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1 Orientação Educacional 2 3 Osmar Hélio Alves Araújo Orientação Educacional Sobral 2017 4 5 Sumário Palavra do Professor-autor Sobre o autor Ambientação à Disciplina Trocando ideias com os autores Problematizando Unidade de Estudo I: Algumas definições clássicas sobre quem é o Orientador Educacional Introdução Quem é o Orientador Educacional Unidade de Estudo II: Algumas definições clássicas sobre o que faz o Orientador Educacional Introdução O que faz o orientador educacional? Unidade de Estudo III: O trabalho do Orientador Educacional enquanto sujeito da equipe da gestão escolar Introdução Construindo o debate Explicando melhor com a pesquisa Leitura Obrigatória Pesquisando na Internet Vendo com os olhos de ver Revisando Autoavaliação 6 Bibliografia Bibliografia Web Vídeos 7 Palavra do Professor-autor Caro (a) estudante! Seja bem-vindo a disciplina Orientação Educacional! Nesta disciplina estudaremos sobre o Orientador Educacional na contemporaneidade, isso é, sobre quem é esse profissional, assim como discutiremos sobre atribuições, importância e necessidade de sua existência nas escolas brasileiras, e, por último, argumentaremos a favor de integração entre o Orientador Educacional, o coordenador pedagógico e o gestor escolar, entre outros assuntos abordados. Vale a pena salientarmos, a priori, a importância do trabalho do Orientador Educacional no ambiente escolar, a fim de levar o estudante a atribuir sentido a sua existência, enquanto sujeito histórico, ou seja, a se descobrir como indivíduo em formação e com importante papel na sociedade em constante transformação. Deste modo, caro estudante, desejamos contribuir para o seu desenvolvimento pessoal e profissional a partir de um exercício de reflexão sobre o Orientador Educacional na contemporaneidade, pois para que exista um serviço de orientação educacional de qualidade nas escolas brasileiras, precisaremos de profissionais que busquem conhecer as necessidades, características, subjetividades e modos de vida dos sujeitos que compõe a escola e a comunidade, como um todo. O autor! 8 Sobre o autor Osmar Hélio Alves Araújo, doutorando em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mestre em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC); graduando em Pedagogia; graduado em Letras; especialista em Supervisão e Orientação Educacional pela Universidade Cidade de São Paulo (UNICID). Atualmente integra os Grupos de Pesquisas do CNPq: Formação Docente, História e Política Educacional da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Educação, Trabalho e Formação de Professores (GEPET) na Universidade Regional do Cariri (URCA). Está vinculado à Universidade Regional do Cariri (URCA) como professor temporário. É membro da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (ANPAE) e da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE). Pesquisa e escreve sobre os seguintes temas: Didática e Pedagogia, trabalho docente e práticas pedagógicas, formação de professores, organização e gestão da escola. 9 Ambientação à Disciplina Diante das mudanças ocorridas no contexto contemporâneo e considerando os avanços tecnológicos, sublinharemos que o trabalho do Orientador Educacional não pode mais ser o mesmo. Logo, ele não tem como ignorá-las, ficar alheio às essas mudanças, posto que até a própria escola venha paulatinamente adaptando-se e transformando-se a fim de oferecer uma educação de modo articulada às necessidades dos sujeitos ditos contemporâneos. De acordo com Sibília (2012, p. 47) adverte que hoje "são outros os corpos e as subjetividades que se tornaram necessários”. Considerando o exposto, enfatizamos, ainda, que a sociedade no contexto atual vem exigindo uma educação coerente aos novos sujeitos, subjetividades, comportamentos e crenças, logo a educação exige dos seus profissionais, entre eles o Orientador Educacional novos olhares e reflexões, pois a educação, como preconizou Paulo Freire, assume importante papel na transformação da sociedade. Entretanto, em uma mesma perspectiva, é visível nos dias hodiernos discursos sobre a necessidade de uma educação pública de qualidade, em face disso emerge a necessidade de um olhar crítico-reflexivo acerca do Orientador Educacional e sua atuação no contexto escolar vigente, pois são visíveis as interferências das mudanças e avanços das ciências em todas as camadas da sociedade e, por consequência, na escola. Isso fortalece a necessidade de se trazer para o debate as mudanças que atualmente tem implicações na vida das pessoas e, especialmente, dos estudantes e como o Orientador Educacional deve atuar diante deste contexto. Por fim, esperamos que os temas tratados aqui venham fortalecer a sua formação e atual/futura atuação como profissional da educação, assim como fomentem a construção de uma imagem positiva do trabalho desenvolvido pelo Orientador. Educacional nas instituições escolares, a qual, quando consciente das atribuições do seu trabalho, não se limita somente ao 10 desenvolvimento escolar dos discentes, mas busca ajudá-los em seu desenvolvimento como um todo. 11 Trocando ideias com os autores Agora é o momento de você trocar ideias com os autores. Propomos que leia a obra “Orientação Educacional e suas ações no contexto atual da Escola” da professora Mary Rangel. A obra, com foco notadamente na Orientação Educacional e suas ações no contexto atual da Escola, busca, sobretudo, oportunizar uma discussão que serve como subsídio aos Orientadores/as e Professores/as que estão nos dias hodiernos exercendo a docência e lidando com desafios, como: diversidade de situações e problemas que carecem de um “novo” fazer pedagógico. Logo, a obra em pauta aborda temas que abrangem/discutem questões contemporâneas que estão a exigir dos/as Orientadores/as Educacionais atenção, práticas mediadoras/dialógicas. RANGEL, Mary. “Orientação Educacional e suas ações no contexto atual da Escola”. Editora: VOZES, 2015. 