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1 ANAMNESE E EXAME FÍSICO EM CARDIOLOGIA

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TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
1. ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
EM CARDIOLOGIA 
| ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
- são primordiais para o diagnóstico 
- negligência aumenta exames complementares 
desnecessários 
 > às vezes, somente um exame físico bem 
feito, em que se modifica posições do paciente, 
são suficientes para realização de hipóteses 
diagnósticas 
- “se você não sabe o que procura, você não 
entende o que encontra” 
 
- antigamente, havia muito menos solicitações de 
exames e a maior valorização era com relação à 
anamnese e ao exame físico (“ver, ouvir e sentir”) 
 > século XXI – muita solicitação de exames 
complementares e diminuição dos diagnósticos 
clínicos 
 > cérebro, pulmão e rins devem ser bem 
perfundidos – obs: pacientes DPOC, com 
ateromatose sistêmica podem ter saturação 
avaliada pela oximetria muito baixa, mas o que 
importa é a avaliação da gasometria arterial e 
perfusão adequada desses órgãos vitais (no caso 
de algumas doenças, pode haver produção de 
oxigenação diminuída nas extremidades para 
proteger esses órgãos vitais) 
| TEOREMA DE BAYES 
 Chance pós teste = Chance pré teste x RV 
> RV = razão de verossimilhança 
- Em teoria das probabilidades e estatística, o 
teorema de Bayes (alternativamente, a lei de 
Bayes ou a regra de Bayes) descreve a 
probabilidade de um evento, baseado em um 
conhecimento à priori que pode estar relacionado 
a ele 
- o teorema permite a avaliação de que anamnese 
e exame físico são essenciais para um 
diagnóstico, pois há determinadas situações que o 
exame complementar pode até atrapalhar na 
etiologia diagnóstica e que levará o médico a 
procurar por mais exames complementares de 
forma inadequada 
| quadros com pouca probabilidade de 
determinada patologia > não se deve solicitar 
exames que levam à possibilidade diagnóstica 
(podem inclusive atrapalhar, se solicitados) 
| quadros com muita probabilidade de 
determinada patologia, pode ser que a anamnese 
e o exame físico, geralmente consigam “dar conta” 
do diagnóstico, sem a necessidade de solicitação 
de exames complementares 
| os quadros de maiores indicações de solicitação 
de exames complementares são os casos de 
probabilidade diagnóstica intermediária 
| DOR ANGINOSA (SINAL DE LEVINE): 
 
| CARACTERÍSTICAS DA DOR ANGINOSA: 
- 1. Tipo (peso/aperto) – localização 
(retroesternal) 
- 2. Fatores de melhora (repouso/nitrato*) – 
fatores de piora (estresse físico/emocional) 
- 3. Irradiação (“para cima”) / Sintomas 
associados (náuseas / vômitos / sudorese / 
palidez) 
> obs: diminui a chance: dor em pontada, pleurítica, 
posicional ou reprodutível à palpação 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
. A: típica (3 porções presentes) 
. B: probabilidade intermediária (2 porções 
presentes) 
. C: paciente atípica 
. D: probabilidade baixa 
| DOR ANGINOSA – IMPORTÂNCIA CLÍNICA: 
- 10 a 15% dos atendimentos no PA 
- 1/3 do total dos atendimentos “realmente são 
isquêmicos” 
- média de atendimentos por ano: 
 > BR: 3 a 4 mi de atendimentos/ano 
| DOR TORÁCICA - DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: 
. PERICARDITE: 
- 1. Dor pleurítica (ventilatório dependente) 
- 2. Posicional (melhora ao inclinar para frente / 
piora em decúbito) 
- 3. Pode irradiar para o trapézio 
. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA: 
- 1. Dor intensa/em faca (torácica/dorso/ 
abdômen) 
- 2. Pior dor da vida (~90%) / PS em menos de 6h 
- alta mortalidade 
| SINAL DE FRANK: 
 
