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Metodologias de alfabetizacao e letramento

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DESCRIÇÃO
Reflexões sobre as práticas de linguagens, gêneros discursivos e
multiletramentos nos processos de ensino-aprendizagem da escrita e da
leitura, de alfabetização e de letramento.
PROPÓSITO
Compreender as práticas de linguagem recomendadas na Base Nacional
Comum Curricular para ampliar o conhecimento sobre os processos de
alfabetização e de letramento.
20/04/2022 21:42
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PREPARAÇÃO
Antes de iniciar os estudos, tenha à mão a Base Nacional Comum
Curricular, disponibilizada no portal do MEC, bem como um dicionário para
consultar os termos específicos dos estudos da linguagem e da
alfabetização. Na internet, você acessa o Dicionário de Termos
Linguísticos, hospedado no Portal da Língua Portuguesa, e o Glossário
CEALE, hospedado no portal da UFMG.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar as práticas de linguagem recomendadas na Base Nacional
Comum Curricular
MÓDULO 2
Reconhecer os fundamentos da alfabetização para a formação de
autores/leitores
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MÓDULO 3
Identificar possibilidades de atividades linguísticas com uso de recursos
tecnológicos
INTRODUÇÃO
Metodologias de Alfabetização e Letramento é uma temática que nos
aproxima das percepções das práticas de linguagem leitora, oral e escrita e
da análise linguística semiótica propostas na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC).
Para nos apropriarmos desses pressupostos, porém, temos que ter
fortalecidos os conceitos de alfabetização e letramento.
Por isso, no Módulo 1, em que abordamos o eixo da produção de texto,
iniciamos uma breve apresentação desses conceitos. Em seguida,
apresentamos cada uma das práticas de linguagem, mostrando também o
trabalho educativo que orienta produções de textos em diferentes gêneros
textuais pautados em projetos enunciativos.
No Módulo 2, em que abordamos a formação de leitores, reforçamos as
 fundamentações sobre alfabetização, integrando-as com a prática de
linguagem leitora. Em seguida, sugerimos práticas de ensino que
contribuem para formação leitora das crianças nos primeiros anos
escolares.
No Módulo 3, promoveremos reflexões sobre a ortografização e a
pontuação no processo da produção de textos a partir do uso de recursos
tecnológicos.
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MÓDULO 1
! Identificar as práticas de linguagem recomendadas na Base
Nacional Comum Curricular
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) enfatiza a participação dos
estudantes nas diversificadas práticas de linguagem, objetivando ampliar
suas capacidades expressivas, como também, seus conhecimentos sobre
essas práticas, dando continuidade ao letramento já iniciado nos meios
sociais: escola e família.
No entanto, antes de nos apropriarmos dos conceitos dessas práticas de
linguagem, precisamos nos ater aos conceitos de alfabetização e de
letramento.
Trabalhar brevemente esses conceitos é importante, pois devemos
entender que o conhecimento teórico será elemento fundamental para a
atuação autônoma do educador e, para tanto, deverá integrar a sua
formação. Logo, metodologia e teoria são duas faces de uma mesma
moeda e são, por isso, inseparáveis. Diante disso, a valoração da teoria
será a âncora para a prática.
A atuação autônoma dos educadores, em sala de aula, sem o
conhecimento do objeto que se deseja ensinar, resulta em uma prática
educativa que não se sustenta. Isso é ainda mais relevante se esse
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conhecimento relacionado com o que se quer ensinar decorre de princípios,
diretrizes e procedimentos metodológicos, como é o caso da alfabetização
e do letramento (SOARES, 2005). 
Diante disso, nós, educadores, precisamos entender as teorias sobre
alfabetização e letramento.
ALFABETIZAÇÃO
Designa o ensino e o aprendizado de um sistema de representação da
linguagem humana que toma como objeto de representação inicial os sons
da fala; a escrita alfabético-ortográfica. Mas, a aprendizagem desse
objeto não ocorre em si mesmo, pois acontece no interior de processos de
leitura e de escrita. Isso significa que capacidades ou procedimentos como,
por exemplo, reconhecer letras, categorizar letras grafadas de formas
diferentes, realizar processos de análise e síntese de sílabas e palavras,
adquirir fluência em leitura e rapidez na escrita são também importantes
dimensões daquilo que aprendemos quando nos alfabetizamos. Esse
processo implica conhecimentos e procedimentos ligados à representação
e às capacidades motoras e cognitivas (SOARES, 2005).
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Imagem: Shutterstock.com
ESCRITA ALFABÉTICO-
ORTOGRÁFICA
A escrita alfabético-ortográfica é um sistema de representação e se
distingue de outros sistemas de representação, como o desenho, por
exemplo. O sistema da escrita representa certas propriedades do
signo linguístico; sua utilização envolve uma automatização das
relações entre o escrito e aquilo que representa (SOARES, 2005, p.
24).
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Imagem: Shutterstock.com
LETRAMENTO
O conceito de letramento surgiu de uma ampliação progressiva do próprio
conceito de alfabetização. Entendemos por letramento o uso da leitura e da
escrita para exercer uma prática social em que a escrita é necessária. É o
conjunto de conhecimentos, atitudes e capacidades envolvidos no uso da
língua em práticas sociais e necessários para uma participação ativa e
competente na cultura escrita. Assim, para corresponder adequadamente
às características e demandas da sociedade atual, é necessário que as
pessoas sejam alfabetizadas e letradas; no entanto, há alfabetizados não
letrados e é possível haver analfabetos com certo nível de letramento
(SOARES, 2005, p. 50).
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PRÁTICAS DE LINGUAGEM
Com os conhecimentos de alfabetização e letramento já estabelecidos,
seguiremos com a conceitualização das práticas de linguagem.
As práticas de linguagem se estruturam e contribuem para a produção de
textos orais e escritos, que propiciam o processo de ensino e de
aprendizagem da língua materna.
As práticas de linguagem são:
LEITURA
É uma prática de linguagem resultante da interação ativa do
leitor/ouvinte/espectador com os textos escritos, orais e multissemióticos,
a ser desenvolvida nas escolas por estratégias compartilhadas e
autônomas em diversos e complexos gêneros textuais. O trabalho não se
dá apenas com o texto escrito, não apenas escutando o texto, mas também
acontece pelo olhar estético em observação de imagens estáticas ou em
movimento e em todas as suas possibilidades de circulação impressas ou
digitais.
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Imagem: Shutterstock.com
MULTISSEMIÓTICOS
Os gêneros discursivos multissemióticos ou multimodais são
aqueles compostos por várias linguagens e combinam diferentes
modalidades, tais como as linguagens verbal (oral e escrita), visual,
sonora, corporal e digital, por exemplo, textos que misturam a
linguagem verbal e desenhos ou gráficos.
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Imagem: Shutterstock.com
ORALIDADE
É uma prática de linguagem discursiva relacionada com estratégia de fala e
escuta, ocorrendo na interação com o outro no ambiente familiar e, no
processo de alfabetização e letramento, no contexto escolar. A oralidade
será ampliada na dimensão dos processos de percepção, compreensão e
representação, e nas características de interações discursivas e nas
estratégias de fala e escuta em intercâmbios orais; elementos importantes
para a apropriação do sistema de escrita alfabética e, consequentemente,
na produção textual.
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ESCRITA
É uma prática de linguagem compartilhada e autônoma que propicia o
domínio progressivo da habilidade de produzir textos em diferentes
gêneros, sempre tendo em vista a interatividade e a autoria. Assim como a
oralidade e a leitura, a escrita também ampliará o letramento adquirido nas
práticas sociais já absorvidas.
Imagem: Shutterstock.com
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Página 11 de 84Imagem: Shutterstock.com
ANÁLISE LINGUÍSTICA E SEMIÓTICA
Indica a sistematização da alfabetização, sendo uma prática de linguagem
que se articula com as demais práticas, já aqui apresentadas. A partir da
análise linguística e semiótica, são propostas reflexões sobre o sistema de
escrita alfabética e o funcionamento da língua e de outras linguagens.
As práticas de linguagem não são estanques e tampouco possuem um
fim em si mesmas. A articulação existente entre elas possibilitará o
trabalho com a produção de texto, na qual a prática leitora pode ser
contemplada por meio de contações de histórias, por exemplo. Essas
mesmas histórias posteriormente serão recontadas, fortalecendo, assim, a
prática oral. Em seguida, o estímulo para a recriação das histórias em
20/04/2022 21:42
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gêneros diferentes do apresentado ressignificará a escrita, valorando esta
prática e proporcionando a análise linguística (BRASIL, 2018).