12 Propomos também a leitura da obra “Orientação e Supervisão Educacional - Reflexões Sobre o Fazer Pedagógico” da professora Jaqueline Luzia da Silva. A obra é fruto da experiência da autora nas aulas do Curso de Pós-Graduação em Orientação e Supervisão Educacional do Centro Universitário Abeu (Uniabeu) e, sobretudo, a partir dos seminários de apresentação de trabalhos de conclusão, que traziam à tona saberes, experiências dos/as alunos/as, professoras e das pesquisadoras acerca da orientação educacional. SILVA, Jaqueline Luiza da. Orientação e Supervisão Educacional - Reflexões Sobre o Fazer Pedagógico. Editora: Walk, 2014. Guia de Estudo: Após a leitura das obras,escolha uma e faça a resenha, logo em seguida disponibilize na sala virtual para socializar com seus colegas. 13 Problematizando Troca de experiências: aprendendo com Estudo de caso Neste tópico, visando aguçar o senso crítico em relação à atuação do Orientador Educacional no contexto das escolas brasileiras, bem como a diversidade de funções que o mesmo exerce, o que faz, muitas vezes, descaracterizar a necessária dimensão do seu fazer profissional, assim como faz emergir dilemas e descompassos entre os diferentes profissionais que compõem a equipe de gestão escolar, discutiremos a partir de um estudo de caso a temática: “Orientador Educacional enquanto o mediador da escola”. Esperamos levá-lo aprender algo novo, aprofundar e refletir sobre o Orientador Educacional no espaço das escolas brasileiras. Relato da professora Em uma turma de 6º ano há um aluno chamado Amônio que tem um humor que oscila entre alegria, irritabilidade, agressividade e teimosia. Além do mais, provoca os colegas com críticas e atitudes inadequadas. Em relação as suas tarefas escolares, nem sempre as realiza, pois sempre usa o tempo pedagógico das atividades para percorrer a sala com um comportamento que incomoda os colegas. E às vezes que realiza, não observa os comandos da professora e comete erros. Nos momentos de jogos e brincadeiras pedagógicas, quer sempre impor-se e assumir posição de comando, em relação à turma, pela força ou pelo grito. Assim, é claro que ele se dispersa nas atividades da aula e atrapalha os colegas. Em alguns momentos em que a professora exige determinadas atividades a todos, o mesmo nega-se a fazer e diz que não sabe. Somente quando é atendido individualmente, com muita paciência e dinamicidade reage positivamente, ou seja, a professora precisa demonstrar que está interessada em ajudá-lo e acompanhá-lo, daí seu humor passa de irritado para o aceito e acolhido por ela. Entretanto, na maioria das vezes, esquece as letras do 14 alfabeto, os números e algumas palavras que já consegue escrever. Por outro lado, demonstra interesse e habilidade com matemática, por cálculos, porém, às vezes desiste de participar dos jogos que envolvem matemática e figuras geométricas quando não consegue ou não é auxiliado individualmente pela professora. Logo, acaba se frustrando e tornando-se agressivo. No tocante às tarefas de casa, na maioria das vezes, deixa de realizá-las ou faz parte das questões propostas. Assim como se percebe que a escola não é prioridade, pois, além de todo o que já foi exposto em relação a esse aluno, o mesmo sempre sai da escola antes do término das atividades escolares. No que concerne à aprendizagem da Língua Portuguesa, está no nível silábico- alfabético. Daí que na leitura já reconhece algumas palavras trabalhadas e seu nome por completo. Um fato que chama a atenção é o seu comportamento perpassado de forte interesse, entusiasmo e participação ativa nas aulas de Educação Física, dança e teatro. Entretanto, o professor de Educação Física relata que o mesmo não atende, na maioria das vezes, os comandos para os exercícios e, como se não bastasse, se irrita, provoca situações estressantes envolvendo os colegas, pois diz não ter à atenção do professor. Guia de Estudo: Após a leitura do caso responda as questões: Quem é o aluno? Contexto sociocultural? História de vida? Cenário educacional? Como se articulam os processos: ENSINAR/ APRENDER no decorrer da atividade? A partir da sua compreensão, como o Orientador Educacional poderá atuar visando contribuir com os professores para a reconstrução dos processos de ensino e aprendizagem? E também poderá contribuir com os professores para uma atuação docente que atenda as especificidades dos alunos? A prática do professor evidenciada no estudo de caso em questão possibilita e contribui para a reelaboração da prática social e transformação do aluno ou para a progressão do aluno para um nível escolar mais avançado? Se não, como o Orientador educacional poderá contribuir neste contexto? Em que o estudo feito interferiu em suas concepções acerca da necessidade dos serviços de Orientação Educacional no contexto educacional brasileiro? 15 Algumas definições clássicas sobre quem é o Orientador Educacional 1 CONHECIMENTOS Compreender a atuação do Orientador Educacional a partir de algumas definições clássicas sobre quem é o Orientador Educacional. HABILIDADES Identificar e discutir as diversas concepções e definições acerca do Orientador Educacional no Brasil e como isso interferiu e interfere na sua identidade. ATITUDES Posicionar-se criticamente em relação à atuação do Orientador Educacional ao longo da história no contexto educacional brasileiro. 16 17 Introdução Saiba que esta unidade de estudo tem como propósito auxiliá-lo na compreensão sobre quem é o Orientador Educacional, pois para aprender a ser um Orientador Educacional, faz-se necessário conhecimentos específicos e diferenciados sobre quem é este profissional que assume esta função no contexto escolar. Assim, espero que você tenha um excelente estudo e um bom aproveitamento desta importante unidade. Logo, para uma melhor aprendizagem, recomendo que você retome todo o conteúdo desta unidade e reveja suas anotações sempre que for necessário. Como nas disciplinas anteriores, a leitura acurada do texto teórico, a prática de assistir aos vídeos sugeridos e o desenvolvimento das atividades são práticas elementares para o bom desempenho na disciplina, pois para que você compreenda, de maneira crítica e reflexiva, as discussões teóricas aqui apresentadas, todo o material oferecido na disciplina auxilia na compreensão dos conceitos explorados, assim como na construção de novos conhecimentos. Durante a leitura, aproveite para registrar os aspectos que achar mais importantes e as dúvidas que surgirem. A princípio, é oportuno uma breve reflexão: Quem é o Orientador Educacional? Ficou curioso? Então mãos à obra, vamos ler, estudar e compreender quem é esse profissional no contexto educacional brasileiro. Quem é o Orientador Educacional? Gostaria de iniciar refletindo