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CONSELHEIRO LAFAIETE, 2016 CURSO DE FORMAÇÃO DE TÉCNICOS ESPORTIVOS ÁREA: FUTSAL MÓDULO 1 FUTSAL PROFESSOR: RICARDO LUIZ PACE JÚNIOR 1. HISTÓRICO DO FUTSAL Brasileiro ou uruguaio? É com esta dúvida que se começa a explicar o nascimento do futsal, que surgiu com o nome de futebol de salão e em 1989, quando passou para a tutela da Fifa, ganhou o nome de futsal. Alguns contam que o futsal apareceu na década de 30 na ACM (Associação Cristã de Moços) de Montividéu e que seu criador teria sido o professor Juan Carlos Ceriani Gravier, falecido no ano de 1996. Outra corrente afirma que a modalidade surgiu foi na ACM de São Paulo, praticada por alguns jovens em quadras de basquete. O certo é que o futsal foi regulamentado e começou a ser praticado realmente no Brasil. Em São Paulo surgiu a primeira entidade da modalidade da qual se tem notícia até hoje, a Liga de Futebol de Salão da ACM, criada pelo paulista Habid Maphuz, em 1952. Dois anos depois foi fundada a primeira federação deste esporte no mundo, a Federação Metropolitana de Futebol de Salão, atualmente com o nome de Federação de Futebol de Salão do Estado do Rio de Janeiro (FFSRJ). Já a Federação Uruguaia só surgiu em 1965. A criação e regulamentação das regras é outra prova que faz diminuir as dúvidas quanto a nacionalidade brasileira do futsal. O primeiro livro de regras foi lançado em 1956 pelo paulista Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes, posteriormente adotado pela entidade que comandava o futsal mundial na época, a Fifusa (Federação Internacional de Futebol de Salão), com algumas modificações. Mas não foram somente os paulistas que contribuíram para a expansão e desenvolvimento do futsal. Na mesma época jovens cariocas praticavam o futsal na quadra do América Futebol Clube. Assim surgia a primeira rivalidade no futsal brasileiro: paulistas x cariocas, que acabou contribuindo favoravelmente ao desenvolvimento do esporte no país. Depois, a expansão da modalidade tornou-se inevitável pelas quadras de outros estados brasileiros e consequentemente proporcionando o surgimento de outras potências no Brasil, como por exemplo o Rio Grande do Sul e o Ceará - Estado no qual fica a sede da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS), que completa 20 anos em 1999. Depois desta primeira fase de estruturação, surgiu a Fifusa que dominou o futsal mundial até 1989, época em que a Fifa começou a regulamentar o futsal. Conseguindo ter aprovada a maioria de suas regras na nova regulamentação da entidade máxima do futebol, o Brasil se desligou da Fifusa e desde 1989 está filiado à Fifa. O Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, é o atual Presidente da Comissão de Futsal da Fifa, tendo ainda outro brasileiro em seu quadro, o cearense Álvaro Mello. Graças ao empenho de muitos brasileiros, entre eles o presidente da CBFS, Aécio de Borba Vasconcellos, é que o futsal se espalhou não somente por toda a nação - todos os estados têm federações e promovem campeonatos anualmente - como também pelo mundo. Fonte: A História do Futebol de Salão; origem, evolução e estatísticas. Autor - Vicente de Figueirêdo. 2. CARACTERIZAÇÃO DO FUTSAL FUTSAL é o nome internacional usado para este esporte, anteriormente conhecido no Brasil como futebol de salão. A origem do novo nome vem da palavra no idioma espanhol e português para “FUTbol” ou “FUTebol” e da palavra no idioma francês e espanhol para “SALon” ou “SALa”. Durante todos estes anos o futsal vem constantemente passando por transformações nas suas regras, a fim de tornar-se cada vez mais dinâmico e atraente para o público e os meios de comunicação. Com relação ao jogo propriamente dito, apesar do dinamismo existente e do desaparecimento gradativo da especialização, encontramos na literatura deste esporte, uma divisão em relação às posições dos jogadores e características principais: a) Goleiro: é um elemento de importância cada vez mais reconhecida. A possibilidade de realizar o balanço defensivo, particularmente se inserido em equipas de pendor claramente ofensivo, assim como pelo facto de se assumir como o primeiro elemento da estratégia ofensiva, em especial no lançamento de rápidos contra-ataques, tornam o guarda-redes, um dos mais privilegiados