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introdução Introdução Os primeiros conceitos do cálculo diferencial e do cálculo integral surgiram há séculos, a princípio, sem ligação com os conceitos que temos atualmente. Depois de um período, matemáticos puderam provar, por meio de resultados válidos até hoje, que os conceitos do cálculo diferencial e do cálculo integral são o inverso um do outro. CÁLCULO APLICADO - VÁRIASCÁLCULO APLICADO - VÁRIAS VARIÁVEISVARIÁVEIS REVISÃO DE DERIVADAS EREVISÃO DE DERIVADAS E INTEGRAISINTEGRAIS Autor: Me. Talita Druziani Marchiori Revisor : Ra imundo A lmeida IN IC IAR O cálculo diferencial surgiu com problemas relacionados a retas tangentes. Já o cálculo integral originou-se em problemas de quadratura, que é uma operação que determina a área de um quadrado equivalente a uma dada �gura geométrica. Porém, hoje, sabemos que as aplicabilidades dessas teorias estendem-se a áreas variadas do conhecimento, como física, química, engenharias, biologia, economia, dentre outras. Apesar de você, estudante, já ter estudado esses conceitos, vamos revisar, nesta unidade, as principais de�nições e propriedades presentes no cálculo diferencial e integral. Além disso, estudaremos o conceito de integração por frações parciais. Salientamos que, como se trata da revisão de uma matéria extensa, não conseguiremos abordar todos os conceitos presentes. Com isso, enriqueceria o seu estudo buscar exemplos e exercícios em outras bibliogra�as para completar a sua revisão e aprofundar o seu conhecimento. Esperamos que o seu aprendizado seja produtivo. Neste tópico, relembraremos as principais de�nições e propriedades das derivadas de funções reais de uma variável real. No que segue, representaremos por f(x) uma função real de uma variável real, de�nida sobre um subconjunto X dos números reais. Considere uma função f(x) como uma função qualquer e sua derivada f ′ (x) é a nova função que, em um determinado ponto x, o valor da derivada é de�nido por f ′ (x) = limh→ 0 f(x + h) − f(x) h Uma Breve RevisãoUma Breve Revisão Sobre as Derivadas deSobre as Derivadas de Funções Reais de umaFunções Reais de uma Variável RealVariável Real Fonte: luckybusiness / 123RF. se o limite existir. Assim, se o limite existe para x = a, a função f diz-se diferenciável em a. Consideramos a função f derivável em um intervalo aberto, se esta for diferenciável para todos os números do intervalo. Exemplo 1.1: determine f ′ (x) se f(x) = x ² . Solução: pela de�nição que acabamos de enunciar, f ′ (x) = limh→ 0 f(x + h) − f(x) h = limh→ 0 (x + h)2 − x2 h . Como: (x + h)2 − x2 h = 2x + h, h ≠ 0, segue que: f ′ (x) = limh→ 0 f(x + h) − f(x) h = limh→ 0 (x + h)2 − x2 h = 2x Portanto, f ′ (x) = 2x. Usando a notação tradicional y = f(x) para indicar que a variável independente é x, e y é a variável dependente, então y ′ dy dx e df dx são consideradas notações alternativas quando consideramos a derivada de f em relação a x. O processo de determinar a derivada de uma função por meio do cálculo de um limite, na maioria das vezes, é um processo demorado. Porém, há regras de derivação que auxiliam em uma solução mais simples para o cálculo. Quando utilizamos tais soluções, conseguimos determinar a derivada de uma função sem necessitar recorrer à sua de�nição. A seguir, enunciamos algumas dessas regras. REGRA DA POTÊNCIA: considerando que n é um número real qualquer, então: xn ′ = nxn− 1.