Buscar

Avaliação Psicológica - PDF

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Avaliação Psicológica 
 
1 
 
Como escolher um teste 
psicológico 
• Conhecer os princípios que regem a 
elaboração dos testes é 
fundamental. Entretanto os 
profissionais, quando em sua 
prática, ficam em dúvida quanto ao 
instrumento que deverão utilizar 
para avaliar determinada 
característica; 
• É importante ressaltar que não 
existem instrumentos melhores ou 
piores (visto que todos passaram 
por um processo científico de 
elaboração) e sim instrumentos 
mais indicados ou menos indicados 
para determinada situação. 
O que considerar na escolha de 
um teste psicológico 
• Que atributos ou características 
se quer avaliar: personalidade, 
atenção, inteligência, etc; 
• Quais as técnicas disponíveis e 
aprovadas: técnicas que constam na 
lista do CFP como aprovadas; 
• Idade, escolaridade, nível 
socioeconômico entre outros 
aspectos do testando: perfil da 
pessoa a ser avaliada; 
• Familiaridade com o instrumento: 
ter conhecimento prévio do 
material antes de sua aplicação; 
• Qualidade do instrumento: 
confiabilidade do material 
mediante indicação ou não do CFP; 
• Materiais originais: utilização de 
materiais da editora e nunca 
fotocópias; 
• Dessa forma, há testes que não 
podem ser utilizados com pessoas 
de baixa escolaridade, adultos, 
etc. Há instrumentos que exigem do 
profissional mais treino do que 
outros; 
• Isso deve ser pensado antes da 
formalização e da escolha dos 
materiais que se pretende 
utilizar. 
CUIDADOS Antes da aplicação do 
teste 
• É importante que o profissional 
observe o avaliando (ou o grupo de 
avaliandos) nos seguintes 
aspectos: 
o Condições físicas (uso de 
medicações, estado de 
cansaço, problemas visuais e 
auditivos, alimentação, 
etc); 
o Condições psicológicas 
(problemas situacionais, 
alterações comportamentais), 
procurando identificar 
possíveis situações que 
possam influenciar na 
qualidade do desempenho do 
sujeito; 
• Estabelecer um bom rapport é 
imprescindível: no início da 
avaliação é importante salientar 
os objetivos dela, procurando 
esclarecer todas as dúvidas; 
• Para que se obtenha um desempenho 
adequado dos avaliandos, deve-se 
também observar a postura do 
psicólogo na hora da execução: 
aplicar os testes de forma clara e 
objetiva, inspirando tranquilidade 
e evitando, assim, acentuar a 
ansiedade situacional típica da 
avaliação; 
• O trabalho pode ser facilitado se 
o psicólogo se habituar a 
registrar os eventos de forma 
sistematizada, ou seja, os 
comportamentos durante a 
aplicação. Isso facilitará na hora 
da sistematização dos dados e 
ajudará o profissional na 
conclusão de seu trabalho; 
• Evitar a palavra teste, usar a 
palavra atividade; 
• Anotar todas as observações no 
momento do teste; 
• Durante a aplicação propriamente 
dita, é de responsabilidade do 
profissional a observação dos 
princípios de padronização do 
teste (ler a consigna): reduções 
não previstas e instruções 
diferentes do que estabelece o 
Avaliação Psicológica 
 
2 
 
manual ferem os princípios básicos 
de sua utilização; 
• Deve-se, no entanto, seguir 
rigorosamente as orientações do 
manual sem assumir postura 
estereotipada e rígida; 
• Não utilizar fotocópias, sempre o 
material original; 
• Além das recomendações relativas a 
aplicação do teste é 
imprescindível considerar a 
importância do ambiente quando a 
sua adequação; 
• Assim, um ambiente correto deve 
possuir, no mínimo as seguintes 
características: 
a) O ambiente físico de uma 
sala de aplicação individual 
de ter, no mínimo, as 
dimensões de 4m². Uma sala 
de aplicação de testes 
coletivos deve possuir, no 
mínimo, 2m² por candidato; 
b) O ambiente deve estar bem 
iluminado por luz natural ou 
artificial fria, evitando-se 
sombras ou ofuscamento; 
c) As condições de ventilação 
devem ser adequadas à 
situação de teste, 
considerando-se as 
peculiaridades regionais do 
país; 
d) Deve ser mantida uma 
adequada higienização do 
ambiente, tanto na sala de 
recepção como nas salas de 
teste, escritórios, 
sanitários e anexos; 
e) As salas de teste devem ser 
indevassáveis, de forma a 
evitar interferência ou 
interrupção na execução das 
tarefas dos candidatos; 
• Estas medidas são necessárias para 
o conforto do candidato, reduzindo 
efeitos negativos, facilitando as 
tarefas de observação do aplicador 
e reduzindo as possibilidades de 
comunicação entre os testandos ou 
que um observe o teste de outro. 
12 pecados mortais de uso de 
testes psicológicos 
1. Utilizar testes não 
aprovados pelo CFP; 
2. Usar copias de testes; 
3. Não encarar a avaliação 
psicológica como um 
processo; 
4. Dispensar a entrevista; 
5. Adaptar os testes de acordo 
com a sua vontade: alterar 
tempos, instrumentos, não 
observando a padronização; 
6. Não pedir ao candidato para 
preencher o cabeçalho de 
folha de resposta, ou deixar 
material sem identificação; 
7. Não registrar todas as 
informações pertinentes ao 
caso; 
8. Aceitar remuneração 
incompatível com a sua 
prática; 
9. Não esclarecer a respeito da 
avaliação psicológica ao 
cliente e ao usuário do 
serviço; 
10. Não fazer entrevistas 
de devolução; 
11. Não se aperfeiçoar em 
reciclagens, cursos, 
supervisões e congressos; 
12. Não guardar os 
materiais por cinco anos. 
• Os resultados da avaliação 
psicológica poderá: 
o Orientar tratamentos; 
o Auxiliar na tomada de 
decisões sobre questões 
judiciais; 
o Contratação em empresas; 
o Promoção de pessoas nas 
empresas; 
o Ações para melhorar o 
desempenho escolar de 
crianças e adolescentes, 
entre outras; 
• Um erro de diagnóstico poderá: 
o Levar a um tratamento 
inapropriado; 
o Erro em um processo de 
guarda de criança poderá 
trazer prejuízos 
irremediáveis; 
o Colocação de uma pessoa em 
uma função em um ambiente 
não compatível com suas 
Avaliação Psicológica 
 
3 
 
características pessoais 
(sofrimento, demissão, etc); 
• Resolução CFP n° 010/05: O 
psicólogo deve assumir 
responsabilidades profissionais, 
somente por atividades para as 
quais esteja capacitado pessoal, 
teórica e tecnicamente; 
• Devemos nos perguntar sempre: 
o “Estou preparado para fazer 
isso?”; 
o “Conheço a área?”; 
o “Tenho experiência 
suficiente?”; 
o “Sei quais são os testes 
mais apropriados para serem 
usados nessa avaliação?”; 
o “Conheço bem esse(s) 
teste(s) e a teoria que o(s) 
embasa(m)?”; 
• Princípios que podem orientar a 
realização de avaliações 
psicológicas: 
1. Respeito pelas pessoas: 
Informar como será feita a 
avaliação, que tipo de dados 
serão coletados, o que será 
feito e quem terá acesso a 
eles; 
▪ Crianças e 
adolescentes só podem 
ser avaliadas com 
autorização dos pais 
ou responsáveis (o que 
vai ser feito, quais 
os objetivos e quem 
terá acesso aos 
resultados); 
▪ Deve-se explicar em 
uma linguagem 
acessível ao 
entendimento criança o 
que vai ser feito e 
por que se está 
fazendo isso; 
▪ Adultos com autonomia 
reduzida, como aqueles 
com transtornos 
mentais ou deficiência 
intelectual necessitam 
de consentimento 
obtido dos 
responsáveis, e, na 
medida do possível, 
deve-se dar a esses 
adultos toda a 
informação sobre a 
avaliação; 
2. Beneficência: A ideia básica 
é, que os procedimentos da 
avaliação psicológica, não 
devam produzir danos, 
sofrimento, constrangimento 
ou qualquer malefício ao 
avaliado; 
▪ A avaliação 
psicológica deve, ser 
realizada sempre em 
benefício do 
participante, mas nem 
sempre isso é 
totalmente possível; 
▪ O psicólogo deve 
considerar essas 
situações e 
possibilidades e tomar 
as medidas necessárias 
para manter um padrão 
ético em seu trabalho; 
▪ A avaliação 
psicológica que não 
for realizada de forma 
adequada, em um 
ambiente apropriado, 
com instrumentos, 
métodos e técnicas 
fidedignos e válidos 
tem elevada 
probabilidadede gerar 
resultados não 
confiáveis; 
3. Justiça: Na avaliação 
psicológica, esse princípio 
aplica-se de forma direta 
nos procedimentos de 
adaptação ou desenvolvimento 
de testes. As amostras devem 
ser representativas, na 
medida do possível, da 
população para a qual o 
instrumento será aplicado; 
▪ O psicólogo deve estar 
bastante familiarizado 
com a literatura ao 
escolher os 
instrumentos que vai 
utilizar. É 
fundamental verificar 
se as pessoas que 
serão testadas podem 
ser consideradas parte 
da população da qual 
foi extraída a 
amostra. 
Competências recomendas pelo 
MEC 
Avaliação Psicológica 
 