jogadores de qualquer equipa. Deve possuir boa colocação, agilidade, ousadia, flexibilidade e atenção. b) Fixo: é o jogador, geralmente, mais recuado, à excepção do goleiro, predominando a função de defesa sobre a de atacante finalizador. senso de distribuição de jogo, bom passador e coordenador das jogadas. c) Alas: podem denominar-se direito ou esquerdo, segundo a posição que ocupa no campo. A lateralidade dos jogadores determina a existência de um lado dominante e outro fraco (por exemplo: o jogador esquerdo, na ala direita, terá como lado dominante o centro, e fraco a ala), o que leva a considerar a dupla opção de jogar por ambas as alas. Devem apresentar bom preparo físico, boa condução de bola e saber explorar espaços vazios. d) Pivô: é um jogador que se caracteriza pela sua posição mais avançada e que, muitas vezes, joga de costas para a baliza. Predomina no jogo ofensivo e sobretudo finalizador. Deve ser forte no jogo 1x1 e/ou saber distribuir as jogadas, podendo também realizar ações de finalização. Como abordado anteriormente, a determinação das posições mostra-se cada vez mais rara, principalmente nas equipes adultas de alto nível, devido ao dinamismo do jogo, exigindo que os atletas sejam versáteis na execução das ações. Para que estes altetas possam jogar o futsal é necessário que eles dominem alguns fundamentos técnicos importantes, tais como: drible, passe, chute, recepção, cabeceio, condução, etc. Devem conhecer o funcionamento dos principais sistemas táticos utilizados que são: 2-2, 2-1-1, 3-1, 1-3, 1-2-2 (uso do goleiro). A partir destes sistemas posicionais, saberem se movimentar visando confundir a marcação adversária, através do rodízio de três, rodízio de quatro, etc. Mas acima de tudo, devem buscar a compreensão do jogo, ou seja, saber “o que fazer” nas diferentes situações para alcançar os objetivos determinados. Para sintetizar as principais características deste esporte, apresentamos o quadro a seguir: Quadro 1: Principais características do jogo de futsal Plano Regulamen- tar i) O espaço disponível por jogador é de 80m2, sem qualquer tipo de restrição, como acontece no andebol (área do guarda-redes) ou no basquetebol (área restritiva); ii) O regulamento prevê a existência de faltas acumulativas, descontos de tempo e um número ilimitado de substituições de jogadores (semelhante aos desportos de pavilhão); iii) Tempo de jogo efectivo. Plano Energético iv) Elevada solicitação do metabolismo glicolítico (Maclaren et al. 1988; Molina, 1992); v) Esforço de natureza intermitente e aleatória; vi) As mudanças de direcção e sentido, assim como as travagens bruscas são frequentes; vii) A possibilidade de efectuar um número ilimitado de substituições, permite a recuperação de níveis elevados de fadiga, possibilitando o aumento do ritmo do jogo. Plano Técnico viii) Exigência de um apurado nível técnico, e elevada velocidade de execução (Fraschetti, 1989); ix) O controlo da bola com a planta do pé, e o remate com a ponta do pé são dois gestos técnicos muito característicos; x) Elevado número de contactos com a bola, assim como de situações de finalização. Plano Táctico xi) Os esquemas tácticos mais rudimentares (2:2), assemelham-se aos habitualmente utilizados no hóquei em patins; xii) A defesa individual pressionante em todo o campo começa a ser difundida,apesar de ainda prevalecer a defesa mista; xiii) Nas movimentações ofensivas, os bloqueios, típicos do basquetebol são cada vez mais frequentes; xiv) Recurso frequente a situações de 1x1 no ataque (Chaves e Amor, 1998); xv) A utilização do guarda-redes como um elemento integrante do processo ofensivo em situações de desvantagem no marcador, é já uma realidade; xvi) Rápida alternância entre as situações de ataque e defesa (Chaves e Amor, 1998); xvii) Crescente exigência de jogadores polivalentes, com uma elevada capacidade e rapidez de decisão. FONTE: OLIVEIRA (1999) 3. REGRAS BÁSICAS DO FUTSAL REGRA 1 - QUADRA DE JOGO Dimensões: máximo de 42 m de comprimento e 22 de largura e mínimo de 25 m de comprimento e 15 de largura; Área de meta: 6 m para quadras com largura superior a 17 metros e de 4 m para largura inferior a 17m Penalidade máxima: distância de 6 metros Marca do Tiro livre sem barreira: 10m REGRA 2 - A BOLA bolas de tamanho e peso diferenciados por