Buscar

SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL_PÓS_ACESS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUPERVISÃO E 
ORIENTAÇÃO 
EDUCACIONAL 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Material didático acessível com a utilização dos 
softwares 
 
Google Chrome 
 
NVDA 
 
VLIBRAS 
 
https://www.google.com.br/chrome/browser/desktop/
https://sourceforge.net/projects/nvda/?source=typ_redirect
https://chrome.google.com/webstore/detail/vlibras/pgmmmoocgnompmjoogpnkmdohpelkpne?hl=pt-BR
 
4 
 
 
 
 
 
5 
 
Francisca Francirene Tomaz Parente 
Francisca Neide Camelo Martins Rodrigues 
Osmar Hélio Alves Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO 
EDUCACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
Sobral/2017 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Sumário 
 
Apresentação do Professor 
Sobre os autores 
 
UNIDADE I: ENTENDENDO A SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO BRASIL: 
CONCEITOS E FUNÇÕES. 
Introdução a Supervisão Educacional no Brasil: conceitos e funções 
Trajetória histórica da Supervisão Educacional 
Legislação educacional que regula a supervisão escolar 
 
UNIDADE II: PROCESSO DE PROFISSIONALIZAÇÃO DO SUPERVISOR 
EDUCACIONAL 
Introdução ao processo de Profissionalização do supervisor educacional 
Formação e atuação do supervisor educacional no contexto da sociedade 
contemporânea 
Prática pedagógica do supervisor escolar 
 
UNIDADE III: A SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO PROCESSO EDUCATIVO DA 
GESTÃO DEMOCRÁTICA 
Introdução à supervisão educacional no processo educativo da gestão democrática 
Supervisão escolar: compromisso e responsabilidade com a qualidade da educação. 
Princípios e valores da supervisão educacional: agente da educação Escolar 
 
UNIDADE DE ESTUDO IV: ALGUMAS DEFINIÇÕES CLÁSSICAS SOBRE QUEM 
É O ORIENTADOR EDUCACIONAL 
Introdução 
Quem é o Orientador Educacional 
 
UNIDADE DE ESTUDO V: ALGUMAS DEFINIÇÕES CLÁSSICAS SOBRE O QUE 
FAZ O ORIENTADOR EDUCACIONAL 
Introdução 
 
8 
 
O que faz o orientador educacional? 
 
UNIDADE DE ESTUDO VI: O TRABALHO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 
ENQUANTO SUJEITO DA EQUIPE DA GESTÃO ESCOLAR 
Introdução 
Construindo o debate 
 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Apresentação do Professor 
 
Prezado (a) aluno (a) seja bem-vindo aos estudos! 
 
Este material didático pedagógico apresenta conhecimentos teórico e prático 
da disciplina Supervisão e Orientação Educacional. 
 
Desenvolvemos este módulo com o intuito de promover várias fontes de 
pesquisas nos seus estudos, facilitando sua aprendizagem de forma autônoma e 
eficiente, abordando conteúdos que atendam a demanda da formação pedagógica 
com uma linguagem de fácil compreensão para facilitar o desenvolvimento dos 
estudos. 
Lembre-se que estamos juntos, buscando o mesmo objetivo que é a 
aprendizagem significativa! Cada esforço dedicado o torna mais próximo do seu 
objetivo, juntos formaremos conceitos e valores que ajudarão na nossa evolução 
pessoal e profissional aprendendo de forma significativa, colaborando assim para 
participarmos de forma mais ativa. 
 
Dificuldades são naturais durante o processo de formação, mas não 
impossíveis de serem encaradas de forma compreensiva quando se estuda a 
respeito delas. O material foi construído de forma atualizada sintonizada, com a 
realidade social e educacional para tornar seu estudo prazeroso, esperamos poder 
contribuir com o desenvolvimento de sua aprendizagem. 
 
Bons Estudos! 
 
 
 
10 
 
Sobre os autores 
 
Francisca Francirene Tomaz Parente, mestre em Ciências da Educação 
conferido pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias ULHT de 
Lisboa-Portugal (2012). Possui graduação em Pedagogia pela Universidade 
Estadual Vale do Acaraú (2004) e graduação em Gestão Escolar pela 
Universidade Estadual do Ceará (2003). Graduou-se também em Português e 
Inglês pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (1987). Atualmente é 
coordenadora do curso de Pedagogia presencial do UNINTA- Centro Universitário INTA. 
 
 
 
 
Francisca Neide Camelo Martins Rodrigues. Mestranda em Ciências da 
Educação pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias-ULHT- 
Lisboa/Portugal. Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do 
Acaraú (1989), especialista em Magistério de 1º Grau pela Universidade Estadual 
Vale do Acaraú (1994). Atualmente Pró-Diretora de Supervisão Institucional – 
Centro Universitário UNINTA. 
 
 
 
 
 
Osmar Hélio Alves Araújo, doutorando em Educação pela Universidade 
Federal da Paraíba (UFPB), mestre em Educação pela Universidade Federal do 
Ceará (UFC); graduando em Pedagogia; graduado em Letras; especialista em 
Supervisão e Orientação Educacional pela Universidade Cidade de São Paulo 
(UNICID). Atualmente integra os Grupos de Pesquisas do CNPq: Formação 
Docente, História e Política Educacional da Universidade Federal do Ceará 
(UFC) e Educação, Trabalho e Formação de Professores (GEPET) na Universidade Regional do 
Cariri (URCA). Está vinculado à Universidade Regional do Cariri (URCA) como professor temporário. 
É membro da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (ANPAE) e da 
Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE). Pesquisa e escreve 
sobre os seguintes temas: Didática e Pedagogia, trabalho docente e práticas pedagógicas, formação 
de professores, organização e gestão da escola. 
 
 
 
11 
 
 
 
 
ENTENDENDO A SUPERVISÃO 
EDUCACIONAL NO BRASIL: 
CONCEITOS E FUNÇÕES 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Introdução a Supervisão Educacional no Brasil: conceitos 
e funções 
 
Fundamentada nas definições do dicionário, supervisão significa “ação ou 
efeito de supervisionar”, é o ato de orientar, guiar, motivar e gerenciar as práticas 
docentes dos membros envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Rangel 
(2011) afirma que “supervisão” encaminha o sentido de “visão sobre”, necessária a 
todas as atividades a serem supervisionadas. Na história da educação, a supervisão 
nem sempre teve os mesmos conceitos e funções, foram se modificando no decorrer 
do tempo e espaço em que foi desenvolvida a educação. A supervisão está 
historicamente ligada à ideia de controle, de garantia da execução de uma proposta 
planejada. 
A palavra supervisão é formada pelos vocábulos super (sobre) e 
visão (ação de ver). Indica atitude de ver com mais clareza uma ação 
qualquer. Como significação estrita do termo, pode-se dizer que 
significa olhar de cima, dando uma visão global. Neste sentido pode-
se partir de um conceito geral, que, aliás, se aplica a vários campos 
de atividade: Nesse aspecto pode ser entendida como um processo 
pelo qual uma pessoa possuidora de conhecimentos e experiência, 
assume responsabilidade de fazer com que outras pessoas que 
possuem menos recursos, executem determinado trabalho. 
(ANDRADE, 1976, p. 9). 
 
Sabe-se que a escola não é formada somente para professores e alunos, mas 
também pela direção, orientação educacional, coordenação pedagógica, pais, pois é 
com o trabalho coletivo que se alcança as metas educacionais com êxito. 
Em 1931 aconteceu o primeiro argumento legal sobre a atuação do supervisor 
escolar no Brasil. Estes profissionais executavam as normas ‘prescritas’ pelos 
órgãos superiores, e eram chamados de ’orientadores pedagógicos’ ou ‘orientadores 
de escola’, tendo como função básica à inspeção escolar. (ANJOS, 1988). Neste 
momento da história as atribuições deste profissional deveriam ser exercidas para 
inspecionar como forma de garantir a execução das atividades na escola. 
 
14 
 
Baseado nas fundamentações teóricas de Saviani (2003, p. 26), a função de 
supervisor escolar surge: “[...] quando se quer emprestar à figura do inspetor um 
papel predominantemente de orientação pedagógica e de estímulo à competência 
técnica, em lugar da fiscalização paradetectar falhas e aplicar punições [...]”. 
Devemos trabalhar com pessoas que preparam professores e alunos para a 
vida com a proposta de melhor desenvolver as atividades pedagógicas de ensinar e 
aprender considerando as vocações e as exigências das demandas do mercado de 
trabalho. 
O trabalho do supervisor educacional deve está sintonizado com o ritmo das 
mudanças tecnológicas do mundo moderno que ocorrem com muita rapidez exigindo 
habilidade e competência no exercício da profissão, pois neste processo os 
conceitos se alteram, variando os valores dos conhecimentos. Nesta perspectiva de 
renovação o supervisor escolar representa uma figura de inovação, o profissional 
que assume o papel fundamental de identificar e entender as reais necessidades, 
tanto da escolar como do mundo, contribuindo para formar e desenvolver normas 
educacionais no contexto escolar como forma de garantir o sucesso da 
aprendizagem do aluno. 
No século XXI não cabe mais no contexto escolar o supervisor como um 
fiscalizador e sim como um formador, um profissional que trabalha em grupo 
focalizado na aprendizagem do aluno e sua formação integral. 
A Pedagogia surge para conduzir o processo de ensino-aprendizagem na 
área de atuação, enquanto pedagogo exerce um papel em escolas como professor 
orientador e supervisor. O pedagogo não fica atrelado para atuar somente no espaço 
da escola, mas também exerce a profissão em situações variadas como nas 
empresas, órgãos públicos, movimentos sociais, hospitais, órgãos culturais, etc. 
Portanto, o supervisor educacional deve usufruir dos espaços internos e externos da 
escola, envolvendo o aluno em todo contexto social. 
Para entender a função atual do supervisor na escola do século XXI, adota-se 
a terminologia de supervisor pedagógico, pois, segundo Rangel (Apud ALARCÃO, 
2001 p. 12), a supervisão passa a ser pedagógica quando se caracteriza por um 
trabalho de acompanhamento do professor, desde o planejamento, a prática docente 
 
