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ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA 2 ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA O QUE É ACOLHIMENTO? 3 ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA 4 ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA Deve ser baseado nos princípios do acolhimento e da escuta qualificada à população, de forma a garantir um atendimento humanizado, resolutivo e que propicie a criação de vínculo entre as equipes e as pessoas, legitimando este ponto como a porta de entrada prioritária e preferencial para as redes de atenção à saúde (RAS). 5 ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA 6 ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA O acolhimento é uma diretriz da PNH. Não tem local nem hora certa para acontecer, nem um profissional específico para fazê-lo. É uma postura ética que implica escuta qualificada do usuário, estímulo ao protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e responsabilização pela resolução. Acolher é um compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos! 7 ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA O acolhimento à DE e atendimento às urgências em uma UBS diferencia-se do atendimento em uma unidade de PS, pois a AB trabalha em equipe, tem conhecimento prévio da população, possui registro anterior em prontuário, possibilita o retorno e acompanhamento do quadro com a mesma equipe, o que caracteriza a continuidade do cuidado e o estabelecimento de vínculo, e não somente um atendimento pontual. Atendimento às urgências no PS 8 ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA Fazem parte da primeira avaliação dos casos de demanda espontânea: 1. identificação de vulnerabilidades, 2. classificação de risco e 3. trabalho em equipe, A fim de ajudar a organizar e priorizar o atendimento dos casos. 9 IDENTIFICAÇÃO DE VULNERABILIDADES 10 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 11 ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA TRABALHO EM EQUIPE A atenção à demanda espontânea faz parte das atribuições de todos os trabalhadores da Unidade Básica de Saúde. Por isso, é importante que os profissionais se reúnam com regularidade para tratar da organização e avaliação do processo de acolhimento O objetivo é utilizar a classificação de risco e a avaliação de vulnerabilidade como ferramentas geradoras de equidade e de boa prática clínica. A PRIMEIRA ESCUTA DO USUÁRIO NO PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO O principal papel do profissional que faz a primeira escuta na classificação de risco é organizar o acesso dos usuários que buscam a unidade. Faz parte do processo de trabalho da equipe “na primeira escuta do usuário”: • Avaliar a necessidade de cuidados imediatos → Prestar/facilitar os primeiros cuidados. • Identificar as vulnerabilidades individuais ou coletivas. • Classificar o risco para definir as prioridades de cuidado. • Organizar os pacientes no serviço, de modo a acomodar os que necessitam de observação, ou administração de medicação, ou que estejam esperando remoção para outro serviço, ou que sejam suspeitos de portar doenças infectocontagiosas. • Encaminhar o usuário para o cuidado de acordo com sua classificação. 13 Experiências de Implantação de Acolhimento na Atenção Primária à Saúde APS 15 QUEIXAS COMUNS NO ATENDIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA – ALTERAÇÕES AGUDAS DESCOMPENSAÇÃO DO DIABETES MELLITUS: HIPOGLICEMIA E HIPERGLICEMIA DIARREIA E VÔMITO 16 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) Um dos maiores problemas em saúde pública no Brasil e no mundo, gerando elevado custo médico-social, principalmente pelas complicações como doença cerebrovascular, arterialcoronária, insuficiência cardíaca (IC), insuficiência renal crônica (IRC), retinopatiahipertensiva e insuficiência vascular periférica. A HAS pode ser traduzida como o aumento dos níveis pressóricos acima do recomendado para uma determinada faixa etária e condição clínica, com base na média de três ou mais medidas em diferentes visitas, com técnica adequada, aparelho calibrado e com indivíduo em posição sentada, é possível definir o diagnóstico. 