CONSTRUINDO PROJETOS
ENUNCIATIVOS PARA A
PRODUÇÃO DE TEXTOS
A característica básica dos projetos escolares é o conceito de experiência,
que reconhece a educação das crianças como um processo realizado por
meio do estímulo de práticas sociais, culturais, criativas e interativas, nas
quais todos têm o ritmo de ação e iniciativa respeitados. Assim, partindo de
uma perspectiva enunciativa-discursiva da linguagem, os projetos objetivam
a interação social e têm como pilares o texto, o discurso, o enunciado e o
gênero.
Diante disso, o trabalho escolar com projetos ampliará os eventos de
letramento alcançados, no entanto, os eventos de letramentos serão
apropriados para promover reflexões sobre a prática oral e a prática escrita
que os motiva, dessa maneira, será viabilizada a conscientização e o
aperfeiçoamento dessas práticas situadas em seus contextos de produção
(BRASIL, 2018).
TEXTO
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O texto é um todo organizado que produz sentido, podendo ser
escrito ou oral. Além disso, outras linguagens não verbais também
podem fazer parte de um texto. Podemos dizer, também, que o texto
é um produto da enunciação.
DISCURSO
Discurso é o texto em atividade comunicativa; vindo a público e se
realizando. O discurso pode se realizar a partir de um texto escrito ou
oral. Também pode se manifestar em textos que trabalham com
múltiplas linguagens.
ENUNCIADO
O enunciado é o produto ou o resultado da enunciação. A enunciação
corresponde ao funcionamento ou uso da língua por meio da
interação ou da atividade social do enunciador. O enunciador é quem
interage pela língua, seja ela escrita ou oral, considerando um
enunciatário, ou seja, aquele a quem se fala ou se escreve.
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GÊNERO
O conceito de gênero ou de gênero do discurso foi elaborado por
Bakhtin e corresponde a características relativamente estáveis quanto
ao tema e à forma composicional de enunciados: “Todos os diversos
campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem [...].
O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e
escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou
daquele campo da atividade humana [...]. Evidentemente, cada
enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da
língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os
quais denominamos gêneros do discurso” (BAKHTIN, 2016, p. 11).
! ATENÇÃO
É importante que se considere desde o início da aprendizagem escolar que
os estudantes possam se apropriar das características e das práticas dos
discursos sociais em suas diversas funções. Para isso, os professores
devem organizar numerosas e variadas práticas de leitura e escrita.
As crianças, embora pequenas, são muito capazes quando bem orientadas,
assim, o trabalho escolar por meio dos projetos enunciativos deverá
constituir uma abordagem essencial aos interesses destas crianças em
descobrir o seu mundo. Eles surgem da identificação das questões que os
estudantes querem investigar. O educador será o orientador do processo
de busca, a partir de estratégias voltadas para atividades em grupo e de
aprendizagem cooperativa e colaborativa.
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Atividades que estimulam a observação do cotidiano se tornarão
significativas na medida em que considerarem os saberes trazidos pelo
contexto em que a criança está inserida; assim, a proposta de observar os
entornos na intencionalidade de construir projetos enunciativos é tarefa
necessária.
" EXEMPLO
Projeto “Os habitantes do jardim e da horta”, com visita guiada a jardins ou
hortas no espaço ou entorno da escola. Por meio desse projeto, é possível
incitar olhares para os jardins e para as hortas familiares ou escolares, para
os processos de plantação de verduras, legumes, ervas medicinais,
temperos e para as flores do jardim.
Foto: Ted Alexander Somerville/Shutterstock.com
Também é possível a observação dos pequenos insetos que frequentam
tais lugares. Partindo desses saberes já constituídos, também se incitarão
aprendizagens sobre a germinação, os cuidados com a terra, passando
pelas características das plantas, dos frutos, do uso das ervas medicinais e
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da biodiversidade dos insetos. Os estudantes compreenderão na prática os
modos de vida dos animais e das plantas que ali habitam. Essas unidades
de aprendizagem poderão ser utilizadas para a articulação de todas as
áreas curriculares, colocando situações de aprendizagem significativas
perante a realidade de cada turma.
As situações de aprendizagem que se desenham no projeto enunciativo de
nosso exemplo passam a ser uma referência articuladora de toda a
sequência didática estabelecida, permitindo e promovendo a participação
ativa das crianças no processo de aprendizagem. Além disso, a partir da
situação, podemos projetar uma rede conceitual que evidencia as múltiplas
possibilidades de conexão e articulação das áreas curriculares de forma
espontânea. Como se nota, demais situações de aprendizagem poderão
ser incitadas, todavia, a produção textual, nesse processo, será a mais
oportunizada.
A sequência didática estabelecida organizará um conjunto de atividades
ancoradas ao conteúdo proposto e buscará favorecer a aprendizagem dos
estudantes, sempre focando os objetivos já estipulados no planejamento
elencado pelo educador. Fato este que salienta a importância de visualizar
que projetos educativos requerem organização, planejamento e
envolvimento para que o educador consiga se organizar e se orientar em
relação aos estudantes.
Diante de tal organização, o projeto enunciativo é elencado com algumas
possibilidades:
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Imagem: Shutterstock.com
A confecção de placas de identificação para os canteiros e para as plantas
ou um folheto com fotos do passo a passo de como plantar e cultivar uma
hortaliça.
Imagem: Shutterstock.com
A construção de um álbum de insetos ou de plantas construído de acordo
com o interesse da turma.
Imagem: Shutterstock.com
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A produção de um almanaque que exemplificará as espécies de plantas
coletadas e investigadas.
Imagem: Shutterstock.com
A criação de uma história em quadrinhos onde as personagens possam ser
alguns dos animais observados na horta ou no jardim.
Todas essas atividades do nosso exemplo de projeto enunciativo
fomentarão situações reais do uso da língua na sala de aula e incitarão as
crianças para a escrita, mesmo que elas não se apropriem da escrita
alfabética por ainda se expressarem por desenhos ou de maneira não
convencional.
A produção textual coletiva de um roteiro ou a produção de legendas sobre
“As plantas e os insetos da horta escolar”, por exemplo, também estimulará
nas crianças uma prática significativa de escrita, pois oportunizará a elas a
observação da transcrição, feita pelo educador, das produções orais ali
ditas por cada criança.
#
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DEPOIS DE ESTAR ATENTA APENAS AOS
ASPECTOS GRÁFICOSDA ESCRITA, A
CRIANÇA PODE VOLTAR SUA ATENÇÃO
PARA A FINALIDADE DA ESCRITA: PARA
QUE ELA SERVE? FAZENDO ESSA
PERGUNTA, A CRIANÇA
PROGRESSIVAMENTE – VIVENCIANDO
SITUAÇÕES EM QUE A ESCRITA É
UTILIZADA – INFERE QUE ELA SERVE
PARA “DIZER ALGUMA COISA”, ISTO É,
QUE TEXTOS “DIZEM ALGO”,
MANIFESTAM UMA INTENÇÃO
COMUNICATIVA. SÃO, PORTANTO, ALGO
QUE TEM POR FUNÇÃO SIMBOLIZAR OU
REPRESENTAR OUTRA COISA E QUE
ESSA “COISA” É UM SIGNIFICADO
LINGUÍSTICO, EM GERAL, PARA A
CRIANÇA, UM NOME. DESCOBRINDO QUE
A ESCRITA REPRESENTA UM
SIGNIFICADO LINGUÍSTICO, A CRIANÇA
DÁ, ASSIM, UM PASSO EXTREMAMENTE
IMPORTANTE PARA SUA
ALFABETIZAÇÃO: ELA DESCOBRE, NA
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VERDADE, QUE A ESCRITA REPRESENTA
UMA DIMENSÃO DA LINGUAGEM
HUMANA.
(SOARES, 2005, p. 37)
Ao compreender o contexto de produção da escrita, a criança torna-se
capaz de perceber como a intencionalidade do texto interfere na maneira
de escrever. Além de observar a existência de vários gêneros textuais que
facilitam a transmissão das ideias, ou seja, a prática da linguagem
comunicativa da escrita.