15 
 
e a avaliação do processo de desenvolvimento do ensino relacionando com o nível 
da aprendizagem dos alunos. 
PARA SABER MAIS: 
Leia o artigo: O desafio atual da supervisão escolar na formação continuada de 
professores. O material objetiva ressaltar o desafio atual da supervisão escolar na 
formação continuada de professores. Acesse: 
http://fapb.edu.br/media/files/2/2_350.pdf 
 
Trajetória Histórica da Supervisão Educacional 
 
No Brasil imperial quem exercia a função de supervisor era o inspetor, sendo 
um fiscal que acompanhava as escolas, enquanto no período republicano o 
supervisor exercia as funções de orientador, controlador e fiscalizador. Os 
Departamentos e Ministérios da Educação e Saúde surgem na década de 20 onde o 
supervisor era considerado como técnico na ação de agir ativamente no processo 
escolar. 
Na década de 30 o Brasil passa por várias transformações sociais e políticas 
onde a educação passa a ter uma característica mais técnica e assim, valorizar as 
formas de organização dos serviços educacionais. Em 1964 na Ditadura Militar, a 
educação passa a ser oferecida nos modelos da Pedagogia Tecnicista a partir dos 
princípios de racionalidade, eficiência e produtividade. 
A ação tradicional conservadora do supervisor escolar é caracterizada como 
inspetor que controla, executa e faz cumprir as atividades limitadas que lhe eram 
determinadas como forma de garantir o desenvolvimento do que foi estabelecido 
criando estratégias para os docentes reproduzirem, em suas aulas, o modelo 
padronizado, sem liberdade de opinião e prática do pensamento. Nesse contexto o 
educador passa a ser apenas um condutor do conhecimento. 
http://fapb.edu.br/media/files/2/2_350.pdf
 
16 
 
Precisam ser ampliadas as atribuições legais da supervisão educacional para 
além das ações burocráticas, superando a visão restrita que tem caracterizado a 
atuação do inspetor escolar no Brasil durante o período republicano (1889-1945). 
 Desta forma, entendemos que: 
 
 [...] a tarefa maior do inspetor escolar é superar a burocrática 
atuação que lhe prevê a legislação educacional, dirigindo seus 
esforços no sentido de adquirir a visão de totalidade e 
interdependência necessária ao exercício de uma função que, no 
interior do sistema, permita-lhe compreender suas iniciativas e 
limitações e, ainda assim, não desfigure a importância da ação 
solidária de um trabalho de equipe sempre compreendido com as 
finalidades mais amplas e significativas da educação. (SANTOS, 
2004, p. 38). 
 
 Segundo Saviani (2008) a Pedagogia Tecnicista defende a reorganização do 
processo educativo de forma objetiva e ativa, tendo como elemento principal a 
organização dos meios operacionais onde os professores e alunos eram 
considerados secundários sem qualquer relação com o contexto social. Na 
Pedagogia Tradicional o centro das atenções era voltado somente para o professor 
onde o aluno era simplesmente um mero receptivo das informações. Na Pedagogia 
Nova a dedicação passou para o aluno, enquanto na Pedagogia Tecnicista o 
elemento principal passou a ser a organização lógica dos meios, ocupando 
o professor e o aluno posição secundária. A organização do processo visava à 
segurança da competência, procurando corrigir as carências do professor e 
potencializando os resultados de sua intervenção. 
 A função do supervisor educacional retrata a trajetória histórica do 
período identificado pelo desenvolvimento do país e pela estabilidade das políticas 
burocráticas, mecanicistas e programáticas. Na década de 80, os professores lutam 
pela conquista do direito de participar da identificação política educacional, buscando 
o resgate da escola pública. Nesse período, a educação estava centrada na 
formação do homem, na realização da sociedade e comprometida com interesses 
dos menos beneficiados. 
 
17 
 
 Para relatar o processo histórico em que surgiu o serviço de supervisão 
educacional e o seu desenvolvimento deve-se estabelecer relações com o contexto 
sócio-político e econômico brasileiro de cada tempo. Desde os primórdios da 
civilização humana, o trabalho está presente na história, sendo seu objetivo inicial, a 
sobrevivência. A partir daí surgem às fábricas e, consequentemente, o aumento da 
produção. 
 Várias inovações tecnológicas foram desenvolvidas modificando a sociedade 
a partir do século XVIII, provocando mudanças através da passagem da economia 
agrária e artesanal para um modelo de economia industrial. Desta forma surgiram 
novas maneiras de organizar o trabalho produtivo nos centros das cidades, 
promovendo a necessidade de um trabalho orientado para sustentar a qualidade da 
produção. 
 Nesse sentido, baseado na divisão técnica do trabalho fabril e, 
consequentemente, no aumento da produção no contexto da concentração de 
riquezas nas mãos dos grandes proprietários capitalistas, é identificada a 
necessidade da supervisão empresarial dando suporte a origem da supervisão 
educacional. 
 Espelhando-se na indústria, a supervisão estendeu-se para outros 
segmentos da organização social, chegando ao âmbito educacional. No decorrer dos 
anos o trabalho pedagógico do supervisor educacional esteve centrado no controle 
da prática educativa como forma de assegurar a efetivação das propostas 
educacionais. 
Saviani (2002) conceitua que a função supervisora ganha força e, no decorrer 
do tempo alcança a valorização da profissão através do parecer do Conselho 
Federal de Educação nº 252/69. A lei nº 5.540/68, da reforma universitária, 
reformulou o curso de Pedagogia, sugerindo a especialização do educador em uma 
função, embora as universidades estejam ainda em constante construção da sua 
identidade na sociedade brasileira. São criadas as habilitações de inspeção, 
administração, supervisão e orientação. Compreende‐se melhor esse contexto da 
supervisão escolar na missão, no exercício, no desafio e na perspectiva de 
desenvolveruma educação de qualidade de forma liberal e progressista. 
 
18 
 
Esta nova estrutura do curso de Pedagogia criava a compreensão de 
profissionalização da supervisão educacional, através das condições consideradas 
básicas para se estabelecer a atividade com importância da profissão. Seria a 
validação da necessidade social, considerando a realidade do mercado de trabalho 
permanente e a preparação dos novos profissionais através do curso de Pedagogia 
reconstituído para formar, entre os vários técnicos, o supervisor educacional. 
Segundo Lima, (2008 apud SAVIANI 1988 p. 15): 
[...] como as demais habilitações educacionais criadas e oficialmente 
institucionalizadas na educação brasileira, a partir da 
regulamentação da lei 5540/68, a supervisão escolar passa a ter sua 
formação em cursos de graduação, sendo processada a partir da 
linha em que se davam os cursos promovidos pelo Pabaee 
(Programa de Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar 
) e Pamp (Programa de Aperfeiçoamento do Magistério Primário. Isto 
é, fundamentada nos pressupostos da pedagogia tecnicista – que se 
apoia na neutralidade científica e se inspira nos princípios da 
racionalidade, eficácia e produtividade do sistema. 
 
Os cursos de Pedagogia são reformulados que ao invés de formar o técnico 
em educação com várias funções, eram oferecidas habilitações do curso como 
administração, inspeção, supervisão e orientação e o magistério de disciplinas 
profissionalizantes dos cursos normais. A forma de reconhecer a profissionalização 
do supervisor educacional no sistema de ensino deve ser através da construção da 
identidade profissional, disponibilizando as condições favoráveis para sua formação 
e atuação profissional especializada. 
A partir daí vários movimentos foram criados primando por melhorias no 
sistema e nos cursos de formação de educadores, se expandindo até o final da 
década de 70 onde aconteceu o encontro nacional de supervisores de educação 
quando, na ocasião, defendia-se uma ideia de que a função do supervisor além de 
ser técnica também é política. 
O trabalho é considerado uma qualidade própria do homem, sendo uma “[...] 
atividade proposital, orientada pela inteligência, onde o ser social, ao agir sobre o 
mundo externo, transforma-o, faz cultura e, ao mesmo tempo, modifica a sua 
 
19 
 
natureza.” (AGUIAR, 1991, p. 37). Dessa forma, o trabalho do supervisor 
educacional pode ser entendido como a realização do homem no seu processo de 
interação com o meio social para a evolução da humanidade, partindo do princípio 
da educação como essência da humanidade. 
Na década de 80 a prática do supervisor educacional foi considerada sob o 
aspecto técnico e burocrático do ensino, aquele profissional que somente 
compreendia a escola de forma indiferente, sem iniciativa, negando-se a estimular o 
caráter dinâmico e evolutivo das instituições educacionais. Assim, o supervisor foi 
entendido como aquele profissional que não tinha o caráter ativo de forma que 
levasse à inovação, correndo o risco de eliminá-lo do sistema educacional. 
 Historicamente, a supervisão educacional tem sido uma das funções 
exercidas pelo pedagogo. Nos vários estados brasileiros e nas diferentes redes de 
escolas, este profissional recebe denominações e exerce atividades variadas. Tal 
diversidade descaracteriza da real dimensão da prática pedagógica do supervisor 
educacional. 
Os cursos de Pedagogia têm formado profissionais para o exercício de 
funções ligadas à gestão educacional: gestores escolares, orientadores 
educacionais e supervisores de ensino. Estes profissionais, muitas vezes, ao 
mudarem de instituição de ensino, encontram realidades profissionais diferentes e, 
em muitas delas, o seu campo profissional apresenta-se restrito, sem valorização 
profissional. 
Segundo Rangel (2011), a supervisão educacional tem uma definição mais 
ampla, excedendo das atividades da rotina escolar podendo estender sua atuação 
no sistema da educação brasileira. O supervisor educacional é um sujeito 
incentivador de práticas educativas visando à qualidade da formação humana para o 
pleno exercício da cidadania. 
O acompanhamento e o controle do processo de ensino e aprendizagem são 
considerados fundamentais no sistema de supervisão através da compatibilidade de 
ideias entre aqueles que planejam, executam e avaliam a educação a partir de 
relações sociais que estruturam o processo educativo. 
 