17 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) Elevações da PA podem ser divididas inicialmente em: 1) Emergências hipertensivas: situações em que ocorre progressiva lesão aguda de órgãos-alvo e risco iminente de morte, que necessitam de redução imediata da PA (não necessariamente para níveis normais). Ex.: Edema agudo de pulmão Dissecção aguda de aorta Encefalopatia hipertensiva Hipertensão maligna Eclâmpsia AVE 18 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) 2) Urgências hipertensivas: elevação importante da PA sem acometimento de órgãos-alvo. 3) Pseudocrises hipertensivas: o aumento acentuado da PA é desencadeado por dor, desconforto ou ansiedade. 4) Elevação eventual do nível pressórico: quando há apenas alteração dos níveis pressóricos sem queixas dos pacientes. 19 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) 20 DIABETES MELLTUS (DM) Transtorno metabólico de etiologias heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1999). Hipoglicemia: Glicose plasmática < 60mg/dl. Os sintomas clínicos, entretanto, ocorrem quando a glicose plasmática é < 50mg/dl, podendo esse limiar ser mais alto ou mais baixo. Hiperglicemia: A hiperglicemia é causada por deficiência absoluta de insulina ( DM tipo 1) ou precipitada por infecção ou outros problemas (IAM e AVE). Se não for diagnosticada e tratada, pode evoluir para cetoacidose ou síndrome hiperosmolar não cetótica. HIPOGLICEMIA Todos os pacientes devem aprender a reconhecer os sintomas e os sinais de hipoglicemia. À noite é possível ocorrer casos graves, uma vez que a glicemia diminui às 3h-4h da manhã, quando o paciente está dormindo e não percebe os sintomas. As crianças que dormem cedo (19h) e, erroneamente, não são acordadas para a última refeição, são as mais sujeitas à hipoglicemia noturna, a depender do esquema insulínico que usa. Muitos idosos moram sozinhos e são especialmente vulneráveis à hipoglicemia pelo uso de hipoglicemiantes orais ou insulina, que aumenta o risco de quedas e fraturas. MANEJO DA HIPOGLICEMIA NA UNIDADE DE SAÚDE HIPERGLICEMIA A hiperglicemia grave é, em geral, causada por deficiência absoluta de insulina. Se não for diagnosticada oportunamente e tratada adequadamente, pode evoluir para quadros graves de cetoacidose (DM 1 ou 2) ou hiperosmolaridade não cetótica (DM 2). Clínica de cetoacidose ou estado hiperglicêmico hiperosmolar: É uma evolução lenta e progressiva dos sinais e sintomas do DM: polidipsia, vômitos, perda de peso, sonolência, torpor, e pode levar ao coma. Há desidratação com pele seca e fria, língua seca, olhos encovados, fácies hiperemiada, agitação, pulso rápido e respiração de Kussmaul. Nos casos mais graves pode haver dor abdominal provocada pela desidratação, que dificulta o deslizamento dos folhetos da pleura e peritônio. TRATAMENTO Enquanto a remoção é providenciada, a hidratação venosa com SF 0,9% (1.000ml na 1ª hora e 500ml/hora até atingir uma boa diurese) deve ser iniciada. Para crianças, o cálculo de hidratação é 10ml-20ml/kg na primeira hora, que deverá ser mantido até que a glicemia atinja em torno de 250mg/dl. 23 HIPERGLICEMIA Orientações ao usuário e à família para a prevenção de complicações hiperglicêmicas: 1. Rotina de monitoramento da glicemia capilar. Não deixar de usar insulina nos dias de doença. 2. Equilíbrio entre a insulinização, ingesta alimentar, atividade física, estresse, uso medicações, cirurgias e outras doenças. 