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Dermatopatias Fúngicas

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DERMATOPATIAS FÚNGICA 
 
1. MALASSEZIOSE 
Fatores predisponentes: 
• Malassezia pachidermatis 
• Encontra malassezia na pele, em áreas mais 
úmidas e quentes, presença de dobras 
cutâneas 
• Áreas – interdigital, na região ventral do 
pescoço, pavilhão auricular, entre a base da 
cauda e a região perianal, axilas, região 
entre a coxa e a inguinal 
• Começa a proliferar secundariamente a 
outra doença 
• Endocrinopatias: hipotireoidismo, diabetes 
mellitus, hiperadrenocorticismo 
• Aumento populacional de Staphylococcus 
(piodermites), propicia o aumento da 
malassezia 
• Alterações imunológicas (alergias, FIV, 
neoplasia, uso de corticoides) 
• Predominante em cães 
• Em gato a malassezia aparece mais na otite 
(fúngica) 
• Predisposição racial (Basset, Cocker spaniel e 
muitas outras – excesso de produção 
sebácea na pele) 
 
Hiperpigmentação + hiperqueratose – lignificação, 
pele de elefante (pele grossa 
 
SINAIS CLÍNICOS 
• Eritema, descamação, oleosidade, crostas, 
lignificação e hiperpigmentação 
• patas afetadas: descoloração vermelho-
marrom 
• Local de predileção: lábios, canais auditivos, 
virilha, pescoço ventral, coxas medianas, área 
perianal 
• Odor – a malassezia estimula a oleosidade 
da pele, consegue sentir e ver a oleosidade e sentir o 
cheiro – cheiro rançoso 
 
GATOS: 
 
A malassezia em gatos é responsável por causar a 
acne felina. A acne felina é uma seborreia 
(disqueratpse)não região perilabial (queixo). 
Disqueratose – acne felina 
A seborreia pode predispor infecção secundaria por 
malassezia. 
 
 
A malasseziose faz com que o fator de crescimento 
epidermal seja estimulado, e a consequência é a 
pigmentação da pele. 
 
DIAGNOSTICO 
Citologia esfoliativa 
Formas leveduriformes – sapatinho 
TRATAMENTO 
Vai depender da gravidade das lesões 
Localizada: 
Cremes, pomadas, spray, shampoo 
Multifocal ou generalizada: 
Banhos – clotrimazol, cetoconazol (1 a 4%), 
miconazol 1 a 3%, clorexidine 4% (precisa manipular 
para funcionar como antifúngico, pode irritar a pele 
se usar com frequência) alcatrão, sulfeto de selênio 
1,5 a 2,5% (principalmente para interdigital) 
 – Banhos 1x a cada 2 dias (2 vez por semana) , 
durante 20 minutos com espuma sobre o corpo. 
TRATAMENTO SISTÊMICO 
ITRACONAZOL: 5 a 10 mg/kg, 24/24 horas, 3 a 4 
semanas e reavalia – humano é o melhor que tem 
vem em capsulas com microcápsulas então pode 
abrir e separar. 
TERBINAFINA: 30mg/kg,24/24h, 3 a 4 semanas e 
reavalia 
Cetoconazol sistêmico é muito hepatotoxico 
QUADRO GENERALIZA E HIPERQUERATÓTICO: 
- Shampoo antifúngico (sulfeto de selênio) + 
antisseborreico (dissulfeto de selênio 1-2% - 
queratoplastico + antifúngico 
Queratoplastico – faz o controle da hiperqueratose/ 
seborréia 
Se o animal tiver fazendo outro tratamento 
sistêmico esperar ele terminar para começar o 
antifúngico 
PULSOTERAPIA – outra opção de tratamento, onde 
é feita a administração de antifúngico por via oral 
duas vezes por semana (mantendo a terapia tópica) 
-Itraconazol – 5 a 10mg/kg SID em pulsoterapia 
(2 dias/semana) + terapia tópica 
- Terbinafina – 30mg/ kg SID em pulsoterapia 
(2 dias/semana) + terapia tópica 
- Reavaliar a cada 4 semanas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. DERMATOFITOSES 
 
