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RECONHECENDO O SOBREPESO E A OBESIDADE

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A T E N Ç Ã O À S A Ú D E D E P E S S O A S C O M S O B R E P E S O E O B E S I D A D E
RECONHECENDO O SOBREPESO E A OBESIDADE
NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
| DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | 
| CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO |
| LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | 
UFSC 2019
A T E N Ç Ã O À S A Ú D E D E P E S S O A S C O M S O B R E P E S O E O B E S I D A D E
RECONHECENDO O SOBREPESO E A OBESIDADE
NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
| DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | | DEISE WARMLING | 
| CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO || CAROLINA ABREU HENN DE ARAÚJO |
| LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | | LUCIARA FABIANE SEBOLD | 
FLORIANÓPOLIS
UFSC
2019
CRÉDITOS | FICHA TÉCNICA
3
GOVERNO FEDERAL
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS)
Departamento de Promoção da Saúde (DEPROS)
Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Reitor: Ubaldo Cesar Balthazar
Vice-Reitora: Alacoque Lorenzini Erdmann 
Pró-Reitor de Pós-Graduação: Cristiane Derani 
Pró-Reitor de Pesquisa: Sebastião Roberto Soares 
Pró-Reitor de Extensão: Rogério Cid Bastos 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Diretor: Celso Spada 
Vice-Diretor: Fabrício de Souza Neves 
DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA
Chefe do Departamento: Fabrício Augusto Menegon
Subchefe do Departamento: Lúcio José Botelho 
EQUIPE TÉCNICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição
Gestora geral do Projeto Sheila Rubia Lindner
Coordenação de Produção de Material Elza Berger Salema Coelho
CRÉDITOS | FICHA TÉCNICA
4
Autores Deise Warmling
 Carolina Abreu Henn De Araújo
 Luciara Fabiane Sebold
Revisores Nome 1
 Nome 2
Equipe Editorial Carolina Carvalho Bolsoni
 Thays Berger Conceição
 Deise Warmling
 Dalvan Antonio de Campos
Assessoria Pedagógica Márcia Regina Luz
Assessoria de Mídias Marcelo Nogueira Capillé
Equipe Executiva Patricia Dia de Castro
 Gabriel Donadio Costa
 Eurizon de Oliveira Neto
Design Instrucional/Elaboração Soraya Falqueiro
das questões avaliativas 
FICHA CATALOGRÁFICA
5
Identidade Visual/Projeto gráfico Pedro Paulo Delpino Bernardes
Diagramação/Finalização Laura Martins Rodrigues
Esquemáticos/Infográficos Naiane Cristina Salvi
Desenvolvedor Web Rodrigo Rodrigues Pires de Mello
Fonte para Imagem e Esquemáticos Adobe Stock
W277r Warmling, Deise. 
Reconhecendo o sobrepeso e a obesidade no contexto da atenção primária à saúde 
[recurso eletrônico] / Deise Warmling, Carolina Abreu Henn de Araújo, Luciara Fabiane Sebold 
-- 1. ed. -- Florianópolis : Universidade Federal de Santa Catarina, 2019.
57 p. : il.; color.
Modo de acesso: www.unasus.ufsc.br 
Conteúdo do módulo: Unidade 1: Sobrepeso e Obesidade: Definição, Determinantes e 
Impactos. – Unidade 2: Atenção à Saúde das pessoas com Sobrepeso e Obesidade. - Unidade 3: 
Políticas públicas e Promoção da Alimentação saudável.
ISBN 978-85-8267-149-8
1. Obesidade. 2. Atenção primária em saúde. 3. Sobrepeso. I. UFSC. II. Obesidade: atenção 
à saúde de pessoas com sobrepeso e obesidade. III. Araújo, Carolina Abreu Henn de. IV. Sebold, 
Luciara Fabiane. VI. Título. 
CDU: 613.24
6
APRESENTAÇÃO 8
1 SOBREPESO E OBESIDADE: DEFINIÇÃO, 
DETERMINANTES E IMPACTOS 10
1.1 DEFINIÇÕES DE SOBREPESO E OBESIDADE 10
1.2 DETERMINAÇÃO SOCIAL DO SOBREPESO 
E DA OBESIDADE 11
1.3 EPIDEMIOLOGIA DO SOBREPESO E DA OBESIDADE 13
1.4 IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS DO SOBREPESO 
E DA OBESIDADE 15
ENCERRAMENTO DA UNIDADE 17
2 ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS COM SOBREPESO 
E OBESIDADE 19
2.1 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO ALIMENTAR 
E NUTRICIONAL 19
2.1.1 Vigilância Alimentar e Nutricional 21
2.1.2 Avaliação antropométrica e da 
composição corporal 23
2.1.3 Diagnóstico alimentar e nutricional 
e classificação de risco 24
2.2 LINHA DE CUIDADO DO SOBREPESO E DA OBESIDADE 27
2.3 ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO 29
2.3.1 Estratificação de risco 29
2.3.2 Autocuidado apoiado 29
2.3.3 Estabilização da condição crônica 30
ENCERRAMENTO DA UNIDADE 32
3 POLÍTICAS PÚBLICAS E PROMOÇÃO 
DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 34
3.1 POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 
PARA O CONTROLE E A PREVENÇÃO DO 
SOBREPESO E DA OBESIDADE 34
3.2 ALCANÇANDO UMA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA 
E SAUDÁVEL A PARTIR DO GUIA ALIMENTAR 38
3.2.1 Classificação dos alimentos 
segundo o Guia Alimentar 39
3.2.2 Combinação dos alimentos 
em forma de refeições 43
3.2.3 Recomendações gerais sobre 
alimentação saudável 46
3.3 DIETAS DA MODA: DO MITO À EVIDÊNCIA 47
ENCERRAMENTO DA UNIDADE 51
ENCERRAMENTO DO CURSO 52
REFERÊNCIAS 53
MINICURRÍCULO DOS AUTORES 56
SUMÁRIO
7
de avaliação, diagnóstico e monitoramento 
alimentar e nutricional, para que você possa 
inserir, na sua prática cotidiana, ações de 
cuidado e controle e prevenção do sobre-
peso e obesidade. Por fim, apresentamos 
algumas recomendações para a escolha 
de alimentos e refeições, na composição 
de uma alimentação adequada e saudável, 
valorizando-se a autonomia dos indivíduos 
quanto às escolhas alimentares. 
Esperamos que você 
tenha um bom estudo!
Deise Warmling
Carolina Abreu Henn de Araújo
Luciara Fabiane Sebold
Olá,
Seja bem-vindo ao Curso “Reconhecendo 
o Sobrepeso e Obesidade no Contexto da 
Atenção Primária à Saúde”.
Sabemos que a proporção de adultos 
com excesso de peso tem aumentado, 
correspondendo a 53,8% da população 
brasileira. A problemática do sobrepeso e da 
obesidade é uma questão relevante de saúde 
pública, apresenta questões multifatoriais e 
exige atuação multiprofissional e intersetorial 
para a atenção integral às pessoas com essa 
condição. 
Diante desse panorama, elaboramos este 
curso para que você, profissional de saúde, 
reconheça a Atenção Primária à Saúde 
(APS) como espaço de atenção e cuidado 
às pessoas com sobrepeso e obesidade, 
enfocando na sua prevenção. 
O conteúdo apresentado segue organiza-
do em três unidades. A primeira apresenta 
definições, determinantes e impactos do ex-
cesso de peso, instrumentalizando-o para 
identificar a problemática em seu coti-
diano de trabalho. Na segunda unidade, 
apresentamos os principais instrumentos 
APRESENTAÇÃO
8
CARGA HORÁRIA DE ESTUDO 
RECOMENDADA
Para estudar e apreender todas as 
informações e conceitos abordados, bem 
como trilhar todo o processo ativo de 
aprendizagem, estabelecemos uma carga 
horária de 30 horas para este curso.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Ao final deste módulo, você deverá ser 
capaz de:
• Reconhecer a problemática de sobre-
peso e obesidade como uma questão 
multifatorial relevante a ser abordada 
na Atenção Primária à Saúde.
• Identificar os principais instrumentos 
de avaliação, diagnóstico e moni-
toramento alimentar e nutricional, 
necessário para as ações de cuidado, 
controle e prevenção do sobrepeso e 
obesidade.
• Identificar as recomendações para 
escolhas de alimentos e refeições,na composição de uma alimentação 
adequada e saudável.
APRESENTAÇÃO
SOBREPESO E OBESIDADE: DEFINIÇÃO, DETERMINANTES E IMPACTOS
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
SOBREPESO E OBESIDADE: 
DEFINIÇÃO, DETERMINANTES 
E IMPACTOS
10
1 SOBREPESO E OBESIDADE: DEFINIÇÃO, 
DETERMINANTES E IMPACTOS 
Esta unidade abordará a problemática 
do sobrepeso e da obesidade como uma 
questão relevante de saúde pública, com 
dimensões multifatoriais e que necessita de 
atuação multiprofissional e intersetorial para 
a atenção e cuidado integral às pessoas, com 
base nos princípios e diretrizes da Atenção 
Primária à Saúde (APS), reconhecendo as 
potencialidades e desafios do território para 
prevenção e controle da obesidade.
1.1 DEFINIÇÕES DE SOBREPESO E 
OBESIDADE
Em primeiro lugar, é preciso diferenciar 
os termos sobrepeso e obesidade, muitas 
vezes utilizados como sinônimos. Enquanto 
o primeiro significa um aumento exclusivo 
do peso, o segundo representa o aumento 
da adiposidade (gordura) corporal.
Para esclarecer esses conceitos, defi-
ne-se obesidade como acúmulo de gordura 
no organismo, que está associado a riscos 
para a saúde, devido à sua relação com 
várias complicações metabólicas. Pode ser 
compreendida como um agravo de caráter 
multifatorial, pois suas causas estão rela-
cionadas a questões biológicas, históricas, 
ecológicas, econômicas, sociais, culturais e 
políticas. Trata-se simultaneamente de uma 
doença e de um dos fatores de risco mais im-
portantes para outras doenças crônicas não 
transmissíveis, como doenças cardiovascu-
lares e Diabetes Mellitus (BRASIL, 2014). 
Ou seja, a obesidade é um agravamento 
do sobrepeso que acarreta em problema de 
saúde. 