com vocês sobre o Orientador Educacional a partir das contribuições de Giacaglia e Penteado (2010), pois segundo as autoras, considerando às exigências da profissão e o grau de exposição que se impõe a esse profissional, faz-se necessário que o mesmo seja detentor de uma apurada formação técnica, assim como certas características pessoais. Logo, é necessário que goste de tratar e conviver diretamente com todos os 18 tipos de pessoas e, notadamente, com estudantes de diferentes idades. Entretanto, resumidamente, Grinspun (2006) diz que houve uma fase aclamada de Romântica em que se acreditava que o Orientador Educacional resolvia todos os problemas dos estudantes e de quem estava envolvido direta e indiretamente com o processo educativo. Assim, como houve outra fase chamada de Objetiva, na qual esse profissional seria uma espécie de prestação de serviços que abarcava várias ordens, a qual não permitiria que os estudantes tivessem problemas (GRINSPUN, 2006). As contribuições das autoras acima nos ajudam a compreender o trabalho executado pelo Orientador Educacional no contexto escolar. Logo, faz- se necessário reportarmo-nos as indagações que abrem estaseção acerca desse profissional, entretanto, cônscios que as definições são múltiplas e diversas, pois são inúmeros os autores que se empenham ao seu estudo, GIACAGLIA; PENTEADO (2010), GIACAGLIA (2002, 2003, 2010), GRISPUN (2001, 2011), BALESTRO (2004/2005). Entretanto, a priori, as contribuições de Giacaglia e Penteado (2010) são favoráveis aos questionamentos presentes neste corpo teórico. Vamos conferir? De acordo com Grinspun (2011), o Orientador Educacional é um dos profissionais que integra a equipe da gestão escolar. O referido profissional, segundo o mesmo autor, é o principal responsável em acompanhar o desenvolvimento pessoal do discente, ou seja, possibilitar ao estudante o apoio necessário para a sua necessária formação, o que exige do mesmo um trabalho que envolva, entre outras temáticas, valores morais, éticos, entre outros. Grinspun (2011) explica ainda que o Orientador Educacional, a partir de um trabalho articulado com os professores, contribui para o processo de aprendizagem dos discentes ao auxiliar os professores na compreensão das atitudes, posturas dos mesmos, ele é diferente do professor que centra seu trabalho pedagógico, na maioria das vezes, nos conteúdos escolares, desenvolve um trabalho coadunado aos conteúdos atitudinais, abarcando, 19 entre outros elementos, a construção de valores, relações e comportamentos sociais. Giacaglia e Penteado (2010) concordando com Grinspun (2011) sinalizam que o Orientador Educacional desenvolve um trabalho diretamente ligado aos discentes, de modo a auxiliá-los em suas necessidades escolares, ou seja, seu trabalho está notadamente articulado a contribuir para que os estudantes avancem no processo de aprendizagem, de modo a responder as expectativas da escola, da família e da sociedade em relação a sua formação escolar. Considerando o exposto, podemos compreender que Orientador Educacional é o sujeito integrante da equipe da gestão escolar que lida diretamente com os estudantes, de modo coadunado ao trabalho dos professores, auxiliando e promovendo os meios para que os mesmos avancem em seus desenvolvimentos pessoais. Logo, os comportamentos dos discentes, em relação à escola, à família e à sociedade são peças-chaves no trabalho desse profissional, para que consiga orientá-los, ouvi-los e manter um efetivo diálogo com a escola, família e sociedade, de modo geral. Placco (1994) ressalta que a atuação do Orientador Educacional tem estreita relação com o significado de ser professor, pois, segundo a autora: [...] um dos educadores da escola deverá participar de uma ação educacional coletiva, assessorando o corpo docente no desencadeamento de um processo em que a sincronicidade é desvelada, torna-se consciente, autônoma e direcionada para um compromisso com uma ação pedagógica competente e significativa para os objetivos propostos no projeto pedagógico da escola (PLACCO, 1994, p. 30). É oportuno, ainda, acoplar as contribuições de Garcia (1994) ao pensamento de Placco (1994), pois segundo o referido autor a Orientação Educacional, assim como a Supervisão Educacional, é, por sua vez, uma ação educadora, posto que a intencionalidade das suas ações está diretamente ligada ao processo educativo. Entretanto, precisamos compreender que a 20 atuação do Orientador Educacional difere da atuação dos professores em vários aspectos, como: o trabalho de sala de aula do professor está voltado essencialmente para o processo de ensino que pauta-se, na maioria das vezes, em uma das áreas do conhecimento, a saber: Geografia, Matemática; Ciências, Português, entre outras. Já o Orientador Educacional, por sua vez, não desenvolve seu trabalho a partir de um currículo específico, posto que seu foco é o desenvolvimento dos estudantes como um todo. O trabalho desse profissional abarca principalmente valores, comportamentos, sentimentos, as experiências pessoas e profissionais dos discentes de modo a analisá-las e levá-las a compreendê-las em uma perspectiva crítica e transformadora. Em uma mesma linha de raciocínio, sublinhamos que o Orientador Educacional deve atuar em uma perspectiva pedagógica buscando ser o mediador entre os aspectos importantes envolvidos nos processos educativos, como: os comportamentos, valores, crenças, atitudes e necessidades dos discentes e o trabalho pedagógico dos professores. No rastro do exposto, assinalamos aqui que é por meio do trabalho do referido profissional que os estudantes receberão auxílio no que concerne às escolhas, relacionamentos interpessoais, emoções, sentimentos, entre outros. Logo, como assinalam Giacaglia e Penteado (2010): Pode-se definir ou caracterizar o Or. E. como um profissional técnico, da área de educação, que exerce uma profissão de apoio a pessoas e, portando, de natureza assistencial. [...]