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Jundiaí 2022 Cidade Ano ANA KARINA REZAGHI BARBOSA USO TERAPÊUTICO DA CANABIDIOL OBTIDOS ATRAVÉS DE CANNABIS SATIVA NA EPLEPSIA Jundiaí 2022 USO TERAPÊUTICO DA CANABIDIOL OBTIDOS ATRAVÉS DE CANNABIS SATIVA NA EPLEPSIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera de Jundiai como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Biomedicina. Orientador: NAGILA BORTOLATO ANA KARINA REZAGHI BARBOSA ANA KARINA REZAGHI BARBOSA USO TERAPÊUTICO DA CANABIDIOL OBTIDOS ATRAVÉS DE CANNABIS SATIVA NA EPILEPSIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera de Jundiaí como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Biomedicina. BANCA EXAMINADORA Profa. Ma. Silvia Bandiera Borges Profa. Me. Priscila Martins Prof. Me. Rodrigo Eduardo da Silva Jundiaí , 05 de maio 2022. AGRADECIMENTOS Gratidão primeiramente a Deus que me capacitou pra que eu chegasse até aqui, segundamente a eu mesma pela dedicação e foco, vencendo cada desafio proposto com muita garra e olha que não foram poucos ao longo desses 4 anos. Agradeço a minha excepcional rede de apoio, Caroline minha noiva que com certeza fez com que estes desafios fossem mais leves, sempre acreditando no meu potencial. Minha Vó minha grande inspiração que é um dos maiores motivos de me fazer continuar firme e forte, ao meus pais que me educaram e me prepararam para continuar resili ente independente das ocasiões. Aos meus Professores dedicados que compartilhou sua sabedoria, e a Coordenadora Priscila que literalmente se dispôs a fazer a diferença e deu seu melhor pra que chegássemos até aqui. REZAGHI, Ana Karina. Efeito terapêutico do canabidiol, obtidos através da cannabis sativa na epilepsia . 2022. 30 Trinta paginas . Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) – Faculdade Anhanguera, Jundiaí , 2022 . RESUMO O estudo presente consiste em reunir dados bibliográficos e documentais em busca de achados científicos que comprovem a efetividade do perfil terapêutico do Canabidiol , no tratamento da epilepsia. A epilepsia é uma doença neurológica, caracterizada por perpetuar convulsões epilépticas, não provocadas de curta ou longa duração, isso ocorre pelo comportamento anormal das células cerebrais, que ocorre devido uma excessiva atividade dessas células no sistema nervoso , fazendo com que ocorra a manifestação das crises epilépticas e assim afetando o controle dos músculos, a sensibilidade, o comportamento e a consciência do individuo. As informações coletadas para composição desta pesquisa provêm de artigos, revistas e livros datados no período de 2010 a 2022, tendo como base de dados SciELO, PubMed, Google Acadêmico e Associação Brasileira de Epilepsia. Diversos estudos clínicos evidenciam os efeitos benéficos do CBD contra crises convulsivas, apresentando melhora total ou parcial na maioria dos pacientes analisados. Além disso, a utilização do canabinoide não manifestou relevantes efeitos adversos e tóxicos, e seu uso por tempo prolongado não produz tolerância, nem qualquer sinal de dependência ou abstinência. Entretanto, dados importantes como a descrição do perfil químico da droga e a definição minuciosa da farmacocinética ainda são escassos na literatura, o que tem impedido o desenvolvimento de novos medicamentos contendo o CBD. É possível concluir que o CBD representa uma alternativa promissora para pacientes epilépticos que não apresentam resposta aos tratamentos disponíveis, uma vez que ele pode impedir a ocorrência de danos cerebrais e consequentemente modificar a história natural da doença. Palavras-chave: Cannabis sativa; Canabinoides; Canabidiol; Epilepsia; Efeitos anticonvulsivantes. REZAGHI, Ana Karina. Therapeutic effect of cannabidiol obtained through cannabis sativa in epilepsy.2022. 30 Thirty Pages. Completion of course work (Graduate in Biomedicine) – Faculdade Anhanguera, Jundiai, 2022. ABSTRACT The present study consists of gathering bibliographic and documentary data in search of scientific findings that prove the effectiveness of the therapeutic profile of Cannabidiol in the treatment of epilepsy. Epilepsy is a neurological disease, characterized by perpetuating unprovoked epileptic seizures of short or long duration, this occurs due to the abnormal behavior of brain cells, which occurs due to excessive activity of these cells in the nervous system, causing the manifestation of seizures. epileptic disorders and thus affecting the control of