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Autor: Eng. Gustavo de Araújo Lamon Introdução As empresas de saneamento, de um modo geral, apresentam perda de água elevada quando se compara a quantidade ou o volume de água retirada dos rios e lagos com aquele entregue nas casas para uso residencial, comercial, etc, etc. Fala-se de perdas da ordem de 30%, 40% ou 50%. De que se compõem tais perdas? Na prática, tais perdas são compostas de vários componentes tais como fraudes nos medidores, vazamentos nas ligações, erro de medição macro e micro, “by pass” nos medidores, vazamentos visíveis nas redes, vazamentos não visíveis, ligações clandestinas, etc, etc. Para cada tipo de situação ou problema como os enumerados e, tantos outros que resultará somará em perdas, existe uma maneira ou meio de combate ou de solução. As cidades crescem, as empresas crescem e, cresceram proporcionalmente os problemas de saneamento decorrente da falta de um bom, continuo e perfeita distribuição das redes de abastecimento, com centro de reservação estrategicamente instalado, condição adequada, permitindo conhecer de maneira exata e, em tempo hábil o que se produz, o que se distribui e o que se fatura, portanto, ter nas mãos o controle das perdas. Ter esse controle e gerenciá-la não é difícil, porém, ficaria caro num primeiro momento adotar uma solução global em cima de um sistema já existente, talvez até mal projetado. Contornar o problema, remanejando o que existe, pode ocorrer na mistura do velho com o novo incorrendo na perda de parâmetros ou incompatibilidade técnica, ficando o projeto ou o arranjo ainda mais caro nas adaptações sem, contudo, se alcançar o desejável. Cabe aos sucessivos governos e administradores, dentro de uma política clara, com meta transparente, o desejo de reestruturação, setorização, impondo e aplicando à distribuição, tecnologia de ponta, projetos inteligentes no sentido de cada vez mais controlar o sistema de distribuição de abastecimento, medindo, registrando e totalizando em cada área ou setor, o volume transportado e o consumido, com a finalidade de se gerenciar e controlar, de forma ágil, as perdas do sistema. As perdas, dentro das empresas de saneamento, num sistema de distribuição, representam de um modo geral, um passivo muito grande. Nesse caso, todo um custo de energia elétrica, insumos, análises, mão de obra especializada e outros diversos custos diretos e indiretos estarão indo para o ralo ou sendo devolvidos à natureza na forma de perda por vazamento. Quanto a sua devolução à natureza na forma de vazamentos não visíveis podem trazer conseqüências terríveis ao meio ambiente, tais como desmoronamentos inesperados que comprometem toda uma área viária ou mesmo residencial. O Brasil, privilegiado com uma das maiores bacias hidrográficas do mundo, parece não ter tido no passado uma preocupação com a qualidade da água, que era naturalmente boa, despoluída, portanto, com baixos custos de tratamento e distribuição. Da mesma forma acreditamos que foi pouca a preocupação com a organização racional de sua distribuição planejada. Tudo que se fez foi “puxar” redes, distribuir ou fazer ligações a revelia sem muito planejamento. Avançamos muito quando analisamos os últimos anos, no que se refere às áreas de cobertura na distribuição, tanto no crescimento para o acesso à água potável pelos consumidores de baixa renda, quanto à sistemática do gerenciamento do consumo. Somos um país muito grande e, assim sendo, temos uma administração ou controle global mais difícil. Verificamos uma situação de renda interna muito desigual, da mesma forma, uma grande variação ou deficiência na cobertura da distribuição de água em algumas regiões ou áreas urbanas, e uma negligência na qualidade da distribuição de água em algumas regiões ou áreas urbanas, e uma negligência na qualidade dos serviços de saneamento. A fonte de renda das empresas de saneamento nem sempre são geridas de forma correta e acaba acarretando dificuldades em desenvolver projetos ou financiar com recursos próprios novos investimentos, baseado na sua receita. Por outro lado, as tarifas praticadas, mesmo sendo considerada uma das maiores do mundo, não são capazes de trazer superávits para as empresas que se mostram deficitários financeiramente, fornecendo como conseqüência, um serviço não condizente com os custos praticados. Onde está o problema? Uma das possíveis causas