- aumenta moderadamente a chance de doença 
coronariana (Razão de verossimilhança = 2,3) 
- relacionada a Doenças do colágeno, que estão 
intimamente relacionadas à calcificação 
coronariana 
| ANAMNESE – DISPNÉIA: 
. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: 
- 1. Ortopnéia (minutos/tosse noturna) 
- 2. Dispnéia Paroxística Noturna (entre 2 a 4h do 
início do sono) / DD com SAHOS (Síndrome da 
Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono) 
- 3. Cheyne-Stokes (respiração cíclica) – dispneia 
de origem central, por insuficiência cardíaca – a 
troca fica prejudicada por retenção de CO2, 
paciente faz hiperventilação, até que a pCO2 caia 
muito, e há necessidade novamente de aumentar 
pCO2 e assim vai sucessivamente 
 
>> paciente tem ventrículo que não é 100% 
funcional – quando o paciente se deita, há 
dificuldade no débito cardíaco, aumento do 
retorno venoso, com congestão sanguínea – 
aumento de volume e de pressão nos capilares 
pulmonares > capilares pulmonares ficam 
ingurgitados, com produção de tosse no paciente 
 > paciente se senta e o retorno venoso 
diminui, e paciente melhora 
 > o capilar pulmonar se adapta e se 
remodela no início da problemática – paciente 
começa dormir com mais de 1 travesseiro, de 
forma progressiva 
 > com a evolução do quadro, o paciente não 
consegue compensar mais o quadro, até que em 
um momento, a pressão do capilar pulmonar fica 
maior do que a pressão da arteríola pulmonar, o 
que gera aumento do volume no leito arterial 
pulmonar, o que demora de 2 a 4h para acontecer, 
até que haja produção da DPN – congestão 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
pulmonar em decorrência do aumento no leito 
arterial – paciente já tem remodelamento do 
capilar pulmonar 
 > paciente abre janela para tentar 
aumentar a disponibilidade de ar, para que respire 
melhor 
. TREPOPNÉIA: 
- 1. Dispnéia em decúbito lateral (dispneia ao 
deitar do “lado sadio”) 
- 2. Doença parenquimatosa (ex: tumor) / derrame 
pleural unilateral volumoso 
. PLATIPNÉIA: 
- 1. Dispneia em ortostase – em pé (melhora em 
decúbito) 
- 2. Shunt D-E (cardiopatia congênita) – crianças 
tendem a ficar agachadas 
. BENDOPNÉIA: 
- 1. Dispneia que piora com a inclinação do tórax 
(IC) 
 > comum em obesos – pacientes ficam com 
dificuldade de agachar para amarrar os tênis 
| ANAMNESE – SÍNCOPE 
. DEFINIÇÃO: 
- 1. Perda súbita e transitória do tônus postural e 
da consciência 
- 2. Recuperação rápida e espontânea 
- 3. Anamnese difícil 
. Classificação: 
- 1. Reflexas (neuromediadas) > comum em 
mulheres magras, quando está em pé por muito 
tempo, com pressão basal já baixa 
- 2. Hipotensão postural (comum em idosos) 
- 3. Cardíaca (+ Graves – causadas geralmente 
por arritmias complexas ou IC avançada) 
> diferença entre síncope e desmaio: 
- síncope é muito rápida, transitória, 
paciente pode cair e logo se recuperar, não 
entender porquê da queda (cérebro “desligou” 
momentaneamente) 
- desmaio é mais intenso, paciente fica 
com confusão depois, dura mais tempo – 
desidratação pode ser etiologia 
 
- paciente com estenose aórtica pode ter síncope 
(ocorre um estreitamento da valva aórtica, de 
forma que seja dificultada sua abertura e ejeção 
sanguínea para o corpo todo), gerando a tríade: 
 
> síncope – aumento da musculatura 
concêntrica cardíaca para mesma quantidade de 
vasos – há produção de microfibroses com 
produção de isquemia de cardiomiócitos + válvula 
estenosada (pouca ejeção sanguínea e pouco 
sangue retornando ao coração, para encher as 
coronárias) = aumento da FC com diminuição do 
tempo de enchimento cardíaco, com menos 
sangue ainda nos ventrículos e menor enchimento 
das coronárias = menos sangue indo para as 
carótidas = síncope >> atividade física com 
aumento da necessidade de oxigenação cardíaca 
por exemplo pode gerar síncope 
> precordiagia – por isquemia do tecido 
coronariano que encontra-se hipertrofiado, com 
dificuldade de oxigenação 
> ICC com dispneia – ocorre na fase 
terminal da doença 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
- paciente deve ter sua válvula cardíaca trocada, 
caso contrário, há muita probabilidade de morte 
- EAo tem prognóstico certo de óbito se não 
houver troca da válvula cardíaca 
 
