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RITOS ESPECIAIS CÍVEIS

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RITOS ESPECIAIS CÍVEIS
AULA 1
NOTAS INTRODUTÓRIAS
O que é Procedimento Especial?
 **Diferença “ação”, “processo” e “procedimento”:
- “ação” = garantia constitucional ampla de acesso ao Poder Judiciário, para obtenção da tutela jurisdicional efetiva, por meio do devido processo legal;
- “processo” = instrumento para se fazer valer o direito de ação e obter a tutela jurisdicional. Entidade complexa – relação jurídica processual – procedimento em contraditório;
- “procedimento” = conjunto de atos encadeados em sequência lógica com vistas à produção de um resultado, pelo qual se exterioriza o processo. Sequência ordenada de atos.
Técnicas procedimentais = tutela comum e tutela diferenciada
Tutela comum = procedimento comum:
Mas nem sempre um procedimento único é capaz de solucionar todas as espécies de crise de direito material
“Procedimento Comum” = Procedimento padrão para prestação de tutela jurisdicional = Regulamentação exaustiva - Arts. 318-509, CPC; 
- Alguns direitos, para terem efetividade demandam que o instrumento processual seja adaptado a particulares características do direito material; 
Adaptações = procedimentais (ou seja, atinentes à forma, sequência, encadeamento e sumarização dos atos praticados pelos sujeitos processuais) e processual (relativo às situações jurídicas processuais, isto é, ônus, poderes, deveres e sujeições das partes).
Tutela diferenciada = procedimento especial:
Atende-se as exigências do direito material.
Adota procedimentos e técnicas diferenciadas para a efetiva proteção do direito material.
Procedimentos especiais - conjunto de técnicas empregadas pelo legislador, com a finalidade de promover a adequação do instrumento de prestação de tutela jurisdicional ao conflito a ser dirimido;
- Todo aquele procedimento que não é comum, pois tem alguma peculiaridade, que o torna diferente;
- Regulamentação pontual – trata somente aquilo que és especial, que é diferente: Arts. 539-770, CPC
Algumas características:
- A dispersão da matéria a ser examinada no CPC e em leis extravagantes;
- A notável importância das normas de direito material para correta compreensão do respectivo procedimento especial destinado a tutelá-lo;
- A utilização subsidiária das normas do procedimento comum – art. 318, CPC;
- Podem ser de jurisdição contenciosa e voluntária.
Relembrando o Procedimento Comum
Fases do Procedimento Comum 
1 – Fase postulatória 
2 – Fase de Saneamento 
3 – Fase Instrutória 
4 – Fase Decisória
Pedidos no Procedimento Comum
DO PEDIDO 
Nestes termos, requer a parte Autora: 
a) O deferimento da tutela de urgência antecipada, conforme razões supracitadas, para... 
b) Seja determinada a citação do Réu para comparecer à audiência de conciliação ou mediação designada, e, em caso de não composição, contestar a ação no prazo de 15 dias desta audiência, sob pena de confissão e revelia; 
c) Seja julgada totalmente procedente a demanda, confirmando-se a tutela de urgência concedida, para o efeito de....; 
d) Seja condenado o Réu ao pagamento das custas sucumbenciais e honorários advocatícios no percentual de 20% sobre o valor da causa; 
e) O Autor requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos; 
f) A teor do artigo 3189, VII, do CPC, o Autor manifesta interesse na audiência de conciliação ou mediação;
g) A juntada do comprovante de pagamento de custas processuais (ou pedido de AJG)
AULA 2
AÇÕES POSSESSÓRIAS
POSIÇÃO LEGAL
CÓDIGO CIVIL ART. 1.196 – 1.224
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ARTS. 554-568
AS AÇÕES POSSESSÓRIAS
· AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Quando? Esbulho
· AÇÃO DE MANUTENÇÃO NA POSSE
Quando? Turbação
· INTERDITO PROIBITÓRIO
Quando? Ameaça
OBS.: a escolha da ação depende da agressão sofrida.