muscles, sensitivity, behavior and consciousness of the individual. The information collected for the composition of this research comes from articles, magazines and books dated from 2010 to 2022, having as databases SciELO, PubMed, Google Scholar and Associação Brasileira de Epilepsy. Several clinical studies show the beneficial effects of CBD against seizures, showing total or partial improvement in most of the patients analyzed. In addition, the use of the cannabinoid did not show relevant adverse and toxic effects, and its use for a long time does not produce tolerance, nor any sign of dependence or withdrawal. However, important data such as the description of the chemical profile of the drug and the detailed definition of the pharmacokinetics are still scarce in the literature, which has impeded the development of new drugs containing CBD. It is possible to conclude that CBD represents a promising alternative for epileptic patients who do not respond to available treatments, since it can prevent the occurrence of brain damage and consequently modify the natural history of the disease. Keywords: Cannabis sativa; cannabinoids; Cannabidiol; Epilepsy; Anticonvulsant effects. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Δ9-THC Tetrahidrocanabinol CBD Canabidiol ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária DCB Denominação comum Brasileira RDC Resolução da Diretoria Colegiada OMS Organização mundial da Saúde SUDEP Morte súbita associada a epilepsia CB Receptor canabinoide K+ Potacio Ca2+ Calcio 13 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14 2. CANNABIS SATIVA .......................................................................................... 16 4. CANABIDIOL E A EPLEPSIA ........................................................................... 22 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 26 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28 14 1. INTRODUÇÃO A canabis sativa, popularmente conhecida no Brasil como Maconha, é uma planta com o principal composto tetrahidrocanabinol , Δ9-THC responsável pelo efeito psicoativo, além do Δ9- outros, componentes podem influenciar sua atividade farmacológica como o canabidiol (CBD). Considerado como principal composto não psicotrópico da cannabis sativa, podendo até 40% dos extratos da planta. Um conjunto de evidências obtidas através de estudos tanto em humanos quanto em modelos animais, comprovam a eficácia do tratamento CBD em transtornos psiquiátricos como depressão, a ansiedade e psicoses. Estudos demonstram que a planta é utilizada para fins medicinais, há muitos anos, sendo que o primeiroregistro histórico aconteceu por volta de 2.700 A.C, propriedades anticonvulsivantes do CBD são conhecidas pela medicina ocidental desde 1843, em 1980 alguns ensaios clínicos demonstraram a atividade antiepiléptica da substância em pacientes com epilepsia refratária, sendo somente sonolência seu efeito adverso. A epilepsia é o segundo distúrbio neurológico mais frequente em adultos jovens, atrás apenas da enxaqueca. Segundo estimativas do Ministério da Saúde, são diagnosticados cerca de 157.070 casos novos de epilepsia a cada ano no Brasil. Atualmente, mais de 20 drogas com propriedades anticonvulsivantes estão disponíveis em todo o mundo. Atualmente o canabidiol é usado para o tratamento de epilepsias de crianças e adolescentes refratárias aos tratamentos convencionais apenas como uso compassivo, ou seja, como demanda individual com prescrição restrita às especialidades de neurologia, neurocirurgia e psiquiatria cadastrados no Conselho Federal de Medicina. No entanto pelo fato de a maconha ser uma droga ilícita em muitos países, diversos interesses sociais e econômicos se contrapõem aos possíveis efeitos benéficos da planta, limitando seu estudo terapêutico e o acesso a dados epidemiológicos sobre seu uso e efeitos. A problemática a este medicamento é o acesso e alto custo, além da burocracia para a obtenção, o que a torna inacessível à maioria da população brasileira, seja pelo valor financeiro, seja pela inconstância da chegada ao Brasil e realização dos trâmites legais para uma correta continuidade do tratamento. Os artigos selecionados para a revisão bibliográfica, foram identificados por meio de busca eletrônica nos bancos de dados, PubMed, Scielo e Google acadêmico e compostos por estudos e revisões da literatura sobre o uso medicinal do canabidiol, em especial no tratamento da epilepsia, e as informações coletadas para essa revisão foram: autores e ano da pesquisa. Incluindo artigos completos publicados entre 2011 a 2022, as palavras chaves que foram utilizadas canabidiol, cannabis sativa, uso terapêutico, tetrahidrocanabinol e epilepsia, artigos não associados ao tema e as duplicações de indexação de artigos serão excluídos. A pesquisa mostrou com clareza nos textos redigidos sobre a finalidade e o potencial do CBD na epilepsia e seus efeitos adversos. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi evidenciar o potencial terapêutico do fármaco canabidiol frente a 15 uma perspectiva futura de redução, e até extinção, dos efeitos causados por distúrbios neurológicos, em particular a epilepsia. 16 2. CANNABIS SATIVA Identificou-se que a Cannabis sativa conhecida por diferentes nomes de rua como maconha, charro, chamon, liamba, chocolate, tablete, taco, curro, ganza, hax, hash, erva, marijuana, óleo (óleo de haxixe), boi ou cânhamo. a Cannabis sativa pertence à família cannabaceae é originária da Ásia. A planta faz parte do grupo de plantas angiospermas, cujas espécies mais conhecidas são Cannabis sativa e Cannabis indica, que distinguem principalmente pelo modo de crescimento, características morfológicas e quantidade de princípios ativos. (PACIEVITCH, 2010,p,344). A espécie predominante no Brasil é a Cannabis sativa, pois a mesma possui melhor desenvolvimento em lugares com climas temperados e tropicais. O ciclo vegetativo da planta é de três a quatro meses, os fatores ecológicos podem interferir no seu desenvolvimento, a fertilidade do terreno especialmente, temperatura, latitude e particularidades como fatores genéticos. A produção mais abundante da resina é observada em regiões quentes ou temperadas, de solo fértil e úmido. A Cannabis sativa é anual e dioica, com altura de um a cinco metros, cuja espécie masculina difere da feminina por apresentar um porte maior, ramos mais finos e folhas mais longamente lanceoladas. Já em plantas fêmeas encontra-se a maior porcentagem de compostos psicoativos (entre 10 a 20%). A concentração desses compostos está ligada a fatores genéticos e ambientais, porém, outras condições podem causar variações no conteúdo psicotrópico da planta. Devido o grande interesse nas substancias extraídas na cannabis e nos seus efeitos, vem sendo estudada e pesquisada a anos e em diversos países. O primeiro caso comprovado de isolamento, em forma pura, de um princípio ativo da Cannabis, o D9-tetraidrocanabinol ou simplesmente D9-THC, foi reportado, em 1964, por Gaoni e Mechoulam. Quando o THC faz a ligação com receptores CB, acontece a euforia associada ao consumo da cannabis, isso porque o THC é psicoativo, capaz de mudar o comportamento e a consciência, além dos efeitos como intoxicação, sedação e taquicardia, já o CBD seus compostos reage de forma diferente e em 17 receptores diferentes, evidencias que o cannabiol atua em outro sistema de sinalização cerebral que pode contribuir para um efeito terapêutico, o CBD possui efeito antiepilético, reduzindo convulsões em modelos animais e podendo ser efetivo no tratamento de epilepsia em humanos. As propriedades anticonvulsivantes do CBD são conhecidas pela ciência ocidental desde 1843. Alguns ensaios clínicos em 1980 demonstraram a atividade antiepilética da substância em pacientes com epilepsia refratária, apresentando apenas a sonolência como efeito adverso.(MATOS, Rev. Virtual Quim., 2017,p,27). O mecanismo de ação do Cannabidiol atua através de uma determinada via de sinalização, são moléculas que fazem a comunicação dentro da célula e os medicamentos funcionam através de moléculas que as células receptoras atuam. Esse efeito foi demonstrado efetivo recentemente em humanos, o CBD foi efetivo em diminuir convulsões em crianças com Síndrome de dravet, uma desordem genética que causa convulsões prolongadas, resistentes a medicamentos durante a infância, atrás de desenvolvimento e alta taxa de mortalidade, nesse estudo verificou-se a frequência mediana de convulsões por mês que diminuiu 12,4 para 5,9 crises convulsivas com o uso do cannabidiol em comparação com uma diminuição de 14,9 para apenas 14,1 com placebo no entanto os efeitos adversos que ocorreram no grupo de CBD. Em 2017, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais ou UFMG, foi realizado um trabalho em modelo animal de epilepsia, foi demonstrado inicialmente que o cannabidiol tem função anticonvulsivante bastante significativa, além