- hipoglicemia é a principal suspeita em pacientes 
que tiveram desmaio >> sempre solicitar glicemia 
do paciente que chega com pós episódio de 
síncope e/ou desmaio 
- hiperventilação > ocorrem comumente em Sd. do 
pânico 
 >na Sd. do pânico não há alteração no 
funcionamento sistêmico – ECG normal, 
gasometria normal, exames laboratoriais e Rx de 
tórax normal, há apenas taquicardia sinusal 
 > obs: trombos em extremidades podem 
gerar mesma sintomatologia de Sd. do pânico, 
sem alterações também nos exames – taquicardia 
sinusal MANTIDA é o único sintoma presente 
- deve-se descartar TODAS as possíveis 
etiologias de desmaio para se considera-lo “piti” 
| ANAMNESE – PALPITAÇÕES: 
. DEFINIÇÃO: 
- 1. Incômodo (“sensação ruim”) com o batimento 
cardíaco 
- 2. “palpitações”, “batedeira”, “pausas”, 
“batimentos fortes/intensos” 
. RELAÇÃO COM ARRITMIAS: 
- 1. Duração: (<5min – RV = 0,38) 
- 2. Transtorno do pânico (RV = 0,26) 
- 3. Sinal de Frogging (paciente refere que sente 
coração batendo no pescoço) > reentrada nodal 
(RV 177) - contração atrial contra uma válvula 
tricúspide fechada formando ondas “a” em canhão 
que são visíveis nas veias jugulares do paciente 
(pulsações jugulares) 
 > risco: homem, cardiopata, durante o sono 
/ repouso 
>> obs: “quanto menor a RV, mais facilmente 
conseguimos afastar o diagnóstico” 
 
| EXAME FÍSICO: 
. INSPEÇÃO E PALPAÇÃO 
 
- Pectus escavatum: prolapso de valva mitral, Sd. 
de Marfan 
- Pectus carinatum: DPOC, Sd. de Marfan 
 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
- ictus cordis: termo do latim que significa “golpe 
do coração” 
 > linha hemiclavicular no 5º EIC logo abaixo 
do mamilo 
 > 2 polpas digitais 
 > variam com o biótipo 
 
- pode haver lesão de órgão alvo (hipertrofia 
ventricular) se desvio para a E e para baixo 
- pulsação de processo xifoide ocorre em 
hipertrofia do VD > Sinal de Hazard + 
 > TEP crônico, hipertensão pulmonar 
. ICTUS CORDIS – IMPORTÂNCIA CLÍNICA (RV) 
- 1. Pulso apical no 5º EICE desviado à E aumenta 
em 10x a probabilidade de FE (fração de ejeção) 
rebaixada 
- 2. Pulso apical mais lateralizado com Pressão 
Capilar Pulmonar > 12mmHg aumenta em 6x a 
probabilidade 
 > estase jugular PCP >16 – sinal de estase 
sanguínea – capilar pulmonar sofrendo com maior 
pressão sanguínea 
 > com PCP >12 já pode aparecer estase 
jugular 
- 3. Pulso apical mais lateralizado com exame que 
demonstre SVE (sobrecarga ventricular E) 
aumenta em 5x a probabilidade 
- 4. Pulso apical mais lateralizado com Rx com 
cardiomegalia aumenta em 3x a probabilidade 
| PULSO VENOSO: 
- paciente deitado a 45º - análise da jugular 
interna 
 