dentre várias, está indo para o ralo, as perdas. As perdas, de um modo geral, componente do somatório do índice geral de perdas de uma empresa de saneamento, se compõem basicamente de: inexatidão das medições, ligações clandestinas, vazamentos não visíveis, etc., etc. Dados do SNIS de 2006 indicam que o Brasil perde cerca de 130m3/s em perdas reais, ou seja, vazamentos. Considerando um custo médio de R$1,00 por m3, chegamos ao valor de R$4.100.000.000,00. Acreditamos que o combate às perdas é viável e as fontes de recurso para financiamento de projetos a combate às perdas estão mais próximas das empresas de saneamento do que elas imaginam. Planejamento, dedicação, determinação e muito trabalho são essenciais se pretendemos trabalhar com índices de perdas abaixo de 10%, almejado pelas empresas de saneamento de todo o mundo. História das Técnicas de Pesquisa de Vazamento Os encanamentos de água já existiam a 3000 A.C, estudiosos encontraram em Mohenjo-Daro no vale da Índia, ruas pavimentadas com sistema de drenagem e canalização a pelo menos 50 centímetros do chão. O início da revolução dos encanamentos começou em 1808 em Londres, onde a companhia de águas mudou os encanamentos de madeira por ferro fundido e chumbo. Em 1842 os engenheiros hidráulicos britânicos decidiram fazer uma revolução em todo o sistema de encanamentos de água e esgoto, pois com a grande revolução dos transportes encadeou um grande surto de cólera e doenças transmitidas pela falta de infra-estrutura das cidades. Na América do Norte a revolução começou através do Coronel e engenheiro civil Julius Walker Adams, nascido em Boston. Ele projetou o esgoto do Broklin Nova York e em 1857 e em Memphis Tennessee em 1873. Com estas revoluções nos dois continentes principais do planeta, logo apareceram os primeiros problemas de encanamentos com entupimento e vazamentos. Fig.1 – Detecção de Vazamento Tradicional - Londres No final do século XIX, a empresa WS.DARLEN & CO, fabricou o primeiro equipamento para detecção de vazamento de água o SONOSCOPE. Este equipamento consiste na escuta de vazamentos em dutos pressurizados onde a ferramenta era um auxílio para a abertura do ponto exato do vazamento. Fig. 2 - Sonoscope Em meados de 1920 Gerhard Fisher, um jovem alemão recém chegado ao Estados Unidos começou uma verdadeira revolução a desenvolver os primeiros detectores de metal, rastreamento de tubos metálicos e rádios finders. Estes rádios finders na verdade eram os primeiros equipamentos de amplificação de som, onde eram captados ruídos vindo do solo. Em 1933 foi criado em sua garagem em Palo Alto Califórnia, o primeiro detector de vazamento valvulado direcionado para as buscas de vazamentos ocultos em dutos de água e óleo dos Estados Unidos o PRDC-V6. Este equipamento com o peso de 26 kg era operado por dois técnicos um no manuseio do equipamento e outro com os fones de ouvido. Na década de setenta a indústria da detecção de vazamentos se expandiu por todo Estados Unidos, onde o sistema passou de valvulado para o transistorizado. Na década de setenta e início da década de oitenta um engenheiro eletrônico chamado Victor C Anderson, inventou o correlacionador e espectro onde mais tarde também seria uma ferramenta para a detecção de vazamentos. Fig. 3 – Geofône Fisher de 1940 Conceituação de Perdas As perdas apresentadas em sistemas de abastecimento, tipicamente, encontram entre a captação e a estação de tratamento de água (denominadas perdas de produção) e entre a estação de tratamento até a entrega no consumidor final (denominada perdas na distribuição).Quando pensamos nas perdas, normalmente pensamos nos vazamentos nas tubulações, entretanto, as perdas vão além destes vazamentos. A importância no conhecimento detalhado das perdas é importante para que possamos priorizar o combate ao tipo de perda. Conceitualmente existem dois tipos de perdas de água: Perdas Aparentes e Perdas Reais Perdas Aparentes Perdas aparentes referem definição quanto ao seu uso. As fraudes em hidrômetros macromedidores e nos micromedidores, erro de leitura podem ser classificados como perdas aparente. Perdas Reais Perdas reais podem ser definidas como água efetivamente desperdiçada, que não chega ao consumidor, perdida através de vazamentos nas redes de distribuição e ramais. Estas perdas são as decorrentes do rompimento em adutoras, redes, ramais e conexões, bem como as trincas estruturais e fissuras