20 
 
 De acordo as ideias de Ferreira (2009) um novo conteúdo se impõe hoje para 
a supervisão educacional: 
 
Novas relações e compromissos desafiam os profissionais da 
educação não só voltada para a qualidade do trabalho educativo e 
suas rigorosas formas de realização, mas também e, sobremaneira, 
compromissada com a construção de um novo conhecimento – o 
conhecimento emancipação que permita desenvolver seres humanos 
fortes intelectualmente, ajustados emocionalmente, capazes 
tecnicamente e ricos de caráter na convivência sadia que se dá 
através do diálogo e do respeito na construção coletiva de uma 
sociedade democrática verdadeiramente humana. (FERREIRA, 
2009, p. 113). 
 
Segundo a autora o trabalho do supervisor deve buscar uma educação ideal 
de solidariedade humana, tendo como finalidade o desenvolvimento do educando, 
sua formação integral como cidadão qualificado para inserir no mercado de trabalho. 
 Desta forma no desenvolvimento de suas atividades pedagógicas desde o 
planejamento, gestão e avaliação da administração da educação, o supervisor 
educacional deve ser um profissional dinâmico e orgânico que atua nas políticas e 
no planejamento, por meio da construção coletiva do projeto acadêmico/educacional 
que é de todos os profissionais que trabalham na escola (FERREIRA, 2003). 
 Um dos assuntos mais discutidos atualmente e que vem sendo muito estudado 
no mundo do conhecimento é a educação, no seu sentido de formação de conceitos 
e valores humanos. As transformações do mundo são decorrentes das ações dos 
homens, fazendo surgir efeitos de seus pensamentos. Desta forma, a educação 
deve ser supervisionada nos contextos escolares de forma democrática e 
participativa em prol de uma educação de qualidade. O supervisor escolar é aquele 
que direciona o trabalho pedagógico baseado nas propostas curriculares 
relacionando pessoas e processos. 
Hoje o supervisor deve desenvolver um trabalho articulador com todas as 
áreas educativas da escola e comunidade oferecendo subsídios para a elaboração 
das políticas educacionais e das novas formas de gestão da educação a fim de 
 
21 
 
acompanhar as transformações do conhecimento no mundo globalizado em que 
vivemos. 
Baseado nestas informações reais, o supervisor educacional deve estar 
inserido no contexto escolar e social, articulando novas práticas educativas, 
favorecendo o desenvolvimento de uma proposta curricular multicultural que atenda 
às diferenças culturais e a demanda social visando o crescimento profissional 
docente e à melhoria do processo ensino-aprendizagem. 
Segundo Saviani (2002, p.14) “[...] a ação supervisora passa dá condição de 
função para a de profissão, pela mediação da ideia de supervisão”. A ação 
supervisora acompanha o ato educativo desde suas origens e passa por esses três 
momentos. 
Nas comunidades primitivas já se fazia presente, no momento em que os 
adultos educavam as crianças de forma indireta, a função supervisora, por meio de 
uma vigilância discreta, como uma simples ajuda por parte de outros adultos 
(SAVIANI, 2002a). 
Segundo Saviani (2002b) na Antiguidade e na Idade Média, a divisão de 
classes se refletia na educação e, nesses dois períodos, apesar de a escola se 
constituir uma estrutura simples, limitada à relação de um mestre com seus 
discípulos, a função supervisora se fazia presente e assumia claramente a forma de 
controle, de conformação, de fiscalização, de velar sobre alguma coisa ou sobrealguém a fim de, assegurar a regularidade de seu funcionamento ou de seu 
comportamento. 
Para Saviani (1999, p. 24) “[...] a ideia da supervisão ganha contornos mais 
nítidos ao mesmo tempo em que condições objetivas começam a abrir perspectivas 
para se conferir a essa ideia estatuto de verdade”. 
Na gestão educacional busca-se planejar, organizar, dirigir e gerenciar os 
projetos educacionais acompanhando as propostas pedagógicas, curriculares e 
metodológicas da escola, a fim de atingir os objetivos planejados, buscando a 
melhoria do ensino e da aprendizagem. 
 
22 
 
PARA SABER MAIS: 
 Leia sobre: Supervisão escolar: perspectiva de ação face ao processo de 
avaliação da aprendizagem. 
Acesse: http://www.webartigos.com/artigos/supervisao-escolar/49292/ 
 
 Atualmente o cargo de supervisor escolar se mostra bem mais extenso e o 
profissional é considerado aquele que desenvolve ações articulando os elementos 
que envolvem o processo educacional. O supervisor do mundo educacional de hoje 
é aquele profissional consciente da importância da pesquisa no contexto escolar e 
assim contribuir para a qualidade do trabalho docente, pois a equipe conta com a 
sua orientação e apoio pedagógico para alcançar as metas educacionais. 
Segundo Ferreira (2009) o supervisor atual sabe que precisa se dividir em 
muitas habilidades e criar elos entre as atividades de supervisionar, orientar e 
coordenar, desenvolvendo relações verdadeiramente democráticas no contexto 
escolar. 
 
PARA SABER MAIS: 
Assista ao vídeo: Evolução Histórica da Supervisão Educacional. Neste vídeo a 
professora Eloíza Oliveira aborda sobre o surgimento da Supervisão Educacional e 
sua contemporaneidade na história da educação. Acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=I9IlgPzVfX8 
 
Legislação educacional que regula a supervisão escolar 
 
 Os supervisores do sistema educacional brasileiro devem demonstrar a 
sintonia do planejamento com o exercício profissional do supervisor escolar 
buscando na mesma dimensão pedagógica a melhoria da qualidade do ensino, 
podendo repercutir na aprendizagem significativa do aluno, criando condições 
http://www.webartigos.com/artigos/supervisao-escolar/49292/
https://www.youtube.com/watch?v=I9IlgPzVfX8
 
23 
 
necessárias para que se promovam uma gestão participativa visando à formação 
integral do aluno. 
 
 Desde a década de 1960 até os dias de hoje a supervisão educacional tem 
sido incorporada pela formação, competência e pesquisa, visando o 
desenvolvimento profissional do educador. A supervisão escolar orienta a formação 
e atuação docente daquele profissional que trabalha com capacidade de pensar 
como membro responsável no desenvolvimento do processo educativo. 
 
 A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 4024/61 
reconhece a importância da especialização de profissionais para orientar as 
atividades pedagógicas nas escolas como forma de desenvolver as políticas 
educacionais idealizadas pelos sistemas de ensino. 
A LDB 5.692/71, no artigo 10 indica que: "será instituída obrigatoriamente a 
orientação educacional, incluindo aconselhamento vocacional em cooperação com 
os professores, a família e a comunidade". O supervisor como um especialista em 
educação exercia função como regulador do processo de produção, como membro 
intercessor entre o sistema educacional e a escola. 
A lei 5.692/71 é caracterizada como profissionalizante, com a finalidade de 
preparar a mão-de-obra para trabalhar na máquina do governo e no mercado, e 
ainda preparar os trabalhadores para atender as iniciativas da propriedade privada. 
Esta lei consolidou a obrigatoriedade do supervisor educacional nos 
estabelecimentos de ensino. 
 Na Lei Federal nº 5692, de 11 de agosto de 1971 é reforçado a 
responsabilidade do profissional com relação à prática pedagógica exercida na 
escola: 
 
Institucionaliza a supervisão, ao referir-se à formação de 
administradores, planejadores, orientadores, inspetores, 
supervisores e demais especialistas em educação. A 
supervisão passa a introduzir modelos e técnicas pedagógicas 
atualizadas; o supervisor, contudo, não perde o vínculo com o 
poder administrativo das escolas. Agora o seu papel é o de 
assegurar o sucesso no exercício das atividades docentes, 
 
24 
 
professores, regentes de classe. O supervisor escolar possui 
legalmente um poder instituído que determina suas ações 
frente ao corpo docente e à proposta pedagógica da escola, e a 
partir de então, sendo reconhecido como profissional da 
educação, passando a ter suas atribuições definidas pelos 
órgãos superiores. (Lei Federal 5.692/71, Capítulo V). 
 
