6.2 DIREITO TUTELAR DO TRABALHO .......................................................................................22
6.3 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO .....................................................................................22
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................23
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................24
TÓPICO 2 – ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO E FUNÇÃO SOCIAL ....................25
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................25
2 LEIS, DECRETOS E PORTARIAS ...................................................................................................25
2.1 LEIS ..................................................................................................................................................28
2.2 DECRETO .......................................................................................................................................29
2.3 PORTARIAS ....................................................................................................................................30
3 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL .............................................31
3.1 PODER CONSTITUINTE .............................................................................................................323.2 CONSTITUIÇÃO DO BRASIL 1988 ............................................................................................32
3.3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO BRASILEIRO ................................................33
3.4 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .........................................................................34
3.4.1 Direitos fundamentais ..........................................................................................................34
3.5 DIREITOS SOCIAIS .......................................................................................................................35
3.6 DIREITOS DOS TRABALHADORES .........................................................................................35
3.6.1 Despedida arbitrária ou sem justa causa ...........................................................................35
4 LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL .................................................................................35
5 FUNÇÃO SOCIAL ..............................................................................................................................37
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................42
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................43
TÓPICO 3 – LEGISLAÇÃO TRABALHISTA ...................................................................................45
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................45
2 CLT – CONSOLIDAÇÕES DAS LEIS TRABALHISTAS ...........................................................45
2.1 CLT E AS NORMAS DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO ............................46
3 OIT – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO ...............................................58
sumário
VIII
3.1 NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO ....................................................................59
3.2 O BRASIL E A OIT .........................................................................................................................60
4 LEGISLAÇÃO ACIDENTÁRIA .......................................................................................................70
5 CAT - COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO .......................................................77
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................81
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................83
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................84
UNIDADE 2 – RELAÇÃO DE EMPREGO ........................................................................................87
TÓPICO 1 – DO CONTRATO DE TRABALHO E DIREITOS TRABALHISTAS ....................89
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................89
2 DENOMINAÇÕES E CONCEITO ..................................................................................................90
3 FUNDAMENTOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO ......................................................................90
4 CARACTERÍSTICAS .........................................................................................................................92
5 CONTRATO DE TRABALHO .........................................................................................................93
5.1 SUJEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO ...........................................................................94
5.1.1 Empregado ............................................................................................................................94
5.1.2 Empregador ...........................................................................................................................98
5.2 REQUISITOS ..................................................................................................................................105
5.3 ESPÉCIES ........................................................................................................................................107
6 PODER DISCIPLINADOR DO EMPREGADOR ........................................................................108
7 TRABALHO DA MULHER E DO MENOR ..................................................................................112
7.1 TRABALHO DA MULHER ..........................................................................................................112
7.1.1 Direito internacional .............................................................................................................113
7.1.2 Breve histórico na legislação brasileira ..............................................................................114
7.2 TRABALHO DO MENOR ............................................................................................................115
7.2.1 Primeiras medidas de proteção internacional ..................................................................116
7.2.2 Breve histórico do trabalho do menor no Brasil ...............................................................117
7.2.3 O limite de idade ..................................................................................................................118
7.2.4 Outras vedações ao trabalho do menor .............................................................................119
7.2.5 Duração do trabalho .............................................................................................................120
7.2.6 Admissão e carteira de trabalho .........................................................................................121
7.2.7 Deveres dos empregadores com relação a seus empregados menores ........................121
7.2.8 Serviço militar .......................................................................................................................122
7.2.9 Férias .......................................................................................................................................122
7.2.10 Da aprendizagem ................................................................................................................122
7.2.11 Penalidades ..........................................................................................................................123
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................124
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................125
TÓPICO 2 – SEGURANÇA DO TRABALHO ................................................................................ 127
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................127
2 BREVE HISTÓRICO SOBRE A SEGURANÇA DO TRABALHO ............................................130
3 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO ...................................................................................133
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................135
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................137
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................138
TÓPICO 3 – ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO PROFISSIONAL EM 
 SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................................................................1391 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................139
IX
2 ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL EM SEGURANÇA DO TRABALHO..........................140
3 A RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO PROFISSIONAL EM SEGURANÇA
 DO TRABALHO .................................................................................................................................147
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................153
4 INSPEÇÃO DO TRABALHO ...........................................................................................................155
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................159
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................160
UNIDADE 3 – NORMAS REGULAMENTADORAS, CERTIFICAÇÕES E QUESTÕES 
 ECONÔMICAS RELACIONADAS À SEGURANÇA DO TRABALHO ........163
TÓPICO 1 – NORMAS REGULAMENTADORAS .........................................................................165
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................165
2 O QUE SÃO AS NORMAS REGULAMENTADORAS E PARA QUE SERVEM ...................166
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................195
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................196
TÓPICO 2 – CERTIFICAÇÕES ...........................................................................................................197
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................197
2 ISO - INTERNACIONAL ORGANIZATION FOR STANDARTIZATION ................................198
3 ISOS RELACIONADOS À SEGURANÇA ....................................................................................202
4 OHSAS ..................................................................................................................................................202
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................204
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................205
TÓPICO 3 – QUESTÕES ECONÔMICAS RELACIONADAS À SEGURANÇA DO 
 TRABALHO .....................................................................................................................207
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................207
2 MEDICINA DO TRABALHO ..........................................................................................................207
3 A QUEDA NA PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA E DA NAÇÃO ..........................................211
4 GASTOS COM ATENDIMENTO MÉDICO E MEDICAMENTOS .........................................213
5 INDENIZAÇÕES E PENSÕES .........................................................................................................214
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................218
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................220
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................221
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................223
X
1
UNIDADE 1
NOÇÕES SOBRE DIREITO DO 
TRABALHO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender o universo da disciplina;
• aprender uma noção preliminar do Direito do Trabalho e seus princípios;
• definir norma jurídica e Ordenamento Jurídico;
• perceber e distinguir as diferentes normas jurídicas que compõem o 
Ordenamento;
• assimilar a definição de função social;
• entender a estrutura da legislação trabalhista e acidentária;
• conhecer os objetivos das Organizações Internacionais do Trabalho – OIT.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – DIREITO DO TRABALHO
TÓPICO 2 – ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO E FUNÇÃO 
 SOCIAL
TÓPICO 3 – LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DIREITO DO TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
Um estudo de assunto tão específico como a Segurança e Medicina do 
Trabalho nos remete, inicialmente, à observação de um montante de normas técnicas 
que regem a matéria, mas não se pode olvidar que todo conhecimento só será 
perfeitamente entendido e completo quando se observam os movimentos históricos 
que culminaram no todo da disciplina, em seus conceitos teóricos e sua prática.
Neste contexto do Direito do Trabalho, os parâmetros históricos que 
observamos são ditados por realidades sociais, culturais e econômicas. Somente 
à luz destas realidades na história da humanidade é que podemos compreender 
seus conceitos e sua dinâmica. 
A concepção histórica indica o desenvolvimento de certa disciplina, 
inclusive nos fornecendo ferramentas de compreensão do presente e lançando 
luz para projeções futuras.
Tal como o próprio ser humano, que se compreende, em todos os seus 
aspectos, como o resultado do seu passado, para se apontar o presente e projetar 
o futuro, assim, jamais se procederá a um entendimento pleno desse importante 
ramo do Direito sem a observação do seu desenvolvimento no transcurso do tempo.
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO MUNDO
O trabalho tem origem na própria sobrevivência do homem, mas a 
gênese da palavra vem do latim tripalium – três paus – que era um instrumento 
utilizado para bater, rasgar e esmiuçar as sementes de trigo, linho e milho. Seria 
também uma espécie de canga colocada sobre os animais para forçá-los a fazer 
determinada atividade, além de ser também um instrumento de tortura romano.
De fato, o trabalho como o exercício regular e efetivo de uma ou mais 
atividades tem sua primeira forma na escravidão, desde que o ser humano passou 
a exercer domínio um sobre o outro. O escravo era um ser considerado inferior e 
dominado pelo outro, superior, o qual podia lhe impor qualquer jugo ou condição. 