4 
 
• III: Identificar e analisar 
necessidades de natureza 
psicológica, diagnosticar, 
elaborar projetos, planejar e agir 
de forma coerente com referências 
teóricos e características da 
população-alvo; 
• IV: Identificar, definir e 
formular questões de investigação 
científica no campo da Psicologia, 
vinculando-as a decisões 
metodológicas quanto á escolha, 
coleta e análise de dados em 
projetos de pesquisa; 
• V: Escolher e utilizar 
instrumentos e procedimentos de 
coleta de dados em Psicologia, 
tendo em vista a sua pertinência; 
• VI: Avaliar fenômenos humanos de 
ordem cognitiva, comportamental e 
afetiva, em diferentes contextos; 
• VII: Realizar diagnóstico e 
avaliação de processos 
psicológicos de indivíduos, de 
grupos e de organizações; 
• IX: Atuar inter e multi 
profissionalmente, sempre que a 
compreensão dos processos e 
fenômenos envolvidos assim 
recomendar; 
• X: Relacionar-se com o outro de 
modo a propiciar o desenvolvimento 
de vínculos interpessoais 
requeridos na sua atuação 
profissional; 
• XIII: Elaborar relatos 
científicos, pareceres técnicos, 
laudos e outras comunicações 
profissionais, inclusive materiais 
de divulgação; 
• XV: Saber buscar e usar o 
conhecimento científico necessário 
para atuação profissional, assim 
como gerar conhecimento a partir 
da prática profissional. 
Recomendações do conselho 
federal de psicologia – CFP 
• Aplicação dos princípios 
fundamentais contidos no Código de 
ética Profissional do Psicólogo; 
• Resolução no. 001/2009, que dispõe 
sobra a obrigatoriedade do 
registro documental decorrente da 
prestação de serviços 
psicológicos; 
• Resolução no. 016/2000, que aponta 
a necessidade de regulamentar 
regras e procedimentos que devem 
ser reconhecidos e utilizados nas 
práticas em pesquisa (de 
laboratório, campo e ação); 
• Resolução no. 002/2003, que define 
e regulamenta o uso, a elaboração 
e a comercialização de testes 
psicológicos; 
• Resolução no. 006/2019, que 
institui o Manual de Elaboração de 
Documentos Escritos produzidos 
pelo psicólogo decorrentes de 
avaliação psicológica; 
• Resolução no. 011/2000, que 
reflete sobre a oferta de produtos 
e serviços ao público. 
Validação 
• O termo validação faz parte dos 
conceitos chave dos estudos de 
psicometria que se referem ao uso 
das várias formas de medidas em 
Psicologia. Existem várias 
definições para o termo validação, 
sendo a mais referida: validação 
de um teste significa comprovar se 
de fato ele mede o que 
supostamente deve medir assim, a 
validade de um teste psicométrico 
deve ser a verificação da hipótese 
pela testagem empírica (Pasquali, 
1996); 
• O processo de validação, utilizado 
na elaboração de instrumentos de 
psicometria ou testes 
psicológicos, desdobra se em três 
grandes classes: validade de 
construto, validade de conteúdo e 
validade de critério (Pasquali, 
1996); 
• No artigo “Validade dos testes 
psicológicos será possível 
reencontrar o caminho?” de 2007, 
Luiz Pasquali descreve 31 tipos de 
validade; 
• Validades: constructo, critério, 
preditiva, concorrente, aparente, 
generalizável, discriminante, 
Avaliação Psicológica 
 
5 
 
convergente, incremental, 
fatorial, lógica, consequencial, 
empírica, intrínseca, substantiva, 
estrutural, externa, interna, 
hipótese, indireta, positiva, 
curricular, diferencial, cruzada, 
grupos mistos, múltipla, 
ecológica, sintética, condicional 
e incondicional; 
• A importância do tema validação é 
de grande dimensão que as 
Diretrizes para uso de Testes da 
Internacional Test Commission 
(2000) utilizada pelo Instituto 
Brasileiro de Avaliação 
Psicológica recomendam: 
o Os testes devem estar 
apoiados por evidências de 
precisão e validade para 
aquilo a que são destinados; 
o 2.3: prestar a devida 
consideração aos vieses 
culturais; 
o 2. 3.2: os constructos 
avaliados são significativos 
para cada um dos grupos 
representados; 
o 2.3.3: existem evidências 
sobre possíveis diferenças 
grupais de desempenho nos 
testes; 
o 2.3.5: existem evidências 
sobre a validade do teste 
para justificar o seu uso em 
diferentes grupos; 
o 2.3.8: os autores sejam 
sensíveis aos aspectos do 
conteúdo, cultura e 
linguagem. 
Exemplo 
• Leonel, J. C. pesquisou: buscar 
evidências de validade para o 
Atlas de Localização e Lista de 
Qualidade Formal brasileiros para 
respostas do Rorschach no Sistema 
Compreensivo em uma amostra de 
não-casos psiquiátricos da cidade 
de São Paulo; 
• No Brasil, mais recentemente 
diversos estudos sobre validação 
de instrumentos vêm sendo 
realizados dada existência de uma 
grande quantidade de testes, 
escalas e questionários em uso, o 
que valoriza a qualidade 
psicométrica das avaliações, 
podemos mencionar: 
o Primi e Almeida (2000) 
estudaram a validade da 
Bateria de Provas de 
Raciocínio (BPR – 5) e 
concluíram que a BPR – 5 é 
instrumento eficiente e 
rápido para avaliação 
simultânea do raciocínio 
geral e das aptidões podendo 
ser útil aos profissionais 
em suas diversas áreas de 
atuação; 
o Yoshida (2000) propôs um 
estudo para estimar a 
precisão e validade da 
versão em português da 
Toronto Alexithymia Scale – 
TAS. Aplicou a escala em 581 
estudantes universitários e 
obteve os coeficientes Alfa 
que indicaram a precisão da 
escala e concluiu que a 
versão em português da 
escala é uma medida 
confiável e válida; 
o Moraes e Primi (2002) 
investigaram as validades de 
conceito e critério, e a 
precisão por consistência 
interna da Escala de 
Autoavaliação Tipológica 
como critério para um estudo 
de validação do QUATI. O 
resultado do estudo mostrou 
se promissor e válido; 
o Castells e Furlanetto (2005) 
verificaram a validade do 
questionário CAGE para 
rastrear pacientes com 
dependência ao álcool 
internados em enfermarias de 
clínica médica. Realizaram 
um estudo transversal com 
747 pacientes selecionados 
no Hospital da Universidade 
Federal de Santa Catarina, 
além dos dados demográficos 
e clínicos aplicaram o 
questionário CAGE e MINI 
(Mini Internacional 
Neuropsychiatric Interview). 
Utilizaram a curva ROC para 
obtenção do melhor ponto de 
corte e as análises 
concluíram que o 
questionário CAGE mostrou 
bons índices de 
sensibilidade e 
especificidade podendo assim 
Avaliação Psicológica 
 
6 
 
ser utilizado como 
rastreador de casos de 
dependência ao álcool no 
contexto hospitalar; 
o Dessen e Paz (2009) 
construíram e validaram um 
instrumento de perfil 
pessoal nas organizações. O 
instrumento avalia os 
comportamentos dos 
indivíduos em seu ambiente 
de trabalho. Por meio de 
análise dos índices Alpha de 
Cronbach as autoras 
concluíram que o instrumento 
possui boas qualidades 
psicométricas 
o Primi, Carvalho, Braido e 
Nunes (2009) estudaram a 
validação da versão 
brasileira do Check List 
para Avaliação da 
Personalidade (PACL), cujo 
objetivo foi produzir uma 
versão brasileira do 
Personality Adjective Check 
List (PACL) verificando sua 
validade e consistência 
interna. A amostra foi 
composta por 203 
universitários, entre 18 e 
50 anos de idade, sendo 98 
homens e 105 mulheres. Os 
resultados do estudo sugerem 
que o PACL possuipropriedades psicométricas 
adequadas. 
Validação de constructo 
• Segundo Pasquali (1996 e 2009) a 
validade de construto ou de 
conceito (pode aparecer também 
como intrínseca, fatorial ou 
aparente) é esta de fundamental 
importância para instrumentos 
psicológicos, já que pretende 
verificar a hipótese da 
legitimidade da representação 
comportamental dos traços 
latentes; 
• A validade de construto de um 
teste é a extensão em que se pode 
dizer que ele mede um construto 
teórico ou um traço, como 
personalidade, ansiedade, 
autoeficácia, etc; 
• É a análise do significado do 
escore do teste em termos de 
conceito, e irá estabelecer 
hipóteses com relação a estes 
resultados; 
• Pode ser trabalhada sob dois 
ângulos: 
o análise da representação 
comportamental do constructo 
(análise fatorial, análise 
da consistência interna – 
índice Alpha de Cronbach); 
o análise por hipótese (curva 
de informação da Teoria de 
Resposta ao Item – TRI e 
erro de estimação da Teoria 
Clássica dos Testes – TCT); 
• A validade de conteúdo é aplicável 
quando é possível delimitar a 
priori um universo de 
comportamentos (por exemplo, nos 
testes de desempenho) que pretende 
abarcar um conteúdo delimitado por 
um curso específico; 
• Tais especificações comportam: 
definição do conteúdo, explicação 
dos processos psicológicos que 
serão avaliados e determinação da 
proporção relativa de 
representação no teste de cada 
tópico com conceito. Assim a 
validade de conteúdo demonstra que 
os itens do teste foram 
desenvolvidos a partir do domínio 
que se está mensurando; 
• A validade de conteúdo se refere 
ao quanto o teste pode ser uma 
amostra representativa dos 
comportamentos que são a expressão 
do traço latente em questão. 
Exemplo 
• Um professor de Avaliação 
Psicológica dá um curso composto 
por cinco aulas com os seguintes 
conteúdos: 
o Histórico da avaliação; 
o Construção de testes; 
o Adaptação de testes; 
o Validade; 
o Ética. 
• Os conteúdos serão avaliados por 
meio de uma prova. A prova deve 
conter um conjunto de questões que 
seja uma amostra representativa 
dos conteúdos dados em aula; 
• A prova deverá ter questões sobre 
assuntos tratados em todas as 
cinco aulas (exemplo: uma única 
questão mais complexa sobre um 
Avaliação Psicológica 
 
7 
 
tópico e três questões mais 
simples sobre outros); 
• O que garante a validade de 
conteúdo é a cobertura adequada de 
todos os tópicos. 
Validação de critério 
• A validade de critério (subtipos 
validade preditiva e a validade 
concorrente) refere se ao grau de 
eficácia do instrumento em 
predizer um desempenho específico 
de um sujeito, o qual se torna, 
por sua vez, o critério por meio 
do qual a medida obtida pelo teste 
é avaliada. Esse desempenho do 
sujeito deve ser medido/avaliado 
por meio de técnicas que são 
independentes do próprio teste que 
se quer validar; 
• Por exemplo, se o objetivo for 
mensurar o desempenho acadêmico de 
um aluno, o critério utilizado 
poderá ser a inteligência. A 
maneira como se medirá a 
inteligência nos dirá se as provas 
utilizadas para a medida são 
válidas ou não, assim notas dadas 
por professores, ou média 
acadêmica geral ou avaliação 
subjetiva do aluno, não são 
critérios para medir inteligência, 
porém se o professor utilizar um 
teste de rendimento válido essa 
deficiência seria sanada. 
Normatização 
• É o referencial utilizado como 
comparação, ou seja, os dados de 
desempenho de um grupo em um 
testes específico que serão 
utilizados como referência para 
interpretação de escores 
individuais; 
• Padrão de comparação para 
interpretar escores individuais; 
• Uniformiza a interpretação dos 
escores, evita padrões diferentes. 
Amostra normativa 
• Um grupo de pessoas cujo 
desempenho é utilizado como 
referencial é chamado de amostra 
normativa; 
• Um grupo de sujeitos que tenha um 
desempenho típico com relação à 
determinada característica 
estudada, reproduz o comportamento 
da população; 
• Representa a população. 
Tipos de normas 
• Normas intragrupo: 
o Utilizam a distribuição 
normativa como referência – 
amostra normativa; 
o Utilizam técnicas de 
amostragem: estratificada, 
estratificada aleatória, 
intencional e de 
conveniência; 
o Tamanho da amostra varia 
conforme o objetivo do 
estudo; 
• Normas de desenvolvimento: 
o Utilizam a comparação de um 
grupo de sujeitos da mesma 
idade, série escolar ou 
nível de desenvolvimento; 
o Exemplos: idade mental x 
inteligência / currículo 
escolar x progressão 
continuada e fases do 
desenvolvimento psicomotor 
(Piaget). 
Fidedignidade 
• Fidedignidade ou confiabilidade 
determina a variabilidade nos 
escores observados (x) é devida ao 
escore verdadeiro (t); 
• Busca verificar o quanto a 
pontuação do indivíduo se aproxima 
de sua realidade e o quanto ela se 
mantém estatisticamente idêntica 
em situações diferentes, se há 
variação decorrente do tempo e/ou 
intercorrelações entre itens da 
medida; 
• Um instrumento é considerado 
confiável ou fidedigno quando um 
resultado de valor próximo é 
encontrado na aplicação em 
diferentes indivíduos com a mesma 
característica; 
• A fidedignidade de um teste 
refere-se a quanto o resultado 
obtido pelo indivíduo se aproxima 
do resultado verdadeiro do sujeito 
num traço qualquer (Pasquali, 
2001). Ela tem sido analisada à 
luz da quantidade de erros 
presente nos resultados do teste, 
de forma que, quando eles 
Avaliação Psicológica 
 