desse efeito, ele teve também um efeito neuroprotetor, ele evitou que as células neuronais, neurônios, morressem. Obteve diminuição da inflamação cerebral durante crises convulsivas. A ANVISA dispõe de uma resolução -RDC nº17, de maio de 2015, regularizou esse composto no Brasil, reconheceu as propriedades terapêuticas do cannabidiol especificamente, o composto passou ser considerado uma substancia controlada como ocorre com medicamentos, essa mudança permitiu que cientistas pudessem ter acesso ao composto, para a realização de mais pesquisas, os medicamentos com esse composto não são produzidos no Brasil, necessitam de autorização para importação. No artigo 4º da resolução só é permitida a importação do CBD quando a concentração máxima de THC for de conhecimento da Agência 18 Nacional de Vigilância Sanitária(Brasil, 2015).Em conformidade com o art. 4º da RDC nº 17, de maio de 2015: Art. 4º Somente será permitida a importação de produtos à base de Canabidiol quando a concentração máxima de THC for de conhecimento da Anvisa. Mais recentemente a Planta cannabis sativa, foi incluída na lista de Plantas medicinais a denominação comum Brasileira ou (DCB) inclui os nomes oficiais e princípios farmacológicos ativos, importante principalmente para indústria farmacêutica que ao registrar novos medicamentos precisa que as substancias que o compõe façam parte desta lista, no entanto não foram reconhecidas as propriedades medicinaisassociadas a planta, essa conclusão não modifica a legislação, a maconha é uma droga ilícita e seu cultivo e legalização são ilegais. De acordo com o Ministério da Saúde a ( Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa 2022, 18 produtos foram aprovados pela Anvisa nessa categoria, até o momento, conforme dispõe a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 327/2019. Destaca-se que, desses 18 produtos, oito são à base de extratos de Cannabis sativa e dez do fitofármaco canabidiol. Extratos de Cannabis sativa: - Extrato de Cannabis sativa Greencare (160,32 mg/mL). - Extrato de Cannabis sativa Mantecorp Farmasa (160,32 mg/mL). - Extrato de Cannabis sativa Mantecorp Farmasa (79,14 mg/mL). - Extrato de Cannabis sativa Promediol (200 mg/mL). - Extrato de Cannabis sativa Zion Medpharma (200 mg/mL). - Extrato de Cannabis sativa Cann10 Pharma (200 mg/mL). - Extrato de Cannabis sativa Greencare (79,14 mg/mL). - Extrato de Cannabis sativa Ease Labs (79,14 mg/mL). Fitofármaco canabidiol: - Canabidiol Prati-Donaduzzi (20 mg/mL; 50 mg/mL e 200 mg/mL). - Canabidiol NuNature (17,18 mg/mL). - Canabidiol NuNature (34,36 mg/mL). - Canabidiol Farmanguinhos (200 mg/mL). - Canabidiol Verdemed (50 mg/mL). - Canabidiol Belcher (150 mg/mL). - Canabidiol Aura Pharma (50 mg/mL). - Canabidiol Greencare (23,75 mg/mL). - Canabidiol Verdemed (23,75 mg/mL). - Canabidiol Active Pharmaceutica (20 mg/mL). O produto é importado e comercializado em farmácias e drogarias no Brasil. A dispensação do produto deverá ser feita pelo farmacêutico a partir da prescrição médica por meio de receita especial do tipo B (de cor azul). https://www.gov.br/anvisa/pt-br https://www.gov.br/anvisa/pt-br http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/411511 http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/visualizar/411511 19 3.EPILEPSIA A Epilepsia é denominada como uma disfunção que ocorre no cérebro, com isso, ocasiona crises convulsivas periódicas, que são imprevisíveis, onde acarreta interferências na qualidade de vida individuo e de sua família. Apresentando modificações temporárias do comportamento, sendo causadas diante o disparo desordenado, sincrônico e rítmico de diversos neurônios , estas mudanças ocorre através de alterações encefálicas, se manifestando de formas distintas, dependendo do envolvimento das estruturas neuronais. (Marchetti, R.L.; Castro et al.,2005.,pg;173). A literatura indica que existem diversos tipos de convulsões epiléticas. As duas principais categorias são as parciais e as generalizadas. Convulsões tônico-clônicas generalizadas envolvem todo o cérebro. Na fase tônica há perda de consciência, o paciente cai, o corpo se contrai e enrijece. Já na fase clônica o paciente contrai e contorce as extremidades do corpo perdendo a consciência que e abalos musculares generalizados. o tipo mais comum de convulsão, caracterizado por uma perda de consciência , movimentos tônico- clônicos generalizados dos membros. Pode ocorrer perda de saliva com sangue devido à mordedura da língua, coloração arroxeada dos lábios, respiração ruidosa, às incontinência . A duração pode variar de alguns minutos a varias horas, após a crise há sonolência, podendo acordar com vômitos, dor de cabeça e dores musculares.