Usualmente, o sobrepeso e a obesidade 
são mensurados pelo Índice de Massa 
Corporal (IMC), calculado por meio da 
divisão do peso em kg pela altura em metros 
elevada ao quadrado (kg/m²), sendo esse 
o cálculo mais usado para avaliação da 
adiposidade corporal – um bom indicador: 
simples, prático e sem custo.
Índice de Massa Corporal (IMC):
Peso (kg)
Estatura² (m)
11
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
SOBREPESO E OBESIDADE: 
DEFINIÇÃO, DETERMINANTES 
E IMPACTOS
sociedade e sua inserção no mercado de 
trabalho, a concentração das populações no 
meio urbano e a diminuição do esforço físico 
e, consequentemente, do gasto energético, 
tanto no trabalho quanto na rotina diária, 
assim como a crescente industrialização 
dos alimentos (MOTTA et al., 2004).
Este cenário é consequência das altera-
ções nos padrões de alimentação que estão 
mudando rapidamente na grande maioria 
dos países. As principais mudanças envol-
vem a substituição de alimentos in natura 
ou minimamente processados de origem 
vegetal (arroz, feijão, mandioca, batata, legu-
mes e verduras) e preparações culinárias à 
base desses alimentos por produtos indus-
trializados prontos para consumo. Essas 
transformações, observadas com grande 
intensidade no Brasil, determinam, entre 
outras consequências, o desequilíbrio na 
oferta de nutrientes e a ingestão excessiva 
de calorias (OMS, 2014).
Os principais responsáveis pelo aumento 
acelerado da obesidade no mundo e em 
nosso país são relacionados ao ambiente e às 
mudanças de modo de vida, sendo, portanto, 
passíveis de intervenção demandando ações 
no âmbito individual e coletivo. 
crônicas relacionadas ao consumo excessivo 
de calorias e à oferta desequilibrada de nu-
trientes na alimentação, como a hipertensão 
(pressão alta), doenças do coração e certos 
tipos de câncer. Inicialmente apresentados 
como doenças de pessoas com idade mais 
avançada, muitos desses problemas atingem 
agora adultos jovens e mesmo adolescentes 
e crianças (OMS, 2014).
Alguns indicadores servem para embasar 
as ações de promoção da saúde na APS, 
entretanto é importante identificá-los nos 
contextos populacionais, direcionando para 
a atenção à saúde da pessoa obesa (BRASIL, 
2006).
Quais são os fatores que podem 
levar ao excesso de peso e à obesi-
dade? Existem outras doenças asso-
ciadas?
Ao longo dos anos, ocorreram mudanças 
nos padrões alimentares da população 
(transição nutricional) que estão fortemente 
ligadas também às modificações de ordem 
demográfica e social. Fatores sociais, 
econômicos e culturais estão presentes, 
destacando-se o novo papel feminino na 
A obesidade faz parte do grupo de 
doenças crônicas não transmissí-
veis (DCNT). As DNCT se consti-
tuem como o grupo de doenças de 
maior magnitude no país, atingindo, 
especialmente, as populações mais 
vulneráveis, como as de baixa renda 
e escolaridade (BRASIL, 2011).
É fundamental que você, profissional 
de saúde, reconheça a obesidade como 
problema de saúde e promova reflexão 
sobre o cuidado e acompanhamento dos 
usuários na APS. Mediante a isso, nos pró-
ximos itens conheceremos alguns aspectos 
que estão fortemente relacionados com a 
obesidade, e que precisam ser conhecidos 
para subsidiar nossas ações no território 
ampliado. Vamos lá! 
1.2 DETERMINAÇÃO SOCIAL DO 
SOBREPESO E DA OBESIDADE
Na maioria dos países, em particular na-
queles economicamente emergentes como 
o Brasil, a frequência da obesidade e do 
diabetes vêm aumentando rapidamente. De 
modo semelhante, evoluem outras doenças 
12
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
SOBREPESO E OBESIDADE: 
DEFINIÇÃO, DETERMINANTES 
E IMPACTOS
ao menor consumo de frutas e hortaliças, 
maior consumo de gordura, açúcar e alimen-
tos processados (BRASIL, 2019).
Assim, a obesidade é determinada por 
múltiplos fatores, e por isso fica tão complexo 
e difícil definir uma única estratégia para 
preveni-la e controlá-la. Apontar um fator 
dietético específico como responsável pelo 
ganho de peso é excluir todo o ambiente, 
os hábitos de vida e a maneira com que nos 
relacionamos com a alimentação, que, como 
visto, são um potente estímulo para o ganho 
de peso e obesidade.
Como profissionais da saúde, de que 
maneira podemos auxiliar os usuá-
rios com intervenções em nível local 
para apoiar nas escolhas alimenta-
res mais saudáveis e na adoção de 
prática de atividade física?
Um fator imprescindível para a promoção 
de práticas corporais e atividades físicas se 
refere às condições de infraestrutura, pois 
a utilização de espaços públicos seguros 
facilita a incorporação dessa prática no 
cotidiano. A segurança nas ruas é um fator 
essencial para a garantia desses espaços, 
assim como o planejamento urbano, 
devendo prever instalações para iluminação, 
recreação, ciclovias, condições de calçadas, 
investimento em parques e equipamentos 
públicos (ANDRADE, 2013).
Além disso, o nível de escolaridade 
e a renda têm sido identificados como 
variáveis que podem interferir na forma 
como a população escolhe seus alimentos, 
na adoção de comportamentos saudáveis 
e na interpretação das informações sobre 
cuidados para a saúde. 
Mudanças sociocomportamentais da 
população também estão implicadas no 
aumento da ingestão alimentar e, portanto, 
no aparecimento da obesidade, tais como: a 
diminuição do número de refeições realiza-
das em casa, o aumento compensatório da 
alimentação em redes de fast food levando 
Figura 1 – O ambiente e os modos de vida 
interferem na alimentação. Fonte: ronstik/
Adobe Stock
Alguns ambientes são considerados 
obesogênicos, por incentivarem a 
inatividade física e escolhas alimentares 
não saudáveis, e que estão relacionados 
a possíveis causas e feitos da obesidade 
(FIESBERG, 2016). 
Você já observou, em seu território, 
se existem espaços que estimulam a 
adoção de hábitos de vida saudável 
nos usuários, tais como praças, aca-
demias ao ar livre, parques, espaços 
de lazer, feiras, entre outros?
13
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
SOBREPESO E OBESIDADE: 
DEFINIÇÃO, DETERMINANTES 
E IMPACTOS
Dados recentes do Vigitel – inquérito 
telefônicopara vigilância de fatores de risco 
e proteção para doenças crônicas do Minis-
tério da Saúde – apontam que, no Brasil, a 
frequência de adultos com excesso de peso 
ocorre de maneira diferente em cada estado, 
variando entre 47,2% em São Luís e 60,7% em 
Cuiabá (BRASIL, 2019). Acompanhe, a seguir, 
outros dados apresentados na pesquisa.
Ao mesmo tempo em que declina a 
ocorrência da desnutrição em crianças e 
adultos em ritmo bem acelerado, aumenta 
a prevalência de sobrepeso e obesidade. No 
entanto, esses agravos continuam a coexistir, 
ainda que a desnutrição atinja grupos 
populacionais mais delimitados (populações 
mais vulneráveis), representando situação 
de extrema gravidade social.
1.3 EPIDEMIOLOGIA DO SOBREPESO E DA 
OBESIDADE 
O panorama da evolução nutricional da 
população brasileira revela, nas últimas 
décadas, mudanças em seu padrão. As 
tendências temporais da desnutrição e da 
obesidade definem uma das características 
marcantes do processo de transição 
nutricional do país. 
Mudanças em alguns momentos da vida 
(exemplo: casamento, viuvez, separação)
Determinadas situações de violência, fatores 
psicológicos (como o estresse, a ansiedade, a depressão 
e a compulsão alimentar)
Paridade (número de filhos)
Alguns tratamentos medicamentosos 
(psicofármacos e corticoides)
Especificidades das fases da vida (fase intrauterina, o 
peso de nascimento, a amamentação, fase puberal e 
menopausa)
A suspensão do hábito de fumar
O consumo excessivo de álcool
A redução drástica de atividade física
Outros fatores ainda podem ser destacados por estarem associados ao ganho excessivo de peso, que são:
Mudanças em alguns momentos da vida 
(exemplo: casamento, viuvez, separação)
14
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
SOBREPESO E OBESIDADE: 
DEFINIÇÃO, DETERMINANTES 
E IMPACTOS
Essa condição tendeu a aumentar com a idade até os 44 anos. 
Entre homens, a frequência aumentou com a idade até os 44 anos e 
foi maior nos estratos extremos de escolaridade. 
Entre mulheres, a frequência do excesso de peso aumentou com 
a idade até os 64 anos e diminuiu notavelmente com o aumento da 
escolaridade. Já para a obesidade, a frequência de adultos obesos 
variou entre 15,7% em São Luís e 23,0% em Cuiabá e Manaus. 
Maiores frequências de excesso de peso:
Porto Alegre (66,7%)
Rio Branco (65,2%)
Cuiabá (65,1%)
Rio de Janeiro (58,4%)
Manaus (56,8%)
São Paulo (56,6%)
Cuiabá (56,6%)
Homens Mulheres
Menores frequências de excesso de peso:
No conjunto das 27 capitais brasileiras, a frequência de excesso 
de peso foi de 55,7%, sendo maior entre homens (57,8%) do que 
entre mulheres (53,9%%).
Teresina (49,3%)
São Luís (49,6%)
Curitiba (53,0%)
Palmas (44,1%)
São Luís (45,2%)
Florianópolis (46,0%)
Homens Mulheres
Maiores frequências de obesidade:
Manaus (27,1%)
Cuiabá (25,4%)
Porto Velho (23,2%)
Rio de Janeiro (24,6%)
Rio Branco (23,0%)
Recife (22,6%)
Homens Mulheres
Menores frequências de obesidade:
Ao total das cidades pesquisadas, a frequência de adultos 
obesos foi de 19,8%, ligeiramente maior em mulheres (20,7%) 
do que em homens (18,7%).
Aracaju (14,4%)
Curitiba (14,8%)
Goiânia (15,5%)
Palmas (14,9%)
São Luís (15,7%)
Florianópolis (16,4%)
Homens Mulheres
15
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
SOBREPESO E OBESIDADE: 
DEFINIÇÃO, DETERMINANTES 
E IMPACTOS
se comporta de maneira diferente em 
homens e mulheres. Lembre-se de que as 
diferenças de saúde entre ambos denotam 
fatores biológicos, mas também refletem 
comportamentos específicos. 
