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ATIVIDADE I_M1_CONSUMIDOR

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ‐ UNIVALI  
DISCPLINA: Direito do Consumidor  
PROFESSOR: Liton Lanes Pilau Sobrinho 
DATA: 16/03/2021 
ATIVIDADE I – M1 
 
No  ano  de  2006,  foi  derrotada  a  etapa  da  ADIN2591,  que  queria  tornar 
inconstitucional  uma  parte  do  Código  de  Defesa  do  Consumidor  que mencionava  serviços 
bancários de  crédito  securitários e previdenciários. Com a então derrota da ADIN, o  código 
tinha que receber novas normas mais específicas sobre a prevenção do superendividamento, 
crédito responsável e falência do consumidor.  
 
Ganhando pauta pela primeira vez em 2010, a qual foi convocado uma comissão de 
juristas  para  entrar  em  debates  acerca  do  tema,  a matéria  de  prevenção  e  tratamento  de 
situações  de  superendividamento  passou  então  a  ter  notoriedade,  para  que  pudesse  ser 
finalmente ingressada no CDC.  
A negociação do tema de superendividamento ficou em pauta no Senado até o ano 
de 2015, onde finalmente foi aprovado por unanimidade. Do ano de aprovação no Senado até 
o presente momento,  já  foram  feitas mais de 25 audiências públicas acerca do  tema, dessa 
forma, podemos  concluir que o projeto de  Lei do  Senado nº  283, de 2012,  se  trata de um 
projeto muito sólido e debatido.  
No 1°  congresso  acerca do  tema,  a qual deu origem  a muitos projetos pilotos,  foi 
feita a primeira pesquisa empírica para reconhecer o perfil do superendividado, pesquisa que 
se  tratava de uma grande novidade, pois até aquele momento,  só existiam dados acerca do 
endividamento  das  famílias,  recolhidos  da  Federação  do  comércio  e  banco  de  dados  de 
negativos. A pesquisa do perfil do superendividado continua até os dias atuais. 
De acordo com professora Doutora, Claudia L. Marques, a pandemia vai aumentar o 
superendividamento no país. E desses dados, também se vê, que 26,05%  dos casos chamados 
“acidentes  da  vida”  (o  que  levou  os  indivíduos    ao  superendividamento)  era  a  redução  de 
renda.  Portanto,  é  claro  que  os  casos  de  superendividamento  irão  aumentar  e  que  nos 
precisamos  urgentemente,  diga‐se  de  passagem,  de  uma  legislação  nesse  sentido.  Outro 
problema relatado pela palestrante é os casos de práticas comerciais abusivas. O crédito não é 
um problema, mas tem que ser responsável. Por isso que há um capítulo exclusivo na  PL 3515  
que trata apenas sobre o crédito responsável; vejamos alguns pontos : 
a) Primeiro ponto e mais importante. É necessárioinformar, dar cópia do contrato, avaliar 
as condições. Não podemos superendividar um idoso apenas por conta do lucro. O PL 
3515  tem  uma  proteção  contra  o  assédio  de  consumo  (linha  europeia)  
principalmente,  para  os  idosos,  os  analfabetos,  as  pessoas  em  vulnerabilidade 
agravada (pessoas doentes, com deficiência etc);  
 
b) A publicidade de crédito tem que ser limitada. Esse momento pré‐contratual tem que 
ser melhorado. 
De  fato,  a  PL  3515  trás  pontos  importantes,  faz  uma  conexão  de  contrato  de 
consumo e o contrato de credito.   
 Outro  ponto  importante  de  se  frisar,  e  que  ainda  não  foi  retirado  do  texto  de 
consenso, é o direito de arrependimento do crédito consignado. Esse prazo de reflexão de 7 
(sete) dias, que está na PL, é um prazo de extrema  importância, visto que  irá modificar essa 
cultura de afogamento dos contratos de crédito. É  importante que a pessoa tenha tempo de 
conversar com a família, ter tempo de pensar se tem condição de suportar o crédito por 3/5 
anos. Por certo, seria um grande avanço para a nossa sociedade, não só a conciliação, mas a 
prevenção  do  superendividamento.  É  de  grande  valia  a  aprovação  da  PL  3515,  porquanto, 
poderá ser um saída para os mais de 30 milhões de superendividados e uma esperança para as 
gerações futuras, que terão um mercado de consumo melhor que o atual. 
Portanto, conclui‐se, que o superendividamento não afeta apenas o consumidor, mas 
sim, sua família e a economia como um todo, sendo assim, a aprovação da PL 3515 será um 
grande marco no direito do consumidor, quanto aos indivíduos superendividados. A chance de 
parcelar os débitos,  redução das  taxas de  juros e de  inserção no mercado de consumo, sem 
duvidas será um grande ganho coletivo.

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