Buscar

Petição Rafael

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CRIMINAL DA COMARCA SÃO PAULO DO ESTADO SP.
Rafael, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua da paz, nº. 809, nesta cidade, por seu advogado e procurador infra-assinado (instrumento de mandato anexo, doc. um) vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, com fulcro no artigo 5º, L VII da Constituição Federal e 312 do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir aduzidas: 
 I – DOS FATOS 
Rafael resolve entrar no mundo do crime. Sem esperança e sem emprego, entende que a única solução é falsificar notas de reais e colocá-las em circulação o mais rápido possível. Usa toda sua experiência de gráfico, desenhista e engenheiro. Adquire maquinário e monta, em sua residência, num dos cômodos, uma verdadeira sala de falsificações. As primeiras notas são idênticas, Rafael começa a gastá-las e seu comportamento extravagante começa a chamar a atenção de vizinhos que não o veem trabalhar e mesmo assim desfilando com carros importados e roupas novas. O fato é noticiado à polícia e a investigação começa. O ilustre Delegado procede com algumas diligências sigilosas, ouve testemunhas, recebe informações da receita federal e as suspeitas se tornam veementes. Lojistas e vendedores são ouvidos. E um determinado dia, ao sair de uma loja de uma grife masculina famosa, um dos policiais se identifica à atendente e pergunta como Rafael pagou as mercadorias. A atendente informa que a compra alta foi toda paga em dinheiro vivo. Uma das notas é trocada pelo policial e este a leva para perícia. O resultado sai em alguns dias e é de falsificação quase perfeita de notas de R$ 100, R$ 50 e R$ 20. Munido desta informação, com base no art. 311 do CPP, o Delegado requer imediata prisão preventiva de Rafael com base nos indícios de autoria, de materialidade, de garantia da ordem econômica, da garantia da ordem pública e da conveniência da instrução criminal. A ordem é deferida e o mandado judicial é expedido pelo juízo competente, mencionando-se inclusive que Rafael pode ser perigoso e integrar organização criminosa internacional de falsificadores. Rafael é preso em casa por volta das 12hdo dia seguinte, levado à Delegacia e confessa ao Delegado informando que irá contribuir com as investigações.
É a síntese do ocorrido. 
II – DO DIREITO 
 Verifica-se dos autos que o requerente foi recolhido à prisão pela autoridade policial, sob acusação do crime de fabricação de moeda falsa, previsto no artigo 289 do Código Penal, uma vez que as cédulas falsificadas eram que se idênticas às cédulas autênticas, que estabelece: “Art. 289: Falsificar, fabricando-a ou adulterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro”. Ademais, o requerente não deve permanecer recluso pelo fato de a Constituição Federal estabelecer que: “Art. 5º, LVII: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”“. Desta forma, de acordo com o princípio da presunção de inocência, importante princípio constitucional elencado no rol dos direitos fundamentais, o requerente não deve permanecer recolhido na prisão antes da sentença penal condenatória transitar em julgado e o mesmo ser declarado culpado pela prática da infração penal. Como também, o requerente não se enquadra em nenhuma das hipóteses da prisão preventiva previstas no artigo 312 do Código de Processo Penal, que estabelece: Art. 312: “A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria”. Observa-se que, apesar de existir prova da materialidade do delito e indícios suficientes de autoria, o requerente não possui antecedentes criminais, e como conseqüência, o mesmo se permanecer em liberdade não representará riscos à coletividade, à ordem pública. Mas também, o requerente n ao praticou crime contra o sistema financeiro, razão pela qual não se enquadra na hipótese de garantia da ordem econômica.
Como também, as testemunhas foram ouvidas e declararam que não sofreram qualquer ameaça por parte do requerente, logo não há motivos para decretar a prisão preventiva pela conveniência da instrução criminal. E, finalmente, o requerente possui residência nesta cidade há mais de 20 (vinte) anos, além do mais o mesmo apresentou-se espontaneamente para confessar o crime, não havendo possibilidade de ocorrer f uga, não sendo necessária então a decretação da prisão preventiva para assegurar a aplicação da lei penal. Diante do exposto, o requerente não deve permanecer recolhido na prisão, pelo fato de ter se apresentado espontaneamente, não havendo então a configuração de um possível flagrante, m as também por ser assegurado constitucionalmente o direito de permanecer em liberdade graças ao princípio da presunção de inocência, como também o requerente não incorreu em nenhuma das hipóteses de prisão preventiva, logo deve ser revogada a prisão preventiva decretada.
 Sumula 73 suj. 
Art. 316cpp
III – DO PEDIDO 
Diante de todo o exposto, ausentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva e, comprometendo-se a comparecer a todos os atos do processo, requer após ouvido o Digno Representante do Ministério Público, seja concedida a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA e a expedição do alvará de soltura em favor d o requerente, como medida de JUSTIÇA
N. Termos
P. Deferimento,
São Paulo, Data 05 de Abril de 2022.
Advogado
XXXXXXXXXX
Inscrição n.º
XXXXXXXXXx

Continue navegando