- na presença de estase jugular: 
- 1. PVC (pressão venosa central) > 12mmHg 
estima em 10x um aumento na probabilidade de IC 
- 2. Presença de estase estima em até 7x a 
probabilidade de IC com FE rebaixada 
- 3. Presença de estase estima em até 4x a chance 
de haver aumento das pressões à E 
>> fisiológico que na inspiração haja diminuição na 
pressão venosa central - pede-se que o paciente 
“segure” o ar, se houver estase (que indica 
aumento da pressão venosa central), há produção 
do Sinal de Kussmaul, que é o aumento do pulso 
venoso jugular quando o paciente realiza uma 
inspiração; ocorre por uma diminuição da 
complacência do VD, ou seja, ele perde a 
capacidade de contrair direito – comum ocorrer 
na pericardite constritiva 
 
 
 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
| PULSO VENOSO: 
 
- é um traçado e permite gerar hipóteses 
diagnósticas 
- avaliação em paciente deitado, a 45º 
- faz-se um pulso “bífido” > avaliação na jugular 
 > pode-se usar um micropore para avaliar 
 > as 2 ondas feitas são as ondas “a” e “v” 
| onda “a” = contração ATRIAL D 
- o que aumenta a onda a? tudo que dificultar o 
esvaziamento do AD como na estenose tricúspide 
por exemplo 
 > hemocromatose com impregnação de Fe 
no VD, displasia do VD (substituição do músculo 
por tecido gorduroso) 
- onda “a” aumentada de maneira não fixa: 
bloqueio AV total (dissociação elétrica átrio-
ventricular) – átrio e ventrículo batendo em 
diferentes velocidades > há um momento que 
ocorre “encontro” desse batimento, de forma que 
o ventrículo “vença”, a onda “a” aumenta muito (em 
“canhão” – fica muito alta) na tentativa de 
“superar” a contração ventricular 
 > é dependente da contração atrial – se 
houver FA não há contração adequada – haverá 
presença apenas de 1 onda (que será a “v”) 
- onda “a” em canhão: bloqueio atrioventricular 
total (BAVT) 
- onda “a” ausente: fibrilação atrial (FA) 
| onda “c” > Contração ventricular: 
- interrompe o descenço “x” > empurra a 
tricúspide para dentro do átrio D 
| descenso “x” > rela”x”amento atrial” 
- diminui a pressão do átrio (está relaxando) 
enquanto o ventrículo está contraindo 
| onda “v” > retorno “v”enoso – “v”olume 
- enchimento passivo atrial 
- a pressão das veias cavas é maior que a do AD 
- o que aumenta? Tudo que fizer o átrio encher 
mais rápido >> insuficiência tricúspide, 
insuficiência mitral e comunicação interatrial 
(CIA), decúbito dorsal 
| descenso “y” > saída passiva do AD para o VD 
- início da diástole > queda da pressão e abertura 
da tricúspide 
- onde o descenso “y” é atenuado? 
> nas situações onde há resistência à 
passagem de sangue do átrio direito para o 
ventrículo direito, como na Estenose Tricúspide e 
no Tamponamento Cardíaco 
| Sinal da raiz quadrada – Pericardite Constrictiva 
e em algumas vezes na miocardiopatia restritiva 
 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
| PULSO ARTERIAL 
 
| CICLO CARDÍACO: 
 
. DIÁSTOLE VENTRICULAR: 
 
- i. relaxamento isovolumétrico: nesse momento 
da diástole, todas as válvulas estão fechadas 
(pressões do corpo todo estão iguais); é uma 
fração de segundo esse momento – tanto a mitral 
quanto a aórtica estão fechadas; a pressão dentro 
do VE vai gradativamente caindo (pelo 
relaxamento) 
> mais volume sanguíneo vai dando 
entrada no átrio e sua pressão vai aumentando, 
até o ponto em que a pressão do átrio se torna 
maior que a pressão intraventricular e a válvula 
se abre 
> volume dentro do VE mantém-se igual; a 
pressão está diminuindo no interior do VE pois ele 
está relaxando; há aumento da pressão dentro do 
átrio, até que a valva mitral se abra 
 