Manutenção / Reintegração
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
Interdito Proibitório
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
Juízo Possessório x Juízo Petitório
· Possessório: discute apenas e tão-somente a posse;
· Vedada a interferência de questão dominial
· Petitório: discute a propriedade.
Ex.: Pessoa que adquire um imóvel e obtém a escritura pública definitiva, mas não a posse, porque o vendedor a retém. O que deve fazer?
Fungibilidade entre as ações
O CPC aceita a fungibilidade entre ações possessórias – art. 554, CPC.
Ou seja, o juiz pode admitir a demanda mesmo que a agressão à posse seja diversa da alegada.
Exceção de domínio
Enquanto em curso uma ação possessória, a lei impede que seja ajuizada nova demanda para discutir o domínio desse mesmo bem – art. 557, CPC.
IMPORTANTE! Art. 557, parágrafo único, CPC e 1.210, §2ª, CC – a alegação do réu de propriedade sobre a coisa NÃO impede a manutenção ou reintegração da posse pelo autor.
MAS se a discussão sobre o domínio do bem se der em face de terceira pessoa, será passível o ingresso da ação petitória durante o curso da ação.
REQUISITOS PARA A PROPOSITURA DA DEMANDA
LEGITIMIDADE
→ Ativa: possuidor direito e indireto (detentor não pode)
→ Passiva: aquele que esbulha, turba ou ameaça (pode ser inclusive o proprietário)
OBS: Participação do cônjuge ou convivente: at. 73, §2° - só quando tiver a composse ou quando praticar o ato.
Possuidor x Detentor
Possuidor: quem tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade;
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Detentor: quem tem relação de dependência para com outro, e conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Posse Direta x Posse Indireta
Direta: da pessoa que tem a coisa em seu poder;
Indireta: quem tem o domínio do bem, mas concede ao possuidor direto o direito de possuí-lo temporariamente.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto
Polo passivo coletivo
Peculiaridade: citação – art. 554, §1º e 2º;
- Citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais;
- A tentativa de citação pessoal será feita apenas uma vez por oficial de justiça.
PROCEDIMENTO
≈ A escolha do procedimento depende do “tempo”/”momento” em que se deu a agressão à posse:
→ Ação de Força Nova: agressão à posse com menos de ano e dia (Rito Especial);
→ Ação de Força Velha: agressão à posse com mais de ano e dia (Rito Comum).
1. Rito Especial
A) Petição inicial:
· Necessária comprovação dos fatos citados no art. 561, CPC (posse, esbulho/turbação, data da agressão, manutenção ou perda da posse);
· Possível cumulação de pedidos (perdas e danos e indenização de frutos).
B) Deferimento da liminar:
· Apenas precisa da prova dos requisitos do artigo 561, CPC;
· Se a inicial não estiver devidamente instruída, o autor designará audiência de justificação para que o autor produza provas para o deferimento da liminar. O réu é chamado para a audiência, mas não produz prova;
· Proteção ao Poder Público: contra o Poder Público não se deferirá liminar sem antes ouvir seus representantes;
· Autor pode pedir nova medida necessária e adequada para evitar nova turbação ou esbulho ou para o cumprimento da liminar deferida (ex.: multa).
C) Defesa do Réu:
· Prazo: 15 dias (art. 564, CPC);
· Caráter dúplice: o réu pode na resposta demandar a proteção possessória a seu favor, caso alegue que foi ofendido em sua posse, bem como postular os prejuízos causados (art. 556, CPC).
2. Rito Comum
- Quando litígio coletivo – bem imóvel:juiz deve designar audiência de mediação (art.565, CPC);
Liminar concedida e não executada em mais de um ano – também deverá ser designada a audiência.
AULA 3
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
1) Código Civil – Do pagamento em consignação
Art. 334 – 345, CC
- Pagamento em consignação = pagamento indireto das obrigações
- Problema no plano material = devedor não consegue pagar sua dívida – o que é direito dele!