No item seguinte vamos conhecer alguns 
problemas que a obesidade pode causar com 
os custos diretos e indiretos para o sistema 
de saúde no Brasil. Vamos lá! 
1.4 IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS DO 
SOBREPESO E DA OBESIDADE
O excesso de peso é um dos principais 
fatores que contribuem para a mortalidade 
e para a carga global de doenças no 
mundo. Em termos de mortes atribuíveis, 
a hipertensão arterial, principal fator de 
risco para doenças cardiovasculares, 
causa cerca de 7,5 milhões de mortes/ano 
(12,8% de todas as mortes). Ao tabagismo 
são atribuídas 6 milhões de mortes/ano, ao 
passo que a inatividade física, sobrepeso/
obesidade, níveis sanguíneos elevados de 
colesterol e consumo abusivo de álcool 
são responsáveis, respectivamente, por 
3,2, 2,8, 2,6 e 2,3 milhões de mortes/ano 
(OMS, 2011).
O panorama final mostrou que a 
frequência de consumo recomendado de 
frutas e hortaliças foi de 23,1%, sendo 
menor entre homens (18,4%) do que entre 
mulheres (27,2%). A frequência do consumo 
recomendado de frutas e hortaliças tendeu a 
aumentar com a idade entre mulheres até os 
64 anos, não havendo um padrão uniforme 
de variação com a idade no caso dos 
homens. Em ambos os sexos, o consumo 
recomendado de frutas e hortaliças 
aumentou com o nível de escolaridade.
Confira também informações sobre 
o consumo alimentar de carnes com 
excesso de gordura, leite com teor 
integral de gordura, alimentos doces 
em cinco ou mais dias da semana, 
refrigerantes, feijão, substituição de 
almoço e jantar por lanches, prática 
de atividade física, acessando o link: 
<https://portalarquivos2.saude.gov.
br/images/pdf/2019/julho/25/vigitel-
brasil-2018.pdf>
Perceba, a partir dos dados apresentados, 
a relevância da obesidade como problema 
de saúde pública em nosso país, e como a 
prevalência do sobrepeso e da obesidade 
A frequência de obesidade aumentou 
com a idade até os 44 anos para homens e 
até os 64 anos para mulheres. Em ambos os 
sexos, a frequência de obesidade diminuiu 
com o aumento do nível de escolaridade, de 
forma notável para mulheres.
Essa pesquisa também avaliou o 
consumo alimentar de frutas e hortaliças da 
população brasileira, em que se considera 
como consumo regular a ingestão desses 
alimentos em cinco ou mais dias da semana. 
Os resultados mostraram que a frequência 
de adultos que consomem cinco ou mais 
porções diárias de frutas e hortaliças foi 
baixa na maioria das cidades estudadas, 
variando entre 23,% em Belém e 44,7% em 
Florianópolis.
As maiores frequências foram encontra-
das, entre homens, em Florianópolis (38,7%), 
Belo Horizonte (36,9%) e João Pessoa 
(35,5%) e, entre mulheres, em Palmas 
(51,4%), Curitiba (50,8%) e Belo Horizonte e 
Florianópolis (50,1%). As menores frequên-
cias do consumo regular de frutas e hortali-
ças no sexo masculino ocorreram em Belém 
(16,7%), Macapá (20,5%) e Salvador (21,8%) 
e, no sexo feminino, em Belém (28,3%), 
Manaus (28,8%) e Rio Branco (29,1%)
16
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
SOBREPESO E OBESIDADE: 
DEFINIÇÃO, DETERMINANTES 
E IMPACTOS
prevenção, diagnóstico e tratamentos 
tanto para a própria obesidade quanto às 
comorbidades associadas. Além disso, 
necessitam adaptações na infraestrutura 
na própria comunidade dos locais públicos 
e/ou privados para pessoas obesas, como: 
camas reforçadas, mesas de operação e 
cadeiras de rodas; catracas ampliadas e 
assentos em estádios, modificações para o 
transporte, entre outras (WOF, 2015). 
No Brasil entre os anos de 2008 e 2011 , o 
gasto médio com o tratamento da obesidade 
foi de R$25.404.454,87, sendo constatado 
um aumento de R$16.260.197,86 entre 2008 
e 2011. Para o diabetes, o gasto médio 
nestes quatro anos foi de R$78.471.7365,08, 
com um aumento de R$25.817.762,98 entre 
o primeiro e o último ano.
O tratamento do infarto agudo do 
miocárdio, por sua vez, custou, em média, 
R$197.615.477,67, com incremento de 
R$93.673.355,73. Já o custo do trata-
mento da hipertensão arterial manteve-se 
relativamente estável, com média de 
R$43.773.393,48 e aumento de apenas 
R$1.679.789,79. Entre os sexos, as mulheres 
custaram mais que os homens, exceto para 
O aumento contínuo dessa enfermidade 
em várias partes do mundo pode significar 
sérios problemas relativos aos custos 
sociais para indivíduos e serviços de saúde. 
Os tratamentos oferecidos às pessoas 
obesas a fim de cuidar dasconsequências 
decorrentes da doença representam 
enormes gastos no setor da saúde. Os 
custos diretos contemplam serviços de 
 Em 2018 foram registradas 41 milhões 
de mortes ao ano por DCNT. Coletivamente, 
câncer, diabetes, doenças pulmonares e 
cardiovasculares responderam por 71% de 
todas as mortes no mundo (OMS, 2018). 
De natureza multifatorial, a obesidade é 
um dos elementos mais importantes para 
explicar o aumento da carga das doenças 
crônicas não transmissíveis (DCNT).
Fonte: SCHMIDT et al., 2011.
As consequências 
econômicas da obesidade 
e doenças associadas 
incluem custos indiretos 
ou sociais
Incapacidade com 
aposentadorias 
precoces e morte
Diminuição 
da qualidade 
de vida
Problemas de 
ajustes sociais
Perda de
produtividade
As consequências 
econômicas da obesidade 
e doenças associadas 
incluem custos indiretos 
ou sociais
17
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
SOBREPESO E OBESIDADE: 
DEFINIÇÃO, DETERMINANTES 
E IMPACTOS
das DCNT. No âmbito do SUS, a proposta das 
redes de atenção à saúde, que inclui a linha 
de cuidado da obesidade, consolida-se em 
um contexto de valorização crescente das 
ações da atenção básica e de organização 
da rede de serviços para garantir o cuidado 
integral dos indivíduos, considerando todas 
as suas necessidades e particularidades 
(BRASIL, 2012).
A obesidade envolve uma complexa 
relação entre corpo-saúde-alimento-socie-
dade e essas inter-relações influenciam 
nas condições para a promoção da saúde. 
Promover saúde é considerar a autonomia 
e singularidade dos sujeitos, das coletivida-
des e dos territórios, pois as formas como 
eles elegem seus modos de viver, como 
organizam suas escolhas e como criam 
possibilidades de satisfazer suas necessi-
dades dependem não apenas da vontade ou 
da liberdade individual e comunitária, mas 
como já vimos nesta unidade, estão condi-
cionadas e determinadas pelos contextos 
social, econômico, político e cultural em que 
eles vivem (BRASIL, 2019).
o infarto agudo do miocárdio. As Regiões 
Sul, Sudeste e Nordeste revelaram maiores 
gastos nos tratamentos das enfermidades 
para o SUS (MAZZOCCANTE, 2013).
Veja que a obesidade pode acarre-
tar em hospitalização em decorrên-
cia de suas complicações e de sua 
causa multifatorial. Isso reforça a 
necessidade de articulação do setor 
saúde na realização de ações inter-
setoriais, de maneira a promover 
uma atenção integral.
Dessa maneira, o tratamento e o acompa-
nhamento da obesidade e de doenças a ela 
associadas têm consequências econômicas 
relevantes para os serviços de saúde, reper-
cutindo fortemente na economia do país.
A compreensão da complexidade dessa 
doença é fundamental para o controle e 
prevenção, uma vez que os esforços de 
construção da intrassetorialidade e da 
intersetorialidade podem contribuir 
para uma maior integração e efetividade do 
conjunto de medidas de prevenção e controle 
ENCERRAMENTO DA UNIDADE 
Nesta unidade abordamos os aspectos 
multifatoriais que envolvem o sobrepeso e 
a obesidade, percebendo-as como doenças 
crônicas não transmissíveis. O conhecimento 
sobre os determinantes sociais e o panorama 
epidemiológico é fundamental para identifi ca-
ção dos usuários com esses agravos de saúde 
e, principalmente, para o reconhecimento des-
sa problemática como uma questão relevante 
a ser abordada na APS.
A intrassetorialidade corresponde a todos 
os níveis de atenção e esferas de gestão do 
SUS.
A intersetorialidade corresponde à articula-
ção entre sujeitos de setores diversos, com 
diferentes saberes e poderes.
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS COM SOBREPESO E OBESIDADE
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
19
2 ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
Esta unidade abordará os instrumentos 
de avaliação, diagnóstico e monitoramento 
alimentar e nutricional para organização das 
linhas de cuidado no controle e prevenção do 
sobrepeso e da obesidade, reconhecendo as 
potencialidades e os desafios do território 
para prevenção e controle do sobrepeso e 
da obesidade.
2.1 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO 
ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Para caracterização do estado nutricional 
geral do indivíduo, um parâmetro isolado 
não é suficiente, sendo necessário empregar 
uma associação de vários indicadores 
para melhorar a precisão e acurácia do 
diagnóstico nutricional.
Neste sentido, a avaliação do estado 
nutricional é primordial para que possamos 
iniciar as condutas, e tem como objetivo 
identificar os distúrbios nutricionais, 
possibilitando uma intervenção adequada 
de forma a auxiliar na recuperação e/
ou manutenção do estado de saúde do 
indivíduo.
A importância da avaliação nutricional 
é reconhecida na atenção primária, para 
acompanhar o crescimento e a saúde das 
pessoas ao longo do ciclo vital, desde 
a gestante, a criança e o adolescente, o 
adulto e o idoso, com o intuito de detectar 
precocemente os distúrbios nutricionais, 
bem como auxiliar no manejo da 
desnutrição, do sobrepeso e da obesidade 
(BRASIL, 2013).