Devido à omissão das reais competências e campo de atuação dos 
supervisores educacionais na Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, existem nomenclaturas diferenciadas que são utilizadas pelos sistemas de 
ensino brasileiro como o supervisor educacional, o orientador pedagógico, o inspetor 
escolar e o coordenador pedagógico que desenvolvem atividades semelhantes de 
acordo com as demandas de cada escola. Desta forma, alguns autores caracterizam 
a função do supervisor educacional como aquele que planeja, avalia e reformula as 
diversas etapas do processo ensino e aprendizagem que coordena, supervisiona e 
acompanha a equipe docente. 
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96) dispõe no 
artigo 64 sobre a função de supervisor: 
 
A formação de profissionais de educação para administração, 
planejamento, inspeção, supervisão e orientação 
educacional para a educação básica, será feita em cursos de 
graduação em Pedagogia ou em nível de pós-graduação, a 
critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a 
base comum nacional. (LDB, 9.394/ 96, artigo 64). 
 
 
Entende-se que a formação continuada do supervisor representa um avanço 
para toda comunidade escolar. No âmbito educacional o supervisor foi considerado 
durante muito tempo como vigiador das ações pedagógicas, por isso é muito 
importante discutir sobre as práticas pedagógicas desse profissional. 
 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN nº 9394/96 define 
as linhas da política educacional brasileira baseada no princípio da autonomia 
escolar, abrangendo os aspectos pedagógicos, fundamentada no conceito de que 
todos são capazes de aprender e que é tarefa da escola favorecer situações de 
 
25 
 
aprendizagem valorizando as experiências dos alunos no processo de 
democratização do ensino público. 
 
O perfil do supervisor que a educação pretende formar é aquele capaz de 
atuar nas práticas pedagógicas como forma de garantir a educação escolar de 
qualidade como direito de todos, de desenvolver o trabalho cooperativo e integrador 
da supervisão nos espaços intra e interescolares, de contribuir para a mediação na 
construção da identidade e autonomia da escola e enfim para o desenvolvimento 
profissional dos educadores que atuam na escola. 
 
O supervisor educacional deve ser aquele educador capaz de entender, 
elaborar e desenvolver técnicas de estudo voltadas para a realidade escolar e o 
rendimento estudantil e daí criar métodos de ensino para o desenvolvimento dos 
projetos educacionais. Deverá ser capaz de desenvolver e adotar projetos 
educacionais que atendam a demanda real da escola na perspectiva de formar 
sujeitos autônomos, capazes de entender as relações das leis com os 
comportamentos humanos. O supervisor tem uma função que envolve todo 
conhecimento da rotina escolar embasada nos fundamentos da educação, através 
da integração dos diversos componentes curriculares e gerações com perspectivas 
de vidas diferentes, primando sempre pela inclusão social. 
 
PARA SABER MAIS: 
Leia a Entrevista com uma supervisora escolar concedida ao Blog Gestão 2 - 
Polo Itaguaí/ RJ. Nesta entrevista é abordado que a supervisão escolaré 
indispensável na comunidade escolar, na medida em que o mesmo participa do 
processo de gestão democrática. Acesse: 
http://gestao2itg.blogspot.com.br/2012/05/entrevista-com-uma-supervisora-
escolar.html 
 
http://gestao2itg.blogspot.com.br/2012/05/entrevista-com-uma-supervisora-escolar.html
http://gestao2itg.blogspot.com.br/2012/05/entrevista-com-uma-supervisora-escolar.html
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
PROCESSO DE 
PROFISSIONALIZAÇÃO DO 
SUPERVISOR EDUCACIONAL 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Introdução ao processo de Profissionalização do 
supervisor educacional 
 
Atualmente, vive-se um momento de muitas mudanças no cenário 
educacional onde é preciso repensar a função social da escola nesse contexto de 
transformações de conceitos e valores, levando em consideração a diversidade 
cultural existente. O supervisor sendo um dos profissionais responsáveis pelo 
desenvolvimento de projetos educacionais deve promover uma prática democrática 
envolvendo alunos e professores. 
 
 A educação é um processo de transformação do homem, promovendo suas 
potencialidades de acordo com o ambiente familiar, social e cultural em que vive. O 
ser humano adquire diferentes maneiras e hábitos como o modo de ser, agir, pensar 
e sentir no processo constante de transformação de conceitos e valores. Com o 
avanço tecnológico o supervisor educacional deve ocupar espaços na escola para 
desenvolver projetos educacionais que envolvam os valores éticos e morais, saberes 
que fundamentam a vida social. 
 A profissionalização do supervisor educacional promove a orientação do 
grupo de professores, motivando e despertando neles o prazer de ensinar 
focalizados na aprendizagem significativa do aluno. O supervisor é o profissional que 
organiza o trabalho pedagógico desenvolvido pelos professores baseado nos 
resultados das avaliações internas e externas da escola. Revisando os 
procedimentos das avaliações, o supervisor deve reorientar o professor na prática 
docente para propiciar os melhores resultados da aprendizagem dos alunos 
considerando o processo de ensino e aprendizagem na sala de aula. 
A profissão do supervisor se desenvolve através da educação e precisa estar 
comprometida com as mudanças educacionais, não somente ter a licenciatura em 
Pedagogia, mas ser consciente do processo histórico na sociedade e na escola. Ele 
precisa entender a escola brasileira no contexto da sociedade capitalista buscando a 
transformação, tendo clareza das suas posições políticas e educativas. 
 
30 
 
O supervisor escolar deve ser habilitado e capacitado para desenvolver suas 
atividades de assessoria ao professor desde o planejamento, o desenvolvimento 
curricular e o processo avaliativo através do processo contínuo de ação-reflexão-
ação. Na formação do supervisor educacional é importante sensibilizar o grupo para 
as mudanças educacionais, seu fazer deve considerar as diferenças para mediar os 
conflitos através de diálogo aberto. 
 A função supervisora deve ser entendida como a promotora do projeto de 
educação onde deve reconhecer a trajetória de sua atuação para melhor conhecer e 
saber ressignificar seu papel como um profissional comprometido com a efetivação 
das aprendizagens. 
 A gestão da supervisão educacional requer capacidade como elo de 
integração no desenvolvimento do projeto político pedagógico compreendendo a 
responsabilidade junto à comunidade escolar, assumindo o compromisso pela 
efetivação da aprendizagem. Na comunidade escolar é fundamental a atuação do 
Supervisor escolar, pois sua contribuição é de grande importância para o 
desenvolvimento da aprendizagem. 
 
PARA SABER MAIS: 
Leia o Projeto de Lei 290/2003 nº 290/2003 que regulamenta o exercício da 
profissão de Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar. Acesse: 
http://www.al.rs.gov.br/Diario/Proposicoes/PROP1695.htm 
 
 
 Portanto, o supervisor escolar tem como missão de trabalho o aprender do 
aluno e o ensinar do professor, o foco maior de trabalho do supervisor é a 
aprendizagem do aluno através da mediação do professor, onde ambos trabalham 
numa mesma dimensão pedagógica, sendo o grande harmonizador do ambiente 
escolar. 
 
http://www.al.rs.gov.br/Diario/Proposicoes/PROP1695.htm
 
31 
 
Formação e atuação do supervisor educacional no 
contexto da sociedade contemporânea 
 Para a escola desenvolver sua função social é preciso elaborar projetos 
educativos que atendam a demanda da realidade dos segmentos escolares onde o 
projeto político pedagógico corresponda com as exigências do meio social. As 
mudanças sociais, políticas e econômicas que acontecem atualmente em ritmos 
acelerados exigem do supervisor escolar o compromisso de raciocínio lógico com 
habilidade na liderança de pessoas e grupos visando à formação humana e técnica 
no processo educacional. 
 A democratização escolar depende de muitos fatores, tais como: desenvolver 
atividades pedagógicas de forma participativa envolvendo os gestores, professores, 
funcionários, pais e alunos e, sobretudo, os supervisores de Ensino que são os 
responsáveis por coordenar, apoiar, estimular e orientar o processo de discussão e 
elaboração da proposta pedagógica, metodológica e curricular da escola. 
 As mudanças no campo educacional ocorrem frequentemente, surgindo 
novos objetivos educacionais, novas metas de ensino, novas exigências de 
atendimento da demanda do mercado de trabalho, buscando diferentes formas de 
ensino e novas práticas pedagógicas que afetam diretamente o trabalho do 
supervisor educacional. Baseado nessas possibilidades, a ação supervisora não 
pode se esgotar nos limites da unidade escolar, precisando se articular para além 
dos muros da escola, procurando conhecer as políticas educacionais para 
harmonizar as leis que regem a educação com a prática da rotina de ensinar e 
aprender no cotidiano escolar. 
 No espaço escolar as contribuições do supervisor se fazem presentes em 
vários momentos desde o planejamento, o acompanhamento e a avaliação do 
processo ensino-aprendizagem. A aprendizagem passa a ser objeto de estudo e 
trabalho do supervisor que a problematiza, discute e acompanha junto com o 
professor as propostas dos conteúdos escolares, as condições de ensino dos 
professores e o nível de aprendizagem dos alunos. O papel do supervisor é definido 
com base em seu objeto de trabalho, e o resultado da relação que ocorre entre o 
professor que ensina e o aluno que aprende. 
 
32 
 
 Libâneo (2002) faz referência ao supervisor educacional como um agente de 
mudanças, um mediador entre o conhecimento, o professor, o aluno e a família, um 
profissional capaz de fazer a articulação entre equipe de educadores, educandos e 
demais integrantes da comunidade escolar para colaborar no desenvolvimento 
integral do aluno e, principalmente na formação ética e solidária do cidadão. 
 Baseado nas reflexões de Libâneo (2002) é possível compreender que o 
supervisor educacional necessita desenvolver no espaço escolar uma visão crítica e 
construtiva do seu saber e do fazer pedagógico, trabalhando de forma democrática e 
participativa com os gestores, professores e alunos. Esta relação possibilita a 
melhoria da qualidade de ensino podendo repercutir na aprendizagem significativa. 
O mundo atual exige do supervisor escolar uma avaliação contínua do seu 
compromisso profissional, de forma que oriente suas atividades pedagógicas e 
conduza ao processo de formação profissional permanente. 
 Outra atividade importante do supervisor escolar está ligada à execução, 
acompanhamento e avaliação do planejamento do currículo escolar, isso fortalece a 
elaboração de novos projetos que promovam a melhoria do processo ensino-
aprendizagem através de uma gestão liberal e progressista. 
 