. O Or. E. tem seu trabalho voltado principalmente para o bem- estar e a felicidade dos alunos matriculados na escola onde desempenha suas funções. Ele se interessa pelo aluno como um todo, não apenas como um ser que deva ser adequadamente ensinado e que deva aprender (GIACAGLIA; PENTEADO, 2010, p. 60). Em uma mesma perspectiva, cabe compreendermos que o Orientador Educacional deve atuar também como o mediador na relação do estudante com o contexto social, discutindo e possibilitando aos mesmos compreenderem, a partir de uma ótica crítica-reflexiva, os dilemas e 21 descompassos que permeiam o espaço social em suas diferentes nuances: econômico, político, cultural, entre outros. Por fim, para fechar esta primeira unidade de estudo, não pode deixar de enfatizar que o Orientador Educacional é integrante da equipe de gestão escolar/pedagógica constituída pelo gestor escolar, coordenador pedagógico e pelo próprio orientador educacional como apresentado no início deste material didático-pedagógico, os quais, em sinergia, desenvolvem um trabalho coletivo de ações e atividades pedagógicas necessárias para a concretização das finalidades do processo educativo. Sublinhamos que não somente a execução destas atividades, mas também o acompanhamento e a avaliação das mesmas devem ser compartilhados com a população docente, às famílias e a comunidade escolar, como um todo. Enfim, é necessário que compreendamos que o Orientador Educacional não deve existir na escola visando resolver todos os problemas e dificuldades que perpassam, ou até obstaculizam, o processo de aprendizagem dos estudantes. Pois, se ao longo da história, houve “Uma fase Romântica em que se achava que a Orientação resolvia todos os problemas dos alunos e de quem estava envolvido direta e indiretamente com ele”, como bem explicou Grinspun (2006, p. 111). Atualmente, ainda segundo Grinspun (2006), podemos entender que esse profissional vive uma fase crítica que busca compreender quem é o estudante, seu contexto histórico, social e cultural, entre outros. Logo, o trabalho dele deve auxiliar o estudante de modo a ajudá- lo a se descobrir enquanto sujeito histórico, indivíduo em formação, assim como enquanto cidadão com direitos e deveres específicos na sociedade. Guia de Estudo: Para concluirmos os estudos da nossa Unidade I, convido você a rever o percurso histórico e a função do Orientador Educacional assistindo ao vídeo “Histórico sobre o Orientador Educacional” com Roberta Guedes. 22 23 Algumas definições clássicas sobre o que faz o Orientador Educacional 2 CONHECIMENTOS Compreender as atribuições do orientador educacional e algumasdefinições clássicas sobre o que faz o Orientador Educacional. HABILIDADES Analisar e identificar as principais atribuições do Orientador Educacional. ATITUDES Desenvolver e pensar estratégias, ações que se articulem com o fazer profissional/pedagógico do Orientador Educacional no contexto escolar. 24 25 Introdução Nesta unidade de estudo da disciplina Orientação Educacional, vamos aprofundar nossos conhecimentos acerca do papel e atribuições do Orientador Educacional no contexto escolar. Nosso objetivo é que você execute as atividades com autonomia a partir da leitura dos textos disponibilizados na unidade de estudo em pauta, na participação no fórum de discussão. Lembre-se de que o seu desempenho depende de uma rotina de estudo organizado e, principalmente, da sua responsabilidade! Então, vamos começar? O que faz o orientador educacional? Introduzimos brevemente esta unidade apoiando-nos nas contribuições de Grinspun (2006) ao explicitar que a Orientação Educacional deverá atender os estudantes que, por sua vez, necessitam de orientação pessoal, entretanto, não somente no âmbito da vida escolar, mas na vida particular, de modo a auxiliá-lo em contextos de problemas, dúvidas, inseguranças, medos e incertezas, entre outros. A autora enfatiza, ainda, que atividade terapêutica volta-se essencialmente para os estudantes com dificuldades de estudo ou de comportamento, os quais precisam, na maioria das vezes, de uma assistência assídua e especializada. Sobre as atividades de recuperação, a autora explica que estão voltadas para os estudantes que apresentam um déficit de aprendizagem, o qual precisa de intervenção e recuperação. Logo, esta atividade deve ser desenvolvida de modo coletivo com a Supervisão Escolar, posto que a recuperação não vise somente levar o estudante a alcançar certas notas, mas, também, a pesquisar e identificar as causas que os levaram a este comportamento de desinteresse, conflito, desajuste e funcionamento fragilizado da escola, dentre outros. 26 Considerando as contribuições de Grinspun (2006), sublinhamos, a priori, que é de extrema importância que o Orientador Educacional tenha plena consciência das suas atribuições no contexto escolar, pois essa compreensão o possibilitará atuar com segurança, assim como investir no seu processo de formação contínua. Assim, o convidamos a discutir o papel desse profissional. Vamos lá? Deste modo, é oportuno, neste início da discussão, abordarmos as atribuições do Orientador Educacional pautando-se nos ditames constitucionais que regulamentam a profissão, delimitando, portanto, suas incumbências no espaço escolar. Assim, conheceremos abaixo a Lei nº 5.564, de 21/12/1968, regulamentada pelo decreto nº 72. 846, de 26/09/1973, mais especificamente os artigos 8º e 9º, dada a sua importância para a discussão acerca do papel do Orientador Educacional. Art. 8º São atribuições privativas do Orientador Educacional: a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em nível de: 1 - Escola; 2 - Comunidade. b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas. c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global. d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando. e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à orientação vocacional. f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do educando. 