Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Alterações eletrocardiográficas Sobrecarga ventricular Sobrecarga de ventrículo direito Desvio do eixo para a direita, >110º. Onda R dominante em V1 (R > S ou R > 7 mm). Sobrecarga atrial direita. Alteração secundária da repolarização ventricular – esse padrão de alteração secundária da repolarização ventricular na sobrecarga ventricular é chamado padrão strain. Pequeno aumento da duração do QRS (100-120 ms). Sobrecarga de ventrículo esquerdo Critério de Sokolow-Lyon: amplitude de onda S em V1 + onda R em V5 ou V6 > 3,5 mV. Critério de Cornell: amplitude de onda R em aVL + onda S em V3 > 2,0 mV em mulheres e >2,8 mV em homens. Sobrecarga atrial esquerda. Alteração secundária da repolarização ventricular, padrão strain. Desvio do eixo do QRS para a esquerda. Pequeno aumento da duração do QRS (100-120 ms). Bloqueios de ramo Bloqueio de ramo direito QRS ≥ 120 ms. Onda R ou R’ terminal e indolente em V1. Onda S terminal e indolente em derivações laterais. Bloqueio de ramo esquerdo QRS ≥ 120 ms. Ondas S alargadas em V1 (onda r pequena ou ausente). Ausência de onda “q” em D1, aVL, V5 e V6 (onda R monofásica, isto é, QRS totalmente positivo). Bloqueio divisional anterossuperior esquerdo Desvio do eixo para a esquerda (< -45º). Complexo qR em derivações laterais (D1, aVL) e rS em derivações inferiores (D2, D3, aVF). QRS < 120 ms. Bloqueio divisional posteroinferior esquerdo Desvio do eixo para a direita (> 90º). Complexo rS em derivações laterais (D1, aVL) e qR em derivações inferiores (D2, D3, aVF). QRS < 120 ms. Pré-excitação ventricular Diz-se que há uma via acessória de comunicação atrioventricular quando há uma comunicação elétrica entre os átrios e os ventrículos, que evade o nó atrioventricular. Nesses casos, quando a despolarização atrial atinge a via acessória, o estímulo já é conduzido para o ventrículo mesmo antes do nó AV permitir a comunicação elétrica com o ventrículo. O resultado disso é um intervalo PR curto (<120 ms) e uma onda lenta e indolente no início do QRS, chamada de onda delta. Eletrólitos, doenças sistêmicas e outros tópicos Hipercalemia As alterações características de hipercalemia se manifestam nas ondas T a partir de potássio ≥6 mEq/L. As ondas T aumentam de amplitude e ficam apiculadas, com base estreita (onda T em tenda). Com o aumento progressivo dos níveis de potássio, também há progressão nos achados eletrocardiográficos. Com o potássio >6,5 a 7 mEq/L, há um alargamento do complexo QRS e intervalo PR. A onda P se achata e pode desaparecer. Hipocalemia Achatamento da onda T. Proeminência da onda U. Infra de ST leve. Cálcio Hipercalcemia: intervalo QT curto + ausência do segmento ST e fusão do QRS com onda T. Hipocalcemia: intervalo QT longo + alargamento no segmento ST Digitálicos A impregnação digitálica caracteriza-se por um infra de ST em formato côncavo (chamado de “colher-de-pedreiro”), achatamento de onda T e encurtamento do intervalo QT. Drogas antiarrítmicas As drogas antiarrítmicas de classe IC incluem propafenona e flecainida. Essas drogas bloqueiam canais de sódio, retardando a despolarização miocárdica. Portanto, o efeito principal no ECG é o alargamento do QRS. As drogas antiarrítmicas de classe III incluem sotalol e dofetilida. Essas drogas bloqueiam canais de potássio, retardando a repolarização miocárdica. Portanto, o efeito principal no ECG é o alargamento do intervalo QT. Amiloidose Cardiomiopatia hipertrófica Distúrbio do SNC Embolia pulmonar O achado eletrocardiográfico mais comum na embolia pulmonar é taquicardia sinusal. Outros possíveis achados eletrocardiográficos na embolia incluem bloqueio incompleto de ramo direito, alterações do segmento ST e onda T em derivações à direita, e o S1Q3T3 (D1 com onda S, D3 com onda Q e com onda T invertida). Hipotermia O padrão típico de hipotermia no ECG é a onda J de Osborn: deflexões bruscas no ponto J (junção do QRS com segmento ST), na mesma direção do complexo QRS. Isquemia miocárdica Quando o paciente apresenta isquemia miocárdica, seja angina estável (no teste