PARA SABER MAIS: 
Outra fonte de pesquisaimportante para agregar em seus conhecimentos, leia a 
obra: Administração, supervisão e orientação educacional de Heloísa Lück. 
 
 A autora Lück estuda as funções da gestão educacional na integração do 
processo de ensino-aprendizagem. Essa inclusão acontece através dos 
relacionamentos da escola e da comunidade. A autora relata o processo de gestão 
na escola como motivo de inserção dos trabalhos entre gestores, professores e 
alunos. 
 Ela explica que a liderança corresponde a um conjunto de ideias, ações e 
comportamentos assumidos para intervir no desempenho escolar visando à 
realização dos objetivos organizacionais e as propostas educacionais. (LÜCK, 2008). 
 
33 
 
Considerando o mundo diversificado de culturas e saberes onde exige 
conhecimentos e competências no processo de desenvolvimento da educação, o 
supervisor deve conhecer os fundamentos da educação escolar, o processo de 
organização do trabalho pedagógico, as relações destes conhecimentos com o 
contexto histórico-social. Todos estes saberes teóricos dão sustentabilidade no 
ensino e na aprendizagem com ideias e valores orientadores da prática pedagógica. 
O perfil do supervisor educacional é aquele que entende as normas e 
diretrizes que orientam os níveis e modalidades de ensino, socializando e 
conduzindo as práticas pedagógicas e as possíveis interferências no cotidiano 
escolar. Outra atividade do supervisor é promover a formação continuada dos 
educadores valorizando o perfil de aluno que a instituição pretende formar. O 
supervisor educacional deve ser aquele capaz de entender as demandas da escola 
e da sociedade, direcionando atividades que respondam as demandas que fazem 
parte de uma sociedade que está em constantes transformações, pois a 
reestruturação de novos conceitos visam à implementação de mudanças na 
qualidade educacional. 
 A supervisão educacional caracteriza-se como uma função comprometida 
com a qualidade do ensino e da aprendizagem através da articulação do projeto 
político pedagógico da escola com os elementos que compõem a sociedade, 
interagindo de forma interdisciplinar. É função de o supervisor mediar à relação 
professor, aluno e conhecimento, com foco nos resultados dos indicadores 
educacionais da escola comprometidos com a qualidade do ensino com foco no 
nível de aprendizagem dos alunos. 
 O supervisor deve ser comprometido com os resultados das propostas 
educacionais da escola com habilidade de diálogo sabendo que a educação escolar 
não se resume na sala de aula e torna viável pela ação articulada com todos os 
agentes escolares. Esse educador hoje é um dos integrantes da equipe gestora, 
devendo apoiar e orientar a prática pedagógica baseado no projeto político 
pedagógico da escola compreendendo os desafios e, articulando soluções para os 
mesmos. 
 
 
34 
 
Práticas pedagógicas do supervisor escolar 
 
 A orientação educacional auxilia a escola no processo de socialização com o 
corpo docente e os alunos, orientando na reconstrução dos projetos pedagógicos e 
nas práticas educacionais, propiciando o conhecimento e a relação de valores que 
promovem as atitudes éticas e morais no âmbito do convívio escolar e social. 
 A supervisão escolar soberana desenvolve as práticas pedagógicas buscando 
o respeito às opiniões próprias, a liberdade de expressão, a compreensão dos 
conceitos e valores humanos e a criatividade que promove o desenvolvimento e a 
aprendizagem. O trabalho desenvolvido pelo supervisor escolar deve ser ações 
democráticas, onde as tomadas de decisões envolvam todos os responsáveis pelo 
processo educativo. 
 A supervisão escolar é uma atividade pedagógica que requer conhecimento 
dos fundamentos da educação e da organização do trabalho pedagógico para 
desenvolver um processo dinâmico, contínuo e sistemático no processo de ensino e 
aprendizagem. O supervisor é um dos gestores escolares responsável pela melhoria 
do processo de ensino e aprendizagem. Portanto, o supervisor é idealizado como 
um profissional que tem a função de instruir e prestar assessoria aos professores 
nos aspectos pedagógicos, sociais e educacionais. 
 O supervisor escolar deve ser aquele profissional que age como intermediário 
no desenvolvimento das atividades educativas do professor. O supervisor 
educacional é aquele que orienta, aprende e ensina que requer uma liderança 
pedagógica, tornando-se um parceiro no processo educativo. Para contribuir para 
um processo de ensino e aprendizagem significativo e contextualizado, o supervisor 
educacional deve desenvolver atividades pedagógicas que promovam o pleno 
conhecimento do processo didático como suporte de apoio aos professores com 
interação, diálogo, acompanhamento da prática docente e troca de experiências. 
 A ação do supervisor é fundamentada nos objetivos educacionais, visando os 
melhores indicadores educacionais, buscando sempre se aperfeiçoar no 
embasamento teórico e prático, de forma ativa e progressista. 
 
35 
 
 A supervisão educacional deve auxiliar a escola na promoção do convívio 
social, reconstruindo as ações pedagógicas e educacionais, proporcionando a 
articulação de valores que resultem em atitudes éticas no âmbito do convívio escolar 
e comunitário. 
 As atividades pedagógicas do supervisor educacional devem ser focalizadas 
nas etapas e instrumentos da avaliação escolar, no rendimento dos alunos, na 
observação da mudança de comportamento dos educandos, no entendimento e 
análise dos indicadores educacionais alcançados e na sugestão de estratégias para 
melhorar as deficiências levantadas em todo o processo de ensino e aprendizagem. 
 Uma das atividades muito importante do supervisor educacional é realizar 
serviços de ouvidoria dos alunos, professores e pais, serviços administrativos com o 
objetivo de entender as reações dos comportamentos humanos dentro e fora do 
contexto escolar, e assim com maior segurança, permite orientar de forma mais 
segura sendo conhecedora das razões dos fatos. 
 
PARA SABER MAIS: 
Leia o artigo: A importância do supervisor pedagógico na organização escolar. 
O presente artigo tem como objetivo analisar por meio de embasamento teórico 
específico a função/importância do supervisor pedagógico na organização escolar 
para as exigências da sociedade na atualidade. Acesse: 
http://perquirere.unipam.edu.br/documents/23456/192396/A++import%C3%A2ncia+d
o+supervisor+pedag%C3%B3gico.pdf 
 
 
http://perquirere.unipam.edu.br/documents/23456/192396/A++import%C3%A2ncia+do+supervisor+pedag%C3%B3gico.pdf
http://perquirere.unipam.edu.br/documents/23456/192396/A++import%C3%A2ncia+do+supervisor+pedag%C3%B3gico.pdf
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
 
A SUPERVISÃO 
EDUCACIONAL NO 
PROCESSO EDUCATIVO DA 
GESTÃO DEMOCRÁTICA 
3 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
Introdução à supervisão educacional no processo 
educativo da gestão democrática 
 
Ainda hoje, o supervisor escolar tem dificuldade em articular as ações 
coletivas da escola na organização do trabalho pedagógico como forma de 
atender às necessidades reais da comunidade escolar. 
O desafio atual está no nível da formação e atuação do profissional do 
ensino, atribuindo assim uma prática fundamentada no conceito modificador da 
educação, trabalhando como mestre de transformação da escola com visão 
macro da educação no país e com visão micro dos elementos integrantes que 
formam a escola. 
Baseado na gestão democrática entende-se que o supervisor escolar 
não deve apenas limitar sua ação ao fazer burocrático, precisa buscar e 
construir fundamentações teóricas que deem suporte à sua prática de 
educador, sendo um educador empenhado no processo coletivo de produção, 
apropriação e distribuição dos conhecimentos teóricos e práticos. 
A gestão democrática contribui para que a profissão do supervisor 
encontreno processo de ressignificação dos conceitos e atitudes escolares a 
participação de todos que fazem parte da instituição de ensino, fundamentando 
o processo da gestão participativa através da gestão democrática na tomada 
de decisões pedagógicas. 
Nesta perspectiva o novo papel do supervisor educacional amparado 
pela Lei nº 9394/96 sob a denominação de pedagogo, profissional da 
educação, desenvolve a função e a profissão no ambiente escolar firmado nos 
princípios da gestão democrática. 
A ação do supervisor educacional deve ser baseada nos princípios 
constitucionais, fazendo as alterações do processo educacional de acordo com 
as transformações sociais ocorridas em tempos e espaços cada vez mais 
variados e constituídos de culturas diversas, fundamentando assim as práticas 
pedagógicas da escola. 
 