- Depósito pelo devedor da prestação devida para o fim de se liberar de sua obrigação
- Então, pagamento em consignação terá lugar quando verificada a mora do credor (art. 394, CC)
- Hipóteses: art. 335, CC
a) Credor não pode ou se recusa a receber sem justa causa
b) Credor não for nem mandar receber a coisa no local e tempo previstos
c) Credor incapaz, desconhecido ou declarado ausente, esteja em local incerto ou perigoso e de difícil acesso.
d) Dúvida sobre o credor
5) Objeto da prestação for litigioso
2) Código de Processo Civil
Art. 539 – 549, CPC
2.1) Legitimidade
· Ativa
a) Devedor/sucessores
b) Terceiros (art. 304-307, CC):
- Terceiro interessado: sub-roga direitos do credor
Interesse jurídico (adquirente de imóvel hipotecado)
Exemplo: fiador, herdeiro, sublocatário.
- Terceiro não interessado:
Ato de liberdade;
Terceiro não tem risco de ter o patrimônio afetado.
· Passiva – credor da obrigação
Quando há dúvida sobre o credor?
- Litisconsórcio passivo necessário – todos os eventuais credores
- Todos eles serão citados – art. 548, CPC
a) Não comparece ninguém – julgamento procedente, extinção da obrigação, liberação do devedor.
b) Comparece apenas um – julga procedente a ação, libera o devedor e credor levanta a quantia.
c) Comparece mais de um firmando a titularidade – o processo seguirá apenas com os credores; a obrigação é extinta, o devedor liberado. Os credores assumem posição ativa e passiva na demanda.
d) Comparece mais de um afirmando a titularidade e trazendo outras matérias de defesa – processo permanece com a formação subjetiva inicial.
2.2) Competência
- “Lugar do pagamento”
- Contrato? Local estipulado no contrato
- Se não houver convenção entre as partes? Art. 327, CC.
- Se a lei ou a natureza do contrato não exigir – domicílio do devedor.
2.3) Consignação Extrajudicial
- Forma alternativa de solução de conflito – evita o judiciário;
- Depósito em agência bancária de valor que se quer consignar
- Requisitos:
· Dívida pecuniária/valor em dinheiro
· Agência bancária no local do pagamento
· Credor conhecido, capaz, certo e solvente
· Ciência do endereço do credor
· Não pode pender litígio sobre a prestação
Procedimento:
- Devedor deposita na agência bancária o valor que entender devido;
- A agência bancária notifica o credor – carta AR
- Condutas possíveis do credor
· Levantar o valor, obrigação é extinta
· Silenciar, a obrigação é extinta – o valor fica à disposição do credor
· Levantar o valor com ressalvas sobre – que pode cobrar por vias próprias (STJ REsp 189.019/SP)
· Recusar – manifestação por escrito – prazo de 10 dias, contagem a partir do retorno do AR – não precisa justificar
Prazo judicial: 30 dias - importante para não voltar a incidir os encargos moratórios que estacam com o depósito.
2.4) Ação de consignação em pagamento
Petição inicial – art. 319 + 542, CPC
- Pedir para o depósito em consignação no prazo de 5 dias (CUIDAR – se fez a consignação extrajudicial e está no prazo de 30 dias, comprova para o juiz o depósito e a recusa do credor, e pede apenas que seja considerado o depósito já efetuado).
- Ausência do depósito – extinção do processo
STJ já aceitou depósito após o prazo – REsp 702.739/PB
- Requer a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação
Contestação – art. 544, CPC
Divergência doutrinária (uns entendem que o rol é taxativo – cognição limitada; outros que o rol é exemplificativo)
Tendência jurisprudência – rol exemplificativo.
- Não houve recusa (o ônus da prova da recusa é do autor)
- Foi feita a recusa e foi justa – ausência dos requisitos (o ônus da prova é do réu)
- Depósito não se efetuou no prazo ou local determinado (prestação de entregar coisa – imprestabilidade da obrigação)
- Depósito não é integral: réu deve apresentar o valor que entende devido. Autor vai ter a responsabilidade de complementar o depósito no prazo de 10 dias.