nas impermeabilizações de reservatórios. Por se tratar de um Curso de Pesquisa de Vazamento não iremos dar ênfase às perdas aparentes e passaremos a concentrar nossas discussões no que se refere às perdas reais. Na ilustração abaixo, classificamos os três tipos de vazamentos que compõem as perdas reais: Conceituação de Perdas apresentadas em sistemas de abastecimento, tipicamente, encontram entre a captação e a estação de tratamento de água (denominadas perdas de produção) e entre a estação de tratamento até a entrega no consumidor final (denominada perdas na Quando pensamos nas perdas, normalmente pensamos nos vazamentos nas tubulações, entretanto, as perdas vão além destes vazamentos. A importância no conhecimento detalhado das perdas é importante para que possamos priorizar o combate ao itualmente existem dois tipos de perdas de água: Perdas Aparentes e Perdas aparentes referem-se a toda água não contabilizada ou que não tenha uma definição quanto ao seu uso. As fraudes em hidrômetros, ligações clandestinas, erros nos macromedidores e nos micromedidores, erro de leitura podem ser classificados como perdas Perdas reais podem ser definidas como água efetivamente desperdiçada, que não onsumidor, perdida através de vazamentos nas redes de distribuição e ramais. Estas perdas são as decorrentes do rompimento em adutoras, redes, ramais e conexões, bem como as trincas estruturais e fissuras nas impermeabilizações de reservatórios. tar de um Curso de Pesquisa de Vazamento não iremos dar ênfase às perdas aparentes e passaremos a concentrar nossas discussões no que se refere às perdas reais. Na ilustração abaixo, classificamos os três tipos de vazamentos que compõem as Fig. 4 – Tipos de Perdas Reais apresentadas em sistemas de abastecimento, tipicamente, encontram-se entre a captação e a estação de tratamento de água (denominadas perdas de produção) e entre a estação de tratamento até a entrega no consumidor final (denominada perdas na Quando pensamos nas perdas, normalmente pensamos nos vazamentos nas tubulações, entretanto, as perdas vão além destes vazamentos. A importância no conhecimento detalhado das perdas é importante para que possamos priorizar o combate ao itualmente existem dois tipos de perdas de água: Perdas Aparentes e se a toda água não contabilizada ou que não tenha uma , ligações clandestinas, erros nos macromedidores e nos micromedidores, erro de leitura podem ser classificados como perdas Perdas reais podem ser definidas como água efetivamente desperdiçada, que não onsumidor, perdida através de vazamentos nas redes de distribuição e ramais. Estas perdas são as decorrentes do rompimento em adutoras, redes, ramais e conexões, bem como tar de um Curso de Pesquisa de Vazamento não iremos dar ênfase às perdas aparentes e passaremos a concentrar nossas discussões no que se refere às perdas reais. Na ilustração abaixo, classificamos os três tipos de vazamentos que compõem as Pesquisa de Vazamentos Não Visível – Critérios Um sistema de distribuição de água ideal deveria possuir setorização, macromedição e micromedição. Sabemos que no Brasil poucas empresas de saneamento possuem um sistema 100% setorizado e macromedido e existem empresas que nem possuem micromedição. Obviamente que todas as empresas de saneamento possuem vazamentos e para cada realidade, existe uma técnica mais indicada, vejamos: Tipo Aplicação Características Varredura de Rede Sistema de cidades de pequeno porte, que não dispõem de dados para tomada de decisão Por não possuir nenhum dado, a varredura obrigatoriamente deve ser realizada em todo o sistema em busca de vazamentos. Esta metodologia não é eficiente por se perder tempo realizando varreduras em trechos de rede em bom estado. Pesquisa não baseada em medição Empresas que não possuem setorização, micromedição e macromedição com a finalidade de definir áreas críticas para a pesquisa e localização das perdas por vazamentos não visíveis nas redes de distribuição Realização de levantamento e mapeamento dos setores da rede de distri buição, levando em conta as seguintes características: • setor com grande incidência de Ordens de Serviços relativas a reparo de vazamentos; • pressões altas (mapear setores por faixa de pressão: até 30mca, até 50 e acima de 50 mca); • redes antigas (mapear rede pela idade, nas faixas: até 10 anos, 11 a 20, 21 a 30 e acima de 30 anos); • materiais de qualidade duvidosa; • setor