[ ] REGRA DA MULTIPLICAÇÃO POR CONSTANTE: considerando que c é uma constante e f é uma função derivável, podemos dizer que: [cf(x)] ′ = cf ′ (x). REGRA DA SOMA: considerando que f e g são funções deriváveis, então: f(x) + g(x)] ′ = f ′ (x) + g ′ (x). REGRA DO PRODUTO: considerando que f e g são funções diferenciáveis com g(x) ≠ 0, então: [f(x)g(x)] ′ = f ′ (x)g(x) + f(x)g ′ (x). REGRA DO QUOCIENTE: considerando que f e g forem deriváveis, então: [ f(x) g(x) ], = f ′ (x)g(x) − f(x)g ′ (x) g(x)2 . REGRA DA CADEIA: se g for derivável em x, e f for derivável em g(x), então, a função composta h = f ∘ g, de�nida por h(x) = f(g(x)), será derivável em x, e h ′ será dada pelo produto: h ′ (x) = f ′ (g(x))g ′ (x). Em muitas situações, deparamo-nos com problemas de funções exponenciais, logarítmicas e trigonométricas, por isso, resumimos as fórmulas de derivação para estas funções: d dx sen x = cos x; d dx (cosec x) = − cosec x cotg x; d dx cos x = − sen x; d dx (cotg x) = − cosec 2 x; d dx tg x = sec 2x; d dx (e x) = ex; d dx sec x = sec x tg x; d dx (ln x) = 1 x . Exemplos 1. 2: derive: a) h(x) = 5 1 x2 . b) f(x) = ex x. c) F(x) = 2x+ 3 x2 + 1 . d) h(x) = sen(x2 + 1). Solução: a) Pelas regras da constante e da potência: h ′ (x) = 5( 1 t2 ) ′ = − 10 t3 . b) Pela regra do produto, temos: f ′ (x) = (ex) ′ x + ex(x) ′ = ex x + ex. c) Pela regra do quociente: F ′ (x) = (2x + 3) ′x2 + 1 − 2x + 3(x2 + 1) ′ (x2 + 1)2 = −2x2 − 6x + 2 (x2 + 1)2 . d) Pela regra da cadeia, considerando f(x) = sen x e g(x) = x2 + 1, temos que: h ′ (x) = f ′ (g(x))g ′ (x) = 2x cos (x2 + 1). Como f’ também é uma função chamada derivada primeira de f, podemos derivá-la. Se a derivada de f’ existir, esta será chamada derivada segunda de f e será denotada por f’’. Seguindo esse raciocínio, a derivada enésima da função f, onde n é um número inteiro positivo maior do que 1, é a derivada primeira da derivada (n-1) ésima de f. Denotamos a derivada enésima de f por fn. Por exemplo, temos que f ″ (x) = 96x2 + 30x − 2, se f(x) = 8x4 + 5x3 − x2 + 7, pois f ′ (x) = 32x3 + 15x2 − 2x. praticar Vamos Praticar Sabemos que o cálculo diferencial possui aplicabilidade em diversas áreas do conhecimento. Logo, dominar seus conceitos e propriedades é relevante em nossa formação acadêmica. Com base na teoria que acabamos de revisar neste tópico, assinale a alternativa correta. a) Com a de�nição de derivada de uma função, concluímos que f ′ (x) = 3x − 1, se f(x) = x3 − x. b) Se g(x) = 3x2 + 1 3, temos que g(x) = 3 3x2 + 1 2 c) A derivada de t(x) = 0, 5 é dada pela função t(x) = 0, 5. d) Temos que g(4) = − 1, uma vez que g(x) = h(x) 1 /x, onde h(4) = 32 e h(4) = 4. e) Se f(x) = 2x3 + ex e g(x) = x2 − 4x + 1, [ f ( x ) g ( x ) ] ′ = 2x4 − 32x3 + 6x2 + ex x2 + 2x+ 5 2x3 + ex 2 . ( ) ( ) ( ) ( ) Os problemas de otimização consistem em determinar a melhor maneira de fazer algo, ou seja, requerem minimizar ou maximizar uma situação. Como é de nosso conhecimento, as derivadas nos