Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fig. 1 Introdução Sabe-se que as doenças do Sistema Nervoso Central (SNC) têm, em sua grande maioria, terapias muito complexas, as quais envolvem medicamentos responsáveis por inúmeros efeitos adversos. Sabe-se também que a indústria farmacêutica está constantemente à procura de novas substâncias e de medicamentos que sejam mais efetivos e, ao mesmo tempo, menos agressivos ao organismo do paciente. (FORTUNA, 2018; SANTOS; et al, 2019) Desta forma, vegetais cujos efeitos farmacológicos já foram comprovados, mas que, antes eram marginalizados nas pesquisas, agora têm se tornado alvos de estudos, como é o caso da Cannabis sativa, a qual vem 7 sendo utilizada há alguns anos no tratamento da epilepsia refratária. (SANTOS, 2016; FORTUNA, 2018) Atualmente, é comprovado que a Cannabis sativa apresenta, em sua estrutura, substâncias com propriedades farmacológicas, destacando-se entre elas, o Canabidiol (CBD) que tem demonstrado efeito potencial em tratamentos do Sistema Nervoso Central, em especial, nas convulsões refratárias em crianças. (MATO; et al 2015; SANTOS, 2016) Em 2015, a Agência Nacional de Saúde (ANVISA), liberou o uso do Canabidiol (CBD) no Brasil para fins terapêuticos, fazendo desta substância um medicamento controlado a partir de então. Logo, para que tal substância seja importada e, para a liberação da mesma, são exigidos documentos como prescrições, laudos médicos, bem como termos de responsabilidade. A partir de 2016, a ANVISA decidiu liberar medicamentos registrados por ela com concentrações determinadas. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015; FORTUNA, 2018) A autorização do uso medicinal dos compostos derivados da Cannabis sativa pode ser um desafio, ainda que a ação terapêutica de tais substâncias seja comprovada, pois têm-se o receio de que tal liberação possa promover uma ocasião favorável para as pessoas que desejam utilizar esta planta de forma recreativa. Além disso, ainda gera controvérsias devido à sua complexidade química e ao efeito colateral de cada substância nela contida. (DIOTTO; RODRIGUES, 2016; SANTOS; et al, 2019) Justificativa A planta Cannabis é considerada, atualmente, uma das drogas mais traficadas e consumidas no mundo, para o uso de forma recreativa por pessoas de todas as classes sociais, devido aos seus efeitos alucinógenos, tais como pensamentos anormais, disforia, sonolência, dentre outros. Porém, sabe-se que a substância que leva a tais efeitos já foi isolada e identificada como Δ9 Tetrahidocanabinol (Δ9-THC), na década de 60. (BORDIN; et al, 2012; MATOS; et al,2017) 8 Sabe-se também que é uma planta quimicamente complexa, devido à grande quantidade de substâncias nela contidas e, da mesma forma em que a substância alucinógena já foi isolada, estudada e utilizada inclusive para tratamentos de determinadas doenças, também foi possível identificar o canabidiol (CBD) que, ao contrário do Δ9-THC, não tem demonstrado efeitos alucinógenos, além das suas propriedades neuroprotetoras já identificadas e seu potencial efeito terapêutico na epilepsia refratária. (MATOS; et al 2017) No entanto, a criminalização da Cannabis criou um empecilho quanto ao seu uso para fins medicinais, dificultando assim, a exploração científica em relação às suas propriedades. Apesar disso, é cada vez maior o número de casos bem-sucedidos do uso CBD no tratamento da epilepsia refratária, superando os tratamentos convencionais e levando esperança para os familiares de portadores dessa doença. (MATOS; et al,2017; SILVA; SARAIVA, 2019) Desta forma, vê-se a necessidade de incentivar e/ou investir em estudos acerca do CBD com o intuito de assegurar sua segurança e eficácia. (SILVA; SARAIVA, 2019) Assim sendo, o presente trabalho tem relevância pois, busca-se, através dele, compreender o uso do CBD em pacientes portadores de epilepsia refratária, elucidar a importância do estudo relativo ao uso do CBD para esses pacientes, analisar os efeitos farmacológicos, bem como os possíveis efeitos toxicológicos. Fig. 2 9 OJETIVOS Objetivo Geral Compreender o uso do CBD em pacientes portadores de epilepsia refratária. Objetivos Específicos Pesquisar a história da C.sativa, a fim de entender e relacionar à fundamentação científica, bem como conhecer os possíveis riscos; Reconhecer os sinais e sintomas das crises e as consequências geradas na epilepsia refratária; Analisar os efeitos farmacológicos do uso do CBD; Analisar os possíveis efeitos toxicológicos do CBD em pacientes portadores de epilepsia refratária; Abordar a legislação no Brasil sobre o uso de derivados da Cannabis sativa, elucidando a importância de estudos relativos ao uso do CBD em pacientes com epilepsia refratária. METODOLOGIA O presente estudo trata-se de uma pesquisa exploratória qualitativa, realizada entre os meses de abril a novembro de 2019, utilizando-se para tal os descritores Cannabis sativa, Canabidiol (CBD), epilepsia, convulsão e seus equivalentes em inglês. Utilizou-se como critério de inclusão dos artigos, os publicados a partir de janeiro de 2014 bem como os estudos, teses e dissertações sobre epilepsia e o uso terapêutico do Canabidiol através de buscas realizadas nas bases de dados do LILACs, Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e em sites oficiais como a ANVISA, dentre outros. 