com ramais prediais em ferro galvanizado ou de PVC com mais de 10 anos; • adutoras, subadutoras, redes ou ramais assentados sobre berços inadequados; • solos de má qualidade provocando recalque devido à força externa; • quantidade de vazamentos visíveis ou não visíveis por extensão de rede que foram reparados em um ano; • quantidade de vazamentos visíveis ou não visíveis no ramal predial que foram reparados em um ano; • mapeando-se os setores contendo essas informações, podem-se ordenar as áreas prioritárias para os trabalhos de escuta ou geofonamento. Pesquisa baseada em sistema de medição A operadora possui setorização, macro e micromedição, podendo compatibilizar o volume de água que está entrando no setor, bem como o que está sendo consumido. A partir do conhecimento das perdas nos setores, pode-se otimizar o controle de perdas. Possibilita a pesquisa em setores identificados com grandes perdas no sistema, visto que o tempo e recursos não são desperdiçados em pesquisas com trechos de redes em boas condições. Esta metodologia não anula as técnicas não baseadas em medição, pelo contrário, devem ser feitas em conjunto, agregando mais fatores de decisão e análise da área para os trabalhos de pesquisa de vazamentos. Indicador Percentual Relaciona o volume total perdido (Perdas Reais + Aparentes) com o volume total produzido e disponibilizado no sistema, em bases anuais. É o indicador mais fácil de ser compreendido e o mais utilizado. A grande desvantagem desse indicador se dá na hora de comparar o desempenho de dois sistemas diferentes. Assim, dois sistemas com mesmo volume perdido podem apresentar índices de perdas diferentes, em função das características dos consumidores, da distribuição, etc. Em outras palavras, esse indicador não é auditável. Há uma nova tendência em analisar esse indicador não mais como um “indicador técnico”, e sim seria aplicado apenas para uma avaliação financeira do problema. Índice de Perdas por Ramal Relaciona o volume perdido total anual com o número médio de ramais existente na rede de distribuição, associado a um fator de escala. Esse indicador não considera a pressão do sistema, que tem grande influência nas perdas reais, e também é recomendado onde a densidade de ramais for superior a 20 ramais/Km. Índice de Perdas por Extensão de Rede Relaciona o volume total perdido anual com o comprimento da rede. É adequado quando a densidade de remais é inferior a 20 ramais/Km, o que caracteriza subúrbios mais próximos à ocupação rural. Índice Infra-Estrutural de Perdas É a proposta mais atual para se avaliar as perdas e comparar sistemas distintos.Relaciona o nível atual de perdas do sistema com as perdas inevitáveis. A grande vantagem desse indicador é que ele engloba características fundamentais das redes de distribuição, como a pressão de operação da rede. Quanto mais distante do valor unitário, pior é a condição de perdas do sistema. Esse indicador ainda está em desenvolvimento para ser usado em redes de distribuição com características bem diferentes em todo o mundo, e a médio prazo é previsto o uso pelas companhias de saneamento. Método das Vazões Mínimas Noturnas A base deste método é a variação dos consumos no sistema de abastecimento de água ao longo do dia. O pico de consumo geralmente se dá entre 11 :00 e 14:00 h, e o mínimo consumo normalmente se dá entre 3:00 e 4:00 h. A vazão correspondente a esse consumo mínimo é denominada "Vazão Mínima Noturna", que pode ser medida através do uso de equipamentos de medição de vazão e pressão, desde que adotados procedimentos adequados de fechamento dos registros limítrofes do subsetor em análise. A utilização da Vazão Mínima Noturna para a determinação das Perdas Reais é vantajosa devido ao fato de que, no momento de sua ocorrência, há pouco consumo e as vazões são estáveis, e uma parcela significativa do seu valor refere-se às vazões dos vazamentos. Para se chegar à vazão dos vazamentos é necessário estimar praticamente todos os componentes dos consumos noturnos, a menos dos grandes consumidores, onde é possível medir os seus consumos individuais observados durante os ensaios. Para os consumos residenciais, costuma-se assumir hipóteses baseadas extrapoladas para o conjunto de consumidores da área envolvida, ou utilizar dados de literatura. As vantagens desse método são a maior representatividade do valor numérico das perdas reais para o sub-setor, retratando