ajudam localizar os valores de máximo e mínimo de funções. Logo, os problemas de otimização são uma das aplicações mais importantes do cálculo diferencial. Antes de resolver um problema de otimização, vamos enunciar os principais resultados e de�nições já estudados por nós, que envolvem a derivada primeira e segunda e fornecem- nos técnicas para determinar os valores extremos de uma função. Teorema 1.1: se f tiver um máximo ou mínimo local em c e se f ′ (c) existir, então, f ′ (c) = 0. Problemas deProblemas de OtimizaçãoOtimização O Teorema 1.1 apresenta que devemos procurar por valores máximos e mínimos de f nos números c, em que f ′ (c) = 0 ou onde f ′ (c) não existe. Chamamos os valores c tais que f ′ (c) = 0 ou f ′ (c) não existe de número crítico de f. Quando uma função f é contínua, considerando um intervalo fechado [a, b], temos um método para determinar seus valores extremos (valor de máximo e valor de mínimo) em [a, b]. Primeiramente, encontramos os valores de f nos números críticos de f em (a, b). Depois, encontramos os valores de f nas extremidades a e b. Então, o maior valor é o valor de máximo e o menor valor é o valor de mínimo. Exemplo 1.3: o valor máximo de f(x) = x3 + x2 − x + 1 em −2, 1/2 é f(−1) = 2. Solução: observe que f é contínua no intervalo −2, 1/2 e f(x) = 3x2 + 2x − 1. Como f ′ (x) existe para todos os números reais, os únicos números críticos de f serão os valores x para os quais f(x) = 0. Mas f(x) = 0 ⇔ 3x2 + 2x − 1 = 0, em que concluímos que os números críticos de f são x =e x = − 1. Ainda f(−2) = − 1, f(−1) = 2, f( ) = 22 27 , f 1/2 = 7 8 . Portanto, o valor máximo f em −2, 1/2 é f(−1) = 2. O próximo resultado diz se f tem ou não um máximo ou mínimo local em um número crítico. Chamamos-o de Teste da Primeira Derivada. Teorema 1.2: considere que c seja um número crítico de uma função contínua f. Dessa forma, podemos a�rmar que: a) caso o sinal de f ′ mude de positivo para negativo em c, dizemos que f tem um máximo local em c. b) caso o sinal de f ′ mude de negativo para positivo em c, dizemos que f tem um mínimo local em c. c) se f ′ não mudar de sinal em c, então, f não tem máximo ou mínimo locais em c. Exemplo 1.4: encontre os valores máximos e mínimos da função f(x) = x3 − 6x2 + 9x + 1. Solução: note que f(x) = 3x2 − 12x + 9 e f(x) = 0 ⇔ x = 3, x = 1. Ademais, se x⟨1, f(x)⟩0; se 1 < x < 3, f ′ (x) < 0; e se x > 3, f(x) > 0. Então, pelo Teste da Primeira Derivada, f ′ = 5 é um valor de máximo local de f, e f(3) = 1 é um valor de mínimo local de f. [ ] [ ] ( ) [ ] ( ) O próximo resultado é conhecido como Teste da Segunda Derivada. Teorema 1.3: suponha que f ″ seja contínua nas proximidades dos valores de c: a) se f ′ (c) = 0 e f ″ (c) > 0, então, f tem um mínimo local em c. b) se f ′ (c) = 0 e f ″ (c) < 0, então, f tem um máximo local em c. Exemplo 1.5: sendo f(x) = x4 + 4 3 x 3 − 4x2, utilize o Teste da Segunda Derivada para encontrar os máximos e mínimos locais de f. Solução: temos que f(x) = 4x3 + 4x2 − 8x e f(x) = 12x2 + 8x − 8. Então, os pontos críticos de f (valores onde f(x) = 0) são −2, 0e1. Contudo, f(−2) > 0, f(0)⟨0, f(1)⟩0. Logo, f possui um valor de mínimo local em f(−2) = − 32 2 , um valor