Confira, no quadro a seguir, a importância 
da anamnese como instrumento de avaliação 
do estado nutricional. 
20
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
Há exames que devem ser realizados em pacientes com excesso 
de peso (IMC >25 kg/m2): circunferência da cintura, lipidograma, 
pressão arterial, glicemia, avaliação do risco cardiovascular, avaliação 
de condições endócrinas e câncer.
Com base na anamnese, é importante que os profissionais da 
saúde construam junto ao usuário um plano de ação com metas de 
ações para redução do peso no curto, médio e longo prazo, contando 
com o envolvimento familiar sempre que possível. 
A meta do acompanhamento do usuário e monitoramento 
alimentar deve ser a apropriação pelo usuário do seu próprio corpo, 
do autocuidado, do resgate da sua autoestima e o controle das suas 
comorbidades. A redução da gordura corporal implica diretamente 
na melhora do seu estado de saúde e contribui para a redução 
dos riscos e complicações que o excesso de peso pode ocasionar 
(BRASIL, 2014a). Assim, busca-se, como resultado, que os usuários 
reduzam o ganho excessivo de peso e adotem um comportamento 
alimentar e prática de atividade física mais saudável, de forma a 
romper com os fatores determinantes da obesidade. 
A motivação para a adesão a um modo de vida mais ativo e 
saudável é o grande desafio para os profissionais de saúde da APS. 
Portanto, devem-se identificar estratégias que propiciem essa adesão 
debatendo junto ao grupo de equipe multidisciplinar questões como 
a em destaque a seguir.
Como tornar hábito uma alimentação saudável, utilizando os re-
cursos econômicos disponíveis e estimulando o consumo dos ali-
mentos produzidos localmente?
Algumas questões são importantes de serem 
abordadas durante a anamnese: 
História psicossocial do usuário 
Avaliação dos marcadores de consumo alimentar
Histórico de saúde (diabetes, pressão alta, doenças 
do coração, colesterol alto, úlcera ou gastrite, 
insuficiência renal crônica, constipação intestinal)
História familiar de doenças associadas
Uso de medicamento ou de suplemento
Tabagismo
Sono
Dados antropométricos (peso, altura, IMC, 
circunferência da cintura (CC), circunferência 
do quadril (CQ))
Prática de atividade física (frequência e tempo)
Tempo inativo (TV ou computador)
Para saber mais sobre os critérios de classificação dos exames 
citados, bem como o cálculo do Escore de Framinghan, para 
avaliação do risco cardiovascular, acesse: <http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_doenca_
cronica.pdf>
21
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
para cada fase do curso da vida e estadosfisiológicos adotados no SISVAN.
Fases do Ciclo
 de Vida Índices
Crianças
 • Peso por idade
 • Estatura por idade
 • Peso por estatura
 • IMC por idade
Adolescentes • IMC por idade • Estatura por idade
Adultos • IMC • Circunferência da cintura
Idosos • IMC
Gestantes • IMC por semana gestacional • Ganho de peso gestacional
Fonte: BRASIL, 2011
Desta maneira, realizar o diagnóstico 
coletivo é conhecer a situação de saúde e 
nutrição de uma coletividade, quer seja de 
pessoas atendidas nos serviços de saúde 
(clientela), quer seja da população de deter-
minada região geográfica (comunidade). O 
principal objetivo de fazer um diagnóstico 
coletivo é que as informações coletadas 
propiciem ações efetivas ao controle de 
Assim, fortalecer e qualificar o cuidado 
nutricional no âmbito da APS é uma forma 
mais econômica, ágil, sustentável e eficiente 
de prevenir a ocorrência de novos casos 
de obesidade e doenças associadas à má 
alimentação, uma vez que o agravamento 
dessa condição pode demandar atendimento 
hospitalar em um futuro próximo (CFN, 2008).
2.1.1 Vigilância Alimentar e Nutricional 
A Vigilância Alimentar e Nutricional faz 
parte de um conjunto de ações da Política 
Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) 
que contribui para a promoção de modos de 
vida saudáveis, proporcionando condições 
para que as pessoas possam exercer maior 
controle sobre a sua saúde, uma vez que pro-
move o monitoramento, a análise e a divul-
gação de dados sobre a situação alimentar 
e nutricional da população (BRASIL, 2013a).
O Sistema de Vigilância Alimentar e 
Nutricional (SISVAN) tem como objetivo 
fazer o diagnóstico descritivo e analítico da 
situação alimentar e nutricional da população 
brasileira, contribuindo para que se conheça 
a natureza e a magnitude dos problemas de 
nutrição, identificando áreas geográficas, 
segmentos sociais e grupos populacionais 
de maior risco aos agravos nutricionais e, 
ainda, acompanhar de maneira contínua as 
tendências das condições nutricionais, visan-
do ao planejamento e à avaliação de políticas, 
programas e intervenções (BRASIL, 2013a).
As principais fontes de dados das ações 
de vigilância alimentar e nutricional são os 
dados coletados pelos Estabelecimentos 
Assistenciais de Saúde (EAS). Entretanto, 
outras fontes de dados podem ser utilizadas 
pelos profissionais, tais como: 
• estudos e pesquisas populacionais; 
• creches, escolas e outras entidades 
pertinentes; 
• outros bancos de dados do SUS como, 
por exemplo, Sistema de Informação 
sobre Mortalidade (SIM), Sistema de 
Informação sobre Nascidos-Vivos 
(SINASC), Sistema de Atenção Básica 
(SIAB), entre outros.
Um dos principais objetivos da Vigilância 
Nutricional contemplada pelo SISVAN cor-
responde à avaliação do estado nutricional 
de diferentes grupos populacionais. A 
classificação do estado nutricional pode ser 
realizada por meio de índices antropométri-
cos. A seguir são apresentados os índices 
preconizados pela Vigilância Nutricional 
22
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
agravos à saúde, assim como possibilitem a proteção à saúde, a 
prevenção de doenças e a recuperação da saúde da população.
O diagnóstico tem como finalidade, especificamente no nível 
local, de orientar ou reorientar ações para melhorar a assistência 
prestada aos usuários dos serviços básicos de saúde e programas 
comunitários, por meio da implementação do conceito de atitude de 
vigilância, valorizando o estado nutricional como um componente 
fundamental para a saúde.
Em 2018, o SISVAN dispunha de registros de acompanhamento do 
estado nutricional de 20,7% população – ou seja, mais de 40 mi-
lhões de pessoas acompanhadas nos serviços de Atenção Primária 
à Saúde. Quanto ao acompanhamento de marcadores do consumo 
alimentar, nesse mesmo ano, mais de 1,6 milhão de pessoas foram 
questionadas sobre hábitos relacionados à alimentação e consu-
mo de alimentos, revelando o desempenho das equipes de saúde 
de todo o Brasil. Para saber mais sobre VAN e SISAVNA, acesse: 
<http://aps.saude.gov.br/ape/vigilanciaalimentar/van_sisvan>
O SISVAN, portanto, não deve se restringir a um banco de dados, 
seu objetivo maior é “atitude de vigilância”, e isso significa ter um 
olhar diferenciado para cada indivíduo, para cada grupo, para cada 
fase da vida, usando a informação rotineira para subsidiar as ações 
locais e as instâncias superiores, repensando a prática do serviço 
de saúde qualificando a assistência prestada aos indivíduos que 
diariamente estão à procura de atendimento.
Diversos ambientes podem ser propícios para o desenvolvimento 
de ações e estratégias no âmbito coletivo com base no diagnóstico 
proporcionado pela vigilância alimentar e nutricional, potencializando 
a articulação com outros setores sociais disponíveis, como escolas, 
creches, centros da rede socioassistencial, centros de esporte e 
lazer, restaurantes populares, cozinhas comunitárias, associações de 
bairro, entre outros. 
Atividades que podem ser desenvolvidas na 
Atenção Primária à Saúde:
Organização da vigilância alimentar e nutricional, 
a partir da avaliação do peso e da estatura e a 
avaliação do consumo alimentar
Realizar ações em grupos de apoio e de caminhadas;
promover as práticas corporais e integrativas e 
atividade física no espaço da Academia da Saúde
Promover, nos diversos espaços, ações de promoção 
da alimentação adequada e saudável
Realizar ações de alimentação saudável e atividade 
física nas escolas e creches, públicas e privadas
Utilizar os equipamentos públicos de segurança 
alimentar e nutricional do território (feiras, restaurantes 
populares, bancos de alimentos, cozinhas comunitárias, 
Central de Abastecimento Municipal)
Definir plano de metas individuais para o indivíduo adotar 
comportamentos mais adequados e saudáveis do ponto de 
vista alimentar e de práticas corporais e atividade física
Garantir avaliação periódica dos usuários
23
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
corporal, é um indicador que não descreve a 
distribuição da gordura corporal, nem distin-
gue massa gorda de massa magra, portanto 
a combinação de IMC com medidas da dis-
tribuição de gordura pode ajudar a resolver 
alguns problemas do uso do IMC isolado.
Figura 2 – Por meio da antropometria é possível 
identificar fatores de risco. Fonte: JPC-PROD/
Adobe Stock
Nas últimas décadas, tem-se considerado 
a medida da circunferência da cintura 
(CC) como indicador que reflete melhor o 
conteúdo de gordura visceral, bem como 
se associa muito à gordura corporal total. 
Para diagnóstico de síndrome metabólica 
a Federação Internacional de Diabetes 
estabelece como ponto de corte para risco 
Dentro desse conjunto de estratégias 
insere-se a organização da linha de cuidado 
às pessoas com sobrepeso e obesidade, 
que tem como objetivo qualificar e organizar 
a atenção a essas pessoas por meio da 
integralidade e da longitudinalidade do 
cuidado nos diversos pontos das Redes de 
Atenção à Saúde.
2.1.2 Avaliação antropométrica e da 
composição corporal
Antropometria é a medida do tamanho 
corporal e suas proporções. Trata-se de um 
dos indicadores diretos do estado nutricional, 
sendo que as medidas recomendadas pelo 
MS na APS para a avaliação antropométrica 
são: peso, altura, perímetro da cintura e 
perímetro da panturrilha.
O IMC é considerado um bom indicador 
antropométrico em nível populacional ou 
mesmo na prática clínica, por sua facilidade 
de mensuração, por ser uma medida não 
invasiva e de baixo custo. 
