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TXXIV Larissa Cardeal 2. ELETROCARDIOGRAMA BÁSICO - é um exame simples e barato, sendo essencial nas emergências - os eletrodos são posicionados para registrar a atividade elétrica (diferença de potencial) a partir de “um ponto de vista” específico (derivações) - a atividade elétrica gera uma diferença de potencial (voltagem) que é registrada pelo aparelho do ECG - o ECG funciona como se várias “câmeras fotográficas” fossem posicionadas ao redor do coração e essas registrassem os impulsos elétricos que se aproximam e se afastam de cada eletrodo - as ondas parecem diferentes nas diversas derivações porque esta atividade elétrica é registrada em posições diferentes - são posicionados 12 eletrodos, de forma que cada um avalia uma porção do coração >> esses 12 eletrodos são avaliados em conjunto, no mesmo momento e possuem seu registro de normalidade > a avaliação de cada uma das formas de “visão” do funcionamento cardíaco é denominada derivação - há registros que são positivos e outros negativos, exatamente por cada um deles estar avaliando a atividade cardíaca de um determinado local (“visão diferente”) | vermelho: braço D; marrom ou preto: perna D; amarelo: braço E; verde: perna E | os eletrodos devem ser colocados nos locais indicados, pois se houver troca, há inversão da polaridade da derivação que for trocada TXXIV Larissa Cardeal - um estímulo elétrico normal nasce no nodo sinusal, despolariza os átrios percorrendo o trato intermodal (vias intermodais), chega no nodo atrioventricular, ali fica segundos estacionado, permitindo a entrada do sangue nos ventrículos, segue pelo feixe AV e, dali, se divide nos ramos D e E do feixe, de modo a despolarizar os ventrículos - o estímulo elétrico acontece de forma muito rápida, sendo que, do “nascimento” do estímulo elétrico no nodo sinusal até a despolarização dos ventrículos leva milissegundos - se ocorre uma falha em algum local desse sistema de condução há o uso do automatismo (capacidade de se autodespolarizar e iniciar um estímulo elétrico por todas as células desse sistema elétrico) >> se houver uma falha no nodo sinusal, outro foco do coração “percebe” isso e começa o controle desse estímulo, iniciando estímulo elétrico por esse ponto, permitindo a continuidade dos batimentos cardíacos | REGISTRO DA ATIVIDADE ELÉTRICA: > onda P = despolarização dos átrios > PR = milissegundos que o estímulo fica no nó atrioventricular - do início da onda P até o início do complexo QRS - a porção isoelétrica corresponde a uma pausa de 1/10 de segundo que ocorre para que haja permissão da entrada do sangue nos ventrículos > COMPLEXO QRS = despolarização dos ventrículos - a onda Q é a primeira deflexão negativa (para baixo) do complexo QRS; a seguir, vem uma deflexão positiva (para cima), que é a onda R; pode não existir a ·onda Q - a onda R, que se dirige para cima, é seguida de uma onda S, dirigida para baixo > esse complexo QRS inteiro representa a atividade elétrica da contração ventricular || obs: a deflexão para cima é sempre designada onda R. A distinção entre as ondas Q e S dirigidas para baixo (negativas) depende, na verdade, do fato de a onda aparecer antes ou depois da onda R. A onda Q surge antes da onda R e a onda S vem depois da onda R. > SEGMENTO ST > ONDA T = repolarização ventricular - a despolarização ocorre por trocas iônicas; após a despolarização, os miócitos se contraem e, em seguida, se repolarizam (trocam novamente as cargas elétricas), aguardando e ficando prontos para receber o novo estímulo elétrico, que irá descer – representada pela onda T TXXIV Larissa Cardeal - nesse momento, não há nenhuma atividade cardíaca, encontrando-se o coração em repouso > ONDA U = repolarização do músculo papilar (músculos papilares que seguram as cordoalhas tendíneas, que sustentam as válvulas cardíacas) - não está presente em todos os pacientes, sendo rara a sua visualização >> está presente apenas em pacientes que têm esses músculos robustos | PAPEL DO REGISTRO DE ECG - é um papel padrão - a velocidade que o papel corre também é padronizada > velocidade