O escravo era considerado um objeto e assim não possuía direito algum, pois 
qualquer benesse advinha da vontade de seu senhor. Assim, ainda que exercendo 
efetivamente uma atividade de trabalho, o escravo não era considerado um sujeito 
UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO
4
de direito. Não se considerava, nesta época, a atividade em si, a idade do escravo, 
o tempo de trabalho. Tudo a respeito do trabalho dependia do dono ou mesmo 
da nação que dominava outra. Não havia direito, mas o dever de trabalhar, sob 
as condições impostas, quaisquer fossem essas.
A ideologia do trabalho manual e do esforço físico como uma atividade 
indigna do homem foi uma concepção presente nos conquistadores dóricos e nos 
povos aqueus, povos guerreiros e conquistadores mais antigos da região da Grécia. 
Os gregos – Aristóteles e Platão – davam ao trabalho um significado pejorativo, no 
sentido de que quem trabalhava era um ser inferior, dotado apenas de força física, a 
qual era utilizada para as atividades relacionadas às necessidades da vida, que eram 
consideradasservis. Ao servo faltava a faculdade do pensamento, que era considerada 
nobre e exercida para participarem das atividades de negócios da cidade, tais como 
a política, por meio da palavra e da conceituação de todas as coisas. O trabalho não 
tinha qualquer conotação de realização pessoal, e quem tinha que trabalhar não era 
um ser livre, no sentido mais amplo da palavra, pois aos nobres senhores lhes era 
facultada a atividade do pensamento e da elaboração mental. Aos escravos, seres 
considerados inferiores, lhes cabiam todo o trabalho físico. 
Já o poeta Hesíodo e o sofista Protágoras davam ao trabalho valor social e 
religioso, que não somente agradaria aos deuses, mas criaria riquezas e tornaria 
os homens independentes.
Em Roma, também o trabalho era feito pelos escravos. Lex Aquilia (284 a.C.) 
considerava o trabalho como coisa e como algo desonroso e vil. No contexto romano 
havia uma modalidade de contrato, a locatio conductio, cujo objetivo era regular a 
atividade do indivíduo que resolvia “locar” sua força de trabalho ou resultado em 
troca de pagamento. Era uma forma de trabalho do homem livre e não do escravo. 
Este tipo de modalidade contratual, por assim dizer, se dividia em três formas: 
locatio rei, que era o arrendamento de uma coisa; a locatio conductio operarum, em 
que eram locados serviços mediante pagamento; e a locatio conductio operis, que era 
a entrega de uma obra ou resultado mediante pagamento (empreitada).
Transportando-nos diretamente para posterior momento histórico, 
adentramos a era feudal. Durante o feudalismo, o trabalho estava relacionado à 
servidão, no sentido de que os senhores feudais davam proteção militar e política 
aos servos, os quais tinham que trabalhar e entregar parte de sua produção rural 
aos seus senhores, em retribuição da aludida proteção. 
Os nobres jamais trabalhavam e se considerava o trabalho como um castigo, 
já que, se o trabalho por conta própria, realizado para fins de sobrevivência, já tinha 
em si a ideia de pena, o trabalho por conta alheia impunha um sentimento bem 
mais negativo. São recentes as concepções do trabalho como atributo de dignidade.
Já o século XIV destacou as denominadas corporações de ofício, em que 
existiam três personagens: os mestres, os aprendizes e os companheiros, que 
seriam um grau posterior e intermediário entre as duas outras classes.
TÓPICO 1 | DIREITO DO TRABALHO
5
É importante aqui frisar os modelos que surgiram nesta época: os mestres 
eram os proprietários das oficinas, que detinham o conhecimento da obra-mestra. 
Os companheiros eram aqueles que trabalhavam e percebiam salários dos mestres. 
E os aprendizes eram os menores que recebiam ensino metódico do ofício ou 
profissão. Embora, nesta fase, houvesse certo grau de liberdade ao trabalhador, os 
objetivos eram sempre os interesses das corporações. Estas corporações de ofício 
tinham características comuns: estabeleciam uma estrutura hierárquica, regulavam 
a capacidade de produção e estabeleciam técnicas de produção. Os aprendizes 
trabalhavam a partir dos 12 anos (em alguns países até em idade menor). Esses 
aprendizes ficavam sob a responsabilidade dos mestres, que poderiam inclusive 
lhes impor castigos físicos. Os pais dos aprendizes pagavam para que seus filhos 
aprendessem, por vezes altas taxas. Se o aprendiz dominasse as técnicas de 
produção, passava a companheiro. Este, por sua vez, somente passava ao grau de 
mestre se fosse aprovado em exame de obra-mestra, prova que era muito difícil e 
por vezes muito cara, pois lhes eram cobradas taxas para poderem fazer os exames. 
No entanto, havia uma situação interessante: aquele companheiro que se casava 
com a filha ou a viúva de um mestre, passava automaticamente à condição de 
mestre, sem lhe ser exigido qualquer exame ou prova.
A jornada geralmente se encerrava ao pôr do sol, mas a partir da invenção do 
lampião a gás o trabalho se estendia de 14 até 18 horas por dia, especialmente no verão.
Com um edito de 1776, inspirado nas ideias de Turgot e a Revolução 
Francesa em 1789, as corporações de ofício foram sendo suprimidas, pois se 
mostravam incompatíveis com o ideal de liberdade do homem. Na época, 
dizia-se que a liberdade individual repele a existência de corpos intermediários 
entre indivíduos e Estado. Ademais, existiram outras causas para a extinção 
das corporações de ofício, como a liberdade de comércio e o encarecimento dos 
produtos das corporações.
Em 1791, o Decreto D’Allarde suprimiu de vez as corporações, dando 
ensejo à liberdade contratual, onde se celebrou que o direito ao trabalho é um 
dos primordiais do homem (MARTINS, 2012). Neste decreto, qualquer pessoa 
seria “livre para a realização de qualquer negócio ou exercício de qualquer 
profissão, arte ou ofício que lhe aprouvesse, sendo, contudo, ela obrigada a 
munir-se previamente de uma patente, a pagar as taxas exigíveis, e a sujeitar-se 
aos regulamentos de política aplicáveis”. 
Destaca-se ainda nesta fase a Lei Chapelier de 1791, que proibiu o 
restabelecimento das corporações de ofício, bem como o agrupamento de 
profissionais e as coalizões, eliminando as corporações de cidadãos de mesmo 
ofício, estado social ou profissão.
Foi a Constituição Francesa de 1791 que reconheceu o primeiro dos direitos 
econômicos e sociais: o direito ao trabalho. Coube ao Estado prover meios ao 
desempregado de ganhar um subsídio para prover o seu sustento.
UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO
6
Foi a Revolução Industrial que acabou transformando o trabalho em 
emprego. Relata-se que os trabalhadores, de maneira geral, passaram a trabalhar por 
salários, gerando uma nova cultura em detrimento da antiga. Afirma-se, com isso, 
que foi na Revolução Industrial que o Direito do Trabalho e o contrato de trabalho 
surgiram. Dessa mesma forma, foram concebidos o sentido aos movimentos 
sociais e políticos ocorridos nos Estados Unidos (1770-1783), por força dos quais se 
evidenciava a intenção de conquistar novos instrumentos de liberdade.
A força humana foi gradativamente sendo substituída pelas máquinas, 
tanto no âmbito urbano quanto no rural. 
Este novo marco histórico trouxe profundas mudanças na ordem econômica 
mundial. Dentre os aspectos políticos, houve a transformação do Estado Liberal 
e da plena liberdade contratual em Estado Neoliberal. O capitalista livremente 
poderia impor, sem interferência do estado as suas condições ao trabalhador. O 
estado intervém na ordem econômica e social, limitando a liberdade plena das 
partes na relação de trabalho.
 
Em consequência do surgimento das máquinas a vapor e têxteis o 
desemprego de alguns trabalhadores tornou-se uma realidade social, devido à 
necessidade de empregar um número menor de pessoas. Surgiu um movimento 
denominado de “os ludistas”, que eram contra a criação dessas máquinas, 
chegando ao radicalismo, muitas vezes, de destruí-las. Os ludistas entendiam que 
as máquinas eram as causadoras da crise do trabalho.
