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Universidade Federal Fluminense - UFF Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional - ESR Departamento de Serviço Social de Campos - SSC Bacharelado em Serviço Social Carlos Daniel de Souza Silva Avaliação de Formação Soc. Hist. do Brasil Contemporâneo: Uma análise simplificada do documentário Getúlio: A construção do mito . Campos dos Goytacazes/RJ 2022 Carlos Daniel de Souza Silva Avaliação de Formação Soc. Hist. do Brasil Contemporâneo: Uma análise simplificada do documentário Getúlio: A construção do mito . Avaliação realizada para a obtenção da média parcial da disciplina intitulada “Formação Soc. Hist. do Brasil Contemporâneo” do terceiro período do curso de serviço social no Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional - ESR. Campos dos Goytacazes/RJ 2022 Avaliação de Formação Soc. Hist. do Brasil Contemporâneo: Uma análise simplificada do documentário Getúlio: A construção do mito . Getúlio Dornelles Vargas foi ex-presidente do Brasil, advogado, político e líder da “revolução de 30”, nascido em 19 de abril de 1882, em São Borja, Rio Grande do Sul. Foi o grande responsável pelo fim da república velha, sua ascensão ao poder em três significativos momentos: o governo provisório, governo constitucional e o estado novo, posteriormente renúncia, mas não deixando a vida política e com os escândalos de seu governo, ele se suicida em 24 de agosto de 1954 no Museu da República, Rio de Janeiro. Visivelmente é possível enxergar no campo histórico e social as marcas que o governo Vargas deixou no Brasil, por suas iniciativas marcantes como a criação de empresas estatais e a regulamentação da CLT, consolidando as leis trabalhistas no país. A construção visionária de Getúlio Vargas se apresenta de forma local, regional e posteriormente nacional levando sempre o ideal nacionalista que se expressa fortemente em sua região e de sua familia, além disso é importante considerar que ele vem de uma elite frugal que manda nas escolas, na policia e na politica local. Dentro da vida pública ele faz uma carreira política com expressões únicas levando a realidade gaúcha. Em 1929 em um contexto de guerras e da grande crise do Capitalismo, Vargas se candidata a presidência da república, com um ideal de inspiração de ditadores, mas acima de tudo como um grande manutentor do capitalismo monopolista e da burguesia. Em 1930, em um movimento intitulado “Revolução de 30”, o presidente em exercício é deposto com o apoio de tenentes e correntes políticas e Vargas é escolhido como o “presidente temporário” e com o decorrer dos primeiros anos ele apresentou diversas estruturas ditatoriais, mas ainda assim aprovadas popularmente, sendo uma figura aclamada. Após a revolução de 30 é criado os dois ministérios que surgem a partir de demandas anteriores, tornando o Estado como ator importante na expressão da questão social, trazendo um grande impacto com a legislações e consolidação das leis. A instauração do Estado Novo ocorre com a justificativa de reajustar o organismo político e social, trazendo a paz e a ordem, segundo Getúlio Vargas em um discurso em 1937. Causando assim o fechamento do congresso, fim dos partidos políticos e prisão dos adversários políticos. Em 10 de novembro de 1937 Getúlio comparece a uma estação de rádio e anunciava que o país ganhara uma nova constituição, que o congresso estava sendo fechado e que a partir desse momento ele se transformava em chefe absoluto da nação. (D’Araujo, 1997, p.27). A partir desse momento o Estado brasileiro acentua ainda mais características inspiradas no nazi-facismo, um ponto de extrema importância e utilizado por Vargas foi a utilização da propaganda como ferramenta fundamental, utilizando a rádio como controle de informações. Criando assim um departamento com o intuito de “centralizar, coordenar, orientar, superintender a propaganda oficial interna e externa (...), fazer censura do teatro, do cinema, de funções recreativas e esportivas, da radiodifusão, da literatura e da imprensa (Decreto-lei 1915, de 27.12.1939). Realizando uma análise sobre o documentário “Getúlio: A construção do mito” é possível enxergar as multifacetas do governo Varguista, e a partir disso compreender o período histórico-social que ocorria todas essas mudanças internas no Estado, é possível também enxergar a forte influência das mudanças globais e na alta da crise do capitalismo, que pode ser analisada como um período que a questão social se tornou altamente importante para a manutenção da burguesia em seu estado pleno, com isso é notório que Vargas embarcou nessa visão da urgência da atuação estatal por conta de todos os embates sociais, além do mais é importante observar que nesse mesmo período ocorre mudanças no capitalismo e o surgimento de novas demandas. Vargas atuava com um grande poder coercitivo da classe trabalhadora e de assegurar as demandas do capital que necessitava de uma refuncionalização do Estado com um modelo de proteção social com o objetivo de assegurar o poder econômico. Período no qual o Estado se torna um empresário e um fornecedor de monopólios a baixo custo (matérias-primas; energia…) e indiretamente vai atuar como um preparador de mão-de-obra para o capital, além de salvar e criar empresas. Um elemento novo que se torna visível nesse governo é a conservação física da força de trabalho que estava ameaçada pela superexploração a fim de regulamentar e discutir um novo modelo de relação trabalhista, criando assim uma face assistencial e com isso tendo reconhecimento e legitimação. Assim como foi explicitado no documentário é notório a refuncionalização e o redimensionamento do Estado que passa a ter uma atribuição direta nas questões econômicas, sendo interventor das políticas sociais, políticas educacionais e políticas setoriais, vendendo assim a partir de políticas e mecanismos de recortes das sequelas sociais a imagem de um Estado “social” que atende as necessidades do capital, mas ainda assim assim assiste às demandas da classe trabalhadora. “As políticas sociais decorrem da capacidade de organização da classe operária e do conjunto dos trabalhadores, a que o Estado responde com antecipação estratégica.” (NETTO, 2011) Desse modo, é possível entender que em todo o processo de desenvolvimento político de Getúlio Vargas ele conseguiu apresentar essas características necessárias para o desenvolvimento do capital, e além disso, de um expressivo controle social e para além do controle social um favoritismo que ocorre por dois motivos principais: o primeiro é seu ideal nacionalista e de controle as mídias e as informações, tendo assim uma legetimização mesmo em um Estado de perseguição e coerção aos partidos e aos opositores e o segundo, é a criação de departamentos e consolidação de demandas tanto do capital quanto da classe trabalhadora ativa e inativa que necessítsava ser assistida em diversos campos. Consequentemente, mesmo com todos os escândalos que repercutiam após ele renunciar do seu cargo político ele conseguiu deixar um legado de produtos de mudanças e transformações sendo eles na dinâmica tecnológica, no controle social, no capitalismo monopolista e no papel do estado e capital: “Ele foi, no momento da morte, o presidente mais popular da história do Brasil.” (TEIXEIRA, 2018). Bibliografia JAMBEIRO, Othon. Tempos de Vargas: O rádio e o controle da informação. Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/handle/ufba/152> Acesso em: 17 mai.. 2022. AMORIM, Jeovane Aparecido. O governo Vargas, uma breve contextualização. Disponível em: <http://www.uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/o_governo_vargas_uma_breve_contextua lizacao.pdf>. Acesso em: 17 mai.. 2022. CASÉ, Rafael. Doc. Caminhos da reportagem | Getúlio: A construção do mito. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZccvXwS5aEs&t=179s>. Acesso em: 17 mai. 2022.