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@veterinariando_ Estômago É formado por 4 regiões funcionais: cárdia, fundo, corpo e antro Convergência dos músculos do esôfago e do estômago = formação do cárdia Cárdia + esfíncter esofágico anterior = entrada de alimento no estômago e evita o refluxo do conteúdo no esôfago A parede do estômago é composta por 3 camadas: mucosa, muscular e serosa Células da mucosa – secretam muco e bicarbonato, que protegem o tecido basal dos efeitos do ácido luminal e das pepsinas. O muco funciona como lubrificante e o bicarbonato mantém o pH da mucosa acima de 6. A barreira da mucosa gástrica possui a capacidade de reparar as células lesadas, além de conter prostaglandinas, produzidas pela mucosa Mecanismo de digestão 1. Durante o preenchimento do estômago, o alimento fica acomodado no fundo (não há aumento de pressão no interior gástrico) 2. O organismo armazena a ingesta e secreta ácido hidroclorídrico, pepsina e lipase para que ocorra a digestão 3. A função primária do antro é realizar a quebra do alimento em pequenas partículas 4. O piloro constituído por uma parede muscular que forma o esfíncter pilórico, seleciona o tamanho da partícula que irá passar para o duodeno, evitando que ocorra refluxo. 5. O armazenamento, mistura, trituração e transporte ocorre por meio de contrações peristálticas. Quando o alimento chega ao piloro, uma pequena quantidade passa para o duodeno 6. O piloro se fecha e as partículas maiores ficam no antro e no corpo do estômago para serem digeridas Fundamentais na diferenciação de causas de doenças gástricas primárias ou secundárias Hemograma pode estar normal em gastrites primárias Sangramento crônico → anemia arregenerativa Hemorragias agudas → anemia regenerativa Doenças virais → neutropenia Parasitismo e gastrenterite eosinófilíca → quadros de eosinofilia Enterocolites bacterianas e doença inflamatória intestinal → leucocitose com neutrofilia Exames bioquímicos – doença renal, hepatopatias e cetoacidose diabética eliminam a chance de as alterações gástricas serem secundárias Vômitos de pequena duração → não causam alteração de eletrólitos ou de equilíbrio ácido-base Animais com vômitos intermitentes e anorexia → podem apresentar hipopotassemia Perdas de secreções gástricas ricas em cloro → hipocloremia Animais desidratados, azotêmicos e com aumento de lactado por redução de perfusão tecidual → acidose metabólica Não contrastado – identificar distensões gástricas, deslocamento ou mau posicionamento do órgão e corpos estranhos radiopacos Contrastado – doenças gástricas, corpos estranhos, formações, retardo de esvaziamento ou úlceras muito profundas O gás interfere na interpretação do exame (produção de artefatos) Indicado para avaliar as camadas gástricas e espessamento em casos suspeitos de neoplasias, gastrites crônicas, hiperplasia de piloro e visualizar alguns corpos estranhos Alteração de motilidade podem ser avaliadas Parede gástrica em cães 3-5mm e em gatos 2 a 4,4mm Métodos precisos em casos de avaliação fisiológica, como em casos de esvaziamento gástrico Cintigrafia – pouco utilizada devido a ingestão de partículas radioativas Fluoroscopia – avaliação em tempo real a passagem do contraste pelo TGI Visualização direta do lúmen do esôfago, estômago e duodeno Visualização de inflamação (edema + hiperemia), erosões, úlceras, corpos estranhos, hiperplasias, hemorragias, pólipos e proliferações teciduais Com esse exame ainda é possível realizar a coleta de materiais para realização de outros testes Indicado como método terapêutico em casos de remoção de corpo estranho e pólipos, hemorragias gástricas