8 
 
apresentam uma pequena quantidade 
de erros, considera se a medida 
confiável (Adánez, 1999). Obter os 
coeficientes de precisão de um 
referido instrumento é necessário 
e primordial para se atestar o 
grau de confiabilidade da medida. 
Escala 
Operações 
empíricas 
possíveis 
Analises 
estatísticas 
Exemplos 
Nominal 
Verificação de 
igualdade 
Frequência, 
moda, 
correlação pra 
tabelas de 
contingências 
Número de 
CPF, número 
do celular, 
distinguir 
indivíduos 
Ordinal 
Estabelecimento 
de ordem 
Mediana, 
percentil, 
correlações 
policóricas ou 
tetracóricas 
Senhas, 
escores totais 
de 
instrumentos 
psicométricos, 
pontuação em 
concurso de 
beleza, 
representação 
numérica 
Intervalar 
Comparação 
entre intervalos 
e diferenças 
Média, desvio 
padrão, 
correlação 
linear, 
modelos 
lineares em 
geral 
Temperatura, 
inteligência 
razão 
Determinação de 
igualdade de 
proporções 
Coeficiente de 
variação 
Tempo de 
reação, 
velocidade, 
aceleração, 
força 
 
Teoria clássica dos testes – TCT 
• Criada em 1968 por Charles 
Spearman e Lous Thirstone; 
• Considerada a primeira mensuração 
em Psicologia; 
• Avalia escores observados 
produzidos pelo instrumento 
psicométrico e erros de medidas; 
• T = x – e; 
• T: escore verdadeira, X: escore 
observado e E: erro aleatório; 
• O significado do erro pode ser 
pensado como equivalente à 
diferença entre os escores 
observados e escores dos 
testandos; 
• O escore observado é aquele obtido 
pelo participante durante a 
testagem (ex: valor bruto); 
• O escore verdadeiro seria aquele 
que o participante deveria 
receber, mas é desconhecido 
(equivalente a seu real nível de 
habilidade); 
• Assim erro refere-se a fatores 
específicos (que podem fazer o 
testando apresentar desempenho 
superior ou 
• inferior ao seu real nível de 
habilidade em um teste de 
inteligência, por exemplo. 
Como atestar confiabilidade? 
• Existem três maneiras: 
o Teste – reteste: duas 
aplicações em tempo 
diferentes no mesmo sujeito, 
calcula-se a correlação 
entre as pontuações; 
o Formas paralelas: aplica-se 
um mesmo teste de duas 
formas diferentes; 
o Consistência interna: 
estimativa estatística que 
avalia a proporção de 
variância encontrada nos 
escores do teste que pode 
ser atribuída ao escore 
verdadeiro de variância. É 
medida por coeficientescujos valores situam se 
entre 0 e 1, sendo os 
melhores acima de 0,70. 
Consistência interna – alfa 
Cronbach 
• Alfa de Cronbach é a média de 
todos os coeficientes possíveis de 
duas metades de um teste; 
• Se dividíssemos um teste usando 
todas as suas possibilidades, 
obteríamos um coeficiente de 
correlação referente a cada 
divisão; 
• Se, então, calcularmos a média de 
todos esses coeficientes, 
obteremos o coeficiente alfa. 
0,89 > a > 0,80 Bom 
0,79 > a > 0,70 Aceitável 
0,69 > a > 0,60 Questionável 
0,59 > a > 0,50 Ruim 
 < 0,50 Inaceitável 
Escalas de medidas 
Teoria de resposta ao item – TRI 
• Desenvolvida por Lord e Biurbaum, 
TRI surgiu em 1950; 
• TRI é aplicada em situações em que 
o constructo de interesse é 
representado por um (ou mais) 
Avaliação Psicológica 
 
9 
 
atributo quantitativo não 
observável (traço latente), 
avaliado por meio de variáveis 
observáveis categorizados 
(instrumentos e escalas); 
• TRI ≠ Análise fatorial 
(quantitativa não categorizada); 
• TRI abrange modelos que descrevem 
a influência de um (ou mais) 
traços latentes como proficiência, 
habilidade, intensidade ou 
gravidade de uma doença, sobre as 
respostas a itens de múltipla 
escolha; 
• Itens = expressam o traço latente; 
• Número de dimensões (traços 
latentes) x categorias de 
respostas. 
Miniexame do estado mental 
(meem) 
Características gerais 
• Trata-se de um teste breve de 
rastreio cognitivo para 
identificação de demência, mas não 
pode ser usado para diagnosticar 
demência; 
o É um instrumento de 
avaliação básica e não de 
avaliação neuropsicológica 
especializada; 
• Provavelmente o instrumento mais 
utilizado mundialmente, possuindo 
versões em diversas línguas e 
países; 
• Validado para a população 
brasileira; 
• Um dos testes mais empregados e 
mais estudados em todo o mundo. 
• Uso: 
o Em ambientes clínicos: 
▪ Pode ser usado como 
teste de rastreio para 
perda cognitiva ou 
como avaliação 
cognitiva de beira de 
leito; 
▪ Para detecção de 
declínio cognitivo, 
seguimento de quadros 
demenciais e no 
monitoramento de 
resposta ao 
tratamento; 
o Em pesquisa: 
▪ Estudos populacionais 
e na avaliação de 
resposta a drogas de 
experimentação; 
• Porque concentra apenas os 
aspectos cognitivos da função 
mental e exclui humor e funções 
mentais anormais que são cobertas, 
por exemplo, pela Escala de 
Demência de Blessed; 
• Fornece informações sobre 
diferentes parâmetros cognitivos, 
com questões agrupadas 7 
categorias: cada uma tem objetivo 
de avaliar "funções" cognitivas 
específicas: 
1. orientação temporal (5 
pontos); 
2. orientação espacial (5 
pontos); 
3. registro de três palavras (3 
pontos); 
4. atenção e cálculo (5 
pontos); 
5. recordação das três palavras 
(3 pontos); 
6. linguagem (8 pontos); 
7. capacidade construtiva 
visual (1 ponto); 
• O escore do MEEM pode variar de um 
mínimo de: 
• 0 pontos: indica o maior grau de 
comprometimento cognitivo dos 
indivíduos; 
• Até um total máximo de 30 pontos: 
corresponde a melhor capacidade 
cognitiva. 
Nota de corte 
• No Brasil, em 2011 o MEEM foi 
recomendado como padrão para 
rastreio cognitivo; 
• O impacto da escolaridade, 
verificado por estudos recentes, 
mostrou que: 
o Para analfabetos, a nota de 
corte padrão é de 18 pontos; 
Avaliação Psicológica 
 
10 
 
o Para indivíduos com 
baixa/média escolaridade, 24 
pontos; 
o Para indivíduos com 
escolaridade intermediária, 
26 pontos; 
o Para indivíduos com alta 
escolaridade, 29 pontos; 
• Por ser um instrumento de 
rastreio, é indicado que sujeitos 
com escores inferiores aos das 
medianas sejam submetidos a melhor 
avaliação. 
Aplicação do MEEM 
• Pode ser aplicado por 
profissionais de saúde; 
• Demora em torno de 5-10 minutos 
para ser completado; 
• O paciente deve ser deixado à 
vontade, e não deve sentir-se 
julgado; 
• Eventuais erros cometidos pelo 
examinando durante a prova não 
devem ser corrigidos, pois esta 
correção poderá inibi-lo. 
Miniexame do estado mental – 
MEEM 
1. Orientação temporal (5 pontos) e 
2. Orientação espacial (5 pontos) 
• Estes itens avaliam: 
o A memória recente; 
o A atenção; 
o A orientação temporo-
espacial; 
3. Memória: registro de três palavras 
(3 pontos) 
• Neste item testa-se: 
o A atenção e a memória 
imediata (de curto prazo ou 
primária); 
4. Atenção e cálculo (5 pontos) 
• Neste item se avalia: 
o A capacidade de cálculo; 
o A atenção; 
o A memória imediata e 
operacional (pré-requisito 
necessário para realização 
de cálculos matemáticos); 
5. Retenção de dados (evocação): 
recordação das três palavras (3 
pontos) 
• Neste item se avalia: 
o Memória recente 
(secundária), que dura de 
minutos a semanas ou meses; 
6. Linguagem (8 pontos) 
• Avalia-se: 
o A fala espontânea; 
o A compreensão oral; 
o A repetição; 
o A nomeação; 
o A leitura; 
o A escrita; 
7. Capacidade construtiva visual: 
cópia do desenho (1 ponto) 
• Este item avalia: 
o Orientação visuoespacial; 
o Programação motora; 
o A praxia construtiva. 
Montreal cognitive assessment 
– basic (moca-b) 
Características gerais 
• Foi desenvolvida para ser um 
instrumento breve de rastreio de 
comprometimento cognitivo leve; 
• O teste foi validado em um grupo 
de idosos com alta escolaridade 
(média de 13 anos) para 
diferenciar entre envelhecimento 
cognitivo normal e CCL; 
• No instrumento original muitos 
itens são fortemente dependentes 
de escolarização formal; 
• Essa nova versão do MoCA, 
denominada Montreal Cognitive 
Assessment – Basic (MoCA-B), foi 
desenvolvida para identificar CCL 
em populações com baixa 
escolaridade, incluindo 
analfabetos; 
• Público: Adultos e Idosos; 
• O MoCA-B avalia os mesmos domínios 
cognitivos que o MoCA original: 
funções executivas, linguagem, 
orientação, cálculo, abstração, 
memória, percepção visual (em vez 
de habilidades visuoconstrutiva), 
atenção e concentração; 
• Avalia os seguintes domínios: 
atenção e concentração, função 
executiva, memória, linguagem, 
habilidades visuoconstrutiva, 
conceituação, cálculo e 
orientação; 
• O tempo de aplicação é de 
aproximadamente 10 minutos; 
• O escore total é de 30 pontos, 
sendo o escore de 26 ou mais 
considerado normal. 
Avaliação Psicológica 
 
