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História da Matemática Aula 07: As estruturas da história da matemática: a evolução do conceito de número real Apresentação Nessa aula, você vai compreender como o Renascimento significou o movimento de renovação intelectual e artística na Europa Ocidental e sua importância do ensino com interesses humanísticos. Além disso, identificará a retomada das pesquisas em Matemática com ênfase para: o início do simbolismo algébrico (1557– 1631), o desenvolvimento da Álgebra Clássica (1580–1631), o desenvolvimento da Moderna Teoria dos Números (1635), a criação da Probabilidade (1654), a criação dos Logaritmos (1614-1615), e a criação do Cálculo Diferencial e Integral (1629-1687). Objetivos Analisar alguns aspectos históricos sobre a evolução do conceito de número real; Verificar incomensurabilidade entre o lado e a diagonal de um quadrado, descoberta pelos pitagóricos; Verificar o método de arquimedes para determinação da área de um círculo. Georg Cantor (1845-1918). A história da matemática da modernidade Em um novo contexto, a partir do século XIX, a História da Matemática passa a assumir um caráter verdadeiramente didático. Um exemplo disso é o trabalho em quatro volumes Vorlesunger über Geschichte der Mathematik, publicado em 1880 e 1908 por Mortz Benedict Cantor. A obra de Cantor trata especificamente da evolução do pensamento matemático puro. Apesar do surgimento de outras formas de se trabalhar a História da Matemática , a visão cronológica não foi abandonada. Exemplos de tal perspectiva no século XX são a Introdução à História da Matemática (1969), de Howard Eves e A História da Matemática (1974), de Carl Benjamin Boyer. Essas obras tornaram-se referência obrigatória em nosso tempo, em se tratando de História da Matemática. 1 A questão da incomensurabilidade entre o lado e a diagonal de um quadrado É atribuída ao matemático grego Hipasus Metapontum (470 – 400 a.C.), nascido na cidade grega de Metaponto, sul da Itália, a descoberta de grandezas incomensuráveis (não-racionais). Teria sido Hipasus Metapontum, o principal responsável por profundas mudanças no pensamento filosófico da escola pitagórica, em meados do século V a.C., de que tudo no universo podia ser reduzido somente a números comensuráveis (racionais) ou suas razões, pois o mesmo produziu um elemento não– inteiro que negava os ensinamentos adquiridos nos cultos secretos onde era discípulo do mestre Pitágoras de Samos (570 – 495 a.C.). Não se sabe ao certo como Hipasus Metapontum observou os irracionais pela primeira vez, mas, é bastante provável que os primeiros incomensuráveis conhecidos por ele, venham de demonstrações precisas sobre o valor da diagonal de um quadrado de lado unitário. https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon049/aula7.html Não se pode expressar a medida da diagonal por meio de um número racional, tomando um lado do quadrado como unidade de medida. Esse fato mostra que a diagonal do quadrado é incomensurável com o lado. Essa noção de incomensurabilidade foi a descoberta mais importante da Escola Pitagórica e foi um dos fatos que perturbou os geômetras gregos, pois eles entendiam, conforme que uma relação entre grandezas geométricas deveria corresponder a uma relação entre números. As circunstâncias que rodearam a primeira percepção da incomensurabilidade são incertas. Supõe-se que a percepção veio em conexão com a aplicação do Teorema de Pitágoras ao triângulo retângulo isósceles. A única referência à descoberta dessa questão está no trabalho de Aristóteles que refere uma prova da incomensurabilidade da diagonal de um quadrado com o seu lado, indicando que se baseava na distinção entre pares e ímpares. Método de arquimedes para determinação da área de um círculo Para os geômetras gregos, a noção de número irracional π não era clara, embora, em problemas práticos, utilizassem aproximações racionais dos valores irracionais. Exemplo disso é o método utilizado por Arquimedes para determinação do número, cuja aproximação foi obtida com duas sequências de racionais, uma de termos superiores e outra de termos inferiores, distando pouco do número irracional. O método utilizado por Arquimedes permitiu calcular a área de um círculo. Ele aproximou a área do círculo ao inscrever e circunscrever um hexágono. Arquimedes iniciou o processo, dobrando o número de lados dos polígonos e repetiu-o até obter um polígono de 96 lados. Com o cálculo da área do polígono interior e exterior obteve, respectivamente, um limite inferior e um limite superior para a área do círculo. Com esse método, ele obteve para o valor de π, aproximações equivalentes a 3,14084 < π < 3,142858, o que mostra a proximidade dos valores que hoje conhecemos. Hexágono inscrito e circunscrito. Usando esse método, Arquimedes construiu duas sequências de números racionais, uma com valores inferiores e outra com valores superiores, tendo como limite o número irracional. Esse método utilizado por Arquimedes é, na realidade, a origem do cálculo diferencial, embora, somente depois de, aproximadamente, dois mil anos, Newton formulou seus fundamentos. Comentário Apesar da descoberta da incomensurabilidade da diagonal do quadrado em relação ao lado e da descoberta de Arquimedes, os números irracionais não foram claramente definidos. A evolução histórica do conceito de número 01 A necessidade de contar e de fazer cálculos matemáticos esteve sempre acompanhada de uma evolução social e, se assim podemos dizer, econômica das sociedades humanas. A partir do momento em que os nossos ancestrais, além de cuidar da agricultura, partiram para fazer trocas e mais adiante, comercializar seus produtos, os primeiros números surgiram, naturalmente, como consequência deste processo. Surgia, então, o que chamamos hoje números naturais , originados não apenas por um exercício intelectual dos homens, mas extremamente associados às suas necessidades diárias. 