agudas, ruptura de vasos sanguíneos e no auxílio de colocação de tubos gástricos Limitações – diagnóstico de lesões nas camadas submucosa ou muscular • A anamnese é de extrema importância, uma vez que as manifestações clínicas não são específicas Vômitos Hematêmese Melena Anorexia Desconforto abdominal • Hematêmese e melena = podem ser decorrentes de doenças gástricas erosiva-ulcerativa → Sangue digerido no vômito = indica sangramento gástrico → Sangue vivo no vômito = indica hemorragia esofágica ou de cavidade oral → Fezes enegrecidas = indicam sangramento em qualquer parte do trato gastrointestinal superior • Distensão abdominal é menos comum e devem ser diferenciadas de outras condições não gástricas → Cães de grande porte com distensão abdominal + vômitos improdutivos = dilatação vólvulo gástrica → Retardos de esvaziamento devido a redução de motilidade e obstrução pilórica, também levam ao aumento de volume abdominal Gastrite aguda e doença gástrica ulcerativa o Diversos fatores predisponentes: Ingestão de corpo estranho Material erosivo Intolerância e indiscrição alimentar Fármacos (principalmente AINEs) Parasitas e infecções virais o Mecanismos fisiopatológicos Lesão direta na barreira da mucosa gástrica, fazendo com que aumente a secreção de ácidos gástricos e gerando retardo na renovação do epitélio gástrico e reduzindo o fluxo sanguíneo na mucosa o Uma das principais causas de ulceração e erosão gástrica é a administração de AINE, pois inibem a síntese de prostaglandinas protetoras A gravidade das lesões depende da: idade, dose, sensibilidade individual e uso em conjunto com corticoides Entre os AINES estão: diclofenaco sódico, piroxicam, ibuprofeno e flunixino Ibuprofeno e piroxicam passam pela circulação enterohepática prolongado a meia vida dos fármacos. Mesmos inibidores seletivos de COX-2, que podem gerar erosão gástrica e ulceração O AAS (ácido acetilsalicílico) reduz a síntese de prostaglandina gástrica, comprometendo a barreira da mucosa e pode levar a ulceração o Os AIEs também colaboram para a ocorrência de úlcera e erosão, pois reduzem o crescimento das células da mucosa e na produção de muco, além disso aumentam a produção de suco gástrico Prednisona – de forma geral não costuma causar problemas se usado em doses menores que 4mg/kg/dia Dexametasona – se utilizada em doses altas, pode levar a lesões ulcerativas, principalmente associado a outros fatores como: hipotensão, refluxo de ácidos biliares e administração de AINEs o Doenças metabólicas podem predispor a lesões ulcerativas na mucosa Insuficiência hepática – reduz a produção de muco gástrico, a vascularização e a renovação de células epiteliais, aumentando a concentração de ácidos biliares que estimulam a secreção de gastrina e ácido gástrico Doença renal – lesões das células epiteliais são causadas pelas toxinas urêmicas e pela redução do metabolismo renal de gastrina Hipotensão por sepse, choque e procedimentos cirúrgicos – em resposta a hipotensão, há liberação de catecolaminas e corticosteroides vasoconstritores que potencializam a formação de lesões gástricas. ▪ Vômitos intermitentes ▪ Hematêmese ▪ Melena ▪ Dor ▪ Apatia ▪ Choque ▪ Histórico clínico + manifestações clínicas ▪ Geralmente o paciente apresenta dor à palpação abdominal ▪ Ultrassom – espessamento de mucosa gástrica devido a inflamação + líquido livre em casos de ruptura ▪ Endoscopia – método mais útil, possibilitando a visualização da lesão ▪ Biopsias – devem ser feitas durante a endoscopia e encaminhadas para o histopatológico, principalmente em casos de lesões proliferativas ulceradas ▪ Terapia suporte auxilia no tratamento e aumenta