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RESUMO DIREITO PROCESSO CIVIL - PROCEDIMENTOS ESPECIAIS-

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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
As espécies de procedimentos no processo de conhecimento se dividem em:
a) comum 
b) especiais: 
 de jurisdição contenciosa – arts. 567 a 718, NCPC; 
 de jurisdição voluntária – arts. 719 a 770, NCPC; 
 em legislação especial:
 - Mandado de segurança (Lei n. 12.016/09);
 - Procedimento sumaríssimo dos Juizados Especiais (Leis n. 9.099/95; 10.259/01; 12.153/09)
 - Lei dos Alimentos
ESPÉCIES DE PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
de jurisdição contenciosa:
· ação de consignação em pagamento (arts. 539 a 549); 
· ação de exigir contas (arts. 550 a 553); 
· ações possessórias (arts. 554 a 568); 
· ação de divisão e da demarcação de terras particulares (arts. 569 a 598);
· ação de dissolução parcial de sociedade (arts. 599 a 609); 
· inventário e partilha (arts. 610 a 673); 
· embargos de terceiro (arts. 674 a 681); 
· oposição (arts. 682 a 686); 
· habilitação (arts. 687 a 692); 
· ações de família (arts. 693 a 699); 
· ação monitória (arts. 700 a 702); 
· homologação de penhor legal (arts. 703 a 706); 
· regulação de avaria grossa (arts. 707 a 711); 
· restauração de autos (arts. 712 a 718);
de jurisdição voluntária: 
· notificação e interpelação (arts. 726 a 729); 
· alienações judiciais (art. 730) 
· divórcio e separação consensuais, extinção consensual de união estável e da alteração do regime de bens do matrimônio (arts. 731 a 734); 
· testamentos e codicilos (arts. 735 a 737); 
· herança jacente (arts. 738 a 743); 
· bens do ausente (arts. 744 e 745); 
· coisas vagas (art. 746); 
· interdição (arts. 747 a 758);
· tutela e curatela (arts. 759 a 763); 
· organização e fiscalização das fundações (arts. 764 e 765); 
· ratificação dos protestos marítimos e dos processos testemunháveis formados a bordo (arts. 766 a 770);
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
· Base legal: arts. 539 a 549 do NCPC e 334 a 345 do CC
· Devedor e qualquer interessado possui o direito de se libertar da obrigação que a ele recai, uma vez que a satisfez.
· HIPÓTESES DE CABIMENTO
I - o credor se recusa injustamente a receber o pagamento ou dar quitação => mora accipiendi quando a dívida for portável;
II - o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos => mora accipiendi quando a dívida for quesível; 
III - o credor for pessoa incapaz (representante desconhecido ou se recusa a receber), desconhecido (credor antigo, já falecido, e não se conhece os herdeiros), declarado ausente (se o curador for desconhecido ou se recusar a receber) ou reside em lugar inacessível (caso de dívidas portáveis);
IV - há dúvida quanto ao credor (legitimado a receber);
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
· MODALIDADES
	 EXTRAJUDICIAL
	 JUDICIAL
	· Instrumento de direito material, pois visa evitar a demanda judicial;
· Só pode usar este meio quando a ação for de pagar quantia em dinheiro;
· É facultativo;
· Depósito em banco.
	· Só pode usar este meio quando a ação for de entrega de coisa;
· Se o credor não receber a coisa no lugar, tempo e condições acordados.
Fases da obrigação de pagar quantia EXTRAJUDICIAL:
1) Devedor se dirige até a instituição financeira e realiza o devido depósito bancário;
2) O banco irá notificar a parte credora por meio de carta AR;
3) Parte credora possui o prazo de 10 dias corridos, para comparecer à agência bancária a fim de se manifestar do pagamento levantar o depósito ou permanecer inerte quando então presumir-se-á a sua aceitação, liberando o devedor;
4) Caso a parte credora recuse a quantia depositada, terá que apresentar o motivo da recusa por escrito ao estabelecimento bancário;
5) À vista da recusa da parte credora, o devedor terá o prazo de 1 mês (30 dias) para ajuizar a ação consignatória (instruindo a inicial com a cópia do depósito e da recusa). Não ajuizada a ação no prazo, considera-se sem efeito o depósito, podendo o devedor levantá-lo e se quiser, oportunamente ajuizar a referida ação.
PROCEDIMENTO JUDICIAL
Petição inicial
competência (territorial/relativa): 
- o art. 540 do NCPC, a petição inicial deverá ser dirigida ao juízo do lugar do pagamento (domicílio do autor/devedor – se a dívida for quesível, ou se o domicílio do credor for desconhecido; domicílio do réu/credor – se a dívida for portável);
- Da situação da coisa (art. 341 do CC) ou do foro eleito. 
Consignação de aluguéis será ajuizada no lugar do foro contratual ou, na sua falta, no da situação do imóvel (art. 58, II, Lei n. 8.245/91). 
Pedido: de depósito da quantia ou coisa devida e da citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação (art. 542, NCPC). Se tratar de prestações periódicas, o devedor pode se utilizar de um só processo para promover o depósito das diversas prestações em que se divide a obrigação (art. 541, NCPC). 