O risco de desenvolvimento de morbida-
des ou DCNT aumenta progressivamente 
de acordo com o aumento do IMC. Mas, é 
importante destacar que o IMC, mesmo 
sendo útil para avaliar o excesso de peso 
Os equipamentos necessários para 
a avaliação antropométrica são: 
Formulários de marcadores do 
consumo alimentar doSisvan
Infantômetro (estadiômetro 
infantil ou horizontal) 
e estadiômetro vertical
Balança pediátrica e 
de plataforma
Calculadora, planilha ou disco 
para a identificação do Índice 
de Massa Corporal (IMC)
Curvas de crescimento
(OMS, 2006 e 2007)
Cartões e cadernetas de 
acompanhamento do Ministério 
de Saúde, por fase da vida:
• Caderneta de Saúde da Criança
• Caderneta de Saúde do 
 Adolescente
• Caderneta da Gestante
• Caderneta do Idoso
24
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
Organização Mundial da Saúde lançada em 
2007 (OMS, 2007). 
O índice antropométrico mais recomen-
dado pelo Sisvan para avaliação do excesso 
de peso é o IMC-para-idade. Isso porque a 
associação para determinar o risco à saúde 
é mais sensível quando avaliada a relação 
entre o peso e o quadrado da medida de 
altura (IMC) do que com a medida isolada 
da altura (Peso-para-estatura). Os pontos de 
corte de IMC para idade são:
Classificação do 
estado nutricional
Pontos de corte do 
IMC
Crianças menores de 5 anos
Risco de sobrepeso > Percentil 85 e≤ Percentil 97
Sobrepeso > Percentil 97 e≤ Percentil 99,9
Obesidade > Percentil 99,9
Crianças dos 5 aos 10 anos
Sobrepeso > Percentil 85 e≤ Percentil 97
Obesidade > Percentil 97 e≤ Percentil 99,9
Pela facilidade, baixo custo e não ser 
invasivo, a antropometria é o método mais 
utilizado no diagnóstico da obesidade. 
Entre os indicadores antropométricos mais 
utilizados estão o IMC e a CC, tornando-
se uma importante ferramenta para traçar 
políticas de saúde para a população.
2.1.3 Diagnóstico alimentar e nutricional 
e classificação de risco
Vimos no item anterior que o diagnóstico 
do sobrepeso e da obesidade em crianças, 
adolescentes, idosos e gestantes é obtido 
a partir do IMC. Os critérios diagnósticos e 
a classificação de risco estabelecidos pela 
OMS serão vistos a seguir, acompanhe. 
Diagnóstico de sobrepeso 
e obesidade em crianças 
Compreende todos os indivíduos menores 
de 10 anos, com diferentes parâmetros e 
orientações por faixas etárias. O referencial 
para classificar o estado nutricional 
de crianças menores de 5 anos são as 
curvas de crescimento infantil propostas 
pela Organização Mundial da Saúde em 
2006 (OMS, 2006), e para as crianças de 
5 a 10 anos incompletos a referência da 
cardiovascular aumentado a medida de 
circunferência abdominal (CC) igual ou 
superior a 94 cm em homens e 80 cm em 
mulheres, e muito aumentado quando a 
medida alcança ou ultrapassa 88 cm em 
mulheres e 102 cm em homens.
Outras medidas de circunferências 
que podem ser usadas para a avaliação 
antropométrica são: braquial, coxa, cervical 
e panturrilha. A circunferência braquial 
(ponto médio entre o acrômio e o olecrano) 
e a da panturrilha são bons marcadores de 
estados de deficiência nutricional, sendo 
que esta última pode indicar um quadro 
de perda de massa e força na musculatura 
esquelética com o envelhecimento, definida 
como sarcopenia em idosos, se <31 cm. 
(ABESO, 2016).
Para saber mais sobre os critérios 
de avaliação e pontos de corte, 
consulte as seguintes publicações:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/marco_referencia_
vigilancia_alimentar.pdf>
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/orientacoes_coleta_
analise_dados_antropometricos.pdf>
25
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
Por tais motivos, o Ministério da Saúde 
(BRASIL, 2014b) sugere um ponto de corte 
maior de IMC para esta faixa etária:
Classificação do 
estado nutricional Pontos de corte
Baixo peso ≤ 22 km/m²
Eutrófico > 22 e < 27 km/m²
Sobrepeso ≥ 27 km/m²
Diagnóstico de sobrepeso
 e obesidade em gestantes
O diagnóstico de sobrepeso e obesidade 
em gestantes considera o indicador IMC por 
semana gestacional, tendo como vantagem 
o diagnóstico nutricional em qualquer 
momento da gestação, possibilitando 
o monitoramento do estado nutricional 
por meio do cartão da gestante. Além de 
identificar os possíveis riscos nutricionais no 
início do acompanhamento, a identificação 
do ganho de peso menor ou excessivo 
para a idade gestacional é essencial para a 
manutenção da saúde da mulher e do bebê.
O usuário que teve o diagnóstico de 
sobrepeso e obesidade em qualquer 
ciclo de vida pode ser encaminhado para 
Diagnóstico de sobrepeso 
e obesidade em adultos
Compreende todos os indivíduos com 
idade entre 20 e 60 anos incompletos. Para 
a classificação do estado nutricional, são 
adotados os seguintes conceitos, segundo o 
valor do Índice de Massa Corporal do adulto:
Classificação do 
estado nutricional Pontos de corte
Baixo peso < 18,5 km/m²
Eutrófico ≥ 18,5 e < 25 km/m²
Sobrepeso ≥ 25 e < 30 km/m²
Obesidade I ≥ 30 e < 35 km/m²
Obesidade II ≥ 35 e < 40 km/m²
Obesidade III ≥ 40 km/m²
Já o diagnóstico de sobrepeso e obesida-
de em idosos leva em consideração algumas 
características específicas desse grupo, tais 
como: redução do conteúdo de água corporal 
e da massa muscular, mudanças posturais 
e perda de tônus muscular, mudança na 
quantidade e distribuição do tecido adiposo 
com aumento da localização abdominal, 
alteração na elasticidade e na capacidade 
de compressão dos tecidos. 
Confira outras informações sobre os 
critérios para classificação do estado 
nutricional, de acordo com os índices 
antropométricos da criança, aces-
sando o link: <http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/publicacoes/estrategias
_cuidado_doenca_cronica_obesida
de_cab38.pdf>
Diagnóstico de sobrepeso 
e obesidade em adolescentes
Compreende todos os indivíduos com 
idade de 10 a 20 anos incompletos. Para 
a classificação do estado nutricional dos 
adolescentes, deve ser adotada a referência 
da Organização Mundial da Saúde lançada 
em 2007 (OMS, 2007).
Entre os percentis (> Percentil 97 e ≤ 
Percentil 99,9) e (> Escore-z +2 e ≤ Escore-z 
+3), o adolescente apresenta obesidade.
Para mais informações sobre a aná-
lise de dados antropométricos na 
população adolescente, consulte o 
capítulo correspondente na publica-
ção Vigilância Alimentar e Nutricional 
– SISVAN. Orientações para a coleta 
e análise de dados antropométricos 
em serviços de saúde (BRASIL, 2011).
26
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
Assim, em um cenário de primeira abordagem ao paciente, é indicada a realização da 
anamnese, e, posteriormente, promover uma discussão em equipe sobre o caso para definição 
de melhor conduta por meio de questionamentos, como os descritos a seguir.
 Caso haja preocupação em relação ao manejo do caso – acionar profissional do NASF 
para discussão do caso (presencialmente ou à distância). Desta maneira, o profissional do 
NASF pode sugerir conduta para profissionais da ponta ou, percebendo a gravidade, agendar 
para uma avaliação individual.
avaliação da equipe de saúde da família, 
com o apoio da equipe multidisciplinar 
do NASF. Caso necessário, nutricionista 
e educador físico podem apoiar em 
intervenções individualizadas, considerando 
as particularidades dos usuários. 
Por que isso é importante? Segundo o 
Ministério da Saúde, o processo interdis-
ciplinar pode ser determinante no cuidado 
da pessoa obesa, uma vez que faz parte 
do princípio desse processo a realização 
de reuniões periódicas para avaliação dos 
casos existentes no território tendo como fi-
nalidade a autonomia da equipe para tomada 
de decisões. A equipe interdisciplinar ainda 
deve participar de consultas ambulatoriais, 
coletivas e domiciliares, nos trabalhos cole-
tivos, de grupos e na comunidade.
Considerando que os profissionais 
do NASF atuam com volumes de ter-
ritório muito além da capacidade clí-
nica instalada de oferta de serviços, 
é possível, por meio de matriciamen-
to, instrumentalizar os diferentes 
profissionais que são corresponsá-
veis pelo cuidado do usuáriocom 
excesso de peso.
Tópicos para discussão em equipe sobre o caso 
Esse caso é possível de ser manejado 
pela equipe – médicos, enfermeiros 
e demais integrantes?
Há preocupação em relação ao 
manejo do caso ?
Qual o grau de obesidade 
do paciente?
Há comprometimento sistêmico 
associado?
27
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
acompanhamento, e as ações esperadas 
em cada ponto de atenção na prevenção e 
no tratamento do sobrepeso e da obesidade 
(BRASIL, 2014).
Assim, a linha de cuidado representa para 
as pessoas com sobrepeso e obesidade a 
garantia de acesso aos serviços de saúde, 
ações de prevenção e de tratamento, em 
tempo oportuno, oferecendo infraestrutura, 
com mobiliário e equipamentos adequados 
para o cuidado dos indivíduo, além de 
ações que buscam promover a alimentação 
adequada e saudável, práticas corporais 
e de atividades físicas adequadas, de 
integralidade e de longitudinalidade do 
cuidado, em todos os pontos de atenção da 
rede de atenção à saúde (BRASIL, 2014).
No âmbito da APS, as ações de prevenção 
e controle do sobrepeso e da obesidade 
precisam ser planejadas de maneira compar-
tilhada junto à comunidade, contemplando 
características sociais e respeitando os as-
pectos culturais de cada ambiente.
Pontos de produção de cuidado:
• unidades de saúde,
• escolas,
• creches,
• polo da Academia da Saúde ou similares,
ambulatorial e atenção especializada 
hospitalar) e nos sistemas de apoio, tendo 
vários tipos de estratificação (clínica, de 
risco, entre outras) para definir as ações de 
cuidado (BRASIL, 2014).