O desemprego tornou-se uma realidade social, devido haver a necessidade 
de empregar um número menor de pessoas, o que levou os trabalhadores a 
se sujeitarem a condições terríveis de trabalho, por salários ínfimos. Tudo isso 
ocasionou a necessidade de intervenção estatal nas relações de trabalho.
A Lei de Peel de 1802, na Inglaterra, disciplinou o trabalho dos aprendizes 
paroquianos nos moinhos. A jornada de trabalho foi limitada em 12 horas, 
excluindo-se os intervalos para refeições. O início do trabalho não podia ser antes 
das 6 horas e nem terminar depois das 21 horas. Observada, também, a educação 
e a higiene dos menores aprendizes. Em 1819, foi aprovada a lei que tornava 
ilegal o trabalho de menores de 9 anos e o horário de menores de 16 anos era de 
12 horas diárias, nas prensas de algodão.
Na França em 1813, foi proibido o trabalho de menores em minas. Em 
1814, foi vedado o trabalho aos domingos e feriados. Em 1839, foi proibido o 
trabalho de menores de 9 anos e a jornada de trabalho era de 10 horas diárias para 
os menoresde 16 anos.
Na Espanha, noticia-se que a partir de 1873 até 1912 foram criadas leis que 
também disciplinaram questões diversas, como o trabalho de menores e de mulheres, 
descanso semanal, direitos de associação e de greve, e conselhos de arbitragem.
TÓPICO 1 | DIREITO DO TRABALHO
7
Com a criação da eletricidade, a partir de 1880, as condições de trabalho 
tiveram de ser adaptadas. As jornadas de trabalho se tornavam mais e mais 
estafantes, carecendo de uma atuação estatal mais incisiva.
Dessa forma, a conscientização coletiva, que fora despertada pelo instinto 
de autoproteção, gerou profundas modificações sociais, jurídicas e políticas.
Em 1º de maio de 1886, em Chicago, nos EUA os trabalhadores organizaram 
greves e manifestações, visando melhores condições de trabalho, por exemplo, 
redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas. Dia em que os reivindicadores 
entraram em choque com a polícia, morrendo quatro manifestantes e três policiais, 
oito líderes trabalhistas foram presos, um se suicidou, quatro foram enforcados e 
três foram libertados depois de sete anos na prisão. Este dia ficou reconhecido pelos 
sindicalistas e pelo governo como o dia do trabalho. A título de curiosidade, nos EUA e 
na Austrália o dia do trabalho é comemorado na primeira segunda-feira de setembro.
A Igreja também passou a intervir na relação trabalhista, através da doutrina 
social, “Memorial sobre a questão operária”, em 1845, de D. Rendu e Bispo Annec; 
as Encíclicas Rerum novarum, em 1891, por Papa Leão XIII; quadragésimo ano, de 
1931, e Divini redemptoris, de 1937, de Pio XI; Matter et magistra, de João Paulo 
XXIII, em 1981; Populorum progressio, em 1967, de Paulo VI; Laboren exercens, de 
Papa João Paulo II, em 1981. As encíclicas não obrigavam ninguém, mas serviam 
de fundamento para a reforma da legislação dos países.
Neste ínterim, emergia dos processos revolucionários políticos, sociais e 
econômicos da época outra revolução, mas desta vez promovida pelo proletariado 
contra a burguesia e que se ligava diretamente a uma ideologia socialista, de 
fundo comunista, cujo maior expoente foi Karl Marx.
A Encíclica Rerum Novarum, escrita pelo Sumo Pontífice Leão XIII em 
1891, tratou especialmente da condição de trabalho do proletariado, justificando a 
intervenção com base no argumento de que a Igreja desejava a solução dos litígios 
havidos entre capital e trabalho, segundo as exigências da verdade e da justiça.
A citada Carta tratou de temas que diziam respeito ao socialismo, ao 
exemplo dado pela Igreja, aos deveres do estado e às atividades desenvolvidas pelas 
associações de empregados e de empregadores. Com fulcro nesses fundamentos 
e baseada nos escritos do Apóstolo São Paulo (1º Cor. 13, 4-7), concluiu que a 
solução definitiva estaria na caridade, o mais seguro antídoto contra o orgulho e 
o egoísmo do mundo. Importante citar que a igreja ainda elaborou muitas outras 
encíclicas, que inobstante o cunho religioso e não obrigatório, houveram por 
indicar fundamentos para reformas na legislação de outros países.
A partir do término da Primeira Guerra Mundial, surgiu o que pôde ser 
chamado de constitucionalismo social, que ocorreu com a inclusão nas constituições 
de preceitos relativos à defesa social da pessoa, de normas de interesse social e de 
garantia de certos direitos fundamentais, incluindo o Direito do Trabalho.
UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO
8
A Constituição que primeiro tratou do tema foi a do México em 1917, 
na qual em seu artigo 123, estabelecia: jornada de oito horas, proibição de 
trabalho de menores de 12 anos, limitação da jornada dos menores de 16 anos a 
seis horas, jornada máxima noturna de sete horas, descanso semanal, proteção à 
maternidade, salário-mínimo, direito de sindicalização e o de greve, indenização 
de dispensa, seguro social e proteção contra acidentes de trabalho.
Já a segunda Constituição a versar sobre o assunto foi a de Weimar 
(Alemanha) de 1919, a qual buscou disciplinar a participação dos trabalhadores 
nas empresas, autorizando a liberdade de coalização dos trabalhadores, bem 
como criou um sistema de seguros sociais e também a possibilidade de os 
trabalhadores colaborarem com os empregadores na fixação de salários e de mais 
condições de trabalho.
Vale mencionar aqui que o conflito entre o coletivo e o individual 
ameaçava a estrutura da sociedade e sua estabilidade. Surge daí a necessidade de 
um ordenamento jurídico comum, com sentido mais justo de equilíbrio.
Daí em diante os países passaram a constitucionalizar os direitos trabalhistas.
O Tratado de Versalhes de 1919, ao oficializar a paz na Primeira Guerra 
Mundial, tratou também da criação da Organização Internacional do Trabalho 
(OIT) para a proteção das relações entre empregados e empregadores no âmbito 
internacional, expedindo convenções e recomendações nesse sentido.
A Carta del Lavoro, celebrada na Itália em 1927, instituiu o sistema 
corporativista-fascista, que visava organizar a economia em torno do Estado, 
visando o interesse nacional. O Estado centralizava o poder, em consequência, as 
relações jurídicas e de trabalho. Este sistema inspirou Portugal e Espanha.
 Já em dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos do Homem 
surgiu prevendo alguns direitos aos trabalhadores, como limitação razoável do 
trabalho, férias remuneradas periódicas, repouso e lazer etc.
Percebe-se que o Direito do Trabalho, foi surgindo em praticamente todos 
os povos, pela inspiração de cunho humanitário, consagrando a intervenção 
estatal nas relações laborais, em confronto ao neoliberalismo, que indicava que o 
trabalho deveria se regular pelo mercado, pela lei de oferta e procura.
3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO BRASIL
Aqui no Brasil, o trabalho foi eminentemente do escravo negro advindo 
da dominação de Portugal de terras africanas, já que os portugueses tiveram 
problemas na tentativa de escravizar os índios nativos.
TÓPICO 1 | DIREITO DO TRABALHO
9
As relações de trabalho entre os brancos eram administradas pelas ordens 
da Coroa de Portugal, pois se tratavam de homens livres, tais como soldados, 
imigrantes, médicos e outros profissionais autônomos, cosmógrafos, religiosos e os 
condenados em Portugal que adquiram liberdade em troca de virem para o Brasil.
A Lei do Ventre Livre de 1871 e a Lei dos Sexagenários de 1885, foram as 
precursoras do movimento de libertação efetiva da escravatura, que ocorreu com a 
assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel, em 1888. Após a abolição da escravatura 
e com o advento da república, é que houve a edição de leis ordinárias que regulavam 
o trabalho, bem como as constituições brasileiras também trataram do tema, embora, 
inicialmente, versavam apenas sobre a forma do Estado e o sistema de governo. 