(FISHER et al.,2017.,SADOCK et al.,2017). De acordo com .(FISHER et al.,2017.,SADOCK et al.,2017).As convulsões parciais (ou focais) que afetam parte do cérebro, são classificadas como simples (sem alterações na consciência) ou complexas (com alteração na consciência). Simples caracterizam-se pelo fato do paciente ficar consciente durante a crise tônico- clônica. Já a complexa é associada a uma alteração da consciência, o aviso pode ser uma sensação de sonho, medo, opressão no estomago que sobe para a garganta ,alucinações, aumento da salivação, movimentos de mastigação e/ou movimentos com as mãos. Mais frequentes são as motoras, que se manifesta com abalos musculares das mãos, pés ou face, essas crises podem progredir para um lado todo do corpo e pode seguir-se de uma outras denominações usadas para convulsões parciais são epilepsia do lobo temporal, convulsões psicomotoras e epilepsia límbica. Essas denominações, no entanto, não constituem uma descrição precisa da situação clínica. A epilepsia parcial complexa, a forma mais comum da doença em adultos, afeta aproximadamente 3 a cada 1.000 pessoas. Cerca de 30% dos pacientes com convulsões parciais complexas apresentam uma doença mental maior, como depressão. O que causa a crise convulsiva é um dano irritativo ao cérebro focal, a epilepsia pode ser decorrente a uma desordem genética, epilepsia do lobo mesial 20 temporal essa é passível de tratamento cirúrgico doença autoimune atacando uma parte especifica do cérebro. A Oms incluiu a epilepsia no capitulo dos transtornos mentais . Sua causa ainda é desafiadora para os pesquisadores, já o diagnostico é simplificado pois é realizado através do histórico clinico do paciente, onde o meio a ser pesquisado são as diferenciações entre as crises, podendo ser fracas ou fortes , em alguns casos contrações de músculos, apagamentos momentâneos, formigamento e convulsões. Cinquenta milhões de pessoas são acometidas no mundo, pessoas de todas as raças, sexos, condições socioeconômicas e regiões são acometidas. Também se associa a problemas sociais e econômicos, sendo considerada um problema de saúde pública significativo, a epilepsia não possui cura mas é possível controla-la por via de medicamentos anticonvulsivantes como a fenitoína e o topiramato, este tratamento possibilita 70% dos pacientes o controle das crises e os outros 30% necessitam de outras vias para amenizar as crises. Conta com opções terapêuticas, que buscam a redução de crises, mas muitos pacientes se tornam resistentes, ou tem uma melhora relativamente pequena ao esperado. O descontrole das crises pode trazer aos pacientes, prejuízos cognitivos, motores, psicológicos e sociais. Tais fatores influenciam diretamente no processo de saúde. no Brasil a prevalência é de cerca de quatro casos para cada mil habitantes, existe um conceito que a epilepsia tradicionalmente é uma doença que ocorre na primeira infância, existe um pico no primeiro ano de vida isso se deve a grande quantidade de síndromes genéticas que se manifestam com a epilepsia também a todas as complicações da fase perinatal da criança, é interessante ressaltar que hoje existe um segundo pico de prevalência da epilepsia que começa a partir dos sessenta e cinco anos de idade, sendo muito importante para indivíduos acima dos oitenta anos, o que faz com que a epilepsia venha se tornando cada vez mais uma doença de indivíduos idosos (the lancet,2016, p.04). Causa um impacto muito grande na vida do paciente, não só pela morbidade associada a doença são indivíduos que tem a maior chance de quedas, fraturas, esfoliações mas também leva a mortalidade, existe uma entidade chamada SUDEP (morte súbita associada a epilepsia) que é mais frequente em pacientes com difícil controle. Associa também a uma morbidade associada ao tratamento, as 21 medicações que são usadas, em geral podem trazer o risco de reações adversas isso impacta na qualidade de vida do paciente e além disto pessoas com epilepsia precisam lidar com toda carga trazida pela desinformação e pelo estigma em torno da doença. A epilepsia hoje está na lista de prioridades da organização mundial de saúde (OMS) desde 2015 em uma assembleia junto com a liga internacional de epilepsia houve uma atenção