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Requisitos da Petição Inicial no Processo de Conhecimento

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1 
 
 
Curso Via Satélite Damásio de Jesus 
 
 
 
PRÁTICA 
CIVIL 
Prof. Brunno Giancoli 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agosto 2007 
 
 
 
 2 
PARTE I – PROCESSO DE CONHECIMENTO 
 
PETIÇÃO INICIAL 
 
1- REQUISITOS - ELEMENTOS - DA PETIÇÃO INICIAL 
(ART. 282 DO CPC) 
 
I) O JUIZ OU TRIBUNAL A QUE É DIRIGIDA 
 
Por meio do endereçamento ao órgão judiciário o autor estabelece a competência, seja do 
juízo monocrático (como regra) como também a competência originária do Tribunal. É 
importante verificar duas questões ao endereçar: 
1) a competência material juiz cível, de família e sucessões (e verificar se a cidade eleita 
pelo exame como a competente possui vara especializada) 
2) se a ação for distribuída na cidade de São Paulo verificar a existência de foro regional. 
 
A aferição da competência que será indicada através do endereçamento pode ser 
estabelecida por meio de um critério de sete regras, o qual tem como objetivo a perfeita 
identificação deste elemento na peça prática. Este critério é pautado por um mecanismo de 
exclusão. Assim, identificada a solução de determinado critério, automaticamente o 
candidato passará para o seguinte, ATÉ A PERFEITA DETERMINAÇÃO DA 
COMPETÊNCIA. Vejamos: 
 
1º. Competência internacional 
 
O primeiro critério a ser verificado é se a competência será internacional. Ela ocorre nas 
seguintes hipóteses: 
a- Competência concorrente (artigo 88 do CPC): Ocorre quando tanto um juiz estrangeiro 
como um juiz brasileiro são competentes para conhecer da ação. 
 3 
b- Competência exclusiva (artigo 89 do CPC): Ocorre quando só o juiz do Brasil for 
competente para conhecer da demanda, exemplo bens imóveis situados no Brasil bens objeto 
de inventário. 
Verificando que a situação apresentada pela OAB é uma hipótese de competência exclusiva 
ou concorrente da jurisdição brasileira (que será a regra no exame) deverá o candidato passar 
para a análise do próximo critério. 
 
2º. Competência Interna 
Diz respeito à forma de divisão dos órgãos judiciários as suas funções, os quais tomam os 
seguintes parâmetros: 
 
a– Material (competência absoluta): o que determina a competência é a lide em questão. 
Exemplo: A ação de separação judicial deve ser endereçada a Vara de Família (contudo é 
importante que o candidato confirme esta informação na Lei de Organização Judiciária, pois 
esta situação pode variar dependendo do Estado). 
 b- Funcional (competência absoluta): decorre da função do magistrado. É aferível sob a 
ótica vertical (hierarquia – primeiro grau, segundo grau e tribunais superiores), como também 
na ótica horizontal (assim, se a cautelar preparatória foi distribuída na 4ª Vara Cível, por lá 
deverá correr a ação principal). 
c- Territorial (competência relativa). É a competência de comarcas ou seções judiciárias. 
d- Valor da causa (competência relativa). Decorre da competência entre a justiça comum e 
os Juizados Especiais. 
 
3º. Competência originária dos tribunais 
 
Existem casos em que a competência se dará diretamente no Tribunal como competência 
originária. Seja em relação à pessoa, seja em relação à hierarquia. 
 
 
 
 
 4 
4º. Competência da Justiça Especial 
 
O quarto critério a ser verificado é o das justiças especializadas. 
 
São situações de dificílima incidência no exame, mas sempre é importante atentar as 
nuances de cada uma. No nosso sistema podemos enumerar três hipóteses: 
 
a- Justiça do Trabalho (artigo 114, CF): Abrange todas as relações decorrentes do contrato 
de trabalho, bem como questões afins (acidente de trabalho, dano moral por exemplo) que 
foram acrescidas pela EC 45. 
b- Justiça Eleitoral (artigo 121, CF): Competente para todas as questões que decorrem da 
tramitação eleitoral. Desde a retirada do título de eleitor até a diplomação dos eleitos. 
c- Justiça Militar (artigo 124, CF) : Afeta apenas aos crimes militares. 
 
5º. Competência da Justiça Comum 
 
A justiça comum é delimitada pela justiça federal e estadual. É de se verificar antes de tudo 
se a justiça é federal (art. 109, CF) se negativo, aplica-se, por exclusão a justiça estadual. 
 
6º. Competência Territorial 
 
O artigo 94 do Código de Processo Civil estabelece a regra geral de que ações fundadas 
em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis serão propostas no foro de domicílio 
do réu. Os artigos 95 ao 100 do Código de Processo Civil estabelecem regras especiais . 
 
7º. Competência de Foro 
 
Em São Paulo existe um foro central e 12 foros regionais. O foro regional tem competência 
ABSOLUTA: 
a) Em razão do território 
b) Pela matéria. 
 5 
c) Pelo valor da causa: Causas até 500 salários mínimos é competente o regional, mais de 
500 salários, Foro Central. 
 
NOTA IMPORTANTE: Para o exame da OAB o endereçamento não deve ser 
abreviado! 
 
MODELO DE ENDEREÇAMENTO JUSTIÇA ESTADUAL: 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara (Cível) do Foro (Central) da 
Comarca de São Paulo - SP 
 
 
MODELO DE ENDEREÇAMENTO JUSTIÇA FEDERAL: 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Seção Judiciária de São Paulo 
 
II) QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 
 
Parte é quem pede e contra quem se pede determinada providência jurisdicional. Mais do 
que uma exigência formal as partes determinam a legitimidade, requisito condicionante da 
ação (art. 3º CPC). Para a individuação completa das partes a lei determina que lá esteja o 
nome, prenome, estado civil, profissão, domicilio e residência do autor e réu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
MODELO GERAL DE QUALIFICAÇÃO DE PESSOA NATURAL: 
 
Fulano de Tal (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), cédula de 
identidade RG n. _______, inscrito no CPF/MF sob o n._________, residente e domiciliado 
na cidade de São Paulo (endereço completo), por seu advogado devidamente constituído 
pelo instrumento de mandato anexo, nos termos do artigo 39 do CPC, (documento 1), que 
recebe intimação em seu escritório (endereço completo), vem à presença de Vossa 
Excelência com fundamento nos artigos (direito civil e processual), propor a presente ação 
de ______(nome da ação)____, pelo rito _______, em face de (qualificação do réu que será 
feita com as mesmas referências do autor: nome, nacionalidade, profissão, RG, CPF, 
residência e domicílio, salvo se tiver “qualificação desconhecida”). 
 
MODELO DE QUALIFICAÇÃO DE PESSOA NATURAL INCAPAZ: 
 
Fulano de Tal (nome completo), (nacionalidade), menor incapaz, neste ato representado por 
sua mãe/pai/tutor (observação: o representante legal do menor receberá qualificação 
completa conforme modelo geral de pessoa natural) 
 
Fulano de Tal (nome completo), (nacionalidade), maior incapaz, neste ato representado por 
seu curador (observação: o curador receberá qualificação completa conforme modelo geral 
de pessoa natural) 
 
MODELO DE QUALIFICAÇÃO DE PESSOA JURÍDICA: 
 
Empresa X, pessoa jurídica de direito privado, com sede na cidade de São Paulo (endereço 
completo), inscrita no CNPJ/MF sob o nº _______ neste ato representada por seu diretor 
(observação: o diretor receberá qualificação completa conforme modelo geral de pessoa 
natural), conforme contrato social anexo (observação: A referência “contrato social”deverá 
ser utilizada se a pessoa jurídica for sociedade limitada. Em se tratando de Sociedade 
Anônima deve-se utilizar a expressão “estatuto social”). 
 7 
 
MODELO DE QUALIFICAÇÃO DE CONDOMÍNIO: 
 
Condomínio X, situado na cidade de________, inscrito no CNPJ/MF sob o no.________, 
neste ato representado porseu síndico (observação: o síndico do condomínio receberá 
qualificação completa conforme modelo geral de pessoa natural), conforme ata de 
assembléia anexa. 
 
 
III) O FATO E OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO 
 
Todo pedido formulado pelo autor ao magistrado deve ter uma causa (uma origem fática), a 
qual é denominada no sistema jurídico de causa de pedir. Se todo direito subjetivo nasce 
de um fato o peticionário deverá demonstrar a sua incidência sobre a lei abstrata para 
conseguir um provimento que milite ao seu favor. 
 
Uma vez apresentados os fatos deve o autor demonstrar as conseqüências jurídicas 
decorrentes destes fatos, ou seja, o nexo de causalidade entre os fatos e o pedido. O 
fundamento jurídico é, portanto, o vício que atinge a relação jurídica de direito material que 
enseja ao titular de determinada tutela jurídica busque ao seu favor. 
 
A fundamentação da peça é feita por meio da narrativa fática que motivou o ajuizamento da 
demanda, somada à adequada previsão jurídica do pedido. 
 
IV - PEDIDO COM SUAS ESPECIFICAÇÕES 
 
Como o processo é o espelho do direito material, já que traduz os conflitos realizados por 
essas relações materiais, podemos definir o pedido como o meio condutor de se projetar 
para dentro do processo a referida pretensão que lá fora não foi cumprida. 
 
 8 
É evidente que também no sistema a possibilidade de formular pedidos de fundamentação 
processual (assim é a ação rescisória o mandado de segurança contra ato judicial, a ação 
anulatória a exceção de incompetência, a impugnação ao valor da causa dentre outros), mas 
todos eles, por via obliqua, objetivam alguma pretensão no campo do direito material. 
 
Tanto é assim (a realidade do direito material que nos conduz a idéia de disponibilidade do 
direito) que o juiz deverá julgar nos estritos limites que a demanda é a ele apresentada (art. 
128 e 460, CPC) que a doutrina denomina como adstrição da sentença ao pedido. 
 