Foto: Shutterstock.com
Sendo assim, o projeto enunciativo que exemplificamos foca o trabalho com
os diversos gêneros discursivos ou textuais, tais como: folhetos, placas,
álbum, almanaque, roteiro, legendas e história em quadrinhos. O trabalho
com esses gêneros provocará leituras e produções textuais que
promoverão a articulação e a integração entre as demais práticas
linguísticas.
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Página 21 de 84
#
[...] AS DIVERSAS PRÁTICAS DE
LINGUAGEM PODEM SER
RELACIONADAS, NO ENSINO, POR MEIO
DOS GÊNEROS – VISTOS COMO FORMAS
RELATIVAMENTE ESTÁVEIS TOMADAS
PELOS ENUNCIADOS EM SITUAÇÕES
HABITUAIS, ENTIDADES CULTURAIS
INTERMEDIÁRIAS QUE PERMITEM
ESTABILIZAR OS ELEMENTOS FORMAIS E
RITUAIS DAS PRÁTICAS DE LINGUAGEM.
OS GÊNEROS LIGADOS A CADA UMA
DESSAS PRÁTICAS SÃO UM TERMO DE
REFERÊNCIA INTERMEDIÁRIO PARA A
APRENDIZAGEM, UMA
“MEGAFERRAMENTA” QUE FORNECE UM
SUPORTE PARA A ATIVIDADE NAS
SITUAÇÕES DE COMUNICAÇÃO E
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CONSTITUI UMA REFERÊNCIA PARA OS
APRENDIZES.
(KOCK; ELIAS, 2018, p. 62)
À luz dos conceitos e das abordagens que estamos estudando, a criança
construirá seu próprio entendimento de que a língua mobiliza os diferentes
saberes, pois é na produção de discursos que a criança articula, em
momento real, um ponto de vista sobre a sua realidade, e se compromete
com a sua palavra e com a sua articulação discursiva, mesmo quando
ainda não está consciente. 
Considerar a produção de textos (orais e escritos) como pontos de partida e
chegada de todo o processo de ensino e aprendizagem da língua não será
apenas uma inspiração ideológica de inserção da voz das classes
desfavorecidas, para delas ouvirmos suas histórias contidas e não
contadas. Deve ser, sobretudo, o entendimento de que, no texto, a língua
se revelará em sua totalidade, quer em seu conjunto de formas, quer em
seu discurso (GERALDI, 1995, p. 135).
Entretanto, é necessário que os educadores estejam atentos a esses
saberes e tenham em mente os espaços, físicos e sociais, aos quais os
estudantes pertencem, para obter elementos reais do cotidiano dos seus
alunos, tais como:
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Página 23 de 84
Imagem: Shutterstock.com
Problemas a resolver.
Imagem: Shutterstock.com
Características socioculturais e patrimônios da comunidade que
contribuirão para a construção de experiências válidas e significativas de
aprendizagem.
20/04/2022 21:42
Página 24 de 84
Imagem: Shutterstock.com
Diversas capacidades, necessidades e experiências dos estudantes, para
permitir que as sugestões oferecidas por eles se concretizem em planos e
em projetos organizados integralmente pelos membros do grupo.
Desta maneira, será favorecido o engajamento “verdadeiramente” social
para, assim, promover uma mudança de estado de coisas (KLEIMAN et al.,
2013, p.71).
Isto posto, o projeto enunciativo favorecerá uma aprendizagem significativa
por meio da colaboração e da negociação entre os pares envolvidos
(estudantes, educadores e toda comunidade escolar) e ampliará as práticas
de linguagem e os eventos de letramento. Além do mais, as crianças
interagirão com textos autênticos de circulação e função social, com a
diversidade de gêneros e com a flexibilidade organizacional dos diversos
graus de familiaridade de práticas letradas e com os gêneros que os
viabilizam. As crianças ainda aprenderão sobre seus usos e características,
sobre suas diferentes formas de ler e escrever de acordo com suas
intenções comunicativas. Assim, nessa produção, as crianças realizam
atividades autênticas para alcançar objetivos concretos para a sua vida,
como também atingem os conteúdos presentes nos programas curriculares.
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Página 25 de 84
$ RESUMINDO
As práticas de linguagem (oral, escrita, leitura e análise linguística e
semiótica) se estruturam em suas especificidades, todavia, não são
estanques e muito menos possuem um fim em si mesmas, elas se
articulam e contribuem para a produção de textos orais e escritos que
propiciam o processo de ensino e de aprendizagem da língua materna.
Os projetos escolares apresentam o conceito de experiência que reconhece
que a educação das crianças se faz pelo estímulo de práticas sociais,
culturais, criativas e interativas, em que todos têm o ritmo de ação e
iniciativa respeitados, assim, partindo de uma perspectiva enunciativa-
discursiva da linguagem os projetos objetivam a interação social, e têm
como pilares o texto, o discurso, o enunciado e o gênero.
20/04/2022 21:42
Página 26 de 84
ALFABETIZAÇÃO, LETRAMENTO E
PRÁTICAS DE LINGUAGEM
Assista ao vídeo abaixo com a professora Rita Spíndola contando sobre as
práticas de linguagens recomendadas pela BNCC no contexto da
alfabetização e do letramento e destacando o trabalho com os projetos
enunciativos no ambiente escolar.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS A CONCEITUAÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO PARA RESGATARMOS A FUNDAMENTAÇÃO
DAS PRÁTICAS DE LINGUAGEM RECOMENDADAS NA
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC). ASSIM,
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE MELHOR CARACTERIZA
20/04/2022 21:42
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A CONCEITUAÇÃO DESSES TERMOS:
A) Alfabetização refere-se ao ensino de escrita, e letramento ao ensino da
leitura de mundo, dando sentido às produções de texto das crianças.
B) Letramento implica processos de representações sociais; já
alfabetização implica processos ligados à leitura e à escrita.
C) Alfabetização ocorre no interior de processos de leitura e de escrita; já o
letramento é o uso da leitura e da escrita para exercer uma prática social.
D) Alfabetização implica a representação da fala, e o letramento é a
representação social da fala.
E) Alfabetização implica a representação da escrita; o letramento é a
representação social da escrita.
2. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR.
I - OS PROJETOS ESCOLARES DEVEM ESTIMULAR AS
PRÁTICAS SOCIAIS, CULTURAIS, CRIATIVAS E
INTERATIVAS.
II - OS PILARES DOS PROJETOS ENUNCIATIVOS
ESCOLARES SÃO AS TÉCNICAS DE ALFABETIZAÇÃO E O
LETRAMENTO.
III - AS ATIVIDADES PROPOSTAS NOS PROJETOS
ESCOLARES DEVEM RESPEITAR O RITMO DE AÇÃO E A
INICIATIVA DAS CRIANÇAS.
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IV - OS PROJETOS ESCOLARES DEVEM PARTIR DE UMA
PERSPECTIVA ENUNCIATIVO-DISCURSIVA.
ESTÁ CORRETO APENAS O QUE SE AFIRMA EM:
A) I e II
B) I, II e III
C) I, II e IV
D) I, III, IV
E) II, III e IV
GABARITO
1. Estudamos a conceituação de alfabetização e letramento
para resgatarmos a fundamentação das práticas de
linguagem recomendadas na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Assim, assinale a alternativa que melhor
caracteriza a conceituação desses termos:
A alternativa "C " está correta.
Alfabetização e letramento são conceitos inter-relacionados e
interdependentes, mas podemos distinguir a alfabetização como o ensino e
o aprendizado da leitura e da escrita, a partir de um sistema de
representação da linguagem humana que relaciona os sons da fala com a
escritaalfabético-ortográfica. Já o conceito de letramento é a ampliação
progressiva do próprio conceito de alfabetização. Entendemos por
letramento o uso da leitura e da escrita para exercer uma prática social em
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Página 29 de 84
que a escrita é necessária.
2. Analise as afirmativas a seguir.
I - Os projetos escolares devem estimular as práticas
sociais, culturais, criativas e interativas.
II - Os pilares dos projetos enunciativos escolares são as
técnicas de alfabetização e o letramento.
III - As atividades propostas nos projetos escolares devem
respeitar o ritmo de ação e a iniciativa das crianças.
IV - Os projetos escolares devem partir de uma perspectiva
enunciativo-discursiva.