• Microsporum canis (frequência maior) 
• Pele e pelos de cães e gatos 
• M. gypseum 
• Terra rica em matéria organiza 
(quintal) 
• T. mentagrophytis 
• Pele e pêlos de roedores 
 
• O dermatofito se alimenta de queratina (pelo e na 
derme - camada córnea) 
• Começa a corroer e entra dentro do pelo 
• Pelos quebradiços, descamativa, alopecia 
EPIDEMIOLOGIA 
• Ocorrência maior em animais imunossuprimidos 
(filhotes e adultos) 
• Predisposição racial (Persa e Yorkshire) só se 
tiver imunossupressão (não precisa ser doença 
seria) 
• Potencial zoonotico 
PATOGENIA 
Contato direto por fômites 
Invade o pelo (lesão ectotrix e endotriz) 
Forma do Quérion: 
 
- Forma nodular 
- Ocorre mais nos microsporum gypsum 
SINAIS EM CÃES 
Descamação 
Alopecia circunscrita 
Crostas melicelicas 
SINAIS EM GATOS 
Dermatite miliar – em alguns gatos/parece que 
jogou farinha no gato 
Paroníquia: unhas quebradiças, ressecadas e 
deformadas 
Presença ou não de descamação 
DIAGNÓSTICO 
Lâmpada de Wood – exame de triagem (apenas 
canis floresce) 
Tricograma – para ver lesão endo/ectotriz 
Crosta – pode florescer e dar um falso negativo 
Cultura fúngica – definitivo para determinar qual 
tipo de fungo (cuidado com portadores saudáveis) – 
dermatobac – coloca o pelo dentro 
Não usa citologia para ver dermatofito, e não existe 
raspado para ver dermatofitose – não consegue ver 
Sempre perguntar ao tutor sobre lesões nas pessoas 
da casa e nos animais contactantes 
TRATAMENTO 
• Dermatose contagiosas e difíceis de curar 
• Tratamento do animal e todos os 
contactantes mesmo que não tenham a 
lesão, e o ambiente (solução de hipoclorito 
de sódio – todos os dias, e aspiração – mais 
eficaz) 
• Terapêutica fúngica sistêmica: 
• Itraconazol – 5 a 10mg/ SID/30 dias e o 
tratamento deve ser continuado após a 
cura da lesão ate obter duas culturas 
fúngicas com intervalo de 15 dias 
- Depois a cada 48/48 horas por mais 30 
dias 
- Depois de 72/72 horas por mais 30 dias 
- Controlar o prurido 
• O tratamento deve ser continuado após a 
cura da lesão até obter duas culturas 
fúngicas com intervalos de 15 dias!!!!! - 
primeira espera a cura da lesão, com 
repilação da área e é refeita a cultura 
fúngica. É preciso fazer duas culturas, com 
intervalo de 15 dias e as duas precisam ser 
negativas para poder parar o tratamento. 
• Outros medicamentos: 
• Cetoconazol: 10mg/kg/vo/24 horas 
• Terbinafina: 30-40mg/kg/vo/24 horas 
• Fluconazol: 10-20mg/kg/vo/12 horas 
• Terapêutica tópica: 
- Cloresten, Micodine, Sebocalm/Sebolytic 
Spherulites (banhar o animal a cada 5 dias, 
deixar o produto agir por 20 min e enxaguar 
(reavaliar a cada 4 semanas) 
O poder antifúngico aumenta quando 
associado com a clorexidina 
Pode manipular cremes, pomadas, sprays, talcos 
para lesões tópicas 
Terapêutica do Prof.Marconi: 
• Itraconazol5mg/kg/vo/24 em 24 horas: 
semana sim e semana não até repilar. 
Depois fazer cultura quinzenal 
• Gato de apartamento: 1 cultura é suficiente 
• Gatos e cães com mais contactantes: 2 
culturas 
• Ambiente: aspiração e lavagem com algum 
saponáceo é mais eficaz do que hipoclorito 
de sódio 
 