categoria e sexo; REGRA 3 - NÚMERO E SUBSTITUIÇÃO DE ATLETAS Cada equipe com 5 atletas um dos quais o goleiro Mínimo para início do jogo: 3 atletas Mínimo para continuação do jogo: 3 atletas Número ilimitado de substituições REGRA 4 - EQUIPAMENTOS DOS ATLETAS É proibido o uso de qualquer objeto reputado pelo árbitro como perigoso ou nocivo à prática do desporto. O goleiro usará uniforme com camisa de cor diferente dos demais atletas, sendo-lhe permitido, com exclusividade, para fins de proteção, o uso de calça de agasalho. REGRA 5 - ÁRBITRO PRINCIPAL E REGRA 6 – ÁRBITRO AUXILIAR As suas funções e participações no jogo são praticamente as mesmas, porém, se o árbitro principal e o árbitro auxiliar, simultaneamente, assinalam uma infração e existe uma discordância na interpretação da regra, prevalecerá a decisão de árbitro principal. REGRA 7 - CRONOMETRISTA E ANOTADOR cronometrista e o anotador exercerão suas funções do lado de fora da quadra de jogo, próximo à linha divisória do meio da quadra, junto à zona de substituição. REGRA 8 - DURAÇÃO DA PARTIDA Diferenciada em função das categorias, sexo e regulamentos específicos das competições REGRA 9 – BOLA DE SAÍDA Deverá ser tocada para frente, estando cada equipe na sua respectiva meia-quadra de defesa REGRA 10 - BOLA EM JOGO E FORA DE JOGO A bola estará fora de jogo quando: a) atravessar completamente, quer pelo solo, quer pelo alto, as linhas laterais ou de fundo; b) a partida for interrompida pelo árbitro; c) jogada a partida em quadra coberta a bola bater no teto. Ocorrendo esta situação a partida será reiniciada com a cobrança de arremesso lateral a favor da equipe adversária à do atleta que desferiu o chute, na direção e do lado onde a bola bateu no teto. REGRA 11 - CONTAGEM DE TENTOS Não será válido o tento resultante de tiro livre indireto, a menos que a bola, em sua trajetória, toque ou seja tocada por qualquer outro atleta, inclusive o goleiro, colocados dentro ou fora de sua área de meta. Será nulo o tento originado de qualquer arremesso do goleiro adversário ou de arremesso de meta por ele executado com as mãos, salvo se a bola, em sua trajetória, tocar ou for tocada por atleta (atacante ou defensor) que não seja o goleiro. REGRA 12 - FALTAS E INCORREÇÕES As faltas do futsal são das seguintes espécies: a) Faltas Técnicas; b) Faltas Pessoais; c) Faltas Disciplinares. FALTAS TÉCNICAS Considera-se falta técnica aquela em que o atleta comete, intencionalmente infrações basicamente relacionados com o contato físico com o adversário e o toque intencional com a mão na bola. PUNIÇÃO: tiro livre direto a favor da equipe adversária no local onde ocorreu a infração, se cometida fora da área de meta do infrator. FALTAS PESSOAIS Pratica falta pessoal um atleta que comete intencionalmente uma das seguintes infrações: a) Sendo o goleiro: 1. Toca ou controla a bola com suas mãos depois que um seu companheiro a tenha passado deliberadamente com o pé. 2. Toca ou controla a bola com suas mãos ou com os pés por mais de 4 (quatro) segundos, em qualquer parte da quadra de jogo. 3. Após soltar a bola, voltar a recebê-la de um companheiro sem ultrapassar o meio da quadra ou tocada pelo adversário b) Tocar na bola, em jogo, um atleta que não esteja devidamente equipado; c) Permanecer a bola mais de 04 segundos dentro da própria área de meta; c) “Jogo passivo” PUNIÇÃO: tiro livre indireto a ser executado, pelo adversário, no local onde ocorreu a infração. Se dentro da área de meta do infrator, executado sobre a linha de (seis) metros da área de meta no ponto mais próximo da infração FALTAS DISCIPLINARES a) Entrar na quadra de jogo para recompor sua equipe antes de transcorridos os 2 (dois) minutos ou de sua equipe ter sofrido um tento; b) Infringir, persistentemente as regras de jogo; c) Demonstrar divergências das decisões tomadas pelo árbitro; d) Ser responsável por indisciplina cometida; REGRA 13 - TIROS LIVRES Distância regulamentar: 5 metros em quadras que usam a área de 6 metros e de 3 metros em quadras com área de 4metros Tiro livre indireto: o árbitro erguerá um dos braços sobre a cabeça; REGRA 14 - FALTAS ACUMULATIVAS São "Faltas Acumulativas" todas as faltas Técnicas, Pessoais e Disciplinares capituladas na regra n.