tradicional de 25mm/s > pode ser regulada para 50mm/s a depender do que se deseja avaliar - o papel corre em unidades de tempo na horizontal e na vertical, há registro da amplitude - o quadradão contém quadradinhos > cada quadradão contém 5 quadradinhos na vertical e 5 na horizontal > cada quadradinho na horizontal representa 40ms (0,04s) | cada quadradão tem 200ms (0,2s) > cada quadradinho na vertical possui 1mm | cada quadradão possui 5mm - a amplitude máxima de uma onda P normal é de 2,5mm (2 quadradinhos e meio na vertical) > sua duração deve ser de até 100ms = 0,1s – 1 quadradinho = 0,04s >> 2,5 quadradinhos na horizontal - o complexo QRS, a depender da derivação que se está observando, pode ser positivo, negativo, amplitude maior ou menor, então não há uma medida exata de amplitude de normalidade; mas de tempo, existe um valor de referencia > sua duração normal deve ser de, no máximo, 120ms (3 quadradinhos pequenos na horizontal) - a onda T é considerada normal quando tem amplitude na vertical menor do que 5mm nas derivações frontais e menos do que 10mm nas derivações precordiais - a onda U não possui padronização por ser uma onda rara | COMPLEXO QRS - pode ter formas variadas, mas sempre é assim denominado - nem sempre possuirá todas as ondas (Q, R e S), podendo ter apenas uma ou 2 delas e, mesmo assim, continua sendo denominado de complexo QRS - o VE é o que possui a maior massa muscular > local onde ocorre o maior estímulo elétrico - o estímulo elétrico é enviado em sua maior proporção para o VE, mas uma porção é desviada para o VD TXXIV Larissa Cardeal - o objetivo do complexo é o de despolarizar os cardiomiócitos ventriculares e produzir a SÍSTOLE >> maior função cardiovascular - há uma linha de base >> o que está acima é positivo; o que está abaixo, é negativo > onda Q representa o VD > onda R representa o VE – primeira deflexão positiva | despolarização da base ao ápice do VE – maior massa cardíaca > onda S representa a despolarização da lateral alta do VE – vai contra o maior eixo do coração, por isso, aparece como uma onda negativa | VARIANTES DO QRS | apenas o 1º é normal; os outros são considerados complexos QRS de anormalidade i. primeira deflexão negativa é denominada onda Q; primeira deflexão positiva é denominada onda R; segunda deflexão negativa é denominada onda S iv. R’ é a segunda deflexão positiva que pode ocorrer v. RSR’ – ausência de deflexão negativa, mas há visualização de 1º deflexão positiva + uma deflexão negativa (S) + 2º deflexão positiva (R’) - quando se lauda um ECG, descreve-se a patologia que representa o traçado dado pela avaliação das ondas encontradas | INTERVALOS E SEGUNDOS - PR: 3 quadradinhos a no máximo 5 quadradinhos >> se o intervalo PR tem menos ou mais, há indícios de diferentes patologias - segmento ST (repolarização ventricular) – normal deve estar isoelétrico (na mesma linha de base) >> se estiver acima ou abaixo, há indícios de diferentes patologias - intervalo QT – é variável de acordo com a FC do paciente > taquicárdico – intervalo QT mais curto > bradicárdico – intervalo QT se alarga > utiliza-se, portanto, um cálculo que corrige um intervalo QT pela FC – raiz quadrada de FC (RR) – na normalidade, deve ser <0,44 > há determinadas Síndromes genéticas que alargam o intervalo QT, que, maior, predispõe a arritmias ventriculares que podem ser fatais - intervalo RR (entre onda R até próxima onda R) = distância de um ciclo cardíacoa outro, que permite determinar a FC - ponto J > avaliação de alterações de lesões isquêmicas TXXIV Larissa Cardeal | PLANOS DE ANÁLISE DO ECG - resultado final de um plano frontal imaginário sobre o tórax do paciente - resultado final de um plano horizontal sobre o tórax do paciente - avaliam de onde parte o estímulo elétrico, até onde chega >> por isso não se pode trocar os eletrodos e cores com associações aos membros | PLANO FRONTAL: . DERIVAÇÕES FRONTAIS UNIPOLARES: | D1 – analisa os estímulos elétricos que correm de um polo negativo (braço D) a um polo positivo (braço E) > os estímulos elétricos que correm do braço D ao braço E devem aparecer como positivos (acima