ESTRUTURA DO PEDIDO (ARTIGO 286 DO CPC) 
 
Enuncia o artigo 286 que o pedido deverá ser certo ou determinado . Não resta a menor 
dúvida na doutrina que os termos certeza e determinação são conjuntivos e não alternativos 
já que um requisito depende do outro. 
 
Pedido certo é aquele explicito, delimitado o que descreve com exatidão o bem jurídico que 
lhe quer ver outorgado pelo Estado. Determinado é a extensão do pedido certo, o quantum 
debeatur, a individuação do seu gênero e de sua quantidade. Essa regra perde sua 
importância nas coisas certas (aquele imóvel, aquele contrato), pois elas bastam por si 
mesmas para individuar o pedido. As incertas (que serão indicadas ao menos pelo seu 
gênero e quantidade - CC 243 -) não. 
 
Todavia, existem situações da qual o autor esteja impossibilitado de fixar o valor do bem 
jurídico que pretende seja- lhe conferido, conquanto o queira. Por vezes a situação de fato 
que se quer ver legitimada, por nuances diversas, impede que o autor fixe um valor exato 
para a causa. Nem por isso a lei tolhe as partes de buscar suas pretensões em juízo até 
mesmo para entrar em consonância com o artigo 459 § único do CPC. O pedido nesse caso 
será certo, porém determinável. São denominadas vulgarmente pela lei de pedido genérico. 
Não confundir essa espécie de pedido com os pedidos vagos, que por não preencher uma 
exigência da lei é inepto em sua essência (condenação do réu “as penas da lei”, “ao que for 
devido”, “pagar uma indenização”). 
 9 
 
Assim, pedido genérico é aquele que momentaneamente está impossibilitado de lhe fixar o 
valor exato. Este ocorre em três situações: 
 
1- Ações universais: O pedido nesse caso é cabível quando não for possível individualizar 
os bens efetivamente pretendidos. É o caso da petição de herança, inventário ou mesmo a 
doação de bens não discriminados (os que guarnecem tal residência, e.g), nesse caso não há 
como saber a universalidade de bens que compõe o direito do titular conquanto ele tenha o 
direito de receber os bens. 
 
2- Ato ou fato ilícito indeterminado : Ocorrem nas ações de reparação de dano. Por vezes as 
conseqüências do ato ilícito ainda não se definiram, e há de se somar os valores decorrentes 
das conseqüências que se deram posteriormente ao ajuizamento da ação. 
 
NOTA IMPORTANTE: No que diz respeito à determinação do pedido de dano 
moral, a doutrina e a jurisprudência são vacilantes e ainda não existe um entendimento 
pacificado sobre o assunto. 
 
3- Comportamento a ser adotado pelo réu: A última hipótese de pedido genérico depende 
não das circunstâncias de fato, mas de um ato do réu para que se fixe o valor. São os casos 
clássicos das ações de prestação de contas, pois o réu será condenado no pagamento dos 
valores apurados nas contas que ele mesmo apresentar (art. 918 CPC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
MODELO GERAL DE ESTRUTURA DE PEDIDO: 
 
Isto posto requer; 
 
I) a citação do réu por oficial de justiça para apresentar, em querendo, defesa no prazo de 
15 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319) 
 
II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se determinar que o 
réu_______(especificação do pedido). 
 
III) seja o réu condenado, outrossim, nas custas e honorários a serem arbitrados por Vossa 
Excelência (artigo 20, CPC) 
 
IV) Informa que as intimações deverão ser intimadas ao Dr... no endereço___________ 
 
V)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam 
desde já requeridas ainda que não especificadas. 
 
 
Atribui-se à causa o valor de R$________ 
 
Termos em que, pede deferimento 
 
São Paulo (data) 
 
(nome do advogado) 
(OAB do advogado) 
 
 
 
 
 11 
DICAS IMPORTANTES PARA A FORMULAÇÃO DO MODELO GERAL DE 
ESTRUTURA DO PEDIDO: 
 
É possível, por meio dos artigos do CPC, lembrar no exame a estrutura do pedido.Assim 
leia o modelo acima e compare com os artigos a seguir: 
 
Isto posto requer; 
 
ITEM I DO MODELO: 
Art. 222, F (citação por oficial) + Art. 297 (apresentar defesa) + Art. 219 (revelia) 
 
ITEM II DO MODELO: 
Art. 269 I (sentença que acolhe o pedido do autor – a procedência) 
 
ITEM III DO MODELO: 
Art. 20 (condenação em custas e honorários) 
 
ITEM IV DO MODELO: 
Art. 39 I (intimação do advogado) 
 
ITEM V DO MODELO: 
Art. 332 (provas) 
 
VALOR DA CAUSA 
 
Termos em que, pede deferimento 
 
São Paulo (data) 
 
(nome do advogado) 
(OAB do advogado) 
 
 12 
ESPÉCIES DE PEDIDO: 
 
1- Pedido Cominatório (artigo 287): Ocorre nas obrigações de fazer e não fazer, (artigo 461 
CPC), nas obrigações de entrega de coisa certa ou incerta (artigo 461-A) o réu poderá ser 
obrigado (cominado) a pagar uma multa pecuniária por dia de não cumprimento. 
 
MODELO GERAL DE PEDIDO COMINATÓRIO: 
 
Isto posto requer; 
 
I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido 
 
II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se determinar que o réu 
cumpra a obrigação específica de____________ sob pena de pagar multa pecuniária por 
dia de não cumprimento a ser arbitrado por Vossa Excelência. 
 
Observação: Demais itens conforme modelo geral de estrutura de pedido. 
 
2- Pedido Alternativo (artigo 288): Neste caso o réu tem à sua disposição duas ou formas de 
cumprir a obrigação. Como regra geral cabe ao devedor (via de regra o réu) a escolha das 
prestações para cumprimento da obrigação alternativa (art. 252 do CC), se outra coisa não 
se estipulou. 
 
Os pedidos têm a mesma hierarquia, cabendo ao réu a escolha, porém quem os oferece é o 
autor.13 
MODELO GERAL DE PEDIDO ALTERNATIVO: 
 
Isto posto requer; 
 
I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido 
 
II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se determinar que o réu 
cumpra, a sua escolha (regra geral), a obrigação__________ ou a obrigação 
____________. 
 
Observação: Demais itens conforme modelo geral de estrutura de pedido. 
 
3- Pedido Sucessivo (art. 289): São pedidos formulados em ordem de hierarquia. Neste 
caso, ao contrário do alternativo existe uma escala de preferências, assim, há um pedido 
chamado de principal e outro subsidiário. 
 
M ODELO GERAL DE PEDIDO SUCESSIVO: 
 
Isto posto requer; 
 
I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido 
 
II) seja ao final a demanda julgada procedente para____________. Mas caso Vossa 
Excelência não entenda cabível a pretensão já indicada requer seja, ao menos, a demanda 
julgada procedente para_____________. 
 
Observação: Demais itens conforme modelo geral de estrutura de pedido. 
 
4- Pedido de Prestações Periódicas (art. 290): Decorre das relações de trato sucessivo, ou 
seja, os casos em que o réu não deve apenas uma parcela para o autor, mas uma série, pois a 
relação é contínua. 
 14 
 
Assim, casos como a consignação em pagamento (art. 890 CPC) e o pedido de alimentos – 
sejam provisórios ou provisionais – tendo sido deferida a primeira parcela, as outras 
implicitamente (daí o porquê a doutrina utiliza dessa terminologia para qualificar o referido 
pedido) estarão agregadas ao pedido mesmo que não esteja constado expressamente na 
petição inicial. 
 
MODELO GERAL DE PEDIDO DE PRESTAÇÕES PERIÓDICAS: 
 
Isto posto requer; 
 
I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido 
 
II) seja ao final a demanda julgada procedente para determinar a fixação da parcela da 
obrigação de_______________ no valor de R$____________e que este valor seja fixado, 
também, para as demais que se vencerem no curso da lide. 
Observação: Demais itens conforme modelo geral de estrutura de pedido. 
 
 
5- Pedido Cumulado (art. 292): Ocorre quando se formula mais de um pedido ao judiciário 
e se requer a apreciação de todos os pedidos. Todavia, para que os pedidos possam ser 
formulados dentro do mesmo procedimento é necessário, nos termos do artigo 292: 
a) que os pedidos sejam compatíveis entre si (mesma causa de pedir); 
b) que para a apreciação de todos eles seja o mesmo juízo competente; e 
c) corresponder ao mesmo procedimento. 
 
 
 
 
 
 
 15 
M ODELO GERAL DE PEDIDO CUMULADO: 
 
Isto posto requer; 
 
I) Conforme modelo geral de estrutura de pedido 
 
II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se determinar que o réu 
cumpra a obrigação de __________ e a obrigação de ____________. 
 
Observação: Demais itens conforme modelo geral de estrutura de pedido. 
 
V – VALOR DA CAUSA 
 
Os artigos 259 e 260 do Código de Processo Civil estabelecem os critérios para a fixação 
do valor da causa. 
 
VI – PROVAS 
 
Nos termos do artigo 283 as provas documentais devem ser apresentadas desde já na 
petição inicial. Todas as demais são protestadas para posterior produção. 
 
NOTA IMPORTANTE: Não há pedido de provas em mandado de segurança (a 
prova é pré-constituída), nos processos de execução (a parte já está munida de título 
executivo), na ação monitória (pedido especial de provas). 
 
VII – CITAÇÃO 
 
Citação é o ato pela qual se trás o réu em juízo para se defender. Pode ser real por correio 
ou pelo correio (artigo 222 CPC), em todo território nacional ou ficta quando então será 
feita por edital ou por hora certa. 
 