especial para se definir uma prioridade para essas pessoas, com o foco nas necessidades dos indivíduos com epilepsia, na promoção de assistência e pesquisa na epilepsia e na redução do atraso do tratamento e na luta contra o preconceito e o estigma. Há alguns pacientes que se expõe a situaçõesde risco extremo, por exemplo, dirigir automóveis, mesmo diante prescrições medicas contrarias, ou praticar esportes de risco mesmo na presença de epilepsia grave. O desafio principal no convívio com a imprevisibilidade das crises epiléticas é combater o medo e a restrição excessivas e não se expor a riscos desnecessários. (NETO et al.,2012,p.180). Então, para que se tenha um tratamento eficaz, o diagnóstico correto para cada tipo de epilepsia é de extrema importância. O tratamento para as crises de epilepsias é feito através de medicamentos que evitam as descargas elétricas excessivas no cérebro o que dão origem às crises epilépticas. Entretanto, esse tratamento pode ser longo e precisa ser feito corretamente para que se chegue ao controle das crises (LIGA BRASILEIRA DE EPILEPSIA - LBE, 2018, Marchetti, R.L.; Castro, A.P.W.; Kurcgant, D.; Cremonese, E.; Gallucci N, J). 22 4.CANABIDIOL E A EPLEPSIA Os medicamentos anticonvulsivantes disponíveis atualmente não são capazes de promover a cura da doença, porém são apropriados para controlar a repetições das crises. Portanto, a eficácia do anticonvulsivante para os vários tipos de crises e seus aspectos farmacocinéticos são condições primárias básicas para a escolha do fármaco, pois são indispensáveis para o tratamento. Na visão farmacológica, a eficácia do tratamento inicial das convulsões baseia-se em diminuir a excitabilidade do tecido neuronal, elevando o tônus inibitório. O uso terapêutico da cannabis trás benefícios para o paciente como: alívio da dor e da melhoria das habilidades neurológicas e cognitivas dos pacientes, maior autonomia na realização das atividades diárias. Melhoraria no sono e combate a insônia, melhorando a qualidade de vida e aumentando a felicidade, incluindo idosos. Deve-se enfatizar que cada caso específico necessita de uma prescrição de produtos diferente, de acordo com o estado do paciente e a particularidade de cada doença, a concentração de THC e CBD deve variar de caso a caso. De acordo com as recomendações de novas pesquisas, o ideal é começar com uma dose pequena e aumentá-la de acordo com a situação de cada paciente. Endocanabinoides são produzidos em resposta à atividade epleptiforme, com o intuito de ativar receptores, CB1 de neurônios excitatórios, para estabilizar o excesso de atividade neuronal. A exploração dos endocanabinóides começou com a descoberta do Δ9 – tetrahidrocanabidiol (THC) principal ativo da Canabis e cresceu a descoberta do CB1 e posteriormente CB2 . A canabis sativa se dispunha de efeitos analgésicos, antieméticos e tranquilizantes, assim sendo utilizada para fins medicinais por vários séculos . (L. T. Corrêa et al.pg.147) As preparações da cannabis possuem entorpecente do sistema nervoso central no histórico de uso abusivo, possuindo efeitos típicos como: amnésia, sedação, sensação de bem-estar, fome e paranoia. Em síntese, considera-se uma descoberta tardia dos fitocanabinoides quando comparado ao isolamento de compostos naturais, como por exemplo, a morfina, por possuir natureza altamente 23 lipídica. Com isso, acreditava-se que o mecanismo de ação do THC era através das modificações físico-químicas das membranas lipídicas. O descobrimento dos receptores acoplados no cérebro de mamíferos marcou a nova possibilidade do desenvolvimento de novos compostos farmacológicos que podem promover ações anti-obesidade/ anti-anorexígeno, antiemético, antiepiléptico, uso no tratamento de desordens mentais e doenças neurodegenerativas. O receptor canabinoide tipo 1 muitas vezes abreviado para CB1, é um tipo de receptor canabinoide localizado no cérebro. Ele é ativado por neurotransmissores endocanabinoides incluindo a anandamida (substancia endógena) capaz de agir em receptores canabinoides, seu nome deriva do sânscrito ananda, que significa “felicidade “ ou prazer extremo. A serotonina, um neurotransmissor que é a substância química que faz com que os neurônios passem sinais entre si. Entre suas funções está a regulagem do ritmo cardíaco, do sono, do apetite, do humor, da memória e da temperatura do corpo. De acordo com (L. T. Corrêa et al.pg.147) O receptor CB1 demonstrou alta distribuição pelo sistema