10 História da Cannabis Popularmente conhecida como maconha, a Cannabis sativa foi uma das primeiras plantas cultivadas pelo homem e existem registros de seu uso há milhões de anos por diversos povos e culturas, com várias finalidades. (RIBEIRO, 2014; OLIVEIRA e SILVA, 2015) Em latim, cannabis significa cânhamo, é proveniente da Ásia, porém, pode ser encontrada em toda parte do mundo, devido à sua facilidade de adaptação, sobretudo em zonas cujo clima é quente e temperado, como a África e, atualmente, em maior quantidade, nas Américas do Sul e do Norte. (RIBEIRO, 2014; OLIVEIRA e SILVA, 2015) Na China, era utilizada como fonte de fibras para a fabricação de tecidos, a partir do seu caule devido à resistência nelas verificada. Foi lá que se encontraram os primeiros resíduos desta fibra, datados de 4.000 anos a.C. e sua utilização para fins medicinais é descrita na farmacopéia mais antiga do mundo para o tratamento de dores reumáticas, problemas intestinais, malária e problemas do sistema reprodutor feminino. (RIBEIRO, 2014) Na Índia, o uso do cânhamo teve início em práticas religiosas e era, por isso, considerada uma planta sagrada com a finalidade de “libertar a mente das coisas mundanas e concentrá-la no Ente Supremo” e, posteriormente, passou-se a empregar o uso do mesmo para fins terapêuticos, tais como alívio da constipação intestinal, tratamento da malária, dificuldades de concentração e no tratamento de doenças ginecológicas. (RIBEIRO, 2014; OLIVEIRA e SILVA, 2015) A chegada da Cannabis no Brasil, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores (1959), teria ocorrido através dos escravos africanos, cujas sementes eram trazidas escondidas em bonecas de pano. Denominada fumo de Angola, a erva teve rápida disseminação entre os negros e índios, que passaram a cultivá-la para o uso próprio. No século XVIII, a coroa portuguesa 11 começou a demonstrar grande interesse em promover a cultura da Cannabis, recomendando o seu plantio. (CARLINI, 2006; RIBEIRO, 2014) Apesar de já ser conhecida há milhares de anos, somente em meados do século XIX, as substâncias psicoativas da Cannabis ganharam atenção na área científica na Faculdade de Medicina da Tour, na França, pelo Prof. Jean Jacques de Moreal, que concluiu que a erva era utilizada com finalidade hedonística. Porém, nesta mesma época, apesar dessas informações já terem chegado ao Brasil, o uso da maconha ganhava maior espaço pela classe médica no tratamento de asma, bronquite crônica e insônia através de cigarrilhas preparadas com a erva. Ao que parece, as cigarrilhas foram fabricadas por um longo tempo no Brasil, pois em 1905 ainda eram publicadas propagandas sobrea mesma. (RIBEIRO, 2014; CARLINI 2006) Em 1930, a maconha ainda era citada nos compêndios médicos e em catálogos de produtos farmacêuticos, sendo entre as ações terapêuticas enumeradas: hipnótica, sedativa, antiespasmódica e calmante. Recomendava-se, contudo, cautela quanto ao seu uso, pois a mesma poderia provocar delírios e alucinações. (RIBEIRO, 2014; CARLINI, 2006) Foi nessa década que a maconha passou a ser vista como um problema social e a ser considerada uma droga perigosa por deixar os jovens marginalizados, devido às alucinações que provocavam, bem como pelos conflitos econômicos que geravam. Desta forma, a condenação e a repressão ao seu uso foi ganhando força no Brasil até que, em 25/11/1938 houve, através do Decreto-Lei no 891, do Governo Federal, a proibição total do seu plantio, cultura, colheita e exploração em todo o território nacional. (CARLINI, 2006; RIBEIRO, 2014; MATOS; et al, 2017) Porém, nas últimas décadas, os estudos da Cannabis vêm intensificando-se cada vez mais, pois, novas pesquisas confirmaram a presença de compostos com promissoras propriedades farmacológicas na planta que podem ter grande importância na área da medicina, desde que utilizados de forma correta. (OLIVEIRA e SILVA, 2015; GONTIJO; et al, 2016) 12 Fig 3: estrura geral do Canabinóides Cannabis sativa O gênero Cannabis é composto por duas principais espécies: Cannabis sativa e Cannabis indica, que se diferem principalmente pela forma de crescimento, características morfológicas e quantidades de princípios ativos. Dentre estas, destaca-se a Cannabis sativa, por ser a mais facilmente encontrada, devido