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Objetivos: - Compreender os mecanismos fisiopatológicos da icterícia; - Aplicar os fundamentos das áreas básicas e a semiologia na abordagem do paciente com icterícia; -Elaborar os diagnósticos anatômico e sindrômico do paciente com icterícia • O que é icterícia? É uma coloração amarelada dos tecidos do corpo resultante da deposição de bilirrubina. A deposição de bilirrubina nos tecidos ocorre apenas quando há hiperbilirrubinemia sérica e é um sinal de doença hepática ou, o que é menos comum, de um distúrbio hemolítico ou do metabolismo da bilirrubina. • Indicadores do aumento da bilirrubina sérica: - Esleróticas (devido sua afinidade por bilirrubina, em razão ao alto nível de elastina). - Urina escura (excreção renal de bilirrubina conjugada); • Os níveis séricos de bilirrubina aumentam quando há desequilíbrio entre a produção e a depuração de bilirrubina. Possíveis causas de Icterícia por Bb indireta • Aumento da produção de bilirrubina: - Hemólise: O exemplo que o professor falou em sala foi por conta da endocardite e do turbilionamento do sangue que gera a hemólise. - Defeito no transporte/ albumina: Esse pode ser por conta do uso de fármacos, nos quais dependem da albumina para serem metabolizados. - Defeito na captação: insuficiência hepática - Defeito na conjugação: Síndrome de Gilbert, impede a conjugação da bilirrubina indireta com o glicurônio; Síndrome de Gilbert: É um distúrbio genético do fígado de origem autossômico recessivo de glucuronidação da bilirrubina. Ela está relacionada a defeitos de inativação enzimáticos, diminuição da captação hepática e inativação da enzima glicuronil transferase, causando, assim, hiperbilirrubinemia indireta, mesmo sem a existência de uma lesão hepática. Possíveis causas de Icterícia por Bb direta Raciocínio clínico Mariana Rocha Cruz – UNIFESO- TURMA 102 @maridejaleco - Intrahepática (celular) : No caso do álcool, ele vai “destruir” os hepatócitos (cirrose). Por isso vai ser Bb direta. - Intrahepática (canalicular): Pode ter sido causada por medicamentos (esteróides) e cirrose biliar primária. Como diferenciar se é canalicular ou celular? Exame de imagem e clínica do doente. - Extrahepática (canalicular): Pode ser causada por litíase vias biliares ou câncer de pâncreas (CABEÇAA). - Doenças hereditárias: Síndrome Dubin-Johnson e Síndrome de Rotor • Alterações que acompanham a icterícia: -Colúria; -Acolia (cocô branco); - Dor em hipocôndrio esquerdo; -Purido cutâneo (DIRETAA); - Vesícula biliar palpável; - Circulação colateral; - Ginecomastia; - Distúrbio de coagulação; -Esplenomegalia; - Emagrecimento Metabolismo da bilirrubina • É produto da degradação do heme (ferroprotoporfirina IX) e de células eritroides destruídas prematuramente na medula óssea e do turnover das hemoproteínas, como a mioglobina e os citocromos, encontradas nos tecidos corporais. • Quando os eritrócitos chegam ao fim dos seus 120 dias e se tornam muito frágeis para permanecerem na circulação sanguínea, suas membranas se rompem e a hemoglobina liberada é fagocitada por macrófagos teciduais ou sistema reticulo endotelial (S.R.E.) em todo organismo. Formação • Ocorre nas células reticuloendoteliais no baço e fígado. • A primeira substancia formada é a biliverdina, que é rapidamente reduzida à bilirrubina livre, que é liberada gradualmente no plasma pelos macrófagos. • A bilirrubina livre combina-se imediatamente com a albumina plasmática e, nesta combinação, é transportada para o sangue e líquidos intersticiais. Mesmo quando ligado à proteína plasmática, esta bilirrubina é ainda denominada bilirrubina livre. • Dentro de poucas horas, a bilirrubina livre é absorvida