de máximo local em f(0) = 0 e um mínimo local em f(1) = − 5 3 . Agora, veremos dos exemplos de problemas de otimização. Exemplo 1.6: uma empresa possui seu lucro descrito pela função L(x) = − 0, 02x2 + 300x − 200000, em que x representa o número de unidades produzidas. Quantas unidades a empresa precisa produzir para que seu lucro seja máximo? Solução: observe que, como a L(x) = − 0, 04x + 300, teremos a , ou seja, x = 7500 é o número crítico de L. Contudo, L(x)⟨0, x⟩7500 e L(x) > 0, x < 7500. Portanto, pelo Teste da Primeira Derivada, a empresa precisa produzir 7500 unidades para que seu lucro seja máximo. Exemplo 1.7: construa uma caixa fechada, de base quadrada e com 200 cm³ de volume. O material utilizado para a tampa e para a base deve custar R$ 3,00 para cada centímetro quadrado e o material utilizado para os lados custa R$ 1,50 para cada centímetro quadrado. Com quais dimensões esta caixa possui custo total mínimo? Solução: adotando como x o comprimento (em centímetros) de um lado da base quadrada e C(x) o custo total do material, a área da base será x2 cm2. Adotando y como a profundidade (em centímetros), o volume da caixa será x2y = 200 cm3, onde y = 200 x2 . Dessa forma, podemos escrever que a área da tampa e da base juntas é 2x2 e, para os lados, é 4xy. Com isso, C(x) = 3 2x2 + 1, 5 (4xy) ou, equivalentemente, C(x) = 6x2 + 12000 x , ( ) em que: C(x) = 12x − 12000 x2 , C(x) = 12x + 12000 x3 . Assim, C’(x) não existe x = 0, mas como 0 não pertence ao domínio de C, os únicos números críticos serão os valores de x, tais que C(x) = 0, ou seja, x = 10. Por outro lado, C(10) > 0 então, pelo Teste da Derivada Segunda, x = 10 é um mínimo local de C. Com isso, o custo total do material será mínimo, quando o lado da base quadrada for 10 cm, a profundidade for 20 cm e a área da base for 100 cm². praticar Vamos Praticar Na economia, se x unidades forem vendidas e o preço por unidade for p(x), então, a receita total será R(x) = xp(x), sendo R chamada função receita. Representado por C(x), a função custo é o valor gasto para a produção de x unidades. Se x unidades forem vendidas, então, o lucro total será L(x) = R(x) − C(x), então, L será chamada função lucro. Certa empresa possui as funções de custo e receita dadas por R(x) = − 0, 5x2 + 2000x e C(x) = 800x + 500000, respectivamente. Analise as alternativas abaixo e assinale a correta. a) O lucro desta empresa será máximo para x = 1200. b) O lucro desta empresa será máximo para x = 800. c) O lucro desta empresa será máximo para x = 36√5. d) O lucro desta empresa será máximo para x = 60. e) O lucro desta empresa será máximo para x = 20√3. Uma função F(x) é chamada antiderivada da função f(x) se F(x) = f(x), seja qualquer x pertencente ao domínio de f. Como a derivada de uma constante é zero, a antiderivada de uma função não é única. Por exemplo, F(x) = x2 e H(x) = x2 + 10 são antiderivadas da função f(x) = 2x, uma vez que F(x) = H(x) = 2x = f(x). Representamos o conjunto de todas as antiderivadas de f(x) utilizando o símbolo: ∫ f(x) dx = F(x) + C, que é chamado integral inde�nida de f(x), em que F é uma antiderivada de f. Para qualquer função derivável F, ∫F ′ (x) dx = F(x) + C . Da ligação