40 
 
A gestão democrática do supervisor educacional pressupõe a 
possibilidade de participação dos membros da comunidade escolar nos 
processos decisórios que dizem respeito ao cotidiano, vinculados ao processo 
de ensino e aprendizagem. Assim, busca-se a defesa de uma sociedade mais 
igualitária, na qual as oportunidades e direitos sejam os mesmos para todos. 
O paradigma qualitativo da gestão democrática no processo educativo 
requer da prática administrativa e pedagógica uma intervenção conceituada na 
ação coletiva. 
A supervisão escolar democrática é considerada aquela em que o 
desempenho do supervisor é baseado na autonomia de fala, atitude, respeito, 
compreensão e criatividade. O trabalho desenvolvido é feito de forma 
democrática, onde a tomada de decisões envolve todos os responsáveis no 
processo educativo. 
Nérici (1978) defende que o supervisor democrático é considerado 
aquele que tem habilidade de respeitar a individualidade de cada profissional, 
incentivando a criatividade dos professores em aplicar possíveis normas de 
relacionamentos humanos, incentivando o trabalho de grupo entre os atores 
principais que desenvolvem o processo de ensinar e aprender nos espaços 
intra e extraescolar. 
A supervisão escolar é um processo dinâmico, contínuo e sistemático. O 
supervisor é um dos principais líderes do processo educativo, ou seja, é um 
dos grandes responsáveis pela melhoria do processo ensino-aprendizagem. 
A respeito do conceito de democracia, Oliveira (2002), destaca que a 
democracia pressupõe uma possibilidade de participação dos integrantes que 
formam a sociedade em todos os processos decisórios que envolvem a vida 
escolar. Para se entender uma determinada formação social como 
democrática, deve-se considerar o conjunto dos entendimentos, das falas, das 
decisões, dos comportamentos em todo contexto social do país. 
A educação é abordada na Constituição Federal no artigo 206 onde 
descreve que a gestão democrática do ensino público deve ser desenvolvida 
baseada nos princípios básicos da educação de qualidade. 
 
41 
 
Segundo Fazenda, “o princípio se justifica porque a educação escolar é 
um direito inerente, por excelência, aos cidadãos” (FAZENDA, 2001 p.1). 
Assim, a educação escolar é assumida como “dever” tanto do Estado como da 
família, conforme regulariza a Constituição Federal de 1988 no artigo 205, a 
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
A gestão democrática da educação defende como princípio básico o 
ensino de qualidade, de acordo com o artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases de 
1996, confirmando com o que está na Constituição Federal de 1988. A gestão 
democrática é um fundamento legal que forma o estado participativo das 
pessoas que entendem e fazem gerar a educação de qualidade para todos. 
A atual (LDB) não delimita a atuação das instituições de ensino, 
deixando para estas o encargo de fazer suas opções pedagógicas. Como na 
Constituição Cidadã, na Lei 9.394/1996, educação é “dever do Estado” e “dever 
da família” e se diz inspirada nos fundamentos de liberdade e solidariedade 
humana: 
Existem três finalidades da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional para o desenvolvimento da gestão democrática da educação 
brasileira: o pleno desenvolvimento do educando, o preparo para o exercício da 
cidadania e a qualificação para o trabalho. A supervisão educacional deve 
fundamentar-se nestes princípios legais. 
É importante que o supervisor saiba articular o administrativo com o 
pedagógico com pleno conhecimento da didática, para poder dar suporte 
pedagógico aos professores. O processo de interação, diálogo e troca de 
experiências contribui para um processo de ensino de qualidade repercutindo 
na aprendizagem significativa e contextualizada. 
 
 
 
42 
 
PARASABER MAIS: 
Leia a entrevista: Gestão: ação para mudança em educação. Esta entrevista 
Fala sobre a situação do Orientador Educacional nas instituições escolares 
atualmente. Acesse: http://gestao2saopedro.blogspot.com.br/ 
 
Supervisão escolar: compromisso e responsabilidade 
com a qualidade da educação 
Uma das principais funções do supervisor educacional é construir 
coletivamente com a comunidade escolar o Projeto Político Pedagógico da 
escola, pois todos devem buscar o mesmo objetivo que é a formação de 
cidadãos críticos, conscientes e reflexivos, preparados para entender as razões 
dos fatos promovidos pela própria humanidade. 
Nesse contexto Gadotti (2010, p. 17) indica alguns fatores que 
influenciam a qualidade da educação: 
 
Há necessidade de se estabelecer padrões de qualidade do 
ensino‐aprendizagem, há necessidade de mensuração da 
eficiência dos sistemas educativos, mas, para se chegar a 
resultados concretos em educação, um grande conjunto de 
indicadores de qualidade deve ser levado em conta: a 
qualidade tem fatores extraescolares e intraescolares; é 
preciso também considerar outros critérios subjetivos, sempre 
deixados de lado, mas que podem ser dimensionados 
intencionalmente. 
 
A escola deve ter a pretensão de democratizar o conhecimento, criando 
tempos e espaços para a formação de pessoas conscientes de seus direitos e 
deveres, promovendo meios para formação de novos conceitos e valores, 
fazendo valer as culturas que as pessoas formam na sociedade. O supervisor 
escolar deve ser aquele profissional criador de cultura e de aprendizagens não 
apenas intelectual, mas também afetiva, ética, social e política. 
http://gestao2saopedro.blogspot.com.br/
 
43 
 
A escola é um espaço educativo que ainda necessita de grandes 
mudanças para atender a demanda social, ainda se encontra no plano de suas 
concepções teóricas e práticas alienadas, sem iniciativa de formar 
fundamentações teóricas para melhor orientar e compreender a prática, ainda 
se encontra baseada em modelos já estabelecidos. 
O supervisor escolar deve desempenhar com compromisso suas 
funções promovendo as transformações sociais e políticas, prevendo a 
formação humana no processo educacional. É possível compreender que o 
supervisor educacional precisa desenvolver na escola uma análise crítica e 
construtiva do saber e do fazer pedagógico, trabalhando de forma racional e 
articulada com os gestores escolares, possibilitando a melhoria da qualidade 
da educação. 
O supervisor escolar deverá desempenhar sua prática pedagógica com 
a finalidade de aperfeiçoar os educadores podendo interagir na qualidade do 
ensino e assim gerar uma aprendizagem de qualidade. O supervisor escolar 
deve valorizar as diversidades dos saberes dos professores e alunos e as suas 
colaborações para o planejamento de práticas pedagógicas, respeitando a 
particularidade de cada um. Isso exige do supervisor escolar um processo 
permanente de avaliação do desempenho profissional. 
Desde o planejamento, desenvolvimento e avaliação do processo de 
ensinar e aprender o supervisorescolar deve considerar a proposta curricular, 
metodológica e pedagógica da escola. Segundo Lück (2008, p. 20) “a avaliação 
contínua é baseada na somatória de esforços que promovam ações com o 
sentido de desenvolver uma prática docente que garanta uma qualidade do 
processo de ensino e aprendizagem”. 
Na prática do conhecimento o supervisor deve entender a missão da 
escola, seus princípios e valores, sua visão de futuro, suas metas, suas 
relações com o contexto histórico-social e o desenvolvimento humano, seus 
níveis e modalidades de ensino. 
As ações do supervisor escolar devem envolver o estímulo dos 
professores de maneira que possam trabalhar de forma ativa com 
compromisso e ética profissional através do diálogo. O supervisor deve 
 
44 
 
identificar e entender as demandas da escola e a sociedade que está em 
processo permanente de mudanças. 
A educação é um processo permanente que exige cada vez mais das 
pessoas um compromisso que atenda as demandas sociais, políticas e 
econômicas, pois o mundo está evoluindo rápido requerendo profissionais cada 
vez mais competentes. Isso representa a necessidade da implementação de 
uma política educacional que atenda a demanda da escola brasileira validando 
suas especificidades, seus valores e seus costumes e crenças regionais dentro 
do contexto geral. 
Nesse desafio de formar pessoas para conviver e viver numa sociedade 
diversificada onde a educação deve ser humanizadora na transformação da 
realidade, ainda existem conceitos diferentes, variando de classe social. Nesse 
sentido o supervisor educacional deve primar pelos fundamentos teóricos e 
práticos que sustentam os saberes de pessoas que pensam e agem diferentes 
na escola. 
A supervisão escolar tem o compromisso educacional e a 
responsabilidade social com a qualidade da educação, como forma de garantir 
o desenvolvimento do aluno de forma lúdica e racional, capaz de fazer e 
entender a história em que vive e convive socialmente, entendendo as razões 
dos fatos e atos construídos baseados em fundamentações teóricas e práticas. 
 
Atividade de Aprendizagem: 
Pesquise na internet sobre gestão educacional, busque relatos de experiências 
nessa área para que lhe auxilie em suas reflexões. Logo após sua pesquisa 
faça uma resenha sobre suas descobertas e conclusões 
 
 
 
 
45 
 
Princípios e valores do supervisor educacional: agente 
da educação escolar 
 
Toda profissão exige seus princípios e valores próprios no processo de 
formação e atuação profissional, requerendo qualidade no processo que 
envolve muitos agentes e lugares que somam ideias e comportamentos 
diferentes. 
Segundo Fazenda (2001), tão importante quanto o produto de uma ação 
exercida é o processo e, mais que o processo, é necessário pesquisar o 
movimento desenhado pela ação exercida, somente com as pesquisas dos 
movimentos das ações exercidas podemos delinear seus contornos e seus 
perfis. 
Os princípios e valores éticos e morais do supervisor educacional devem 
ser voltados para a cooperação democrática na visão orgânica da educação e 
do ensino, criando processos adequados e coerentes com a realidade. O 
supervisor educacional deve integrar todo o processo de ensino e 
aprendizagem no espaço e tempo que convive com as diversidades culturais. 
A supervisão contínua poderá ser individual e coletiva com capacidade de 
avaliar seus próprios resultados e daí fazer os replanejamentos necessários. 
 O conhecimento do novo envia-nos a uma revisão do velho com 
possibilidade de entender os motivos dos resultados alcançados para planejar 
de forma fundamentada. “[...]. Novos movimentos, nascidos de ações e práticas 
bem sucedidas, geram-se em movimentos anteriores”. (FAZENDA, 2001, p.16). 
É relevante conhecer o que já existe para dar suporte o que se planeja 
pensar e fazer isto são práticas pedagógicas coletivas conscientes. A função 
do supervisor escolar é descentralizadora deve ouvir e falar na proporção das 
necessidades escolares. 
O supervisor escolar no exercício profissional é aquele articulador e 
mobilizador da equipe escolar, buscando a melhoria do fazer pedagógico da 
sala de aula e a melhoria no que apresenta a qualidade do ensino-
 