à sua facilidade em se adequar aos diferentes climas, solos e altitudes, inclusive no Brasil. (SOUZA, 2017; GUILHERME; et al, 2014) Pertencente à família Moraceae, a C. sativa é um arbusto que apresenta folhas com formato serrilhado, divididas em finos segmentos lineares e verdes. É uma planta dióica, ou seja, existe a feminina e a masculina, e pode medir de 1 a 5 metros de altura. O tempo de vida da planta macho é mais curto e se dá até a liberação do pólen. Já a planta fêmea morre somente após a maturação das sementes. (MATOS, 2017; SOUZA 2017) Tanto as folhas quanto as flores da C. sativa são recobertas por pelos que secretam uma resina com propriedade entorpecente. Essa resina, conhecida como “haxixe” apresenta cerca de 500 compostos químicos. (MATOS, et al, 2017; GUILHERME; et al, 2014) Desta forma, a C. sativa é considerada uma planta quimicamente complexa, já que apresenta muitas substâncias químicas e de diversas classes. Dentre estas destacam-se a classe dos canabinóides, os quais 13 representam em torno de 100 componentes do total e são responsáveis pelos efeitos psicoativos da planta. Os canabinóides que se destacam são o Tetrahidrocanabinol (THC) e o Canabidiol (CBD), os quais são antagônicos. (SOUZA, 2017; GUILHERME; et al,2014) O THC é o canabinóide com maior potência no que se refere aos efeitos psicoativos e neurotóxicos. Já o CBD não desempenha função psicoativa, porém há indícios de que que tenha ação nos radicais livres decorrentes da produção excessiva de glutamato nos neurônios. (RIBEIRO, 2014) Fig. 4 – Estrutura química do CBD Fig 5 14 Essa capacidade neuroprotetora do CBD sugere um importante papel como anticonvulsivante em portadores de epilepsia. Há evidências também de efeito anti-inflamatório sobre o sistema imune. (RIBEIRO, 2014). O Sistema Endocanabinoide O mecanismo de ação dos canabinoides foi elucidado com a descoberta de dois receptores endocanabinoides denominados CB1 (receptor canabinoide tipo 1) e CB2 (receptor canabinoide tipo 2), corroborada pelo isolamento dos dois ligantes endógenos 2-araquidonoilglicerol (2-AG) e Naraquidonoil-etanolamida (AEA ou anandamida). Os efeitos farmacológicos dos canabinoides são provenientes da interação dos mesmos com os receptores endocanabinoides. Os receptores CB1 são amplamente distribuídos no organismo e encontrados sobretudo pré-sinapticamente no sistema nervoso central em áreas ligadas ao controle motor, aprendizagem, memória, cognição e emoção, além de serem responsáveis pela maioria dos efeitos psicotrópicos dos canabinoides. Os receptores CB2 localizam-se principalmente no sistema imunológico e em áreas específicas do sistema nervoso central, como a microglia e na região pós-sináptica. Podem estar associados à regulação da liberação de citocinas provenientes de células imunitárias e de migração das mesmas, atenuando a inflamação e alguns tipos de dor. Estudos sugerem que o receptor CB2 também pode ser encontrado em células neurais envolvidas com a percepção/modulação da dor. Em modelos animais experimentais, foi relatado que o agonismo seletivo desses receptores desempenhou papel antinociceptivo. Os receptores CB1 e CB2 estão acoplados a proteína G inibitória que, quando ativada, promove o bloqueio da enzima adenilatociclase, provocando a redução dos níveis de AMP cíclico e a inibição de canais de cálcio. A ativação dos 15 receptores CB1 bloqueia a liberação de outros neurotransmissores, inibitórios ou excitatórios, como o ácido gamaaminobutírico (GABA) e o glutamato. Há uma evidência preliminar que sugere a existência de outros tipos de receptores de canabinoides. (Matos, R. L. A. et al. Rev. Virtual Quim. Vol 9 No. 2 XXX). Os ligantes endógenos dos receptores CB1 e CB2 são denominados endocanabinoides e desempenham papel importante na modulação de neurotransmissão, especialmente como transmissores retrógrados na maioria dos processos fisiológicos, incluindo a dor, a cognição, a regulação do sistema endócrino, da função metabólica, resposta emocional e processos motivacionais. Os principais agonistas endógenos dos receptores endocanabinoides são os derivados do ácido araquidônico, constituídos de natureza lipídica assim como os canabinoides presentes na Cannabis sativa. Os endocanabinoides não são sintetizados nas terminações pré-sinápticas ou armazenados em vesículas como os neurotransmissores clássicos. Sua produção ocorre no corpo e dendritos dos neurônios em resposta ao influxo de cálcio induzido por glutamato ou GABA, que promove a ativação de fosfolipases que convertem os fosfolipídios em endocanabinoides. São liberados instantaneamente após atividade sináptica excitatória e ativam consecutivamente os receptores endocanabinoides pré-sinápticos. Por conseguinte, a adenilatociclase é inibida e os canais de potássio são abertos, promovendo