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quando em extensão, graças ao relaxamento dos ligamentos colaterais, movimentos de adução e abdução. As articulações interfa- langianas, do tipo gínglimo, permitem ape- nas movimentos de flexão e extensão. O Sistema Ligamentar dos Dedos é complexo e extremamente importante para o funcionamento harmônico das diversas estruturas motoras. Além das cápsulas articulares das diversas articula- ções, a placa volar pode ser considerada o reforço ventral e os ligamentos colaterais o reforço lateral. Além desses, os ligamen- tos retinaculares oblíquos e transversos tem grande importância no funcionamento do aparelho extensor. O ligamento osteo- cutâneo de Cleland limita a excursão das partes moles no movimento de flexo extensão dos dedos. O ligamento de Grayson estabiliza o feixe vásculo-nervoso em sua posição anatômica. INSPEÇÃO Inspeção Estática A mão em repouso apresenta uma posição característica das articulações metacarpofalangianas e interfalangianas, com flexão progressivamente maior do indicador para o dedo mínimo. Quando um dedo mantém-se em extensão, na posição de repouso, pode-se pensar em lesão dos ten- dões flexores. 12 À esquerda mão na posi- ção de repouso (normal) e à direita mão em repouso com lesão dos flexores do dedo médio. Paciente portador de uma lesão dos flexores do dedo anular realizando flexão de todos os dedos. Sindactilia complexa à esquerda (com fusão de falanges entre o dedos médio e anular). Braquisindoctilia. Podemos perceber que, na mão dominante, a musculatura intrínsica é mais desenvolvida e os sulcos das pregas cutâneas são mais profundos. Além disso, podemos observar calosidades nas mãos nas regiões de maior atrito. Na mão normal observamos que a região palmar forma uma “concha”, cujos limites seriam as eminências tenar e hipo- tenar. Esta forma é dada pela presença dos arcos transverso palmar proximal, arco transverso palmar distal e arco longi- tudinal palmar. Tais arcos são mantidos pelos músculos intrínsecos da mão, de tal forma que, na sua paralisia, a forma de “concha” desaparece. Os ligamentos transverso do carpo e intermetacarpiano transverso colaboram com a manutenção dos arcos palmar transverso proximal e distal respectivamente. À inspeção estática, já podemos notar pregas cutâneas anormais ao nível das comissuras dos dedos. Estas pregas, denominadas sindactilias, constituem-se numa das deformidade congênita mais freqüentes da mão e limitam sua função por restringir os movimentos. Ao nível das articulações metacarpo- falangianas, na região palmar, observa- mos a formação de saliências e uma dis- creta depressão localizada ao lado dos dedos. As saliências correspondem à pre- sença de tecido gorduroso e dos feixes vasculo-nervosos constituídos por uma artéria e uma nervo. As depressões cor- respondem ao túnel osteofibroso conten- do os tendões flexores. Na região do dorso da mão, em repouso, observamos as saliências for- 13 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR Saliências depressões Saliências depressões madas pelas cabeças dos metacarpianos, sendo a do terceiro dedo a mais saliente. Nas freqüentes fraturas do colo dos metacarpianos, a tendência das cabeças de desviarem- se para volar apaga a saliência e os sulcos existentes nessa região. A transparência das unhas permite examinar o leito ungueal e a microcirculação, 14 Cistos sinoviais ao vivel de punho. Outras lesões císticas oferecendo informações do estado hemodinâmico local ou sistêmico. A unha também é sede freqüente de patologias infecciosas, bacterianas e fúngicas. Por outro lado, pode haver alterações ungueais causadas por patologias sistêmicas. Ex.: unha em baqueta de tambor em patologias cardio-pulmonares crônicas. Depressões cutâneas, nódulos e cordões na moléstia de Dupuytrem. 1 – Encondroma no 3º metacarpeâno. 2 – Tumor de células gigantes (partes moles). 