 - Valor da causa: será o valor da prestação devida, acrescido dos juros e demais encargos, ou o valor correspondente à coisa. Se tratar de prestações periódicas, o valor da causa corresponderá à soma das prestações até o máximo de uma anuidade (súm. 449, STF). 
- Despacho da inicial: ao analisar a inicial, o juiz defere o depósito, que deve ser efetuado no prazo de 5 dias (depósito da quantia ou da coisa art. 893, I), sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito (art. 542, parágrafo único do NCPC), pois o depósito consiste em pressuposto processual específico do procedimento consignatório.
Ex: Senhor Juiz quero fazer uma consignação em pagamento de determinados valores aluguéis quero autorização para depositar isso em até 5 dias. O juiz da a autorização, logo irá vir a citação e contestação do réu com o dever de impugnar os valores de forma específica. 
O credor poderá dizer que concorda parcialmente com o valor depositado e levantar o valor que não recai mais dúvida.
Ex: o depósito feito foi no valor de R$ 3.500, mas o devido é de R$ 4.800, logo ele poderá já levantar os R$ 3.800 e discutir pela diferença. 
Na sentença poderá existir o reconhecimento do direito do autor como pagamento realizado ou o direito do réu com valores insuficientes, logo se a sentença reconhecer que os valores depositados foram tidos como insuficientes tal sentença valerá como título executivo o réu credor poderá cobrar a diferença dos valores fixados em tal sentença.
oferecer resposta: prazo de 15 dias, caso não aceite o depósito. A resposta poderá ser nas modalidades da contestação, reconvenção ou exceção. Se for contestação, nos termos do art. 544 do NCPC. Logo, o réu poderá alegar:
- Inocorrência de recusa;
 -Recusa justa; 
- Não realização do deposito no prazo ou no lugar do pagamento;
- Não integralidade do depósito (deverá indicar o montante devido). Lembrando que, neste último caso, a consignação ganhará feição de ação dúplice, ou seja, rejeitado o pedido do autor, o juiz o condenará a satisfazer o montante devido (art. 545).
- Após o oferecimento da contestação:
A ação segue o procedimento ordinário, com instrução, se necessário, culminando na sentença, que, se julgar o pedido procedente, declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios (art. 546, NCPC). O juiz fará o mesmo se o credor receber e der quitação (parágrafo único do art. 546).
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS 
· Base legal: arts. 550 a 553 NCPC
· Refere-se ao dever contratual de prestar contas por aquele que administra bens ou direitos alheios.
Ex: Curador, Tutor, Administrador, Inventariante
· Legitimidade passiva: administrador 
· Legitimidade ativa: interessado na administração dos bens ou direitos
· Possui duas fases (bifásico)
1ª FASE: 
· discute apenas a existência da relação de direito material e a obrigação ou não de prestar contas
· Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem, requerendo a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 dias
Quando o réu já citado, este poderá adotar 3 comportamentos diferentes: 
-Prestaras contas (§2º): tendo o autor, então, o prazo de 15 dias para se manifestar, prosseguindo-se o processo para as demais fases do rito comum (saneamento, instrução e decisão);
- Contestá-las (§3º): de modo fundamentado e específico, com referência expressa ao lançamento questionado;
 -Não contestá-las (§4º): o juiz decreta à revelia e julga antecipadamente o mérito reconhecendo a existência das contas.
ATENÇÃO
- Qualquer uma das hipóteses da 1ª fase será encerrada pela decisão que irá julgar procedente ou improcedente o pedido. 
- Logo, em caso de improcedência, não há que se falar numa 2ª fase, uma vez que não foram reconhecidas as contas exigidas pelo autor. 
- Porém, havendo a condenação do réu a prestar as contas, este deverá apresentá-las em 15 dias, o que dá início à 2ª fase.
 2ª FASE: 
· serão analisadas as contas, determinando a existência de saldo e sua apuração, bem como condenando o réu ao pagamento da referida quantia.
· Caso o réu não apresente as contas em 15 dias após a decisão que as reconheceu na 1ª fase, irá perder o direito de impugnar aquelas que ainda serão, em seguida, apresentadas pelo autor num prazo de 15 dias, podendo o juiz determinar realização de exame pericial, se necessário (§§5º e 6º)
· réu apresentá-las dentro do referido prazo (art. 551): o juiz abrirá prazo para o autor impugná-las
· Caso exista a impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz estabelecerá prazo razoável pra que o réu apresente os documentos justificativos dos lançamentos individualmente impugnados (§1º do art. 551), seguindo o processo para as próximas fases do procedimento comum (saneamento, instrução e decisão - §6º, 1ª parte, do art. 550).
AÇÕES POSSESSÓRIAS 
· Base legal: arts. 554 a 568, NCPC)
 JUÍZO PETITÓRIO X JUÍZO POSSESSÓRIO
· Possessório (ius possessionis): a pretensão diz respeito à posse em si mesma, sem cogitar qualquer outra relação jurídica. O fundamento da pretensão e o pedido são a posse. Portanto, instruir tais causas com prova da titularidade do domínio é irrelevante, uma vez que basta demonstrar a posse anterior e a ofensa a esta. Seguindo o mesmo raciocínio, mas em situação diversa, é o proprietário que nunca foi possuidor do seu

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