assim, a redução da transmissão dos sinais e fechamento dos canais de cálcio, levando à diminuição da liberação de neurotransmissores. Os endocanabinoides interferem na transferência das informações dos terminais pré e pós-sinápticos como mensageiros sinápticos retrógrados, atuando como neurotransmissores atípicos em contraposição aos neurotransmissores clássicos. A ação é finalizada com a captação dos endocanabinoides nos terminais pré-sinápticos. A ativação dos receptores endocanabinoides promove a alteração de vários neurotransmissores, incluindo 16 a acetilcolina, a dopamina, o GABA, o glutamato, a serotonina, a noradrenalina e opioides endógenos, em condições fisiológicas normais. A descoberta do sistema endocanabinoide forneceu novas perspectivas sobre um esquema neuromodulador que pode proporcionar melhores opções de tratamento para uma grande variedade de distúrbios neurológicos,87-89 por participar de diversos processos fisiológicos e, possivelmente, patofisiológicos nos transtornos psiquiátricos.9 Mecanismo de ação Tanto a anandamida quanto o Δ9-THC são agonistas parciais do receptor CB1, ou seja, induzem uma resposta mais fraca do que o agonista total. Em contraste, o CBD apresenta baixa afinidade pelo CB1, atuando como agonista inverso no receptor CB2. Embora o mecanismo de ação do CBD não esteja completamente esclarecido, é provável que ele interaja com receptores específicos, tal como o Δ9-THC. O CBD possui a habilidade de facilitar a sinalizaçãodos endocanabinoides por intermédio do bloqueio da recaptação ou hidrólise enzimática da anandamida. Todavia, apresenta baixa afinidade pelos receptores CB1 e CB2. Porém, sugere-se que a capacidade do CBD de ampliar a biodisponibilidade da anandamida esteja relacionada com sua ação antipsicótica. Além disso, o CBD apresenta caráter agonístico nos receptores serotonérgicos do tipo 5-HT1A, envolvidos na modulação da ansiedade e da depressão, o que parece justificar suas propriedades ansiolíticas. Entretanto, os efeitos antieméticos manifestados pelo CBD, provavelmente estão relacionados com a habilidade do canabinoide em modular a transmissão serotoninérgica. O CBD é capaz de ativar os receptores vaniloides do tipo 1 (TRPV1), canais iônicos que integram vários estímulos nociceptivos, incluindo a dor e reflexos protetores, o que representa implicações importantes na elucidação dos efeitos do CBD no alívio da dor e como anti-inflamatório. No sistema nervoso central, o TRPV1 localiza-se nos terminais pós-sinápticos e é ativado pela anandamida. As propriedades anti-inflamatórias do CBD também podem ser explicadas pela inibição da isoforma induzível da 17 óxidonítrico-sintase (iNOS) e da interleucinas 1β (IL-1β). Apesar do reconhecido potencial farmacológico, o local preciso em que o CBD exerce seus efeitos neuroinflamatórios ainda não chegou a ser inteiramente esclarecido. Recentes estudos apontam as propriedades antiproliferativas e próapoptóticas do CBD, bem como uma ação inibitória na migração de células cancerosas, interferindo também na adesão e invasão destas células, sendo esses efeitos úteis para o tratamento de diversos tipos de câncer. Em 2006, Ligresti e colaboradores elucidaram o efeito inibitório do CBD sobre o processo de metástase e sobre o crescimento de diferentes linhas de células de tumor da mama (MCF-7, MDA – MB – 231), apresentando-se menor em células normais. Os resultados dos experimentos indicaram a capacidade do CBD de incitar a apoptose por várias vias, incluindo a ativação direta ou indireta de receptores CB2 e TRPV1, sendo essas vias representantes das células MDA – MB – 231.52 O CBD parece impedir a metástase por regular a expressão da proteína Id-1 que age inibindo fatores básicos de transcrição que controlam a diferenciação celular, desenvolvimento e carcinogênese, e está associada a um fenótipo proliferativo. O aumento dessa proteína induz a propagação e invasão de células carcinogênicas. Tanto o CBD quanto o Δ9-THC apresentam propriedades neuroprotetoras e antioxidantes, e atuam inibindo a excitotoxicidade mediada por NMDA (Nmetil-D-aspartato) em situações de trauma causado por lesão da cabeça, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças neurodegenerativas. Um aspecto positivo da aplicação terapêutica do CBD é a ausência de efeitos adversos e tóxicos em diversos estudos in vivo e in vitro da administração do CBD em (Matos, R. L. A. et al. Rev. Virtual Quim. Vol 9 No. 2 XXX) ampla faixa de concentrações.12 Além disso, a administração aguda de CBD, por diversas vias, não produziu efeitos tóxicos significativos em humanos; e a administração crônica por um mês em voluntários saudáveis (doses diárias entre 10 a 400 mg), não provocou nenhuma alteração em exames neurológicos, psiquiátricos ou clínicos.17 Apesar do relato da existência