conhecimento das condições operacionais da área às equipes técnicas da companhia de saneamento. As desvantagens são que o ensaio é feito em uma área relativamente pequena do setor de abastecimento, podendo induzir a equívocos se os valores forem simplesmente extrapolados ao conjunto do setor, e por envolverem custos com equipes e equipamentos de medição de vazão e pressão. Uso do Fator de Pesquisa O Fator de Pesquisa é determinado a partir da relação entre vazão mínima noturna e a vazão média diária de um setor. O comportamento desse parâmetro indica possíveis problemas operacionais no abastecimento de água. Quanto mais o Fator de Pesquisa tende para 1 ocorrendo vazamentos. Isto significa também um grande retorno no trabalho de acústica. Em geral, se o fator de pesquisa for maior que 0,30, o setor em estudo contém vazamentos economicamente detectáveis. Obs.: Este método deve ser evitado para setores com intermitência no abastecimento e em setores industriais. Em ambos os casos os resultados obtidos poderão ser mascarados. Fig. 5 – Representação de um gráfico de vazão 24hs medir os seus consumos individuais observados durante os ensaios. Para os consumos se assumir hipóteses baseadas em medições específicas de consumo e extrapoladas para o conjunto de consumidores da área envolvida, ou utilizar dados de As vantagens desse método são a maior representatividade do valor numérico das perdas setor, retratando a realidade física e operacional da área, e proporcionar o conhecimento das condições operacionais da área às equipes técnicas da companhia de As desvantagens são que o ensaio é feito em uma área relativamente pequena do setor de , podendo induzir a equívocos se os valores forem simplesmente extrapolados ao conjunto do setor, e por envolverem custos com equipes e equipamentos de medição de Uso do Fator de Pesquisa uisa é determinado a partir da relação entre vazão mínima noturna e a vazão média diária de um setor. O comportamento desse parâmetro indica possíveis problemas operacionais no abastecimento de água. Quanto mais o Fator de Pesquisa tende para 1, maior a possibilidade de estarem ocorrendo vazamentos. Isto significa também um grande retorno no trabalho de acústica. Em geral, se o fator de pesquisa for maior que 0,30, o setor em estudo contém vazamentos economicamente detectáveis. ste método deve ser evitado para setores com intermitência no abastecimento e em setores industriais. Em ambos os casos os resultados obtidos poderão ser mascarados. Representação de um gráfico de vazão 24hs medir os seus consumos individuais observados durante os ensaios. Para os consumos em medições específicas de consumo e extrapoladas para o conjunto de consumidores da área envolvida, ou utilizar dados de As vantagens desse método são a maior representatividade do valor numérico das perdas a realidade física e operacional da área, e proporcionar o conhecimento das condições operacionais da área às equipes técnicas da companhia de As desvantagens são que o ensaio é feito em uma área relativamente pequena do setor de , podendo induzir a equívocos se os valores forem simplesmente extrapolados ao conjunto do setor, e por envolverem custos com equipes e equipamentos de medição de uisa é determinado a partir da relação entre vazão mínima noturna e a vazão média diária de um setor. O comportamento desse parâmetro indica possíveis , maior a possibilidade de estarem ocorrendo vazamentos. Isto significa também um grande retorno no trabalho de pesquisa acústica. Em geral, se o fator de pesquisa for maior que 0,30, o setor em estudo contém ste método deve ser evitado para setores com intermitência no abastecimento e em setores industriais. Em ambos os casos os resultados obtidos poderão ser mascarados. No gráfico acima temos o perfil da vazão ao longo de 24 horas obtida na entrada de um setor residêncial. A vazão máxima atingida foi de 462 l/s, a vazão mínima de 211 l/s e a média de 328,6 l/s. Aplicando a fórmula para cálculo do Fator de Pesquisa temos: Q minima noturna = 211 l/s Q média = 328,6 l/s FP = 0,64 Como o setor acima não possui intermitência no abastecimento e por ele não ser um setor industrial, podemos afirmar que há presença de vazamentos no setor. Equipamentos Acústicos para Pesquisa de Vazamentos não Visíveis Nas duas últimas décadas tivemos uma grande evolução quanto ao desenvolvimento de equipamentos destinados a pesquisa de