Se o autor não complementa, continua o processo mas o réu levanta de pronto o valor incontroverso.
Sentença:
- De regra, declaratória.
- Poderá ser também condenatória.
Prestação sucessiva:
Art. 541, CPC – possibilidade de o autor da ação ir depositando nos autos a medida que as parcelas forem vencendo.
- Independe de intimação – até 5 dias após o vencimento.
Debate jurisprudencial e doutrinário – até quando pode ser feito o depósito das vincendas?
- Até a sentença de 1° grau
- Até o trânsito em julgado.
REsp 439.489/SP
AULA 4
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
Art. 550 à 553, CPC
FINALIDADE
Tem o direito de exigir contas de alguém, aquele que confiou no outro a administração de seus bens, valores ou interesses.
· Relação de confiança.
Ex: advogado, inventariante, síndico, banco em relação ao titular da conta corrente (Súm. 259, STJ)
· Finalidade: é buscar o pagamento do saldo residual
Ação tem dois pedidos: prestar as contas e condenação do réu a pagar saldo residual.
· Interesse de agir: recusa ou divergência.
Informativo 558 – REsp 1.293.558/PR – 2015 (não existe interesse de agir – contrato de financiamento)
NATUREZA DÚPLICE DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
A sentença é título executivo para qualquer das partes que favorecer. Não há interesse na apresentação de reconvenção.
COMPENTÊNCIA
Competência: Foro do local onde ocorreu a administração.
· Relativa
Exceção: competência absoluta (art. 553 CPC)
Competência do juízo que julgou ou está processando a ação principal.
Ex: juiz do inventário com relação às contas do inventariante.
LEGITIMIDADE
Legitimidade ativa: aquele que teve seus bens, valores e interesses administrados por outrem.
Legitimidade passiva: contrato de mandato é personalíssimo – só o mandatário poderá ser réu na ação.
Inf. 427/STJ.
PROCEDIMENTOS DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
Petição inicial:
Art. 319 + 550, CPC = razões pelas quais as contas estão sendo exigidas + documentos comprobatórios
· Cumulação dos pedidos: primeiro a prestação de contas + condenação a pagar o saldo devedor apurado
· Valor da causa: pedido genérico – valor de alçada
Especialidade: duas fases de conhecimento
· Analisar se o réu deve prestar as contas
· Analisar se tem saldo devedor e condenar ao pagamento.
Inf. 654/STJ – REsp 1.821.793/RJ
Réu citado para prestar contas ou contestar no prazo de 15 dias:
Ele pode:
· Não contesta e não apresenta contas: revelia – o juiz pode julgar antecipadamente condenando o réu a prestar as contas (primeira fase). Intima o réu a apresentar as contas no prazo de 15 dias.
· Apresenta as contas e não contesta: reconheceu o pedido de prestação de contas (encerra a primeira fase). O autor é intimado a se manifestar sobre as contas apresentadas no prazo de 15 dias (inicia a segunda fase).
· Contestar e negar a prestação de contas: Divergência sobre o valor de prestar contas – juiz decidirá sobre esse dever (permanece na primeira fase).
· Contestar e apresentar as contas: concordância sobre o dever de prestar contas (encerra a primeira fase) e divergência sobre o conteúdo (inicia a segunda fase).
Aula 5
Continuidade
1ª fase: análise sobre o dever de prestar contas.
2ª fase: análise da adequação/correção das contas.
Como se dá a segunda fase:
Sempre que prestadas as contas ou não atendida a determinação pelo réu, inicia a segunda fase.
· Juiz determina ao réu a prestação de contas;
· Réu tem 15 dias para apresentar;
· Apresenta as contas;
· Autor tem 15 dias para se manifestar;
· Não apresenta as contas;
· Autor pode apresentar sanção processual, não pode se manifestar sobre as contas apresentadas.