27 g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial. h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar. i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica do ensino. j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional. l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional. Art. 9º Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições: a) Participar no processo de identificação das características básicas da comunidade; b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar; c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola; d) Participar na composição caracterização e acompanhamento de turmas e grupos; e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos; f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos estagiários; g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade; h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional. Precisamos compreender, sobretudo, que as atribuições do Orientador Educacional devem centrar-se, sobretudo, na orientação e acompanhamento do estudante no que concerne ao seu processo escolar. Logo, faz-se necessário o Orientador Educacional contribuir com os discentes no direcionamento que deve dar a sua formação escolar, cidadã, ajudando-o, sempre que for possível, a descobrir suas habilidades, competências, preferências, motivações, predileções e colaborando, acima de tudo, para que os mesmos se descubram profissionalmente. Logo, como explicam Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008): [...] o papel do orientador educacional deve ser o de mediador entre o aluno, as situações de caráter didático-pedagógico e as 28 situações socioculturais. Além disso, a razão de ser da escola e da própria educação é o aluno, centro dos estudos da orientação educacional (PASCOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008, p. 108). Faz-se oportuno acoplarmos as contribuições de Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008) o pensamento de Grinspun (2002). Segundo a referida autora: O principal papel da Orientação será ajudar o aluno na formação de uma cidadania crítica, e a escola, na organização e realização de seu projeto pedagógico. Isso significa ajudar nosso aluno ‘por inteiro’: com utopias, desejos e paixões. [...] a Orientação trabalha na escola em favor da cidadania, não criando um serviço de orientação para atender aos excluídos (...), mas para entendê-lo, através das relações que ocorrem (...) na instituição Escola. (GRINSPUN, 2002, p. 29) Visando endossar as contribuições dos autores, convém ressaltarmos que a atuação do Orientador Educacional deve favorecer a aproximação da escola com a comunidade na qual está inserida, abarcando, portanto, os diversos grupos, organizações e segmentos da sociedade, como: associações, clubes, igrejas, etc., pois compreendemos a partir da literatura especializada que a atuação desse profissional não se limita ao espaço escolar, mas se estende ao contexto que circunda a escola e, por consequência, a vida social dos estudantes. Dantas (2011) articula-se com essa linha de reflexão aqui apresentada enfatizando a necessidade de o Orientador Educacional manter-se atento ao desenvolvimento do estudante de modo a identificar e perceber suas peculiaridades e necessidades. A mesma autora ressalta que esse olhar atento exige que o Orientador Educacional acompanhe os estudantes não somente no contexto da sala da aula, mas também nos intervalos e atividades desenvolvidas em outros contextosda instituição escolar, como: biblioteca, sala de informática, quadra, entre outros. Logo, emerge como vital uma estreita relação entre o Orientador Educacional, os professores e as famílias dos estudantes de modo a construírem um trabalho coletivo visando o bem-estar e 29 o desenvolvimento, como um todo, dos discentes. Assim, convém frisarmos a relevância do trabalho desse profissional como sujeito corresponsável pelo desenvolvimento e aprendizagem dos discentes. Em relação à integração do trabalho do Orientador Educacional e as famílias, Pascoal, Honorato e Albuquerque (2008) lembram que: O papel do orientador com relação à família não é apontar desajustes ou procurar os pais apenas para tecer longas reclamações sobre o comportamento do filho e, sim, procurar caminhos, junto com a família, para que o espaço escolar seja favorável ao aluno. Não cabe ao orientador a tarefa de diagnosticar problemas e/ou dificuldades emocionais ou psicológicas e, sim, que volte seu trabalho para os aspectos saudáveis dos alunos (PASCOAL; HONORATO; ALBUQUERQUE, 2008, p. 111). Em um tom de finalização e com apoio nas contribuições de Grinspun (2006), assim como nas de Pascoal; Honorato e Albuquerque (2008) enfatizaram que o Orientador Educacional deve atuar de modo a ajudar os estudantes a superarem seus conflitos e limites no que concerne ao processo de aprendizagem, bem como no tocante aos relacionamentos interpessoais. Logo, faz-se necessário que ele organize, planeje ações de forma a envolvê- los, bem como seus familiares. Assim, reuniões, atendimentos individuais, discussões, reflexões, serão bem-vindos para que o mesmo estabeleça uma convivência com os estudantes e seus familiares e, por consequência, ajude-os em situações problemas, dúvidas, medos, inseguranças e incertezas. Guia de Estudo: Para melhor compreensão do assunto e visando fixar o que estudamos na Unidade II, leia o texto “O papel do orientador educacional”, segundo as contribuições da professora doutora Mírian Paura S. Zippin Grinspun. O orientador educacional tem muitas atribuições. 30 31 O trabalho do Orientador Educacional enquanto sujeito da equipe da gestão escolar 3 CONHECIMENTOS Compreender o trabalho do orientador Educacional enquanto sujeito da equipe da gestão escolar. . HABILIDADES Comparar e confrontar as principais atribuições do orientador educacional com as ações pedagógicas dos demais sujeitos da equipe da gestão escolar. ATITUDES Posicionar-se criticamente em face da necessidade de um trabalho coletivo no cotidiano escolar mediado pela equipe da gestão escolar. 32 33 Introdução É com satisfação que apresentamos a vocês esta unidade de estudo, pois discutiremos o trabalho do Orientador Educacional enquanto sujeito da equipe de gestão escolar. Logo, sublinharemos que a referida equipe deve desenvolver seu trabalho em uma perspectiva de trabalho coletivo no cotidiano escolar. É oportuno enfatizarmos que estamos nos aproximando do encerramento da disciplina e, aproveitando o ensejo, gostaríamos de agradecê- los pela parceria. Esperamos ter agregado aos processos de ensino e aprendizagem de cada um, pois a ação dialógica que desenvolvemos, certamente, contribuiu para a nossa práxis. Realizar a leitura cuidadosa do texto, assistir aos vídeos, visitar os sites e os materiais complementares indicados é essencial para o acompanhamento e compreensão da linha de raciocínio desenvolvida nesta disciplina. Assim como suas experiências pessoais e profissionais, também são elementos fundamentais para que desenvolva uma reflexão crítica a partir do que trataremos nesta unidade de estudo. Construindo o Debate O trabalho só é coletivo quando, além de possibilitar a participação da coletividade na elaboração e na formulação de propostas, assim como na sua execução, propicia também a possibilidade de participação na tomada de decisão. É uma forma de trabalho que busca a democratização das relações no interior da escola, numa perspectiva contra-hegemônica de luta que não se submete aos ditames do capital neoliberal (RUIZ, 2008, p. 225). 