vazamento. Atualmente a diversidade de equipamentos e fabricantes é muito grande e conhecer estas tecnologias é essencial no momento da aquisição destas tecnologias. Em razão das diversidades de soluções em equipamentos acústicos para pesquisa de vazamento, podemos classificá-la em três categorias: Tradicionais – Equipamentos utilizados a mais de 40 anos e de conhecimento das maiorias das empresas de saneamento. Ex.: Hastes de Escuta e Geofônes Mecânicos; Modernos – Equipamentos mais sofisticados, bem difundidos no meio técnico, mas de custo mais elevado. Ex.: Geofônes Eletrônicos, Correlacionadores de Ruídos e Loggers de Ruídos; Tradicionais Haste de Escuta Mecânica Trata-se de uma haste de metal com comprimento entre 1,0 e 1,5 metros, amplamente utilizada nas empresas de saneamento. Fig. 6 – Exemplo de Haste de Escuta Mecânica Geofône Mecânico É um equipamento que utiliza o princípio do estetoscópio para detectar o vazamento. Este é constituído de duas “sapatas” normalmente de bronze, com uma membrana interna que capta vibrações e as amplificam. Fig. 7 – Geofône Mecânico Modernos Geofônes Eletrônicos Fig. 8 – Geofône Eletrônico Obviamente, se o geofône ruído que irão interferir na localização do vazamento e é por isso que um outro item muito importante nos geofônes eletrônicos chama que consegue conciliar um bom poder de amplificação e ao mesmo tempo, de filtragem dos sons indevidos tais como ruídos de transformadores, bombas, enfim, todos aqueles ruídos que são constantes e que não são ruídos de vazamento. Correlacionadores de Ruídos O primeiro Correlacionador de Ruídos foi desenvolvido na Europa no final da década de 70 e a concretização desta tecnologiaveio no final da década de 80 início da década de 90. Os Correlacionadores de Ruídos são dotados de sen tubulações e através de uma central/computador estes dados são processados e uma vez que o usuário informa o diâmetro, material e distância entre os sensores, o sistema é capaz de passar, com exatidão, o local do vaza Atualmente, existem diversos fabricantes de geofônes eletrônicos sendo que todos os fabricantes desenvolveram seus equipamentos através de um mesmo princípio: a amplificação utilizando um sensor piezoelétrico e um amplificador eletrônico. Dentre todas as características de um geofône eletrônico, a característica mais poder de amplificação da unidade eletrônica. A capacidade desta amplificação,é mensurado em dB (Decibel). Geofône Eletrônico Obviamente, se o geofône é um amplificador de ruído, este irá amplificar todos os tipos de ruído que irão interferir na localização do vazamento e é por isso que um outro item muito importante nos geofônes eletrônicos chama-se FILTRO. Um bom geofône eletrônico, é aquele gue conciliar um bom poder de amplificação e ao mesmo tempo, de filtragem dos sons indevidos tais como ruídos de transformadores, bombas, enfim, todos aqueles ruídos que são constantes e que não são ruídos de vazamento. Correlacionadores de Ruídos O primeiro Correlacionador de Ruídos foi desenvolvido na Europa no final da década de 70 e a concretização desta tecnologia veio no final da década de 80 início da década de 90. Os Correlacionadores de Ruídos são dotados de sensores acústicos que são instalados nas tubulações e através de uma central/computador estes dados são processados e uma vez que o usuário informa o diâmetro, material e distância entre os sensores, o sistema é capaz de passar, com exatidão, o local do vazamento. Atualmente, existem diversos fabricantes de os sendo que todos os fabricantes desenvolveram seus equipamentos através de um mesmo princípio: a amplificação utilizando um sensor piezoelétrico e um amplificador eletrônico. Dentre todas as características de um geofône importante é o poder de amplificação da unidade eletrônica. A capacidade desta amplificação,é mensurado em dB é um amplificador de ruído, este irá amplificar todos os tipos de ruído que irão interferir na localização do vazamento e é por isso que um outro item muito se FILTRO. Um bom geofône eletrônico, é aquele gue conciliar um bom poder de amplificação e ao mesmo tempo, de filtragem dos sons indevidos tais como ruídos de transformadores, bombas, enfim, todos aqueles ruídos que O primeiro Correlacionador de Ruídos foi desenvolvido na Europa no final da década de 70 e a concretização desta tecnologia veio no final da década de 80 início da década de 90. sores acústicos que são