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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS ESTÁGIO III VIVÊNCIA ACADÊMICA EMILLY EDUARDA PEREIRA SILVA DITERPENOS João Pessoa 2022 1. Conceito Os diterpenos estão dentro da classificação de uma classe de produtos naturais vegetais chamados terpenos. Os terpenos são componentes voláteis dos óleos essenciais de citrinos frutas, cerejas, hortelã e ervas que contêm apenas carbono, hidrogênio e átomos de oxigênio. Eles podem ser quimicamente classificados como álcoois, hidrocarbonetos, cetonas e epóxidos. Fisiologicamente, terpenos funcionam primariamente como quimioatraentes ou quimiorrepelentes e são em grande parte responsáveis pela fragrância característica de muitas plantas (MENDANHA et al., 2013). Os terpenos são classificados com base no número e na organização estrutural de carbonos formados pelo arranjo linear de isoprenos seguidos pela ciclização e rearranjos do esqueleto de carbono. O termo terpeno refere-se a uma molécula de hidrocarboneto, enquanto terpenoide refere-se a um terpeno que tenha sido modificado, por exemplo, pela adição de oxigênio (ZWENGER et al., 2008). O isopreno tem sido caracterizado como um produto de decomposição de vários hidrocarbonetos cíclicos naturais e foi sugerido como a unidade fundamental de construção. São classificados como hemiterpenos (C5), monoterpenos (C10), sesquiterpenos (C15), diterpenos (C20), sesterpenos (C25), triterpenos (C30) e tetraterpenos (C40) (DEWICK, 2002). Os diterpenos são compostos isoprenoides naturais, provenientes de uma unidade de geranilgeranil difosfato (GGPP). Apesar de serem constituintes típicos de plantas e fungos, esta classe de terpenos também pode ser sintetizada por certos organismos marinhos e insetos. (COSTA, 2002; DEY et al, 1991). De acordo com o número de anéis presentes na estrutura, os diterpenóides podem ser classificados como acíclicos (Fitanos), bicíclicos (Labanos e Clerodanos), tricíclicos (Piramanos, Abietanos, Cassanos, Rosanos e Podocarpanos), tetracíclicos (Cauranos, Beieranos, Atisanos e Giberelinas), macrocíclicos (Taxanos, Dafnanos, Tiglianos e Casbenos) e diterpenóides diversos (Devappa, Makkar e Becker, 2011; Hanson, 2017; Heras, las et al., 2003; Mafu e Zerbe, 2018; Peters, 2010; Salminen et al., 2008; Sapio et al., 2017; Sousa, De, Sousa Teixeira e Jacometti Cardoso Furtado, 2018) Estudos recentes mostram diterpenos apresentando atividade antimalárica (KALAUNI et al., 2006), antibacteriana, (DICKSON et al., 2007), anti-helmíntica (JABBAR et al., 2007), antineoplásica (HOU et al., 2008; 14 YADAV et al., 2009) frente linhagens celulares de câncer de mama e câncer de ovário. 2. Fonte Xylopia langsdorffiana é uma árvore de 5-7m de altura, conhecida popularmente como pimenteira-da-terra (Corrêa, 1984). Recentemente o efeito gastroprotetivo do extrato etanólico e da fase hexânica obtidos da folha de x. langsdorffiana foi investigado. Os resultados sugerem baixa toxicidade no teste de toxicidade aguda e apresentam efeito protetivo nos processos de ulceração da mucosa gástrica em modelos animais (Montenegro et al., 2014). Complementarmente, o óleo essencial também mostrou-se promissor no tratamento de doenças do aparelho gastrointestinal, agindo pela modulação da concentração do cálcio citosólico (Corrêa et al., 2014) Xylopia aromática (Lam.) Mart, essa planta é conhecida como pimenta de macaco, pindaíba, embira e banana de macaco (SILVA, 1979). É utilizada no tratamento de febres, gripes e enfermidades parasitárias (Hernández et al., 2005) Xylopia sericea St. Hill é uma espécie arbórea, que cresce naturalmente no Nordeste brasileiro, onde é conhecida popularmente como “embiriba”. A infusão de seus frutos é usada popularmente no tratamento de perturbações gástricas, sendo suas sementes carminativas e usadas como condimento, substituindo a pimenta do reino (Corrêa, 1987). 