3. ESPOROTRICOSE 
Características 
• Causada pelo sportotrix chenquii se adaptou 
e se transformou em - brasiliensis 
• No ambiente forma filamentosa e na animal 
forma leveduriforme 
• Micose profunda 
• Precisa entrar na derme para começar a 
patogenia 
• O felino mais acometido, principalmente os 
machos inteiros 
• Zoonose – perigosa 
• Forma cutânea, linfocutanea e cutânea 
disseminada 
• O sporotrix produz um biofilme que serve 
como camada protetora ao seu redor contra 
os antifúngicos. 
SINAIS CLÍNICOS 
• Lesões ulceradas, alopecicas 
• Crostas hemáticas 
• Melicericas 
• Anorexia, desidratação e perda de peso 
(sinais inespecíficos) 
• Espirros: associadas a lesões e região de 
focinho 
PATOGENIA 
Penetração do fungo na pele > multiplicação fúngica, 
podendo ir para: 
Camada subcutânea > forma cutânea fixa 
Vasos linfáticos > linfocutânea 
Via hematógena > cutânea disseminada 
O fungo penetra a pele através de alguma lesão, que 
pode ser por mordedura/arranhadura ou por uma 
ferida já existente, ocorre a multiplicação e a 
migração pelos tecidos. O fungo pode permanecer 
na camada subcutânea, hipoderme, pode se 
espalhar através dos vasos linfáticos e da via 
hematógena. 
Se o fungo permanece no subcutâneo, tem-se a 
forma cutânea fixa, com lesões únicas. Quando 
atinge a via linfática, a forma linfocutânea e pode ser 
observadoo trajeto do fungo através da cadeia 
linfática (vários nódulos em cadeia, “rosáreo”). 
Quando entra na via hematógena, vai ocorrer a 
forma cutânea disseminada, tendo várias lesões 
espalhadas pela pele 
DIAGNÓSTICO 
Citopatologia (imprint da área lesionada com uma 
lâmina de vidro) 
Cultura fúngica 
Elisa e PCR 
TRATAMENTO 
• ITRACONAZOL (humano) – 15 a 20mg/kg, 
VO, SID - 
• Tratamento prolongado 
• Trata 3 meses e prolonga 
• Prolonga - 4 a 8 semanas após a 
remissão clinica das lesões 
• Não pode dar os derivados de leite 
quando tiver dando itraconazol, pois 
atrapalha na absorção 
• Abre a cápsula e coloca no patê 
• IODETO DE POTÁSSIO - 5 a 10 mg/kg, VO, 
SID, associado ao itraconazol quando: 
- Apresentar lesões disseminadas ou múltiplas 
- Envolvimento nasal/respiratório 
- animal dispneico - Refratário ao itraconazol 
sozinho - 2 cápsulas ao mesmo tempo, feito no 
patê 
- tutor não pode mais entrar em contato. 
RECOMENDAÇÕES: 
- O tutor deve ser esclarecido sobre o potencial 
zoonótico da doença 
- O animal deve ser isolado de outros animais e 
pessoas. Na manipulação com fezes e urina do gato 
usar luvas e máscaras. 
- A duração do tratamento de 4 a 8 semanas APÓS A 
REMISSÃO CLÍNICA DAS LESÕES 
- É ideal fazer a dosagem sérica de albumina do 
animal - necessário para a ação adequada do 
itraconazol. O itraconazol depende da albumina para 
ser transportado 
 
TERAPIA INTRALESIONAL 
Antes da terapia com itraconazol fazer terapia 
intralesional com: 
Anfotericina B: Ampola da Cristalia (100mg/10ml): 
1ml diluído em solução fisiológica. Fazer 2 a 3 
aplicações (1x/semana) até diminuir a lesão. Só 
depois inicia o itraconazol 
Macrogard (manipular, quebrar o biofilme) + 
itraconazol tópicos: mas mantem terapia VO

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