Está correto apenas o que se afirma em:
A alternativa "D " está correta.
Os projetos enunciativos no contexto escolar devem ter como objetivo a
interação social por meio da linguagem. Os pilares desses projetos são,
como estudamos, o texto, o discurso, o enunciado e o gênero discursivo. O
trabalho com a língua, valendo-se de projetos que mobilizam as crianças
em atividades sociais, culturais e interativas, pode apresentar resultados
promissores nos processos de alfabetização e letramento.
MÓDULO 2
! Reconhecer os fundamentos da alfabetização para a formação de
20/04/2022 21:42
Página 30 de 84
autores/leitores
CONCEITOS E
QUESTIONAMENTOS INICIAIS
Neste módulo, entraremos em contato com metodologias que fomentarão a
formação leitora nas crianças em fase de alfabetização. Para tanto, é
necessária a aproximação de algumas impressões que a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) propõe.
Em um primeiro momento, importa conceituar que atividades humanas se
realizam nas práticas sociais, mediadas por diferentes linguagens: verbal
(oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e
digital. É por meio dessas práticas que as pessoas interagem consigo
mesmas e com os outros, constituindo-se como sujeitos sociais. Nessas
interações, estão conectados conhecimentos, atitudes e valores culturais,
morais e éticos (BRASIL, 2018, p. 63).
Diante desse conceito inicial, devemos ter a perspectiva de que a leitura
compreende as práticas de linguagem decorridas das interações ativas que
leitores e ouvintes constroem com as mais diversificadas formas textuais
(escritas, orais e multissemióticas) e das possíveis interpretações ocorridas,
sendo exemplos as leituras para:
Fruição estética de textos e obras literárias
Pesquisa e embasamento de trabalhos escolares e acadêmicos
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Realização de procedimentos
Conhecimento, discussão e debate sobre temas sociais relevantes
Sustentação da reivindicação de algo no contexto de atuação da vida
pública
Obtenção de mais conhecimento para o desenvolvimento de projetos
pessoais, entre outras possibilidades (BRASIL, 2018, p. 71)
A leitura se estabiliza como uma prática da linguagem, que se amplia no
contexto escolar por estratégias compartilhadas e autônomas em diversos
e complexos gêneros textuais impressos ou digitais.
Assim, encontramos alguns questionamentos referentes à nossa prática
educativa:
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Como nossos estudantes se constituem como leitores?
Quais as compreensões traçadas perante essas diversidades textuais
circundantes em nossa sociedade?
Necessitamos refletir sobre as questões que envolvem a construção de
sentido com aquilo que se lê e quais as suas finalidades.
LEITURA COMO ATIVIDADE
COGNITIVO-SOCIAL
Durante algum tempo, o processo de alfabetização era entendido como um
processo de aquisição do sistema de escrita, correspondendo à
codificação. Consequentemente, a leitura estava inserida nesse processo
como a decodificação, quando a criança conseguia decifrar o que havia
escrito, juntando letras e sílabas, para formar palavras, ou as palavras para
formar frases.
Nessa dinâmica, não se garantia a compreensão leitora. A leitura feita pelas
crianças nos anos iniciais de escolarização era considerada como uma
atividade mecânica de decodificar palavras, de explorar sentidos que
estariam prontos no texto.
Com isso, acreditava-se que, para formar um leitor competente, bastava
ensinar a ler no primeiro ano de escolaridade, ou seja, no período de
alfabetização, e depois a criança já estaria apta para ler qualquer texto
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(CAFIERO, 2005, p. 11).
Contudo, sabemos que a leitura é uma atividade complexa. Os sentidos
que os estudantes constroem ocorrem por meio das relações que se
estabelecem entre as informações trazidas no texto e os conhecimentos
absorvidos de suas vivências. Isso significa que a leitura é uma atividade
cognitiva e social (KLEIMAN et al., 2013).
LEITURA COMO ATIVIDADE
COGNITIVA
Entendemos que, quando as crianças leem, elas executam uma série de
operações mentais que extrapolam a decodificação, e utilizam estratégias
inconsciente e conscientemente. Assim, como atividade cognitiva, a leitura
pode ser ensinada, isto é, podem ser ensinadas estratégias que ajudarão
as crianças a lerem melhor.
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LEITURA COMO ATIVIDADE SOCIAL
A leitura é compreendida como um ato de interação com o outro, uma
relação existente entre um escritor e um leitor, que mesmo distantes se
comunicam pelo texto.
Isso ocorre dentro de condições muito específicas de comunicação, uma
vez que cada um deles tem seus próprios objetivos, suas próprias
expectativas e suas próprias vivências de mundo. Tal como atividade social,
a leitura implica objetivos e necessidades que são determinados na
interação.
Diante disso, devemos fazer as seguintes reflexões:
Ler para quê?
Ler com que objetivos?
Ler para interagir com quem?
Ler por que motivo?
A principal vantagem de se entender a leitura como um processo cognitivo-
social é a de mostrar que existem formas para ampliar a competência
leitora ao longo da vida, isto é, que o ensino de leitura não é uma etapa
pontual que se esgota na alfabetização (CAFIERO, 2005).
Diante disso, lançaremos olhares sobre a dimensão cognitiva da leitura,
sobretudo em dois aspectos vivenciados pelas crianças em processo de
alfabetização: a decodificação e a construção da coerência.
Neste contexto, executa-se uma sequência de operações. Entre elas,
podemos mencionar:
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Perceber
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Memorizar
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Analisar
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Sintetizar
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Inferir
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Relacionar
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Avaliar
PROCESSO DE LEITURA
Compreender os processos que se realizam na leitura é importante porque
nós, educadores, poderemos intervir no momento adequado, criando
atividades que ajudarão os estudantes a solucionar dificuldades
apresentadas (CAFIERO, 2005).
DECODIFICAÇÃO
De acordo com Cafiero (2005), o momento inicial do processo de leitura é a
decodificação, no qual a criança executará o reconhecimento de palavras
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e o processamento sintático, ou seja, juntará letras para formar sílabas,
sílabas para formar palavras, e palavras para formar frases. Na medida em
que processa as informações, a criança as armazenará em sua memória,
para que possa organizar as informações em unidades cada vez maiores.
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PROCESSAMENTO SINTÁTICO
A criança começa a construir a ideia da função da palavra.
Como podemos notar, nesse processo de decodificação, além de se
fomentar a memorização, outras operações mentais serão elencadas, como
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a percepção e a síntese, por meio das quais a criança observará unidades
menores da palavra (fonemas, sílabas) para unidades maiores (palavra,
frase, texto). Além disso, ocorrerá a análise, pormeio da qual a criança fará
a observação do todo para as partes.
Diante desse processo, a criança rapidamente começará a organizar na
memória, porém, sem controle consciente, as relações do código linguístico
escrito.
A criança organizará as palavras e as comporá em frases, seguindo as
regras e os princípios que farão parte do conhecimento funcional da língua
materna.
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CONSTRUÇÃO DA COERÊNCIA
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A coerência será o segundo passo para a compreensão e produção de
sentido da leitura realizadas pela criança, a partir da organização e do
funcionamento social dos textos.
Conforme Cafiero (2005, p. 38), “nesse processo, o texto escrito é objeto
que busca gerar uma resposta ou um efeito de sentido no leitor”. O texto
apresenta organização linguística e da estrutura dos enunciados ou frases.
O texto é parte de um funcionamento social, sendo processado por um
leitor. Para que o leitor compreenda o texto, ele “realiza ações como
percepção, memorização, análise, síntese, estabelecimento de relações,
previsão, levantamento de hipóteses, associações, verificação de
hipóteses, inferência, generalização e avaliação”.
A compreensão do texto por parte do leitor implica, então, os dois aspectos
que temos visto:
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DECODIFICAÇÃO
Ao reunir informações fonológicas, fonéticas, morfológicas, sintáticas.
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CONSTRUÇÃO DA COERÊNCIA
Ao integrar as informações da decodificação aos seus conhecimentos.
CONHECIMENTO PRÉVIO E
CONHECIMENTOS INTERPESSOAIS
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Cafiero (2005, p. 38) ainda nos lembra que o leitor mobiliza diversos tipos
de conhecimentos prévios, além de se valer de estratégias antes, durante e
depois do processamento de informações.