as chances de defesa as mucosa ▪ Administração de fármacos via oral deve ser evitado até a interrupção dos episódios eméticos ▪ Administração de fluidoterapia para manter o animal hidratado ▪ Nutrição enteral ou parenteral para manter aporte nutricional adequado(jejum prolongado não é indicado) ▪ Em casos de sangramento significativo – transfusão sanguínea e/ou cirurgia ▪ A duração do tratamento é de no mínimo 2-3 semanas FÁRMACO UTILIZADOS Antagonistas H2 ❖ Inibidores competitivos que suprimem a secreção de ácidos ❖ Se ligam em receptores de histamina nas células parietais produtoras de ácido e tornam as células menos responsivas à gastrina e à acetilcolina ❖ Principais – famotidina, cimetidina, nizatidina e ranitidina Ranitidina e nizatidina possuem efeito pró- cinético e antiácido, diminuem a acidez gástrica, aumentam a motilidade e o esvaziamento gástrico (redução dos refluxos gastresofágico e enterogástrico) Cimetidina – menos potente, devendo ser administrada de 3- 4x por dia e tem ação reduzida quando administrada com alimento Inibidores de bomba de prótons ❖ Fazem o bloqueio da enzima sódio-potássio adenosina trifosfatase da célula parietal e inibem a formação de ácido gástrico ❖ Principais – omeprazol e lansoprazol ❖ São fármacos mais potentes, pois bloqueiam a etapa final de formação de íons hidrogênio, com efeito antissecretório ❖ No início do tratamento é recomendado o uso de inibidores da bomba de prótons + antagonista H2 por 3-4 dias Sucralfato ❖ Se adere as lesões, formando uma camada de proteção ❖ Inativa a pepsina, adsorve os ácidos biliares que voltam do duodeno e aumenta a secreção de muco e bicarbonato (aumento da velocidade de cicatrização) ❖ Pode ser administrado em conjunto com antagonista H2 e inibidor da bomba de prótons ❖ IMPORTANTE LEMBRAR – por ser adsorvente não deve ser administrado no intervalo de 2h entre os outros fármacos orais Pró-cinéticos ❖ Melhoram o esvaziamento gástrico e reduzem o refluxo enterogástrico, ajudando na cicatrização e reduzindo a lesão gástrica ❖ Principais – metoclopramida e cisaprida Metoclopramida – possui efeito antiemético central e pró-cinético periférico, age na musculatura lisa do TGI (contrações antral, pilórica e duodenal|) – dose de 0,2 a 0,5mg/kg a cada 8h por via IV. Não deve ser utilizado em casos de obstruções intestinais Cisaprida – possui boa ação, agindo no estômago, esôfago e cólon, além de não atravessar a barreira hematoencefálica (venda proibida devido as alterações cardíacas em humanos) Antibiótico ❖ Eritromicina – estimula receptores de motilidade da musculatura gastrointestinal lisa, agindo no esvaziamento de sólidos e deve ser administrada em jejum ❖ A dose pró-cinética é de 0,5 a 1mg/kg VO a cada 8h Antiemético ❖ Ondansetrona – usada na dose de 0,1 a 1mg/kg a cada 8-12h Análogos sintéticos das prostaglandinas ❖ Misoprostol – fazem a proteção da mucosa gástrica de modo semelhando a prostaglandina produzida pelo organismo, estimula a secreção gástrica de muco e bicarbonato, aumentam o fluxo sanguíneo e reduzem a secreção de ácidos gástricos ❖ O tratamento com esse fármaco ajuda a evitar a formação de úlceras em casos de pacientes que precisam fazer uso prolongado de AINES ❖ Acima da dose recomendada pode causar vômitos, diarreia e dor abdominal ❖ Não utilizar em gestantes, pois é abortivo ❖ Associação com omeprazol e misoprostol está sendo estudada Gastrenterite hemorrágica aguda idiopática Não possui causa bem definida, mas pode ser decorrente de reação imunomediada envolvendo o trato gastrointestinal Fisiopatologia semelhante à enterite hemorrágica aguda em humanos induzida por cepas enterotoxigênicas