02 Uma linha finita pode ser estendida continuamente numa reta. 03 Com a evolução das relações sociais, a humanidade passou a ter não só a necessidade de contar, mas também a de medir. O sistema de produção baseava-se na agricultura, e assim era preciso medir comprimentos e áreas de terrenos, além de determinar o tempo para o plantio, para a colheita dentre outras necessidades cotidianas. Entendemos aqui medir, como o ato de comparar duas grandezas, uma sendo referência para a determinação da outra. Ressaltamos que a questão da medida está intimamente ligada ao modo contínuo de construção da noção de número por meio de uma (a é maior que b ou a é menor que b). 04 Acontece, porém, que a relação entre a grandeza a ser medida e o padrão estabelecido pode resultar em um número inteiro ou não. Para expressarmos esta nova medida, o campo numérico dos números naturais já não é mais suficiente. Faz-se necessária a utilização de subdivisões e para tal, apresentam-se os números fracionários. E foi através deste caminho que eles se defrontaram com os números irracionais. 05 Coloquemos então a definição utilizada por Dedekind: chamemos número real ao elemento de separação das duas classes de um corte qualquer no conjunto dos números racionais. Se existir um número racional separando estas duas classes, o número real coincide com esse racional; se não existe tal número, este será chamado irracional. 1 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon049/aula7.html Contribuições para o ensino de números O surgimento e a evolução da noção de número natural não estiveram somente ligados à contagem de elementos individuais, na famosa associação entre o número de ovelhas em um rebanho e a quantidade de pedrinhas em um saco. Na verdade, o uso do número natural sempre esteve vinculado também a atividades envolvendo medidas de grandezas contínuas, e de uma forma mais simples à noção de ordenação, que supõe a comparação entre grandezas diferentes. Cada vez que introduzimos um novo conceito, precisamos defini-lo em termos de conceitos,cujos significados já são por nós conhecidos, sendo quase impossível estar retornando sempre a definição de todos os conceitos anteriores. A construção do conjunto dos números reais ocupa um papel de destaque na História da Matemática que inicia na matemática grega e vai até o século XIX. Clique nos botões para ver as informações. O conjunto dos números inteiros {-4,-3,-2,-1,0,1,2,3,4,...} são construídos a partir de situações como: qual é o resultado da operação 2 - 5? Ou resolver equações do tipo x + 5 = 2. Ao introduzirmos a ideia do negativo (ou simétrico) de um número, podemos resolver questões relacionadas a débitos e com esta extensão, obtemos um conjunto no qual a subtração de números é sempre um número do conjunto. A extensão das operações dos números naturais para o conjunto dos números inteiros é feita de modo que todas as propriedades da adição e multiplicação continuam valendo. Números Inteiros No Ensino Fundamental, o conjunto dos números racionais foi construído gradativamente. Partindo dos números naturais, construímos os números inteiros e em seguida os números racionais. Os números naturais {1,2,3,4,.....} estão associados a problemas de contagem e sabe-se que muito tempo passou até chegarmos à notação decimal que hoje usamos. A introdução dessa notação permite o desenvolvimento de métodos práticos (algoritmos) para efetuar operações com números naturais e resolver problemas que vão além da simples contagem. Números Racionais 2 Dica A passagem do conjunto dos números inteiros para os números racionais se faz de maneira análoga. A motivação se dá por operações de divisão do tipo 2 ÷ 3, ou por equações do tipo 2X = 3 que não possui solução em números inteiros. https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon049/aula7.html Atividade Usando as noções de trigonometria e a informação de que sen (1/7)° = 0,0025, os matemáticos indianos, demonstraram que a distância entre a Terra e o Sol vale, aproximadamente, digite a resposta vezes a distância entre a Terra e a Lua. Notas Formas de se trabalhar a História da Matemática 1 Por tópico, por civilização, por biografias, etc. Números racionais 2 Os números racionais são aqueles que podem ser representados por uma fração, ou seja, são os números da forma a / b, com a e b números inteiros e b ≠ 0. Números naturais 3 O número natural nasceu da necessidade de se compararem umas grandezas às outras. Muitos séculos se passaram, até chegarmos à Grécia antiga e à escola pitagórica. É neste momento que os números deixam apenas de servir às contagens e passam a assumir um caráter abstrato, por vezes místico e esotérico, em que as leis matemáticas traduziam a harmonia universal, construindo os alicerces da moderna teoria dos números. Referências BOYER, Carl Benjamin. História da matemática. 2. ed. São Paulo: E. Blücher, 2005. HUETE, Sábchez; BRAVO, Fernández. O ensino da matemática: fundamentos teóricos e bases psicopedagógicas. Porto Alegre: Artmed, 2006. SILVA, Sebastião Medeiros da; SILVA, Ermes Medeiros da; Silva, Elio Medeiros da. Matemática Básica para Cursos Superiores. São Paulo, Atlas, 2002. Próxima aula As estruturas da História da Matemática: A evolução do conceito de Geometria. Explore mais Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online, utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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