entre o cálculo diferencial e o cálculo integral por meio das antiderivadas, podemos listar propriedades para integração inde�nida resultante de propriedades existentes para as derivadas. REGRA DA CONSTANTE: considerando qualquer constante k, ∫ k dx = kx + C. REGRA DA POTÊNCIA: considerando qualquer n ≠ − 1,∫ xn dx = xn+ 1 n+ 1 + C. REGRA DO LOGARÍTMO: considerando qualquer x ≠ 0,∫ 1 x dx = ln |x| + C. Uma Breve RevisãoUma Breve Revisão Sobre as Integrais deSobre as Integrais de Funções Reais de umaFunções Reais de uma Variável RealVariável Real REGRA DA EXPONENCIAL: considerando qualquer constante k ≠ 0 , ∫ ekx dx = 1 k e kx + C. REGRA DA MULTIPLICAÇÃO POR UMA CONSTANTE: considerando qualquer constante f, ∫ k f(x) dx = k∫ f(x) dx. REGRA DA SOMA/DIFERENÇA: ∫ f(x) ± g(x) dx = ∫ f(x) dx ± ∫ g(x) dx. Exemplo 1.8: calcule: a) ∫ 3 x dx. b) ∫ x3 − 8x2 + 2x x dx. Solução: a) Pelas regras do logaritmo e da multiplicação por uma constante, ∫ 3 x dx = 3∫ 1 x dx = 3 ln |x| + C. b) Usando a regra da soma, da diferença, da multiplicação por uma constante, da constante e da potência, temos: ∫ x3 − 8x2 + 2x x dx = ∫x2 dx − 8∫x dx + ∫2 dx = x3 3 − 4x2 + 2x + C. Muitas integrais exigem, além das regras enunciadas acima, métodos especiais para resolvê-las. Um destes é o método da substituição. Tal método consiste em escolhermos uma substituição u = u(x)), para simpli�car o integrando f(x) e expressar toda a integral em termos de u e du = udx. Com isso, a integral deve estar ∫ f(x) dx = ∫ g(u) du na forma. Se possível, calcule essa integral, determinando uma antiderivada G(u) de g(u). Para �nalizar, substituímos u por u(x), obtendo uma antiderivada G(u(x)) para f(x), de modo que ∫ f(x) dx = G(u(x)) + C. Por exemplo, podemos calcular a integral inde�nida ∫ (5x + 3)6 dx pelo método da substituição. Denotando u = 5x + 3, temos du = 5dx ou dx = 1/5. Assim: ∫ (5x + 3)6 dx = ∫u6 1 5 du = 1 5 ∫u 6 du = 1 35 (5x + 3)7 + C. Agora, considere f(x) uma função contínua no intervalo a ≤ x ≤ b. Julgue que este intervalo tenha sido dividido em n partes iguais de largura Δx = b− a n e seja x ∗ i um número qualquer pertencente ao intervalo de ordem i, para qualquer i=1, 2, …, n. A soma: ( ) [f(x ∗ 1)Δx + f x ∗ 2 Δx + . . . . + f(x ∗ nΔx)] é conhecida como soma de Riemann. Dessa forma, a integral de�nida de f(x) no intervalo a ≤ x ≤ b, representada pelo símbolo b ∫ a f(x) dx é dada pelo limite da soma de Riemann, sempre que n → ∞, caso o limite exista. A integral de�nida ∫ baf(x) dx é um número. Se a > b, temos que ∫ b af(x) dx = − ∫ a bf(x) dx; se a = b, temos que ∫ baf(x) dx = 0. Como, para as integrais inde�nidas, existem regras de integração que nos auxiliam a determinar as integrais de�nidas, suponha que f e g são funções contínuas, sendo válida a: REGRA DA CONSTANTE: para qualquer constante k, ∫ bak dx = k(b − a). REGRA DA SOMA/DIFERENÇA: ∫ baf(x) ± g(x) dx = ∫ b af(x) dx + ∫ b ag(x) dx. REGRA DA MULTIPLICAÇÃO POR UMA CONSTANTE: para qualquer constante k, b ∫ ak f(x) dx = k b ∫ a f(x) dx. REGRA DO INTERVALO: para qualquer c ∈ [a, b], ∫ baf(x) dx = ∫ c af(x) dx + ∫ b c f(x) dx. Exemplo 1.9: sendo ∫ 100 f(x) dx = 17 e ∫ 8 0f(x) dx = 12, temos que ∫ 10 8 f(x) dx = 