através da membrana celular hepática e ao passar para o interior das células hepáticas, é liberada da albumina plasmática e, pouco depois, cerca de 80%, são conjugados com ácido glicurônico para formar glicuronídeo de bilirrubina, enquanto cerca de 10% são conjugados com sulfato, formando sulfato de bilirrubina, e os 10% restantes, são conjugados com numerosas outras substancias e desta forma são excretadas dos hepatócitos por um processo de transporte ativo nos canalículos, biliares e em seguida, no intestino. • Se no intestino a bilirrubina voltar a ficar livre, sofre uma redução por enzimas da flora bacteriana, tornando-se estercobilinogênio. Este é oxidado pelo oxigênio atmosférico, convertendo-se a estercobilina, que da cor às fezes, por ser muito solúvel em água, uma parte do estercobilinogênio é reabsorvido e eliminado na urina. • PARA APRENDER: - Bilirrubina não conjugada: Transportada pela albumina. Por que? Porque a bilirrubina formada nas células reticuloendoteliais é insolúvel em água, por isso a albumina vai “pegar” essa bilirrubina e levar ao fígado. Chegando lá, ela vai ser pega pelos os hepatócitos. - Depois disso ela vai ser conjugada com o ácido glicurônio, transformando ela em HIDROFÍLICA, sendo chamada de diglicuronídeo de bilirrubina. -Essa, vai ser transportada para dentro dos sinusoides, onde também pode ser recaptada, e para a circulação portal. - A bilirrubina conjugada excretada dentro da bile drena para o duodeno e atravessa inalterada a parte proximal do intestino delgado. A bilirrubina conjugada não é reabsorvida pela mucosa intestinal em razão de sua hidrofobicidade e do seu peso molecular alto. - Quando atinge a parte distal do íleo e o intestino grosso, a bilirrubina conjugada é hidrolisada em bilirrubina não conjugada pelas β-glicuronidases bacterianas. A bilirrubina não conjugada é reduzida pelas bactérias do intestino normal para formar um grupo de tetrapirrois incolores conhecidos como urobilinogênios e outros produtos, cuja composição e quantidades relativas dependem da flora bacteriana existente; - Uma pequena fração (geralmente < 3 mg/dL) escapa da captação hepática e é filtrada pelos glomérulos renais, sendo excretada na urina. A excreção urinária aumentada de urobilinogênios pode ser causada pelo aumento da produção de bilirrubina, aumento da reabsorção hepática de urobilinogênio originado do cólon, ou eliminação hepática reduzida de urobilinogênio. Metas: 1- Qual a classificação da icterícia em cada caso? 2- Qual o mecanismo fisiopatológico da icterícia em cada caso? 3- Qual a hipótese diagnóstica para cada caso? Jonas possui Icterícia à custa de BbD devido a colicistite, que impede a liberação da mesma. A colicistite foi confirmada pelo Murphy positivo. Além disso, o paciente está anêmico, ou seja, suas hemácias possuem um período de vida mais curto, aumentando assim a concentração da BbI. Salomão possui Icterícia à custa de BbD porque possui insuficiência hepática. Nesse caso, podemos correlacionar com a clínica do doente, no qual apresenta ginecomastia ( o fígado que atua no metabolismo de colesterol, que é o percussor dos hormônios sexuais. A partir do momento em que ocorre esse desbalanço, pode gerar a ginecomastia. A esteatorreia também é um indicador da não metabolização dos lipídeos pelo fígado. E por fim, a anasarca que foi gerada pelo desequilíbrio das Forças de Starling que promoveu o edema, isso por conta da baixa [ ] de albumina (que é sintetizada pelo fígado). Salomão, 66 anos Anasarca Ginecomastia Esteatorreia Icterícia à custa de BbD Jonas, 26 anos Anemia Ponto de Murphy doloroso à palpação Icterícia à custa de BbD e BbI
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