ergométrico, por exemplo) ou síndrome coronariana aguda sem supra de ST, o ECG pode apresentar alterações de isquemia miocárdica. Quais são elas? • Infra de ST ≥0,5 mm em duas derivações contíguas, com morfologia horizontal ou descendente (III Diretrizes Brasileiras de ECG); • Ondas T invertidas e simétricas em ≥2 derivações contíguas, particularmente se houver mudança em relação ao ECG de base; • Ondas T de Wellens: ondas T bifásicas (tipo A) ou profundamente invertidas (tipo B) em V2-V3 (podendo se estender até V5-V6). - O padrão de Wellens indica uma isquemia em território extenso, geralmente com estenose de alto grau em descendente anterior proximal; - Sendo assim, a presença de ondas T de Wellens no ECG de paciente com SCA confere um risco elevado, com indicação de reperfusão precoce. IAM com supra de ST Nos primeiros minutos, aparece a onda T hiperaguda, geralmente em derivações precordiais. Essa onda T é de amplitude aumentada e formato apiculado. A próxima alteração é o supra de ST. O supra de ST é diagnóstico de isquemia transmural. Além disso, o supra de ST localiza a isquemia transmural ao território onde ele aparece. Quais são os critérios para supra de ST? • Elevação do ponto J e do segmento ST: - ≥ 1 mm de amplitude, exceto em V2 e V3; - Em V2 e V3, a amplitude do supra deve ser: * Mulheres: ≥ 1,5 mm; * Homens >40 anos: ≥ 2,0 mm; * Homens <40 anos: ≥ 2,5 mm. • Além dos critérios de amplitude, o supra deve estar presente em duas derivações contíguas. A partir de algumas horas: • Se a reperfusão não ocorrer de forma rápida por um retardo do paciente ou hospitalar, a isquemia transmural evolui para necrose do tecido muscular, isto é, infarto miocárdico; • O infarto caracteriza-se por ausência de vetores indo em direção à zona infartada. Portanto, todos os vetores de despolarização do ventrículo vão se afastar da região infartada; • A manifestação da necrose miocárdica no ECG é a presença de ondas Q patológicas, ou área eletricamente inativa; • Para ser caracterizada como onda Q patológica, as Q patológicas têm que preencher os seguintes critérios: - Ondas Q em duas ou mais derivações contíguas com: * ≥40 ms de duração; * Amplitude ≥0,1 mV; * A onda Q patológica pode co-existir com o supra de ST, já que aparecem durante as primeiras horas de um IAM com supra. Atenção: é importante conhecer uma outra possível manifestação do IAM com supra de ST no ECG que ocorre sem supradesnivelamento do segmento ST. Trata-se da onda T de De Winter: infradesnivelamento do ponto J + ondas T apiculadas nas derivações precordiais. Após a fase aguda do infarto de miocárdio, o ECG pode evoluir das seguintes maneiras: 1. Normal, sem onda Q ou supra de ST; 2. Onda Q persistente; 3. Supra de ST persistente com onda Q. No IAM com supra, as derivações diametralmente opostas ao território com supra frequentemente apresentam infra de ST. Esse infra não representa uma isquemia em outro território. Na verdade, trata-se apenas da imagem do supra de forma invertida. Estas alterações são chamadas de imagem em espelho ou alterações recíprocas ao supra. Diagnóstico de IAM com supra de ST na presença de BRE: Ritmos de marcapasso Qual câmara tem marcapasso? Para saber isso, é necessário determinar onde está a espícula do marcapasso (se atrial ou ventricular). A espícula do marcapasso é a representação no ECG do estímulo elétrico fornecido ao miocárdio pelo marcapasso. Portanto, a presença de espícula antes da onda P indica a presença de um marcapasso atrial, enquantoa presença de espícula antes do complexo QRS indica a presença de um marcapasso ventricular. Código de marcapasso 1ª letra: câmara estimulada. • O: nenhuma; • A: átrio; • V: ventrículo; • D: dual, isto é, átrio e ventrículo. 2ª letra: câmara sentida. • O: nenhuma; • A: átrio; • V: ventrículo; • D: dual, isto é, átrio e ventrículo. 3ª letra: resposta à sensibilidade. • O: nenhuma; • I: inibir; • T: trigger, isto é, deflagrar; • D: dual, isto é, inibir e deflagrar. 4ª letra: modulação de frequência. • O: nenhuma; • R: sensor de variação de frequência ativado.
Compartilhar