instalados nas tubulações e através de uma central/computador estes dados são processados e uma vez que o usuário informa o diâmetro, material e distância entre os sensores, o sistema é capaz de Atualmente são oferecidos ao mercado Correlacionadores a Rádio e Correlacionadores Multiponto. Fig. 9 Loggers de Ruído Similar aos sensores de um Correlacionador foram destinados a fazer um monitoramente dos vazamentos, ou seja, estes sensores são instalados nos sistemas de distribuição de água e ficam permanentemente instalados auscultando a rede por ruídos característico vazamento característico, o sensor acusa a presença do suposto vazamento permitindo assim que a equipe de pesquisa de vazamento tome ações mais rápidas uma vez que os técnicos de pesquisa de vazamento não perderão te Fig. 10 Atualmente são oferecidos ao mercado Correlacionadores a Rádio e Correlacionadores Fig. 9 – Exemplos de Correlacionador a Rádio e Multiponto Similar aos sensores de um Correlacionador de Ruídos Multiponto, os Loggers de Ruído foram destinados a fazer um monitoramente dos vazamentos, ou seja, estes sensores são instalados nos sistemas de distribuição de água e ficam permanentemente instalados auscultando a rede por ruídos característicos de vazamento. Ao detectar um ruído de vazamento característico, o sensor acusa a presença do suposto vazamento permitindo assim que a equipe de pesquisa de vazamento tome ações mais rápidas uma vez que os técnicos de pesquisa de vazamento não perderão tempo pesquisando áreas que não possui vazamento. Fig. 10 – Exemplo de logger de ruído Atualmente são oferecidos ao mercado Correlacionadores a Rádio e Correlacionadores Exemplos de Correlacionador a Rádio e Multiponto de Ruídos Multiponto, os Loggers de Ruído foram destinados a fazer um monitoramente dos vazamentos, ou seja, estes sensores são instalados nos sistemas de distribuição de água e ficam permanentemente instalados s de vazamento. Ao detectar um ruído de vazamento característico, o sensor acusa a presença do suposto vazamento permitindo assim que a equipe de pesquisa de vazamento tome ações mais rápidas uma vez que os técnicos de mpo pesquisando áreas que não possui vazamento. Técnicas para Detecção Acústica de Vazamento Idealmente, as empresas de saneamento deveriam trabalhar com sistemas de abastecimento setorizados, macro e micromedidor, com controle de pressão, monitorado por loggers de ruído e possuir equipe de pesquisa de vazamento capacitada munida de haste de escuta, geofône e correlacionador de ruídos. Nos dias de hoje, pensar em um modelo de combate a perdas físicas como o apresentado acima, mesmo que comprovada a sua eficácia e o retorno certo do investimento, seria quase uma utopia. Para que consigamos chegar a este nível, precisamos de: planejar, agir e fazer. Nem sempre as empresas de saneamento dispõem de todos os recursos (humanos, financeiros e físicos) a partir do momento que é tomada a decisão de combater suas perdas. Quando nos deparamos com sistemas que não possui nenhuma ação de combate a perdas, podemos afirmar que estas perdem acima de 40% da água que fora tratada logo, iniciar uma campanha de pesquisa de vazamento básica, ou seja, utilização de hastes de escuta mecânica e geofônes eletrônicos, já apresentarão resultados imediatos às empresas que propiciarão investimentos futuros. A utilização desta técnica é relativamente simples! Sabemos que o som é uma onda mecânica e que esta se propaga melhor em meios de maior densidade. Sabemos que ao iniciarmos uma campanha de pesquisa de vazamento com haste, teremos uma maior eficácia auscultando os cavaletes residenciais atrás de ruídos característicos de vazamento (chiados), uma vez que eles estão diretamente conectados à rede de distribuição. Determinado estes pontos suspeitos, o técnico automaticamente restringiu sua área de pesquisa de vazamento pois, o cavalete que apresentar a maior intensidade sonora do ruído do vazamento, em tese, é o cavalete que encontra-se mais próximo do suposto vazamento. A partir daí, o operador do geofône inicia sua varredura a partir do cavalete suspeito em direção a rede de distribuição. Obs.: Nem sempre o geofône terá condições de detectar o ponto exato do vazamento em razão de limitações físicas do vazamento, por exemplo, se o tubo estiver muito fundo ou ainda se no entorno do local do vazamento haver um bolsão de água que faz com que a intensidade do som