- ii. enchimento ventricular rápido = enchimento 
ventricular passivo: ocorre abertura abrupta da 
valva mitral (com a valva aórtica ainda fechada), 
por excesso de volume contido no átrio e pela 
superação da pressão do átrio sobre o ventrículo; 
nesse momento, pode-se ouvir B3 
> B3 pode estar presente em casos de 
dilatação ventricular e disfunções 
> B3 pode ser normal também, em alguns 
casos, principalmente em adolescentes, atletas e 
mulheres grávidas 
 > B3 = ruído protodiastólico logo após a B2, 
por vibração da parede do ventrículo – ventrículo 
insuficiente ou dilatado (ventrículo dilata ainda 
mais para tentar acomodar o sangue – vibra pelo 
excesso de sangue que bateu em sua parede) 
 > abertura da mitral – diminuição do 
volume intra-atrial, pois é escoado rapidamente 
para o ventrículo – pressão no interior do 
ventrículo se mantém igual (pelo relaxamento 
anterior) 
 > logo após o enchimento ventricular 
rápido, pela abertura da mitral, ocorre o: 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
 
- iii. enchimento ventricular lento (ou diástase): 
que é o restante do sangue que escoa do átrio 
para o ventrículo quando as pressões entre átrios 
e ventrículo praticamente se igualaram, o que 
gera lentificação do escoamento sanguíneo; 
ocorre uma redução progressiva do gradiente 
entre os átrios e os ventrículos e ocorre o 
aumento do volume do VE (complacência – 
acomodamento – ventrículo se prepara para 
receber o resto do sangue); é nesse momento que 
ocorre a perfusão coronariana 
|| após os enchimentos ventriculares rápido e 
lento a pressão entre átrios e ventrículos se 
iguala, não havendo mais gradiente de pressão, 
logo, não há também escoamento sanguíneo 
passivo > para que o resto do sangue que 
permaneceu ainda no átrio escoe para o 
ventrículo, faz-senecessário que ocorra uma 
contração dos átrios, de forma a “jogar” esse 
sangue restante para os ventrículos 
|| os enchimentos rápido e lento são relativos a 
80% do escoamento sanguíneo dos átrios para os 
ventrículos após a abertura das valvas 
atrioventriculares 
> após os enchimentos rápido e lento 
ocorre a contração atrial, responsável pelo envio 
dos 20% restante do sangue que estava no átrio 
> a contração atrial promove um aumento 
de 20% do volume de débito cardíaco – se não 
houver a contração atrial há uma diminuição de 
20% do volume de débito cardíaco 
 
- iv. contração atrial: ocorre logo após os 
enchimentos rápido e lento; inicia-se logo após o 
estímulo elétrico do nó sinusal; eleva as pressões 
de enchimento do VE, e é, nesse ponto, que pode 
se auscultar a 4º bulha (complacência ventricular 
ruim) 
> volume e pressão aumentando um 
pouquinho no ventrículo 
> B4 é um problema associado à 
complacência do ventrículo – não há dilatação 
adequada e entrada de todo volume necessário – 
indica início de hipertrofia ventricular 
> chegado ao fim da contração atrial, 
ocorre o fechamento das válvulas 
atrioventriculares, promovendo o primeiro som 
TUM (B1) > o fechamento ocorre visando evitar que 
o sangue regurgite dos ventrículos para os átrios 
(seria a tentativa natural do sangue, que no seu 
normal, transita do local de maior pressão para o 
de menor pressão – nesse momento, o ventrículo 
possui maior pressão do que o átrio, logo, devem-
se fechar as valvas AV evitando esse retorno 
sanguíneo) 
| B1 marca o final da diástole ventricular e início 
da sístole ventricular 
. SÍSTOLE VENTRICULAR: 
- logo após que o átrio contrai, chega-se ao 
volume diastólico máximo, fazendo pressão sobre 
a cúspide da mitral, no momento em que a 
pressão do VE supera a pressão do AE, fechando 
a mitral (B1) 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
 
- i. contração isovolumétrica: a pressão que 
fechou a mitral não é capaz ainda de vencer a 
pressão da aorta; entre o intervalo do fechamento 
da mitral e abertura da aorta, o volume é 
constante, por isso a essa denominação | obs: o 
objetivo dessa contração isovolumétrica é o de 
vencer a pressão arterial e abrir as válvulas 
semilunares (aórtica e pulmonar) 
 