A implantação da linha de cuidado 
das pessoas com sobrepeso e 
obesidade busca organizar os 
serviços e as ações nos diferentes 
níveis de atenção a saúde. As ações 
de cuidado são prioritariamente 
embasadas na promoção da saúde e 
no cuidado ampliado, contemplando 
aspectos individuais, familiares, 
comunitários, serviços de saúde e 
as políticas públicas.
É importante que os profissionais da 
saúde atuantes na APS saibam que a linha 
de cuidado desenha os fluxos assistenciais 
multiprofissionais e a regionalização dos 
serviços, a forma de regulação para o 
acesso à atenção especializada (fi la única, 
cota para cada região), critérios da regula-
ção (protocolos de encaminhamento), as 
formas de monitoramento da implantação 
da linha (cronograma de implantação e 
acompanhamento), os indicadores de 
Esses recursos são mecanismos de 
gestão da clínica num contexto em que 
a oferta de serviços é muito superior à 
capacidade instalada de atendimento. Eles 
se fazem indispensáveis para uma avaliação 
de risco, já que não há disponibilidade de 
nutricionista nas unidades básicas para 
atendimento de todas as pessoas que 
possuem alguma necessidade alimentar 
específica ou obesidade.
No próximo item falaremos mais sobre a 
linha de cuidado, sua organização e ações 
desde a prevenção até o tratamento do 
sobrepeso e da obesidade. Vamos lá!
2.2 LINHA DE CUIDADO DO SOBREPESO 
E DA OBESIDADE
A linha de cuidado visa estabelecer um 
pacto entre os diversos atores institucionais 
dos pontos de atenção da rede de atenção 
à saúde, estabelecendo fluxos de referência 
e contrarreferência para assistir o usuário 
com sobrepeso e obesidade no SUS. As 
linhas definem a organização dos serviços e 
as ações que devem ser desenvolvidas nos 
diferentes pontos de atenção de uma rede 
(atenção primária, atenção especializada 
28
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
as possibilidades terapêuticas na 
APS, necessitarem de outros pontos 
de atenção, quando apresentarem 
IMC maior ou igual a 30 kg/m² com 
comorbidades ou IMC maior ou igual 
a 40 kg/m². 
• assistência terapêutica multiprofissio-
nal aos usuários que realizaram proce-
dimento cirúrgico para tratamento da 
obesidade após o período de acompa-
nhamento pós-operatório realizado na 
Atenção Especializada Ambulatorial 
e/ou Hospitalar; e
• acolhimento adequado das pessoas 
com sobrepeso e obesidade em todos 
os equipamentos da atenção básica, 
incluindo os Pólos de Academia da 
Saúde.
É importante que as equipe de Saúde 
da Família mantenham o vínculo com os 
indivíduos enquanto são atendidos na 
Atenção Especializada, permanecendo na 
coordenação do cuidado na RAS. A equipe 
de Saúde da Família também deve continuar 
oferecendo outras opções terapêuticas 
(grupos de caminhada, atividade física 
etc.) para acompanhar de forma conjunta o 
tratamento desses indivíduos.
• instituições religiosas,
• Centros de Referência de Assistência 
Social (CRAS),
• associações de moradores, entre 
outros.
Para a prevenção e controle do sobrepeso 
e da obesidade, podem ser desenvolvidas 
diversas atividades pelas equipes multi-
profissionais, no âmbito da APS, tais como 
(BRASIL, 2013a):
• vigilância alimentar e nutricional – 
visando à estratificação de risco para o 
cuidado do sobrepeso e da obesidade
• promoção da saúde e prevenção do 
sobrepeso e da obesidade – ações 
intersetoriais e com participação 
popular, respeitando hábitos e cultura 
locais, com ênfase nas ações de 
promoção da alimentação adequada e 
saudável e da atividade física;
• apoio do autocuidado para manuten-
ção e recuperação do peso saudável;
• assistência terapêutica multiprofissio-
nal aos indivíduos adultos com sobre-
peso e obesidade, com IMC entre 25 e 
40 kg/m²;
• coordenação do cuidado dos 
indivíduos adultos que, esgotadas 
Ações de acompanhamento 
na atenção especializada:
Orientação e apoio multiprofissional 
para mudança de hábitos
Prescrição dietética
Psicoterapia
Farmacoterapia
Prescrição de atividade física
Atividades educativas com 
estratégias de educação permanente
Palestras
Rodas de conversa
Oficinas com temas relacionados ao 
tratamento cirúrgico da obesidade 
(cirurgia bariátrica, cuidado pré e 
pós-operatório, necessidades 
alimentares, possíveis complicações)
Ações de monitoramento e 
avaliação do peso, entre outras
Fonte: BRASIL, 2014.
29
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
• Severidade da condição crônica: é re-
sultado da complexidade do problema 
(e sua interferência na qualidade de 
vida da pessoa) e do risco de ocorrer 
um evento que cause morbidade ou 
mortalidade.
• Capacidade de autocuidado: a avalia-
ção da capacidade de autocuidado é, 
em boa parte, subjetiva, pois depende 
da percepção do profissional e da 
equipe de saúde ao observar o contex-
to e as atitudes da pessoa diante de 
sua condição crônica. 
2.3.2 Autocuidado apoiado
Para entendermos melhor o significado 
do autocuidado apoiado no contexto da 
APS, é importante que exista uma relação 
baseada no diálogo entre os saberes de 
cuidar de si e os saberes de cuidar do 
outro. Essa relação apresenta na escolha 
de problemas, estabelecendo prioridades, 
fixando metas, criando planos conjuntos de 
cuidado, checando o cumprimento de metas, 
identificando as dificuldades em cumpri-las 
e resolvendo os problemas de competência 
dos serviços de Saúde (BRASIL, 2014). 
Assim, a ampliação do acesso da população 
aos recursos e aos serviços das Unidades 
Básicas de Saúde buscam a resolubilidade 
das demandas dos usuários.
A partir disso, a reorganização das ativi-
dades das equipes de saúde passa a ser uma 
necessidade da gestão visando o alcance de 
melhores resultados nas doenças crônicas, 
o que está dentro do contexto dos princípios 
e atributos da APS e do próprio SUS.
2.3.1 Estratificação de risco 
Estratificar significa agrupar, segundo 
uma ordem, um critério. Estratificar, em 
doenças crônicas, significa reconhecer que 
as pessoas têm diferentes graus de risco/
vulnerabilidade e, portanto, têm necessidades 
diferentes que variam conforme seu risco. 
Conhecer os riscos de cada usuário ajuda 
as equipes de APS a adequar e ampliaras 
ações, tanto individuais como coletivas, 
conforme as necessidades da população 
adscrita, além de utilizar melhor os recursos 
do serviço (BRASIL, 2014).
A estratificação dos usuários em 
condições crônicas busca identificar 
necessidades semelhantes, de acordo com 
dois critérios (MENDES, 2011):
Ainda na linha de cuidado, o controle 
e tratamento da obesidade podem ser 
desenvolvidos na atenção especializada 
ambulatorial e hospitalar, pois são 
responsabilidades também de assistência 
terapêutica clínica e acompanhamento, 
levando em consideração as comorbidades 
associadas, além do acompanhamento pré 
e pós cirurgia bariátrica, a cirurgia bariátrica 
e a cirurgia plástica reparadora com 
profissionais especializados para o cuidado 
do indivíduo obeso (BRASIL, 2014).
2.3 ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO 
DE TRABALHO 
A linha de cuidado não se configura 
apenas por uso de protocolos e fluxogramas 
estabelecidos, mas também pelo 
reconhecimento dos gestores dos serviços 
em pactuar fluxos, reorganizando o processo 
de trabalho, facilitando o acesso do usuário 
às unidades e aos serviços dos quais 
necessita.
Com o estabelecimento da linha de 
cuidado para a pessoa com excesso de peso, 
alguns aspectos precisam ser pontuados 
para melhor entendimento do cuidado. 
30
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
2.3.3 Estabilização da condição crônica
Condições crônicas são aquelas con-
dições de saúde de curso mais ou menos 
longo ou permanente que exigem respostas 
e ações contínuas, proativas e integradas do 
sistema de atenção à saúde, dos profissio-
nais de saúde, e das pessoas usuárias para 
sua estabilização e controle efetivo, eficiente 
e com qualidade (MENDES, 2018).
As necessidades dos usuários com 
condições crônicas são distintas daqueles 
com condições agudas, pois precisam 
de apoio continuado, não apenas de 
intervenções biomédicas – o cuidado deve 
ser planejado e de atenção capaz de prever 
suas necessidades. Para esse grupo, a 
atenção necessita ser integrada e, para sua 
efetividade, é preciso envolver tempo, oferta 
de cuidados de saúde e o empoderamento 
para o autocuidado (MENDES, 2011). 
A estabilização de condições crônicas é 
um elemento central do modelo de atenção 
crônica. A não estabilização leva às 
complicações potencialmente evitáveis da 
atenção à saúde e ao aumento do tempo total 
das consultas médicas (MENDES, 2018). 
Certas agudizações de condições 
crônicas são consideradas eventos sentinela 
As estratégias para fomentar o autocuidado 
são várias, podem ser em nível individual, nas 
consultas clínicas ou da visita domiciliar; na 
realização de grupos; em consultas coletivas; 
e até mesmo à distância, por meio de telefone 
e da internet. Também, podemos envolver 
outros usuários que, em seus processos de 
cuidar de si, conseguiram avançar, ou seja, são 
conhecedores e familiarizados com o proble-
ma e, a partir das suas experiências, podem 
apoiar de distintas maneiras o autocuidado 
de outros usuários e desenvolver reuniões 
de grupos sob a orientação de um membro 
da equipe, garantindo as manifestações e o 
intercâmbio de ideias entre os participantes. 
O autocuidado, assim, é centrado na pessoa, 
no diálogo, e propõe a construção conjunta de 
um plano de cuidados a partir de uma priori-
dade escolhida por meio de uma negociação 
entre o profissional de saúde e o usuário.
Isso significa, entre outros aspectos, 
compreender as diferentes vulne-
rabilidades da pessoa, conhecer o 
modelo explicativo da sua condição 
e estabelecer um horizonte comum 
de cuidados entre todos os atores 
envolvidos no processo.