º 12, além das seguintes situações : a) Cartão amarelo de advertência, não originário de falta ou infração, é de anotação obrigatória na súmula como falta acumulativa da equipe. b) Se o cartão amarelo de advertência for aplicado a atleta participante da partida ou integrante do banco de reservas, anotar-se-á na súmula de jogo como falta acumulativa da equipe. c) Se o cartão amarelo de advertência for aplicado ao técnico ou treinador, ao massagista, ao médico ou ao preparador físico, anotar-se-á uma falta acumulativa para a equipe. A partir da 6ª falta acumulativa de cada equipe, em cada período de jogo, é vedada a formação de barreira de atletas; REGRA 15 - PENALIDADE MÁXIMA O goleiro deverá postar-se sobre a linha de fundo e entre os postes de meta até a execução do chute, podendo movimentar-se, sobre a linha de fundo. REGRA 16 - TIRO LATERAL Apenas vale o gol de lateral se a bola for tocada por algum atleta de linha; A bola deve estar apoiada no solo, colocada sobre ou junto à linha demarcatória da lateral, do lado de fora da quadra de jogo, podendo mover-se levemente. REGRA 17 - ARREMESSO DE META Deve ser cobrado pelo goleiro e com o uso das mãos, para for a da área de meta sem poder ultrapassar diretamente a meia quadra de defesa REGRA 18 - TIRO DE CANTO Vale o gol direto tocando ou não no goleiro 4. METODOLOGIA DO TREINO E JOGO Vamos abordar aqui métodos e princípios básicos para o treinamento de futsal. No decorrer do curso, cada tópico citado será exemplificado com situações práticas, procurando aproximar-se ao máximo do dia a dia dos treinadores. 1 – Princípios Básicos de Organização do Treinamento 1.1 - Graduação Importância de graduar os conteúdos a serem treinados fácil para o difícil simples para o complexo. 1.2 - Uso de Outros Esportes Uso de outros esportes para ensinar futsal: futvolei, condução de revezamento, handebol, queimada com o pé, h a h e pressão no basquete, etc. 1.3 - Comunicação Importância e formas de comunicação no treinamento: vídeo, excesso de gritos, quadro magnético, gráficos, expressões faciais, terminologia. 1.4 - Simulação de Situações de Jogo Utilização de situações de jogo para o treinamento: jogar com 1 jogador a menos, jogar com o goleiro, 2 minutos para marcar um gol, etc. 1.5 - Modificação de Regras Modificar as regras no coletivoou pequeno jogo para forçar a utilização de determinados elementos técnicos ou táticos. Exemplos: só o pivô pode marcar o gol, 2 toques, quarto centenário vale 2 / zoneamento. 1.6 - Repetição e Variação Repetir para gravar, variar para motivar. 1.7 - Maximização da Participação e do Espaço Utilização de todos os jogadores para evitar filas divisão da quadra em áreas circuito exercícios individuais. 1.8 - Pequenos Jogos X Exercícios Tradicionais Atividades próximas às situações de jogo / limite de espaço / tempo / adversário. 1.9 - Ludicidade e Motivação Maior aprendizagem quando há desafio / evitar a utilização de atividades monótonas por um longo período de tempo. 2 - Planejando uma sessão de Treinamento 2.1 – Organização do Material Material alternativo planejar atividades de acordo com o material , o espaço e o número de jogadores. 2.2 – Preleção (O que treinar? Porque treinar? Como treinar?). Deixar claro o objetivo do treino Esclarecer o porque de estar treinando aquilo: algo que esta errado ou faltando ao time ou a determinado jogador Explicar as atividades com clareza. 2.3 – Treinamento Físico, Técnico e Tático (Quando e como?). Conceituar o que é Treino físico depois do treino técnico treino tático de acordo com as qualidades técnicas. 2.4 – Aquecimento e Alongamento Importância do aquecimento utilização de brincadeiras formas corretas de alongamento. 2.5 – Treino Técnico e/ou Tático Citar os fundamentos técnicos, sistemas, situações especiais,etc. 2.6 – Coletivo Simular o pedido de tempo, situações de jogo Modificação de regras (vide item 1.5). 2.7 – Recuperação Alongamento / trote / explicação fisiológica. 2.8 – Avaliação Final 3 - Procedimentos de Jogo/Competição 3.1 – Antes do Jogo Chegada ao jogo com certa antecedência Preleção à respeito do jogo (adversário e o próprio time) Aquecimento (tempo ? - intensidade ?) Alongamento (tempo ? - intensidade ?) 