Posteriormente, as constituições brasileiras passaram a tratar de todos 
os ramos do Direito e especialmente do Direito do Trabalho, como ocorre com 
nossa Constituição atual. Assim, a Constituição de 1824, apenas tratou de abolir 
as corporações de ofício (art. 179, XXV), pois deveria haver liberdade do exercício 
de ofícios e profissões.
O parágrafo 8º do artigo 72 da Constituição de 1891 reconheceu a liberdade 
de associação que tinha um caráter genérico, estabelecendo que a todos era lícita 
a associação e reunião, livremente e sem armas, não podendo a polícia intervir, 
salvo para manter a ordem pública.
Leis ordinárias disciplinaram vários temas: trabalho de menores (1891); 
organização de sindicatos rurais (1903) e urbanos (1907).
Ressalta-se que no ano de 1919, as transformações que vinham ocorrendo 
na Europa em decorrência da Primeira Guerra Mundial e o aparecimento da 
OIT incentivaram a criação de normas trabalhistas em nosso país. Ademais, 
existiam muitos imigrantes no Brasil que deram origem a movimentos operários 
reivindicando melhores condições de trabalho e salários. Surgia uma política 
trabalhista idealizada por Getúlio Vargas, em 1930.
Foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércioem 1930, órgão 
que passou a expedir decretos sobre profissões, trabalho de mulheres, salário-
mínimo e Justiça do Trabalho.
Getúlio Vargas editou a legislação trabalhista para organizar o mercado de 
trabalho e controlar os movimentos trabalhistas, em face da expansão da indústria. 
Seguindo com a história no ano de 1934, foi promulgada a primeira 
Constituição brasileira a tratar especificamente do Direito do Trabalho, sob a 
influência do constitucionalismo social. Esta Constituição possuía as seguintes 
garantias: liberdade sindical (art. 120), isonomia salarial, salário-mínimo, jornada 
de oito horas de trabalho das mulheres e menores, repouso semanal, férias anuais 
remuneradas (§ 1º do art. 121).
UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO
10
 A Carta Constitucional de 1937 marcou a fase intervencionista do Estado, 
devido ao golpe de Getúlio Vargas. Nesta linha, sua inspiração foi a Carta del Lavoro, 
de 1927, e a Constituição Polonesa. Oliveira Viana, sociólogo, jurista e grande 
inspirador de nossa legislação trabalhista, asseverava que o liberalismo era incapaz 
de preservar a ordem social. Foi também criado o sindicato único, vinculado ao 
Estado, e o imposto sindical. Estabeleceu-se também a competência normativa 
dos tribunais do trabalho, com o fim de evitar o confronto direto entre empregado 
e empregador. Nesta carta, a greve e o lockout foram considerados nocivos ao 
trabalho e ao capital e incompatíveis com os interesses da produção nacional. Havia 
trechos nesta Constituição que foram copiados literalmente da Carta del Lavoro. 
Importante salientar que, em 1º de maio de 1943, foi editado o Decreto-lei 
nº 5.452, que estabeleceu a Consolidação da Leis do Trabalho (CLT), a qual reunia 
diversas leis esparsas, não sendo, portanto, um código, o qual pressupõe direito novo. 
Tratava-se, portanto, da consolidação, da reunião de leis, porém seu fundamento 
foram os princípios da Encíclica Rerum Novarum e das Convenções da OIT. 
Considerada uma norma democrática, a Constituição de 1946 rompeu 
com o corporativismo da Constituição anterior. Nessa Constituição encontrou-
se a participação dos trabalhadores nos lucros (artigo 157, IV), repouso semanal 
remunerado (artigo 157, VI), estabilidade (artigo 157, XIII), direito de greve (artigo 
158) e outros direitos que se encontravam na norma constitucional anterior. 
Algumas leis de relevo também foram editadas nesta época: Lei 605/49, 
sobre repouso semanal remunerado na Lei 3.207/57, sobre as atividades dos 
empregados vendedores, viajantes e pracistas; Lei 4.090/62, instituindo o 13º 
salário; Lei 4.266/63, que criou o salário-família.
A Constituição de 1967 e a Emenda Constitucional nº 1 de 1969, introduziram 
institutos novos a época: a cogestão e o regime do FGTS que, de início, conviveu 
com o da estabilidade e o da indenização, competindo ao empregado a “opção” 
por um deles; o salário-família foi assegurado aos dependentes do trabalhador; a 
idade mínima para o trabalho foi reduzida para 12 anos; garantia à aposentadoria 
da mulher aos 30 anos de trabalho, com vencimento integral.
Nesta fase da história, frisa-se também a instituição de legislação ordinária 
importante: Lei 5.859/72, acerca do trabalho dos empregados domésticos; Lei 
5.889/73, que versando sobre o trabalhador rural; Lei 6.019/74, sobre o trabalhador 
temporário; Decreto-lei 1.535/77, dando nova redação às férias (da CLT).
A atual Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), aprovada 
em 5 de outubro de 1988, trata de direitos trabalhistas nos artigos 7º a 11. Houve 
uma mudança em relação à Norma Magna, pois nas Constituições anteriores os 
direitos trabalhistas sempre eram inseridos no âmbito da ordem econômica e 
social. Na atual Constituição, integra o capítulo “Dos Direitos Sociais”, por sua 
vez inserido no título “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”. 
TÓPICO 1 | DIREITO DO TRABALHO
11
Uma nota importante ainda é que o artigo 7º da Lei Maior abriga uma lista 
extensa dos direitos trabalhistas, parecendo uma verdadeira CLT. E ainda os art. 
8º ao 11 estabelecem regras atinentes ao direito sindical e à associação profissional.
4 CONCEITUAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO
Antes de conceituarmos o Direito do Trabalho, podemos explicitar que a 
expressão “Direito do Trabalho” é termo recente, que surgiu na Alemanha por 
volta de 1912. Outras expressões já foram utilizadas, que refletiam o contexto 
histórico-jurídico da época, mas que se mostraram, de certa forma, incompletas, 
das quais citamos as expressões: direito operário, direito industrial, direito 
corporativo, direito social, direito sindical.
 Na atualidade, a expressão Direito do Trabalho se mostra mais ampla 
e magnânima, pois reflete os conceitos mais gerais do instituto e não as 
particularidades, as quais acaba por abrigar. 
 No Brasil, a partir da Constituição de 1946, todas as outras passaram a 
usar o termo, sendo igualmente a mais utilizada em muitos países.
As faculdades de Direito utilizaram a expressão Direito do Trabalho para 
suas respectivas cadeiras a partir da Lei 2.724/56.
Conceituar um termo ou expressão jurídica é atividade importante, que 
delimita o campo do conhecimento sobre certo assunto, trazendo clareza de 
percepção, mas que ajuda a desenvolver uma linha de raciocínio que culmina na 
cognição completa da área a ser estudada ou observada.
Encontram-se na doutrina várias definições e conceitos de Direito do 
Trabalho. Alguns doutrinadores defendem o critério subjetivista na formulação 
do conceito de Direito do Trabalho, ao analisarem a disciplina levando em conta 
os sujeitos a que se aplica o Direito do Trabalho, em que a regra só se aplica aos 
empregados, ou seja, aqueles que trabalham com subordinação ao poder diretivo 
do empregador mediante remuneração. 
Outros partem de uma definição mais objetiva, e definem o Direito do 
Trabalho a partir da matéria com a qual ele se ocupa (seu objeto) e não com as 
pessoas sobre as quais o Direito do Trabalho se aplica (sujeitos). 
Existem as conceituações mistas, assim entendidas como aquelas que 
misturam critérios objetivos e subjetivos na definição, ou seja, referem-se 
simultaneamente às pessoas atingidas e à matéria regulada pelo Direito do Trabalho.
UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO
12
Há alguns que entendem ser este ramo do direito melhor definido quando 
enfocam todas as relações de trabalho, e outros defendem as relações de trabalho 
subordinado, sendo por essa razão a mais aceita para o atendimento da meta 
científica estabelecida para uma definição. 