Figura 3 – O profissional de saúde deve orientar 
sobre o autocuidado. Fonte: kieferpix/Adobe Stock
O autocuidado deve ser estimulado na 
atenção e ação, pois exercem sobre o próprio 
usuário o sentimento de cuidado de si mesmo 
para preservar e cultivar uma boa qualidade 
de vida de maneira responsável, autônoma 
e livre nas escolhas das ferramentas para a 
sua realização (BRASIL, 2014).
Entretanto, o autocuidado não deve ser 
entendido como exclusiva responsabilidade 
do indivíduo e de sua família, mas sim 
responsabilidade do profissional e das 
instituições de saúde, pois o diálogo é 
base da compreensão das necessidades 
de cuidado da pessoa em relação à sua 
condição crônica. (BRASIL, 2014). 
31
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
na adoção de modos de vida saudáveis, 
assim como a luta pela garantia de políticas 
públicas que promovam a vida saudável. 
Nesse sentido, a RAS, em especial as 
equipes de AP, podem contribuir diretamente 
para o empoderamento dos usuários sobre 
suas condições de saúde de forma a auxiliá-
los no processo de autocuidado. Ou seja, 
na atenção e ação que exercem sobre si 
mesmos para preservar e cultivar uma boa 
qualidade de vida de maneira responsável e 
autônoma.
denso ou mais disperso), a forma como os 
indivíduos se organizam e se relacionam com 
seus pares e com o ambiente, a influência de 
fatores ambientais, da infraestrutura, do sa-
neamento básico, da mobilidade urbana, os 
modos de vida das populações, a influência 
do nível econômico, da escolaridade e da 
inserção no mercado de trabalho, devem 
ser estudadas no território uma vez que se 
relacionam diretamente com o estado nutri-
cional, como já vimos anteriormente.
As ações de prevenção são fundamentais 
para os usuários, famílias e comunidades 
e devem ser investigadas para definir e 
corrigir as falhas sistêmicas da atenção, em 
especial na AB (MENDES, 2018).
A prevenção e o controle da obesi-
dade devem prever a oferta de um 
espaço de ações que apoiem os 
usuários na adoção de modos de 
vida saudáveis que permitam a ma-
nutenção ou a recuperação do peso 
saudável.
Por isso, torna-se necessária a 
articulação da Rede de Atenção à Saúde 
(RAS) com uma rede muito mais complexa, 
composta por outros saberes (gestores das 
diferentes esferas), outros serviços e outras 
instituições, não apenas do setor saúde, ou 
seja, a busca da interdisciplinaridade e da 
intersetorialidade, e essencialmente a busca 
de parcerias na comunidade e equipamentos 
sociais, implementando novas formas 
de agir, mesmo em pequenas dimensões 
(BRASIL, 2013b). 
Questões como a organização dos espa-
ços urbanos, a distribuição populacional (a 
fim de identificar áreas de povoamento mais 
Figura 4 – Usuários com condições crônicas necessitam de apoio continuado. 
Fonte: Photographee.eu/Adobe Stock
32
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS 
COM SOBREPESO E OBESIDADE
ENCERRAMENTO DA UNIDADE 
Nesta unidade, compreendemos como 
a linha de cuidado perpassa por todos os 
aspectos da atenção à saúde ao usuário, 
família e comunidade na avaliação, no 
diagnóstico e na determinação das metas 
para a redução do peso, assim como a 
estabilização da condição crônica da 
obesidade.
POLÍTICAS PÚBLICAS E PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
POLÍTICAS PÚBLICAS E PROMOÇÃO 
DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 
34
3 POLÍTICAS PÚBLICAS E PROMOÇÃO 
DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Nesta unidade, vamos conhecer as princi-
pais políticas públicas que têm apresentado 
estratégias para o controle e prevenção do 
excesso de peso no Brasil, tanto no âmbito 
do Sistema Único de Saúde (SUS) como do 
Sistema Nacional de Segurança Alimentar e 
Nutricional (SISAN). Estas políticas buscam 
promover sistemas alimentares sustentá-
veis, favorecendo a aquisição de alimentos 
in natura e minimamente processados. Após 
a abordagem das políticas públicas, apre-
sentaremos a classificação dos alimentos 
e principais recomendações, baseadas no 
Guia Alimentar para População Brasileira.
Estas informações podem auxiliar 
você, profissional de saúde da Aten-
ção Primária à Saúde,a fornecer 
orientações gerais para o alcance 
de uma alimentação saudável e ade-
quada aos usuários que frequentam 
a unidade de saúde. 
Considerando as dúvidas existentes sobre 
informações frequentemente apresentadas 
na mídia e redes sociais acerca de dietas e 
alimentação, abordaremos algumas dietas 
da moda, esclarecendo os mitos existentes. 
A partir deste conhecimento, esperamos 
que você, profissional de saúde, esteja apto 
a reconhecer estratégias e orientações 
a serem aplicadas no seu cotidiano de 
trabalho, promovendo uma alimentação 
adequada e saudável da população adscrita 
em seu território de atuação.
3.1 POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO PARA O CONTROLE E A 
PREVENÇÃO DO SOBREPESO E DA 
OBESIDADE
Para que você possa atuar no controle e 
na prevenção do sobrepeso e da obesidade, 
no âmbito da APS, é fundamental conhecer 
quais as políticas públicas têm sido 
implementadas no contexto brasileiro. 
O principal propositor de políticas 
públicas na área de alimentação e nutrição, 
no Brasil, é o Ministério da Saúde, por 
meio do Sistema Único de Saúde (SUS), 
que vem pautando a temática desde a 
década de 1990. O enfoque no controle 
e prevenção da obesidade justifica-se 
35
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
POLÍTICAS PÚBLICAS E PROMOÇÃO 
DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 
2011
Plano de ações estratégicas para o enfrentamento 
das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) 
no Brasil: elaborado e coordenado pelo Ministério 
da Saúde, prevê a cooperação entre vários 
ministérios e visa promover políticas públicas 
efetivas para a prevenção e o controle das DCNT e 
seus fatores de risco, dentre os quais destaca-se 
o sobrepeso e a obesidade.
2012
Política Nacional de Alimentação e Nutrição, 
revisada: tem como propósito a melhoria das 
condições de alimentação, nutrição e saúde da 
população brasileira, mediante a promoção de 
práticas alimentares adequadas e saudáveis, a 
vigilância alimentar e nutricional, a prevenção 
e o cuidado integral dos agravos relacionados 
à alimentação e nutrição. Essa política reafirma 
Política Nacional de Promoção da Saúde 
(PNPS): dentre as estratégias preconizadas 
para implementação dessa política, destaca-se 
a promoção de ações relativas à alimentação 
adequada e saudável enquanto um dos seus 
temas prioritários. Esta deve ocorrer em todos os 
níveis de atenção, com ênfase na atenção básica.
Diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudá-
vel nas Escolas de educação infantil, fundamental 
e nível médio das redes públicas e privadas, em 
âmbito nacional: foram publicadas considerando 
o aumento das DCNT, com ênfase nas elevadas 
proporções de excesso de peso e obesidade, 
especialmente entre crianças e adolescentes.
2007
Programa Saúde na Escola (PSE): envolve os 
Ministérios da Educação e da Saúde e prevê 
ações de avaliação antropométrica, promoção 
da segurança alimentar e nutricional, de práticas 
corporais e de atividade física, que podem 
ser estratégicas no controle e prevenção do 
sobrepeso e obesidade.
pela sua elevada e crescente prevalência, 
bem como da sua associação às 
doenças crônicas não transmissíveis 
(DCNT) e às doenças cardiovasculares 
(MALTA et al., 2014).
Vamos, agora, conhecer mais sobre 
os principais documentos, produzidos no 
âmbito do SUS, que abordam o controle e 
prevenção da obesidade enquanto política 
pública e que marcaram a inserção do tema 
nas agendas de governos no Brasil.
Políticas públicas para controle e 
prevenção da obesidade no SUS:
2006
Caderno de Atenção Básica nº 12 – Obesidade: 
insere a abordagem temática sobre alimentação 
e nutrição na Atenção Básica (AB), enquanto 
uma demanda emergente. O material se propõe 
a subsidiar os profissionais de saúde da AB, 
incluindo a Estratégia de Saúde da Família, na 
atenção ao paciente obeso, sobre o manejo 
alimentar e nutricional.
36
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
POLÍTICAS PÚBLICAS E PROMOÇÃO 
DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 
Guia alimentar para a população brasileira, 2ª 
edição: aborda a promoção da alimentação 
adequada e saudável como parte da construção 
de um sistema alimentar sustentável e destaca 
condicionantes da alimentação, desde a produção 
até o consumo. Suas recomendações baseiam-se 
em uma classificação de alimentos segundo o 
grau de processamento.
A partir da Política Nacional de 
Promoção da Saúde e da Política Nacional 
de Alimentação e Nutrição, é sinalizada a 
necessidade de ações intersetoriais para a 
implementação das suas diretrizes. Em 2006 
foi criado o Sistema Nacional de Segurança 
Alimentar e Nutricional (SISAN), que organiza 
ações implementadas por diferentes 
ministérios, abarcando desde a produção 
até o consumo de alimentos. Quando de 
sua criação, em 2006, integravam o SISAN 
a Caisan (e similares nos estados e DF e 
municípios) Consea nacional, estaduais e 
municipais e conferências de SAN (nacional, 
estaduais e municipais).
Vamos, agora, conhecer as principais 
políticas e normativas estabelecidas no 
âmbito do SISAN, para o controle e prevenção 
do sobrepeso e da obesidade. 
2014
Caderno de Atenção Básica nº 38 - Estratégias 
para o cuidado da pessoa com doença crônica: 
obesidade: tem por finalidade subsidiar os 
profissionais de saúde atuantes nos serviços de 
Atenção Básica no SUS para o cuidado integral 
da obesidade, com ênfase no manejo alimentar e 
nutricional.
Política Nacional de Promoção da Saúde – 
PnaPS, revisada: aponta a necessidade de 
articulação com outras políticas públicas para 
fortalecê-la, enfatizando-se a participação social 
e dos movimentos populares, reconhecendo 
que o setor saúde não responde isoladamente 
ao enfrentamento dos determinantes e 
condicionantes da saúde. Embora não aborde 
diretamente a obesidade, considera a alimentação 
adequada e saudável e as práticas corporais e de 
atividade física como temas prioritários.
o compromisso do Ministério da Saúde 
com problemas nutricionais relacionados à 
desnutrição infantil e materna, bem como 
com sobrepeso e obesidade, sinalizados pelas 
elevadas prevalências na população adulta.