do vazamento seja atenuada a níveis inferiores às capacidades de detecção Outra forma eficaz de se localizar os vazamentos seria através do uso do correlacionador de ruídos, assim como dos loggers de ruído. Em conjunto com a haste e o geofône, o correlacionador de ruídos é uma poderosa arma para detectar vazamentos, principalmente aqueles que não são detectados pelos geofônes conforme explanado acima. Os sensores dos correlacionadores de ruídos são posicionados em pontos de acesso à rede tais como cavaletes residenciais, hidrantes, válvulas e etc. É necessário informar ao correlacionador os dados de diâmetro e material do tubo, bem como a distância entre os sensores. Após o processamento das informações, o correlacionador de ruído indica a distância dos sensoresem relação ao vazamento e, uma vez parametrizado corretamente o sistema, a exatidão na localização do vazamento é muito boa. Apesar da facilidade na operação de um sistema como este, principalmente pelo fato do sistema fazer as análises, o treinamento do operador se torna essencial para que as informações passadas para o sistema estejam corretas, bem como as interpretações adequadamente. Fig. 11 – Exemplo de Funcionamento de um Correlacionador de Ruídos a Rádio Já os loggers de ruído são usados para monitorar o(s) suposto(s) vazamento(s). Os sensores dos loggers são posicionados em pontos de água em pontos de acesso à rede, tais como, cavaletes, válvulas, hidrantes, etc. Cada sensor realiza a ausculta em um raio de ação que dependerá de alguns fatores, tais como material da rede e pressão do sistema. Fig. 12 – Considerações Finais As ações para a redução de perdas nos sistemas de abastecimento de água no incremento da performance econômica das companhias de saneamento, levando a tarifas mais baixas à população. Além disso a redução das perdas leva ao adiamento de novos investimentos na ampliação do sistema como um todo (produção, adução e reser ponto de vista ambiental, o controle das perdas reais em rede é fundamental para a preservação de mananciais, já que a água (adequada ao uso humano) é um bem escasso nas regiões de maior consumo. treinamento do operador se torna essencial para que as informações passadas para o sistema estejam corretas, bem como as interpretações dos resultados sejam realizadas Exemplo de Funcionamento de um Correlacionador de Ruídos a Rádio Já os loggers de ruído são usados para monitorar o(s) suposto(s) vazamento(s). Os sensores dos loggers são posicionados em pontos estratégicos do sistema de distribuição de água em pontos de acesso à rede, tais como, cavaletes, válvulas, hidrantes, etc. Cada sensor realiza a ausculta em um raio de ação que dependerá de alguns fatores, tais como material da rede e pressão do sistema. – Exemplo de Funcionamento de um Logger de Ruídos Considerações Finais As ações para a redução de perdas nos sistemas de abastecimento de água no incremento da performance econômica das companhias de saneamento, levando a tarifas mais baixas à população. Além disso a redução das perdas leva ao adiamento de novos investimentos na ampliação do sistema como um todo (produção, adução e reser ponto de vista ambiental, o controle das perdas reais em rede é fundamental para a preservação de mananciais, já que a água (adequada ao uso humano) é um bem escasso nas treinamento do operador se torna essencial para que as informações passadas para o sistema dos resultados sejam realizadas Exemplo de Funcionamento de um Correlacionador de Ruídos a Rádio Já os loggers de ruído são usados para monitorar o(s) suposto(s) vazamento(s). Os estratégicos do sistema de distribuição de água em pontos de acesso à rede, tais como, cavaletes, válvulas, hidrantes, etc. Cada sensor realiza a ausculta em um raio de ação que dependerá de alguns fatores, tais como Exemplo de Funcionamento de um Logger de Ruídos As ações para a redução de perdas nos sistemas de abastecimento de água resultam no incremento da performance econômica das companhias de saneamento, levando a tarifas mais baixas à população. Além disso a redução das perdas leva ao adiamento de novos investimentos na ampliação do sistema como um todo (produção, adução e reservação). Do ponto de vista ambiental, o controle das perdas reais em rede é fundamental para a preservação de mananciais, já que a água (adequada ao uso humano) é um bem escasso nas
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