- Pode ser feita (geralmente é) prova pericial (art. 464 e ss, CPC)
Ao final, o juiz sentencia analisando as contas, apurando saldo devedor a favor do autor ou réu.Prescrição da ação de prestar contas:
Regra geral do art. 205, CC – 10 anos.
Recorribilidade:
Depende do momento e da conduta do réu:
- Juiz extinguiu o processo: recurso de apelação;
- Juiz acolhe pedido do autor e determina ao réu a prestação de contas (inicia a segunda fase): divergência doutrinária. Uns entendem que é apelação, por ser uma sentença que põe fim a primeira fase; outros (maioria) entendem que cabe agravo de instrumento por ser decisão interlocutória de mérito (art. 1015, II).
STJ – entende que cabe agravo, mas aceita a fungibilidade – REsp 1.746.337 STJ
AÇÃO MONITÓRIA
Fundamento legal
Art. 700 a 702, CPC
Finalidade
Tem por finalidade o cumprimento da obrigação assumida pelo réu com base em início de prova escrita que não presta a embasar um processo de execução, ou seja, não é título executivo, conforme art. 784, CPC.
A monitória encurta o caminho ao título executivo, pois esse início de prova permite a utilização do procedimento, não sendo necessário lançar mão da ação de cobrança.
A ação monitória é uma faculdade do credor.
Cabimento
Todas as espécies de obrigações podem ser objeto de ação monitória.
Art. 700, I e II.
Requisitos
1) Prova escrita = prova documental ou documentada (vídeo, por exemplo). Art. 700, § 1°, CPC.
= sem eficácia de título executivo: cheque prescrito, títulos de crédito prescritos, contrato sem assinaturas de duas testemunhas, extratos e contratos de cartão de crédito.
= documento que tenha condições de comprovar o crédito – não existe modelo certo. Pode ser conjunto de documentos ou apenas um, desde que dê condições ao juiz de concluir que a dívida existe em cognição sumária.
STJ – prova unilateral – já aceitou e-mail informativo593, REsp 1.381603/MS (há doutrina que diverge).
2) Petição inicial – art.700, §2
I – A importância devida, instruindo-a com memória e cálculo; obrigação pecuniária.
II – O valor atual da coisa reclamada; entrega da coisa.
III – O conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido. Obrigação de fazer/não fazer.
= Autor deverá argumentar sobre a prova escrita e anexá-la. (Ônus da alegação e ônus da prova)
= O valor da causa será o valor da obrigação a ser satisfeita.
= Citação para cumprimento do mandado monitório no prazo de 15 dias ou embargar a ação monitória.
Continuação
Aula 6
Legitimidade
· Ativa: quem tenha o crédito advindo de obrigação comprovada por algum tipo de prova escrita.
· Passiva: o devedor que figure na prova escrita como tal.
* Prova escrita pode ser unilateral?
- maioria da doutrina – não.
STJ – aceita (e-mail – REsp 1.381.603/MS)
*Pode ser incapaz?
Art. 700 – apenas o devedor capaz pode ser réu (não poderá ser mesmo se assistido ou representado)
*Fazenda
Poderá ser parte (autor ou réu – art. 700, §6°, CPC)
Súmula 339, STJ.
Competência
Regra geral – art. 46, CPC
Cuidar quando for imóvel – art. 47, CPC – regras gerais de competência.
Procedimento
Art. 319 + 700, CPC – preenchidos os requisitos, juiz expede mandado monitório (pagamento, entrega de coisa, fazer/não fazer) 
Cognição sumária
· Tutela de evidência
Natureza jurídica do mandado monitório
· Doutrina minoritária = despacho de mero expediente.
· Outra parcela doutrinária = decisão interlocutória
· Doutrina majoritária = sentença (porque faz coisa julgada material)
· Pacífico – que a decisão que expede o mandado monitório é irrecorrível – existe meio próprio para a impugnação = embargos monitórios
· Cabe ação rescisória – se não opostos os embargos monitórios (art. 701, §3°)
Mandado monitório = para cumprir a obrigação no prazo de 15 dias (isento de custas processuais/honorários de 5% do valor da causa) ou embargar
· O réu poderá:
- Cumprir a obrigação (isento de custas e honorários)
- Réu revel = mandado monitório converte-se em título executivo judicial – art. 701, §2°.