2013
Redefine as diretrizes para a organização da 
prevenção e do tratamento do sobrepeso e 
obesidade como linha de cuidado prioritária 
da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com 
Doenças Crônicas: a linha de cuidado para o 
sobrepeso e a obesidade estabelece como 
diretriz articulação de ações intersetoriais para 
promoção da saúde, visando a apoiar indivíduos 
e comunidades em prol da adoção de modos de 
vida saudáveis.
37
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
POLÍTICAS PÚBLICAS E PROMOÇÃO 
DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 
2014
Estratégia Intersetorial de Prevenção e Contro-
le da Obesidade: recomendações para estados e 
municípios. Tem por finalidade prevenir e controlar 
a obesidade na população brasileira, por meio de 
ações intersetoriais, promovendo a alimentação 
adequada e saudável e a prática de atividade física.
A partir das principais políticas públicas 
e marcos assumidos na agenda brasileira 
para o controle e prevenção da obesidade, 
notamos que a temática foi historicamente 
vinculada ao setor saúde, por meio do SUS. 
Embora a obesidade seja uma problemática 
que se manifesta no indivíduo, cujas conse-
quências recaem sobre o sistema de saúde, 
a busca da intersetorialidade é essencial 
para o controle e prevenção do excesso de 
peso, por meio de abordagens e estratégias 
que transcendam a abordagem biológica 
e contemplando também os contextos am-
bientais, culturais e sociais e econômicos 
envolvidos na determinação da obesidade e 
comorbidades a ela relacionadas.
2007
Criação da Câmara Interministerial de Segurança 
Alimentar e Nutricional – CAISAN, pelo Decreto 
nº 6.273, de 23 de novembro de 2007. É uma 
das instâncias integrantes do Sistema Nacional 
de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). 
Este sistema busca a promoção e articulação 
dos órgãos relacionados à áreade segurança 
alimentar e nutricional, na esfera federal.
2012
Marco de Referência de Educação Alimentar e 
Nutricional para as Políticas Públicas. Busca 
apoiar os diferentes setores de governo em 
suas ações de Educação Alimentar e Nutricional 
(EAN), que contemple os diversos setores 
vinculados ao processo de produção, distribuição, 
abastecimento e consumo de alimentos.
Outras políticas públicas para apoio ao 
controle da obesidade no Brasil:
2006
Criação do Sistema Nacional de Segurança 
Alimentar e Nutricional – SISAN, com vistas 
a assegurar o direito humano à alimentação 
adequada. É um sistema que reúne diversos 
setores de governo em órgãos intersetoriais, como 
a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar 
e Nutricional (CAISAN), além de instâncias de 
participação social na forma de Conferências 
e de Conselhos Nacionais de Segurança 
Alimentar e Nutricional. Nelas, representantes 
de organizações da sociedade civil e do setor 
privado, especialistas e profissionais diversos, 
em conjunto com gestores públicos, constroem 
proposições voltadas ao objetivo de assegurar 
e proteger o Direito Humano à Alimentação 
Adequada e Saudável a todas as pessoas que 
vivem no território nacional. Ressalta-se que a 
Medida Provisória 870/2019 extinguiu o Consea 
Nacional - uma das instâncias do Sisan - que 
articulava governo e sociedade civil.
38
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
POLÍTICAS PÚBLICAS E PROMOÇÃO 
DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 
Essa versão atual do Guia Alimentar para 
a População Brasileira, reconhece o caráter 
intersetorial da promoção da alimentação 
saudável e seu papel entre os campos da 
saúde e da segurança alimentar e nutricional. 
O enfoque principal do material é a promoção 
da saúde e prevenção de doenças. Para 
as situações de doenças específicas, é 
indispensável que nutricionistas adaptem as 
recomendações do guia para as condições 
apresentadas individualmente.
Um dos diferenciais deste guia é o estímulo 
a adoção de hábitos alimentares saudáveis 
e incentivo à ampliação da autonomia de 
cada um, sobre a escolha das suas práticas 
alimentares. Está fundamentado em práticas 
que ampliam o autocuidado, respeitando as 
preferências, diferenças e subjetividades 
das pessoas.
As recomendações, que serão 
apresentadas a seguir, partem de um olhar 
ampliado sobre a alimentação, no sentido de 
valorizar o consumo de alimentos in natura 
ou minimamente processados, valorizando a 
cultura e os sistemas alimentares locais.
A promoção da alimentação adequada e 
saudável é considerada uma dimensão da 
promoção de saúde e engloba estratégias 
de incentivo e apoio a práticas alimentares 
saudáveis. Alguns exemplos são a regulação 
da rotulagem nutricional e da publicidade 
de alimentos, bem como a elaboração de 
guias alimentares, voltados para população 
em geral. 
A primeira versão do Guia Alimentar para a 
População Brasileira foi publicada em 2006, 
alertando para o risco do consumo excessivo 
de açúcar, sal, gorduras e alimentos com 
densidade energética elevada, com vistas 
ao controle da obesidade e de Doenças 
Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
Em 2014, foi publicada a edição atual do 
Guia, apresentando recomendações sobre 
alimentação para promoção da saúde, em 
nível individual e da sociedade brasileira 
como um todo. Trata-se de um guia que pode 
ser lido por qualquer cidadão, em quaisquer 
espaços. Seja nas residências, nas unidades 
de saúde, escolas, centros comunitários, 
sedes de movimentos sociais ou demais 
espaços, onde ocorram atividades de 
promoção de saúde (DIAS et al. 2017).
3.2 ALCANÇANDO UMA ALIMENTAÇÃO 
ADEQUADA E SAUDÁVEL A PARTIR DO 
GUIA ALIMENTAR 
Para iniciarmos nossos estudos sobre 
alimentação adequada e saudável, vamos 
conhecer o conceito adotado pelo Ministério 
da Saúde (BRASIL, 2014).
A alimentação adequada e saudável 
constitui-se enquanto um direito hu-
mano básico em assegurar o acesso 
permanente e regular, de forma so-
cialmente justa, a uma alimentação 
adequada aos aspectos biológicos 
e socioculturais; acessível do pon-
to de vista físico e financeiro, em 
quantidade e qualidade suficiente, 
considerando a variedade, equilíbrio, 
moderação e prazer; fundamentada 
em formas de produção adequadas 
e sustentáveis.
Ressalta-se que este conceito, adotado 
em publicações do Ministério da Saúde, está 
em consonância com a política de segurança 
alimentar e nutricional, no que se refere à 
adequação cultural, social, econômica da 
alimentação. 
39
RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
POLÍTICAS PÚBLICAS E PROMOÇÃO 
DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 
Vamos conhecer melhor cada um desses 
grupos a seguir, acompanhe!
Alimentos in natura ou minimamente 
processados
Alimentos in natura são obtidos 
diretamente de plantas ou de animais e 
não sofrem qualquer alteração após deixar 
a natureza. São as partes comestíveis de 
plantas (sementes, frutos, folhas, caules, 
raízes) ou de animais (músculos, vísceras, 
ovos, leite), cogumelos, algas, bem como a 
água logo após sua separação da natureza.
Já os alimentos minimamente 
processados correspondem a alimentos in 
natura que foram submetidos a processos de 
limpeza, remoção de partes não comestíveis, 
fracionamento, moagem, secagem, 
fermentação, pasteurização, refrigeração, 
congelamento ou processos similares que 
não envolvam agregação de sal, açúcar, 
óleos, gorduras ou outras substâncias ao 
alimento original.
alimento da natureza e antes que ele seja 
submetido à preparação culinária ou antes 
do consumo (no caso alimentos crus).
Você, profissional de saúde básica, 
conhece a nova classificação dos 
alimentos proposta pelo Guia Ali-
mentar para População Brasileira, a 
partir do grau de processamento dos 
alimentos?
Esta nova classificação divide os 
alimentos em três grupos (BRASIL, 2014):
Alimentos in natura ou
minimamente processados
Exemplo: peixe fresco
Alimentos processados
Exemplo: peixe em conserva
Alimentos ultraprocessados
Exemplo: empanado de peixe
minimamente processados
Exemplo: peixe em conserva
Alimentos ultraprocessados
Exemplo: empanado de peixe
3.2.1 Classificação dos alimentos 
segundo o Guia Alimentar
Para orientar sobre a escolha dos 
alimentos, os guias adotam sistemas 
de classificação dos alimentos, sendo 
que os convencionais partem do perfil 
de nutrientes. Por exemplo, alimentos 
fontes de proteína podem ser carnes 
frescas ou embutidos à base de carne 
com adição de sal; alimentos fontes de 
carboidratos podem ser grãos de arroz ou 
trigo, bem como as farinhas, e biscoitos 
adicionados de açúcares. Tal classificação 
foi relevante em um período em que os 
maiores problemas alimentares decorriam 
da carência de energia e nutrientes. Porém, 
considerando o contexto epidemiológico 
em que predominam as doenças crônicas 
não transmissíveis, bem como o acesso 
facilitado a alimentos ultraprocessados, 
o Guia passou a adotar uma classificação 
dos alimentos fundamentada no seu grau 
de processamento. Nesse sentido, o Guia 
Alimentar para a População Brasileira 
considera o processamento de alimentos 
os processos físicos, biológicos e químicos 
que ocorrem após a colheita do alimento ou, 
de modo mais geral, após a separação do 
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RECONHECENDO O SOBREPESO E 
A OBESIDADE NO CONTEXTO DA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
POLÍTICAS PÚBLICAS E PROMOÇÃO 
DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 
Quanto a óleos, gorduras, sal e açúcar, o 
uso destes ingredientes culinários costuma 
gerar dúvidas e insegurança em relação 
aos efeitos do consumo sobre a saúde. 
Vamos conhecer como eles são definidos e 
desmistificar o seu uso no cotidiano. 
Óleos, gorduras, sal e açúcar são 
produtos extraídos de alimentos in natura ou 
da natureza por processos como prensagem, 
moagem, trituração, pulverização e refino. 
São usados nas cozinhas das casas e em 
refeitórios e restaurantes para temperar e 
cozinhar alimentos e para criar preparações 
culinárias.
Exemplos:
• óleos de soja, de milho,

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