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Os conhecimentos são interpessoais, porque resultam das relações com o
outro, do grupo social e da cultura em que a criança está inserida. Por
exemplo, saber que o ônibus é um transporte coletivo, como essa dinâmica
funciona, mesmo sem nunca ter usado o serviço, é um conhecimento
construído nas relações socioculturais. Esses conhecimentos interpessoais
surgem da identificação das questões que os estudantes querem investigar.
Diante de um fato gerador, o educador orientará o processo de busca, a
partir de estratégias voltadas para atividades em grupo e de aprendizagem
cooperativa e colaborativa.
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Esse ensino compreende lidar com a diversidade de gêneros usando
estratégias específicas para a leitura que cada criança fará. Diante disso,
será importante estabelecer quais as finalidades da leitura. Por isso, é
importante orientar as crianças para que aprendam a fazer perguntas ao
texto e possam ter os meios para encontrar e avaliar suas respostas.
Na opinião de Delia Lerner (apud KAUFMAN; LERNER, 2015), isso é
possível sempre que articulamos diferentes situações de leitura e escrita,
desde que entendamos que a leitura, para as crianças em fase de
alfabetização, envolverá uma prática educativa que se desenvolverá de
duas maneiras:
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Pela leitura direta de textos imagéticos pelas crianças.
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Pela leitura orientada do educador para ensiná-las a construir sentidos
cada vez mais complexos.
Do mesmo modo, escrever histórias implicará o relato oral dessas
narrativas ao educador e a escrita convencional ou espontânea das
próprias crianças.
A estratégia de promover situações de reescrita de textos conhecidos
favorecerá as crianças a se concentrarem em aplicar as características dos
diversos gêneros em questão, características estas que foram inferidas e
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descobertas por meio de inúmeras leituras do mesmo gênero em sala de
aula (KAUFMAN; LERNER, 2015).
PESQUISA E INVESTIGAÇÃO
COMO PRINCÍPIO GERADOR DA
FORMAÇÃO DO LEITOR
Atividades que incitam a investigação podem promover exposições orais
sobre as informações coletadas e argumentações para a criação de um
roteiro de estudos.
" EXEMPLO
Exemplo de atividades: Investigar os animais ou as plantas que ocupam o
jardim, a praça ou a horta da escola, do bairro ou da própria habitação da
criança.
Tais interações estimularão as crianças a escutar, observar e a comentar
sobre a investigação. Essa prática significativa da oralidade na escola
promoverá discussões intencionais para a construção da prática de
linguagem comunicativa da criança.
Para estimular a interação das crianças com a diversidade de gêneros
textuais, a escola deve se converter em um ambiente letrado. Para tanto,
os projetos significativos de aprendizagem devem contribuir para o contato
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da criança com diferentes articulações de leitura e escrita, pois a leitura,
tanto a guiada como a autônoma, promoverá aos estudantes a construção
de sentidos linguísticos cada vez mais complexos.
% RELEMBRANDO
Alguns dos projetos significativos de aprendizagem, considerando o
contexto do projeto enunciativo que exemplificamos no Módulo 1, são:
A contação de histórias sobre os bichos ou plantas do jardim.
Seguir o passo a passo das receitas (microrroteiros) dos chás feitos
com as ervas da horta da escola ou da casa.
Receber um convite escrito para a exposição das histórias em
quadrinhos sobre os “habitantes do jardim da minha casa”.
Assim, o ambiente escolar letrado contribuirá para que as crianças leiam
uma diversidade de gêneros textuais autorais, oferecendo-lhes
oportunidades de construir critérios de seleção, de enriquecimento de suas
interpretações e de aprofundamento da construção de significados. Dessa
maneira, as práticas de linguagem leitora serão efetivamente estimuladas.
Nessa perspectiva, o espaço escolar possibilita a construção do
conhecimento, pois envolve momentos de interação que objetivam garantir
experiências significativas no cotidiano da criança.
A criação de um ambiente escolar letrado e alfabetizador possibilita
concretamente que a criança, durante a alfabetização, use a linguagem
escrita antes mesmo de dominar as “primeiras letras”. De acordo com
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Soares (2005, p. 53), uma das formas de organizar a sala de aula com
base na escrita é trabalhando com práticas como:
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Registro de rotinas.
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Uso de etiquetas para organização do material.
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Emprego de quadros para controlar a frequência.
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Para Soares (2005, p. 53), a criação de um ambiente alfabetizador se
justifica conceitualmente pela “constatação de que saber para que a escrita
serve (suas funções de registro, de comunicação à distância, por exemplo)
e saber como é usada em práticas sociais (organizar a sala de aula, fixar
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regras de comportamento na escola, transmitir informações, divertir,
convencer, por exemplo) auxiliariam a criança em sua alfabetização”.
Esses saberes também auxiliariam dando significado e função à
alfabetização, criando a necessidade da alfabetização; favorecendo a
exploração, pela criança, do funcionamento da linguagem escrita
(SOARES, 2005, p. 53).
Assim, no ambiente letrado, por motivar vários tipos de conhecimentos, a
criança adquirirá competências para mobilizar uma série de habilidades,
atitudes e valores diversos que a tornarão capaz de executar diversas
ações sobre o texto, para compreendê-lo durante o processo de leitura.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DA
LEITURA
Chegamos ao processo de avaliação da aprendizagem leitora. Avaliar esse
processo envolve por parte do educador a observação do todo e não
somente de um produto final. Envolve registrar os avanços em fichas
específicas, indicando as habilidades, as atitudes, os valores; comparar e
utilizar os resultados da avaliação para preparar novas intervenções.20/04/2022 21:42
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Acreditamos ser o papel dos educadores que se dispõem a ensinar a
leitura: levar as crianças a se entenderem como atores sociais que agem
sobre o texto escrito. Nesse sentido, a leitura será sempre resultante de
uma complexa atividade, marcada não só por fatores ligados ao próprio
sujeito interpretante e à situação na qual a interação comunicativa se
processa.
Defendemos que o papel da escola é de ser o ambiente letrado que não se
omitirá, tampouco se negará ao seu papel de incentivar a leitura dos textos
e a leitura de mundo. A escola é o ambiente onde as crianças se
constituem como cidadãs em suas interações, pelo uso da linguagem.
$ RESUMINDO
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Aprendemos sobre a importância da formação de leitores. Vimos como
esse processo é incentivado pelo estímulo da pesquisa e da investigação,
levando a dois aspectos fundamentais para a alfabetização: a concepção
cognitiva e a concepção social da leitura.
A prática da linguagem oral promoverá discussões intencionais para a
construção comunicativa da criança em processo de alfabetização, pois
estimulará a interação das crianças com a diversidade de gêneros textuais.
Para tanto, a escola deve se converter em um ambiente letrado. Será
nesse ambiente que as pesquisas e as investigações proporcionarão aos
estudantes a construção de sentidos linguísticos cada vez mais complexos.
ALFABETIZAÇÃO, LETRAMENTO E
FORMAÇÃO DE
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AUTORES/LEITORES
Assista ao vídeo abaixo com a professora Rita Spíndola, destacando leitura
como atividade cognitivo-social, a decodificação e a construção da
coerência no processo de leitura, a importância do conhecimento prévio e
dos conhecimentos interpessoais, e o ambiente alfabetizador.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS QUE A LEITURA ABRANGE A DIMENSÃO
COGNITIVA, E APRENDEMOS QUE ELA IMPLICA DOIS
ASPECTOS IMPORTANTES QUE FUNDAMENTAM A
FORMAÇÃO DO LEITOR. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE
APONTA ESSES DOIS ASPECTOS.
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A) Decodificação e construção de coerência
B) Alfabetização e letramento
C) O texto e o contexto
D) A compreensão e produção de sentido
E) O discurso e o enunciado
2. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR.
I - A ESCOLA DEVE SER UM AMBIENTE LETRADO PARA
INCENTIVAR O CONTATO COM VÁRIOS TIPOS DE
CONHECIMENTO E PRÁTICAS SOCIAIS DE ESCRITA E DE
LEITURA.
II - OS PROJETOS INVESTIGATIVOS DE APRENDIZAGEM
EXCLUEM A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS, POIS OUVIR
NARRATIVAS COLOCA AS CRIANÇAS EM UMA POSTURA
PASSIVA DE APRENDIZAGEM.