- ii. ejeção ventricular rápida: com a abertura da 
valva aórtica, pela elevação gradativa da pressão 
dentro do VE até seu pico máximo, ocorre a 
abertura da valva aórtica (pressão tão alta no VE 
que supera a força de fechamento da valva 
aórtica, abrindo-a) – ocorre, então, uma dilatação 
transitória da raiz da aorta para receber a 
quantidade rápida do volume que vem da abertura 
rápida da aorta 
> no eletrocardiograma, ocorre após o QRS 
(que representa a despolarização dos ventrículos 
– agora, os ventrículos encontram-se aptos a se 
contrair e ejetar o sangue para o corpo todo) 
> a ejeção ventricular rápida indica o 
momento imediatamente após a abertura das 
semilunares, com saída abrupta do sangue para a 
A. Aorta e A. pulmonar 
- iii. ejeção ventricular lenta: ocorre logo após 
esse momento inicial de ejeção abrupta, quando 
há uma diminuição já de pressão dentro do 
ventrículo e o sangue é ejetado de forma mais 
lenta 
- a dilatação da aorta faz um fluxo anterógrado do 
sangue pelo recuo aórtico, fazendo o efeito de 
WindKessel (efeito fisiológico que permite à rede 
arterial transformar o fluxo descontínuo de 
sangue pulsado em fluxo contínuo – se deve à 
dilatação da aorta e dos grandes vasos durante a 
fase de ejeção sistólica – propriedade de 
elasticidade e complacência vascular), na fase de 
ejeção lenta 
|| com o término da sístole ventricular, a pressão 
nos ventrículos diminui e a no interior da aorta 
aumenta > devido ao gradiente de pressão, as 
válvulas semilunares se fecham e ocorre, então, 
a produção de um segundo som TÁ (B2) 
 
 
- tireotoxicose e febre podem gerar pulso em 
martelo; insuficiência aórtica também 
- pulso alternante > IC avançada – cardiomiócitos 
se revezam na IC por esgotamento energético – 
um grupo de cardiomiócitos faz controle da 
contração atrial e depois troca-se o grupo – mas 
cada grupo tem um limiar diferente de contração 
que consegue fazer 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
 
 
| BULHAS CARDÍACAS: 
. B1 – primeira bulha: TUM 
- fechamento da mitral e tricúspide (válvulas AV) 
 > mitral é mais auscultável do que a 
tricúspide 
 > a mitral fecha um pouquinho antes da 
tricúspide 
 > a tricúspide é auscultável de forma 
separada da mitral quando há atraso no seu 
fechamento – quando ocorre atraso no retorno 
venoso – na inspiração pode ocorrer, no bloqueio 
do ramo direito também 
- ocorre no início da sístole, é um som de alta 
frequência, se ausculta melhor com o diafragma 
do estetoscópio 
- coincide com o ictus cordis 
 
. B2 – segunda bulha – TÁ 
- fechamento da Aórtica e Pulmonar (válvulas 
semilunares) 
- ocorre no início da diástole, também é um som 
de alta frequência 
- componente aórtico (A2) antes da pulmonar (P2) 
- hiperfonese de B2 ocorre na hipertensão 
pulmonar 
- DESDOBRAMENTOS DE B2: 
> fisiológico: durante a inspiração temos um 
aumento do retorno venoso e um prolongamento 
da sístole do VD, ocorrendo com isso, um atraso 
no fechamento da P2 
> desdobramento fixo de B2: ocorre tanto na 
inspiração quanto na expiração 
 - exemplo clássico: comunicação 
interatrial (CIA) 
> desdobramento constante variável de B2: 
diferentemente do desdobramento constante 
variável, é audível tanto na inspiração quanto na 
expiração, porém, é intensificado na inspiração 
- quando ocorre atraso de P2 > Bloqueio de 
ramo direito (BRD) e Estenose Pulmonar 
- quando ocorre precocidade de A2 > 
insuficiência mitral importante (IM) 
> desdobramento paradoxal de B2: é o inverso da 
fisiológica - na inspiração se ausculta B2 pura e 
na expiração se ausculta desdobrada, ou seja, A2 
depois de P2 
 > ocorre no Bloqueio de ramo esquerdo 
(BRE), em portadores de marcapasso, na 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
Estenose Aórtica e na Miocardiopatia Hipertrófica 
Obstrutiva 
 