5. Solução: primeiramente, devemos escrever: 10 ∫ 0 f(x) dx = 8 ∫ 0 f(x) dx + 10 ∫ 8 f(x) dx. Então: 10 ∫ 8 f(x) dx = 17 − 12 = 5. ( ) Para �nalizar este tópico, vamos enunciar a primeira e a segunda parte do Teorema Fundamental do Cálculo. Este é um dos mais importantes resultados do cálculo, pois relaciona o conceito de integral de�nida ao conceito de antiderivação, ou seja, o Teorema Fundamental do Cálculo relaciona o cálculo diferencial e o cálculo integral. Teorema 1.4 (Teorema Fundamental do Cálculo, Parte 1): se f for contínua em [a,b], então, a função g de�nida por g(x) = ∫ xaf(t) dt (a ≤ x ≤ b) é contínua em [a,b] e derivável em (a,b) e g(x) = f(x). Teorema 1.5 (Teorema Fundamental do Cálculo, Parte 2): se f for contínua em [a,b], então: b ∫ a f(x) dx = F(b) − F(a) em que F é qualquer primitiva de f, isto é, uma função tal que F = f. Exemplo 1.10: calcule: a) ∫ 31e x dx. b) ∫ 852x + 1 dx. saibamais Saiba mais Sabemos, por meio de historiadores, que o Cálculo Integral teve origem a vários séculos com problemas de quadratura. Com o passar dos anos, muitos matemáticos contribuíram para o crescimento e aperfeiçoamento desta teoria. Com esses avanços, hoje, existem aplicabilidades do Cálculo Integral em diversas áreas, como física, engenharias, biologia, dentre outras. Uma das aplicações do cálculo integral mais conhecida é o cálculo de áreas. Clique para conhecer um pouco da história do cálculo diferencial. ACESSAR http://ecalculo.if.usp.br/historia/historia_integrais.htm Solução: a) Note que F(x) = ex é uma antiderivada de f(x) = ex, então, pela Parte 2 do Teorema Fundamental do Cálculo, ∫ 31e x dx = F(3) − F(1) = e3 − e. b) Com o raciocínio do item anterior e com o auxílio das regras de integração, temos: ∫ 852x + 1 dx = 82 − 52 + (8 − 5) = 42. praticar Vamos Praticar Podemos utilizar as integrais para solucionar muitas situações problemas do nosso cotidiano e do nosso meio pro�ssional. Com base na teoria sobre integrais inde�nidas e de�nidas revisadas neste tópico, assinale a alternativa correta. a) ∫ x2 − 2x dx = x3 − 2x2 + C. b) ∫ − cos x dx = sen x + C. c) ∫ t3 cos t4 + 2 dt = 1 4 cos t 4 + 2 + C. d) ∫ 10 x 3 + 1 dx = 5 4 . e) ∫ 1− 1x 2 dx = 1 ( ) ( ) ( ) ( ) Uma função f(x) é denominada função racional, se f(x) = R ( x ) Q ( x ) , em que R(x) e Q(x) são polinômios. Se o grau de R é menor que o grau de R, f é chamada de função racional própria; f(x) é denominada função racional imprópria, se o grau de R é maior ou igual que o grau de Q. Se uma função f(x) = P ( x ) Q ( x ) é racional imprópria, podemos dividir os polinômios P por Q até o resto R(x) ser obtido, em que o grau de R é menor que o grau de Q. Com isso, podemos Integração de FunçõesIntegração de Funções Racionais por FraçõesRacionais por Frações ParciaisParciais Figura 1.2 Fórmulas Fonte: Pakpong Pongatichat / 123RF. reescrever f(x) como a soma de um polinômio S(x) e uma função racional própria R ( x ) Q ( x ) , ou seja, f(x) = S(x) + R ( x ) Q ( x ) . Quando não conseguimos resolver a integral de uma função racional própria, podemos decompô-la em frações parciais, usando a seguinte estratégia: primeiramente, fatoramos o denominador Q como produto de fatores