Divergência doutrinária sobre matéria de impugnação do cumprimento de sentença
- majoritária: limitação do art. 525, §1°, CPC
- minoritária: não há limitação
Embargar a ação monitória = 15 dias.
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>falta aula 27/10/2020 pra frente>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>Dar continuidade>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Aula 09
EMBARGOS DE TERCEIRO
PROCEDIMENTO
Requisitos
1) Constrição ou ameaça judicial
2) Embargante deve ser proprietário ou possuidor da coisa
3) Terceiro não participa do processo
4) Prazo fixado pelo art. 675, CPC (lembrando da flexibilização feita pelo STJ – contagem a partir da ciência)
Petição inicial
Art. 677 do CPC + Art. 319 do CPC
- Prova sumária da posse ou domínio e da condição de terceiro
- Prova para embasar a decisão liminar
- Prova documental ou rol de testemunhas (STJ – se não apresentar o rol da PI, há preclusão)
Audiência preliminar
Art. 677, §1° do CPC
- Possibilidade de designação de audiência antes da sobre a medida liminar
Citação
Art. 677, §3°
- Regra: na pessoa do advogado do embargado
- Se não houver procurador constituído, citação pessoal
Decisão liminar
- Provados de forma suficiente a posse ou o domínio
- Juiz defere a medida liminar – sustar a constrição ou levantar caso já tenha sido realizada
- Juiz pode condicionar o deferimento da liminar à prestação de uma caução
Recurso: Agravo de instrumento
Contestação
Prazo: 15 dias
- Inaugura o procedimento comum
- Possível todo o tipo de defesa
- Não cabe reconvenção
Exceção: limitação em razão de matéria quando o embargante for credor com garantia real
1) Devedor comum é insolvente
2) Título é nulo
3) Outro foi o bem dado em garantia
Sentença
Art. 681, CPC
- Declara a posse ou o domínio
- Determina sustação da constrição ou ameaça
- Sentença apelável
INVENTÁRIO E PARTILHA
Conceito e finalidade
- Inventário: o processo onde se faz a relação, descrição, avaliação de todos os bens pertencentes ao de cujus ao tempo de sua morte. Faz-se a discriminação, pagamento das dívidas e impostos.
- Partilha: divide-se o acervo entre os herdeiros.
- É o espólio que vai representar o falecido em processo até a partilha.
- Procedimento obrigatório.
EXCEÇÃO: PIS/PASEP e restituição de IR. Basta pedido de alvará judicial.
Prazo para abertura do inventário
2 meses - Art. 611, CPC
Súmula 542, STF
Competência
Art. 48, CPC
- Último domicílio
- Mais de um domicílio qualquer um deles
- Sem domicílio certo: situação dos bens
- Bens em locais diferentes: qualquer deles
Prova não documental
Art. 612, CPC
Questões de alta indagação – que necessitem prova pericial ou testemunhal não podem em inventário, devendo ser remetidas às vias ordinárias
- Pode pedir reserva de quinhão.
Exemplo: investigação de paternidade.
REsp 1.685.935 – União Estável pode ser reconhecida em inventário (STJ)
Legitimidade para propor o inventário
Art. 615 e 616 CPC
- Legitimidade é de quem está na posse e administração dos bens
* administrador provisório (art. 613 e 614)
- Pessoas do art. 616
Aula 10
Continuação
INVENTÁRIO
Inventariante
Pessoa responsável pela administração da herança;
Representa ativa e passivamente o espólio;
Tem a incumbência de cumprir as diligências necessárias ao andamento do inventário.
- Quem pode ser inventariante?
Art. 617: ordem legal para ser inventariante
STJ: a ordem pode ser alterada mediante justificação.