11 
 
Montreal cognitive assessment 
– basic (moca-b) 
• Horário de início: comece anotando 
na parte superior da coluna 
direita o horário em que são 
iniciadas as instruções da 
primeira parte do teste (funções 
executivas); 
• Horário de término: anote o 
horário em que o sujeito termina a 
última tarefa do teste de atenção 
e calcule o tempo total de 
testagem; 
• Instruções adicionais para o MoCA-
B: em todas as seções e tarefas, 
as instruções podem ser repetidas 
apenas uma vez, a menos que a 
instrução especifique outra 
orientação. 
Pontuação total: 
• Some os pontos de todos os 
subitens na coluna direita da 
folha de aplicação do teste; 
• A pontuação máxima é de 30; 
• Para a corrigir vieses 
educacionais residuais, 1 ponto é 
adicionado à pontuação total para 
participantes com menos de 4 anos 
de escolaridade (se o escore for < 
30); 
• Para corrigir para os efeitos da 
alfabetização, 1 ponto é 
adicionado à pontuação de 
participantes considerados 
analfabetos, independentemente do 
nível de escolaridade (se a 
pontuação for < 30); 
• O analfabetismo é definido como 
incapacidade de ler ou escrever de 
forma fluente em tarefas do dia a 
dia. 
Histórico do termo 
• 1939: L. K. Frank publicou um 
artigo intitulado “os métodos 
projetivos para o estudo da 
personalidade”; 
• O teste de associação de palavras 
de Jung (1904), teste de manchas 
de tinta de Rorschach (1921), 
T.A.T de Murray (1935); 
• Características: natureza 
relativamente não estruturada, 
ambígua e amorfa, permitindo 
liberdade de respostasdiante do 
estímulo. 
A situação projetiva 
• Hipótese projetiva: diante de uma 
situação pouco ou nada 
estruturada, o indivíduo projeta 
modos característicos de respostas 
e traços de sua personalidade 
(associação livre, determinismo 
psíquico); 
• Aspectos da situação projetiva: 
o Estruturação inconsciente do 
material (o sujeito é 
convidado a falar 
livremente); 
o Liberdade de respostas; 
o Liberdade de tempo; 
o Inquérito; 
o Fluxo relativo das 
instruções; 
• A situação projetiva é vazia -> 
deve ser preenchida pelo 
indivíduo; 
• Regressão -> cada técnica mobiliza 
uma carga regressiva diferente. 
A popularização dos métodos 
projetivos 
• A partir da década de 1930 se tem 
um grande interesse pelos métodos 
projetivos; 
• Dois motivos: 
o Os testes psicométricos, tão 
valorizados anteriormente, 
já não pareciam úteis na 
avaliação de “problemas da 
vida”. 
o Crescente valorização 
atribuída pela comunidade 
científica ao entendimento 
psicodinâmico. 
O período de crise 
• Década de 1960: declínio no uso 
dos métodos projetivos; 
o Críticas metodológicas; 
o Forte associação com a 
psicanálise (correntes 
teóricas em ascensão); 
o Ênfase na interpretação 
intuitiva; 
Avaliação Psicológica 
 
12 
 
• A década de 60 foi marcada por 
abusos no campo da avaliação 
psicológica brasileira. 
atualmente 
• Revisão dos instrumentos objetivos 
e projetivos (SATEPSI); 
• Compreensão dos alcances e limites 
destes instrumentos; 
• Papel da formação e da pesquisa 
acadêmica; 
• De acordo com os Art.10 e 16 da 
Resolução CFP n.º 002/2003 só será 
permitida a utilização dos testes 
psicológicos que foram aprovados 
pelo CFP e será considerada falta 
ética a utilização de instrumento 
que não esteja em condição de uso. 
A cientificidade dos métodos 
projetivos 
• Estudar os métodos projetivos não
 se limita a uma análise em 
termos psicométricos; 
• Cabe entender a lógica de 
pensamento em que se baseiam; 
• Epistemologia da testagem 
psicológica -> Estilos de 
pensamento nomotéticos e 
impressionistas; 
• Compreensão do conceito de 
projeção. 
Estilo psicométrico (nomotético) 
• Influência do pensamento 
positivista e das ciências 
naturais; 
• Mensuração do comportamento 
manifesto de forma objetiva (S-O); 
• Estrutura dos testes: Ênfase na 
padronização dos estímulos e 
respostas fechadas (objetivas); 
• Olhar analítico: uma variável de 
cada vez; 
• Resultados: em geral, números ou 
medidas que indicam a posição de 
um indivíduo em relação a outros 
(grupo normativo); 
• Tipo de relação: Neutralidade do 
entrevistador e passividade do 
entrevistado; 
• Representantes: testes 
psicométricos ou objetivos 
(inventários e testes de 
inteligência). 
Estilo impressionista 
(idiográfico) 
• Foco nas manifestações singulares 
da conduta; 
• Influência do Existencialismo, da 
Fenomenologia e da Psicanálise; 
• Problematização da transposição de 
técnicas das ciências naturais 
para as ciências humanas; 
• Estrutura das técnicas: Ênfase na 
liberdade de respostas; 
• Olhar holístico: interação entre 
os diversos elementos que compõem 
o fenômeno estudado; 
• Resultados: funcionamento psíquico 
individual; 
• Tipo de relação: Indissociação 
entre pesquisador e fenômeno de 
pesquisa; 
• Relação dialética; 
• Representantes: técnicas 
projetivas. 
O conceito de projeção 
• O termo projeção comporta diversos 
sentidos: 
1. Ação física de descarga: 
lançamento de projéteis; 
▪ Expulsão de 
sentimentos 
repreensíveis da 
consciência; 
▪ Descarga sobre o 
estímulo da técnica de 
aspectos primitivos e 
vulneráveis; 
2. Matemática: projeção 
estabelece a correspondência 
entre um ponto do espaço e 
um ponto de uma reta ou de 
uma superfície; 
▪ “As propriedades 
geométricas de um 
objeto são
 consideradas em 
qualquer projeção 
plana da mesma 
figura”; 
▪ Existe uma 
correspondência ponto 
a ponto entre a 
conduta expressa na 
resposta ao estímulo 
de uma técnica 
projetiva e a 
Avaliação Psicológica 
 
13 
 
estrutura de 
personalidade; 
3. Ótica: a projeção luminosa 
envia raios ou radiações 
sobre uma superfície; 
▪ Uma superfície que 
antes estava na 
escuridão é iluminada; 
▪ “O que está obscuro se 
ilumina”; 
▪ “O que está dentro 
(latente) é colocado 
para fora (se torna 
manifesto)”; 
▪ A projeção é uma 
possível via de acesso 
a uma parte do mundo 
inconsciente. 
A projeção em Freud 
• Primeiro emprego: 1896 – artigo 
sobre as psiconeuroses de defesa; 
• Na paranoia, o repreender-se a si 
mesmo é reprimido de uma maneira 
que se pode descrever como sendo 
uma projeção, suscitando um 
sistema de defesas o qual consiste 
em desconfiança em relação a outra 
pessoa; 
• 1911: análise do caso Schreber: 
o Projeção: um sentimento de 
origem interna é vivido pelo 
sujeito como se fosse uma 
percepção externa; 
o Constatação do amor por um 
objeto – proibição 
(repressão) – ódio (formação 
reativa) – projeção do ódio 
– eu não amo, eu odeio 
porque ele me persegue; 
• Psicopatologia da vida cotidiana 
(1901-1904): projeção é 
compreendida como um “simples 
desconhecimento” (e não mais 
expulsão) de desejos e evocações 
não aceitos como seus e atribuídos 
a realidade externa; 
o Quando se pede a alguém que 
diga arbitrariamente um nome 
ou número: escolha é 
determinada por uma 
preocupação pessoal; 
o Superstição: projeção para a 
realidade externa de uma 
motivação que provém do lado 
de dentro; 
• Predomínio do desconhecimento e 
deslocamento de um aspecto interno 
para a realidade externa; 
• 1913 – totem e tabu: o 
deslocamento para fora (base da 
projeção) mescla atributos 
positivos e negativos ao objeto 
externo; 
• Fantasias negativas: projeções que 
criam mitos sobre demônios e 
fantasmas (elementos primitivos 
inconscientes do imaginário 
humano); 
• Fantasias positivas: geram deuses, 
anjos e entidades protetoras 
(benéficas e bondosas); 
• Ampliação do termo “projeção”: 
permite a compreensão de que nela 
pode residir a externalização de 
motivações, sentimentos, ideias e 
emoções, além de aspectos 
primitivos e conflituosos. 
Duas definições atuais 
• Conceito de projeção: “Operação 
pela qual o indivíduo expulsa de 
si e localiza no outro, pessoa ou 
coisa, qualidades, sentimentos, 
desejos, e mesmo objetos, que ele 
desdenha ou recusa em si”. 
(Laplanche & Pontalis, 2001); 
• “(...) dinamismo psicológico 
mediante o qual se atribui 
qualidades, sentimentos, atitudes 
e anseios próprios aos objetos do 
ambiente (pessoas, outros, 
organismos, coisas). O conteúdo da 
projeção pode ou não ser 
reconhecido pelo sujeito como 
parte de si próprio” (Hammer, 
1991, p. 38). 
Projeção e situação projetiva 
• Ao contar uma história diante de 
uma prancha ou fazer um desenho, o 
indivíduo externaliza seu mundo 
interno, revelando não só aspectos 
conflituosos de sua personalidade, 
mas também seus desejos, 
motivações, percepções e anseios; 
• O indivíduo realiza uma síntese de 
suas experiências passadas, 
presentes, como também seus 
desejos futuros. 
Tipos de projeção nos métodos 
projetivos 
Avaliação Psicológica 
 