de 18 efeitos adversos menores em alguns estudos, como exemplo a inibição do metabolismo hepático da droga, em visão geral, os dados clínicos disponíveis sugerem que há segurança na administração do CBD em uma ampla faixa de dosagem, em conformidade com os resultados de ensaios clínicos com modelos animais.104 Epilepsia Classificada como uma doença cerebral crônica, a epilepsia se dá por uma disfunção no cérebro caracterizada por descargas elétricas súbitas, anormais e desordenadas dos neurônios levando a crises convulsivas. As crises podem surgir em qualquer momento ao longo da vida e podem ocorrer de forma esporádica ou frequente. Não se trata de algo decorrente de uma única síndrome ou doença, mas de diversas etiologias (genética, metabólica ou estruturais) que têm como consequências as crises convulsivas recorrentes e não provocadas (AVC, trauma, câncer, convulsões febris, Alzheimer, uso abusivo de drogas, dentre outros). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015) De acordo com o Ministério da Saúde (2015) a estimativa é que a prevalência mundial de epilepsia seja em torno de 0,5-1,0% da população e é a segunda causa mais frequente da busca por atendimentos neuropsiquiátricos, ficando atrás somente da depressão. Destes, 30% são classificadas como refratárias, também chamadas de farmacoresistentes, ou seja, ainda que seja adotado um tratamento com medicamentos anticonvulsivantes e doses apropriados, não se atinge a remissão dos sintomas, havendo continuidade nas crises convulsivas. (GONTIJO; et al, 2016) As crises epilépticas podem ser decorrentes tanto da presença excessiva de determinados neurotransmissores, quanto na deficiência de outros. Quando se tem níveis elevados de ácido glutâmico (Glutamato) há a indução do aumento da atividade neuronal. Já em baixos níveis de ácido gama-aminobutírico (GABA) há uma diminuição na inibição da excitabilidade neuronal. Também podem ser consequências de alterações nas células Glia, 19 as quais apresentam papel importante no controle de concentrações iônicas extracelulares. (YOCHIMIRA, 2019). Uma crise convulsiva ocorre devido a descargas episódicas de elevada frequência de impulsos gerados pelas células neuronais. Inicialmente, ocorre uma descarga local anormal que pode permanecer em uma pequena área do cérebro (crise focal) ou propagar-se para outras regiões do cérebro (crise generalizada). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015; YOCHIMIRA, 2019). Os sintomas gerados variam de acordo com o local que ocorreu a descarga primária e para onde houve a sua propagação e podem se manifestar como uma alteração comportamental, na qual o indivíduo pode dizer coisas sem sentido, no excesso de contrações musculares involuntárias, ou mesmo na perda de consciência e tais sintomas podem durar minutos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015) A frequência das crises convulsivas, bem como a intensidade em que elas ocorrem podem levar a um declínio no desenvolvimento neuropsicomotor, acarretando consequências neurológicas, cognitivas e psicológicas, prejudicando a qualidade de vida do indivíduo afetado. (GONTIJO; et al, 2016) As manifestações típicas das crises convulsivas são: descontrole motor e espasmos musculares, salivação, crise de ausência ou perda transitória da consciência, parestesia (sensação de formigamento), alteração na percepção visual (flashes de luz, escurecimento da visão ou alucinações coloridas da visão), alucinações olfativas, dentre outras. (GONTIJO; et al, 2016) O tratamento farmacológico das epilepsias tem como objetivo a interrupção das crises convulsivas, utilizando-se para tal, medicamentos chamados anticonvulsivantes, tendo-se atualmente diversos fármacos (aproximadamente 25) utilizados para tal finalidade. A maioria dos anticonvulsivantes atuam no bloqueio de cálcio ou potencialização da inibição. Porém, algumas crianças com crises graves podem apresentar resistência a esses fármacos, seja pelo acesso do fármaco aos sítios-alvos, ou por falta de 20 sensibilidade das moléculas-alvo ao fármaco. (CARVALHO; et al, 2017; RANG; et al 2011). Em virtude disso, ainda que a existência desse arsenal terapêutico apresente benefícios, tais como melhor tolerabilidades e menor interação medicamentosa, ao levarmos em consideração o número de pacientes com epilepsia de difícil controle, e da quantidade dos efeitos adversos pode-se dizer que não se obteve um grande avanço no tratamento da epilepsia. Faz-se necessário, portanto a identificação de novos fármacos anticonvulsivantes que sejam mais eficazes no tratamento dos casos refratários e que, além disso, tenham um perfil de segurança favorável. (CARVALHO; et al, 2017; RANG;et al 2011). Canabidiol (CBD) Apesar de ser extraída da C. sativa, o canabidiol não é considerado uma substância