nervoso central equiparado as vias glutamatérgicas. Verifica-se a presença destes receptores para controle motor, resposta emocional, aprendizagem, memória, comportamentos orientados por objetivos, homeostase energética e cognitiva. Nos tecidos periféricos, há baixa expressão. A sua ativação resulta na inibição da adenilato- ciclase, consequentemente, diminuição da atividade das proteínas- quinases ( enzimas que catalisam a fosforilação de proteínas). Com diminuição da fosforilação dos canais de Potacio (K+) e aumento da saída do mesmo nos terminais pré-sinápticos. Além disso, inibe canais de cálcio (Ca2+) sensíveis à voltagem do Calcio tipo N e P/Q e canais de K+. Assim, possuem caráter hiperpolarizante das células neuronais e diminuem a liberação de neurotransmissores pré-sinápticos. Os receptores pós-sinápticos regulam a excitabilidade e plasticidade sináptica via modulação de canais de K+ e inibição da adenilato-ciclase uma enzima que se encontra na membrana plasmática de uma ampla variedade de células(L. T. Corrêa et al.pg.153) . O receptor canabinóide tipo 2, abreviado como CB2, é um receptor acoplado à proteína G, receptor que transmite sinais de hormônios e neurotransmissores, controlando o metabolismo da maquinaria celular, como a contração, a transcrição e a secreção,da família de receptores canabinóides que em humanos é codificado pelo gene CNR2. Uma das maiores surpresas, diferentemente do CB1, não expressa alterações no humor, comportamentais e cognitivo-motoras, sobretudo possui alta expressão no sistema imunológico, descrito, principalmente, nas células da micróglia e neurônios pós-sinápticos. Foi constada que CB2 está elevado em estados de dor crônica, sendo de interesse clínico a promoção de medicamentos antiinflamatórios, analgesia, 24 artrite, modulação da dor em quadros como câncer e nefrotoxicidade. (L. T. Corrêa et al.pg.153.154). O sistema de endocanabinoides é amplamente distribuído por todo sistema nervoso central, com base na distribuição dos receptores endocanabinoides, acreditasse que o uso de derivados canabinoides são seguros, apesar de causar sonolência e confusão (com possível euforia e alucinações) por afetar as áreas relacionadas à atenção, visão, somatossensorial e coordenação motora, não afeta as áreas respiratória ou cardiovascular, não trazendo ameaça à vida na superdosagem. De acordo com (L. T. Corrêa et al.pg.156) A farmacologia do canabidiol tem como principais efeitos relaxamento, euforia, alterações sensoriais e déficits de memória. Acredita-se que os medicamentos que possam interferir no sistema de endocanabinoides possam ampliar a visão terapêutica da farmacologia. Com isso, as possibilidades de interferir neste sistema possa ser por meio da ação direta aos receptores, ação indireta (inibindo enzimas de degradação e recaptura) ou bloqueando os receptores. Estudos realizados por Abuhasiraa R, et al., (2018) utilizando uma população de 2.736 idosos, maiores de 65 anos que foram tratados com cannabis para o tratamento da dor (66,6%) e câncer (60,8%) mostraram que após seis meses de tratamento, 93,7% dos entrevistados relataram melhora em sua condição e o nível de dor relatado foi reduzido de uma mediana de 8 em uma escala de 0-10 para uma mediana de 4. Após seis meses, quase 20% dos pacientes deixaram de usar analgésicos opióides ou reduziram a dose. Esses resultados mostram que uso terapêutico de cannabis pode diminuir o uso de outros medicamentos prescritos, incluindo opioides, e é seguro e eficaz para população idosa. As aplicações terapêuticas do canabidiol em pacientesepilépticos, agonista CB1 modulam a excitabilidade; os endocanabinoides previnem contra excitotoxicidade Um estudo realizado em centro de epilepsia pediátrica em Israel; Centro de epilepsia terciária do Hospital Infantil da Universidade de Liubliana, , trata-se de estudo multicêntrico retrospectivo com 74 pacientes na faixa etária 1-18 anos com epilepsia intratável resistente a> 7 drogas antiepiléptica. Foi utilizado CBD associado a uma dose de THC: CBD e tetraidrocanabinol na proporção de 20: 1 dissolvida em azeite. A dose de CBD variou de 1 a 20 mg / kg / d A dosagem de THC não excedeu 0,5 mg /kg /, tratamento durante 3 meses, teve bons resultados, com uma redução da frequência de crises epilépticas em ate 75%, (66/74, 89%) relatou redução na frequência de crises 13 (18%) relataram redução de 75% a 100% 25 (34%) relataram 25 redução de 50% a 75% 9 (12%) relataram 25% Redução de 50% e 19 (26%),além da melhora no comportamento e no estado de alerta, linguagem, comunicação, habilidades motoras e sono. (Tzadok M et al. 2016 Fevereiro de 2016,pg; 41,44). Observou relação benéfica entre o uso do canabidiol e a contenção das crises epilépticas, além de demonstrar possíveis vantagens de sua utilização para a melhoria de vários outros sintomas. Em um dos estudos descritos na tabela foi relatado a melhora no comportamento e no estado de alerta, linguagem, comunicação, habilidades motoras e sono. O comedimento desse quadro ocasiona uma melhora da qualidade de vida do paciente e de seus familiares. 