14 
 
• Projeção Especular: o indivíduo 
reencontra características que são 
suas ou que pretendem serem suas 
na imagem do outro (elemento 
narcísico); 
• Projeção Catártica: o indivíduo 
atribui ao outro as 
características que recusa em 
si e das quais que se ver livre 
(catarse) deslocando-as para o 
outro (mecanismo paranoide); 
• Projeção Complementar: o indivíduo 
atribui aos outros sentimentos e 
atitudes que justifiquem as suas; 
• Observação: É importante observar 
o tipo de projeção que predomina. 
Classificação dos métodos 
projetivos 
• Temáticos: envolvem a construção 
de narrativas a partir dos temas 
evocados pelos estímulos; 
• Aspectos revelados: conflitos, 
desejos fundamentais,percepções 
do ambiente, mecanismos de defesa, 
momentos importantes na história 
de vida; 
o Exemplos: T.A.T, C.A.T-A; 
• Estruturais: Revelam aspectos da 
organização profunda da 
personalidade, seu equilíbrio e 
sua maneira de apreender o mundo 
(menos estruturados); 
o Exemplo: Rorschach; 
• Gráficos: o elemento projetivo 
baseia-se na construção de 
desenhos seguidas da fase de 
“inquérito” em que o indivíduo é 
convidado a narrar histórias para 
cada desenho criado; 
o Exemplo: HTP. 
A interpretação dos métodos 
projetivos 
• Nenhuma técnica é capaz de esgotar 
a personalidade humana; 
• As associações produzidas precisam 
ser interpretadas com tato e 
cuidado; 
• Importância das entrevistas, 
anamneses e dados de outros 
instrumentos; 
• “Quando estão em jogo as 
associações produzidas a partir 
dos métodos projetivos, é preciso 
evitar, sobretudo, o risco de a 
interpretação revelar mais do 
intérprete do que do sujeito 
interpretado”. 
• Nas últimas décadas vários 
instrumentos de avaliação foram 
validados e publicados na 
literatura científica nacional, 
sendo que um número crescente 
dessas escalas foi incorporado ao 
uso clínico e em pesquisa no 
Brasil; 
• Esse cenário reflete a necessidade 
de estabelecer critérios para a 
escolha dos instrumentos mais 
adequados às respectivas 
finalidades; 
• É preciso que o profissional 
considere elementos que 
caracteriza os instrumentos 
disponíveis: construto, faixa 
etária, contexto, propósito, 
público-alvo, natureza do 
instrumento, método de avaliação e 
o formato de resposta. 
Self-Reporting Questionnaire 
(SQR) 
• A OMS conduziu, na década de 1970, 
um estudo com o objetivo de 
avaliar e testar métodos para a 
elaboração de políticas públicas 
de assistência multidisciplinar a 
pessoas com transtorno mental como 
uma resposta ao acúmulo de 
evidências que surgiam na época 
sobre a lacuna entre a demanda e a 
oferta de atendimento nessa área; 
• A principal proposta foi criar e 
validar um instrumento de 
rastreamento que facilitasse a 
detecção de casos psiquiátricos de 
modo simples e eficaz. Desse modo 
foi proposto o SRQ e sua 
nomenclatura em inglês é utilizada 
até hoje; 
• A versão que se consagrou ao longo 
dos anos é a de 20 itens, 
conhecida como SQR-20, que se 
destina ao rastreamento de 
transtornos do humor, de ansiedade 
e de somatização (conhecidos 
atualmente como transtornos 
mentais comuns, que correspondem a 
Avaliação Psicológica 
 
15 
 
90% da morbidade total causada por 
agravos psiquiátricos); 
• O SQR-20 foi organizado para ser 
um instrumento de fácil 
compreensão (inclusive em 
respondentes com baixo nível 
educacional e/ou analfabetos); 
• Como é um instrumento de rastreio, 
seu resultado não permite formular 
um diagnóstico psiquiátrico; 
• Versões: SQR-24 (foram 
acrescentados 4 itens para 
rastreamento de transtornos 
psicóticos) e SQR-25 (foi 
acrescentado 1 itens para 
rastreamento de epilepsia); 
• Público-alvo: o SQR-20 pode ser 
usado em qualquer população, com 
mais de 14 anos, em ambiente 
clínico ou não clínico, com o 
objetivo de rastrear os 
transtornos mentais comuns; 
• Aplicação: o SQR-20 é auto 
aplicado, tem respostas do tipo 
“sim/não”, leva entre 5 e 10 
minutos e a obtenção do escore é 
quase imediata; 
• Pontuação: para compor o escore 
final, cada resposta afirmativa é 
pontuada com o valor 1 e a 
interpretação varia entre 0 
(nenhuma probabilidade) e 20 
(extrema probabilidade) para a 
presença dos transtornos mentais 
comuns; 
• Aqui no Brasil, o SQR-20 tem uma 
nota de corte entre 7/8 para 
homens e mulheres, sendo que 8 
significa um caso suspeito e 7 
significa um caso não suspeito. 
EADS-21 (escala de ansiedade 
depressão e estresse-21) 
• Durante o processo de 
desenvolvimento do EASD-21 foi 
estabelecido que os principais 
sintomas de depressão são: baixa 
autoestima, falta de perspectiva, 
desvalorização da vida, 
autodepreciação e inércia. O 
principal sintoma de ansiedade é a 
excitação fisiológica e os 
principais sintomas de estresse 
(que emergiram do desenvolvimento 
das escalas de depressão e 
ansiedade) são dificuldade de 
relaxamento, tensão, impaciência, 
irritabilidade e inquietação; 
• É amplamente utilizada para 
avaliar sintomas de sofrimento 
mental em adultos. Um número 
crescente de estudos vem sendo 
desenvolvidos para identificar 
sinais de ansiedade, depressão e 
estresse em adolescentes; 
• É um instrumento de autorrelato 
composto por 3 subescalas com 7 
itens cada - que avaliam 
ansiedade, depressão e estresse na 
semana anterior. As respostas são 
dadas em uma escala Likert de 4 
pontos que variam entre 0 
(discordo totalmente) e 3 
(concordo totalmente); 
• Os escores para os 3 construtos 
são calculados como a soma dos 
escores para os 7 itens relevantes 
multiplicados por 2. O escore 
final corresponde a níveis de 
sintomas que variam entre “normal” 
e “muito grave”. 
Inventario de depressão de beck 
(bdi) 
• Criada por Beck e seus 
colaboradores (1961), essa escala 
autoaplicável fornece uma 
avaliação quantitativa que 
registra a presença e a 
intensidade dos sintomas 
depressivos; 
• Nos últimos 50 anos o BDI-I se 
tornou um dos principais 
instrumentos de autoavaliação de 
depressão. Jurema Cunha foi a 
responsável pela tradução e 
adaptação desse instrumento no 
Brasil; 
• A forma II do BDI foi criada em 
1996 para o diagnóstico de 
episódio depressivo maior como 
descrito no DSM-IV; 
• Descrição: o BDI-II contém 21 
itens que correspondem aos 
sintomas (tristeza, pessimismo, 
fracasso, perda de prazer, culpa, 
punição, autoestima, autocrítica, 
ideias suicidas, choro, agitação, 
perda de interesse, indecisão, 
desvalorização, falta de energia, 
alterações no padrão do sono, 
irritabilidade, alterações no 
apetite, dificuldade de 
Avaliação Psicológica 
 
16 
 
concentração, cansaço e perda de 
interesse por sexo); 
• Aplicação: o CFP recomenda que sua 
aplicação e interpretação sejam 
feitas por psicólogas/os 
familiarizados com testes 
educacionais e psicológicos. Leva 
de 5 a 10 minutos ou 15 minutos 
para a aplicação oral; 
• Pontuação: cada item é composto 
por 4 opções com pontuação entre 0 
e 3, sendo que os escores mais 
altos representam maior 
intensidade do sintoma. A 
pontuação final se refere à soma 
dos escores individuais, sendo que 
o escore total varia de 0 a 63; 
• Público-alvo: pacientes 
psiquiátricos e clínicos a partir 
dos 13 anos; 
• É importante considerar que a 
pontuação do BDI-II reflete o grau 
de depressão, mas não seu 
diagnóstico clínico. Como o BDI-II 
não é um instrumento de domínio 
público, só pode ser adquirido 
junto à editora autorizada. 
Cage – audit – assist 
• Instrumentos utilizados para 
avaliação do uso de álcool e 
outras drogas; 
• O DSM-5 propõe especificadores 
para a compreensão diagnóstica: a 
presença de 2 ou 3 critérios 
caracterizam a dependência leve, 4 
ou 5 indicam a dependência 
moderada e 6 ou mais indicam 
dependência grave; 
• Diante de uma pessoa que faz uso 
de substâncias psicoativas, é 
importante a caracterização 
detalhada do consumo - 
questionando-a a respeito das 
substâncias utilizadas e sobre: 
motivações do uso, quantidade 
utilizada, circunstâncias do uso, 
padrão do uso, efeitos obtidos, 
sentimentos que antecedem e 
sucedem o uso, intensidade e 
situações associadas à fissura; 
• A complexidade dos fatores 
envolvidos no abuso ou na 
dependência de substâncias 
psicoativas (incluindo 
comorbidades) justificam a 
importância de uma investigação 
abrangente e detalhada, 
fundamental para a construção de 
um plano terapêutico mais adequado 
à pessoa usuária- dependente. 
CAGE – dependência do álcool 
• Questionário desenvolvido a partir 
de uma relação de sintomas de 
dependência de álcool apresentada 
a pacientesinternados devido a 
esse diagnóstico; 
• Constitui-se no uso de 4 
perguntas, onde uma resposta 
positiva pode ser suficiente para 
sugerir a dependência de álcool. 
As respostas são do tipo “sim/não” 
e o escore pode variar de 0 a 4. O 
tempo de aplicação, como 
entrevista verbal ou pelo próprio 
avaliando, varia entre 30 e 60 
segundos. Pode ser aplicado em 
homens e mulheres. 
AUDIT – alcohol use disorders 
identification test 
• Uma equipe de pesquisadores, 
apoiados pela OMS na década de 
1980, desenvolveu o AUDIT 
considerando a necessidade de 
organizar um instrumento com 
método simples para detectar 
pessoas que fazem uso excessivo de 
álcool; 
• Pode ser aplicado por um 
profissional ou ser autopreenchido 
pelo respondente, em papel ou meio 
eletrônico. É importante que o 
aplicador mantenha uma postura 
neutra, atitude de não julgamento 
e evitar indução de respostas; 
• A versão completa do AUDIT é 
composta por 10 questões de 
múltipla escolha que correspondem 
aos principais critérios 
diagnósticos da CID-10. O tempo de 
aplicação varia entre 2 e 4 
minutos. Há 5 alternativas de 
resposta em cada questão com 
pontuações de 0 a 4. A pontuação 
geral pode variar de 0 a 40. São 4 
as zonas de pontuação: 
abstêmios/usuários de baixo risco, 
usuários e risco, usuários com uso 
nocivo e usuários com provável 
dependência de álcool; 
• As 3 primeiras questões sobre o 
consumo constituem o AUDIT-C e 
Avaliação Psicológica 
 