psicoativa. Resultados positivos em relação ao seu uso tem sido verificado através de estudos realizados nos últimos anos e indicam que extratos com alto teor do CBD tem-se mostrado eficazes, tanto no controle da frequência, quanto na intensidade das convulsões, especialmente em crianças com determinadas síndromes, pois são as que mais apresentam dificuldades na obtenção de uma resposta completa à terapia tradicional. (CARVALHO; et al, 2017) Desta forma, o CBD vem ganhando mais atenção da indústria farmacêutica, visto que apresentam mecanismos de ação diferentes dos medicamentos anticonvulsivantes atualmente utilizados, e maior tolerância pelos pacientes levando, portanto, a menos efeitos colaterais. (CARVALHO; et al, 2017) Testes Clínicos do uso do CBD puro 21 O primeiro relato científico documentado sobre os efeitos medicinais da maconha ocorreu em 4 de fevereiro de 1843, através de um artigo enviado pelo médico irlandês William Brook, que viveu na Índia, tendo então contato com o uso milenar da Canabis na medicina. Neste artigo ele descreveu casos nos quais testou a tintura da Cannabis Indica (também rica em CBD) em situações variadas, tanto em animais quanto em humanos, em proporções variadas. Dentre os casos considerados mais interessantes, destacou-se a eficácia no tratamento de reumatismos, cólera, tétano e convulsões, além da obtenção da melhora significativa no estado emocional geral dos pacientes. Em 1974, foram feitos relatos dos efeitos do CBD puro nos registros encefalográficos de um paciente durante o sono, constatando-se diferenças nos padrões de ativação durante tal teste, porém não foram observados os efeitos na frequência e na duração das convulsões. O primeiro experimento realizado com o CBD puro com a finalidade de analisar tais efeitos foi realizado no Brasil, pelo grupo do Dr. Elisaldo Carlini, através de um estudo clínico duplo-cego em pacientes que apresentavam ao menos uma crise convulsiva generalizada por semana, ainda que fizessem tratamento com outros anticonvulsivantes ( fenitoína, clonazepan, carbamazepina). Para a realização de tal estudo, oito pacientes receberam uso do CBD puro e sete, o uso de placebo sem que, em nenhum dos casos houvesse a interrupção do uso do anticonvulsivante com os quais antes faziam o tratamento. As concentrações do CBD puro variavam de 200 a 300mg/dia, por via oral por um período de quatro meses e meio. Do grupo que recebeu o CBD puro, apenas um não obteve resposta significativa, quatro obtiveram a interrupção total das convulsões durante o uso do CBD, e os três restantes, apresentaram uma melhora significativa na frequência das mesmas. Já nos pacientes que receberam o placebo, somente um apresentou melhora. Nesse estudo e em outros diversos experimentos realizados com o mesmo grupo os pacientes apresentaram boa tolerabilidade ao CBD, tendo a sonolência como único efeito colateral notado. 22 Porém, apesar dos resultados satisfatórios, apenas em 2005 houve um novo registro sobre o uso do CBD no tratamento da epilepsia, resultante de um estudo de plano aberto realizado entre os anos de 2002 e 2004 e que teve como alvo as crianças com epilepsia refratária. Legalização do uso do CBD A legalização de uma droga é um tema que sempre causa muitos debates devido à possibilidade de gerar resultados positivos ao mesmo tempo que pode contribuir em alguns pontos negativos. No caso da Cannabis sativa, a legalização da mesma para fins medicinais pode ser mais complexa por se tratar de uma droga considerada como sendo a mais consumida mundialmente de forma ilícita. Mesmo que haja indícios da ação terapêutica de alguns compostos presentes na mesma, têm-se o receio de que tal liberação contribua no aumento do uso dessa planta de forma recreativa. (DIOTTO; RODRIGUES, 2016; SANTOS; et al, 2019) Devido aos estudos que têm comprovado eficácia quanto ao uso de alguns compostos da planta no tratamento de doenças como dor crônica, câncer e epilepsia, países como Canadá, Portugal, Espanha, Holanda e EUA legalizaram o uso da maconha para fins terapêuticos. (JESUS; et al, 2017) No Brasil, o debate em relação ao uso do CBD ganhou força a partir de 2014, quando casos de crianças com respostas satisfatórias surgiram na mídia. (JESUS; et al, 2017) O caso mais conhecido em relação às crises convulsivas é o de Anny Fisher, uma criança que, na época com 5 anos de idade sofria com uma doença grave chamada encefalopatia epilética infantil desde os seus 45 dias de vida. Sua condição patológica gerava inúmeras crises convulsivas que, mesmo com tratamentos com anticonvulsivantes, evoluíram, chegando a apresentar de 60 a 80 crises por semana. Anny chegou a passar por um procedimento 23 cirúrgico com o intuito de interromper as crises, mas sem sucesso. (SILVA; SARAIVA, 2019) Os pais de Anny decidiram então