3. Testar a glicemia capilar de 4h/4h. 4. Doses extras de insulina regular podem ser necessárias. Beber muita água. 5. Procurar uma unidade de saúde mais próxima se: – precisar de duas doses extras de insulina regular em 24h, glicemia capilar acima de 400mg/dl por 12h ou febre alta, vômitos ou diarreia.6. Procurar emergência se houver: – Vômitos, fraqueza muscular, dor abdominal, sinais de desidratação, respiração difícil, hipotensão, hálito cetônico e alteração do estado mental. 24 DIARREIA Classicamente, a diarreia é dividida em aguda, prolongada e crônica. 25 DIARREIA Alteração da função intestinal com perda excessiva de água e eletrólitos pelas fezes e/ou vômitos. Manifesta-se clinicamente pelo aumento do número de evacuações e/ou pela diminuição da consistência das fezes. 26 VÔMITO O vômito é a ejeção rápida e forçada do conteúdo gastrointestinal pela cavidade oral. Na maioria das vezes é precedido por náuseas, porém se ocorrer sem esse sintoma, é chamado de vômito em jato. VÔMITO TRATAMENTO Na grande maioria dos casos, somente a hidratação oral é suficiente, conforme Plano A ou PlanoB da diarreia. Deve-se também recomendar dieta fracionada, de preferência líquida, em menor quantidade e mais frequente. Alguns medicamentos pró- cinéticos e antieméticos podem ser utilizados em alguns casos específicos Nos casos de vômitos incoercíveis ou sinais de desidratação devem ser investigadas enfermidades mais severas, como as de hipertensão do SNC, distúrbios eletrolíticos persistentes ou outras condições clínicas graves, nesses casos os usuários devem ser encaminhados ao serviço de urgência. Acolhimento não é um espaço nem um local, é uma postura ética. 29 QUEIXAS COMUNS NO ATENDIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA (cont.) RINOSSINUSITES/SÍNDROMES GRIPAIS(IVAS) CEFALEIA DISÚRIA DOENÇAS DE PELE 30 RINOSSINUSITES/SÍNDROMES GRIPAIS(IVAS) As rinossinusites são afecções das vias aéreas superiores muito comuns. A maioria se enquadra em uma das três categorias: Rinossinusite: doenças com sintomas predominantemente nasais (resfriado comum, rinofaringite e sinusite). Faringite: o sintoma predominante é dor de garganta. Otite média: o sintoma mais comum é a dor de ouvido. Caracterizada pela inflamação da mucosa do nariz e seios paranasais. Decorre de processos infecciosos virais, bacterianos e fúngicos e pode estar associada à alergia, polipose nasossinusal e disfunção vasomotora da mucosa. FATORES PREDISPONENTES 31 CLASSIFICAÇÃO Classificação com tempo de evolução de sintomas e frequência: Rinossinusite aguda (RSA): sintomas com duração de até 4 semanas. Rinossinusite subaguda (RSSA): duração maior que 4 e menor que 12 semanas. Rinossinusite crônica (RSC): duração maior que 12 semanas. Rinossinusite recorrente (RSR): 4 ou mais episódios em 1 ano, com resolução completa dos sintomas entre eles. Rinossinusite crônica com períodos de agudização (RSCA): duração de mais de 12 semanas com sintomas leves e períodos de intensificação. 32 RINOSSINUSITES AGUDAS Início repentino de dois dos sintomas: obstrução, congestão ou descarga nasal, pressão ou dor facial e comprometimento do olfato (hiposmia ou anosmia). O resfriado comum é a principal causa de RSA. O início é súbito, com rinorreia hialina ou mucoide, obstrução nasal, espirros e irritação na garganta; tosse e febre podem ocorrer. O nariz, a orofaringe e as membranas timpânicas podem ficar hiperemiados. É comum a secreção nasal ficar mais espessa e esverdeada, em decorrência da destruição de células epiteliais e de neutrófilos. Esse achado é precipitadamente interpretado como infecção bacteriana. DIAGNÓSTICO Não há sintomas específicos para diferenciação entre etiologia viral e bacteriana. Porém, nas rinossinusites bacterianas, os sintomas encontrados são: obstrução nasal, congestão facial, rinorreia mucopurulenta ou purulenta, pressão e dor facial (em peso, não pulsátil e pior com a inclinação da cabeça para frente), dor de dente na região maxilar, distúrbios do olfato (hiposmia, anosmia ou cacosmia), tosse seca ou produtiva, entre outros sintomas. O diagnóstico habitualmente é clínico, sem necessidade de exames complementares. A radiografia de seios da face e a tomografia computadorizada (TC) devem ser solicitadas quando se suspeita de complicações. 