17 
 
servem para triagem rápida na 
identificação de usuários com uso 
nocivo ou sugestivo de problemas 
relacionados ao uso de álcool. A 
pontuação varia de 0 a 12 e quando 
a soma é igual ou superior a 3 
(para mulheres) e igual ou 
superior a 4 (para homens) é 
indicativo de uso de risco ou 
dependência; 
• A terceira questão pode ser 
aplicada isoladamente (AUDIT-3) e 
indica padrão de uso pesado ou 
binge (6 ou mais doses em uma 
ocasião). 
ASSIST – alcohol, smoking and 
substance involvement 
screening test 
• O ASSIST foi desenvolvido em 1997 
com o apoio da OMS por um grupo 
internacional de pesquisadores de 
9 centros especializados na área. 
O instrumento tem o objetivo de 
detectar pessoas que fazem uso 
abusivo e que são dependentes de 
substâncias psicoativas, é 
adaptável a diferentes culturas em 
diversos países; 
• As questões abordam: a frequência 
de uso na vida e nos últimos 3 
meses, os principais problemas 
relacionados ao consumo, a 
preocupação a respeito do uso por 
parte de pessoas próximas, a 
existência de prejuízo na execução 
de tarefas esperadas ou tentativas 
malsucedidas de tentar cessar ou 
reduzir o consumo, a sensação de 
compulsão pelo uso e a utilização 
de substâncias via injetável; 
• Questionário com 8 questões sobre 
o uso de 9 classes de substâncias 
psicoativas (tabaco, álcool, 
maconha, cocaína, estimulantes, 
sedativos, inalantes, alucinógenos 
e opiáceos), sendo que a última 
questão avalia o uso de drogas 
injetáveis; 
• O tempo de aplicação gira em torno 
de 7 e 9 minutos com um aplicador 
e de 4 a 7 minutos com uso de 
computador. 
Toronto Alexithymia scale – TAS 
• Há um consenso entre os 
pesquisadores de que a 
“alexitimia” representa um 
construto multidimensional 
relativo a um déficit no 
processamento cognitivo e de 
regulação das emoções que se 
tornam indiferenciadas e 
pobremente reguladas; 
• Como consequência, as pessoas 
tendem a responder a situações 
estressantes/ conflituosas por 
meio de ações que não são 
reconhecidas como um conteúdo 
“afetivo”; 
• Há uma reduzida capacidade de 
fantasiar e um padrão de 
pensamento voltado para os eventos 
exteriores, com ênfase nos 
detalhes; 
• Essa escala é um instrumento de 
autorrelato que demonstrou 
estrutura de 4 fatores 
interpretáveis que demonstram ser 
congruentes com o construto de 
alexitimia descrito por teóricos 
clínicos; 
• A versão original da TAS é 
composta por 26 itens com 4 
fatores consistentes ao modelo 
teórico: habilidade de identificar 
e descrever sentimentos e 
distinguir sentimentos de 
sensações corporais, sonhar 
acordado, preferência por 
focalizar eventos externos em vez 
de experiências internas e a 
habilidade para comunicar os 
sentimentos a outras pessoas; 
• A TAS-20 avalia 3 dimensões da 
alexitimia: dificuldade em 
identificar sentimentos, 
dificuldade em descrever 
sentimentos e pensamento 
extremamente orientado; 
• Os itens da TAS-26 são respondidos 
em escala tipo Likert de 5 pontos, 
variando entre 1 (discordo 
inteiramente) e 5 (concordo 
plenamente). Os escores variam 
entre 26 e 130, sendo que para 
acima de 74 a pessoa é considerada 
alexitímica e com menos de 62 é 
considerada não alexitímica. 
Avaliação Psicológica 
 
18 
 
Definições 
• CID-10 significa "Classificação 
Internacional de Doenças", e o 
número 10 indica a versão, ou 
seja, já foram realizadas 10 
atualizações e revisões desse 
código; 
• DSM-5 é uma sigla inglesa, 
“Diagnostic and Statistical 
Manual”, que significa Manual de 
Diagnóstico e Estatística e o 
número 5 da sigla é usado para 
indicar que já foram feitas cinco 
revisões; 
• A cada revisão de ambas as 
classificações, cada vez mais 
categorias distintas são 
acrescentadas, mas as já 
existentes raramente são 
removidas. 
Conceituações 
• Esses dois critérios diagnósticos 
servem para ajudar o profissional 
de saúde a classificar as doenças 
mentais; 
• CID-10 é o critério adotado no 
Brasil pelo Sistema Único de Saúde 
– SUS. Ele abrange todas as 
doenças e foi elaborado pela 
Organização Mundial de Saúde 
(OMS); 
• O DSM-4 e o DSM-5, abrangem apenas 
os transtornos mentais e tem sido 
mais utilizado em ambientes de 
pesquisa, porque possuem itens 
mais detalhados, em forma de 
tópicos. O DSM foi elaborado pela 
Associação Americana de 
Psiquiatria; 
• Lembrete: qualquer diagnóstico 
deve ser feito por um profissional 
da saúde ou alguém treinado, 
utilizando instrumentos próprios 
para esse fim. 
Utilização do cid-10 
• Apresentaremos aqui os 
diagnósticos a partir da CID-10, 
referentes aos Transtornos Mentais 
e de Comportamento, onde estão 
incluídos os transtornos 
provocados pelo uso de substâncias 
psicoativas; 
• Cada um deles é codificado por uma 
letra e dois números. Os 
diagnósticos relacionados ao uso 
de substâncias psicoativas, 
incluindo as bebidas alcoólicas, 
têm sempre a letra F seguida por 
dois números, que vão de 10 a 19; 
• Estes são os códigos da CID-10 que 
indicam a que tipo de substância 
psicoativa o transtorno está 
associado; 
• Transtornos mentais e 
comportamentais decorrentes do uso 
de substância psicoativa: 
o F10 - transtornos mentais e 
comportamentais decorrentes 
do uso de álcool; 
o F11 - transtornos mentais e 
comportamentais decorrentes 
do uso de opioides; 
o F12 - transtornos mentais e 
comportamentais decorrentes 
do uso de Canabinóides 
(maconha); 
o F13 - transtornos mentais e 
comportamentais decorrentes 
do uso de sedativos e 
hipnóticos; 
o F14 - transtornos mentais e 
comportamentais decorrentes 
do uso de cocaína; 
o F15- transtornos mentais e 
comportamentais decorrentes 
do uso de outros 
estimulantes incluindo a 
cafeína; 
o F16 - transtornos mentais e 
comportamentais decorrentes 
do uso de alucinógenos; 
o F17 - transtornos mentais e 
comportamentais decorrentes 
do uso de fumo (tabaco); 
o F18 - transtornos mentais e 
comportamentais decorrentes 
do uso de solventes 
voláteis; 
o F19 - transtornos mentais e 
comportamentais decorrentes 
do uso de múltiplas drogas e 
do uso de outras substâncias 
psicoativas; 
Avaliação Psicológica 
 
19 
 
• Um terceiro número deve ser 
acrescentado ao código para 
indicar o tipo de transtorno: 
o 0 - Intoxicação aguda; 
o 1 - Uso nocivo para a saúde; 
o 2 - Síndrome de dependência; 
o 3 - Estado de abstinência; 
o 4 - Estadode abstinência 
com delírio; 
o 5 - Transtorno psicótico; 
o 6 - Síndrome amnésica; 
o 7 - Transtorno psicótico 
residual e de início tardio; 
o 8 - Outros transtornos 
mentais e de comportamento; 
o 9 - Transtorno mental e de 
comportamento não 
especificado. 
Uso nocivo, abuso e dependência 
• Critério da CID-10 para uso nocivo 
(ou prejudicial) de substâncias 
psicoativas: padrão de uso que 
causa prejuízo físico ou mental à 
saúde, que tenha causado um dano 
real à saúde física ou mental do 
usuário, sem que os critérios para 
dependência sejam preenchidos. O 
uso nocivo corresponde ao uso 
abusivo de substâncias 
psicoativas; 
• Critérios da CID-10 para 
dependência de substâncias 
psicoativas: um diagnóstico 
definitivo de dependência só pode 
ser feito se três ou mais dos 
seguintes critérios tiverem sido 
detalhados ou exibidos em algum 
momento dos últimos 12 meses: 
1. Forte desejo ou senso de 
compulsão para consumir a 
substância; 
2. Dificuldades em controlar o 
comportamento de consumir a 
substância, em termos de 
início, término e níveis de 
consumo; 
3. Estado de abstinência 
fisiológica quando o uso da 
substância cessou ou foi 
reduzido, evidenciado pela 
síndrome de abstinência de 
uma substância específica, 
ou quando se faz o uso da 
mesma substância com a 
intenção de aliviar ou 
evitar sintomas de 
abstinência; 
4. Evidência de tolerância, de 
tal forma que doses 
crescentes da substância 
psicoativa são requeridas 
para alcançar efeitos 
originalmente produzidos por 
doses mais baixas; 
5. Abandono progressivo de 
prazeres e interesses 
alternativos, em favor do 
uso da substância 
psicoativa. Aumento, também, 
da quantidade de tempo 
necessário para obter ou 
ingerir a substância, assim 
como para se recuperar de 
seus efeitos; 
6. Persistência no uso da 
substância, a despeito de 
evidência clara de 
consequências nocivas, tais 
como: danos ao fígado, por 
consumo excessivo de bebidas 
alcoólicas, estados de humor 
depressivos, períodos de 
consumo excessivo da 
substância, comprometimento 
do funcionamento cognitivo 
etc. Nesse caso, deve-se 
fazer esforço para 
determinar se o usuário 
estava realmente (ou se 
poderia esperar que 
estivesse) consciente da 
natureza e extensão do dano. 
Utilização do dsm- 
• O DSM-4 identificava duas 
condições diferentes: abuso de 
substância e dependência de 
substância; 
• O DSM-5 une essas duas categorias 
em um continuum, chamado de 
Transtornos do Uso de Substâncias, 
podendo ser classificados como 
leves, moderados ou graves - 
dependendo do número de critérios 
preenchidos; 
• Nota-se uma tendência maior de 
patologização do fenômeno do uso 
de substâncias psicoativas, pois 
mesmo um uso moderado, com menor 
número de sintomas, passa a ser 
enquadrado como transtorno, ainda 
que leve; 
• Um padrão problemático de uso de 
substâncias psicoativas, levando 
ao comprometimento ou sofrimento 
Avaliação Psicológica 
 