26 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os objetivos deste trabalho foram, destrinchar a Cannabis sativa como um fármaco efetivo no tratamento de crianças, jovens, adultos e idosos portadores de uma condição neurológica nomeada Epilepsia, denominada como uma disfunção que ocorre no cérebro, com isso, ocasiona crises convulsivas periódicas, que são imprevisíveis, onde acarreta interferências na qualidade de vida do individuo e de sua família. O estudo cientifico comprovou, que A Cannabis Sativa com seus compostos ,tetrahidrocanabinol Δ9-THC responsável pelo seu efeito psicotrópico, e o Canabidiol CBD que apresenta potencial terapêutico para o tratamento de doenças, agrupando um conjunto de evidências obtidas através de estudos tanto em humanos quanto em modelos animais, comprovam a eficácia do tratamento para fins medicinais, se dispondo de efeitos analgésicos. antieméticos e tranquilizantes, trazendo benefícios e qualidade de vida para seus usuários. O paciente portador de Eplepsia, decorre de um disparo desordenado, sincrônico e rítmico de diversos neurônios, através de alterações encefálicas, se manifestando de formas distintas, dependendo do envolvimento das estruturas neuronais, o primeiro sintoma é a perda de consciência, o paciente cai, o corpo se contrai e enrijece, decorrentes abalos musculares generalizados, podendo ocorrer perda de saliva com sangue devido à mordedura da língua, coloração arroxeada dos lábios, respiração ruidosa, à incontinência, com duração de alguns minutos a varias horas, após a crise há sonolência, podendo acordar com vômitos, dor de cabeça e dores musculares. A Cannabis Sativa trás benefícios para o paciente, como um antiepiléptico, aliviando a dor e melhorando as habilidades neurológicas e cognitivas dos pacientes, maior autonomia na realização das atividades diárias, melhoraria no sono e combate a insônia, melhorando a qualidade de vida e aumentando a felicidade. Esses resultados mostram que uso terapêutico de Cannabis Sativa pode diminuir o uso de outros medicamentos prescritos, incluindo opioides, e é seguro e eficaz para população idosa. Anticonvulsivante para os vários tipos de crises e seus aspectos farmacocinéticos, baseando-se em diminuir a excitabilidade do tecido neuronal, elevando o tônus inibitório. 27 Deve-se enfatizar que cada caso especifico necessita de uma prescrição de produtos diferente, de acordo com o estado do paciente e a particularidade de cada doença, a concentração de THC e CBD deve variar de caso a caso. O ideal é começar com uma dose pequena e aumentá-la de acordo com a situação de cada paciente. 28 REFERÊNCIAS ABUHASIRAA R, et al. Características epidemiológicas, segurança e eficácia da cannabis medicinal em idosos. Revista Europeia de Medicina Interna, 2018. A ANVISA dispõe de uma resolução -RDC nº17, de maio de 2015 art 4 ANVISA - acordo com o Ministério da Saúde a ( Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa 2022) Brazilian Journal of Forensic Sciences, Conhecimento da população universitária sobre o uso farmacológico da Cannabis sativa,Medical Law and Bioethics 9(2):146- 167 (2020) COSTA, L. L. de O., Brandão, E. C., & Marinho Segundo, L. M. de B. (2020). Atualização em epilepsia: revisão de literatura. Revista De Medicina, 99(2), 170-181. https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v99i2p170-181 FISHER, R. S. et al. Classificação operacional dos tipos de crises epilépticas pela International League Against Epilepsy (ILAE): documento da posição da Comissão da ILAE de Classificação e Terminologia. ILAE [internet], 2017. NETO, J. G.; VALIENGO, L. C. L.; MARCHETTI, R. L. Outros transtornos mentais orgânicos. In: FORLENZA, O. V.; MIGUEL, E. C. (eds.). Compêndio de clínica psiquiátrica. Barueri: Manole, 2012. p. 179-191. 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