lineares e quadráticos, em que os fatores quadráticos não possuem raízes reais, isto é, são irredutíveis. Na resolução dos exemplos a seguir, veremos três casos desta técnica. Exemplo 1.12: determine: a) ∫ x2 + 2x− 1 2x3 + 3x2 − 2x dx. b) ∫ x3 − 1 x2 ( x− 2 ) 3 dx. c) ∫ x2 + 1 x3 + 3x dx. Solução: a) Note que o grau do denominador é maior do que o grau do numerador, logo, a função f(x) = x2 + 2x− 1 2x3 + 3x2 − 2x é racional própria, e não precisamos dividir o numerador pelo denominador. Observe que 2x3 + 3x2 − 2x = x(2x − 1)(x + 2) ou seja, o polinômio Q(x) = a1x + b1 a2 + b2 . . . an + bn pode ser decomposto em fatores lineares e nenhum fator é repetido. Neste caso, escrevemos: R(x) Q(x) = A1 a1 x + b1 + A2 a2 + b2 + . . . An an + bn Então, x2 + 2x − 1 2x3 + 3x2 − 2x = x2 + 2x − 1 x(2x − 1)(x + 2) = A1 x + A2 2x − 1 + A3 x + 2 . Com isso, temos que: x2 + 2x − 1 = 2A1 + A2 + 2A3 x 2 + 3A1 + 2A2 − A3 x − 2A1 em que a igualdade de polinômios é: ( )( ) ( ) ( ) ( ) A1 = 1/2 , A2 = 1/5 e A3 = − 1/10. Portanto, ∫ x2 + 2x − 1 2x3 + 3x2 − 2x dx = 1 2 ∫ 1 x dx + 1 5 ∫ 1 2x − 1 dx − 1 10 ∫ 1 x + 2 dx. = 1 2 ln |x| + 1 10 ln |2x − 1| − 1 10 ln |x + 2| + C. b)Temos que: x2 = x . x . (x − 2). (x − 2). (x − 2) ou seja, o polinômio Q(x) decompõe-se em fatores lineares com termos repetidos. Se o fator aix + bi repete p vezes, teremos, correspondente a esse fator, uma soma de p frações parciais da forma: A1 ai x + bi + A2 ai x + bi 2 + . . . Ap (ai x + bi) p . Então, x3 − 1 x2(x − 2)3 = A1 x + A2 x2 + B1 (x − 2) + B2 (x − 2)2 + B3 (x − 2)3 em que: x3 − 1 = A1 x(x − 2)3 + A2(x − 2)3 + B1 x2(x − 2)2 + B2 x2(x − 2) + B3x2 Se x = 0, A2 = 1/8; se x = 2, B3 = 7/4. Para determinar A1, B1 e B2, substituímos os valores já encontramos na equação acima e resolvemos o sistema de polinômios obtendo A1 = 3/16, B1 = − 3/16 e B2 = 5/4. Com isso, ∫ x3 − 1 x2 ( x− 2 ) 3 = 3 16 ∫ 1 xdx + 1 8 ∫ 1 x2 dx − 3 16 ∫ 1 ( x− 2 ) dx + 5 4 ∫ 1 ( x− 2 ) 2 dx + 7 4 ∫ 1 ( x− 2 ) 3 dx = 3 16 ln |x| − 1 8x − 3 16 ln |x − 2| − c) Neste caso, x3 + 3x = x x2 + 3 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) em que o fator x2 + 3 é irredutível, pois não possui raízes reais, isto é, o polinômio Q(x) é decomposto por fatores lineares e quadráticos, porém nenhum fator quadrático é repetido. Todo fator quadrático irredutível ax2 + bx + c terá uma fração parcial da forma: Ax + B ax2 + bx + c . Então, x2 + 1 x3 + 3x == A x + Bx + C x2 + 3 . Procedendo como nos itens anteriores, obtemos que A = 1 3 , B = 2 3 e C = 0. Então, ∫ x2 + 1 x3 + 3x dx = 1 3 ∫ 1 x dx + 2 3 ∫ x x2 + 3 dx = 1 3 ln |x| + 1 3 ln x 2 + 3 + C. Também podemos decompor Q(x) por fatores lineares e quadráticos irredutíveis, mas com alguns fatores quadráticos repetidos. Nesse caso, se ax2 + bx + c for um fator quadrático irredutível que se repete p vezes, o fator (ax2 + bx + c)p possui p frações parciais da forma A1x + B1 ax2 + bx + c + A2x + B2 ax2 + bx + c 2 + . . . + Apx + Bp (ax2 + bx + c)p . Por exemplo, para x2 + 3x + 5 3, temos: A1x + B1 x2 + 3x + 5 + A2x + B2 x2 + 3x + 5 2 + A3x + B3 x2 + 3x + 5 3 . Note que, na letra a) do exemplo 1.12, foi possível fatorar o denominador como multiplicação de fatores lineares