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RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE XXXXXXXXXXX
HELENA, já qualificada nos autos em epígrafe, através de seu advogado
infra-assinado, com procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, por não se conformar com a decisão de fl. ..., interpor o presente
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, nos termos do art. 581, IV, do Código de
Processo Penal.
Requer, que Vossa Excelência se retrate da decisão proferida, nos termos do artigo
589 do Código de Processo Penal. Caso entenda por bem mantê-la requer,
outrossim, que, juntamente com as razões recursais, os autos sejam encaminhados
ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado XXXXXXXXXX.
Nestes termos, pede deferimento.
XXXXXXXX, 19 de agosto de 2010.
Advogado
OAB XXXXX/XX
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Recorrente: HELENA
Recorrido: JUSTIÇA PÚBLICA
Autos nº: XXXXXXXXX
Egrégio Tribunal de Justiça,
Colenda Câmara.
HELENA, já qualificada nos autos da presente ação penal, vem, respeitosamente,
perante esta Egrégia Corte, por seu advogado, regularmente constituído e
qualificado, com procuração acostada aos autos, apresentar, com fundamento no
artigo 588 do CPP, suas RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, pelos
motivos fáticos e de jurídicos que se seguem.
I- DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso é tempestivo em conformidade nos termos do artigo 586 do
código de processo penal, o recurso em sentido estrito poderá ser interposto no
prazo de cinco dias.
Ainda, caberá recurso em sentido estrito da decisão que pronunciar o réu de acordo
com o artigo 581, IV do código de processo penal.
Nos termos acima mencionados requer que seja recebido o presente recurso.
II – FATOS
Em 17 de junho de 2010, um bebê recém-nascido foi visto flutuando em um riacho e
foi imediatamente resgatado sem vida. O órgão policial representa a ordem de
bloqueio das linhas de celular da recorrente. A recorrente fora denunciada nos
termos do art. 123 do Código Penal. Durante o processo, foi acrescentado aos autos
o laudo de autópsia realizada no corpo da criança, o exame técnico concluiu que a
criança já nascera morta.
Durante a investigação, uma das testemunhas forneceu novas informações de que
a recorrente havia utilizado um abortivo. Questionada, a requerente negou os fatos.
Após o encerramento da instrução, o juiz prolatou a sentença de pronúncia
recorrente sobre o delito previsto no art. 124 do Código Penal. Vem, então, a
recorrente requerer o que se segue.
III – DO DIREITO
III.1- NULIDADE DA PROVA ILÍCITA
O órgão policial representou a interceptação telefônica, que foi deferida pelo juiz. No
entanto, esta é uma evidência ilegal.
O delito de infanticio previsto no artigo 123 do Código Penal, é punível com
detenção. No entanto, de acordo com o art. 2º, III, da Lei nº. 9.296/96, a
interceptação de telefones celulares só é permitida se a conduta apurada constituir
crime punível com reclusão. Além disso, o crime de aborto, está previsto no art. 12
do Código Penal, também punível com detenção. Portanto, é uma prova ilegal.
Além disso, que só fora realizada a interceptação telefônica por causa da "suspeita"
do envolvimento da recorrente na morte da criança. Assim, a interceptação
telefônica não pode ser admitida, pois não há provas cabíveis de autoria ou do
envolvimento da recorrente na morte da criança, conforme art. 2º, I, da Lei da
9296/96, onde não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas
quando não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal.
No caso em tela é evidente a falta de autoria da recorrente no delito.
Ainda, não fora utilizado todos os meios de investigação antes de ordenar a
receptação telefônica, violando o disposto na lei. 2º, II, da Lei nº. 9296/96, onde não
será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando a prova puder
ser feita por outros meios disponíveis.
Requer assim a nulidade da interceptação telefônica.
IV- DO MÉRITO
IV.1- IMPRONÚNCIA
Consta da inicial acusatória que a recorrente incorreu na conduta prevista no artigo
123 do Código Penal. Embora tenha sido constatado na necropsia que a criança já
nascera morta, em nenhum momento há a imputação ou qualquer indício de que de
fato a acusada tenha tirado a vida da criança. Ainda, o magistrado proferiu decisão
pronunciando a recorrente pelo delito do artigo 124 do código penal.
A testemunha trouxe a informação de que a recorrente utilizou de substância
abortiva, informação a qual não consta na inicial acusatória, tendo o julgador
proferido a decisão de pronúncia pelo delito do artigo 124 do CP.
No entanto, o juiz violou o disposto no art. 411, §3º, do Código de Processo Penal,
que diz: “Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o disposto
no art. 384 do CPP”.
E ainda violou o artigo 384 do Código de Processo Penal, em razão de novas
circunstâncias na investigação criminal, deveria ter autorizado o Ministério Público a
alterar a denúncia, nos termos do artigo 384 do Código de Processo Penal
Portanto, a acusação deve ser declarada nula e sem efeito.
V – PEDIDOS
Diante ao exposto, requer o conhecimento e provimento do presente recurso, com
a reforma da r. Decisão de fls. *, com fulcro artigo 414, do Código de Processo
Penal para:
a) Declarar ilícita a prova e desde já desentranhar, pois foi produzida através das
ilegais escutas telefônicas determinadas pelo juízo de primeira instância (com base
nos arts. 5, XII e da CF c/c arts. 157 do CPP e art. 2º, Inciso III, da Lei 9296 de
1996);
b) Conhecer e dar provimento ao recurso, assim reformando a decisão à qual
recorre e impronunciar a ré para que não vá ao júri popular, nos termos do art. 414
do CPP, extinguindo a demanda sem resolução do mérito perante a dúvida
perfeitamente razoável; e seja a recorrente absolvida sumariamente, com base no
art. 415, II, do Código de Processo Penal.
Nestes termos, pede deferimento.
XXXXXXXXX, 19 de agosto de 2010.
Advogado
OAB XXXXX/XX.

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