34 Equipe da gestão escolar Muito se fala na equipe da gestão escolar, mas como essa equipe, incluindo o Orientador Educacional, realiza na prática seu trabalho de modo integrado? Será que estão preparados para assumir e desenvolver um trabalho pautado em uma ótica de coletividade no cotidiano escolar? Essas indagações são necessárias quando se discute o trabalho do Orientador Educacional enquanto sujeito integrante da equipe da gestão escolar. Nesta perspectiva, precisamos compreender que esse profissional, assim como o coordenador pedagógico assume papel importante no processo de formação do estudante. Logo, por consequência, precisa ser possuidores de uma formação que os possibilitem desenvolver qualitativamente sua função. Sobre o coordenador pedagógico, com arrimos nas contribuições de Franco, precisamos compreender que seu trabalho é uma das dimensões do trabalho do pedagogo, neste caso, na esfera escolar. Nesta perspectiva, Franco (2011, p. 108) definiu que “[...] o pedagogo que atua na escola, em funções não docentes, eu o denomino de pedagogo escolar e considero que há uma especificidade própria em seu fazer profissional [...]”. No tocante a uma formação que os possibilitem desenvolver qualitativamente sua função, Orientador Educacional e coordenadores pedagógicos, de acordo com a legislação atual, faz-se necessário que os Gestor Escolar Coordenador pedagógico Orientador educacional 35 mesmos sejam detentores de graduação em curso de Licenciatura Plena, pois, os referidos profissionais desempenham funções específicas na Educação Básica. Nesta discussão, a Educação Básica, enquanto um dos níveis de abrangência da educação escolar no Brasil é composto pela Educação Infantil (primeira etapa), Ensino Fundamental (etapa gratuita e obrigatória) e Ensino Médio (etapa final, gratuita, mas com oferta progressiva) (LDB - Art. 21 a 28). E cabe-lhe desenvolver formação humana que assegure aos educandos conhecimentos que propiciem o exercício da cidadania e forneça-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (Art. 22). Os fins de cada uma dessas etapas, alinhados a esse macro objetivo, estão detalhados em seções e artigos específicos da mesma Lei (Art. 29 a 36). No que segue, visando levá-lo a compreender o trabalho do Orientador Educacional, enquanto sujeito integrante da equipe da gestão escolar ressalta- se que a referida equipe deve pautar-se em uma perspectiva de gestão democrática e, portanto, participativa, conforme assegura a Constituição Federal de 1988 e em 1996 a atual LDBEN. Rodrigues (1985) endossa essa ideia assinalando que [...] é necessário eliminar os processos burocratizantes que entravam os processos pedagógicos, e acabar com as diversas formas de imposição ditatorial expressas através de decisões emanadas de cima para baixo, quanto a conteúdos, métodos ou ordens administrativas. [...] Que a escola não seja um lugar onde se reproduzam as injustiças e as estruturas ditatoriais do mandonismo. Devemos permitir que ela sejaatravessada pelo desejo de participação de toda a sociedade [...] (RODRIGUES, 1985, p. 34). Em uma mesma linha de raciocínio, queremos acentuar que o trabalho do Orientador Educacional, em uma perspectiva de gestão democrática, pressupõe a participação da família, comunidade, bem como autonomia e um 36 trabalho articulado ao coordenador pedagógico, ao gestor escolar, entre outros. Logo, não é demais reiterar que no cotidiano da escola, o Orientador Educacional, o coordenador pedagógico e o gestor escolar, em parceria com os professores, estudantes e familiares, bem como a comunidade escolar em geral, devem consolidar um trabalho que pauta-se no exercício da democracia e da participação. Como desdobramento, estarão formando estudantes que assumirão essa mesma postura em relação às questões político-sociais do País, ou seja, o Orientador Educacional, em parceria com o coordenador pedagógico e o gestor escolar, estará cumprindo seu papal de intervir na formação dos discentes. Precisamos compreender que o papel desse profissional. , assim como do coordenador pedagógico e do gestor escolar precisam se reconfigurar para atender aos sujeitos contemporâneos, bem como as novas demandas exigidas pela concepção de trabalho que se desenvolve em uma perspectiva democrática. No entanto, o Orientador Educacional, o coordenador pedagógico e o gestor escolar precisam desenvolver um trabalho coletivo que abarque desde o planejamento das ações, até a execução das atividades necessárias para cumprirem a missão social da escola, os objetivos e as finalidades definidas no Projeto Político Pedagógico (PPP) e, sobretudo, a aprendizagem dos estudantes. Sem esquecer, entretanto, que o desenvolvimento desse trabalho deve ser compartilhado, como já sublinhado, com os professores, as famílias dos discentes e com toda a comunidade escolar, de modo geral. Sustentamos, ainda, que enquanto o coordenador pedagógico lida diretamente com os professores, auxiliando-os no planejamento, execução e avaliação dos processos de ensino e aprendizagem, bem como contribuindo com momentos formativos para os professores, com sugestões, debates, entre outras ações, o orientador Educacional, por sua vez, trabalha diretamente com os estudantes e suas famílias. Ele trabalha analisando as dificuldades de relacionamento dos estudantes, sugere, planeja e promove ações que os possibilitem superarem as dificuldades detectadas. Convém acrescentarmos 37 que o trabalho do Orientador Educacional, sempre que necessário, se articula ao conselho tutelar. Considerando o exposto, fica em evidência que o Orientador Educacional tem o papel importante de acompanhar os processos de ensino e aprendizagem dos estudantes, zelando pela aprendizagem dos mesmos e colaborando, como já enfatizado, com o coordenador pedagógico, o gestor escolar e os professores para o alcance dos objetivos propostos para cada nível que compõem a Educação Básica. Diante de tantos desafios, é importante destacarmos, nesse momento, que