 16 
NOTA IMPORTANTE: Todo pedido de citação na OAB deverá ser por 
oficial de justiça, nos termos do artigo 222 alínea f, com os benefícios do artigo 172, 
parágrafo 2º, do CPC. E isso porque se elimina eventual erro do examinando. Porque o 
correio é a regra, sendo por exceção a citação por oficial. Mas se a parte requerer (alínea f) 
será SEMPRE por oficial. Pra que se matar em frente ao Código. Peça sempre por oficial de 
justiça. 
 
Para verificar as hipóteses de citação por edital verificar o artigo 231, já para as hipóteses 
de citação por hora certa verificar o artigo 224. 
 
NOTA IMPORTANTE: A citação para outra cidade, como regra será pelo 
CORREIO. A citação apenas se efetivará por Carta Precatória se se der por oficial de 
justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
PARTE II – PROCESSO DE CONHECIMENTO 
 
PROCEDIMENTOS 
 
 
RITO SUMÁRIO 
 
Nos termos do artigo 275 cabe o rito sumário para duas situações distintas: 
 
I – nas causas de até sessenta salários mínimos 
II – nas causas de qualquer valor: 
 
a) Contratos de arrendamento rural e parceria agrícola: Vêem 
regulamentados pelo Estatuto da Terra (decreto 59.566/66); 
b) Cobrança de condomínio: Qualquer quantia devida do condômino ao 
condomínio. Não confundir com a cobrança executiva (artigo 585, IV) que é 
cobrança do locador ao locatário em decorrência do contrato de locação; 
c) Ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico (rural): É a ação de 
indenização de um imóvel em relação a outro; 
d) Ressarcimento por danos causados em acidentes de veículo (terrestre); 
e) Cobrança de seguro por acidente ou ressarcimento de veículo : Alínea que 
vem perdendo a eficácia com a possibilidade de se denunciar à lide no rito 
sumário nos casos de seguro (artigo 280) ; 
f) Cobrança de honorários de profissionais liberais desde que não haja 
legislação específica dispondo o contrário : Cobrança de qualquer 
profissional liberal (médico, dentista, mecânico) desde que o estatuto 
relativo de classe não disponha de outra ação; 
g) Demais casos em lei: podemos citar a adjudicação compulsória, o 
usucapião especial (6969/81), a revisional de alugueres (8245/51), dentre 
outros. 
 
 18 
A petição inicial segue os requisitos dos artigos. 282/283. Sua diferença reside na imediata 
apresentação de rol de testemunhas, sob pena de preclusão bem como a indicação do 
assistente técnico e dos quesitos, caso haja prova técnica a ser produzida. O réu será citado 
para apresentar em defesa em audiência e deverá ser citado ao menos 10 dias antes da 
audiência. 
 
No procedimento sumário não é admissível ação declaratória incidental, nem intervenção 
de terceiros, salvo a assistência, o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada 
em controle de seguro. 
 
NOTA IMPORTANTE: As diferenças na petição inicial do rito sumário para o 
rito ordinário residem em duas ordens: 1º) ao invés de se requerer a citação do réu para 
apresentar defesa em quinze dias, deve se requerer seja citado para apresentar defesa em 
audiência; 2º apresentar rol de testemunha bem como quesitos e assistente técnico se 
houver. 
 
 
MODELO GERAL DE PEDIDO PARA O RITO SUMÁRIO: 
 
Isto posto requer; 
 
I) a citação do réu por oficial de justiça para apresentar, em querendo, defesa em 
audiência a ser designada por Vossa Excelência, sob pena de reputarem-se aceitos os 
fatos alegados (artigo 319) 
 
II) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de ______________ 
 
III) seja o réu condenado, outrossim, nas custas e honorários a serem arbitrados por Vossa 
Excelência (artigo 20, CPC) 
 
IV) Informa que as intimações deverão ser intimadas ao Dr... no endereço___________ 
 19 
 
V)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam 
desde já requeridas ainda que não especificadas. 
 
Requer, nesta oportunidade a indicação do Assistente Técnicoo Doutor ___________ que 
irá acompanhar os trabalhos periciais até seus regulares termos. 
 
Informa as testemunhas que serão ouvidas nos termos do artigo 407 do CPC: 
 
Nome - 
Qualificação completa – 
 
Atribui-se à causa o valor de R$________ 
 
Termos em que, pede deferimento 
 
São Paulo (data) 
 
(nome do advogado) 
(OAB do advogado) 
 
Quesitos ao perito: 
 
Questão 1 
Questão 2 
Questão 3 
 
 
 
 
 20 
PARTE III – PROCESSO DE CONHECIMENTO 
 
MODALIDADES DE DEFESA 
 
CONTESTAÇÃO 
 
Base Legal – artigos 300-303 
Prazo – 15 dias (regra) 
Notas importantes – Não esquecer de observar quando da apresentação da defesa a regra 
da eventualidade e o ônus da impugnação específica. 
 
ESTRUTURA LÓGICA DA CONTESTAÇÃO: 
 
Para estruturar bem uma peça de contestação é importante observar algumas regras de 
estrutura da peça. Assim toda contestação conterá as fases que aqui se apresenta: 
 
1- ENDEREÇAMENTO 
2 – QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 
3 – FATOS 
4 – PRELIMINARES 
5 – MÉRITO 
6 – QUESTÕES PREJUDICIAIS 
7 – PEDIDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
1 – ENDEREÇAMENTO 
 
O endereçamento da contestação será sempre perante o juízo pela qual corre o processo. 
 
2 – QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 
 
Segue a mesma ritualística que a inicial. Apenas, por completa desnecessidade (e isso se 
aplica também ao exame da OAB) não há necessidade de se deduzir a qualificação 
completa (nome, prenome, endereço) se a inicial já o fez corretamente. Assim, não é 
inapropriado colocar “Fulano de Tal, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, 
vem à presença de V. Excelência por seu advogado....”. 
 
NOTA IMPORTANTE: A contestação não se interpõe ou propõe, mas se 
APRESENTA. Assim, a parte vem “apresentar contestação pelos motivos abaixo 
expostos.”. 
 
3 – FATOS 
 
Ao contrário do que se imagina os fatos vêm antes das preliminares. E isso porque muitas 
“preliminares se confundem com o mérito” (vide as condições da ação). Assim é 
importante para que o magistrado/examinador possa inferir a preliminar, conhecer dos fatos 
do processo. 
 
Os fatos se limitam a narrar o pedido do autor na inicial (ou do problema, quando se tratar 
de peça prática). Assim não se deve emitir nenhum juízo de valor nos fatos, pois esta 
argumentação será reservada ao capítulo do mérito. No máximo retire um pouco da força 
argumentativa da inicial com as expressões “alegada dívida”, “suposto crédito”. 
 
 
 
 
 22 
4 - PRELIMINARES 
 
Por raciocínio lógico, essa matéria virá antes da matéria de mérito. A estas matérias que são 
susceptíveis de discussão chamamos de preliminares que, por definição legal, é a defesa 
direta contra o processo. Sob a égide de um único artigo (301 CPC), o legislador 
hospedou todas as preliminares que podem ser suscitadas pela parte e também conhecidas 
de oficio pelo juiz, à exceção do compromisso arbitral (art. 301 §4º). 
 
As preliminares no nosso sistema poderão ser dilatórias ou peremptórias conforme os 
efeitos que elas incidirão no processo se acolhidas. As preliminares peremptórias ensejam a 
extinção do feito. Os incisos III, IV, V, VI, IX e X do art. 301 do CPC prescrevem as 
chamadas preliminares peremptórias. Já as dilatórias, visam somente corrigir algum vício 
endoprocessual retardando a marcha do processo até que essa invalidade seja sanada. São 
os casos dos incisos I, II, VII, VIII, XII. 
 
Esta diferenciação será sobremodo importante para o entendimento de como montar uma 
preliminar conforme se verá abaixo. 
 
COMO SE MONTA UM PRELIMINAR: 
 
Basicamente a estrutura da preliminar resolve-se por uma equação: 
 
Artigo 301 inc___ + fundamentação jurídica + conseqüência (artigo 267 ou 
regularização do feito). 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
Assim imagine-se uma preliminar de ilegitimidade de parte (preliminar peremptória): 
 
“Preliminarmente o réu é parte ilegítima para figurar no feito nos termos do artigo 301, X 
do CPC. E isso porque conforme se verifica no contrato trazido ao processo é réu não 
figura como locatário, mas sim terceira pessoa. Desta forma requer a extinção do processo 
sem julgamento de mérito nos termos do artigo 267, VI”. 
 
Agora uma preliminar dilatória: 
 
“Preliminarmente este Juízo é absolutamente incompetente para conhecer do feito nos 
termos do artigo 301, II do CPC. E isso porque a ação ora proposta versa sobre direito de 
família e este juízo é de competência exclusiva cível. A incompetência material é absoluta, 
não comportando derrogação por nenhuma das partes. Desta forma requer a remessa dos 
autos para a vara cível competente”. 
 
5 - MATÉRIA DE MÉRITO 
 
A definição de mérito no nosso conceito é a pretensão posta em juízo sobre um dado direito 
material, já que o conceito de mérito é mais claramente visto (o seu julgamento ou não) nas 
hipóteses dos artigos 267 e 269 que à evidência deflagram o final do processo. 
 
É errado pensar que a matéria de mérito se dirige contra o pedido diretamente, pois a defesa 
de mérito ataca a sustentação do pedido, os argumentos e fatos que dão base à pretensão – a 
causa de pedir remota e próxima. São elas, portanto: 
 
a) Defesa de mérito direta : Ocorre quando o réu ataca diretamente os fatos que 
fundamentam o pedido, negando-os. Nesse caso o réu não apresenta um direito próprio, 
mas conseqüências jurídicas diversas daquelas pretendidas com base no mesmo fato (não 
comprei, não contratei), desta forma como o fato se mantém controverso cabe mesmo ao 
autor provar a sua existência. 
 