de E. coli ▪ Hematêmese ▪ Hematoquezia ▪ Em casos graves pode debilitar rapidamente o animal e levar a óbito ▪ Hematócrito > 55%, como concentrações normais de proteína plasmática total ▪ Azotemia renal ou pré- renal e a trombocitopenia podem estar presentes em animais gravemente acometidos ▪ Hemoconcentração + manifestações clínicas características = indicativo de gastrenterite hemorrágica ▪ Fluidoterapia para corrigir desidratação e evitar choque, coagulação intravascular disseminada secundária a hipoperfusão e insuficiência renal secundária a hipovolemia ▪ Indicação de fármacos antissecretores Ranitidina (2mg/kg a cada 12 ou 8h) Omeprazol (1mg/kg a cada 12 ou 24h) ▪ Indicação de fármacos para controle de vômito Metoclopramida (0,2 a 0,5mg/kg a cada 12 a 8h) Ondansetrona (0,5mg/kg a cada 12 a 8h) ▪ Administração de antibióticos para evitar a proliferação das bactérias intestinais Amoxicilina, ampicilina, enrofloxacino, metronidazol ▪ Administração de sucralfato ajuda na cicatrização de úlceras Gastrenterite crônica Entre as principais causas estão: alergias alimentares, terapia crônica com AINE e infecções bacterianas, parasitárias e fúngicas ▪ Episódios intermitentes de vômitos, algumas vezes com episódios agudos, sem resposta de tratamento empírico ▪ Anorexia ▪ Perda de peso ▪ Dor abdominal ▪ RAIO-X – útil para casos em que a causa é presença de corpo estranho, dependendo de sua radiopacidade ▪ RAIO-X contrastado – pode ser útil nos casos de retardo no esvaziamento gástrico ▪ ULTRASSOM – mensuração da parede gástrica e em alguns casos pode indicar presença de corpo estranho ▪ ENDOSCOPIA – viabiliza a inflamação na mucosa gástrica, além de eliminar ou confirmar erosões, úlceras, corpo estranho, pólipos, proliferações teciduais e parasitos → amostras coletadas podem ser utilizadas para diagnóstico de Helicobacter spp. ▪ EXAMES BIOQUÍMICOS – devem ser feitos para descartar causas metabólicas de vômito crônico Gastrite crônica idiopática Presença de infiltrado celulares característicos de processos inflamatórios (linfócito, plasmócito, neutrófilo e/ou eosinófilo), presentes em amostras de tecido gástrico sem outra causa definida Caracterizada histologicamente por: infiltrado linfocítico-plasmocítico, secundário a mudança de permeabilidade na mucosa gástrica, o que permite que ocorra absorção inadequada de antígenos com resposta imunomediada Alteração induzida por: fármacos, parasitos, infecções ou sensibilidade alimentar É uma gastrite caracterizada por infiltrado eosinófilíco, formações granulomatosas, ulcerações e raramente necrose Uma das possíveis causas é a hipersensibilidade a antígenos alimentares ▪ Vômito ▪ Emagrecimento progressivo ▪ Apatia ▪ Vômitos com sangue digerido podem estar presentes em casos crônicos e graves ▪ Histopatológico de amostras da parede gástrica ▪ Biopsia pode ser feito por endoscopia digestiva alta ou laparotomia ▪ Ultrassonografia para verificar espessamento de mucosa em casos de maior cronicidade ▪ Gastroscopia para visualização de edema e hiperemia, além de mucosa irregular e erosões ▪ Tratamento sintomático, associado à alteração da proteína alimentar e à terapia (a troca da proteína é de extrema importância) ▪ Grande parte dos casos há necessidade de terapia inicial com uso de corticoides CÃES 1mg/kg a cada 12h por no mínimo 10 dias (inicialmente) Diminuir para cada 24h e depois a cada 48h GATOS 2 a 4mg/kg a cada 12h durante 10 a 15 dias Seguir com doses menores nos próximos meses de tratamento ▪ Principais fármacos – azatioprina (imunossupressor) e prednisona Azatioprina – utilizada para animais que necessitam de dose mais altas