· Incisos I ao IV: inventariantes legítimos
· Inciso VII: inventariante judicial
· Inciso VIII: inventariante dativo
- Atribuições do inventariante
Art. 618
· Não pode efetivar nenhum ato de disposição de direito sem autorização dos demais herdeiros. Exemplo: transigir, alienar bens, fazer melhoramentos em bens.
Art. 622 – Remoção de inventariante – rol exemplificativo – a requerimento ou de ofício respeitando o contraditório. Possível produção probatória. Decisão agradável.
Tipos de inventário
1) Inventário negativo
Feito quando não existem bens, não tem previsão, construção doutrinária
- Objetivo: Dar certeza jurídica de que alguém faleceu e não deixou bens.
- Exemplo: importante para os herdeiros comprovarem aos credores do falecido que ele não deixou bens.
- Pode ser judicial ou extrajudicial.
2) Inventário conjuntoCasos em que os bens de mais de uma pessoa poderão ser inventariados no mesmo processo.
Hipóteses excepcionais – art. 672, CPC
- Mesmos herdeiros (exemplo: irmãos sem filhos)
- Cônjuges ou companheiros
- Dependência de partilha em relação à outra (filho em relação ao pai)
3) Inventário extrajudicial
Art. 610, §§1° e 2°
- Inexistência de testamento
- Herdeiros capazes
- Acordo entre os herdeiros
- Advogado indispensável
- Escritura púbica = formal de partilha
- Pode ser feita uma escritura pública nomeando inventariante.
4) Inventário judicial
Art. 610 – 673, CPC
· Início: se dá por requerimento da parte legitimada
- Deve instruir com certidão de óbito
- Indica o inventariante
· Juiz recebe e nomeia o inventariante
· Inventariante deve assinar um termo de compromisso (5 dias após a intimação da nomeação)
· Primeiras declarações
- Apresentadas pelo inventariante
- Prazo de 20 dias a contar da assinatura do termo
- O que devem conter? 
· Quem é o falecido – qualificação
· Qualificação dos herdeiros
· Descrição do patrimônio (passivo e ativo)
· Existência ou não de testamento (central de testamentos on-line)
· Citação dos herdeiros
- 15 dias para impugnar as primeiras declarações
- Nesse prazo devem levar à colação os bens que eventualmente tenham recebido em vida
· Avaliação do patrimônio
- Pode ser feita por um perito avaliador
- Também pode ser dispensada se as partes estiverem de acordo sobre o valor dos bens
· Últimas declarações
- Encerra a primeira parte do inventário
- Inventariante complementa as primeiras declarações
- 15 dias para todas as partes se manifestarem
· Cálculo do tributo
- Deve ser expedida a DIT
- É feita a avaliação dos bens pela Secretaria da Fazenda para fins de cálculo do ITCD
- Expede-se a guia e deve ser paga antes da partilha
· Pagamento das dívidas
- Devem ser pagar antes da partilha e depois da arrecadação
· Partilha
- Encerra a universalidade de direito
- Entrega-se a cada um dos herdeiros a sua parte
- Esboço de partilha = inventariante
- Outros herdeiros concordam ou não
- Se houver discordância, pode ser nomeado um partidor (juiz nomeia e decide)
- Decidida a partilha, são expedidos os formais de partilha.
5) Arrolamento
5.1 Arrolamento sumário
Art. 659, CPC – Inventário amigável feito em juízo
- Requerimento inicial: indica o inventariante; especifica herdeiros e bens; informa dívidas; apresenta a proposta de partilha
- Todos os herdeiros assinam
- Apresentada a inicial, o juiz nomeia o inventariante e já determina o pagamento do imposto
- Inventariante providencia a guia, paga o imposto, apresenta ao juiz que expede os formais de partilha.