 
 
| SOPROS CARDÍACOS: 
. CLASSIFICAÇÃO DE LEVINE: em cruzes 
 
 
 
| SOPROS SISTÓLICOS: 
 
- 1. Ejetivos > começam logo após B1 
(protossistólicos), em crescendo e decrescendo 
(diamante) e termina antes da B2; ocorrem na 
Estenose aórtica, na estenose pulmonar e 
cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva 
 . EAo: melhor audível com o paciente 
sentado, no 2ºEIC à D; é em crescendo e 
decrescendo (diamante) e irradia para os vasos 
do pescoço; pode-se inferir gravidade da EAo 
quando A2 é hipofonética associado ao sopro 
sistólico de pico tardio 
> MANOBRAS: valsava e ortostase 
diminuem todos os sopros do lado E do coração, 
exceto na miocardiopatia hipertrófica obstrutiva e 
do prolapso da valva mitral – se sopro diminui 
quando o paciente levanta, trata-se de uma EAo, 
se ficou igual ou aumentou, MHO ou PVM 
. CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA 
OBSTRUTIVA: Sopro Sistólico Ejetivo, mais audível 
com o paciente sentado, no 2ºEIC à D e toda borda 
esternal a esquerda, em crescendo e decrescendo 
(diamante) 
> MANOBRAS: Diminuem o sopro da 
CMPHO: Agachamento e Handgrip | Aumentam o 
sopro da CMPHO: Valsalva e Ortostatismo 
 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
 
- 2. Regurgitativos – mais audíveis no foco mitral, 
iniciam-se junto a B1, podendo encobrí-la; é 
holossistólico e termina imediatamente antes de 
B2 
 > ocorrem na insuficiência mitral, 
insuficiência tricúpide e na comunicação IV 
 . IM: sopro sistólico regurgitativo, paciente 
em DLE, no foco mitral, holossistólico, irradia para 
região axilar anterior e posterior, podendo atingir 
o dorso 
 > MANOBRAS: Diminuem o sopro da IM: 
Rivero-Carvalho (inspiração profunda), 
Ortostatismo, Valsalva e Nitrito de Amila | 
Aumentam o sopro da IM: Agachamento e 
Handgrip (apertar a mão do examinador) 
> RIVERO-CARVALHOaumenta todos os sopros do 
lado D do coração, com exceção da insuficiência 
pulmonar 
| SOPROS DIASTÓLICOS: podem ser proto, meso e 
holodiastólicos 
- encontrados na estenose mitral, insuficiências 
aórtica e pulmonar 
- 1. em ruflar 
 . ESTENOSE MITRAL: sopro 
mesodiastólico, em ruflar, foco mitral, existe um 
nítido espaço entre B2 e o início do sopro 
 
 > MANOBRAS: diminuem o sopro da EM: 
valsava e ortostatismo | aumentam o sopro da EM: 
agachamento, Handgrip e nitrito de Amila 
- 2. aspirativos 
 . INSUFICIÊNCIA AÓRTICA: é um sopro 
protodiastólico, aspirativo, audível nos focos da 
base, iniciado imediatamente após a B2; é de alta 
frequência, em decrescendo 
> quando o sopro é causado pela valvopatia 
propriamente dita, o sopro irradia para a borda 
esternal esquerda e se for proveniente da 
dilatação da raiz da aorta, o sopro irradia para a 
borda esternal direita 
> MANOBRAS: Diminuem o sopro da IAo: 
Valsalva, Ortostatismo e Nitrito de Amila | 
Aumentam o sopro da IAo: Agachamento e 
Handgrip 
 
 
| SOPROS INOCENTES: 
- acometem crianças e adolescentes > sopro 
suave 
- bulhas e pulsos normais 
- nunca são diastólicos, nunca são em 3+, não 
irradiam para dorso 
- desdobramento fisiológico de B2 
TXXIV Larissa Cardeal 
 
 
- melhora ao se levantar 
| EPÔNIMOS IMPORTANTES

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