III - É NO AMBIENTE LETRADO QUE A CRIANÇA ADQUIRE
COMPETÊNCIAS PARA MOBILIZAR UMA SÉRIE DE
HABILIDADES, ATITUDES E VALORES DIVERSOS.
IV - A INTERAÇÃO COM O AMBIENTE LETRADO TORNA A
CRIANÇA CAPAZ DE EXECUTAR DIVERSAS AÇÕES
SOBRE O TEXTO, PARA COMPREENDÊ-LO DURANTE O
PROCESSO DE LEITURA.
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ESTÁ CORRETO APENAS O QUE SE AFIRMA EM:
A) I e II
B) I e III
C) I, III e IV
D) II e III
E) II, III e IV
GABARITO
1. Estudamos que a leitura abrange a dimensão cognitiva, e
aprendemos que ela implica dois aspectos importantes que
fundamentam a formação do leitor. Assinale a alternativa
que aponta esses dois aspectos.
A alternativa "A " está correta.
A dimensão cognitiva da leitura está apoiada em dois aspectos vivenciados
pelas crianças em processo de alfabetização: a decodificação e a
construção da coerência. Na decodificação, trabalha-se com a criança a
partir de elementos linguísticos, como as informações fonológicas,
fonéticas, morfológicas, sintáticas. Na construção da coerência, a atividade
de leitura busca integrar os subsídios advindos da decodificação com o
conhecimento prévio da criança.
2. Analise as afirmativas a seguir.
I - A escola deve ser um ambiente letrado para incentivar o
contato com vários tipos de conhecimento e práticas
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sociais de escrita e de leitura.
II - Os projetos investigativos de aprendizagem excluem a
contação de histórias, pois ouvir narrativas coloca as
crianças em uma postura passiva de aprendizagem.
III - É no ambiente letrado que a criança adquire
competências para mobilizar uma série de habilidades,
atitudes e valores diversos.
IV - A interação com o ambiente letrado torna a criança
capaz de executar diversas ações sobre o texto, para
compreendê-lo durante o processo de leitura.
Está correto apenas o que se afirma em:
A alternativa "C " está correta.
A prática significativa da oralidade na escola deve promover discussões
intencionais para a construção da prática de linguagem comunicativa da
criança. Deve haver interação das crianças com diversos gêneros textuais,
buscando o trabalho com a leitura a partir de um ambiente letrado. Assim, o
desenvolvimento de projetos significativos de aprendizagem, como a
contação de histórias, pode ser proveitoso na promoção do contato da
criança com as diferentes práticas de leitura e escrita.
MÓDULO 3
! Identificar possibilidades de atividades linguísticas com uso de
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recursos tecnológicos
ASPECTOS LINGUÍSTICOS DO
APRENDIZADO DA ESCRITA NA
BNCC
Aprenderemos neste módulo sobre o eixo da análise linguística, no tocante
à pontuação e à ortografia. Para tanto, precisamos entender que:
#
[...] AS PRÁTICAS DE LINGUAGEM DA
ANÁLISE LINGUÍSTICA/SEMIÓTICA
COMPREENDEM OS PROCEDIMENTOS E
ESTRATÉGIAS (META)COGNITIVAS DE
ANÁLISE E AVALIAÇÃO CONSCIENTE,
DURANTE OS PROCESSOS DE LEITURA E
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DE PRODUÇÃO DOS DIVERSOS TEXTOS E
SUAS DIMENSÕES, RESPONSÁVEIS POR
SEUS EFEITOS DE SENTIDO, SEJA NO
QUE SE REFERE ÀS FORMAS DE
COMPOSIÇÃO, DETERMINADAS PELA
DIVERSIDADE DE GÊNEROS E PELA
SITUAÇÃO DE PRODUÇÃO, SEJA NO QUE
SE REFERE AOS ESTILOS ADOTADOS,
COM FORTE IMPACTO NOS EFEITOS DE
SENTIDO.
(BRASIL, 2018, p. 80)
(META)COGNITIVAS
Conhecimento que um indivíduo tem acerca dos próprios processos
cognitivos (mentais), sendo capaz de refletir ou entender sobre o
estado da sua própria mente (pensamento, compreensão e
aprendizado).
Isso quer dizer que dominar o sistema de escrita do português do Brasil
não é uma tarefa tão simples. A BNCC apresenta esse processo como a
“construção de habilidades e capacidades de análise e de
transcodificação linguística” (BRASIL, 2018), pois tratamos de uma
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língua que apresenta variedades de fala regionais e sociais. Não lidamos
com uma língua que apresenta fonemas neutralizados e desconectados de
sua vida na língua falada local.
De certa maneira, é o alfabeto que promove essa neutralização das
variações na escrita. Por isso, alfabetizar está relacionado com o trabalho
de apropriação pelo estudante da ortografia do português do Brasil escrito.
É preciso compreender como esse longo processo de construção dos
conhecimentos acerca do funcionamento fonológico da língua se dá no
processo de aprendizagem do estudante (BRASIL, 2018).
TRANSCODIFICAÇÃO LINGUÍSTICA
A transcodificação linguística pode ser entendida, no contexto da
BNCC, a partir da relação entre sons e letras, entre oralidade e
escrita, estando relacionada com o modo pelo qual se dá o
reconhecimento dos sons, a forma como se separam, juntam-se em
novas palavras e como são registrados por meio da escrita. Ao
focalizar a alfabetização a partir da transposição linguística, a BNCC
tem sido criticada por autores que veem no documento um
reducionismo da alfabetização a aspectos fonológicos apenas.
Para isso, é preciso conhecer a forma como a escrita alfabética funciona na
prática da leitura e da escrita. Isso implica perceber as relações bastante
complexas estabelecidas entre os sons da fala (fonemas) e as letras da
escrita (grafemas). Esse processo envolve a “consciência fonológica da
linguagem: perceber seus sons, como se separam e se juntam em novas
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palavras” (BRASIL, 2018, p. 90).
Assim, conforme Oliveira (2005), os desviosortográficos que toda criança
apresenta em suas escritas iniciais são sinais de que ela está construindo
seu conhecimento sobre o que seja escrever e, ao fazer isso, a criança
relaciona diretamente o que ela fala com o que escreve. Diante disso,
podemos identificar que a língua falada está organizada em dois níveis:
NÍVEL HETEROGÊNEO
Corresponde à fala.
NÍVEL RELATIVAMENTE HOMOGÊNEO
Corresponde à língua como sistema ou estrutura.
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É por meio dos sons que a criança se guia nas suas primeiras produções
escritas.
A fala é individual e heterogênea, a língua é coletiva e homogênea. Toda
fala, ou ato de fala, é única; ela tem um começo e um fim. Mas, a língua
que permite esses atos de fala é constante. No entanto, o português escrito
padrão, como sistema alfabético de representação, liga-se aos sons da
língua, dispensando as diferenças de fala que não implicam diferença de
sentido. A criança, ao longo de seu processo de aprendizado da escrita,
move-se de um sistema de representação calcado na fala para um sistema
de representação calcado na língua (OLIVEIRA, 2005, p. 29).
A natureza das hipóteses que a criança faz na construção de um sistema
de escrita é a natureza das relações que se estabelecem entre os sons e
os grafemas da escrita ortográfica.
A vantagem de ter uma classificação dos problemas de escrita é
exatamente a de poder separar esses problemas segundo a sua natureza.
Feito isso, torna-se muito mais eficaz qualquer proposta de intervenção
pedagógica.
A escrita ortográfica incorpora outras nuanças que a criança deverá superar
ao longo de seu processo de aprendizado, pois permitirá que a criança
modifique suas ações à medida que incorpora novos objetos e situações
(OLIVEIRA, 2005).
RECURSOS TECNOLÓGICOS NO
APRENDIZADO DA ORTOGRAFIA
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E DA LEITURA
Vamos, agora, tratar da utilização de softwares de edição de textos, de
desenhos, imagens e áudios para produzir textos com o uso correto dos
sinais de pontuação ou desenvolver a leitura a partir da pontuação do texto
escrito.
As mídias digitais podem estabelecer uma relação significativa de
aprendizado da escrita ortográfica e da pontuação. A BNCC reconhece que
a compreensão e o uso das tecnologias digitais podem contribuir para o
processo de alfabetização e de letramento, desde que esse processo
aconteça de “forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais” (BRASIL, 2018, p. 63).