 24 
b) Defesa de mérito indireta : Na defesa de mérito indireta o réu não nega os fatos 
constitutivos do direito do autor, mas impõe outros fatos; impeditivos, modificativos ou 
extintivos a fim de impedir que o réu logre êxito na sua demanda. Os contra- fatos que a 
parte poderá apresentar podem ser: 
 
Extintivos – que visam expurgar do mundo jurídico os fatos que o autor pretende ver 
acolhido. É o caso da prescrição. 
Modificativos – visam alterar as conseqüências jurídicas dos fatos trazidos pelo 
autor. Assim se a parte alega a compensação, ela não nega o fato constitutivo – o 
crédito do autor – mas impõe outro que é um crédito seu contra o mesmo que quer ver 
compensado (art. 368 CC). 
Impeditivos – nesse caso pretende o réu, mesmo aceitando os fatos do autor, obstar a 
produção dos seus efeitos. É o caso da exceptio non adimpleti contractus (art. 476 
CC) da qual nos contratos bilaterais de vencimento simultâneo, uma das partes não 
pode exigir o implemento da outra se não cumprir a sua parte na avença. Essa 
argumentação pode ser usada pelo réu para conseguir retardar a produção dos efeitos 
da pretensão. 
 
6 – QUESTÕES PREJUDICIAIS 
 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE – é possível denunciar ao réu denunciar a lide nas hipóteses do 
artigo 70 do CPC. O caso mais comum é o réu, demandado em ação de responsabilidade 
civil decorrente de acidente de veiculo automotor, denuncia a seguradora. 
 
CHAMAMENTO AO PROCESSO – é possível chamar ao processo os demais coobrigados da 
relação jurídica de direito material que não foram trazidos ao processo. As hipóteses de 
chamamento (fiança/solidariedade) estão no artigo 77 do CPC. 
 
PRESCRIÇÃO – A prescrição não é matéria preliminar, pois a sua decretação acarreta o 
encerramento do processo com julgamento de mérito nos termos do artigo 269, IV do CPC. 
 
 25 
PEDIDO CONTRAPOSTO – É a reconvenção dentro da própria defesa. Utilizada somente em 
alguns casos que o sistema veda a reconvenção, como o rito sumário, o JEC e as 
possessórias. 
 
7 - PEDIDOO pedido da contestação se limita a pedir que o juiz acolha a (s) preliminar (es) argüida (s) 
e no mérito que seja o pedido julgado improcedente. Requer produção de provas. Custas e 
honorários para que sejam arcados pelo autor. 
 
EXCEÇÕES RITUAIS (Incompetência, Impedimento e Suspeição) 
 
Base Legal – artigos 304-314 
Prazo – 15 dias contados da data em que se tomou ciência do fato 
Notas importantes – nas exceções de impedimento e suspeição o réu (excepto) é o próprio 
juiz. 
 
Conforme visto, a contestação é forma de defesa do réu contra o pedido do autor 
objetivando, no mais das vezes, uma sentença de improcedência. Todavia o rol das defesas 
processuais não se exaure naquelas enumeradas no artigo 301. Existem defesas processuais 
outras como a continência (artigo 104, CPC), a impugnação ao valor de causa (artigo 261, 
CPC) e as exceções rituais. 
 
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA – É sabido que a competência é instituto criado para 
distribuir e organizar os órgãos do poder judiciário de suas funções. Este incidente se 
destina a suscitar somente a incompetência relativa (territorial), pois a absoluta (que versa 
sobre a matéria e a função), por ter natureza de objeção, deve ser argüida em preliminar de 
contestação (artigo 301, II CPC). A exceção será apresentada em petição escrita com os 
documentos necessários para se provar a juridicidade daquilo que se alega. É necessário 
indicar o foro competente (art. 307 CPC). Abre-se vista ao excepto para se manifestar em 
10 dias sobrevindo decisão nos outros dez dias. 
 26 
 
EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO – As definições de impedimento e 
suspeição estão respectivamente catalogadas nos artigos 134 e 135 do CPC. O vocábulo 
‘parcialidade’ não se apresenta como o mais adequado para afastar o juiz do julgamento de 
um dado processo, pois incide numa conotação subjetiva, da qual o juiz “seja parcial” o que 
não é verdade. Desta forma o legislador criou situações de direito material (e.g. parentesco) 
e processual (e.g quando foi advogado no processo) para que ele fique obstado de julgar a 
causa. O critério deve ser tomado objetivamente, ou seja, se o juiz recair numa das 
hipóteses enumeradas pelo legislador deve ser proibido de julgar a causa, 
independentemente de se perquirir se há o interesse no litígio ou não. 
 
A petição deve estar instruída com os documentos que comprovem as alegações deduzidas 
e rol de testemunhas (art. 312 CPC). Recebida a exceção o juiz poderá reconhecer seu 
impedimento ou suspeição e remeter os autos, em decisão irrecorrível, ao seu substituto 
legal. Contrariu sensu poderá, em não concordando, apresentar suas razões em dez dias 
(nos mesmos moldes do artigo 312 CPC) sendo endereçada a superior instância para 
julgamento. Em sendo procedente a exceção no tribunal, haverá deliberação sobre quais 
atos do processo serão invalidados, bem como determinará as custas processuais a serem 
pagas pelo juiz substituído. Ao juiz é vedado recorrer desta decisão. Todavia caberão 
recursos para o STJ e STF da decisão que julgar a exceção improcedente, desde que, 
evidentemente, preenchidos os pressupostos de sua admissibilidade. O impedimento poderá 
ser argüido após o trânsito em julgado por meio de ação rescisória (art. 485, II, CPC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
RECONVENÇÃO 
 
Base Legal – artigos 315-318 
Prazo – 15 dias, concomitante com a contestação (art. 299) 
Notas importantes – réu reconvinte (autor da reconvenção) e autor reconvindo (réu da 
reconvenção) 
 
A reconvenção é uma demanda dentro de um processo pendente, apresentada juntamente 
com a contestação. Requisitos da reconvenção: 
 
1) endereçado ao próprio juiz da causa por prevenção 
2) a distribuição será por dependência ao processo principal 
3) por garantia é necessário qualificar (novamente) as partes por se tratar de uma ação 
(exigência do artigo 282, II, CPC) 
4) o reconvinte deverá requerer a intimação do reconvindo na pessoa do seu advogado 
para apresentar defesa em 15 dias. 
 
São requisitos especiais da reconvenção: 
 
Quanto à legitimidade - sabido é que somente o réu poderá reconvir (artigo 315, CPC). Não 
pode ser o autor legitimado extraordinário já que se estaria demandando em nome alheio e, 
portanto, não poderá responder aos termos da demanda do réu (reconvenção). 
 
Compatibilidade de procedimento – A reconvenção como processo destinado à obtenção de 
uma sentença é instituto especifico das ações cognitivas de jurisdição contenciosa, não se 
admitindo nos processos executivo, monitório, cautelar e de jurisdição voluntária. Nos 
procedimentos especiais segue-se a regra do princípio da legalidade ampla (a parte poderá 
fazer tudo aquilo que a lei não veda – art. 5º, II, CF), ou seja, é cabível a reconvenção 
desde que não ocorra uma dessas situações: a) seja incompatível com a estrutura do 
procedimento (falência, inventário); b) quando o procedimento tiver previsão de pedido 
contraposto (possessórias, prestação de contas) e c) quando não comportar o contra-ataque 
 28 
(ex. conversão de separação judicial em divórcio). Mas como regra principal, basta 
verificar se o procedimento adquire o rito ordinário a partir da apresentação da defesa. Se 
sim, a reconvenção é cabível. 
 
Juízos competentes – mais um requisito que se faz necessário é de que o juiz que conhece 
da causa originária deve ser competente para conhecer da reconvenção sob pena de ferir 
regra de competência absoluta (rectius – funcional e material). 
 
Procedimento – A reconvenção deverá ser apresentada simultaneamente com a defesa 
(artigo 299, CPC), sob pena de preclusão consumativa. 
 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL 
 
Base Legal – Art. 5o. e 325 do CPC 
Prazo – 10 dias para o autor e 15 para o réu a partir do momento da apresentação da defesa. 
Notas importantes – Por ter natureza de ação deve ser elaborada com observação do art. 
282 do CPC. 
 
O artigo 297 não faz menção à ação declaratória incidental como forma de defesa do réu. 
Todavia é modalidade de resposta cuja previsão fica diferida para os artigos 5º e 325 do 
CPC. Difere-se no procedimento da ação declaratória do artigo 4º CPC, já que não 
depende, em especial, de questão subordinada para que possa ser julgada em caráter 
prejudicial. 
 
Uma vez proposta ação declaratória incidental, os limites da coisa julgada se estenderão 
também a ela (artigo 470, CPC). Sem a sua propositura, ela se limita a ficar na parte de 
fundamentação da sentença (art. 469, CPC). 
 
 
 
 29 
São requisitos da ação declaratória incidental: 
 
a) a existência de questão prejudicial: Por questão prejudicial entende-se nas questões que, 
por influenciar na decisão subseqüente, devem ser julgadas antes. b) litigiosidade – o fato 
gerador da ADI é a controvérsia, o surgimento da questão que só aparece com a 
apresentação da contestação. 
 
b) competência absoluta do juiz: conforme visto, a declaratória incidental utiliza-se do 
mesmo pórtico procedimental que a reconvenção e, portanto, haverá julgamento conjunto 
com a causa originária (artigo 318, CPC). 
 
c) procedimento: O artigo 325, aparentemente restringe a legitimação da ADI para o autor, 
o que é falso e já devidamente afastado pelo ordenamento. O artigo 5º arreda essa suposta 
dúvida franqueando a qualquer das partes o manuseio da requestada ação sempre que “no 
curso do processo, se tornar litigiosa a relação jurídica de cuja existência ou inexistência 
depender o julgamento da lide”. 
 
IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA 
 
Base Legal – Art. 261 do CPC 
Prazo – 15 dias da juntada do mandado 
Notas importantes – a impugnação ataca o valor atribuídoà causa e não o pedido 
formulado. Logo a impugnação poderá até ser utilizada para aumentar o valor. 
 
Da mesma forma que a ação declaratória incidental o artigo 297 não faz menção à 
impugnação ao valor da causa. Essa modalidade de resposta, todavia, vem disciplinada no 
artigo 261 do código. Trata-se de uma hipótese privativa do réu (e demais legitimados 
conforme se verá abaixo) para o fim de se adaptar o valor da causa (seja para mais, seja 
para menos) às regras pertinentes aos artigos 259 e 260 que disciplinam o valor na inicial. 
 
 30 
Trata-se de incidente processual e não uma nova ação. Será autuada em apenso ao processo 
principal (salvo no Juizado especial que será apresentada na mesma peça da contestação – 
art. 30, L.9099/95) e, como apenso que é, da decisão acerca do pedido de impugnação é 
cabível o recurso de agravo já que se trata de decisão interlocutória. 
 
Quanto ao processamento, será apresentada no prazo de defesa, ou seja, 15 dias no rito 
ordinário e no rito sumário em audiência. A sua interposição não suspende o processo e o 
autor será intimado, na pessoa do seu advogado para se manifestar em cinco dias. A não 
impugnação presume-se aceito o valor da causa tal qual estipulado (art. 261, § único, CPC) 
o que nos faz crer que ao juiz seja vedado conhecer de oficio do valor sem que a parte tenha 
suscitado, salvo se desse conhecimento resultar a modificação territorial ou o rito, já que 
um dos critérios tanto de um, quanto do outro é o valor da causa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
PARTE IV – AÇÕES DE RITO ESPECIAL 
 
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
 
Base Legal – Art. 334 e ss. do CC e Arts. 890 e ss. do CPC 
 
Procedimento – Rito Especial 
 
Notas – Na ação de consignação o autor é o devedor, como regra geral, ou um terceiro 
interessado na extinção da obrigação. O réu sempre será o credor seja ele certo ou incerto. 
 
Nomenclatura – Autor e réu 
 
 
O art. 335 do Código Civil elenca as principais hipóteses que possibilitam ao credor liberar-
se da obrigação por meio do pagamento por consignação. Registre-se, porém, que o art. 335 
não é taxativo. Tanto isso é verdade que o próprio Código Civil traz outras situações que 
permitem a consignação (arts. 341 e 342), como também a legislação complementar 
(Decreto-Lei n. 58/37, art. 17, parágrafo único; Lei n. 492/37, arts. 19 e 21, III, etc.) 
 
As principais hipóteses são: 
 
a) Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação 
na forma devida; 
 
b) Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condições devidos; 
 
c) Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em 
lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
 
d) Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
 
e) Se pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
 
 
Procedimento da Ação de Consignação em Pagamento 
 
Trata-se de um rito especial previsto nos arts. 890 e seguintes do CPC. 
 
Foro Competente 
 
O art. 891 do CPC determina que a consignação será requerida no lugar do pagamento. 
Portanto, a definição de competência da consignatória sofre variações de acordo com a 
natureza do bem objeto do depósito judicial. 
 
 
 32 
Legitimidade 
 
Legitimado ativo para a propositura é o devedor e ao juridicamente interessado no 
pagamento da dívida. Legitimado passivo será o credor conhecido, aquele que alegue 
possuir tal condição ou, ainda, sendo ele desconhecido, o credor incerto, a ser citado por 
edital (CPC, art. 231, I), em seu favor intervindo, se for o caso, o curador de ausentes (CPC, 
art. 9o, II). 
 
Requisitos Específicos da Petição Inicial 
 
Além dos requisitos do art. 282 e 283 do CPC, a petição inicial deve conte pedido expresso 
para que o juiz autorize o depósito judicial do bem, o qual, uma vez deferido, deve se 
realizar em cinco dias (art. 893, I do CPC). Quando as prestações forem periódicas, uma 
vez consignada a primeira, pode o devedor continuar a consignar. 
 
É importante observar, finalmente, que se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a 
escolha couber ao credor, ou seja, o réu, o autor deverá requerer na citação que o primeiro 
efetue a escolha no prazo de cinco dias. 
 
Valor da Causa 
 
Na ação de consignação em pagamento, o valor da causa depende do objeto do pagamento. 
Se o bem tiver valor certo, este será o valor da causa. Tratando-se de consignação. 
Tratando-se de consignação de dívida que vence em parcelas, o valor da causa será o valor 
das parcelas vincendas até o limite de uma anuidade (arts. 258/260 do CPC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
MODELO DE PEDIDO DE AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: 
 
Isto posto requer; 
 
I) Se digne V. Excelência em determinar o depósito da (quantia / coisa) devida no prazo de 
cinco dias, e que se deferido, seja permitido os sucessivos depósitos enquanto se vencerem 
as parcelas no curso da lide. 
 
II) a citação do réu por oficial de justiça para, em querendo, proceda ao levantamento da 
quantia / coisa depositada ou em querendo apresente defesa no prazo de 15 dias, sob pena 
de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319) 
 
III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se declarar a extinção do 
débito por meio dos depósitos ora efetivados. 
 
IV) seja o réu condenado, outrossim, nas custas e honorários a serem arbitrados por Vossa 
Excelência (artigo 20, CPC) 
 
V) Informa que as intimações deverão ser intimadas ao Dr... no endereço___________ 
 
VI) Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam 
desde já requeridas ainda que não especificadas. 
 
Atribui-se à causa o valor de R$________ 
 
Termos em que, pede deferimento 
 
São Paulo (data) 
 
(nome do advogado) 
(OAB do advogado) 
 34 
AÇÕES POSSESSÓRIAS 
 
Base Legal – Art. 1210 e ss. do CC e Arts. 920 e ss. do CPC 
 
Procedimento – Rito Especial (Força Nova) e Rito Ordinário (Força Velha) 
 
Notas – O objeto das ações possessórias é a posse e não a propriedade. 
 
Nomenclatura – Autor e réu 
 
 
Dispõe o art. 1.210 do Código Civil que o possuidor tem direito a ser mantido na posse, em 
caso de turbação, restituído, no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo 
receio de ser molestado. Pela leitura desse dispositivo se vê que a proteção da posse guarda 
um componente de estabilidade social. Portanto, os instrumentos de proteção possessória 
são, sem dúvida, formas de impedir a ruptura da paz social, daí porque sua violação atinge 
o respeito à personalidade humana. 
 
Somente a posse justa desfruta da proteção das ações possessória. O art. 1.200 do Código 
Civil afirma que a posse justa é aquela que não for violenta, clandestina ou precária. A 
posse é violenta quando o possuidor sabe que a coisa não é sua e dela se apossa assim 
mesmo. A posse é clandestina quando adquirida sub-repticiamente, como no caso do 
proprietário de um imóvel rural que muda a localização das cercas divisórias, com prejuízo 
para o vizinho. E a posse diz-se precária quando decorre de um título jurídico, como a 
locação, que deixou de ter validade, ou em comodato de prazo já expirado. 
 
As ações possessórias no regime do CPC são as de manutenção e reintegração de posse 
(CPC, arts. 926 a 931) e o interdito proibitório (arts. 932 e 933). Importante observar, 
quanto à ação de imissão de posse, prevalece o entendimento de que tem natureza 
petitória 1. 
 
Características das Ações Possessórias 
 
Por tratar-se de um procedimento especial, as ações possessórias possuem algumas 
características que merecem destaque: 
 
a) Fungibilidadedas Ações Possessórias – Contemplada no art. 920 do CPC significa a 
possibilidade que o juiz possui de conhecer e decidir de pedido diverso daquele 
originariamente formulado pelo autor. 
 
b) Natureza Dúplice das Ações Possessórias – Assegura o art. 922 do CPC ao réu, nos 
interditos possessórios, o direito de usar a própria contestação para alegar que a sua posse 
foi ofendida, e demandar, contra o autor, a proteção possessória. 
 
1 “A ação de imissão na posse tem índole petitória e não possessória. Caso de não-aplicação do art. 923 do 
CPC. Prescrição aquisitiva consumada antes da arrematação e subseqüente pedido de imissão” (STJ, Resp 
35975/RJ, 3a . Turma, Rel Min. Cláudio Santos). 
 35 
c) Natureza Executiva do Procedimento Interdital – As ações possessórias possuem 
natureza executiva, tendo em vista que a decisão proferida pelo juiz, quando acolhida, 
ordena a expedição de um mandado a ser cumprido coativamente pelos órgãos auxiliares do 
juízo contra aquela que atentou contra a posse do autor. 
 
d) Possibilidade de Cumulação de Pedidos – Muito embora o pedido possessório se 
restrinja as mandados de reintegração, de manutenção ou de proibição contra o que agride 
ou ameaça agredir a posse do autor, permite a lei processual, especificamente no art. 921 do 
CPC, a cumulação de outros pedidos. As cumulações possíveis são: a) perdas e danos, 
desde de que a lesão tenha ocorrido concretamente e comprovada durante a instrução da 
causa; b) cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho; e c) desfazimento de 
construção ou plantação. 
 
Procedimento das Ações Possessórias 
 
As ações possessórias possuem ritos distintos que variam de acordo com o momento da 
propositura. Se intentadas dentro de um ano e dia contados a partir da turbação ou do 
esbulho, conhecida como possessória de força nova, o procedimento é o especial (art. 926 e 
seguintes). Se a propositura ocorrer após esse período, caracterizando, assim, a possessória 
de força velha, observar-se-á o rito ordinário (art. 924). 
 