3.2 – Durante o Jogo Hidratação Como proceder para dar instruções Como proceder no pedido de tempo Rerservas como proceder (estar atento ao jogo e aos adversários, tanto individual quanto coletivamente: quem é o melhor jogador, chuta com qual perna, dribla para onde, passa mal, etc) 3.3 – Após o Jogo Alongamento / Recuperação (piscina) Avaliação do jogo (Análise) Se tiver jogo no próximo dia – os cuidados que os atletas devem tomar Análise do próximo adversário 4 – Análise e observação de jogo O meio fundamental para obtenção de dados em todas as ciências é a observação. Apresentaremos 2 formas de observação e avaliação de jogos, dentro das quais poderão ser analisadas as atuações de uma ou mais equipes, um ou mais jogadores de forma qualitativa e quantitativa no desenvolver de uma partida - a cada momento da mesma - ou de um torneio/campeonato. Planilha 1: Scout Técnico – Scout simples, para ser feito no momento do jogo, visando avaliar os passes e chutes dos atletas de linha e , no caso dos goleiros, as defesas, chutes, passes e lançamentos. Em todos estes fundamentos o avaliador deve julgar se o fundamento teve um resultado positivo (certo) ou negativo (errado). Planilha 2: Scout Técnico-tático – Scout mais complexo, aconselhado para ser realizado quando o jogo estiver sendo assistido através de um vídeo, ou se for feito no momento da competição, deve ser feito por mais de uma pessoa sendo que cada uma faz uma equipe, ou apenas as ações ofensivas, etc. Planilha 1: SCOUT DE JOGO LOCAL : DATA / / 2001 CATEGORIA : CAMPEONATO : HORÁRIO : . JOGO : X JOGADOR PASSES CHUTES CERTO ERRADO CERTO ERRADO GOLEIRO DEFESAS CHUTES PASSES LANÇAMENTOS C/MÃO C/PÉ CERTO ERRADO CERTO ERRADO CERTO ERRADO FINALIZAÇÕES N° PASSES PERDA DE POSSE RECUPERAÇÃO DE POSSE FALTAS N° Sit. Set. Res. N° Sit. Set. Res. C A E Ca Cd Rc Dr Bp Rg An Ds Cb Aj Int C S 1. 25. 2. 26. 3. 27. 4. 28. 5. 29. 6. 30. 7. 31. 8. 32. 9. 33. 10. 34. 11. 35. 12. 36. 13. 37. 14. 38. 15. 39. 16. 40. 17. 41. 18. 42. 19. 43. 20. 44. 21. 45. 22. 46. 23. 47. 24. 48. SETORES/FINALIZAÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 SITUACÕES/FINALIZAÇÃO 1 = jogo organizado 2 = contra-ataque 3 = bola parada RESULTADO/FINALIZAÇÃO 1 = gol 2 = trave 3 = defendido pelo goleiro 4 = rebatido pelo goleiro 5 = interceptado pela defesa 6 = for a (lateral) 7 = for a alto PASSES C = certo A = assistência E = errado CA = contra-ataque PERDA DA POSSE DE BOLA Cd = condução Rc = recepção Dr = drible Bp = bola perdida Rg = regras RECUPERAÇÃO DA POSSE An = antecipação Ds = desarme Cb = cobertura Aj = ajuda Int = interceptação FALTAS C = cometidas S = sofridas Planilha 2: Scout Técnico-tático 5. TREINAMENTO DA COORDENAÇÃO APLICADO AO FUTSAL Para todo movimento é necessário a percepção do próprio corpo, dos objetos e da situação como um todo. As capacidades coordenativas devem ser interpretadas como um conjunto de processos e operações servem de base para o treinamento técnico, ou seja, possuem um caráter geral, ou seja, elas são pré-requisitos de organização para uma determinada classe de tarefas motoras, que em determinados momentos, ou situações no esporte exigem a realização de uma técnica específica. Deste modo, oO desenvolvimento das capacidades coordenativas é tema importante do processo de ensino- aprendizagem-treinamento de qualquer esporte coletivo. MEINEL & SCHNABEL (1987), diferenciam e classificam 7 capacidades coordenativas específicas, que por sua vez formam parte de um processo de interação de três grandes grupos funcionais das mesmas: as capacidades de condução do movimento, de adaptação do movimento e a capacidade de aprendizagem. A seguir, transcrevemos as definições e conceitos colocados pelos autores citados na classificação das capacidades coordenativas: 1) Capacidade de diferenciação: Esta capacidade refere-se à qualidade do movimento. Executa-se o movimento de forma perfeita, com economia de esforço tal qual o programa arquivado na memória. Um grande domínio do movimento capacita o executante variar algumas de suas etapas, fazendo uma distinção bastante refinada. 2) Capacidade de acoplamento: Este termo acoplar, traz a idéia de unir e refere-se justamente a esta característica de unir movimentos parciais diferentes do corpo, tornando- os uma só seqüência, acoplados entre si, coordenados. 