Eis algumas definições:
•	 Definição	do	professor	Amauri	Mascaro	Nascimento	 (2013,	p.	 60): “direito 
do trabalho é o ramo da ciência do direito que tem por objeto as normas, as 
instituições jurídicas e os princípios que disciplinam as relações de trabalho 
subordinado, determinam os seus sujeitos e as organizações destinadas à 
proteção desse trabalho em sua estrutura e atividade”. 
•	 Definição	de	Sergio	Pinto	Martins	(2012): “direito do trabalho é o conjunto 
de princípios, regras e instituições atinentes à relação de trabalho subordinado 
e situações análogas, visando assegurar melhores condições de trabalho e 
sociais ao trabalhador, de acordo com as medidas de proteção que lhes são 
destinadas”. 
•	 Definição	 de	 Evaristo	Moraes	 Filho	 (2010): apresenta uma definição mista 
ao enxergar o conceito de Direito do Trabalho, como um conjunto de normas 
jurídicas destinadas a regular as relações de trabalho entre patrões e operários 
e, além disso, outros aspectos da vida destes últimos, mais precisamente, em 
razões de suas condições de trabalhadores.
Percebe-se, da análise das três definições, que todas remontam a um ramo 
que abrange um conjunto de partes organizadas que formam um sistema, um todo.
O Direito do Trabalho possui princípios, que seriam os pilares sobre 
os quais as normas se fundam. Abrange os princípios comuns ao mundo do 
direito em geral, mas especialmente os peculiares, que dizem respeito ao ramopropriamente dito. 
O Direito do Trabalho contém as regras que regem a matéria, as quais a 
maioria se encontra na CLT.
O Direito do Trabalho também não é apenas um conjunto de normas e 
princípios, mas também de entidades e instituições que criam e aplicam o ramo 
do direito. 
O Estado é aquele que cria as normas do Direito do Trabalho, através da 
elaboração de leis atinentes ao ramo do Direito do Trabalho. O Ministério do 
Trabalho edita portarias, resoluções e instruções normativas e também mantém 
a fiscalização da aplicação das normas. A Justiça do Trabalho, por sua vez, julga 
as causas trabalhistas. 
TÓPICO 1 | DIREITO DO TRABALHO
13
Embora diretamente relacionados, o objeto do estudo do Direito do 
Trabalho é a relação de trabalho subordinado e não o trabalhador. Este será 
sempre o sujeito, mas não é qualquer trabalhador que é sujeito do Direito do 
Trabalho, apenas aquele que é empregado e sujeito à relação de trabalho com 
subordinação a um empregador. Assim é que não se incluem neste ramo o 
trabalhador autônomo e o funcionário público, que são relações de trabalho 
regidas por outros princípios, ainda que contenham, por vezes, certa semelhança.
Qual a finalidade deste ramo tão importante do direito? Sem dúvida é 
assegurar melhores condições de trabalho ao trabalhador, inclusive condições 
sociais, de forma que possa executar suas atividades laborais em ambiente adequado, 
de forma adequada e colher os frutos do seu salário para obter vida digna para si e 
sua família, a fim de desempenhar sem barreiras seu papel na sociedade.
Neste aspecto, o Direito do Trabalho vai sempre priorizar a proteção do 
trabalhador, considerando sempre que este se encontra do lado menos poderoso 
na relação de trabalho em comparação ao empregador. Visará as regras mínimas 
protetivas do direito do trabalhador, não proibindo, por lógico, que se alcancem 
patamares ainda melhores de condições laborais.
5 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
Com relação aos princípios do Direito do Trabalho, iniciamos nosso 
estudo com o conceito de princípios para lastrear o conhecimento, bem como 
com a distinção entre este e regras, que analisaremos a seguir.
5.1 CONCEITO
Princípio como a própria palavra denota, é onde começa algo é o 
fundamento, a origem, a causa, o início, o ponto de partida. 
A palavra princípio vem do latim principium, principi, que significa origem, 
base, antes de tudo, começo. No grego, a palavra se origina do termo prin, que 
possui o mesmo significado.
Trazendo um exemplo concreto, princípio é o fundamento de uma 
construção, o ponto de partida de uma estrada.
Platão entendia como princípio o fundamento do raciocínio. Para 
Aristóteles era a premissa de uma demonstração. 
Há princípios morais, religiosos, éticos, jurídicos, políticos, tal seja a 
sua correspondência com determinado assunto ou ciência. Ateremos-nos aos 
princípios jurídicos, que possuem características próprias, que inspiram e 
orientam o legislador e o aplicador do direito, embora por vezes certos princípios, 
ainda que jurídicos, se originaram doutros, como a ética ou política. 
UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO
14
Os princípios são importantíssimos, conhecê-los é como ter uma bússola 
no meio do deserto. São eles a base sólida, as vigas que conferem unidade a todo 
o sistema jurídico. O princípio funciona, assim, como diretriz para a elaboração, 
entendimento, interpretação e aplicação das regras no próprio ramo do direito. 
Os princípios diferenciam-se das regras em diversos aspectos. 
A regra está prevista no ordenamento do jurídico, o princípio não 
necessariamente. A regra é a prescrição objetiva e obrigatória, que impõe 
determinada conduta, ainda que seja interpretativa. Os princípios têm grau de 
abstração muito maior do que a regra, são gerais, aplicados a um indeterminado 
número de atos e fatos e servem para uma série indefinida de interpretações.
A regra traz a expressão a um princípio, esteja ele explícito na regra ou não. 
As regras são a aplicação dos princípios, ou operam a concreção dos princípios 
sobre os quais se apoiam. 
 O princípio que será considerado na interpretação da regra, enquanto 
o inverso não ocorre. São os princípios que sustentam os sistemas jurídicos, 
influenciando a formação da regra e servindo, via de consequência, a sua 
interpretação. Os princípios influenciam as regras, eles as inspiram e as guiam, 
fundamentando a construção do ordenamento jurídico. 
De certa forma, diz-se que os princípios delimitam os contornos do 
ordenamento jurídico, entretanto não são absolutos ou imutáveis, pois uma 
mudança na realidade fática poderá implicar em necessidade de mudança na 
legislação e isto pode ocorrer, de tal forma, que seja necessário mudar o princípio, 
a direção a tomar, justamente por causa da mudança histórica que o originou. 
O princípio é assim, muito mais abrangente que a regra: ele fornece 
fundamentos que a embasam e visam a sua correta compreensão e interpretação, 
estabelecendo limitações à regra. 
Neste sentido, resta claro que violar um princípio é muito mais grave do 
que violar uma regra, já que isto implica na não observância a todo o sistema 
jurídico. Violar um princípio significa violar toda a base de sustentação de um 
sistema que desta forma não se sustenta.
Os princípios guardam íntima conexão com a filosofia, guardando grau 
de abstração relativamente elevado. Podem ser vagos, indeterminados, amplos. 
Eles apontam, como a filosofia o faz, para a essência das coisas, para as ideias de 
justiça e direito. São eles que permitem verificar a ratio legis.
As regras possuem natureza eminentemente técnica, podem ser normas 
vinculativas, com conteúdo meramente funcional e prático, traduzindo uma 
exigência imperativa para permitir ou proibir, mas sempre para impor.
TÓPICO 1 | DIREITO DO TRABALHO
15
A regra tem natureza específica e traz muitas vezes a concreção dos 
princípios. Elas se aplicam diretamente, não comportando exceções. São aplicadas 
por completo ou não são aplicadas. 
Busca-se harmonia entre os princípios, os quais coexistem entre si. Se há 
conflito entre um e outro a solução decorre sempre da interpretação que faz prevalecer 
o mais recente sobre o anterior, o de maior grau sobre o de menor grau. Isto também 
harmoniza as regras que deles decorrem, permitindo interpretação de valores e de 
interesses quando se observa e interpretam as leis, inclusive sistematicamente. 
Um princípio pode ser hierarquicamente superior a outro, por ser mais 
abrangente ou por ser desdobramento do primeiro ou de outro, e deve-se observar 
que quando os princípios se entrecruzam, primeiro se verifica o peso relativo de 
cada um deles.
Os princípios especiais devem prevalecer sobre um princípio geral e 
o intérprete somente irá socorrer-se dos princípios gerais de direito, caso não 
existam princípios específicos de certa matéria. 