34 TRATAMENTO Como a doença é autolimitada, requer apenas tratamento de suporte. Antitérmicos e analgésicos Ingestão hídrica adequada, inalação de vapor e lavagem nasal com solução salina. Cuidado com queimaduras pela inalação de vapor! Soluções salinas isotônicas (0,9%) Soluções salinas hipertônicas (até 3%): aumentam a frequência do batimento ciliar e reduzem o edema da mucosa nasal. Descongestionantes tópicos e sistêmicos (ocasionalmente) Corticoides sistêmicos e tópicos: podem ser criteriosamente prescritos quando há atopia e edema importante da mucosa nasal. Não devem ser prescritos por mais de sete dias. Antibióticos Em lactentes, podem ser usados dispositivos próprios para aspiração nasal com cuidado. 35 SÍNDROME GRIPAL Nas infecções por influenza, o quadro clínico inicial é caracterizado por uma síndrome gripal, que é definida como “doença aguda (com duração máxima de cinco dias), apresentando febre acompanhada de tosse ou dor de garganta”. ATENÇÃO! O profissional de saúde da APS deve estar atento para o adequado e oportuno diagnóstico de eventuais complicações do quadro gripal. 36 AVALIAÇÃO DOS QUADROS DE SG Deve-se descartar síndrome respiratória aguda grave, caracterizada por febre > 38ºC, tosse e dispneia ou SpO² < 95% em ar ambiente, aumento da FR e hipotensão. Em crianças observar os batimentos de asa de nariz (BAN), cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência. Alterações laboratoriais: leucocitose, leucopenia ou neutrofilia. O profissional deve observar os seguintes FATORES E GRUPOS DE RISCO que podem estar associados ao agravamento do quadro gripal por influenza: Deverão ser encaminhados para o hospital os pacientes com um ou mais dos sinais e sintomas : Desde o momento do acolhimento até o encaminhamento para o hospital de referência, o paciente com síndrome gripal e o profissional de saúde em atendimento devem usar máscara cirúrgica. TRATAMENTO A dose recomendada de Oseltamivir é de 75mg, duas vezes ao dia, por cinco dias, para adultos. Para crianças acima de 1 ano de idade e com menos de 40kg, as doses variam de acordo com o peso, conforme especificação a seguir: O tratamento dos casos leves e moderados, que não apresentarem sinais de alerta e nem fatores de risco, deve ser semelhante ao tratamento de qualquer síndrome gripal aguda, tendo atenção para possibilidade de complicação. 39 CEFALÉIA A cefaleia é um dos sintomas mais frequentes atendidos na AB! Dentro do universo das cefaleias existem cerca de 156 tipos e subtipos diferentes, se destacam dois grandes grupos: I. Cefaleias primárias II. Cefaleias secundárias Causas: mais comum é a cefaleia tensional (maioria dos casos), seguida pelas cefaleias tipo migrânea (enxaqueca) e as causadas por infecções sistêmicas agudas, tais como a gripe. Em menos de 1% dos casos a cefaleia está associada a doenças intracranianas graves como tumores ou infecções cerebrais. 40 TIPOS DE CEFALÉIA Cefaleia tipo tensional: dor não pulsátil, em aperto ou pressão, geralmente bilateral, de intensidade leve a moderada e que não piora com atividade física rotineira. Pode durar minutos, horas ou permanecer constante durante dias. A presença de sintomas associados tais como fotofobia, náuseas e vômitos é rara. Não é associada a sintomas premonitórios ou aura. Migrânea (enxaqueca): divide-se em quatro fases: fase premonitória, aura, cefaleia e fase de resolução. sem aura: conhecida como a enxaqueca comum, a dor costuma apresentar duração, características e fenômenos associados típicos, porém não é acompanhada de sintomas ou sinais neurológicos focais transitórios. com aura: geralmente é de localização unilateral, intensidade moderada a forte, caráter pulsátil e piora com as atividades físicas rotineiras. Pode durar dias. Estão presentes os sintomasneurológicos focais que se instalam de forma gradual, antes da fase de dor. Os sintomas mais comuns: cintilações, linhas em zigue-zague, estocomas, hemiparestesias e por disfasia. 