Foro Competente 
 
A propositura da ação possessória, seja qual for o procedimento, é o foro da situação da 
coisa (art. 95 do CPC), salvo aquelas que tiverem por objeto bens móveis. Neste caso 
aplicar-se-á a regra geral do art. 94. 
 
É importante notar, que os Juizados Especiais Cíveis Estaduais também têm competência 
para o processamento e julgamento de ações possessórias (arts. 3o., IV e 4o., da Lei 
9.099/95). 
 
Legitimidade 
 
Legitimado ativo para a propositura dos interditos possessórios é o possuidor, direto ou 
indireto. Não tem essa legitimidade o fâmulo da posse, ou seja, aquele que somente a 
conserva em nome do verdadeiro possuidor e em cumprimento de ordens ou instruções suas 
(Código Civil, art. 1.198). Da mesma forma, carece de legitimidade o simples detentor 
(Código Civil, art. 1.208). 
 
Legitimado passivo é aquele que praticou a ofensa à posse, ainda que também seja 
possuidor (Ex.: Se o locador esbulha a posse do locatário, este promoverá, em face daquele, 
a ação de reintegração). 
 
Requisitos Específicos da Petição Inicial 
 
Além dos requisitos do art. 282 do CPC a inicial possessória deverá demonstrar os 
requisitos do art. 927. Tratam-se de requisitos específicos, os quais o autor deverá 
 36 
demonstra-los, na narrativa dos fatos e comprova- los documentalmente, com o objetivo de 
permitir tanto a avaliação da adequação do procedimento eleito. Frise-se que esses 
requisitos se prestam para a análise da concessão, pelo juiz, sendo o caso, da medida 
liminar. 
 
Assim, cumpre ao autor provar: 
 
a) A Posse – via de regra demonstrando o título que o habilite a qualidade de possuidor. 
 
b) A turbação ou o esbulho praticado pelo réu – Esta é a prova central de qualquer interdito. 
O dano deve ser narrado detalhadamente na petição inicial com todos os seus elementos de 
caracterização. 
 
c) A data da turbação ou do esbulho – Trata-se de um requisito de regularidade 
procedimental. O autor indica o momento do dano provocado pelo réu (esbulho ou 
turbação) para justificar o procedimento que ele adotou, ou seja, se se trata de ação de força 
velha ou de força nova. 
 
d) A continuação da posse, embora turbada ou ameaça, nos casos de manutenção ou 
interdito proibitório. 
 
Concessão Liminar da Tutela Possessória 
 
A concessão da medida liminar nas ações possessórias poderá ocorrer em dois momentos 
distintos: 
 
a) Concessão de medida liminar inaudita altera parte – A concessão da medida sem a 
prévia participação do réu dependerá da comprovação do autor dos requisitos específicos 
das ações possessórias (art. 927). 
 
b) Concessão de medida liminar após a audiência de justificação prévia – Caso o autor não 
consiga demonstrar os requisitos do art. 927, o juiz determinará a realização de uma 
audiência de justificação, citando o réu para comparecer à audiência (art. 928, segunda 
parte). Realizada a audiência e acolhida a justificação, o juiz determinará a imediata 
expedição do mandado competente. 
 
Valor da Causa 
 
Nas ações possessórias, o valor da causa deve ser equivalente ao do bem objeto do litígio. 
Tratando-se de bem imóvel, deve-se utilizar a estimativa oficial para lançamento do 
imposto (IPTU), ordinariamente denominado “valor venal”. 
 
 
 
 
 
 
 37 
M ODELO GERAL DE PEDIDO DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS: 
 
Isto posto requer; 
 
I) Seja concedida liminarmente a reintegração / manutenção da posse do autor, tendo em 
vista o preenchimento dos requisitos previstos no art. 927 do CPC, expedindo-se o 
competente mandado para o cumprimento da decisão. 
 
II)Posteriormente, a citação, por oficial de justiça para apresentar, em querendo, defesa 
no prazo de 05 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 930 do 
CPC) 
 
III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se tornar definitiva a liminar 
ora concedida por ocasião da propositura da ação. 
 
IV) seja o réu condenado, outrossim, nas custas e honorários a serem arbitrados por Vossa 
Excelência (artigo 20, CPC) 
 
V) Informa que as intimações deverão ser intimadas ao Dr... no endereço___________ 
 
VI)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam 
desde já requeridas ainda que não especificadas. 
 
Atribui-se à causa o valor de R$________ 
 
Termos em que, pede deferimento 
 
São Paulo (data) 
 
(nome do advogado) 
(OAB do advogado) 
 38 
SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA 
 
Base Legal – Arts. 1.572 e 1.573 do Código Civil. Art. 34 da Lei no. 6.515/77-LDi 
 
Procedimento – Ordinário 
 
Notas – Nas comarcas onde existe organizada Vara de Família, o endereçamento a elas 
deve ser dirigido. 
 
Nomenclatura – Requerente e Requerido 
 
 
A separação judicial é uma das hipóteses de dissolução do casamento. Nesta hipótese 
extintiva não ocorre o desfecho do vínculo matrimonial, o que impede os cônjuges de 
contrair novas núpcias. Importante observar, que o gênero “judicial” da separação admite 
duas espécies: consensual (ou, por mútuo consentimento – art. 1.574 do CC) e a litigiosa 
(ou, não consensual – art. 1.572). 
 
Procedimento da Ação de Separação Litigiosa 
 
Segundo o art. 34 da Lei do Divórcio, a ação de separação litigiosa deve seguir o rito 
comum ordinário. 
 
Foro Competente 
 
Esta ação deve obedecer ao disposto no art. 100, I, do CPC, ou seja, é competente o foro da 
residência da mulher. 
 
Legitimidade 
 
Trata-se de uma ação personalíssima, daí porque apenas o cônjuge prejudicado poderá 
propô-la contra o cônjuge faltoso. Mas, em caso de incapacidade a lei admite a propositura 
da ação por curador, ascendente ou irmão. 
 
Valor da Causa 
 
Havendo bens a serem partilhados pelos cônjuges, o valor da causa, na ação de separação,deve ser a somatória dos valores dos referidos bens. Não havendo bens e cientes da 
obrigatoriedade de atribuição de um valor à causa (art. 258, CPC), o autor tem autonomia 
para fixar valor segundo critérios subjetivos próprios, desde que compatível com as 
circunstâncias gerais do caso. 
 
 
 
 
 
 39 
MODELO DE PEDIDO AÇÃO DE SEPARAÇÃO LITIGIOSA: 
 
Isto posto requer; 
 
I) a citação do réu por oficial de justiça para apresentar, em querendo, defesa no prazo de 
15 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319) 
 
II) a intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito até o seu final 
 
III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se decretar da separação do 
casal, por culpa exclusiva do réu, expedindo-se o competente mandado para o Cartório de 
Registro Civil, e declarando que (uso do nome, direito de visita, pensão alimentícia, 
partilha dos bens – conforme o caso concreto) 
 
IV) seja o réu condenado, outrossim, nas custas e honorários a serem arbitrados por Vossa 
Excelência (artigo 20, CPC) 
 
V) Informa que as intimações deverão ser intimadas ao Dr... no endereço___________ 
 
VI) Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam 
desde já requeridas ainda que não especificadas. 
 
Atribui-se à causa o valor de R$________ 
 
Termos em que, pede deferimento 
 
São Paulo (data) 
 
(nome do advogado) 
(OAB do advogado) 
 
 40 
 
 
AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO 
 
Base Legal – Arts. 1.580, parágrafo 2o do Código Civil. Art. 40 da Lei no. 6.515/77-LDi 
 
Procedimento – Ordinário 
 
Notas – Nas comarcas onde existe organizada Vara de Família, o endereçamento a elas 
deve ser dirigido. 
 
Nomenclatura – Autor e réu 
 
 
Assim como a separação judicial, o divórcio também é uma hipótese de dissolução do 
casamento. Contudo, este mecanismo dissolutório atinge definitivamente o vínculo 
matrimonial. Destarte, basta alegar e comprovar a separação de fato do casal por dois anos 
ou mais, não havendo necessidade de ser declinada a causa dessa separação. 
 
Procedimento da Ação de Divórcio Litigioso 
 
Segundo o art. 34 da Lei do Divórcio, a ação de divórcio litigioso deve seguir o rito comum 
ordinário. 
 
Foro Competente 
 
Esta ação deve obedecer ao disposto no art. 100, I, do CPC, ou seja, é competente o foro da 
residência da mulher. 
 
Legitimidade 
 
Trata-se de uma ação personalíssima, daí porque apenas o cônjuge poderá propô-la. Mas, 
em caso de incapacidade a lei admite a propositura da ação por curador, ascendente ou 
irmão. 
 
Valor da Causa 
 
Havendo bens a serem partilhados pelos cônjuges, o valor da causa, na ação de divórcio 
litigioso, deve ser a somatória dos valores dos referidos bens. Não havendo bens e cientes 
da obrigatoriedade de atribuição de um valor à causa (art. 258, CPC), o auto r tem 
autonomia para fixar valor segundo critérios subjetivos próprios, desde que compatível com 
as circunstâncias gerais do caso. 
 
 
 41 
M ODELO DE PEDIDO DE AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO: 
 
Isto posto requer; 
 
I) a citação do réu por oficial de justiça para apresentar, em querendo, defesa no prazo de 
15 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319) 
 
II) a intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito até o seu final 
 
III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se decretar o divórcio do 
casal, expedindo-se o competente mandado para o Cartório de Registro Civil, e 
declarando que (uso do nome, direito de visita, pensão alimentícia, partilha dos bens – 
conforme o caso concreto) 
 
IV) seja o réu condenado, outrossim, nas custas e honorários a serem arbitrados por Vossa 
Excelência (artigo 20, CPC) 
 
V) Informa que as intimações deverão ser intimadas ao Dr... no endereço___________ 
 
VI)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam 
desde já requeridas ainda que não especificadas. 
 