o Orientador Educacional, assim como o coordenador pedagógico e o gestor escolar, deve construir seu plano de ação, também intitulado de plano de trabalho pedagógico, pois constitui-se como importante documento. O referido plano de ação, de um modo geral, deve ser elaborado de modo coletivo, pois todos, gestores, professores, estudantes e familiares, bem como a comunidade escolar, de modo geral, devem ter participação ativa na elaboração, execução e acompanhamento do mesmo. É importante destacar que o plano de ação desse profissional deve apresentar articulação com o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, o regimento escolar e a proposta pedagógica ou curricular. O trabalho do Orientador Educacional deve está articulado com os principais documentos que norteiam o processo educativo no contexto escolar e, por sua vez, deve complementá-los. Esse plano de ação de um modo geral deve conter apresentação, justificativa, objetivos (gerais e específicos), ações previstas, prazo para execução (cronograma), avaliação e acompanhamento e referências. Em uma mesma perspectiva, compreendemos que o trabalho da equipe de gestão escolar tem implicações diretas nas práticas pedagógicas dos professores, ou seja, o trabalho do Orientador Educacional, assim como do 38 coordenador pedagógico e gestor escolar é de fundamental importância para o trabalho docente, pois como assinala Vasconcellos (2007): O movimento da democratização e qualificação da educação é um amplo e complexo processo, que tem como meta a mudança da prática em sala de aula e na escola. Neste, a equipe diretiva (direção, supervisão, coordenação pedagógica, orientação educacional) tem um importante papel, dada sua influência na criação de um clima organizacional favorável (VASCONCELLOS, 2007, p. 51). É de se destacar, ainda, considerando as contribuições de Vasconcellos (2007), que o Orientador Educacional, bem como os demais membros da equipe de gestão escolar, deve apresentar, ainda, entre as diversas competências necessárias para o desempenho da sua função, liderança e motivação para envolver os estudantes e suas familiares, de modo a desenvolver um trabalho que seja perpassado de participação e democracia, o qual fará emergir um clima saudável de confiança entre todos, no caso o Orientador Educacional, estudantes e, por consequência, as famílias. Em linhas conclusivas, reiteramos que o Orientador Educacional é um profissional indispensável para a concretização de um processo educativo que, de fato, proporciona o desenvolvimento dos estudantes, os quais necessitam de ações de apoio, acompanhamento e orientação no que concerne ao processo escolar e profissional. Por fim, as contribuições de Grinspun (2002), são oportunas para fechar nosso debate. Segundo a autora, o orientador educacional deve atuar: Junto aos alunos: o seu desenvolvimento pessoal, visando à participação dele na realidade social. Junto aos professores: a colaboração e participação na construção do projeto político pedagógico da escola, contribuindo para a discussão sobre as questões técnico-pedagógicas da escola. Junto à direção: participando junto tanto nas decisões tomadas pela direção como a obtenção de dados inerentes aos aspectos administrativos. O Orientador deve participar de toda a prática 39 que organiza a escola. Junto aos pais: fazer com que eles participem da escola do projeto da escola de diferentes formas, desde o planejamento do projeto pedagógico até as decisões que a escola deve tomar (GRINSPUN, 2002, p. 107-109). E, ainda, segundo a mesma autora: “[...] A Orientação deve trabalhar com um planejamento participativo, sempre voltado para uma concepção crítica. Um diálogo entre as comunidades das disciplinas teóricas e das disciplinas práticas permitirá a busca dessa concepção crítica” (GRINSPUN, 2002, p. 109). Ou seja, a autora sinaliza que para o orientador educacional obter sucesso é preciso desenvolver um trabalho articulado às ações dos professores, coordenador pedagógico e gestor escolar, entre outros sujeitos que compõem o contexto escolar. Guia de Estudo: Para saber mais convido você a refletir sobre o tema: “O papel do orientador educacional na promoção do relacionamento interpessoal entre alunos e professores contribuindo no processo ensino aprendizagem”. 40 Explicando melhor com a pesquisa Prezado estudante, para você compreender sobre o processo histórico da Orientação Educacionalem nosso país, leia na íntegra o Artigo intitulado: “Conhecendo a história da Orientação Educacional” de Priscila Maria Romero Barbosa, pois ela enfatiza, entre outros assuntos, o início do processo de Orientação Profissional/educacional no contexto das escolas brasileiras; a implantação da Orientação Educacional no Brasil; os países que influenciaram os avanços e entidades que contribuíram para a implantação da Orientação Educacional nas escolas brasileiras e os ditames constitucionais Para uma melhor compreensão acerca dos assuntos discutidos nesta disciplina, sugerimos a leitura da seguinte pesquisa: “O Papel do Orientador Educacional na Escola” de Hausblene Carvalho. O artigo em pauta apresenta uma interessante discussão sobre o papel do Orientador Educacional dentro da escola; as principais atividades desta função, como: atividade existencial, terapêutica e de recuperação. Aborda, ainda, ética profissional, assim como reitera, por fim, o papel do Orientador Educacional. . Propomos também o artigo “A contribuição do Orientador Educacional na política da educação – um estudo na rede municipal de ensino de Pelotas – RS” da professora Margarete Hirdes Antunes. A professora Margarete Antunes enfatiza a prática profissional dos Orientadores (as) Educacionais – OE nas Escolas da Rede Pública Municipal de Pelotas/RS; assim como sua pesquisa aponta para a “[...] necessidade de investimentos do poder público municipal para o fortalecimento da rede de proteção social às crianças, adolescentes e adultos que buscam a escola, a designação de apenas uma escola para o Orientador Educacional, redução da jornada de trabalho, qualificação profissional permanente, aumento do número de profissionais na rede e sistematização das reuniões com os Orientadores da Rede Municipal”. 41 Guia de Estudo: Após a leitura dos artigos, realize um texto argumentativo sobre a contribuição do Orientador Pedagógico e disponibilize no ambiente virtual para socializar com seus colegas. 