1 2 Deve-se observar, com atenção, a presença de cicatrizes, que associadas a outras alterações, podem fazer diagnósti- co de lesões em determinadas estruturas da mão. Podemos citar, por exemplo, uma cicatriz ao nível de topografia de feixe vásculo-nervoso associada a perda de tropismo da pele e ausência de sudorese, fazendo diagnóstico da lesão de um nervo digital. Os aumentos de volume devem levantar a suspeita de tumores. Os tumo- res “sensu lato” mais freqüentes da mão são os de partes moles e corresponde- riam aos cistos sinoviais. O tumor ósseo mais frequente é o encondroma, que freqüentemente man- tém-se assintomático até causar uma fra- tura patológica. Tumores malignos são raros. Tumores pulsáteis em topografia de artérias são os aneurismas. Um tumor de partes moles frequente na mão é o tumor de células gigantes (xantona). As depressões ao nível da mão podem aparecer como conseqüência de lesão de estruturas músculo tendinosas, ósseas ou mesmo na moléstia de Dupuytren, onde a metaplasia fibrosa da fascia palmar leva a retração da pele suprajacente. Na moléstia de Dupuytrem pode-se palpar módulos e cordões forma- dos pela fascia palmar patológica. PALPAÇÃO DA PELE A pele da região palmar da mão e dos dedos é mais espessa e fixa aos planos profundos. Essa fixação é dada por fibras que se originam da fascia palmar e por ligamentos ao nível dos dedos (ligamen- tos de Cleland e Grayson). Durante a palpação da pele deve-se observar alterações na temperatura da mão, pois um aumento de temperatura pode indicar processo infeccioso ou infla- matório. A pele seca por anidrose será indício de lesão nervosa. PALPAÇÃO DE PARTES MOLES A maioria dos tendões são palpáveis ao nível do punho e mão. Na região dor- sal do punho temos seis compartimentos separados por onde os tendões passam. Nesses compartimentos, que funcionam como verdadeiras polias, há revestimento de tecido sinovial. Compartimento 1 – Localiza-se ao nível do processo estilóide do rádio. Por este compartimento passam os tendões abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar. Com a abdução e extensão do polegar estes tendões ficam mais eviden- tes e facilmente palpáveis. O processo inflamatório ao nível desses compartimen- tos é bastante frequentes e denominado tenosinovite De Quervain. Este comparti- mento forma o limite radial da tabaqueira anatômica. Compartimento 2 – Neste comparti- mento passam os tendões extensor radial longo e curto do carpo. O tendão extensor radial curto é mais ulnar e central em rela- ção ao punho, inserindo-se na base do terceiro metacarpo. Estes tendões são mais facilmente palpáveis pedindo ao paciente para fletir os dedos e estender o punho. Nessa situação eles são visíveis e palpáveis na região lateral ao tubérculo de Lister do rádio. Compartimento 3 – Contém o exten- sor longo do polegar. Este compartimento forma a borda ulnar da tabaqueira anatô- mica. O tendão extensor longo do polegar faz polia no tubérculo de Lister do rádio e, por haver um grande atrito nesta região, este tendão rompe-se com grande fre- qüência, principalmente após fraturas da extremidade distal do rádio, doença reu- matóide, etc. Compartimento 4 – É imediatamente ulnar ao 3 compartimento e imediatamen- te radial a articulação radio ulnar distal. Por este compartimento passam o exten- sor comum dos dedos e o extensor pró- prio do indicador. Este último localiza-se em posição medial em relação ao exten- sor comum do mesmo dedo e é responsá- vel pela extensão independente do indica- dor. Compartimento 5 – Localiza-se ao nível da articulação rádio ulnar distal e contém o tendão extensor próprio do dedo mínimo. Este tendão localiza-se medial- mente ao tendão extensor comum deste 15 ATUALIZAÇÃO EM TRAUMATOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 1 2 3 4 5 6 mesmo dedo. Durante a extensão do dedo mínimo é possível palpar estes dois tendões