recorrer ao tratamento alternativo com o CBD, com base nas literaturas veiculadas na literatura especializada em relação à sua eficácia no que concerne o controle dos sintomas da doença e seus efeitos em crianças de outros países. O medicamento proscrito no Brasil era importado ilegalmente dos Estados unidos. Com o uso do CBD, Anny respondeu de forma positiva, com uma melhora expressiva, diminuindo gradativamente as crises convulsivas, chegando a alcançar uma cessação completa das mesmas. (DIOTTO; RODRIGUES, 2016) Na terceira vez em que houve a importação do CBD, este foi retido pela ANVISA para a realização de uma análise técnica. Com isso, interrompeu-se o tratamento de Anny, o que favoreceu o retorno das crises, chegando a presentar 42 episódios por semana. Foi então que a mãe de Anny, recorreu ao Poder Judiciário, requerendo a importação do CBD independente da autorização da ANVISA, alegando que seria inviável aguardar um processo demorado para registro do produto ou de liberação de importação da substância pela ANVISA pois poderiam resultar em grave dano pela interrupção do tratamento e com risco de morte devido à gravidade do estado de saúde da menina. Seu pedido na justiça foi concedido em abril de 2014. A decisão judicial considerou as demonstrações preliminares da segurança e eficácia para o seu caso sem anular a necessidade da constatação desses quesitos pela ANVISA. Nesse momento reconheceu-se a seriedade da liberação do uso imediato do CBD. Anny foi então a primeira brasileira a utilizar um medicamento à base de CBD de forma legal no Brasil. (DIOTTO; RODRIGUES, 2016; OLIVEIRA,2016) Este foi o impulso inicial para a regulamentação do CBD para uso medicinal, pois a partir daí, diversas famílias começaram a lutar pelo direito de obtê-lo judicialmente. (DIOTTO; RODRIGUES, 2016) 24 Em 2015, a Agência Nacional de Saúde (ANVISA), liberou o uso do Canabidiol (CBD) no Brasil para o uso terapêutico, desta forma, essa substância passou a ser considerada como um medicamento de uso controlado. Porém, ela teria que ser importada sendo necessários para a liberação da mesma, documentos como prescrições, laudos médicos prescritos por neurologistas, neurocirurgiões e psiquiatras, quando já foram feitas tentativas com outras medicações sem um resultado satisfatório. No ano seguinte, a ANVISA determinou a liberação de medicamentos registrados por ela com concentrações determinadas de CBD. Porém vale ressaltar que, até o momento, de todos os produtos atualmente liberados por ela, são produzidos externamente, ou seja, nenhum é de origem brasileira. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015; FORTUNA, 2018) Fig. 1 O Sistema Endocanabinóide Em 1988, após estudos que permitiram a identificação e o isolamento da substância Δ9- THC, a produção de análagos de tal substância quimicamente modificados (denominados canabinóides) e marcados radioativamente possibilitou a identificação de um receptor para os canabinóides em mamíferos, que ainda era não conhecido. Acopladoà proteína G, observou-se presente em grande quantidade no cérebro e que, os efeitos psicoativos do THC ocorriam após a ligação da substância a este receptor. Alguns anos após, foi identificado um segundo receptor canabinóide, sendo este, porém, mais 25 presente em tecidos periféricos e no sistema imune, mas que também pode expressar-se nos neurônios. ( COSTA; et al, 2011) Esses receptores foram denominados pelo Comitê para Nomenclatura de Receptores e Classificação de Drogas da União Internacional de Farmacologia e Terapêutica Experimental (International Union for Pharmacology and Experimental Therapeutics – IUPHAR), de acordo com a ordem de descoberta em: canabinóides do subtipo 1 (CB1) e subtipo 2 (CB2). (SAITO; WOTJAK; MOREIRA, 2010) A descoberta desses receptores intensificou os estudos em relação aos canabinóides, a fim de identificar possíveis ligantes endógenos ( endocanabinóides). Os principais endocanabinóides identificados são aracdoniletanolamida (AEA – também denominada anandamida) e o 2- aracdonil-glicerol (2-AG) Os endocanabinóides não entram na classe dos neurotransmissores. Os neurotransmissores convencionais são sintetizados nos neurônios pré-sinápticos, ficando armazenados em vesículas, sendo liberados após a entrada de cálcio para o neurônio. Mas, a sintetização, tanto da anandamida quanto a do 2-AG ocorre em membranas de neurônios pós- sinápticos, após o aumento de cálcio intracelular. Ao contrário dos neurônios, os endocanabinóides realizam o processo denominado neurotransmissão retrógrada, ou seja, além de não serem armazenados em vesículas, são liberados imediatamente dos neurônios pós-sinápticos para as terminações pré-sinápticas, onde agirão. Portanto, diferente dos neurotransmissores, os endocanabinóides atuam de forma retrógrada nas sinapses do SNC, controlando a atividade dos neurônios pré-sinápticos através da ativação pós-sináptica. ( MOREIRA; CRIPPA, 2005) 26 No entanto, seu mecanismo de ação não está totalmente esclarecido, e como se trata de uma substância recentemente empregada no tratamento da epilepsia refratária, e devido ainda à resistência da liberação de pesquisas relacionadas à C. sativa, ainda não se tem uma comprovação quanto à segurança referente ao seu uso por longo prazo, bem como as possíveis interações medicamentosas.