Atribui-se à causa o valor de R$________ 
 
Termos em que, pede deferimento 
 
São Paulo (data) 
 
(nome do advogado) 
(OAB do advogado) 
 
 42 
 
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE 
 
Base Legal – Art. 1.606 e 1.516 do Código Civil e Lei no. 8.560/92 
 
Procedimento – Ordinário 
 
Nomenclatura – Autor Réu 
 
Aspectos Específicos sobre a Prova de Paternidade 
 
Com o exame DNA, é possível afirmar-se a paternidade com um grau praticamente 
absoluto de certeza. 
 
É necessário frisar que ninguém pode ser constrangido a fornecer amostras do seu sangue 
para a realização da prova pericial. No entanto, a negativa do réu pode levar o juiz, a quem 
a prova é endereçada, a interpreta-la de forma desfavorável àquele, máxime havendo outros 
elementos indiciários. A súmula 301 do STJ afirma: “Em ação investigatória, a recusa do 
suposto pai a submeter-se ao exame DNA induz presunção júris tantum de paternidade”. 
 
Procedimento da Ação de Investigação de Paternidade 
 
A ação de investigação de paternidade segue o rito comum ordinário, tendo em vista que se 
trata de ação de estado. 
 
Foro Competente 
 
O domicílio do réu, conforme regra geral do art. 94 do CPC, é o foro competente da ação 
de investigação de paternidade, salvo se houver pedido cumulado de alimentos. Neste 
último caso, a ação será ajuizada do domicílio do autor, nos termos do art. 100, II do CPC 
 
Legitimidade 
 
A legitimidade ativa para o ajuizamento da ação de investigação de paternidade é do filho. 
O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, por isso, a ação é privativa 
dele. Se menor será representado pela mãe ou tutor.É de se admitir o litisconsórcio ativo 
facultativo dos filhos da mesma mãe na investigação de paternidade do mesmo suposto 
genitor. Se a mãe do investigante é menor, relativa ou absolutamente incapaz, poderá ser 
representada ou assistida por um dos seus genitores, ou por tutor nomeado especialmente 
para o ato, a pedido do Ministério Público, que zela pelos interesses do incapaz. 
 
Se o filho morrer antes de inicia-la, seus herdeiros e sucessores ficarão inibidos para o 
ajuizamento, salvo se “ele morrer menor e incapaz (CC, art. 1.606). Se já tiver sido 
iniciada, têm eles legitimação para “continuá-la, salvo se julgado extinto o processo” (art. 
1.606, parágrafo único). 
 
 43 
A doutrina reconhece legitimidade ao nascituro para a propositura da ação de investigação 
de paternidade, representado pela mãe, não só em face do que dispõe o parágrafo único do 
art. 1.609 do Código Civil, como também por se tratar de pretensão que se insere no rol dos 
direitos da personalidade e na idéia de proteção integral à criança, consagrada na própria 
Constituição Federal. 
 
Também não há empecilho para que o filho adotivo intente ação de investigação de 
paternidade em face do pai biológico, de caráter declaratório e satisfativo do seu interesse 
pessoal. 
 
A lei n.8.560/92 permite que a referida ação seja ajuizada pelo Ministério Público, na 
qualidade de parte, havendo elementos suficientes, quando o oficial do Registro Civil 
encaminhar ao juiz os dados sobre o suposto pai, fornecidos pela mãe ao registrar o filho 
(art. 2o, parágrafo 4o.), ainda que o registro de nascimento tenha sido lavrado anteriormente 
à sua promulgação. Trata-se de legitimação extraordinária deferida aos membros do 
Parquet, na defesa dos interesses do investigando. 
 
A legitimidade passiva recai no suposto pai (ou na suposta mãe, dependendo de quem está 
sendo investigado, muito embora a ação de investigação de maternidade seja rara) Se o 
demandado já for falecido, a ação deverá ser dirigida contra seus herdeiros. Havendo 
descendentes ou ascendentes, o cônjuge do falecido nãoparticipará da ação, se não 
concorrer com estes à herança, salvo como representante do filho menor. 
 
Deverá a viúva ser citada como parte, todavia, sempre que for herdeira, seja por inexistirem 
descendentes e ascendentes (CC, art. 1.829, III), seja por concorrer com eles à herança (art. 
1.829, I e II). Se não houver herdeiros sucessíveis conhecidos, a ação deverá ser movida 
contra eventuais herdeiros, incertos e desconhecidos, citados por editais. 
 
Valor da Causa 
 
Se a ação não estiver cumulada com alimentos e também não envolver questões 
patrimoniais, o autor tem autonomia para fixar valor segundo critérios subjetivos próprios 
(art. 258, CPC), desde que compatível com as circunstâncias gerais do caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 44 
MODELO DE PEDIDO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE: 
 
Isto posto requer; 
 
I) a citação do réu por oficial de justiça para apresentar, em querendo, defesa no prazo de 
15 dias, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319) 
 
II) a intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito até o seu final 
 
III) os benefícios da justiça gratuita, pois o autor se declara pobre no sentido jurídico do 
termo, conforme declaração anexa 
 
IV) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se declarar a paternidade da 
autora em face do réu, que passará a chamar-se____________ 
 
V) seja o réu condenado, outrossim, nas custas e honorários a serem arbitrados por Vossa 
Excelência (artigo 20, CPC) 
 
VI) Informa que as intimações deverão ser intimadas ao Dr... no endereço___________ 
 
VII)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam 
desde já requeridas ainda que não especificadas, em especial perícia técnica DNA. 
 
Atribui-se à causa o valor de R$________ 
 
Termos em que, pede deferimento 
 
São Paulo (data) 
 
(nome do advogado) 
(OAB do advogado) 
 45 
 
INVENTÁRIO NA FORMA DE ARROLAMENTO SUMÁRIO 
 
Base Legal – Art. 2.015 do Código Civil e art. 1.031 e seguintes do CPC 
 
Procedimento – Jurisdição Voluntária. 
 
Notas – No caso de arrolamento, todos os herdeiros, e respectivo cônjuge, deverão passar 
procuração para o Advogado 
 
Nomenclatura – De Cujus; Inventariante; Herdeiros. 
 
 
Com a abertura da sucessão instaura-se entre os herdeiros um condomínio sucessório, um 
estado de comunhão que cessará com a partilha. O inventário é feito para descrever e 
avaliar os bens possibilitando a posterior divisão do acervo entre os herdeiros. 
 
O inventário, na forma de arrolamento sumário, pode ocorrer quando todos os herdeiros 
forem capazes e estiverem acordados sobre a partilha dos bens deixados pelo de cujus. 
Neste caso, deve ser atendido o princípio da igualdade na partilha, consistindo este na boa 
partição da herança, dando-se em bens, a cada um dos herdeiros, uma soma de valores 
correspondentes a seu direito hereditário, formando-se quinhões em partes iguais, sob pena 
de ser a partilha anulada, determinando-se que outra seja feita. 
 
O procedimento simplificado do arrolamento terá cabimento também no caso de herdeiro 
único (art. 1.031, parágrafo 1o.). 
 
Procedimento do Inventário na forma de Arrolamento Sumário 
 
A petição inicial do arrolamento sumário deverá seguir as regras do art. 1.032 e seguintes 
do CPC, acompanhada da certidão de óbito e do comprovante de recolhimento de custas, se 
devidas (CPC, art. 1.034, parágrafo 1o.), contendo histórico elaborado em consonância com 
o disposto no art. 993, I a II, do CPC. 
 
Foro Competente 
 
O último domicílio do autor da herança é o foro competente para a ação de inventário, na 
forma de arrolamento sumário, consoante art. 96 do CPC e art. 1.785 do CC. 
 
Nos parágrafos do art. 96 do CPC estão previstos os foros subsidiários, quais sejam: a) o da 
situação dos bens, se o autor da herança não tinha domicílio certo, e b) o do lugar do óbito, 
se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes. 
 
Por fim, é bom atentar que compete à Justiça Brasileira, com exclusão de qualquer outra, o 
processamento de inventário de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja 
estrangeiro e tenha residência fora do território nacional. 
 46 
 
Legitimidade 
 
Tem legitimidade para requerer o inventário e partilha, via de regra, aquele que esteja na 
posse e administrador do espólio, também conhecido como administrador provisório. O art. 
988 do CPC também atribui legitimidade concorrente às pessoas que enuncia, ainda que 
não estejam na posse e administração do espólio. Contudo, na hipótese do arrolamento 
sumário, todos os herdeiros, em conjunto, deverão requerer a abertura do inventário. 
 
Requisitos Específicos da Petição Inicial 
 
A petição inicial será formulada em nome de todos os interessados, e será acompanhada da 
certidão de óbito; conterá a descrição de valor dos bens do espólio bem como a declaração 
dos títulos dos herdeiros. Nela se fará, ainda, a designação do inventariante, e formular-se-á 
o pedido de sua nomeação. 
 
Vale lembrar, inclusive, que serão exigidos com a inicial os comprovantes de quitações dos 
impostos anteriores à sucessão. 
 