20 
 
clinicamente significativo, é 
manifestado por pelo menos dois 
dos seguintes critérios, ocorrido 
durante um período de 12 meses: 
1. Tolerância, definida por 
qualquer um dos seguintes 
aspectos: 
▪ necessidade de 
quantidades 
progressivamente 
maiores da substância 
para atingir a 
intoxicação ou o 
efeito desejado; 
▪ acentuada redução do 
efeito com o uso 
continuado da mesma 
quantidade de 
substância; 
2. Síndrome de abstinência, 
manifestada por qualquer um 
dos seguintes aspectos: 
▪ síndrome de 
abstinência 
característica para a 
substância; 
▪ a mesma substância (ou 
uma substância 
estreitamente 
relacionada) é 
consumida para aliviar 
ou evitar sintomas de 
abstinência; 
3. Desejo persistente ou 
esforços malsucedidos no 
sentido de reduzir ou 
controlar o uso da 
substância; 
4. A substância é 
frequentemente consumida em 
maiores quantidades ou por 
um período mais longo do que 
o pretendido; 
5. Muito tempo é gasto em 
atividades necessárias para 
a obtenção da substância, na 
utilização ou na recuperação 
de seus efeitos; 
6. Problemas legais recorrentes 
relacionadas ao uso de 
substâncias. 
7. Uso recorrente da 
substância, resultando no 
fracasso em desempenhar 
papéis importantes no 
trabalho, na escola ou em 
casa; 
8. Uso continuado da 
substância, apesar de 
problemas sociais e 
interpessoais persistentes 
ou recorrentes causados ou 
exacerbados por seus 
efeitos; 
9. Importantes atividades 
sociais, profissionais ou 
recreacionais são 
abandonadas ou reduzidas em 
virtude do uso da 
substância; 
10. Uso recorrente da 
substância em situações nas 
quais isso representa perigo 
para a integridade física; 
11. O uso da substância é 
mantido apesar da 
consciência de ter um 
problema físico ou 
psicológico persistente ou 
recorrente, que tende a ser 
causado ou exacerbado por 
esse uso. 
O DSM- permite especificar: 
• Em remissão inicial: apesar de 
todos os critérios para transtorno 
por uso de substância terem sido 
preenchidos há menos de 12 meses, 
nenhum foi observado durante um 
período mínimo de três meses (com 
exceção do critério: “fissura”, ou 
um forte desejo ou necessidade de 
usar a substância que pode 
ocorrer); 
• Em remissão sustentada: apesar de 
todos os critérios para transtorno 
por uso de substância terem sido 
satisfeitos anteriormente, nenhum 
deles foi preenchido em qualquer 
momento durante um período igual 
ou superior a 12 meses (com 
exceção do critério: “fissura”, 
desejo ou necessidade de usar a 
substância, que pode ocorrer nessa 
classificação); 
• Em ambiente protegido: este 
especificador é usado se o 
indivíduo se encontra em um 
ambiente no qual o acesso à 
substância é restrito (por 
exemplo, internação hospitalar 
para dependência) e está sendo 
mantido com alguma substância que 
tem efeito semelhante à droga que 
provocou a dependência, porém com 
uso controlado e sob prescrição 
médica. Exemplo: dependente de 
Avaliação Psicológica 
 
21 
 
heroína mantido abstinente para 
essa droga, mas usando metadona 
(agonista); 
• Em ambiente controlado: quando a 
pessoa não preenche os critérios e 
está em um ambiente que não tem 
acesso à droga que provocou a 
dependência. Um exemplo seria a 
internação com portas trancadas. 
A teoria psicológica de henry 
Murray – a personologia 
• Nascido em uma família rica 
americana em NY (1893); 
• Elaborou abordagem da pdd – forças 
conscientes e forças 
inconscientes: influência do 
passado, presente e futuro; 
impacto dos fatores fisiológicos e 
Sociológicos; 
• Influência Freudiana: 
interpretações diferentes; 
• Avalia 15 necessidade ou motivos 
psicológicos: 
o Assistência, intracepção, 
afago, deferência, 
afiliação, dominância, 
denegação, desempenho, 
exibição, agressão, ordem, 
persistência, mudança, 
autonomia e 
heterossexualidade. 
Princípios da personologia 
• Personalidade está enraizada no 
cérebro: sentimentos, lembranças, 
crenças, atitudes, temores e 
valores; fisiologia cerebral da 
pessoa controla todos os aspectos 
da personalidade; 
• Redução de tensão: estado ideal do 
ser humano envolve sempre ter um 
certo grau de tensão para reduzir; 
o Pessoas agem para reduzir as 
tensões fisiológicas e 
psicológicas; 
• O estudo do passado tem grande 
importância: a personalidade do 
indivíduo se desenvolve durante 
toda sua vida e é composta de 
todos os eventos que ocorrem na 
vida do indivíduo; 
• Personalidade muda e evolui: nunca 
é fixa ou estática; 
• Um ser humano nunca é igual ao 
outro: indivíduos são singulares e 
ao mesmo tempo similares 
(parecidas com todas). 
Divisões da personalidade 
• Id: 
o Depósito de todas as 
tendências impulsivas 
inatas: fornece energia e 
rumo para o comportamento e 
se preocupa com a motivação; 
o Lugar dos impulsos 
primitivos e inaceitáveis, 
amorais e sensuais, masacrescentava que o id também 
contém impulsos que são 
aceitáveis e desejáveis para 
o self e para a sociedade – 
empatia, imitação e 
identificação para formas de 
amor e a tendência da pessoa 
a dominar seu ambiente; 
o A força ou intensidade do id 
varia de pessoa para pessoa 
– ex: uma pessoa pode ter 
emoções e apetite mais 
intensos do que outra; 
• Superego (ideal de ego): 
o Internalização dos valores e 
normas culturais, regras com 
as quais julgamos e 
avaliamos o nosso 
comportamento e o dos outros 
– fatores que podem moldá-
lo: grupo de amigos, 
literatura, mitologia de 
determinada cultura, relação 
pai-filho; 
o Se desenvolve por toda a 
vida; 
o Possui forças boas e más 
(boas não precisam ser 
reprimidas)- tenta obstruir 
os impulsos inaceitáveis 
socialmente, mas age também 
para determinar quando, onde 
e como uma necessidade 
aceitável precisa ser 
expressa e satisfeita; 
o Um componente do superego; 
o Fornece metas de longo prazo 
que devemos buscar; 
Avaliação Psicológica 
 
22 
 
o Contém os comportamentos 
morais e ideais que uma 
pessoa deve buscar; 
o Soma das ambições e 
aspirações; 
• Ego: 
o É o regente racional da 
personalidade; 
o É o organizador consciente 
do comportamento; 
o Tenta adiar ou modificar os 
impulsos inaceitáveis do id; 
o É o árbitro entre id e 
superego (criminoso – se 
favorecer o id); 
o Ele pondera, decide e 
determina conscientemente o 
rumo do comportamento, 
planeja atitudes e não só 
para reprimir os prazeres do 
id; 
o Harmoniza o que quer fazer 
(id) e o que a sociedade 
acha que deve fazer 
(superego). 
NECESSIDADES 
• Para explicar a motivação e o rumo 
do comportamento; 
• Envolve uma força psicoquímica no 
cérebro que organiza e direciona a 
capacidade intelectual e 
perceptiva; 
• Pode surgir de processos internos 
(fome e sede) ou de eventos no 
ambiente; 
• Aumentam o nível de tensão para o 
indivíduo agir em busca da 
satisfação – energiza e dirige o 
comportamento; 
• Elaborou uma lista com 20 
necessidades (algumas dão 
sustentação a outras; outras se 
opõem); 
Afiliação Humilhação 
Agressão Neutralização 
Autonomia Ordem 
Compreensão Realização 
Defesa Rejeição 
Defesa psíquica Respeito, deferência 
Divertimento Segurança 
Domínio Sensualidade 
Evitar o mal, defesa física Sexo 
Exibição solidariedade 
Tipos de necessidade 
• Necessidades primárias (ou 
vicerogênicas): surgem de 
processos físicos internos e 
incluem as necessidades de 
sobrevivência (respiração, 
alimentação, sexo, sensualidade, 
defesa física...); 
• Necessidades secundárias (ou 
psicogênicas): necessidades 
emocionais e psicológicas. Se 
desenvolvem a partir das 
primárias; 
• Necessidades reativas: envolvem 
uma resposta a algo específico do 
ambiente. São estimuladas quando o 
objeto aparece (defesa, na 
ameaça); 
• Necessidades proativas: não 
dependem da presença de um objeto. 
São espontâneas. Surgem 
espontaneamente. Ex: pessoa com 
fome procura comida e não espera 
ser estimulada para isso. 
Características das 
necessidades 
• Subsidiação: Quando uma 
necessidade é ativada para ajudar 
a satisfazer uma outra necessidade 
(afiliação e respeito); 
• Pressão: Influência do ambiente e 
dos eventos passados na ativação 
atual de uma necessidade; 
• Thema: Combina a pressão 
(ambiente) e a necessidade 
(personalidade) que traz ordem ao 
nosso comportamento. 
Complexos infantis 
• Murray descreveu cinco estágios do 
desenvolvimento que têm especial 
importância para a criança e, mais 
tarde, para o adulto. São elas: 
o Claustral: A existência 
segura no útero (falta de 
suporte e anticlaustral ou 
de egressão); 
o Oral: O prazer sensual de 
sugar alimento enquanto se é 
segurado (agressão oral e de 
rejeição); 
o Anal: O prazer resultante do 
defecar (rejeição anal e 
retenção anal); 
Avaliação Psicológica 
 
23 
 
o Uretral: O prazer que 
acompanha o ato de urinar 
(ambição, exibição 
excessiva); 
o Genital ou de castração: 
Prazeres genitais 
(masturbação e punição). 
Autores e data de publicação 
• Henry A Murray e colaboradores 
(Christiana Morgan) elaboraram o 
TAT na Clínica Psicológica da 
Universidade de Harvard, nos EUA; 
• Foi apresentada em 1935 a primeira 
série de pranchas e em 1945, foi 
publicada a terceira revisão, que 
foi considerada a definitiva e por 
nós hoje conhecida; 
• Quando o TAT foi elaborado os 
autores aplicavam-no em sujeitos a 
partir dos 4 anos de idade, no 
entanto isso não ocorre nos dias 
de hoje – desenvolvimento do TAT 
infantil – CAT (Teste de 
Apercepção para Crianças) nas 
formas animal (CAT-A), e humana 
(CAT-H). Existe a versão SAT – 
para idosos; 
• Atualmente aplicado a partir de 14 
anos; 
• Validade pelo SATESPI em 2003. 
Sobre o TAT 
• TAT é uma técnica projetiva, 
amplamente usada, testada e 
planejada por Murray, Morgan e 
colaboradores, em 1933, 
especialmente com o objetivo de 
medir as diferentes necessidades 
psicológicas – propostas na Teoria 
da Personalidade (Personologia) de 
Murray; 
• “É um instrumento considerado como 
sendo especialmente sensível para 
detectar aspectos ocultos ou 
inconscientes do comportamento, 
ele permite ou encoraja o 
examinando a emitir uma ampla 
variedade de resposta, é 
multidimensional e evoca dados de 
respostas inusitadamente ricos ou 
abundantes com um mínimo de 
consciência do sujeito a respeito 
da finalidade do teste” (Lindzey, 
1961); 
• O TAT é o protótipo dos testes 
projetivos do tipo aperceptivo 
dinâmico; 
• Apercepção: processo de integração 
de uma percepção com a experiência 
passada e com o estado psicológico 
atual do sujeito, portanto uma 
“percepção atualizada” do 
indivíduo; 
• Projetivo: objetivo de revelar 
emoções, sentimentos, tendências, 
necessidades, motivações e 
conflitos inconscientes; 
• Dinâmico: aspectos 
idiossincráticos do indivíduo, 
motivações, impulsos, necessidades 
e conflitos e estrutura da 
personalidade (nível consciente e 
inconsciente – id, ego e 
superego), mecanismos de defesa; 
• Testes projetivos podem 
proporcionar uma visão do interior 
do mundo de significados e 
sentimentos privados dos 
indivíduos. O valor do TAT reside 
no poder de evidenciar as 
tendências fundamentais reprimidas 
que o sujeito se recusa a 
reconhecer ou é incapaz de admitir 
por serem inconscientes; 
• Por meio da apercepção de temas 
nas lâminas, que são apresentadas 
como estímulos, o sujeito coloca 
seus problemas e conflitos, seus 
anseios e aspirações, assim como 
temores, medos e angústias. 
Material 
• Um jogo de pranchas: 31 pranchas 
no total; 
• Cronômetro: anotar o tempo de 
latência inicial e o tempo total; 
• Folhas de papel; 
• Canetas. 
Sobre as pranchas 
• Pranchas universais: 1, 2, 4, 5, 
10, 11, 14, 16, 19, 20; 
• 7 pranchas apresentam duas formas: 
uma para o sexo masculino (RH = 
rapazes e homens) e outra para o 
sexo feminino (MF = moças/ meninas 
e femininas), independentemente da 
idade. São as seguintes pranchas: 
3, 6, 7, 8, 9, 17 e 18; 
Avaliação Psicológica 
 