Mesmo sendo os princípios constitucionais mais abrangentes e 
importantes, os mesmos também estão hierarquizados dentro do sistema, com 
a prevalência do princípio de hierarquia superior sobre o de hierarquia inferior. 
Há preponderância também do princípio do interesse público sobre o particular 
ou a prevalência do princípio do interesse público sobre o do direito adquirido. 
Quanto às regras, o ordenamento jurídico pode ter critérios para resolver 
o conflito entre elas, e o tratamento se mostra diferente comparado ao dado aos 
princípios. Não há como verificar se uma regra é mais importante do que outra. 
Todas o são, pois se dirigem a situações específicas, embora aplique-se a vários 
atos ou fatos, mas há regra de maior hierarquia e que tem preferência sobre a 
de menor hierarquia. Se há conflito entre duas regras, uma delas não é válida, 
deixando de existir. As regras antinômicas excluem-se. A regra mais nova tem 
preferência sobre a mais antiga (vide dispositivos do Decreto-lei 4.657/42) ou a 
mais específica sobre a mais genérica.
O princípio não tem por objetivo ser aplicado apenas à determinadasituação 
jurídica, mas a uma série indeterminada de situações. Além do quê, não seguir um 
princípio não gera uma sanção legal, o que pode haver é uma sanção moral.
A regra espelha uma regulamentação de caráter geral, a regra coloca em 
ordem e atende uma gama de situações específicas. Princípios servem de base ao 
Direito como fontes de sua criação, aplicação ou interpretação. 
As regras colocam apenas questões de validade, aplicam-se ou não 
à determinada situação, já os princípios têm função sistemática, aplicam-se 
automática e necessariamente quando as condições previstas como suficientes 
UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO
16
para sua aplicação manifestam-se. A regra é geral porque estabelecida para 
número indeterminado de atos ou fatos, o princípio é geral porque comporta série 
indefinida de aplicações, não admitindo hipóteses nas quais não seria aplicável, 
porém sem conteúdo especifico nenhum.
Dentro da Ciência do Direito princípios não são objetivos, são gerais e 
fundamentais, são proposições diretoras, que orientam a formação da norma 
e a compreensão da realidade diante da mesma. Assim como a realidade 
muda, também o princípio muda. Destarte que os princípios não são absolutos 
e imutáveis, mas a realidade acaba mudando certos conceitos e padrões 
anteriormente verificados, formando novos princípios, adaptando os já existentes 
e assim por diante. Portanto, há que se examinar cada princípio partindo do 
contexto histórico em que surgiram, para, dentro desta dinâmica histórica, serem 
alterados ou adaptados diante da nova situação. 
De grande importância, portanto, revestem-se os princípios no Direito, 
pois atuam antes de a regra ser feita, ou numa fase pré-jurídica ou política. Nessa 
fase, os princípios acabam influenciando a elaboração da regra, como proposições 
ideais a serem observadas na elaboração da regra jurídica. 
5.2 FUNÇÕES
Os princípios possuem as funções informadora, normativa e interpretativa. 
Como anteriormente dito, os princípios inspiram, instruem e orientam o 
legislador. Essa é a função informadora do princípio. O princípio serve de base 
à criação de preceitos legais, fundamentando as normas jurídicas e servindo 
de fundamentação para o ordenamento jurídico. São descrições informativas 
primordiais na elaboração da regra jurídica.
Outra função é a normativa, quando os princípios atuam de forma supletiva, 
especialmente suprindo eventuais lacunas ou omissões da lei, no caso de não haver 
uma disposição legal específica que discipline determinada situação. Nesse caso, 
os princípios atuam como regra de integração da norma jurídica, preenchendo as 
lacunas existentes no ordenamento jurídico, completando-o e inteirando-o.
A função de interpretação que cabe ao princípio igualmente é importante, 
pois a norma jurídica deverá sempre ser interpretada de acordo com os princípios 
de sua formação. É assim que servem de critério orientador para os intérpretes e 
aplicadores da lei, para alcance da exata compreensão para sua aplicação específica.
Exemplificamos da seguinte forma: o art. 8° da CLT autoriza o intérprete 
a utilizar-se da analogia, da equidade, dos princípios gerais de Direito, 
principalmente do Direito do Trabalho, dos usos e costumes, na falta de 
disposições legais ou contratuais específicas, porém desde que nenhum interesse 
de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. Infere-se da análise 
TÓPICO 1 | DIREITO DO TRABALHO
17
deste dispositivo, que os princípios têm função integrativa da norma jurídica, 
pois apenas na falta de disposições legais ou contratuais é que serão aplicados e 
poderão também ser utilizados como forma de interpretação, quando a norma 
não seja suficientemente clara para o caso a ser dirimido.
Importante frisar que em nosso sistema os princípios não têm função 
retificadora ou conectiva da lei, pois só são aplicáveis em caso de lacuna da lei. A 
finalidade dos princípios é de integração da lei. Se há norma legal, convencional 
ou contratual os princípios não são aplicáveis.
5.3 PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO
Princípios gerais de direito são aqueles que são comuns ao Direito em 
geral. Importante destacar, por exemplo, que ninguém poderá alegar a ignorância 
do Direito, tal como expresso no art. 3° da Lei de Introdução ao Código Civil, onde 
fica claro que ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
Nossa Constituição norteia nosso ordenamento jurídico como um Estado 
Democrático de Direito, estabelecendo princípios que o regerão: o princípio do 
respeito à dignidade da pessoa humana; o respeito à personalidade humana, 
como um direito fundamental; a inviolabilidade do direito à intimidade, à vida 
privada, à honra e à imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização 
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; o princípio da proibição 
do abuso de direito ou do lícito exercício regular do próprio direito. 
Nosso Código Civil, por sua vez, estabelece que não constituem atos 
ilícitos os praticados no exercício regular de um direito reconhecido (art. 188, 
I). Veda o enriquecimento sem causa, privilegia a função social do Direito, no 
sentido de regular a vida humana na sociedade, estabelecendo regras de conduta 
que devem ser respeitadas por todos. Entretanto, pode-se dizer que o Direito é 
que está a serviço da sociedade e não esta a serviço do Direito.
O princípio da segurança jurídica privilegia a necessidade da manutenção 
das relações jurídicas. É aplicável o princípio da boa-fé, seja no Direito Civil, no 
Comercial, no Direito do Trabalho e no Direito Processual. Presume-se a boa-fé. 
A má-fé deve ser provada. Todo e qualquer contrato deve ter por base a boa-fé, 
inclusive o contrato de trabalho. 
Não se pode alegar a própria torpeza como forma de deixar de cumprir 
certa relação, e determinada situação não pode ser considerada como nula em 
razão de a própria parte lhe ter dado causa. 
UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO
18
No tocante aos contratos, o princípio norteador é de que o contrato faz 
lei entre as partes (pacta sunt servanda), ou seja, os acordos devem ser cumpridos, 
atenuando-se apenas quando houver uma modificação substancial da situação 
anterior, quando há lugar para a revisão contratual. Os contratos ainda se regem 
por outros princípios, dos quais destacamos de que nenhum dos contraentes pode 
exigir o implemento de sua obrigação antes de cumprir sua parte no pactuado, e o 
de que em nos contratos deve haver reciprocidade de direitos e obrigações.
Há uma gama de princípios gerais, o que para o observador do mundo do 
direito deve gerar estudo e compreensão. Vê-se a extrema importância dos princípios 
gerais, eis que fundamentam de forma cabal o ordenamento jurídico, assegurando a 
unidade do sistema, como um conjunto de valores coordenados entre si.
5.4 PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO 
O Tratado de Versalhes (1919) mencionava, em seu art. 427, os princípios 
fundamentais do Direito do Trabalho, em que figurava, como primeiro princípio, o 
de que o trabalho não pode ser considerado como mercadoria ou artigo de comércio. 
Nossa Constituição estabelece a liberdade de contratação (art. 5º XIII), 
sendo as partes livres para contratar, salvo disposições contrárias de ordem 
pública. Se é princípio constitucional fundamental a dignidade da pessoa humana, 
certamente isso valerá para o trabalhador. 