de corticoides (1mg/kg a cada 24h, durante 10 a 15 dias) – com isso a dose de corticoide pode ser reduzida em 50% Azatioprina + prednisona = podem ser administradas em dias alternado IMPORTANTE - a azatioprina não é recomendada para gatos Hemograma deve ser realizado a cada 7 semanas nos primeiros meses de terapia Se ocorrer neutropenia ou trombocitopenia o tratamento com azatioprina deveser interrompido Prognóstico – é bom, porém pode haver recidivas (remissão pode ser mantida com dietas e baixas doses de corticoides ou azatioprina) Gastrite associada a Helicobacter spp. É um bactéria em espiral GRAM negativa. Que infecta estômago de mamíferos Esses microrganismos produzem ureas, que é uma enzima que auxilia a bactéria a se adaptar ao ambiente ácido do estômago Em cães e gatos, esse microrganismo pode ser encontrado no estômago, porém não é comprovado que seja a causa de gastrite nessas espécies Tipos mais comuns em cães: heilmannii, felis, bizzozeronni e salomonis ▪ Grande parte dos cães e gatos são assintomáticos ▪ Em animais sintomáticos o quadro pode cursar com vômitos ▪ Análise de citologia e biopsia ▪ Amostrar obtidas por endoscopia – teste rápido para detectar produção de urease ▪ Endoscopia – mucosa pode variar de normal a hiperêmica, pode haver erosões ponteadas e irregularidades ▪ Amoxicilina (20mg/kg a cada 8-12h) ▪ Omeprazol 1mg/kg a cada 24h) ▪ Azitromicina (5,5mg/kg a cada 24h para gatos e 11mg/kg a cada 24h para cães) → caso não ocorra resposta ao tratamento com amoxicilina ▪ Metronidazol pode ser associada aos outros antibióticos, assim como o bismuto ▪ O tratamento deve ter duração de no mínimo 15 dias Retardo no esvaziamento gástrico Causas mais comuns: obstrução mecânica, alterações funcionais, estenose pilórica e gastropatia pilórica hipertrófica crônica (CHPG) Obstrução mecânica pode ser secundária a lesões anatômicas em piloro ou duodenais Estenose pilórica pode ser decorrente de hipertrofia da musculatura pilórica CHPG pode ser congênita ou adquirida Raças predispostas sãs as braquicefálicas ou de pequeno porte – Lhasa, Boxer, Shih Tzu, Boston terrier e Maltês Machos de meia idade também tem predisposição Neoplasias infiltrativa ou pólipos em piloro ou duodeno podem prejudicar o esvaziamento gástrico ▪ Retenção alimentar ▪ Vômitos ▪ Distensão gástrica ▪ O início dos sintomas é gradual e com vômitos intermitentes, que podem ocorrer horas após as refeições ▪ Com a progressão da doenças, os vômitos podem ser pós- prandiais e em jato (casos de obstrução) ▪ Vômito crônico pode ser indicativo de alteração de motilidade intestinal, como trânsito retrógrado (refluxo gastroduodenal) ▪ Manifestações clínicas + exclusão de doenças metabólicas ▪ Alterações laboratoriais – hipopotassemia e anemia (em casos de úlceras crônicas ou agudas) ▪ Raio X simples – dilatação gástrica e imagem sugestiva de conteúdo alimentar no estômago ▪ Raio X contrastado – o contraste de sulfato de bário pode ser misturado ao alimento, podendo avaliar o esvaziamento de sólidos e se há estenoses e obstruções ▪ Ultrassom – detecção de espessamento de parede, corpo estranho e formações não visíveis em radiografia (CHPG espessamento do esfíncter pilórico é a principal alteração) ▪ Endoscopia – edema e hiperemia da mucosa gástrica, principalmente em região do piloro (impossibilidade de passagem do endoscópio devido à redução de seu canal) Na CHPG é possível visualizar conteúdo alimentar, edema, hiperemia e protuberância na mucosa ▪ Manifestações clínicas + endoscopia + histopatológico = conclusão de diagnóstico ▪ A biopsia pode ser feita por meio da endoscopia ▪ CHPG e estenose pilórica o