da linha de base) no traçado do ECG > se os eletrodos forem trocados (invertidos), o traçado seria mostrado ao contrário (traçado apareceria negativo, abaixo da linha de base) | DII: analisa estímulos elétricos que correm do braço D para a perna E > coração normal corre nessa posição – ponta do coração é voltada para baixo, virado para a E e mais anteriormente – espera-se que todas as ondas em DII sejam positivas | DIII: analisa estímulos elétricos a partir do Braço E para a perna E > em pacientes saudáveis, na maioria dos casos, as ondas serão positivas . DERIVAÇÕES FRONTAIS BIPOLARES: - analisam a partir do centro do coração (como se fosse o início do estímulo) para os braços D (aVR), E (aVL) e para os pés (aVF) | aVR: do centro do corpo para o braço direito TXXIV Larissa Cardeal > deve aparecer com deflexão negativa no ECG, já que a leitura é contra a direção do estímulo | aVL: do centro do corpo para o braço E > deve aparecer como uma deflexão positiva no ECG - já que a leitura é a favor da direção do estímulo | aVF: do centro do corpo para o pé E > deve aparecer como uma deflexão positiva no ECG - já que a leitura é a favor da direção do estímulo | DERIVAÇOES DO PLANO FRONTAL > TRIÂNGULO DE EITHOVEN: - um PAR de eletrodos forma UMA DERIVAÇÃO - a referência, aqui, é a perna E > eletrodo na perna E - embora as derivações estejam deslocadas para o centro do triângulo, elas permanecem no mesmo ângulo > são ainda as mesmas derivações produzindo a mesma informação | PLANO HORIZONTAL: . DERIVAÇÕES PRECORDIAIS UNIPOLARES: - importante saber onde se colocar os eletrodos, que são espécies de “câmeras fotográficas” que irão avaliar o coração > se se colocar em diferentes posições, a representação eletrocardiográfica fica diferente - a depender da patologia que o paciente apresenta, pode-se apresentar outras derivações > V7, V8 e V9 – avaliação da parede posterior do VE TXXIV Larissa Cardeal - V1 avalia uma porção do VD e uma porção septal do VE - V2, V3 e V4 olham para a porção anterior do VE - V5 e V6 avaliam a porção lateral do VE - V7 e V8 avaliam porção posterior do VE | EIXO ELÉTRICO – PLANO HORIZONTAL - há uma progressão que ocorre nos complexos QRS, que se tornam cada vez mais positivos - entre V2 e V4 há uma transição, complexo QRS sai de negativo e se torna positivo - V1 é mais negativo por estar olhando o VD >> a onda elétrica desvia para estimular o VD - observar que V5 é a representação de maior positividade, visto que trata-se da direção que o estímulo elétrico corre a partir do nodo atrioventricular até o ápice do coração | CONCLUINDO: - nas derivações dos membros (periférica), há a avaliação do eixo frontal do coração > em aVL, aVF, DI, DII e DIII, a análise do estímulo elétrico passa por uma visualização de forma que a carga seja visualizada saindo do – e chegando ao +, o que gera uma deflexão positiva (para cima) no ECG – ou seja: o complexo QRS nessas derivações é POSITIVA (para cima) > em aVR, a análise do estímulo elétrico é feita de forma que há uma visualização da carga saindo também do - e indo para o +, no entanto, a avaliação da onda é no sentido contrário da direção do estímulo, o que gera uma deflexão negativa (para baixo) no ECG – ou seja: o complexo QRS nessa derivação é NEGATIVO (para baixo) - nas derivações precordiais (centrais), há a avaliação do eixo horizontal do coração > o estímulo elétrico é analisado de forma que sai do nodo atrioventricular, em direção à ponta do ventrículo > os eletrodos de V2 a V6 são positivos TXXIV Larissa Cardeal > quando o estímulo sai do nodo atrioventricular e vai para a direção de V2 a V6, está indo A FAVOR do eletrodo positivo, ou seja, do – para o +, gerando uma deflexão POSITIVA (para cima) > já quando o estímulo é avaliado pela visão do átrio D (em V1), é analisado de forma “retrógrada”, ou seja, do + para o -, gerado, então, uma deflexão NEGATIVA (para baixo) | ANÁLISE INICIAL DO ECG: > ANÁLISE SEQUENCIAL: - ritmo - frequência - eixo cardíaco - onda P - intervalo PR - complexo QRS - extrassístoles - distúrbios da condução IV - segmento ST - onda T I. RITMO: - sinusal é o normal; não