41 DIAGNÓSTICO É basicamente clínico: TIPO DE CRISE/LOCALIZAÇÃO INTENSIDADE DA DOR (escala de expressão facial e escala numérica) MODIFICAÇÃO COM ATIVIDADES ROTINEIRAS HORÁRIO DE INÍCIO FENÔMENOS ASSOCIADOS (desencadeantes) SINTOMAS ASSOCIADOS FATORES DE MELHORA FATORES DE PIORA INFLUÊNCIA HORMONAL ANTECEDENTES PESSOAIS ANTECEDENTES FAMILIARES Exame físico: exclusão de anormalidades estruturais e avaliação neurológica. 42 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Diante de qualquer situação ou suspeita, o paciente deve ser encaminhado para o serviço de urgência e emergência. 43 TRATAMENTO DAS CRISES Orientações da enfermagem A abordagem do paciente deve ser feita de forma compreensiva e individualizada. Evitar fatores desencadeantes; tratar de doenças concomitantes (HAS e depressão); atividades físicas moderadas; regular o padrão de sono. A utilização de um diário para o registro das crises Tratamentos não farmacológicos (acupuntura, técnicas de relaxamento, biofeedback, psicoterapia) e homeopatia também têm sido considerados. Procurar relaxar. Repouso em quarto escuro, evitar barulho. Medidas como o uso de bolsas de gelo e/ou compressão das artérias temporais podem ser úteis. Nas crises fracas, que não cedem com as medidas gerais, sugere-se o uso de analgésicos comuns. Metoclopramida ou domperidona se náusea ou vômito estão associados. Analgésicos e antiinflamatórios 44 DISÚRIA A disúria pode ser definida como a sensação de ardência, queimação ou desconforto ao urinar, podendo vir ou não acompanhada de outros sintomas, tais como: • Polaciúria: aumento na frequência de urinar, sem que necessariamente ocorra alteração no volume urinário. • Urgência miccional: forte impulso para urinar, pode acompanhar ou não a polaciúria. • Hematúria: presença de sangue na urina, que pode ser microscópica, quando só é percebida no exame bioquímico; ou macroscópico, quando pode ser percebida apenas pela observação da urina, com alteração da cor e/ou turvação. ~DIAGNÓSTICO Os principais eventos clínicos onde a disúria pode estar presente são: • Infecção do trato urinário baixo (bacteriúria assintomática, cistite, prostatites, uretrites). • Infecções do trato urinário alto (pielonefrite aguda). • Litíase renal. • Vaginites. • Traumatismo genitourinário. • Irritantes uretrais. • Reação alérgica. • Câncer vesical. 46 É caracterizada pela presença de microrganismos no trato urinário, podendo ser sintomática ou assintomática (bacteriúria assintomática). A ITU também pode ser dividida em baixa (que engloba a cistite, a uretrite e a prostatite), e em alta (pielonefrite). Cistite/Uretrite: Infecção bacteriana comum, mais frequente na mulher adulta. Caracterizada pela presença de três queixas: disúria, polaciúria e hematúria, geralmente agudos, concomitantes e de aparecimento abrupto, o que não acontece comumente na uretrite, quando são leves e graduais. Pode haver piúria. Outros sintomas podem estar presentes, como: dor na palpação da região suprapúbica, mal-estar geral, urina turva e com odor desagradável e raramente febre. Maior atenção para idosos, gestantes e diabéticos. INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO 47 PROSTATITE É uma doença prevalente no homem e representa uma das suas principais queixas urológicas. As prostatites podem ser classificadas em: • Agudas(mais comum em homens 50-70 anos) ou crônicas. • Bacterianas ou não bacterianas. • Sintomáticas ou assintomáticas O diagnóstico e a classificação das prostatites podem ser feitos por meio da anamnese e do exame físico(toque). 