( SILVA; SARAIVA, 2019) Considerações Finais De acordo com o que foi visto na pesquisa bibliográfica, é de importante relevância o uso do Canabidiol na terapêutica da epilepsia refratária. Constatou-se que o Canabidiol teve eficácia e nenhum efeito adverso nos pacientes usados na pesquisa. O Canabidiol possui amplo potencial terapêutico em nível do sistema nervoso central, demonstrando grande importância no tratamento de diversos distúrbios neurológicos. Além disso, o reconhecido efeito anticonvulsivo do canabidiol revela-se capaz de reduzir significativamente as crises convulsivas de pacientes epiléticos farmacorresistentes, bem como evitar os irreversíveis danos cerebrais e impedir os efeitos retrógrados no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Sendo assim, é muito importante que outros estudos sejam desenvolvidos para que novos dados sejam colhidos. Os comportamentos 27 farmacocinéticos sejam elucidados agilizando o processo de aprovação e mais pacientes sejam beneficiados e seus sintomas sejam minimizados. REFERÊNCIAS 1- AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – RDC no 17–de 06 de maio de 2015. Define os critérios e os procedimentos para a importação, em caráter de excepcionalidade, de produto à base de 28 Canabidiol em associação com outros canabinóides, por pessoa física para uso próprio, mediante prescrição de profissional legalmente habilitado, para tratamento de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 08, mai, 2015 2- BORDIN; et al. Análise Forense: Pesquisa de Drogas Vegetais Interferentes de Testes colorimétricos para Identificação dos Canabinóides da Maconha ( Cannabis sativa L.). Revista Química Nova, vol.35, no 10, São Paulo, SP, 2012. 3- CARLINI, E. A. A História da Maconha no Brasil, 2006. Jornal Brasileiro de psiquiatria, 55(4):314-317, 2006 4- CARVALHO, C. R.; HOELLER, A. A.; FRANCO, P. L. C.; EIDT, I.; WALZ, R. Canabinóides e Epilepsia: Potencial Terapêutico do Canabidiol. Vitalle – Revista de Ciências e Saúde 29, n.1, p.54-63, Florianópolis, SC, 2017. 5- DIOTTO, N.; RODRIGUES, A. G. O Uso do Canabidiol em Pacientes Portadores de Epilepsia: A Possibilidade Jurídica de Garantia do Direito Fundamental á Vida. 6- SOUZA,A. F.,SILVA, A. M.; OLIVEIRA, T. S. Cannabis sativa. Bjns (Internet). 11jan.2019 (citado 22jun.2019); 2(1):20. Disponível em: http://www.bjns.com.br/index.php/BJNS/article/view/30. Acessado em:15/06/2019. 7- FORTUNA, N. S.; TUYO, R.; FREITAS, G. Cannabis sativa: Uma Alternativa Terapêutica para Saúde. Revista Uningá Review, (S.I.), v.29, n.3, jan.2018. Disponível em:<http://revista.uninga.br/index.php/unungareviews/article/view/1980>. Acessado em25/05/2019. 8- GONTIJO, É. C., et al. Canabidiol e Suas Aplicações Terapêuticas. REFACER – Revista Eletrônica da Faculdade de Ceres, v.5, n.1, 2016 9- MATOS, R.L.A., et al. O uso do Canabidiol no Tratamento da Epilepsia. Revista Virtual Química, 2017,9 (2), 786-814. 06/03/2017 10- OLIVEIRA, Monique. A Regulamentação do Canabidiol no Brasil: como Nasce a Expertise Leiga. LIINC em revista, Rio de Janeiro, RJ, v.13, n.1.p.190-204, maio 2017 11-SOUZA, Yago Pereira. Sínteses e Aplicações Recentes do Tetraidrocanabinol (THC) e Seus derivados em Química Medicinal, 2017, p.32, Universidade Federal de São João del Rei – Coordenadoria do Curso de Química, 2017 12- RIBEIRO, J. A. C. A Cannabis e Suas Aplicações Terapêuticas. Universidade Fernando Pessoa – Faculdade de Ciências da Saúde, Porto 2014. 13-SANTOS, B. A.; SCHERF, J. R.; MENDES, R. C. Eficácia do Canabidiol no Tratamento de Convulsões e Doenças do Sistema Nervoso Central. Acta Brasiliensis 3(1):30-34, 2019. Disponível em <http://revistas.ufcg.edu.br/ActaBra>. 29 http://www.bjns.com.br/index.php/BJNS/article/view/30 http://revista.uninga.br/index.php/unungareviews/article/view/1980 http://revistas.ufcg.edu.br/ActaBra 14-SANTOS, S. O.; MIRANDA, M. Uso Medicinal da Cannabis sativa e Sua Representação Social, 2016, p.25, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, 2016 15-SILVA, S. A.; SARAIVA, A. L. L. Uso do Canabidiol em portadores de Crises Convulsivas Refratárias no Brasil. Revista UNINGÁ, Maringá, v.56,n.1, p.16, jan/mar.2019. 16- MATOS, R. L. A. et al. O Uso do Canabidiol no Tratamento da Epilepsia Rev. Virtual Quim., 2017, 9 (2), 30
Compartilhar