sinusal é o anormal - FC entre 50bpm e 100bpm > FC normal de um coração em repouso (normocárdico) > pode haver um ritmo sinusal abaixo (bradicárdico) ou acima (taquicárdico) - se não tiver uma dessas 3 características, não é sinusal: > onda P + em DI, DII e em aVF – as ondas devem ser positivas quando correm no sentido que corre o estímulo nervoso (avaliado de acordo com a imagem) – ondas que correm contra a direção do estímulo nervoso, são representadas negativas (ex: perda do nodo sinusal e início do estímulo ocorrendo no ápice do VE – DI, DII e aVF estarão negativos, pois o estímulo elétrico correrá ao contrário) – obs: o estímulo sempre segue a ordem de átrios > ventrículos > cada onda P é seguida de um QRS – ocorrência de despolarização de átrios seguida de despolarização dos ventrículos em todas as ondas > intervalo PR entre 120 e 200ms (entre 3 a no máximo 5 quadradinhos) - o ritmo pode não ser sinusal, podendo ser: II. FREQUÊNCIA CARDÍACA - FC normal entre 50 a 100bpm - velocidade de registro: 25mm/s = 1500mm em 1min - há 2 formas: TXXIV Larissa Cardeal 1. pelo cálculo FC = 1500 / RR (número de quadradinhos entre 2 RR) 2. regra facilitada - dentro de cada quadradão há 5 quadradinhos > cada quadradão indica 300bpm > em 2 quadradões seriam 150bpm > em 4 quadradões seriam 75bpm III. EIXO ELÉTRICO > ENTENDENDO O EE: - maior massa cardíaca é no VE > maior porção do estímulo elétrico vai para o VE >> ou seja, ele que “manda” no estímulo elétrico, montando um “vetor final” >> vetor final dentro de sua normalidade, deve apontar para frente, para a E e para baixo | ANÁLISE SEQUENCIAL DO ECG - eixo preservado - coração “rodado” > desvio do eixo cardíaco > EIXO CARDÍACO: - analisar a partir de DI (da E para a D) e aVF (de cima para baixo) > eixo é preservado se complexo QRS é + em DI e em aVF – resultante no quadrante preservado - se o complexo QRS em DI é negativo, ele aponta para a E; se aVF encontra-se positivo, há encontro do coração desviado para a D – encontra-se no QIE - se há um complexo aVF negativo e um DI positivo > desvio para a E – QSD - DI e aVF negativo >> desvio extremo do eixo – paciente tem patologia que desvio de forma extrema o coração, encontrando-se, provavelmente, com desvio Axial à direita máximo TXXIV Larissa Cardeal | exemplo 1: avaliação de DI e de aVF > DI positivo > aVF positivo = resultante no quadrante PRESERVADO – sem desvio do eixo cardíaco) | exemplo 2: avaliação de DI e de aVF > DI negativo > aVF positivo = resultante no quadrante de DESVIO PARA A D IV. ONDA P = DESPOLARIZAÇÃO DOS ÁTRIOS - onda única, mas que contéma despolarização dos 2 átrios - a despolarização do átrio D ocorre um pouquinho antes do átrio E >> pela localização do nodo - duração máxima de 100ms > duração >100ms = sobrecarga do AE - amplitude máxima de 0,25mv > amplitude >0,25mv = sobrecarga de AD > sobrecarga: pode indicar HAS, doenças valvares, cardiomiopatias (hipertrófica, restritiva, dilatada), DAC, fibrilação atrial | exemplo 3: sobrecarga de AD - analisar a onda P na melhor possibilidade de avaliação dessa onda > nesse caso, a onda P é mais visível na derivação DII, DIII e aVF > observar que em DII (escolha de avaliação) – onda P tem 4 quadradinhos de amplitude – tem amplitude maior do que a amplitude normal de uma onda P (>2,5 quadradinhos) = sobrecarga de AD TXXIV Larissa Cardeal | exemplo 4: olha-se todas as derivações e escolhe-se a que melhor se consegue avaliar a onda P > escolha em DI > em DI há 3 quadradinhos de duração (120ms – maior do que 100ms) = sobrecarga de AE > em DII há visualização de 2 “cristas” – há tanta sobrecarga de AE que há uma “separação” que indica a despolarização de AD e, depois de AE – conta-se como se fosse uma onda P só | exemplo 5: escolhe-se a derivação de DII > em DII – em amarelo há indicação de onda P alargada e elevada – sobrecarga biatrial V. INTERVALO PR: - normal = 120 a 200ms - se < 120ms: PR curto: onda delta (pré excitação – Síndrome de Wolff Parkinson White) – pode evoluir para morte - se >200ms: bloqueios AV > problema entre condução dos átrios para os ventrículos VI. COMPLEXO QRS: - normal: > amplitude variável de acordo com a derivação > duração <120ms (3mm) - se duração >120ms – distúrbio da condução intraventricular – o estímulo tem dificuldade de caminhar entre os ventrículos | sobrecarga de VE: - patologia que gera aumento da massa muscular de VE - presença de critérios de amplitude ou voltagem para SVE: recomendados índices de Sokolow- Lyon e de Cornell > índice se Sokolov-Lyon: quadradinhos de onda S de V1 + quadradinhos de onda R de V5 ou V6, se soma for >35mm = sobrecarga de VE – EM VERMELHO > Cornell: quadradinhos de onda R de aVL + quadradinhos de onda S de V3 > 28 mm em homens e >20 mm em mulheres – EM AZUL – mais específico (quando negativo, realmente é negativo) - idealmente, deve-se fazer os 2 > se Sokolov + e Cornell -, fala mais a favor de que não se trata de uma sobrecarga de VE TXXIV Larissa Cardeal | exemplo 6: em vermelho, pelo índice de Sokolov- Lyon = sobrecarga de VE | exemplo 7: em azul, pelo índice de Cornell = sobrecarga de VE | sobrecarga de VD: - componente R de V1 e V2 de voltagem maior que o máximo para a idade (> 7mm em V1 no adulto) – comum ver R em V1 e V2 longas em crianças - S profundas em V5 e V6, com complexos padrão RS ou rS; pequena onda q seguida de R (qR) ou Rs (qRS) em VI e V2 ou relação RV1 ou V2/SV1 ou V2>1 - onda R grande em V1 e em V2 indicam sobrecarga de VD - onda S negativa em V5 e V6 indicam sobrecarga de VD (no normal, não é pra ter) VII. EXTRASSÍSTOLES: - sístoles que nasceram fora de seu próprio lugar (fora do nó sinusal) - formam padrões anormais > batimento ectópico, gerado fora do nó sinusal > ATRIAL: estimulação prematura, proveniente de um foco atrial (não do nó sinusal); produz uma onda P anormal, antes do tempo previsto | exemplo 8: - no normal: 1 batimento cardíaco a cada 5 quadradões; em amarelo, há o aparecimento de um batimento novo, extra, fora de seu ritmo > batimento não gerado pelo nodo sinusal (foi mais precoce do que seria o estímulo normal – que teria acontecido após 5 quadradões e, além disso, a onda P tem característica diferente das normais) > ritmo sinusal com extrassístole | obs: se começam aparecer muitas extrassístoles, deixa de ser considerado ritmo sinusal > observar que ocorre uma pausa pós a extrassístole – o nodo sinusal percebe que houve uma extrassístole, fica quiescente até observar se esse foco de extrassístole vai gerar outra contração inadequada; quando o nodo sinusal percebe que não houve outra extrassístole, ele retoma o batimento cardíaco > VENTRICULAR: origina-se de um foco ectópico ventricular, sem onda P e com um QRS diferente (aberrante) - quando o estímulo elétrico surge do ventrículo, há um atraso no envio dessa eletricidade, sendo que despolariza os ventrículos miócito por miócito (um por cada vez), de fora que demora mais para ocorrer > o complexo QRS fica alargado (>120ms) - além disso, o nó AV não permite que o estímulo suba, por isso, não há despolarização atrial (o estímulo começa e termina no ventrículo) > não há formação de onda P TXXIV Larissa Cardeal - há um tempo de latência também para que o nodo sinusal observe se haverá produção de nova extrassístole, e depois retoma o ciclo cardíaco | exemplo 9: mesma extrassístole captada por diferentes derivações > extrassístole ventricular – QRS >120ms e onda P ausente > observar que há formação de uma onda “aberrante” - paciente com ritmo normal e faz uma extrassístole ventricular isolada - paciente com extrassístoles ritmadas > não é ritmo sinusal mais, mas sim, um bigeminismo ventricular > há um batimento normal > uma extrassístole > há um batimento normal > uma extrassístole... - traço de única derivação (DII) > traçada de forma contínua > para comprovar bigeminismo ventricular > observar que há uma sístole normal seguida de uma extrassístole sucessivas vezes, produzindo um bigeniminismo ventricular - a cada 3 batimentos, 1 é uma extrassístole - a cada 4 batimentos normais, 1 é uma extrassístole - extrassístoles pareadas > 2 ES seguidas por batimentos normais - Taqui ventricular não sustentada: 3 ou mais batimentos extrassístoles seguidos VIII. DISTÚRBIO DA CONDUÇÃO IV - componentes