42 Leitura Obrigatória Caro estudante, a seguir visando contribuir para a ampliação dos seus conhecimentos, propomos que você leia a obra da professora doutora Mírian Paura S. Zippin Grinspun, “A Orientação Educacional: Conflito de Paradigmas e Alternativas para a Escola”. A obra aborda a Orientação Educacional na sua origem, nos seus aspectos legais, na sua história e nas próprias relações que ela mantém dentro da escola. Os aspectos sociais, políticos, culturais, o advento das novas tecnologias, inserem os indivíduos dentro de um novo cenário em que suas ações, fruto desta nova realidade, precisam ser pensadas, analisadas à luz de uma reflexão sobre esse novo contexto. Não é a Orientação Educacional a responsável pelos problemas dos alunos; todos são responsáveis na escola, mas o Orientador revela/desvela, analisa/reflete, ajuda/colabora na crítica desse processo. GRINSPUN, Míriam P. S. Zippin. A Orientação Educacional: conflito de paradigmas e alternativas para a escola. 5ª Edição. CORTEZ, 2011. 43 Propomos também a leitura da obra: “Orientação Educacional na Prática - Princípios Técnicas Instrumentos” das professoras Wilma Millan Alves Penteado, Lia Renata Angelini Giacaglia. Esta obra foca essencialmente a realidade educacional brasileira, contribuindo, sobretudo, para a formação e um melhor desempenho por parte do Orientador Educacional. PENTEADO, Wilma Millam Alves; GIACAGLIA, Lia Renata Angelini. Orientação Educacional na Prática – princípios técnicas Instrumentos. 6ª Edição, 2010. Guia de Estudo: Após a leitura das obras indicadas, faça um texto abordando o que você encontrou de mais relevante e disponibilize na sala virtual para socializar com seus colegas. 44 Pesquisando na Internet Prezado estudante, com o objetivo didático e a fim de buscar outras visões sobre a Orientação Educacional no contexto escolar brasileiro, nosso alvo nesta disciplina, é convidar você a realizar na Internet investigações a partir dos seguintes assuntos: Os limites e possibilidades da atuação dos Orientadores Educacionais junto às escolas brasileiras; O trabalho desenvolvido pelos Orientadores Educacionais no atual contexto educacional visando o crescimento pessoal e profissional dos estudantes; bem como as políticas de formação, inicial e contínua, dos Orientadores Educacionais. Guia de Estudo: Após suas pesquisas faça um texto abordando os assuntos acima e disponibilize na sala virtual. 45 Vendo com os olhos de ver Prezado estudante, assista à entrevista com a professora Doutora Heloisa Lück sobre as dimensões em gestão escolar e suas competências. Em foco – Eloísa Luck. Assista também aos vídeos com a professora Ana Vital sobre: Orientação Educacional. Orientação Educacional – implementação e importância. Guia de Estudo: Após assistir aos vídeos responda: a) Quais as ideias chaves abordadas nos vídeos? b) Estabeleça uma comparação (semelhanças e diferenças) entre as ideias exploradas no vídeo e as práticas cotidianas de Orientação educacional que você conhece nas escolas brasileiras. 46 Revisando O sucesso da disciplina é determinado também a partir das aprendizagens apreendidas e retomada das ideias apresentadas em cada unidade de estudo, isto é, a retomada das questões que nortearam as reflexões, assim como a apresentação das ideias consumatórias são elementos essenciais para a construção de novas práticas docentes. Na primeira unidade de estudo aprendemos diferentes definições clássicas sobre quem é o Orientador Educacional. Entretanto, trabalhamos com a definição e compreensão que o Orientador Educacional é aquele profissional que deve, entre inúmeras atribuições, acompanhar e zelar pela frequência dos estudantes. Assim como desenvolver um trabalho socioeducativo com foco no estudante e sua família e, como desdobramento, contribuindo para o sucesso do processo educativo, bem como para seu bem-estar social. Na segunda unidade de estudo, tratamos de aprofundar nossos conhecimentos acerca do papel, atribuições do Orientador Educacional no contexto das escolas brasileiras. Fica claro que há ainda divergências em relação às atribuições desse profissional. O que torna seu trabalho, muitas vezes, perpassado por dilemas e descompassos, pois o Orientador Educacional acaba assumindo responsabilidades em relação aos estudantes, que são, na maioria das vezes, dos familiares, dos professores, entre outros. Por fim, na terceira unidade de estudo, enfatizamos que o Orientador Educacional deve desenvolver seu trabalho em uma perspectiva de coletividade, ou seja, de modo articulado ao trabalho dos professores, coordenador pedagógico e gestor escolar, assim como deve construir uma estreita relação com as famílias dos estudantes de modo a envolvê-los no processo escolar e, por consequência, contribuir para a suplantação da repetência e evasão escolar, dificuldades de aprendizagem, entre outros problemas que tem implicações no processo de aprendizagem. 47 Autoavaliação 1) Trabalhando-se no sentido do “ainda não”, do “vir a ser”, e com a certeza de que não existem modelos de orientação educacional perfeitos na educação básica, masvislumbrando mudanças sob a ótica do possível, vale a pena pensarmos: Em que os estudos feitos interferiram em minhas/nossas concepções e práticas acerca da atuação do Orientador Educacional? Como sonhamos concretizar os estudos realizados em torno da atuação do Orientador Educacional? O que foi novo enquanto fundamentação teórica para minha formação? Que marcas de aprendizagem eu destaco desta disciplina? 2) Visando aguçar o seu senso crítico em relação ao Orientador Educacional, preencha a tabela abaixo: Concepção de Orientador Educacional O que faz o orientador educacional? Como faz? O que é necessário fazer? 48 Bibliografia BALESTRO, M. A trajetória e a prática da orientação educacional. Revista Prospectiva, n. 28, 2004/2005. FRANCO, Maria Amélia do Rosário Santoro. Para um currículo de formação de pedagogos: indicativos. In:Pedagogia e pedagogos:caminhos e perspectivas. CORTEZ, 2011. GARCIA, Regina Leite. Especialistas em Educação, os mais novos responsáveis pelo fracasso escolar. In: ALVES, Nilda; Garcia, Regina Leite. (Orgs.). O fazer e o pensar dos supervisores eorientadores educacionais. São Paulo: Edições Loyola, 1994. GIACAGLIA, L. R. A. 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