Aula 13 - Direito Penal - Curso Estágio Ministério Público Estadual

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CURSO: Ministério Público Estadual 
 
 
 
Estagiando Direito 
@estagiando_direito_ 
 
AULA 13 – 
Direito Penal 
 
 
 
 
 
 
 
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 Olá, alunos. Na aula de hoje, falaremos sobre alguns crimes patrimoniais que podem 
ser cobrados em questões de concursos. 
 
Furto 
 
 O furto, previsto no artigo 155 do Código Penal, é o ato de subtrair, para si ou para 
outrem, coisa alheia móvel. Podendo ser qualquer objeto ou substância corpórea que tenha 
valor econômico e que possa ser removida, destacada ou deslocada de um lugar para o outro. 
 
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel 
 
Classificação 
 
 O delito de furto é um crime comum, material, doloso, de dano, de forma livre, comissivo 
em regra, instantâneo ou permanente, unissubjetivo, plurrisubsistente, não transeunte e admite 
tentativa. Entendemos exequível o cometimento de furto por omissão. 
 
Repouso noturno 
 
 Previsto no §1º do artigo 155 do Código Penal, trata-se de uma causa de aumento de 
pena e, não uma qualificadora, ou seja, aplica-se a majorante quando o crime for cometido em 
horário de precariedade de vigilância no local, facilitando o êxito na empreitada criminosa. Por 
fim, insta salientar que a referida causa de aumento é de natureza objetiva, bastando para sua 
incidência que o delito tenha sido praticado em período noturno, horário em que as pessoas 
possuem menor vigilância sobre os bens de seu patrimônio. 
 
§1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o 
repouso noturno. 
 
Furto privilegiado 
 
 Pois bem. O artigo 155, §2º, do Código Penal estabelece que, se o criminoso é primário, 
e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, 
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
 
§2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz 
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a 
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
 
Furto de energia elétrica 
 
 Em seu §3º, o artigo 155 prevê a equiparação da energia elétrica ou qualquer outra que 
tenha valor econômico à coisa alheia móvel. Assim, se o agente capta a energia antes de ser 
 
 
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registrada pelo aparelho medidor presente nas residências e, será considerado permanente, 
possibilitando, assim, a prisão em flagrante do agente enquanto perdurar seu efeito. 
 
 Por outro lado, se há, por parte do agente, a alteração do aparelho medidor onde pagará 
um valor diferente daquele realmente utilizado por ele, estará configura do delito de estelionato, 
previsto no artigo 171 do Código Penal. 
 
§3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que 
tenha valor econômico. 
 
Furto qualificado 
 
 O furto qualificado, é regrado pelo §4º, incisos I a IV, do artigo 155 do Código Penal e, 
compreende as seguintes modalidades. 
 
§4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é 
cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
 
Furto qualificado com destruição ou rompimento de obstáculo 
 
 Hipótese prevista no artigo 155, §4º, I, do Código Penal, especifica que para 
configuração da qualificadora de rompimento de obstáculo, basta que o agente, quando da 
prática do crime, inutilize, desfaça ou deteriore obstáculo impeditivo à subtração do bem, se 
mostrando imprescindível que tenha ocorrido dano efetivo à integração da coisa. 
 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa 
 
Furto qualificado pelo abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza 
 
 Hipótese prevista no artigo 155, §4º, II, do Código Penal, que se especifica por 
intermédio do; 
 
Abuso de confiança: É a quebra da fidelidade, do vínculo de amizade existente entre 
indivíduos 
 
Fraude: A fraude, por sua vez, é emprego o ardil na prática do crime, a cilada, a mentira, o 
embuste, utilizados para facilitar a subtração da coisa. Entretanto, é amplamente diferido do 
estelionato, pois neste, a vítima é enganada, seu consentimento é viciado pelo erro. 
 
 
 
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Escalada: É o esforço incomum realizado pelo agente para obter êxito em sua empreitada 
criminosa, podendo ser: a escalda de uma árvore para adentrar numa residência, escalar um 
muro. 
 
Destreza: Trata-se da habilidade subjetiva do agente. 
 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza 
 
Furto qualificado com emprego de chave falsa 
 
 Hipótese prevista no artigo 155, §4º, III, do Código Penal. E, é todo e qualquer 
instrumento, com ou sem forma de chave como a gazua, moca, alfinete, capaz de abrir 
fechadura ou dispositivo análogo. 
 
III - com emprego de chave falsa 
 
Furto qualificado pelo concurso de pessoas 
 
Hipótese prevista no artigo 155, §4º, IV, do Código Penal e, se configura quando há a 
atuação conjunta de 02 (dois) ou mais indivíduos. 
 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
 
Roubo 
 
 O delito de roubo refere-se à subtração de coisa móvel alheia, mas é acrescido pelo 
emprego de violência, grave ameaça ou qualquer outro meio que reduza a possibilidade de 
resistência da vítima. 
 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante 
grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer 
meio, reduzido à impossibilidade de resistência 
 
Classificação 
 
 O delito de roubo é um crime comum, material, instantâneo, de forma livre, de dano, 
unissubjetivo, comissivo ou omissivo impróprio, plurissubsistente, complexo e admite tentativa. 
 