distintos. No item b), decompomos o denominador como multiplicação de fatores lineares repetidos. Já no item c) do exemplo 1.12, a fatoração do denominador continha fatores quadráticos irredutíveis, sem repetição. Acabamos de observar, acima, outra forma de fatorar um polinômio, como multiplicação de fatores lineares e quadráticos irredutíveis, com alguns termos quadráticos repetidos. Um resultado da Álgebra garante que é sempre possível fatorar um polinômio de uma dessas quatro maneiras. A forma de decompor a fatoração de cada caso em frações parciais, exposta nos exemplos acima, vem do teorema de frações parciais. ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) praticar Vamos Praticar Sabemos que algumas integrais de funções racionais próprias precisam ser decompostas em frações parciais para serem resolvidas. Observe a integral a seguir: ∫ x4 − 2x2 + 4x + 1 x3 − x2 − x + 1 dx Agora, assinale a alternativa correta. a) A função f(x) = x4 − 2x2 + 4x+ 1 x3 − x2 − x+ 1 é uma função racional própria. b) A função f(x) = x4 − 2x2 + 4x+ 1 x3 − x2 − x+ 1 é uma função racional imprópria e x4 − 2x2 + 4x+ 1 x3 − x2 − x+ 1 = 1 x− 1 + 2 ( x− 1 ) 2 − 1 x+ 1 . c) Temos que ∫ x4 − 2x2 + 4x+ 1 x3 − x2− x+ 1 dx = x2 2 + x + ln |x − 1| − 2 x− 1 − ln |x + 1| + C. d) Temos que ∫ x4 − 2x2 + 4x+ 1 x3 − x2 − x+ 1 dx = x2 2 + ln |x − 1| − 2 x− 1 + C. e) Temos que ∫ x4 − 2x2 + 4x+ 1 x3 − x2 − x+ 1 dx = x2 2 + x − 2 x− 1 + C. indicações Material Complementar FILME Uma mente brilhante Ano: 2001 Comentário: o �lme conta a história de um matemático que, mesmo doente, com esquizofrenia, venceu o Nobel de Economia, por sua Teoria dos Jogos. TRA ILER LIVRO Cálculo James Stewart Editora: Cengage Learning ISBN: 8522112584 Comentário: este livro aborda toda a teoria do cálculo diferencial e integral que relembramos nesta unidade. Você poderá conferir muitos exemplos resolvidos, o que contribuirá com seus estudos. conclusão Conclusão Nesta unidade, pudemos revisar as de�nições e propriedades do cálculo diferencial e do cálculo integral, que já havíamos aprendido em outro momento do curso. Também aprendemos um novo método de integração, a integração por frações parciais. Por meio do Teorema Fundamental do Cálculo, relembramos que o cálculo diferencial e integral estão interligados, pois um desfaz o que o outro faz. Como perceberam, não foi possível explorar toda a teoria presente na disciplina do cálculo diferencial e integral, pois esta é vasta. Esperamos que tenham recordado o conteúdo e praticado os tópicos por meio dos exemplos e exercícios, tornando essa revisão produtiva ao seu conhecimento e formação. Sugerimos que pesquise sobre outras aplicações do cálculo diferencial e integral, que não comentamos na unidade, pois isso motivará os seus estudos. Agradecemos toda a dedicação e até uma próxima oportunidade! referências Referências Bibliográ�cas GUIDORIZZI, H. L. Um curso de Cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2001. LEITHOULD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. 3. ed. São Paulo: Harbra Ltda., 1994. STEWART, J. Cálculo. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2006.
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