46 
 
aprendizagem proporcionada pela escola. O supervisor escolar é considerado 
um sujeito histórico possuidor de uma identidade própria, e ao mesmo tempo 
coletiva. A identidade configura-se como uma totalidade. A construção da 
identidade passa por um processo complexo graças a sua história pessoal e 
profissional. 
É através do olhar e da prática de pesquisador do supervisor 
educacional que configura os princípios e valores da profissão, envolvendo 
olhares e lugares diversos que reportam seus conceitos. Pelo rigor teórico da 
pesquisa, integrado a complexidade da realidade, encontra-se o sentido da 
supervisão, da ação do supervisor escolar compreendendo os agentes e os 
ambientes envolvidos no processo educativo. 
Os valores humanos devem ser reconhecidos, entendidos e praticados 
através da validação do respeito mútuo e consideração às características 
próprias dos profissionais. Os valores relacionados com o trabalho são 
convicções pessoais de cada pessoa, como colaborador que manifesta seus 
princípios éticos e morais através do exercício de sua profissionalização. 
 
PARA SABER MAIS: 
Assista ao vídeo Supervisão e Orientação Educacional. Neste vídeo é 
relatado o papel do Orientador Educacional e contribuição no processo de 
ensino-aprendizagem na educação. Acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=iBFhvYL1YZg 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=iBFhvYL1YZg
 
47 
 
 
 
 
Algumas definições clássicas 
sobre quem é o Orientador 
Educacional 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
Introdução 
 
Saiba que esta unidade de estudo tem como propósito auxiliá-lo na 
compreensão sobre quem é o Orientador Educacional, pois para aprender a 
ser um Orientador Educacional, faz-se necessário conhecimentos específicos e 
diferenciados sobre quem é este profissional que assume esta função no 
contexto escolar. Assim, espero que você tenha um excelente estudo e um 
bom aproveitamento desta importante unidade. Logo, para uma melhor 
aprendizagem, recomendo que você retome todo o conteúdo desta unidade e 
reveja suas anotações sempre que for necessário. 
 
Como nas disciplinas anteriores, a leitura acurada do texto teórico, a 
prática de assistir aos vídeos sugeridos e o desenvolvimento das atividades 
são práticas elementares para o bom desempenho na disciplina, pois para que 
você compreenda, de maneira crítica e reflexiva, as discussões teóricas aqui 
apresentadas, todo o material oferecido na disciplina auxilia na compreensão 
dos conceitos explorados, assim como na construção de novos conhecimentos. 
 
Durante a leitura, aproveite para registrar os aspectos que achar mais 
importantes e as dúvidas que surgirem. A princípio, é oportuno uma breve 
reflexão: Quem é o Orientador Educacional? Ficou curioso? Então mãos à 
obra, vamos ler, estudar e compreender quem é esse profissional no contexto 
educacional brasileiro. 
 
PARA SABER MAIS: 
Leia na íntegra o Artigo intitulado: “Conhecendo a história da Orientação 
Educacional” de Priscila Maria Romero Barbosa, pois ela enfatiza, entre 
outros assuntos, o início do processo de Orientação Profissional/educacional 
no contexto das escolas brasileiras. Acesse: 
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0430.html 
 
 
 
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0430.html
 
50 
 
Quem é o Orientador Educacional? 
 
Gostaria de iniciar refletindo com vocês sobre o Orientador Educacional 
a partir das contribuições de Giacaglia e Penteado (2010), pois segundo as 
autoras, considerando às exigências da profissão e o grau de exposição que se 
impõe a esse profissional, faz-se necessárioque o mesmo seja detentor de 
uma apurada formação técnica, assim como certas características pessoais. 
Logo, é necessário que goste de tratar e conviver diretamente com todos os 
tipos de pessoas e, notadamente, com estudantes de diferentes idades. 
Entretanto, resumidamente, Grinspun (2006) diz que houve uma fase aclamada 
de Romântica em que se acreditava que o Orientador Educacional resolvia 
todos os problemas dos estudantes e de quem estava envolvido direta e 
indiretamente com o processo educativo. Assim, como houve outra fase 
chamada de Objetiva, na qual esse profissional seria uma espécie de 
prestação de serviços que abarcava várias ordens, a qual não permitiria que os 
estudantes tivessem problemas (GRINSPUN, 2006). 
 
As contribuições das autoras acima nos ajudam a compreender o 
trabalho executado pelo Orientador Educacional no contexto escolar. Logo, faz-
se necessário reportarmo-nos as indagações que abrem esta seção acerca 
desse profissional, entretanto, cônscios que as definições são múltiplas e 
diversas, pois são inúmeros os autores que se empenham ao seu estudo, 
GIACAGLIA; PENTEADO (2010), GIACAGLIA (2002, 2003, 2010), GRISPUN 
(2001, 2011), BALESTRO (2004/2005). Entretanto, a priori, as contribuições de 
Giacaglia e Penteado (2010) são favoráveis aos questionamentos presentes 
neste corpo teórico. Vamos conferir? 
De acordo com Grinspun (2011), o Orientador Educacional é um dos 
profissionais que integra a equipe da gestão escolar. O referido profissional, 
segundo o mesmo autor, é o principal responsável em acompanhar o 
desenvolvimento pessoal do discente, ou seja, possibilitar ao estudante o apoio 
necessário para a sua necessária formação, o que exige do mesmo um 
 
51 
 
trabalho que envolva, entre outras temáticas, valores morais, éticos, entre 
outros. 
 
Grinspun (2011) explica ainda que o Orientador Educacional, a partir de 
um trabalho articulado com os professores, contribui para o processo de 
aprendizagem dos discentes ao auxiliar os professores na compreensão das 
atitudes, posturas dos mesmos, ele é diferente do professor que centra seu 
trabalho pedagógico, na maioria das vezes, nos conteúdos escolares, 
desenvolve um trabalho coadunado aos conteúdos atitudinais, abarcando, 
entre outros elementos, a construção de valores, relações e comportamentos 
sociais. Giacaglia e Penteado (2010) concordando com Grinspun (2011) 
sinalizam que o Orientador Educacional desenvolve um trabalho diretamente 
ligado aos discentes, de modo a auxiliá-los em suas necessidades escolares, 
ou seja, seu trabalho está notadamente articulado a contribuir para que os 
estudantes avancem no processo de aprendizagem, de modo a responder as 
expectativas da escola, da família e da sociedade em relação a sua formação 
escolar. 
 
Considerando o exposto, podemos compreender que Orientador 
Educacional é o sujeito integrante da equipe da gestão escolar que lida 
diretamente com os estudantes, de modo coadunado ao trabalho dos 
professores, auxiliando e promovendo os meios para que os mesmos avancem 
em seus desenvolvimentos pessoais. Logo, os comportamentos dos discentes, 
em relação à escola, à família e à sociedade são peças-chaves no trabalho 
desse profissional, para que consiga orientá-los, ouvi-los e manter um efetivo 
diálogo com a escola, família e sociedade, de modo geral. 
 
Placco (1994) ressalta que a atuação do Orientador Educacional tem 
estreita relação com o significado de ser professor, pois, segundo a autora: 
 
[...] um dos educadores da escola deverá participar de uma 
ação educacional coletiva, assessorando o corpo docente no 
desencadeamento de um processo em que a sincronicidade é 
desvelada, torna-se consciente, autônoma e direcionada para 
um compromisso com uma ação pedagógica competente e 
 
52 
 
significativa para os objetivos propostos no projeto pedagógico 
da escola (PLACCO, 1994, p. 30). 
 
 
 
É oportuno, ainda, acoplar as contribuições de Garcia (1994) ao 
pensamento de Placco (1994), pois segundo o referido autor a Orientação 
Educacional, assim como a Supervisão Educacional, é, por sua vez, uma ação 
educadora, posto que a intencionalidade das suas ações está diretamente 
ligada ao processo educativo. Entretanto, precisamos compreender que a 
atuação do Orientador Educacional difere da atuação dos professores em 
vários aspectos, como: o trabalho de sala de aula do professor está voltado 
essencialmente para o processo de ensino que pauta-se, na maioria das vezes, 
em uma das áreas do conhecimento, a saber: Geografia, Matemática; Ciências, 
Português, entre outras. Já o Orientador Educacional, por sua vez, não 
desenvolve seu trabalho a partir de um currículo específico, posto que seu foco 
é o desenvolvimento dos estudantes como um todo. O trabalho desse 
profissional abarca principalmente valores, comportamentos, sentimentos, as 
experiências pessoas e profissionais dos discentes de modo a analisá-las e 
levá-las a compreendê-las em uma perspectiva crítica e transformadora. 
 