Valor da Causa 
 
Na ação de inventário, feita na forma de arrolamento sumário, o valor da causa será 
equivalente à soma do valor atribuído aos bens deixados pelo de cujus, sejam móveis, 
sejam imóveis (art. 258 cc art. 1.032, III, CPC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
 
MODELO DE PEDIDO DE ARROLAMENTO SUMÁRIO: 
 
Isto posto requer; 
 
I) A nomeação da primeira qualificada para o cargo de inventariante, sob compromisso 
 
II) A homologação da partilha conforme apresentada com a conseqüente expedição dos 
mandados e alvará pertinentes para a transferência dos bens aos herdeiros 
 
III) Expedição do competente formal de partilha 
 
IV) Informa que as intimações deverão ser intimadas ao Dr... no endereço___________ 
 
 
Atribui-se à causa o valor de R$________ 
 
Termos em que, pede deferimento 
 
São Paulo (data) 
 
(nome do advogado) 
(OAB do advogado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 48 
 
AÇÃO DE ALIMENTOS 
 
Base Legal – art. 1.694 e seguintes do CC. Lei no. 5.478/68 (Alimentos) e Lei no.9.278/94 
 
Procedimento – Rito Especial da Lei no. 5.478/68 (Alimentos) 
 
Notas – O filho não reconhecido não pode postular alimentos segundo o rito especial. Deve 
faze-lo por via ordinária, preferencialmente na investigatória de paternidade 
 
Nomenclatura – Autor (alimentando) e réu ( alimentante) 
 
Todo o indivíduo tem direito à subsistência. Contudo, aquele que não pode garantir sua 
própria mantença, caberá à sociedade, através de órgãos estatais ou entidades, desenvolver 
um mecanismo de assistência. Também ao organismo familiar esse dever assistencial é 
delegado, impondo aos parentes do indivíduo necessitado, o dever de proporcionar-lhe as 
condições mínimas de sobrevivência. 
 
Diante disso, o art. 1.694 do CC prevê a exigência de alimentos, entre parentes, cônjuges e 
companheiros, para viver de modo compatível com sua condição social. Alimentos, na 
linguagem jurídica, tem uma conotação amplíssima, que não pode ser reduzida à noção de 
mero sustento (alimentação), mas envolve, também, vestuário, habitação, saúde, lazer, 
educação, profissionalização, etc. 
 
Procedimento da Ação de Alimentos 
 
Rito especial previsto na lei 5.478/68. Contudo o filho não reconhecido deve postular a 
obrigação alimentar pela via ordinária, preferencialmente na investigatória de paternidade. 
 
Também se postulam por via ordinária a pretensão do devedor à exoneração da prestação 
alimentícia, bem como o pedido de restauração da prestação alimentar. 
 
Foro CompetenteSegundo norma do art. 100, II, do CPC, o foro competente para se ajuizar a ação de 
alimentos é o do domicílio ou residência do alimentando. Todavia, o alimentando, por 
conveniência, pode optar pelo foro do domicílio do réu, regra geral, consoante art. 94 do 
CPC, visto que a competência prevista no art. 100 é relativa. 
 
Legitimidade 
 
Autor da ação é o credor da pensão alimentícia, ou seja, a pessoa que se acha 
impossibilitada de, por si mesma, atender a suas necessidades para sobreviver. Como réu 
figurará o indivíduo ligado ao autor pelo parentesco, casamento e pela União Estável, salvo 
as outras hipóteses estranhas ao direito de família que ensejam a obrigação alimentar. 
 
 49 
Na hipótese de alimentos decorrentes do parentesco, deverão figurar no pólo passivo os 
parentes segundo a regra do art. 1.697 do CC. Se o parente convocado não estiver 
habilitado a cumprir a obrigação totalmente (art. 1.698 do CC), poderá chamar outros 
parentes, de grau imediato para concorrer no cumprimento da dívida alimentar. Os outros 
são, então, chamados em caráter complementar, como ocorre nas ações de neto chamando o 
avô para complementar a impossibilidade econômica manifestada pelo pai. 
 
Por fim, é importante lembrar, que tratando-se de menores o Ministério Público é parte 
legítima tanto para ajuizar ação de alimentos como para postular execuções de prestações 
alimentícias em favor da criança ou adolescente, conforme interpretação do art. 201, III, da 
Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). 
 
Requisitos Específicos da Petição Inicial 
 
Caberá ao autor, além dos requisitos do art. 282 do CPC, demonstrar os requisitos 
indicados nos arts. 2o e 3o da Lei 5.478/68, a saber: 
 
a) Exposição sumária dos fatos que demonstram as necessidades do autor; 
 
b) Parentesco ou a obrigação de alimentar existente entre o autor e o réu; 
 
c) Indicação de quanto o réu aufere por mês aproximadamente e os recursos que dispõe 
para suportar a obrigação alimentar; 
 
d) Apresentação de três vias da petição inicial. 
 
Fixação dos Alimentos Provisionais 
 
Pode o juiz, verificando que a petição inicial está devidamente instruída com os 
documentos comprobatórios da obrigação alimentar, fixar alimentos provisórios (art. 4o. da 
Lei 5.478/68), levando em consideração as necessidades do alimentando e a possibilidade 
do alimentante, determinando a forma de pagamento ou desconto da pensão alimentícia. 
Esta importância servirá para a mantença do alimentando servirá para sua mantença na 
pendência da lide, partindo do pressuposto da necessidade de obter desde logo o 
indispensável à subsistência. 
 
Da decisão que fixa alimentos provisionais cabe agravo de instrumento. 
 
Valor da Causa 
 
Segundo o art. 259, inciso VI, do CPC, o valor da causa, na ação de alimentos, deve ser o 
equivalente à soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor. Se o alimentando 
pleitear uma porcentagem sobre os rendimentos do alimentante, cujo valor total é 
desconhecido no mo mento da interposição da ação, deve-se lançar como valor da causa 
uma importância meramente estimativa, tendo em vista que toda causa deve 
necessariamente ser atribuído um valor (art. 258, CPC). 
 
 50 
MODELO DE PEDIDO DE AÇÃO DE ALIMENTOS: 
 
Isto posto requer; 
 
I) A concessão de alimentos provisórios a serem arbitrados por V. Excelência, com base 
nas provas trazidas com a inicial e que sejam devidos em quanto se vencerem as parcelas 
no curso da lide. 
 
II) a citação do requerido por oficial de justiça para apresentar, em querendo, defesa e 
audiência, sob pena de reputarem-se aceitos os fatos alegados (artigo 319) 
 
III) seja ao final a demanda julgada procedente para o fim de se condenar o requerido ao 
pagamento dos alimentos definitivos no valor de R$......(por extenso) 
 
IV) seja o requerido condenado, outrossim, nas custas e honorários a serem arbitrados por 
Vossa Excelência (artigo 20, CPC) 
 
V) Informa que as intimações deverão ser intimadas ao Dr... no endereço___________ 
 
VI)Protesta Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos que ficam 
desde já requeridas ainda que não especificadas. 
 
Atribui-se à causa o valor de R$________ 
 
Termos em que, pede deferimento 
 
São Paulo (data) 
 
(nome do advogado) 
(OAB do advogado) 
 
 51 
 
AÇÕES LOCATÍCIAS 
DAS AÇÕES DE DESPEJO 
 
Base Legal – Artigo 59 e seguintes da Lei 8.245/91 
 
Procedimento – Ordinário com as modificações da Lei 8.245/91 
 
Nomenclatura – Autor e Réu 
 
 
Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação de do locador para reaver o 
imóvel, com exceção das hipóteses de desapropriação, é a de despejo. A ação de despejo é 
especifica do locador para reaver a coisa locada, embora possa ser deferida ao proprietário. 
Trata-se do meio processual pelo qual se desfaz o vínculo contratual, obrigando o locatário 
a desocupar o imóvel. 
 
Procedimento das Ações de Despejo 
 
A lei do inquilinato informa nos arts. 59 e seguintes que as ações de despejo terão o rito 
ordinário, com algumas alterações previstas em lei. 
 
Foro Competente 
 
Por força do art. 58 da lei do inquilinato as ações de despejo devem ser propostas no foro 
do lugar da situação do imóvel (inciso II). Trata-se, no entanto, de competência relativa, 
tanto que a lei se refere à possibilidade de foro de eleição. 
 
Legitimidade 
 
Tem legitimidade ativa aquele que figura na qualidade de locador, bem como seus 
sucessores. No pólo passivo da ação figurará o inquilino e seus eventuais sucessores. 
 
Concessão Liminar de Desocupação nas Ações de Despejo 
 
O parágrafo 1o. do art. 59 da lei do inquilinato permite em cinco hipóteses o despejo 
liminar, com desocupação em quinze dias, sem conhecimento do réu, mediante depósito de 
caução em dinheiro. São as hipóteses: 
 
a- Descumprimento do mútuo acordo (art. 9o., inciso I), celebrado por escrito a assinado 
pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis 
meses para desocupação, contado da assinatura do instrumento; 
 
b- O disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da rescisão do contrato de 
trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência prévia; 
 
 52 
c- O término do prazo da locação para temporada, tendo sido proposta a ação de despejo 
em até trinta dias após o vencimento do contrato; 
 
d- A morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação, de acordo com o referido 
no inciso I do art. 11, permanecendo no imóvel as pessoas não autorizadas por lei; 
 
e- A permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada com o locatário. 
 
Cumpre observar que a caução é legal e de cunho processual. Desempenha um papel 
específico no processo, qual seja, acautelar o direito do réu quanto a possível prejuízo. Pela 
sua natureza, é prestada no próprio bojo do processo de conhecimento. 
 
Finalmente, deve-se lembra que a desocupação liminar não se insere propriamente nos 
poderes gerais de cautela do juiz. Tal medida liminar está tratada fora do processo cautelar 
propriamente dito. É providência determinada pelo juiz mediante depósito da caução, nos 
próprios autos do processo de conhecimento. A execução dessa liminar processa-se de 
plano, mediante simples mandado judicial. 
 
 momento devido para pedir a desocupação liminar, antes do conhecimento da parte 
contrária, é com a inicial ou até a citação do réu. Para isso, o pedido de liminar deve 
acompanhar a inicial ou estar inserido nela, com o comprovante da caução. Não pleiteada aí 
a desocupação, deverá o autor aguardar a sentença de procedência, para então pedir a 
execução provisória. 
 
Valor da Causa 
 
Para as ações de despejo o valor da causa será o correspondente a doze meses de aluguel 
(art. 58, III da lei do inquilinato). Para sua determinação

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