tratamento é cirúrgico → o prognóstico é bom, mas alguns pacientes necessitam de refeições pequenas e frequentes + auxílio de pró-cinéticos como a metoclopramida ▪ Retardo funcional em que não há causa mecânica ou metabólica , o tratamento consiste em oferecer alimentação específica e uso de pró- cinético FÁRMACOS UTILIZADOS → Cisaprida – coordena as contrações de antro, piloro e duodeno, aumentando o tempo entre as contrações duodenais, sem efeitos colaterais → Metoclopramida – acelera o esvaziamento gástrico e pode ser utilizada em alterações de motilidade associadas a causas metabólicas, as quais podem estimular o centro do vômito → Antagonistas H2 (Ranitidina e nizatidina) – podem ser usados como pró-cinéticos , inibindo a secreção de ácido gástrico e estimulando o esvaziamento gástrico e a motilidade do intestino delgado e do cólon → esses 2 fármacos são uteis em situações em que a motilidade está reduzida decorrente a inflamação ou ulceração → Eritromicina – em doses baixas acelera o esvaziamento gástrico e reduz as contrações antrais Gastrite parasitárias Principais nematoides: Physaloptera rara (em cães) e Ollulanus tricuspis (em gatos) ▪ A persistência dos parasitos no estômago causa vômitos intermitentes e gastrite ▪ Flutuação fecal – dificilmente há detecção de ovos, pois poucos são eliminados ▪ Endoscopia – visualização de parasitos adultos que podem estar aderidos a parede gástrica ▪ Ollulanus tricuspis pode ser encontrado no vômito dos gatos ▪ Pamoato de pirantel (5mg/kg por 3 semanas) → elimina o P. rara ▪ O tratamento para O. tricuspis ainda é incerto ▪ Fembendazol (10mg/kg a cada 24h por 2 dias pode ser eficaz Corpos estranhos gástricos Podem lesionar diretamente a mucosa gástrica, resultando em inflamação secundária, erosões e úlceras ▪ A mais frequente é o vômito, que pode ser decorrente de obstrução gástrica ou irritação da mucosa ▪ Nos casos em que não há lesões graves na mucosa ou obstrução, o objeto pode ficar por meses no estômago sem causar sinais clínicos ou apenas com vômitos esporádico ▪ Corpos estranhos lineares podem causar perfuração intestinal, seguido de peritonite ▪ Algumas vezes a ingestão do corpo estranho foi presenciada pelo tutor ▪ Alguns corpos estranhos podem ser palpados durante o exame físico ▪ Raio X – pode detectar objetos radiopacos, no estômago quando repleto de alimento há dificuldade de interpretação radiográfica ▪ Raio X contrastado – pode ser utilizado para verificar falhas no preenchimento por corpos estranhos que não podem ser visualizados por meio de radiografia simples ▪ Ultrassom – o objeto pode ser visualizado de acordo com o tipo de material, pode haver efeito de sombra acústica e hiperecogenicidade ▪ Endoscopia – considerado método de diagnóstico e contribuição terapêutica, pois além de confirmar a presença do objeto, permite sua remoção na maioria das vezes ▪ Na suspeita de corpos estranhos lineares, a inspeção da base da língua deve ser criteriosa, já que podem estar fixados nessa região ▪ IMPORTANTE – objetos lineares nunca devem ser puxados, para evitar laceração e perfurações no TGI ▪ Pequenos corpos estranhos são capazes de passar pelo trato intestinal sem gerar lesões importantes, alguns casos necessitam de remoção que podem ser feitas por endoscopia ou cirurgia ▪ Em casos graves onde há obstrução gástrica com vômitos agressivos, a hipopotassemia e hipocalemia pode ocorrer devendo ser realizada terapia suporte ▪ Prognóstico – é bom, com exceção de casos onde há perfuração e peritonite secundária Dilatação vólvulo gástrico Decorrente de acúmulo de gás e líquido em excesso, fazendo com que ocorra dilatação do estômago