3) Capacidade de reação: Capacidade de acoplamento Capacidade de diferenciação Capacidade de equilíbrio Capacidade de orientação Capacidade de ritmização Capacidade de reação Capacidade de câmbio Capacidade de condução Capacidade de adaptação Capacidade de aprendizagem motora Refere-se à velocidade com que um sinal é detectado e ocorre uma resposta a este estímulo. Quanto mais rápida e melhor for a resposta a um sinal, melhor a capacidade de reação. 4) Capacidade de orientação: É a capacidade de determinar o espaço disponível e atuar nele, utilizando todas as suas possibilidades. É também saber se relacionar adequadamente com companheiros, adversários e o objeto central do jogo, na maioria dos esportes coletivos, a bola. 5) Capacidade de equilíbrio: Relaciona-se à capacidade de manter ou recuperar a estabilidade. Manter, se for o caso, uma posição estática ou movimentos lentos e recuperar, quando realizar movimentos rápidos ou saltos. Nas duas situações, adquirir uma posiçãoestável pode ser fundamental para a qualidade do movimento. 6) Capacidade de mudança: Esta capacidade pode ser observada quando há uma adaptação a novas situações, posições, direções. Tem como característica básica a variação sem que se perca a continuidade do gesto. 7) Capacidade de ritmo: Ocorre quando o indivíduo se adapta a um ritmo externo. Segue e executa os movimentos dentro deste ritmo. Porém, é muito importante a realização do movimento seguindo um ritmo interno, interior, de acordo com seus interesses e motivações. 6. TREINAMENTO TÉCNICO-TÁTICO NO FUTSAL Apresentaremos, a seguir, uma proposta de metodologia para o desenvolvimento da compreensão do jogo, sem deixar de lado a importância do aprendizado técnico para a resolução de questões táticas. Por isso, são apresentadas algumas situações tiradas do jogo real em que a técnica da modalidade (chute, passe, drible, recepção) aparece inserida no contexto do jogo. Deste modo, apresentaremos as diversas estruturas funcionais do jogo de futsal (1X0, 1X1, 1X1+1, 2X1, 2X2, etc) e os conteúdos técnicos e táticos, inerentes a estas estruturas. Nesta metodologia, a estrutura posterior apresenta todos os elementos técnicos e táticos das estruturas anteriores, sendo enfatizados os conteúdos que serão acrescentados, fazendo com que o processo de construção do conhecimento do jogo se torne mais fácil para o aluno. Tomemos como exemplo a estrutura 2X1, onde surgem o bloqueio e o cruzamento, mas que permanecem presentes a tabela e os conteúdos técnicos das estruturas anteriores. Um aspecto importante deve ser destacado: nas estruturas funcionais, com a presença do “+1”, este atua somente como elemento de apoio, realizando o passe e a recepção. Ele não pode exercer nenhuma ação que interfira de forma significativa, na resolução da situação, tais como: bloquear, cruzar ou finalizar. ESTRUTURA 1 X 0 A estrutura 1X0 caracteriza-se pela ausência de um adversário, sendo o nível de tomada de decisão muito pequeno. No futsal, a condução e o chute serão os elementos técnicos presentes nesta estrutura, onde o aluno poderá vivenciar as diversas formas de condução e o desenvolvimento de aspectos como: precisão e força, inerentes à execução do chute. CONCEITO TÁTICO O QUE FAZER? O QUE PERCEBER? COMO FAZER? Condução local da quadra; a relação espacial entre a bola e o executante. mudança de ritmo, direção e velocidade; com ou sem proteção da bola; com diferentes partes: sola, dorso, lado do pé, etc. Chute local da quadra; a relação espacial entre a bola e o executante; características do goleiro; comportamento do goleiro. bola e executante parados ou em movimento; rasteiro, alto e meia altura; tipos: simples, bate-pronto, voleio, bico e chutes especiais; faces do pé: dorso, parte externa ou interna, anterior (bico), ântero-superior do pé e calcanhar. Quadro 1: Elementos de percepção e tomada de decisão na estrutura 1 X 0 NOME: Siga o mestre OBJETIVO: Desenvolvimento da técnica de condução de bola, explorando diversos setores da quadra, atenção e memória. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: Cada par ficará com 1 bola, sendo que um deverá se deslocar sem bola pela quadra de forma livre, enquanto o outro, conduzindo a bola deverá seguir o seu deslocamento. Depois de um certo tempo, invertem-se os papéis. 