24 
 
• E uma prancha em branco, sem 
imagem; 
• Duas pranchas apresentam 3 formas: 
o a 12 vemos a forma para 
rapazes e meninas (RM), uma 
para adultos do sexo 
masculino (H) e a outra para 
adultos do sexo feminino (F) 
= 12RM/12H/12F; 
o a 13 apresenta uma forma 
para adolescentes do sexo 
masculino (R), uma para 
adolescentes do sexo 
feminino (M) e outra para 
adultos independente do sexo 
(HF – homens/feminino) = 
13R/ 13M/13HF 
• As demais lâminas ou pranchas são 
consideradas universais 
independente do sexo e da idade; 
• As lâminas são todas impressas em 
preto e branco e representam as 
seguintes situações de maneira 
geral: trabalho, relações 
familiares, perigo e medo, 
conflitos e atitudes sexuais, 
atitudes e situações de 
agressividade. Além da 
lâmina/pranchaem branco que 
permite associações mais livres 
(Prancha 16); 
• O uso de figuras ambíguas tem por 
objetivo facilitar a produção do 
sujeito, que necessita encarar 
determinadas situações típicas que 
precisam ser exploradas e que 
permitem padronização para a 
interpretação; 
• A aplicação completa é composta 
por 20 lâminas distribuídas em 
duas séries de 10 pranchas cada: 
o A primeira com cenas mais 
reais e comuns; 
o A segunda com cenas mais 
fantásticas e simbólicas – 
incluindo a prancha 16 - em 
branco. 
Técnica de aplicação do TAT 
• Sua administração é individual; 
• O exame completo do TAT compreende 
o uso das duas séries de pranchas, 
em duas sessões, que podem ser 
separas por um intervalo máximo de 
1 semana; 
• Se não existir a possibilidade de 
duas sessões recomenda-se o uso 
das dez pranchas da segunda série, 
consideradas como estímulos mais 
eficazes; 
• Em casos específicos e conforme a 
situação investigativa, o 
examinador poderá escolher as 
pranchas cuja temáticas se mostrem 
mais interessantes de serem 
avaliadas para o caso (Ex: 
questões agressivas, dificuldade 
com figuras de autoridade, etc); 
• Sempre que possível, dar 
preferência ao exame completo; 
• As pranchas são apresentada na 
ordem numérica já pré-
estabelecida; 
Instruções 
• O examinando é convidado a contar 
uma história, dizendo o que 
representa a prancha, o que está 
acontecendo e o que acontecerá 
depois; 
• O examinando deverá ser informado 
que será uma avaliação demorada e 
que possivelmente precise ser 
feita em 2 momentos = dois dias; 
• Segundo Murray: 
o Ênfase no conteúdo das 
respostas; 
o “vou lhe mostrar uma série 
de figuras e desejo que você 
invente uma história para 
cada uma delas. Quero que 
você diga o que está 
acontecendo, o que sentem e 
pensam os personagens, quais 
os acontecimentos que 
levaram à situação atual e o 
que acontecerá depois. 
Anotarei tudo o que você 
disser. Peço que fale 
devagar”; 
• Segundo Vica Shentoub: 
o Ênfase no aspecto formal; 
o “imagine uma história a 
partir desta prancha” ou 
“imagine uma história sobre 
esta figura”. 
• Informações específicas: “Gostaria 
que me contasse o que aconteceu 
antes da cena, o que está 
acontecendo agora/nesse momento, e 
o que o personagem está pensando, 
sentindo, fazendo, e como vai 
terminar essa história (qual vai 
ser o desfecho do fato).”; 
Avaliação Psicológica 
 
25 
 
• “Sua história precisará ter um 
passado, um presente e um futuro”; 
• Passado – o que motivou a cena, o 
que levou a cena; 
o Perguntas objetivas no 
inquérito: por que está 
triste? 
• Futuro: sai da cena. E o que 
aconteceu depois? 
• Tempo: “Você terá cerca de 5 
minutos para contar sua história 
em cada prancha” (Não interromper 
se ultrapassar ou se o tempo for 
menor que este); 
• Anotações: “Irei anotar tudo o que 
você disser ok?”; 
• Título: “Depois de cada história 
gostaria que você desse um título 
para sua história” – se não der 
será a primeira pergunta do 
Inquérito; 
• Avisar sobre o Inquérito: “Depois 
que contar sua história eu vou lhe 
fazer algumas perguntas para 
melhor esclarecimento”; 
• No momento que for passar para a 
segunda série de lâminas informar: 
“Até o momento lhe apresentei 
quadros/imagens mais familiares 
que possibilitaram a ocorrência de 
histórias mais comuns, do dia a 
dia, agora vou lhe mostrar 
quadros/imagens que são mais 
difusos e com imagens não tão 
claras e gostaria que você desse 
maior vazão a sua imaginação”; 
• Prancha 16 - Instrução: “Agora vou 
lhe mostrar um quadro em branco e 
gostaria que você imaginasse uma 
cena, se quiser pode fechar os 
olhos e depois me descreva a cena, 
me conte uma história sobre essa 
imagem q você viu”; 
• Nunca devemos interromper a 
história do examinando; 
• As respostas devem ser anotadas 
literalmente, incluindo anotações 
sobre toda a manifestação verbal e 
comportamentos do sujeito, gestos, 
comentários. (ex: nossa que imagem 
horrível! Nossa que feio isso! O 
que é isso? Que imagem 
interessante... mexe os pés, fica 
mais inquieto, dedilha os dedos 
sobre a mesa, gira a prancha, olha 
na parte posterior da prancha, 
afasta a prancha para ver a imagem 
de mais longe, etc); 
• Anota-se o tempo de latência 
(quanto tempo demora para começar 
a história), as pausas durante o 
discurso, e o tempo total gasto. 
TR – Tempo de reação ou de 
latência; 
• Seguir essa sequência: 
o TR = Tempo de Reação ou TL = 
Tempo de Latência; 
o História (incluindo 
anotações dos gestos, 
comentários, pausas); 
o Título da história; 
o TT= Tempo Total; 
o Inquérito. 
Inquérito 
• Segundo Murray: 
o Após o término de cada 
história e tem como objetivo 
completar a história ou 
elucidar algum aspecto que 
não tenha ficado claro; 
o Perguntas amplas e 
genéricas: “o que aconteceu 
antes?” ou “como vai 
terminar a história?” 
• Segundo Vica Shentoub: 
o Não há inquérito; 
o Não intervenção do 
aplicador; 
• Objetivos: 
o Esclarecimento da história: 
algo q não tenha ficado 
claro (ler o que disse e 
pedir para explicar: 
Desculpe não entendi essa 
parte, você poderia me 
explicar melhor, não ficou 
tão claro...); 
o Complementação ou acréscimo 
de informações: centrar na 
história: se faltar o 
presente, passado ou futuro, 
perguntar: Qual o motivo que 
levou a isso? 
o Questionar se não ficou 
claro quais os sentimentos, 
atitudes motivos e 
consequências: Como se sente 
pelo fato de... 
o Causa e efeito dos 
comportamentos: o que levou 
a isso... 
Avaliação Psicológica 
 
26 
 
o Relacionamento: qual o 
relacionamento dos 
personagens citados na 
história; 
• Lembrar: sempre perguntas abertas 
– nunca induzir a uma resposta; 
• Não colocar o examinando na 
situação: nunca perguntar dessa 
forma “por que você acha que a 
personagem está sentido?” e sim o 
que a personagem está sentindo 
(diretamente) “o que ela está 
sentindo nesse momento?”; 
• Se a pessoa sem querer falar no 
pronome próprio, tirar o você na 
hora do inquérito. Perguntar assim 
“o que sentiu? O que falou? Como 
agiu?” etc. 
Ocorrências na aplicação 
• Se falar que é um sonho perguntar 
sobre o foco do sonho, e nunca o 
porquê sonhou com aquilo; 
• Descrição: se o examinando ao 
invés de contar uma história 
descrever a imagem ou a cena, (ex: 
tem um menino olhando um violino) 
retomar a instrução “ok então 
agora eu gostaria que você 
contasse uma história da sua 
imaginação sobre esse menino que 
está olhando o violino”; 
• Divagação ou dúvida: eu acho que é 
um menino olhando um violino ou um 
livro: interromper aqui e pedir 
para contar uma história (retomar 
instruções e tentar se deter em 
uma das opções e contar a 
história); 
• Tempo: se der menos que 3 minutos 
de história muito curta: pega-se 
os dados pelo inquérito, mas antes 
de passar para a próxima lâmina 
faz-se o encorajamento se explica 
“na próxima imagem gostaria que 
você desse um pouco mais de vazão 
a sua imaginação e procura-se 
inventar um pouco mais”. Avisar 
isso se continuar só até a 3° 
lâmina; 
• Se o tempo for muito longo: acima 
de 7 minutos, não se prolongar no 
Inquérito e dizer: “o que me 
interessa sobretudo é a história, 
sendo assim você não precisa se 
deter a tantos detalhes” repetir 
até a 3 prancha depois disso 
rezar; 
• Se não entender algum detalhe ou 
imagem: “interprete da forma como 
você quiser” (revela dificuldade 
que tem nessa área); 
• Omissão: não vê um detalhe 
significativo da prancha (violino/ 
mulher/ revolver) no inquérito 
perguntar no final, apontar para o 
objeto omitido e perguntar “e isso 
o que é para você?” e anotar 
apenas o que ele responder, não 
falar o que é para ele; 
• Distorção: vê livro ao invés de 
violino (não comentar se mudar no 
inquérito, deixa contar a 
história, mas não se prolongar); 
• Distorção: vê um

Continue navegando