Aerofagia, fermentação devido conteúdo alimentar e por bactérias, acaba contribuindo para o acúmulo de gás A dilatação pode ser simples, mantendo a posição anatômica, ou pode progredir para torção (parcial ou total) A rotação do estômago pode ocorrer em sentindo horário ou anti-horário (entre 270° a 360°) → sentido horário é o mais comum, ocorrendo rotação do piloro para a direita passando por cima do fundo e do corpo gástrico Durante a torção gástrica, o fluxo é interrompido e há mais formação de gás A presença de grande volume gástrico causa congestão em mesentériopor conta da obstrução de veias hepática e cava → causa: redução de débito cardíaco, choque e coagulação intravascular disseminada ▪ Ocorre com maior frequência em cães de grande porte, por causa de seu tórax profundo ▪ Ingestão de grandes quantidade de comida e água pode causar distensão gástrica, facilitando a torção ▪ Realização de exercícios com estômago cheio também predispõe a torção gástrica ▪ Cães podem apresentar: dor abdominal, vômitos improdutivos e distensão abdominal timpânica ▪ Pode ocorrer acidose metabólica, devido a redução do volume sanguíneo circulante, hipoxia e acidose láctica ▪ Por conta da alteração circulatória importante, o quadro pode evoluir para choque ▪ Manifestações clínicas + exame físico ▪ Raio X – pode concluir o diagnóstico em casos graves (lembrar que nem sempre o animal possui condições de ser submetido ao exame) → é possível visualizar deslocamento dorsal de piloro desviado para a esquerda (excesso de gás pode dificultar a interpretação) ▪ Raio X contrastado – indicado nessa situação, sendo possível visualizar a posição do estômago ▪ Em caso de choque administração de fluidoterapia agressiva (50ml/kg em 15min, o mesmo volume deve ser administrado por mais 30 a 45min) ▪ Aferição de pressão, débito urinário, pulso e preenchimento capilar é importante para monitorar o paciente e verificar a quantidade de fluidoterapia que deve ser administrada ▪ A descompressão gástrica deve ser feita imediatamente, a fim de melhorar o débito cardíaco e aliviar a oclusão da veia cava caudal e das veias portais, podendo ser realizada pela passagem de tubo ou sonda gástrica ou centese gástrica ▪ A centese é bem tolerada, podendo ser realizada com uso de agulha 14 ou 16G do lado esquerdo ▪ Após a descompressão gástrica a administração de fluidos pode ser reduzida para 10ml;kh/h ▪ A correção é cirúrgica após estabilização hemodinâmica do paciente para reduzir os riscos anestésicos ▪ Deve ser feito além da correção estomacal, uma gastropexia para evitar necrose ▪ Deve ser avaliado se houve comprometimento vascular do baço, se necessário realizar esplenectomia ▪ Antibiótico pode ser administrado devido a grande probabilidade de ocorrer septicemia Ampicilina (22mg/kg) Enrofloxacino (5mg/kg) Cefalexina (20mg/kg) ▪ Altas doses iniciais de corticoides podem melhorar o fluxo sanguíneo e reduzir a permeabilidade dos vasos e diminuir a absorção intestinal Prednisolona (40mg/kg IV a cada 1-3h) Dexametasona (10mg/kg a cada 3-6h) ▪ Antagonista H2 – omeprazol em casos de lesão gástrica grave ▪ Arritmias podem se desenvolver 72h após o início da dilatação vólvulo gástrica Terapia antiarrítmica quando a taquicardia ventricular estiver superior a 150bpm Tratamento inicial – lidocaína (2-4mg/kh em bólus), seguido de 55 a 88 μg/kg/min ▪ Frequentemente após a DVG ocorre atonia gástrica e redução de motilidade ▪ Tratamento com pró- cinéticos auxilia a cessar os episódios eméticos ▪ Antissecretores e sucralfato ajudam na cicatrização de lesões gástricas secundárias
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