1x0 Condução Chute VARIAÇÕES: conduzir com diversas faces do pé (sola, lado interno e externo, dorso), com mudanças de ritmo e direção, identificando outros sinais. ESTRUTURA 1 X 1 A estrutura 1X1 introduz a presença de um adversário, acrescentando aos elementos técnicos de condução e chute, a utilização do drible/finta. O nível de tomada de decisão aumenta em função da percepção de estímulos referentes ao adversário. O drible será o elemento técnico enfatizado nesta estrutura, mas também, aliado à condução e ao chute. CONCEITO TÁTICO O QUE FAZER? O QUE PERCEBER? COMO FAZER? Condução local da quadra; a relação espacial entre a bola e o executante; comportamento do adversário; característica do adversário. mudança de ritmo, direção e velocidade; diferentes partes do corpo: sola, dorso, lado do pé e coxa; com proteção ou sem proteção. Chute local na quadra; a relação espacial entre a bola e o executante; comportamento do goleiro (posição, postura, etc) características do goleiro; comportamento do adversário; características do adversário. bola e executante parados e em movimento; rasteiro, alto e meia altura; tipos: simples, bate-pronto, voleio, bico e chutes especiais; faces: dorso, parte externa ou interna, anterior (bico), ântero-superior do pé e calcanhar. Drible/Finta local na quadra; a relação espacial entre a bola e o executante; comportamento do adversário; características do adversário; situação do jogo. bola e executante parados ou em movimento; para a direita, esquerda ou especial (chapéu, debaixo das pernas, gaúcha, etc). QUADRO 2: Elementos de percepção e tomada de decisão na estrutura 1X1 1x1 Condução Finta/Drible Chute ESTRUTURA 1+1X1 A estrutura 1+1X1 apresenta como novidade a inclusão de um companheiro do aluno atacante, que poderá, apenas passar e receber a bola, não podendo executar nenhuma outra ação, que interfira na solução do problema. Com isso, teremos a presença adicional, do passe e da recepção, e do elemento tático individual da desmarcação, e de grupo, a tabela. O nível de tomada de decisão aumenta, com a percepção de estímulos referentes a este elemento de apoio, sendo muito importante. CONCEITO TÁTICO O QUE FAZER? O QUE PERCEBER? COMO FAZER? Recepção local na quadra; relação espacial entre a bola e o executante; velocidade da bola; direção da bola; trajetória da bola; posição do adversário. trajetória da bola: rasteira, parabólica e meia altura; parte do corpo: face interna e face externa do pé, dorso do pé, sola do pé, peito, coxa e cabeça. Passe local na quadra; relação espacial entre a bola e o executante; posição do adversário; características do adversário; posição do companheiro; características do companheiro; situação do jogo. bola e executante parados ou em movimento; quanto à distância: curto, médio e longo; quanto à trajetória: rasteiro, parabólico e meia altura; quanto à parte do corpo: face interna e externa do pé, sola do pé, dorso do pé, ponta do pé, calcanhar, cabeça, coxa e peito. Tabela todos os aspectos referentes ao passe e recepção; espaço para deslocamento de quem vai receber a devolução; acompanhamento do defensor. passando pela frente ou por trás do adversário; correr e receber a devolução pela frente ou por trás do elemento de apoio; com ou em mudança de direção ou ritmo; cortada em V ou em L. Quadro 3: Elementos de percepção e tomada de decisão na estrutura 1+1X1 1 x 1 Passe Tabela 1+1X1 Recepção ESTRUTURA 2 X 1 A estrutura 2X1 mostra a presença de dois atacantes, sendo que estes possuem as mesmas possibilidades de ação. Com isso, o número de opções de combinações táticas aumenta sensivelmente e os aspectos a serem percebidos, adquirem um caráter mais complexo. O bloqueio e o cruzamento são os elementos táticos que surgem nesta estrutura, permanecendo ainda todos os outros das estruturas anteriores. CONCEITO TÁTICO O QUE FAZER? O QUE PERCEBER? COMO FAZER? Bloqueio local na quadra; comportamento doadversário; comportamento do colega. pela frente, trás e lado. Cruzamento local na quadra; comportamento do adversário; comportamento do colega. com passe ou sem passe. Quadro 4: Elementos de percepção e tomada de decisão na estrutura 2X1 NOME: Tira a tira de 3 OBJETIVO: Através de uma situação 2X1, explorar as táticas de grupo acrescentadas nesta estrutura (bloqueio e cruzamento). ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL: 1 bola, 1 meta para cada três alunos. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: Os três alunos serão numerados de 1 a 3. O goleiro jogará a bola, aleatoriamente e, o aluno que ficar de posse de bola será um atacante, tendo como companheiro o do número seguinte; o outro será o defensor. Os dois atacantes devem procurar vencer o adversário e fazer o gol. Porém, o gol consignado, através da tática de grupo do bloqueio e do cruzamento vale dois pontos. Após feito um gol ou a perda de bola, o goleiro 2 X 1 1X1+1 Cruzamento Bloqueio inicia novamente o processo. Quem fizer mais pontos depois de um determinado tempo será o vencedor. VARIAÇÕES: limitar o tempo para a realização de uma ação ofensiva; definir uma distância mínima para finalização. ESTRUTURA 2 X 2 A estrutura 2X2 não mostra novidades com relação às possibilidades de tomadas de decisão. Porém, ela apresenta a percepção de um elemento de fundamental importância para uma tomada de decisão bem sucedida: a troca de marcação. Esta ação defensiva será decisiva nas ações técnicas e táticas a serem desenvolvidas, bem como suas combinações. Por isso, daremos ênfase na percepção deste elemento na fase posicional e situacional, aproveitando o desenvolvimento obtido na fase inicial da estrutura 2X1. CONCEITO TÁTICO O QUE FAZER? O QUE PERCEBER? COMO FAZER? Bloqueio itens anteriores; troca ou não de marcação. pela frente, trás e lado; com giro ou não para receber o passe. Cruzamento itens anteriores; troca ou não de marcação. com passe ou sem passe; bloqueio ou não do marcador do colega. Quadro 5: Elementos de percepção e tomada de decisão na estrutura 2X2 2 X 2 1X1+1 Cruzamento Bloqueio 7. TÁTICA OFENSIVA COLETIVA 1. Princípios e regras básicas 2. Jogo posicional ou estáticos (2-2; 2-1-1; 3x1;1x3;1X2X2) 3. Jogo com câmbio de formação ou dinâmicos (rodízios ou padrões) Pivô (Quarto centenário, bola de tempo, etc) a) Com atletas de linha Infiltrações Finalização b) Com goleiro Alas Pivôs 4. Situações de bola parada a) Tiro de meta (quebras de marcação) b) Lateral (ofensivo ou defensivo) c) Escanteio (ofensivo ou posse de bola) d) Início ou reinício e) Faltas (com barreira ou sem barreira) 5. Situações especiais a) Jogador expulso (superioridade numérica) b) 5 X 4 (Goleiro da própria equipe participando ativamente do jogo) 6. Contra-ataque a) Jogadores de linha b) Goleiro (lançamento/passe ou armação) 7. Jogadas ensaiadas 8. TÁTICA DEFENSIVA COLETIVA 1- Princípios e regras básicas 2- Sistemas defensivos a) Quanto ao tipo (individual, zona, misto ou com troca de marcação, box e box inverso) b) Quanto ao espaço de jogo Quanto à pressão (homem da bola ou pressão total) 3- Situações de bola parada a) Tiro de meta b) Lateral (ofensivo ou defensivo) c) Escanteio (ofensivo ou posse de bola) d) Início ou reinício e) Faltas (com barreira ou sem barreira) 4- Situações especiais a) Jogador expulso (inferioridade numérica) b) 5 X 4 (Goleiro do adversário participando ativamente do jogo) 9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GRECO, P.J., SOUZA, P.R.C. Iniciação Esportiva Universal (IEU) e o treinamento da percepção no futsal. In: GARCIA, E.S., LEMOS, K.L.M., GRECO, P.J. (Org.).Temas Atuais IV: Educação Física e Esportes. Belo Horizonte: Editora Health, 1999. p.207-222. GRECO, P.J., SOUZA, P.R.C. Desenvolvimento da capacidade tática no futsal. In: GRECO, P.J., SAMUSLKI, D.M., GARCIA, E.S.,SZMUCHROWSKI, L.A. (Org.). Temas Atuais II; Educação Física e Esportes. Belo Horizonte: Editora Health, 1997. p.23-42. GUARINO, M. Manual do Técnico Desportivo. São Paulo: Ïcone Editora Ltda, 1996. 138p. MARQUES, Mauricio. “Inside Futsal - Beginners”. Queensland Futsal Association, Brisbane, 2000. OLIVEIRA, L. M. (1999): Perfil de Actividade do Jovem Jogador de Futsal, um Estudo em Atletas Juvenis Masculinos. Dissertação Apresentada às Provas de Mestrado na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade do Porto. 84 Pag. SOUZA, P.R.C., LEITE, T.M.F. Futsal. In: GRECO, P.J. Iniciação Esportiva Universal: metodologia da iniciação esportiva na escola e no clube. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998. p.171-203. TEIXEIRA JÚNIOR, J. Futsal 2000: o esporte do novo milênio. Porto Alegre: edição do autor, 1996. 99p. Site da Liga Futsal: www.ligafutsal.com.br
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