do sistema de condução intraventricular - BLOQUEIO DE RAMO: estímulo elétrico encontra um dos ramos bloqueado, de forma que gera despolarização de célula a célula, o que alarga o QRS (>120ms) > várias patologias podem gerar bloqueio de ramo > Etiologias: fibrose degenerativa senil, insuficiência coronariana, cardiopatia chagásica, TXXIV Larissa Cardeal cardiopatia hipertensiva, doença valvar, malformação congênita, sífilis, endocardite infecciosa, embolia pulmonar, trauma cirúrgico, uremia, hipercalemia, intoxicações e medicamentos (digitálicos e quinidina) | bloqueio de ramo D: presença de complexo QRS no plano horizontal com as seguintes características: - QRS com duração >120 ms no bloqueio completo e alterações secundárias da repolarização que ocorrem com maior frequência em V1 e V2; complexos tipo rsr’, rsR’ ou rSR’ em V1 e V2 ou onda S alargada ou “empastada” em V5 e V6 - +3ms e presença de RR’ em V1 e V2 = bloqueio de ramo D - onda S alargada ou “empastada” em V5 ou V6 | bloqueio de ramo E: complexos QRS com as morfologias rS ou QS com S alargado em V1 e V2, presença em V5 e V6 de ondas R alargadas (R puro ou rR) ou com entalhes em torre ou meseta - onda S funda em V1 e V2 | REPOLARIZAÇÃO EM V1 E V6 NO BCRE >> quando há um bloqueio de ramo E, há uma alteração no segmento ST e na onda T que, se o complexo QRS é negativo (onda maior é a S), o segmento ST e a onda T fogem do complexo (são discordantes do complexo QRS - ocorre inversão dessas ondas) - há predominância de onda S (em amarelo) > em V1 – onda S negativa – há uma alteração esperada do segmento ST e da onda T quando ocorre essa onda S funda > o normal do segmento ST é estar na mesma linha de base do intervalo PR – é esperado, na alteração de onda S negativa em V1, que haja uma “positivação” de segmento ST e de onda T > avaliação necessáriapara não dizer que se trata de um supradesnivelamento de ST – nesse caso, indica um bloqueio de ramo E > em bloqueio de ramo E, o segmento ST e a onda T fogem da onda S negativa nessa situação > em V6 – é normal que paciente com bloqueio ramo E (onda S fica “funda”, mas positiva) – é esperado que o segmento ST e a onda T fuja da direção da onda S, ficando desviadas para baixo (ficam negativas) > observar que não há onda Q e nem onda S >> esses são padrões esperados para bloqueios de ramos E TXXIV Larissa Cardeal >> avaliação em passos: - observar em VI e VII que o complexo QRS está anômalo > possui mais do que 3 quadradinhos (>120ms) = bloqueio de ramo - avaliação de VI e de VII > VI – onda P negativa (mas pode estar negativa em VI), R bem pequenino, S funda, segmento ST fugindo do complexo QRS e onda T positiva > VII – onda P pequena, R bem pequenino, S funda, segmento ST fugindo do complexo QRS e onda T positiva > V6 – não tem Q e S, ST e onda T fugindo do segmento QRS | BLOQUEIOS FASCICULARES: - Bloqueio divisional ântero superior esquerdo: padrão rS em DII, DIII, aVF, onde S de DIII> S de aVF > S de DII - comum em pacientes com Doença de Chagas - bloqueio divisional póstero inferior E - bloqueio divisional ântero medial IX. SEGMENTO ST: - Segmento ST: início no ponto J até o início da onda T – deve ser isoelétrio X. ONDA T: - Onda T: repolarização ventricular positiva em todas as derivações (exceto aVR e V1) - ritmo sinusal: onda P + em DI, DII e aVF; todas ondas P seguidas de complexos QRS; tempo dentro do esperado - FC: 80bpm - Eixo: olhar DI (+) aVF (isoelétrico > porção + semelhante à porção negativa – fica no meio do eixo) >> eixo preservado, apontando para 0 - onda P: melhor avaliada em DII – amplitude e altura adequadas – sem sinais de sobrecarga atrial - Intervalo PR: dentro do esperado (160ms) - sobrecargas: Sokolov-Lyon e Cornell > adequados – sem sinais de sobrecarga de VE > quando há R grandão em V2 é sobrecarga de VD – não tem sobrecarga de VD - extrassístole: ventricular em setas > é aberrante – sem onda S - segmento ST: olhar em segmentos normais em todas as derivações, não nas extrassístoles > pode haver alteração de segmento ST em apenas uma derivação > estão adequados
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