A BNCC menciona o trabalho com as ferramentas digitais para
desenvolvimento das habilidades relacionadas com a escrita e a leitura,
contribuindo para a produção de efeitos de sentidos ligados a elementos e
recursos não só linguísticos, mas também semióticos (BRASIL, 2018, p.
71).
Em nosso caso, podemos trabalhar com as estruturas silábicas da escrita
ortográfica e as regras de pontuação estabelecidas como convenções da
Língua Portuguesa do Brasil e que já são conhecidas pelas crianças, como:
SEMIÓTICOS
Recursos de linguagens diversas, como aquelas que utilizam
desenhos, fotografias, ícones, pinturas, gráficos etc.
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O uso de letras maiúsculas e minúsculas.
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A segmentação convencional de palavras.
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O uso de pontuações (ponto final, ponto de interrogação, ponto de
exclamação, vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos).
Esse trabalho pode ser realizado não apenas com o uso do corretor
ortográfico de um editor de texto em atividades nas quais as crianças
digitam e corrigem palavras, frases e pequenos textos.
É possível realizar um trabalho em textos do gênero história em quadrinhos
(HQ), abordando as possíveis dificuldades de expressão oral dos sentidos
trazidos por textos escritos nesse gênero, decorrentes da falta de
sistematização dos conhecimentos prévios ou das especificidades do
gênero a ser trabalhado.
& DICA
Para a produção desse trabalho, sugerimos a utilização de softwares de
edição de texto e de áudio para a criação de textos escritos e orais. Para os
textos escritos, a sugestão é usar um editor de texto como o Word, por ser
versátil e popular.
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O editor de texto pode ser usado para:
Melhorar a habilidade leitora e escritora.
Aumentar a capacidade de repertório, fluência e precisão na leitura e
escrita.
Auxiliar na compreensão e realização de conexões com o objeto de
ensino.
Permitir a criação de uma história em quadrinhos.
TRABALHANDO COM CRIAÇÃO DE
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
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Nossa história em quadrinhos pode retomar o contexto da atividade escolar
enunciativa que apresentamos no Módulo 1. Assim, proporíamos a criação
de uma história em quadrinhos sobre os “habitantes do jardim da minha
casa” (ou da minha escola).
Para a melhor organização da execução da atividade, o educador poderá
distribuir fichas com as devidas orientações e mediar as crianças na
exploração prática desse recurso, estabelecendo um ambiente
colaborativo.
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Seguindo dessa maneira, o educador promoverá as reflexões sobre o
processo de ortografização dos nomes (próprios) das personagens e dos
nomes comuns, introduzindo a regra da utilização das letras maiúsculas e
minúsculas.
Posteriormente, introduzirá o conceito do gênero textual – história em
quadrinhos – chamando a atenção para as características desse texto. Em
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seguida, o professor estabelecerá o processo do ensino da pontuação,
ampliando, assim, os mecanismos da alfabetização, mas, sobretudo,
proporcionando uma aprendizagem prazerosa e significativa.
ORTOGRAFIZAÇÃO
Trata-se de um processo complementar, que busca a fixação das
regras da língua escrita, principalmente do modo como os itens
lexicais são expressos por meio das letras do alfabeto. Portanto, a
ortografização representa a apropriação do nosso sistema
ortográfico da Língua Portuguesa
TRABALHANDO COM PODCAST
Ainda na intencionalidade de produzir sentido na produção textual escrita e
oral, sugerimos a utilização do recurso digital de gravação de áudio para
produção de um podcast.
O recurso que possibilita o podcast funciona como um gravador digital por
meio do qual se pode gravar a fala. Posteriormente, após ouvir o que foi
gravado, pode ser criado o podcast com a utilização do software livre e
gratuito Audacity. Esse programa permite editar o áudio gravado e mixar
vozes e músicas, além de ser interativo e bem intuitivo.
O arquivo das produções dos estudantes poderá ser baixado no
computador ou no aparelho de celular, facilitando a interatividade escolar e
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familiar.
Imagem: Shutterstock.com
Esse trabalho educativo pode valorizar a criatividade, a oralidade, a escuta
ativa e a percepção do ambiente, desenvolvendo habilidades cognitivas
que contribuem para o processo de alfabetização da criança. Essa é uma
forma de dar voz às crianças e permitir que elas sejam protagonistas em
uma aprendizagem mais ativa e efetiva.
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! ATENÇÃO
Lembre-se de que os aplicativos de gravação de voz dos celulares é um
recurso bastante acessível e que pode facilitar esse tipo de atividade. Além
de haver diferentes aplicativos e recursos que permitem a produção de um
podcast, também há recursos que permitem o armazenamento e o
compartilhamento dos arquivos gerados na gravação dos podcasts.
A partir de Garofalo (2019), propomos a seguinte sequência didática para a
criação do podcast:
Escolher um tema para o podcast.
Definir os alunos participantes do podcast.
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Criar o roteiro para abordar o tema do podcast.
Realizar um ensaio para a gravação.
Realizar a gravação em um ambiente com pouco ruído.
Editar o podcast.
Publicar o podcast.
Também é possíveldesenvolver a integração das atividades. Pode-se
gravar um podcast que produza a narração da história em quadrinhos da
outra atividade. Esse trabalho deve ser realizado promovendo a reflexão
sobre os mecanismos da pontuação para a noção de sentido da leitura do
texto escrito.
Essas atividades, entre outras, podem contribuir para os alunos
estabelecerem relação entre letras e sons, perceberem a ortografia das
palavras e desenvolverem práticas de leitura e de escrita.
Conforme nos lembra Soares (2003), as atividades promovem a entrada da
criança no mundo da escrita e da leitura integrando:
A aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização.
O desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema nas práticas
sociais que envolvem a língua escrita – o letramento.
! ATENÇÃO
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As mídias digitais e suas tecnologias, de certa maneira, desenvolvem a
autonomia nos estudantes; todavia, utilizar tais ferramentas e
procedimentos digitais por si só não é garantia da aprendizagem.
Considerando a natureza e a utilização das tecnologias digitais no contexto
da alfabetização, desde uma perspectiva histórica do processo de
aprendizagem da escrita e da leitura, Teberosky afirma que podemos
chegar a duas conclusões.
A primeira conclusão é de que a escrita é uma tecnologia que se manifesta
através de diferentes instrumentos técnicos.
A segunda conclusão é de que a tecnologia eletrônica requer capacidades
cada vez maiores de leitura e escrita (TEBEROSKY, 2004, p. 154).
Diante disso, as metodologias de alfabetização e letramento devem
promover a inserção da criança em um processo de aprendizagem que dê
conta das diferentes manifestações da linguagem em uma sociedade
tecnológica. 
ALFABETIZAÇÃO, LETRAMENTO E
RECURSOS TECNOLÓGICOS
Já temos visto que a entrada da criança no mundo da escrita ocorre
simultaneamente pelos processos de alfabetização e de letramento. Não
são processos independentes, mas interdependentes, e indissociáveis: a
alfabetização é desenvolvida no contexto de e por meio de práticas sociais
de leitura e de escrita. Essas práticas sociais de leitura e de escrita
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correspondem ao letramento que, por sua vez, só se pode desenvolver no
contexto da e por meio da aprendizagem das relações fonema-grafema,
isto é, em dependência da alfabetização (SOARES, 2005, p.14).
Trabalhar com os meios tecnológicos na educação parece-nos atraente,
porém, além de educadores e estudantes aprenderem a utilizar os meios
tecnológicos na educação, é necessário pensar essa tecnologia para a
busca reflexiva do sistema da leitura e escrita. 
Precisamos refletir sobre utilização na mediação tecnológica no ensino e
em como o estudante é desafiado nas atividades propostas. Isso significa
não transitar somente pelo entretenimento proporcionado por alguns
recursos e pelo contexto tecnológico, mas traçar um planejamento com
intencionalidade, agregado ao projeto político pedagógico da escola.
As práticas da análise da linguagem devem promover reflexões que
permitam aos estudantes ampliarem suas capacidades de uso da língua e
de outras linguagens (em leitura e em produção textual), em práticas
situadas de linguagem.
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Para tanto, é necessário contemplar o trabalho com textos e produções
multissemióticas nos diferentes campos de atuação considerados.
Devemos explorar as diferentes linguagens e trabalhar com diversos
recursos digitais, sobretudo editores de textos, de áudios, de vídeos e de
fotos.