5.2 Arrolamento comum
Art. 664, CPC – Condicionado o valor do patrimônio inventariado = limite de 1000 salários mínimos
- Primeiras declarações já devem conter a avaliação do patrimônio + plano de partilha (se não houver concordância idem ao inventário)
- Os herdeiros têm prazo para se manifestar;
- Havendo concordância, encaminha-se a DIT para pagamento de ITCD; pago o ITCD expede-se os formais.
Aula 11
AÇÕES LOCATÍCIAS
Lei 8.245/91
Disposições Gerais – Art. 58:
1) Os processos não se suspendem nas férias forenses
2) Competência: local do imóvel se não estiver outro previsto no contrato
3) Valor da causa: 12 vezes o valor do aluguel
4) Apelação apenas terá efeito devolutivo
Ação de Despejo – Art. 59 ao 66
Rito comum: art. 319 ao 512 do CPC.
- Medida judicial para a retomada pelo locador do imóvel locado, independente do fundamento.
- Exemplos: despejo por falta de pagamento/por descumprimento de cláusula contratual; despejo por denúncia vazia* (retomada imotivada)/por retomada motivada.
*Denúncia vazia: possibilidade de o locador pedir o imóvel depois de passado o prazo do contrato. Contrato deve ser por escrito no prazo máximo de 30 meses – deve haver notificação para saída em 30 dias – não precisa motivação específica.
Ação Consignatória – Art. 67
Quando for ação de consignação de aluguel, olhar a lei 8.245/91 e cuidar PRAZOS.
Ação Revisional de Aluguel – Art. 68 ao 70
· Não havendo acordo quanto ao reajuste do aluguel:
Nesse caso, pode ser utilizada para aumentar o valor ou para reduzir o valor
· Pode ser utilizada após transcorrido 3 anos de vigência do contrato
Jurisprudência: flexibiliza o prazo de 3 anos quando ocorrer fato relevante que desequilibre o contrato.
Petição inicial:
Deve indicar o valor que a pessoa quer pagar ou receber
- Juiz designa audiência de conciliação e fixa o valor do aluguel provisório
· Ação do locador: aluguel provisório fixado no limite máximo de 80% do pedido.
· Ação do locatário: aluguel provisório fixado não poderá ser inferior a 80% do valor vigente.
Contestação:
Deve conter a contraproposta.
- O juiz sempre busca a conciliação > Se for inexitosa, o ideal é realizar prova pericial.
Sentença: 
Novo aluguel retroage à data da citação:
- Se houve redução em favor do locatário, ele poderá descontar esse valor nos futuros pagamentos.
- Se houver aumento em favor do locador, ele cobrará o valor restante em cumprimento de sentença.
Ação Renovatória – Art. 71 ao 75
· Ação destinada para fazer valer o direito do locatário em contrato de locação não residencial de renovar o aluguel.
· Quando que o locatário tem direito à renovação do contrato?
Requisitos:
1) Contrato escrito
2) Prazo mínimo de 5 anos OU soma dos prazos ininterruptos for 5 anos
3) Observância do prazo para ajuizamento: começa um ano antes da data final do contrato e termina 6 meses antes da data final do contrato.
Petição inicial:
1) Prova do cumprimento dos requisitos do art. 51
2) Cumprimento do contrato
3) Indicar condições de renovação
4) Indicar o fiador
- Mesmo fiador: provar que ele aceita
- Novo fiador: toda qualificação, prova de idoneidade financeira e declaração de que aceita
Contestação:
1) 15 dias
2) Restrição na matéria de fato:
- Autor não preenche os requisitos do art. 5
- Proposta não atende ao valor de mercado
- Proposta melhor de terceiro (prova)*
- Não tem a obrigação de renovar (art. 52)
* Proposta melhor de terceiro que deve ser provada documentalmente através de declaração assinada pelo terceiro, mais duas testemunhas. 
Deve indicar:
- O valor do novo aluguel e o ramo da atividade que vai ser explorada que não pode ser o mesmo do locatário
- O locatário pode cobrir a proposta e ele fica com a preferência.
Sentença:
- Procedente: renova o contrato, define novo valor de aluguel e prazo
- Improcedente: despejo

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