3. Estrutura Química ● Diterpenos isolados das folhas e caule de Xylopia langsdorffiana Ácido 13 epicupréssico Ent-atisan-7α, 16α-diol ácido 8(17), 12E, 14-labdatrien-18-óico (Tavares et al., 2007) ● Diterpenos isolados dos frutos de Xylopia aromática (Lam.) Mart 14-trien-18-óico Ent-caurano-16α-ol Ent-19-nor-atisano-4(18)-en-16α-ol 14 - dien-18-óico (Moraes & Roque, 1988) ● Diterpenos isolados da semente de Xylopia sericea St. Hill ent-cauran-16β-ol metil ent-beier-15-en-19-oato ácido ent-15α-hidroxitraquiloban-19-óico (Takahashi et al., 2001) 4. Extração, isolamento e purificação das raízes de Xylopia langsdorffiana Para isolamento e purificação dos compostos presentes na raiz de Xylopia langsdorffiana St.-Hil. & Tul foram empregadas cromatografias de adsorção em coluna (CC), utilizando como fase estacionária sílica gel 60 (70-230 mesh-ASTM, Merck), e para cromatografia flash, sílica gel 60 (230 - 400 mesh-ASTM, Merck). O comprimento e o diâmetro das colunas variaram de acordo com a quantidade das amostras e as quantidades de fases estacionárias a serem utilizadas. Na cromatografia de camada delgada analítica (CCDA) utilizou-se sílica gel 60 (PF254ART7749, Merck) suspensa em água destilada na proporção de 1:2, distribuída sobre placas de vidro (20 x 20) por meio de um cursor "Quick fit", conferindo a camada uma espessura de 0,25mm. As cromatoplacas obtidas foram secas à temperatura ambiente e em seguida ativadas a 100°C durante 2 horas. Para extração e sistemas cromatográficos foram utilizados como eluentes hexano, acetato de etila e metanol, sendo estes solventes de grau comercial, os quais foram destilados no setor de destilação do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF-UFPB) e solventes P.A. adquiridos da Merck e Vetec. Estes eram utilizados puros ou em misturas binárias seguindo o gradiente crescente de polaridade. A revelação das substâncias nas cromatoplacas analiticas foram executadas pela exposição das mesmas à lâmpada de irradiação ultravioleta (TE-540, Tecnal), com dois comprimentos de onda (254 e 365 nm) sendo ainda utilizada como revelador, uma câmara saturada com vapores de iodo. A pureza das substâncias foram evidenciadas quando estas se apresentavam como uma única mancha nas cromatoplacas analíticas (CCDA), pela variação do ponto de fusão (adotando como critério a diferença de no máximo 3 °C entre o ponto de fusão final e o ponto fusão inicial), e pela análise dos espectros de RMN ¹H e ¹³C. 5. Referências SANTOS, Paula Ferreira dos, et al. Novos diterpenos isolados das raízes de Xylopia langsdorffiana St-Hil & Tul.(Annonaceae). 2011. SILVA, L. E. et al. Plantas do gênero Xylopia: composição química e potencial farmacológico. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 17, p. 814-826, 2015. BARBOSA, Lahis Tavares Crespo; VEGA, Maria Raquel Garcia. Diterpenos do Gênero Xylopia. Revista Virtual de Química, v. 9, n. 4, 2017. GONÇALVES, Andreia Filipa de Oliveira. Preparação de Derivados Semissintéticos do Tipo Diterpeno. 2019. Tese de Doutorado. Universidade de Coimbra.
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