Os doutrinadores do ramo do Direito do Trabalho divergem, por vezes, 
uns dos outros no que respeita a definir quais os princípios do Direito do Trabalho, 
mas podemos citar alguns princípios de relevo: 
Princípio da proteção do trabalhador
Princípio importantíssimo do Direito do Trabalho, considera que 
empregado deve ser juridicamente tido como a parte mais frágil do contrato, 
como uma forma de compensar a superioridade econômica do empregador. O 
princípio protege aquele com vínculo empregatício e não qualquer trabalhador. 
A dita proteção ao trabalhador se dá de três formas: 
1- in dubio pro operario,ou seja, se houver dúvida quanto ao direito, a aplicação 
deverá ser sempre a mais favorável ao empregado. No caso do processo 
trabalhista, tal princípio não poderá ser aplicado integralmente, considerando-
se quem tem o ônus da prova no caso concreto, de acordo com as especificações 
dos arts. 333 do CPC e 818 da CLT;
2- aplicação da norma mais favorável ao trabalhador, conforme implícito no caput 
do art. 7º da Constituição, a qual se divide de três maneiras:
• elaboração da norma mais favorável, para que as novas leis também sejam 
mais benéficas ao trabalhador; 
TÓPICO 1 | DIREITO DO TRABALHO
19
• não prevalência da hierarquia das normas jurídicas, para os casos em que, 
havendo várias normas a serem aplicadas numa escala hierárquica, deve-se 
observar a que for mais favorável ao trabalhador, ainda que hierarquicamente 
seja inferior. A exceção caberia às normas de caráter proibitivo; 
• interpretação da norma mais favorável, toda vez em que, havendo várias normas 
a observar, aplica-se a regra mais benéfica ao trabalhador. O art. 620 da CLT 
prescreve que "as condições estabelecidas em convenção, quando mais favoráveis, 
prevalecerão sobre as estipuladas em acordo". O contrário também pode acontecer, 
como no exemplo do caso de que as normas estabelecidas em acordo coletivo, 
quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva.
3- aplicação da condição mais benéfica ao trabalhador, quando as vantagens já 
conquistadas não podem ser modificadas para pior. Cite-se a Súmula 51 do TST: 
"as cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas 
anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou 
alteração do regulamento". É um desdobramento, no âmbito do Direito do 
Trabalho, do princípio constitucional do direito adquirido (art. 5º, XXXVI). 
Assim, uma cláusula menos favorável aos trabalhadores só tem validade em 
relação aos novos obreiros admitidos na empresa.
Princípio da Irrenunciabilidade de Direitos
É o princípio que valoriza cada conquista do trabalhador como necessária 
em um contexto de imensas dificuldades. Assim, os direitos trabalhistas são 
irrenunciáveis pelo trabalhador. Não se admite, por exemplo, que o trabalhador 
renuncie as suas férias. Se tal fato ocorrer, não terá qualquer validade o ato do 
operário, podendo reclamá-las na Justiça do Trabalho. O art. 94 da CLT é claro 
no sentido de que "serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo 
de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos trabalhistas". Cabe 
exceção se o trabalhador o renunciar ou transigir perante um juiz do trabalho, 
pois nesse caso não se pode dizer que o empregado esteja sendo forçado a fazê-
lo. Estando o trabalhador ainda na empresa, não se poderá falar em renúncia a 
direitos trabalhistas, pois poderia dar ensejo a fraudes. Em determinados casos, a 
lei autoriza a transação de certos direitos com a assistência de um terceiro.
A transação só é permitida relativamente aos direitos renunciáveis, e 
quando pressupõe incerteza do direito. A transação interpreta-se restritivamente, 
assim como os negócios jurídicos benéficos interpretam-se estritamente (art. 114 
e art. 843 do CC); porém, a assistência na rescisão do contrato de trabalho não 
importa transação. Assim, a transação tem de ser interpretada restritivamente 
(art. 114 do CC), mas não pode implicar renúncia de direitos trabalhistas. 
Compreende a transação concessões recíprocas, por isso, é bilateral. A renúncia é 
unilateral. Objetiva a transação prevenir litígios.
UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO
20
Princípio da Continuidade da Relação de Emprego
A presunção é a de que o contrato de trabalho terá validade por tempo 
indeterminado, ou seja, haverá a continuidade da relação de emprego. A exceção 
à regra prevista em lei acerca dos contratos por prazo determinado, inclusive 
o contrato de trabalho temporário, os quais possuem condições especiais de 
validade e existência. A ideia geral é a de que a preservação do contrato de trabalho 
preserva os direitos a ele inerentes, evitando a lesão a estes direitos. Proíbe-se, 
por exemplo, uma sucessão de contratos de trabalho por prazo determinado. A 
Súmula 212 do TST adota essa ideia ao dizer que "o ônus de provar o término do 
contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é 
do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui 
presunção favorável ao empregado".
São exemplos da continuidade do contrato de trabalho encontrados na 
legislação: a estabilidade ou a garantia de emprego, que impedem a dispensa do 
trabalhador por parte do empregador; a mudança na estrutura e na propriedade 
da empresa (arts. 10 e 448 da CLT), que não alteram o contrato de trabalho; a 
transferência do empregado (art. 469 da CLT), que preserva a relação de emprego; 
as hipóteses de redução de salários e de redução da jornada (art. 7º, VI, e XIII, 
respectivamente, da Constituição), que promovem flexibilização de condições de 
trabalho temporárias com a fiscalização do sindicato de trabalhadores, evitando 
dispensas nas crises econômicas. 
Princípio da Primazia da Realidade
No Direito do Trabalho a realidade é muito mais importante do que a 
forma, assim, os fatos prevalecem sobre os documentos. Há casos, por exemplo, 
que um empregado possui um contrato de prestador de serviços autônomo 
com a empresa, no entanto, a realidade é de um contrato que possui todas as 
características de vinculação de emprego, subordinação, cumprimento de 
horários e metas. O que será observado realmente são as condições fáticas que 
demonstrem a existência do contrato de trabalho. São privilegiados, portanto, os 
fatos e a realidade sobre a forma ou a estrutura empregada.
Princípio da Razoabilidade
Bom senso e uso da razão são elementos que devem informar igualmente 
o Direito do Trabalho, pois é correto pensar que o ser humano, em suas 
atividades cotidianas e mais especificamente o trabalho, fará uso de sua razão 
para caracterizar seu comportamento. Razoabilidade no contrato de trabalho 
diz respeito às condições e meios normais para a consecução de resultados 
pretendidos, apresentando-se como elemento norteador da solução dos casos, 
limitando ou elastecendo direitos, tendo em vista a regra do equilíbrio e isonomia 
conveniente ou razoabilidade. Quando se conjetura de Direito do Trabalho, 
os princípios assumem relevância ainda maior, por regular relações jurídicas 
em torno da prestação do trabalho humano mediante remuneração e sob 
subordinação, destacada a posição de disparidade entre as partes predominante 
nesse tipo de relação.
TÓPICO 1 | DIREITO DO TRABALHO
21
No Direito do Trabalho, o princípio da razoabilidade aplica-se de duas formas:
 
• para análise de determinada explicação ou solução, dada em determinada 
situação, quando a relação contratual não possui contornos tão evidentes e que 
torna-se necessário, com a racionalidade, distinguir a realidade da simulação;
• como limite ao empregador, evitando possíveis arbitrariedades, na relação 
jurídica de subordinação com o empregado.
Neste cenário, o princípio da razoabilidade também é relevante instrumento 
para se elucidar algumas questões práticas, especialmente diante das tendências 
atuais de terceirização, ou de trabalho realizado na residência do trabalhador, ou 
em horários diferentes dos comumente utilizados. Aplica-se, dentre outros, na 
avaliação do poder disciplinar, na proporcionalidade entre as sanções aplicáveis e 
também quando se faz notória má conduta por parte do empregador.
Princípio da Boa-Fé
Conquanto já se tenha explicitado que este princípio é geral, importante 
explicitar as aplicações específicas no que respeita ao Direito do Trabalho, tais como, 
o dever de fidelidade, o uso abusivo do direito de greve, enfim, refere-se à conduta 
da pessoa que considera cumprir realmente o seu dever, com a plena consciência de 
não enganar, não prejudicar, nem causar danos, semabusos ou desvirtuamentos.