48 PIELONEFRITE É a infecção dos rins, que na maioria das vezes se deve à ascensão de germes do trato urinário inferior. É caracterizada por dor na região dos flancos, com irradiação para o abdome, febre, náusea, vômito e sintomas urinários irritativos. No exame físico, o sinal mais característico é a presença do sinal de Giordano (punho percussão dolorosa em flancos). Prostração, taquicardia e hipotensão arterial podem estar presentes. Dependendo da apresentação clínica, seu manejo deve ser realizado em ambiente hospitalar. 49 TRATAMENTO ITU 50 TRATAMENTO PROSTATITE PIELONEFRITE Nos casos leves (com pouco comprometimento do estado geral) e sem comorbidades, o tratamento poderá ser empírico oral: ciprofloxacino 500mg, VO, de 12h/12h, 10-14 dias. 51 DOENÇAS DE PELE Doenças dermatológicas agudas, de etiologia viral, parasitária, bacteriana ou fúngica.. Impetigo: Infecção bacteriana superficial, mais frequente em crianças, e tem como principais agentes o Staphylococcus aureus e o Streptococcus beta-hemolítico do grupo A. A inoculação é facilitada por escoriações, picadas de inseto e traumas. O diagnóstico é clínico, baseado na anamnese e no exame físico. Pode ser caracterizado com não bolhoso ou bolhoso. Tratamento • Tópico: limpeza e remoção de crostas, com água e sabão, 2 a 3 vezes ao dia. Podem ser amolecidas com aplicação de vaselina. Antimicrobianos tópicos: neomicina, mupirocina e ácido fusídico, aplicados após limpeza e remoção de crostas. Sistêmico: quando existem lesões disseminadas e comprometimento do estado geral. 52 DOENÇAS DE PELE Erisipela: É caracterizada por uma celulite superficial, observada mais frequentemente acima dos 60 anos, e tem como principal agente o Streptococcus beta-hemolítico do grupo A. Afeta principalmente os membros inferiores, e a penetração ocorre por soluções de continuidade como as micoses interdigitais. O diagnóstico é clínico, lesão de instalação rápida e evolução com eritema e edema de limites bem definidos, calor e dor. A pele tem aspecto de casca de laranja. Pode haver comprometimento linfático Tratamento Orientações e antibióticoterapia oral (ou intramuscular) e, se necessário, sintomáticos (analgésicos). Se houver comprometimento do estado geral, o paciente pode necessitar de hospitalização. a. Antimicrobianos sistêmicos • Penicilina G procaína • Penicilina benzatina • Eritromicina • Cefalexina 53 DOENÇAS DE PELE Escabiose: É causada pela infestação do ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis, que não sobrevive por mais de uma semana fora do hospedeiro e completa todo o seu ciclo biológico no homem. Transmitida por contato pessoal e menos comumente por vestimentas utilizadas por pessoa infectada. A distribuição das lesões, o prurido intenso, que piora à noite, e sintomas semelhantes em contato íntimos sugerem o diagnóstico. Em adultos, as lesões distribuem-se principalmente em áreas flexoras de punhos, região interdigital, cotovelos, axilas, cintura, nádegas e região peniana e escrotal, nos homens, e mamilos, nas mulheres. Em crianças, as lesões predominam principalmente na face, couro cabeludo, pescoço, região palmar e plantar. 54 DOENÇAS DE PELE O diagnóstico é essencialmente clínico. Se houver necessidade de diagnóstico laboratorial, ele é feito por meio de pesquisa microscópica do ácaro, ovos ou cíbalos (fezes) em material obtido da escarificação do sulco ou pápula suspeita. Tratamento Orientações em relação às vestimentas, toalhas e roupas de cama, que devem ser lavadas e passadas com ferro quente. O tratamento deve ser feito simultaneamente por todas as pessoas atingidas pela parasitose. Crianças poderão retornar a creches e escolas um dia após o término do tratamento. Tratamento tópico • Permetrina – creme a 5% é a droga de escolha, que deve ser aplicado por um período de 8 a 12 horas, sem necessidade de repetir o tratamento. Apresenta boa tolerância local. 55 Acolher é o início de um projeto terapêutico, mas também o início (ou continuidade) de uma relação de vínculo. 56 Obrigada!!