Roubo impróprio 
 
 Hipótese prevista no artigo 157, §1º, do Código Penal e, ocorre quando o agente logo 
depois de subtraída a coisa emprega violência contra a pessoa ou grave ameaça a fim de 
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro 
 
 
 
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§1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, 
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a 
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 
 
Causa de aumento da pena 
 
 Hipóteses previstas no artigo 157, §2º, incisos II a VI do Código Penal e, se dividem em: 
 
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente 
conhece tal circunstância. 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado 
para outro Estado ou para o exterior; 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, 
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou 
emprego. 
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma 
branca; 
 
Roubo e concurso de pessoas 
 
 Hipótese prevista no artigo 157, §2º, II, do Código Penal e, se configura quando há a 
atuação conjunta de 02 (dois) ou mais indivíduos 
 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas 
 
Roubo em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância 
 
 Hipótese prevista no artigo 157, §2º, III, do Código Penal e, se aplica a qualquer tipo de 
valor como ouro, dinheiro, pedras preciosas, dentre outros. Por fim, é indispensável que o 
agente saiba dessa circunstância. 
 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente 
conhece tal circunstância. 
 
Roubo e se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro 
Estado ou para o exterior 
 
 Para que o delito se consuma, é necessário que o agente transporte o veículo a outro 
Estado, caso contrário, o delitoconfigurado será apenas o de roubo (artigo 157 do Código 
Penal). 
 
 
 
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IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado 
para outro Estado ou para o exterior 
 
Roubo e se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade 
 
 Hipótese prevista no artigo 157, §2º, V, do Código Penal e, se configura após o emprego 
da violência ou grave ameaça, é manter a vítima em seu poder e assim facilitar a subtração. 
Ademais, é preciso que a restrição à liberdade do ofendido seja juridicamente relevante, ainda 
que de curta duração. 
 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade 
 
Roubo e se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta 
ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. 
 
 Hipótese prevista no artigo 157, §2º, VI e, é a circunstância presente quando o agente 
subtraiu, mediante violência ou grave ameaça, os artefatos citados pelo inciso. 
 
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, 
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou 
emprego 
 
Roubo e se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca 
 
 Hipótese prevista no artigo 157, §2º, VI e, é a circunstância presente quando o agente 
valendo-se de arma branca, entendida como todo instrumento constituído de lâmina de 
qualquer material cortante ou perfurocortante, tais como espadas, adagas, fundas e punhais, e 
instrumentos que podem ser usados eventualmente como armas, tais como navalhas, arpões, 
flechas, soco-inglês, seringas com agulhas hipodérmicas, instrumentos de lutas marciais ou 
outros instrumentos similares capazes de causar ofensa à saúde ou a integridade física de 
outrem, subtrai coisa alheia móvel. 
 
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca 
 
Aumento de pena 
 
 O §2º-A do artigo 157 do Código Penal, elenca hipóteses em que a pena será aumentada 
de 2/3 (dois terços). E, são elas: 
 
I – Uso de arma de fogo: É o instrumento capaz de disparar um ou mais projéteis em alta 
velocidade através de uma ação pneumática provocada pela expansão de gases resultantes 
da queima de um propelente de alta velocidade. 
 
II - Se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou 
de artefato análogo que cause perigo comum: Hipótese em que, quando da prática do crime, 
 
 
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o agente inutilize, desfaça ou deteriore obstáculo impeditivo à subtração do bem, se mostrando 
imprescindível que tenha ocorrido dano efetivo à integração da coisa, por intermédio de 
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. 
 
§ 2º-A. A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): 
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; 
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. 
 
Roubo e uso de arma de fogo de uso restrito 
 
 Hipótese prevista no artigo 157, §2-Bº, do Código Penal e, ocorre quando o agente se 
utiliza de arma de uso exclusivo das Forças Armadas, de instituições de segurança pública e 
de pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Comando do Exército, 
de acordo com legislação específica. 
 
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma 
de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no 
caput deste artigo. 
 
Latrocínio 
 
 Hipótese prevista no artigo 157, §3º, II do Código Penal, onde a violência resulta em 
morte. O latrocínio não é outra modalidade de crime, mas sim é uma forma qualificada do crime 
de roubo, que possui aumento de pena, quando a violência empregada resulta em morte. 
 
 Ademais, é imperioso destacar que, no latrocínio o dolo é de tomar o objeto da outra 
pessoa mediante uso de violência ou ameaça, e não de lhe tirar a vida, mas a morte acaba 
ocorrendo pela necessidade de garantir a posse do bem ou pela forma de execução da 
conduta. 
 
 Por fim, listaremos algumas hipóteses em que se configura o latrocínio: 
 
Se há Homicídio consumado e roubo consumado, haverá latrocínio. 
Se há Homicídio tentado e roubo tentado, haverá tentativa de latrocínio. 
Se há tentativa de Homicídio e roubo consumado, haverá tentativa de latrocínio. 
Por fim, se há Homicídio consumado e roubo tentado, haverá latrocínio. 
 
§ 3º Se da violência resulta: 
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. 
 
 Dessa forma, apresentamos os dois delitos que mais podem ser cobrados em questões 
de forma mais destrinchada. Ademais, na próxima aula, falaremos um pouco mais sobre crimes 
contra o patrimônio e, alguns crimes contra a administração pública. Por fim, após 
 
 
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destrincharmos mais os crimes presentes na parte especial do Código Penal, teremos uma 
aula completa com questões comentadas sobre os delitos apresentados. Até a próxima!