Em uma mesma linha de raciocínio, sublinhamos que o Orientador 
Educacional deve atuar em uma perspectiva pedagógica buscando ser o 
mediador entre os aspectos importantes envolvidos nos processos educativos, 
como: os comportamentos, valores, crenças, atitudes e necessidades dos 
discentes e o trabalho pedagógico dos professores. No rastro do exposto, 
assinalamos aqui que é por meio do trabalho do referido profissional que os 
estudantes receberão auxílio no que concerne às escolhas, relacionamentos 
interpessoais, emoções, sentimentos, entre outros. Logo, como assinalam 
Giacaglia e Penteado (2010): 
 
Pode-se definir ou caracterizar o Or. E. como um profissional 
técnico, da área de educação, que exerce uma profissão de 
apoio a pessoas e, portando, de natureza assistencial. [...]. O 
Or. E. tem seu trabalho voltado principalmente para o bem-
estar e a felicidade dos alunos matriculados na escola onde 
desempenha suas funções. Ele se interessa pelo aluno como 
 
53 
 
um todo, não apenas como um ser que deva ser 
adequadamente ensinado e que deva aprender (GIACAGLIA; 
PENTEADO, 2010, p. 60). 
 
 
Em uma mesma perspectiva, cabe compreendermos que o Orientador 
Educacional deve atuar também como o mediador na relação do estudante 
com o contexto social, discutindo e possibilitando aos mesmos 
compreenderem, a partir de uma ótica crítica-reflexiva, os dilemas e 
descompassos que permeiam o espaço social em suas diferentes nuances: 
econômico, político, cultural, entre outros. 
 
Por fim, para fechar esta primeira unidade de estudo, não pode deixar de 
enfatizar que o Orientador Educacional é integrante da equipe de gestão 
escolar/pedagógica constituída pelo gestor escolar, coordenador pedagógico e 
pelo próprio orientador educacional como apresentado no início deste material 
didático-pedagógico, os quais, em sinergia, desenvolvem um trabalho coletivo 
de ações e atividades pedagógicas necessárias para a concretização das 
finalidades do processo educativo. Sublinhamos que não somente a execução 
destas atividades, mas também o acompanhamento e a avaliação das mesmas 
devem ser compartilhados com a população docente, às famílias e a 
comunidade escolar, como um todo. 
 
Enfim, é necessário que compreendamos que o Orientador Educacional 
não deve existir na escola visando resolver todos os problemas e dificuldades 
que perpassam, ou até obstaculizam, o processo de aprendizagem dos 
estudantes. Pois, se ao longo da história, houve “Uma fase Romântica em que 
se achava que a Orientação resolvia todos os problemas dos alunos e de quem 
estava envolvido direta e indiretamente com ele”, como bem explicou Grinspun 
(2006, p. 111). Atualmente, ainda segundo Grinspun (2006), podemos 
entender que esse profissional vive uma fase crítica que busca compreender 
quem é o estudante, seu contexto histórico, social e cultural, entre outros. 
Logo,o trabalho dele deve auxiliar o estudante de modo a ajudá-lo a se 
descobrir enquanto sujeito histórico, indivíduo em formação, assim como 
enquanto cidadão com direitos e deveres específicos na sociedade. 
 
54 
 
 
PARA SABER MAIS: 
Assista aos vídeos: 
O percurso histórico e a função do Orientador Educacional “Histórico sobre o 
Orientador Educacional” com Roberta Guedes. Acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=NEcFJX_BxEw 
 
Entrevista com Heloíza Luck sobre: As dimensões em gestão escolar e suas 
competências. Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=Ii67fV1Wp74 
 
Professora Ana Vital aborda assuntos sobre: Orientação Educacional – 
implementação e importância. Acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=9C5_4t7JfKQ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=NEcFJX_BxEw
https://www.youtube.com/watch?v=Ii67fV1Wp74
https://www.youtube.com/watch?v=9C5_4t7JfKQ
 
55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Algumas definições clássicas 
sobre o que faz o Orientador 
Educacional 
5 
 
 
 
 
56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
Introdução 
 
Nesta unidade de estudo da disciplina Orientação Educacional, vamos 
aprofundar nossos conhecimentos acerca do papel e atribuições do Orientador 
Educacional no contexto escolar. Nosso objetivo é que você execute as 
atividades com autonomia a partir da leitura dos textos disponibilizados na 
unidade de estudo em pauta, na participação no fórum de discussão. 
 
Lembre-se de que o seu desempenho depende de uma rotina de estudo 
organizado e, principalmente, da sua responsabilidade! Então, vamos 
começar? 
 
PARA SABER MAIS: 
Leia o artigo “A contribuição do Orientador Educacional na política da 
educação – um estudo na rede municipal de ensino de Pelotas – RS” da 
professora Margarete Hirdes Antunes. A professora Margarete Antunes 
enfatiza a prática profissional dos Orientadores (as) Educacionais – OE nas 
Escolas da Rede Pública Municipal de Pelotas/RS. Acesse: 
http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/bitstream/tede/128/1/Margarete%20final.pdf 
 
 
O que faz o orientador educacional? 
 
Introduzimos brevemente esta unidade apoiando-nos nas contribuições 
de Grinspun (2006) ao explicitar que a Orientação Educacional deverá atender 
os estudantes que, por sua vez, necessitam de orientação pessoal, entretanto, 
não somente no âmbito da vida escolar, mas na vida particular, de modo a 
auxiliá-lo em contextos de problemas, dúvidas, inseguranças, medos e 
incertezas, entre outros. A autora enfatiza, ainda, que atividade terapêutica 
volta-se essencialmente para os estudantes com dificuldades de estudo ou de 
comportamento, os quais precisam, na maioria das vezes, de uma assistência 
assídua e especializada. Sobre as atividades de recuperação, a autora explica 
que estão voltadas para os estudantes que apresentam um déficit de 
http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/bitstream/tede/128/1/Margarete%20final.pdf
 
58 
 
aprendizagem, o qual precisa de intervenção e recuperação. Logo, esta 
atividade deve ser desenvolvida de modo coletivo com a Supervisão Escolar, 
posto que a recuperação não vise somente levar o estudante a alcançar certas 
notas, mas, também, a pesquisar e identificar as causas que os levaram a este 
comportamento de desinteresse, conflito, desajuste e funcionamento fragilizado 
da escola, dentre outros. 
 
Considerando as contribuições de Grinspun (2006), sublinhamos, a 
priori, que é de extrema importância que o Orientador Educacional tenha plena 
consciência das suas atribuições no contexto escolar, pois essa compreensão 
o possibilitará atuar com segurança, assim como investir no seu processo de 
formação contínua. Assim, o convidamos a discutir o papel desse profissional. 
Vamos lá? 
 
Deste modo, é oportuno, neste início da discussão, abordarmos as 
atribuições do Orientador Educacional pautando-se nos ditames constitucionais 
que regulamentam a profissão, delimitando, portanto, suas incumbências no 
espaço escolar. Assim, conheceremos abaixo a Lei nº 5.564, de 21/12/1968, 
regulamentada pelo decreto nº 72. 846, de 26/09/1973, mais especificamente 
os artigos 8º e 9º, dada a sua importância para a discussão acerca do papel do 
Orientador Educacional. 
 
Art. 8º São atribuições privativas do Orientador Educacional: 
 
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de 
Orientação Educacional em nível de: 
1 - Escola; 
2 - Comunidade. 
b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de 
Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e 
Autárquico; das Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais, 
Paraestatais e Privadas. 
c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao 
processo educativo global. 
 
59 
 
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades 
do educando. 
e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à 
orientação vocacional. 
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao 
conhecimento global do educando. 
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a 
outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial. 
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar. 
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, 
satisfeitas as exigências da legislação específica do ensino. 
j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional. 
l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional. 
 
Art. 9º Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes 
atribuições: 
a) Participar no processo de identificação das características básicas da 
comunidade; 
b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar; 
c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola; 
d) Participar na composição caracterização e acompanhamento de turmas e 
grupos; 
e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos; 
f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos estagiários; 
g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade; 
h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional. 
 
Precisamos compreender, sobretudo, que as atribuições do Orientador 
Educacional devem centrar-se, sobretudo, na orientação e acompanhamento 
do estudante no que concerne ao seu processo escolar. Logo, faz-se 
necessário o Orientador Educacional contribuir com os discentes no 
direcionamento que deve dar a sua formação escolar, cidadã, ajudando-o, 
sempre que for possível, a descobrir suas habilidades, competências, 
 
60 
 
preferências, motivações, predileções e colaborando, acima de tudo, para que 
os mesmos se descubram profissionalmente. Logo, como explicam Pascoal, 
Honorato e Albuquerque (2008): 
 
[...] o papel do orientador educacional deve ser o de mediador 
entre o aluno, as situações de caráter didático-pedagógico e as 
situações socioculturais. Além disso, a razão de ser da escola 
e da própria educação é o aluno, centro dos estudos da 
orientação educacional (PASCOAL; HONORATO; 
ALBUQUERQUE, 2008, p. 108). 
 
 
Faz-se oportuno acoplarmos as contribuições de Pascoal, Honorato e 
Albuquerque (2008) o pensamento de Grinspun (2002). Segundo a referida 
autora: 
O principal papel da Orientação será ajudar o aluno na 
formação de uma cidadania crítica, e a escola, na organização 
e realização de seu projeto pedagógico. Isso significa ajudar 
nosso aluno ‘por inteiro’: com utopias, desejos e paixões. [...] a 
Orientação trabalha na escola em favor da cidadania, não 
criando um serviço de orientação para atender aos excluídos 
(...), mas para entendê-lo, através das relações que ocorrem 
(...) na instituição Escola. (GRINSPUN, 2002, p. 29) 
 
Visando endossar as contribuições dos autores, convém ressaltarmos 
que a atuação do Orientador Educacional deve favorecer

Outros materiais