Princípio da Responsabilidade Solidária do Empregador
Simples, mas importante, especialmente em um mundo cada dia mais 
globalizado, este princípio deve ser aplicado quando há grupos econômicos 
de empresas sob um mesmo conglomerado, todas as empresas, mesmo que 
distintas ou em ramos diferentes, mas que haja subordinação a uma matriz tem a 
responsabilidade de adimplir as obrigações trabalhistas advindas.
6 DIVISÃO DO DIREITO DO TRABALHO
Os doutrinadores divergem quanto à divisão do Direito do Trabalho, 
porém, por ser bastante abrangente, a divisão em Direito Individual do Trabalho 
e Direito Coletivo do Trabalho é aceita por uma grande maioria de autores. 
Há alguns que dividem este ramo de forma bem específica atinente a cada 
assunto: Introdução ao Direito do Trabalho; Direito Internacional do Trabalho; 
Direito Individual do Trabalho (contrato de trabalho e seu conteúdo); Direito 
Sindical e Direito Público do Trabalho (que se subdividiria em Direito Processual do 
Trabalho, Direito Administrativo do Trabalho, Direito Penal do Trabalho, Direito 
da Previdência e Assistência Social, incluído no penúltimo o acidente do trabalho). 
Entretanto, uma divisão coerente, que seria um meio termo entre as duas 
primeiras relatadas, seria a seguinte:
UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO
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6.1 DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Esta divisão do Direito do Trabalho abrange o contrato individual do 
trabalho e as regras legais ou normativas a ele aplicáveis. 
As relações de trabalho individuais possuem como sujeitos o empregado, 
o empregador e a prestação de trabalho subordinado, por pessoa física, de forma 
não eventual, remunerada e pessoal. 
Destarte, o Direito Individual do Trabalho trata do contrato de trabalho 
em toda a sua abrangência, desde o seu nascimento, seu desenvolvimento e sua 
cessação, além de outras regras a ele atinentes, como o FGTS e a estabilidade.
6.2 DIREITO TUTELAR DO TRABALHO
É um instituto que se torna mais importante à medida que o Estado, as 
organizações internacionais do Trabalho, o setor público e as próprias empresas 
privadas se empenham, cada qual em sua esfera de atuação, em proporcionar um 
ambiente de trabalho que proporcione ao trabalhador manter-se saudável, física 
e mentalmente, e seguro. Inclusive, a aplicação das sanções cabíveis no caso do 
descumprimento das regras a ele atinentes.
O Direito Tutelar do Trabalho trata das regras sobre a proteção do 
trabalhador e seu meio ambiente de trabalho, normas de segurança, medicina 
e higiene do trabalho, a jornada de trabalho, sobre os repousos do trabalhador e 
sobre a fiscalização trabalhista.
6.3 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
A razão de ser das relações coletivas está na necessidade de união dos 
trabalhadores para que possam defender, em conjunto, as suas reivindicações 
perante o poder econômico. Não se pode olvidar que em toda a história do Direito 
do Trabalho, o trabalhador, individualmente, não tem a necessária força para 
defender seus interesses, o que, em conjunto, aumenta muito o seu poder de ação.
O conteúdo do Direito Coletivo do Trabalho envolve as relações grupais, 
coletivas, entre empregados e empregadores, cujos sujeitos são identificados a 
partir da reunião de empregados ou empregadores de uma determinada área, 
o que é cognominado categoria. O Direito Coletivo do Trabalho é o conjunto de 
regras, princípios e institutos reguladores das relações entre os trabalhadores, 
enquanto uma categoria profissional, com os seus empregadores.
O Direito Coletivo inclui as organizações sindicais, inclusive as patronais, 
e sua estrutura e funções; abrange ainda as relações coletivas de trabalho, seus 
conflitos negociações, direito de greve, entre outros.
23
Neste tópico, você aprendeu que:
• A história do Direito do Trabalho remonta questões espirituais/bíblicas, 
passando pela evolução histórica no mundo e no Brasil.
• O conceito de Direito do Trabalho, embora sob a ótica de vários doutrinadores, 
resume-se em o conjunto de normas que visam regular as relações de trabalho 
subordinado e situações análogas, com o objetivo de assegurar melhores 
condições de trabalho com medidas de proteção aos trabalhadores, sob o 
comando de princípios.
• Inclusive o princípio da boa-fé, alcança também o Princípio da Responsabilidade 
Solidária do Empregador.
• A maior Divisão do Direito do Trabalho é o Direito do Trabalho Individual e o 
Direito do Trabalho Coletivo.
RESUMO DO TÓPICO 1
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Para finalizar este primeiro momento de estudo estamos 
propondo como atividade de verificação a elaboração de um 
breve resumo (uma página) – na metodologia exigida (Arial, 11, 
espaço entrelinhas 1,5, justificado).
Realizado o trabalho, releia brevemente o tópico estudado e compare seu 
resumo com todo o conteúdo lido.
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 2
ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO 
E FUNÇÃO SOCIAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Avançamos nosso estudo, agora apresentando lições sobre o Ordenamento 
Jurídico Brasileiro e Função Social, com a análise de leis, decretos e portarias.
Analisaremos do que se trata o Ordenamento Jurídico Brasileiro, tendo 
em vista os avanços sociais, que culminaram na Função Social, presente na atual 
Constituição da República Federativa do Brasil, em que no título que trata da 
Ordem Econômica e Financeira encontramos a função social da propriedade, 
entre os princípios gerais da atividade econômica.
2 LEIS, DECRETOS E PORTARIAS
Antes de adentramos nas noções gerais sobre as Leis, Decretos e Portarias, 
faz-se necessário compreendermos o que é o Ordenamento Jurídico. Assim, 
entende-se por Ordenamento Jurídico o conjunto sistematizado e organizado 
das normas jurídicas positivas, tuteladas pelo Estado, vigentes num determinado 
momento e aplicáveis num determinado âmbito territorial.
As normas jurídicas não são postas ao acaso, aleatoriamente, como se fosse 
um agregado inorgânico de preceitos. Essa pluralidade de normas que compõem 
o direito positivo de um Estado configura um complexo orgânico, ordenado e 
hierarquizado, formando um verdadeiro sistema.
Esse sistema incorpora a totalidade do direito vigente em determinado 
Estado, compreendendo todo o universo de normas jurídicas, desde as situadas 
no nível mais elevado, como as leis constitucionais até as de menor expressão 
hierárquica, como as sentenças judiciais, os contratos e mais diferentes normas 
baixadas pela administração pública.
Adolf Merkl comparou a estrutura das normas jurídicas com a figura da 
pirâmide, comparação essa que ganhou corpo, sedimentando-se universalmente 
como símbolo de cada ordem jurídica estatal. 
UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO
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Nessa pirâmide, as normas são justapostas em diferentes níveis de 
gradação, a começar do seu vértice com as normas de maior abrangência ativa de 
destinatários, em direção à base, à proporção que essa abrangência ativa diminui. 
Assim, no topo da pirâmide encontram-se as normas de conteúdo constitucional, 
sobrepondo-se a todas as demais de natureza infraconstitucional, isto é, as leis, os 
decretos, as sentenças, as resoluções, as portarias, entre outras. 
 
Esse escalonamento hierárquico ou essa seriação gradativa de normas, 
permite compreender o funcionamento do sistema jurídico no que tange à criação 
das normas, bem como no que tange à interpretação e aplicação.
No vértice da pirâmide representativa de um ordenamento jurídico 
positivo de certo Estado, encontra-se a Constituição, regra matriz que traça os 
limites dentro dos quais as demais normas poderão dispor sobre a conduta 
humana, inclusive em relação ao poder estatal.
As disposições constitucionais estabelecem os padrões possíveis de 
comportamentos desejados pelos que compõem o ambiente social, fixando o “dever 
ser” estrutural da organização do Estado, delimitando o âmbito de competências 
atribuídas ao poder, como que convencionando o que os seus detentores podem 
ou não podem fazer. Também procura estabelecer o rol dos direitos individuais,

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