Precisamos levar em conta as práticas colaborativas, de curadoria de
conteúdo, de integração de linguagens diferentes. Ainda devemos garantir
que a dimensão ética, estética e política perpasse os processos de
produção. Além disso, é fundamental considerar tanto os processos de
compreensão e análise desses textos multissemióticos quanto de
produção, de maneira a assegurar que as crianças tenham voz e interação
significativas.
No processo de alfabetização e letramento, as crianças devem ter a
oportunidade de experimentar por meio da linguagem diversos papéis
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sociais. Devem ser introduzidas em processos educativos que permitam
“mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mídias e
ferramentas digitais para expandir as formas de produzir sentidos (nos
processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mundo
e realizar diferentes projetos autorais” (BRASIL, 2017, p. 85).
$ RESUMINDO
Alfabetizar é trabalhar com a apropriação pela criança da ortografia da
Língua Portuguesa, compreendendo como ocorre esse longo processo de
construção de um conjunto de conhecimentos sobre o funcionamento
fonológico da língua pela criança.
A apropriação das linguagens multissemióticas aliadas às ferramentas
digitais proporcionará maior significado no ensino da pontuação e da
ortografia às crianças em fase de alfabetização.
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RECURSOS TECNOLÓGICOS EM
ATIVIDADES DE LEITURA E DE
ESCRITA
Assista ao vídeo abaixo com a professora Rita Spíndola destacando
algumas possibilidades de atividades, inclusive com o uso de recursos
tecnológicos.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONFORME APRESENTADO NO TEXTO DA BNCC,
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE MELHOR COMPLETA A
FRASE:
APROPRIAR-SE DO SISTEMA DE ESCRITA DO
PORTUGUÊS DO BRASIL É ________________.
A) uma tarefa simples que deve ser desenvolvida exclusivamente a partir
da língua culta.
B) tratar de um processo de construção de habilidades e capacidades de
análise e de transcodificação linguística.
C) desenvolver métodos que tratem de uma língua sem variedades de fala
regionais e sociais.
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D) abordar a estrutura da língua e tratar os seus fonemas como
neutralizados.
E) despir-se da língua falada local porque essa língua impede a
alfabetização e o letramento.
2. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR.
I - A UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES DE EDIÇÃO DE TEXTO
E DE ÁUDIO PARA A CRIAÇÃO DE TEXTOS ORAIS E
ESCRITOS PODE DESENVOLVER HABILIDADES LEITORAS
E ESCRITORAS.
II – PRÁTICAS COLABORATIVAS DE APRENDIZAGEM
PODEM SER DESENVOLVIDAS EM ATIVIDADES DE
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS REALIZADAS EM
GRUPOS E A PARTIR DE RECURSOS TECNOLÓGICOS.
III – OS RISCOS DA TECNOLOGIA E AS
CARACTERÍSTICAS DO TEXTO DIGITAL IMPEDEM OU
IMPOSSIBILITAM A REALIZAM DE ATIVIDADES
PEDAGÓGICAS QUE ENVOLVAM O APRENDIZADO DA
LEITURA E DA ESCRITA.
ESTÁ CORRETO APENAS O QUE SE AFIRMA EM:
A) I
B) II
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C) III
D) I e II
E) II e III
GABARITO
1. Conforme apresentado no texto da BNCC, assinale a
alternativa que melhor completa a frase:
Apropriar-se do sistema de escrita do português do Brasil
é ________________.
A alternativa "B " está correta.
A escrita do português do Brasil não é dominada pela criança de uma forma
tão simples, pois implica um processo no qual é preciso realizar a análise
linguística e lidar com a decodificação, a partir de um contexto de
variedades no uso da língua falada. A ortografia é que vai estabelecer a
regularidade ou o padrão dessa codificação, definindo a escrita
considerada “correta”.
2. Analise as afirmativas a seguir.
I - A utilização de softwares de edição de texto e de áudio
para a criação de textos orais e escritos pode desenvolver
habilidades leitoras e escritoras.
II – Práticas colaborativas de aprendizagem podem ser
desenvolvidas em atividades de leitura e produção de
textos realizadas em grupos e a partir de recursos
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tecnológicos.
III – Os riscos da tecnologia e as características do texto
digital impedem ou impossibilitam a realizam de atividades
pedagógicas que envolvam o aprendizado da leitura e da
escrita.
Está correto apenas o que se afirma em:
A alternativa "D " está correta.
A utilização de softwares de edição de texto e de áudio para a criação de
textosescritos e orais pode desenvolver a habilidade leitora e escritora das
crianças em processo de alfabetização e de letramento, pois aproxima a
atividade de leitura e escrita das situações reais de comunicação e
interação em um mundo interconectado digitalmente. Além disso, esse tipo
de atividade pode contribuir para a fluência digital aliada ao aprendizado da
escrita e da leitura.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, refletimos sobre as práticas de linguagem (oral, escrita,
leitura e análise linguística e semiótica) estabelecidas na Base Nacional
Comum Curricular (BNCC).
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Estudamos os conceitos de alfabetização e letramentos, acompanhamos a
importância dos projetos enunciativos como veículos para o ensino de
diferentes gêneros textuais implicados nas produções de textos que darão
significados ao processo de alfabetização das crianças.
Também aprendemos que a prática da linguagem oral promoverá
discussões intencionais para a construção comunicativa da criança em
processo de alfabetização, pois estimulará a interação das crianças com a
diversidade de gêneros textuais. Para isso, a construção de um ambiente
letrado pode ajudar os estudantes na produção de sentidos linguísticos
cada vez mais complexos.
Finalmente, refletimos sobre ortografização e o quanto esse processo está
imbricado com as ideias de alfabetização, apresentando também algumas
possibilidades de se trabalhar com a leitura, a escrita e a produção oral por
meio de recursos das novas tecnologias.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
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REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. Organização, tradução, posfácio e
notas de Paulo Bezerra; notas da edição russa Serguei Botcharov. São
Paulo: Editora 34, 2016.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: Ministério da
Educação, 2018.
CAFIERO, D. Leitura como processo: caderno do professor. Belo
Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005. (Coleção Alfabetização e Letramento).
GAROFALO, D. Chegou a hora de inserir o podcast na sua aula. Revista
Nova Escola, 2019.
GERALDI, J. W. Portos de Passagem. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes,
1995.
KAUFMAN, A.; LERNER, D. Documento transversal 1: la alfabetización
inicial. Buenos Aires: Ministerio de Educación de la Nación, 2015.
KLEIMAN, A. B. et al. Projetos de letramento no ensino médio. In:
BUNZEN, C. MENDONÇA, M. (orgs.). Múltiplas Linguagens para o ensino
médio. São Paulo: Parábola Editorial, 2013.
KOCK, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual.
2. ed. São Paulo: Contexto, 2018.
OLIVEIRA, M. A. Conhecimento linguístico e apropriação do sistema de
escrita: caderno do formador. Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005.
Coleção Alfabetização e Letramento.
SOARES, M. Alfabetização e letramento: caderno do professor. Belo
Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005. Coleção Alfabetização e Letramento.
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SOARES, M. Letramento e escolarização. In: RIBEIRO, V. M. (org.).
Letramento no Brasil. São Paulo: Global, 2003.
TEBEROSKY, A. Alfabetização e tecnologia da informação e da
comunicação (TIC). In: TEBEROSKY, A.; GALLART, M. S. (orgs.).
Contextos de alfabetização inicial. Porto Alegre: Artmed, 2004.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo:
Leia:
Os textos da Coleção Alfabetização e letramento, desenvolvida
pelos pesquisadores do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita
(Ceale) da Faculdade de Educação da UFMG. Os volumes da
coleção são disponibilizados no site do Ceale.
O artigo As práticas de linguagem contemporâneas e a BNCC, de
Jacqueline Barbosa, publicado no site Escrevendo o Futuro.
Assista aos seguintes vídeos disponíveis no YouTube:
Alfabetização e letramento, com Magda Soares, produzido e
disponibilizado pela Alfaletrar Cenpec.
A escola e as práticas de linguagem contemporânea, com Jacqueline
Barbosa, disponibilizado pela OlimpíadaLP Centec.
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Página 83 de 84
CONTEUDISTA
Rita de Cássia Souza Spíndola
' CURRÍCULO LATTES
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