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Ped -> 20/04 • Diagnostico preventivo: boa história clínica, minucioso exame físico o Infecção bacteriana ou viral? o Evitar a pressão familiar o Febre x antibiótico o Mudanças múltiplas de terapia o Evitar a resistência bacteriana • Queixas mais frequentes nos consultórios de pediatria (60-70%) • Incidência: 7-8 episódios anuais em <5 anos e 9-10 em <1 ano • 90% das infecções virais • Importância e diagnostico e prescrição adequados • Causa do aumento da resistência bacteriana • Situações de excesso de diagnósticos de infecção bacteriana o Paciente com queixa de dor de garganta, que recebe antibiótico para simples infecção viral o Hiperemia de membrana timpânica quando a criança chora, levando ao diagnostico de otite e uso do antibiótico o Sinusite diagnosticada através de radiografia simples com aspecto inespecífico e muitas vezes transitória durante um resfriado comum (até o velamento é possível) levando a prescrição desnecessária de antibiótico • Excesso de medicação desnecessárias: tonsilite, sinusite e otite média aguda RESFRIADO COMUM • Inflamação adua da mucosa nasal ou faríngea, mas sem associação a outras condições respiratórias especificas • IVAS leve, autolimitada, com sintomas de febre, coriza, dor de garganta, espirros e congestão nasal • Sintomas: iniciam-se 2 dias após inoculação dos vírus nos pacientes infectados com rinovírus ou coronavírus • Duração: 5 dias em 50% dos pacientes, mas 5-10% das crianças podem apresentar sintomas persistente por até 10 dias • Fatores de contaminação: má higiene das mãos, superpopulação e frequentar creches e escolas • Prevenção: imunização (influenza: gripe) o Vacinação anual iniciada no outono até o mês de junho o Considerar esquema de primovacinação até 9 anos de idade o Publica: criança de 6 meses e menores de 5 anos de idade ou com comorbidades o Privada: qualquer idade, a partir de 6 meses de vida TONSILITES • Doença frequente nos consultórios pediátricos • Etiologia viral e mais frequente causa em todas as faixas etárias (75%) • Das etiologias bacterianas a infecção estreptocócica (Estreptococo B hemolítico do grupo A – EGA) é a mais frequente (5-15%em adultos e 20-30% das crianças) • Não indicar tratamento numa infecção pelo EGA, pode acarretar complicações supurativas (abcessos peritonsilar, adenite cervical, mastoidite, e outras infecções invasivas) e não supurativas (febre reumática e glomerulonefrite aguda) • Ambas as etiologias apresentam sinais e sintomas clínicos semelhantes, levando ao uso abusivo de antimicrobiano • Agentes etiológicos o Viral: adenovírus, rhinovirus, influenza, parainfluenza, coxsackie, HVS, VSR, CMV e EBV o Bacteriana: Streptococcus pyogenes (Β hemolítico do grupo A), S. Equisimilis (Estreptococo do grupo C) e S. Canis (Estreptococo do grupo G), Arcanobacterium hemolyticum, Neisseria gonorrhoeae, Corynebacterium diphtheriae, Angina de Plaut-Vincent (associação de bacilos anaeróbios), Síndrome de Lemierre (fusobacterium necrophorum) o Ambas as etiologias apresentam sinais e sintomas clínicos semelhantes, levando ao uso abusivo de antimicrobianos • Diagnóstico diferencial Viral Bacteriana <3anos >3ans (5-15 anos) Início gradual Início súbito Febre moderada Febre elevada, odinofagia Espirros, coriza, tosse Adenite cervical anterior Conjuntivite, rinite Exantema petequial no palato Hiperemia difusa da faringe Hipertrofia de amigdalas e exsudato tonsilar Vesículas e úlceras no palato Erupções escarlatiniforme Exantema viral, contato com pessoas com resfriado comum Cefaleia, náuseas, vômitos e dor abdominal • Tonsilites virais Tonsilites virais Manifestações clínicas Exame físico Associada ao resfriado comum (coronavírus, rinovírus) Corrimento nasal, tosse, anorexia e adenopatia cervical Faringe eritematosa e edemaciada/exsudato no palato e amigdalas/poliadenopatia Adenovírus Mialgia, cefaleia e conjuntivite -> febre faringoconjuntival Exsudatos amigdalianos e eritema de toda orofaringe/conjuntivite folicular Coxsackie Febre alta, odinofagia, disfagia, vômitos e dor abdominal (herpangina) Pequenas ulceras e vesículas no palato mole e pilares da amigdalite Herpes simples Febre alta, odinofagia, vômitos Múltiplas ulceras no palato, adenopatia cervical dolorosa com ou sem gengivoestomatite Epstein-barr Adenopatia cervical, eventualmente generalizada, esplenomegalia e exantema após uso de ampicilina -> mononucleose infecciosa Febre, linfoadenopatia cervical, amigdalite exsudativa com hipertrofia acentuada • Tonsilites bacterianas Tonsilites bacterianas Manifestações clínicas Exame físico Estreptococos grupo A beta hemolítico (S. pyogenes)* Febre elevada, cefaleia, odinofagia, prostração, anorexia, náuseas e vômitos Amigdalas hipertrofiadas e hiperemiadas, edema de úvula, petéquias no palato, exsudato branco- acinzentado, adenopatia submandibular e cervical dolorosa Estreptococos C (S. equisimilis) FA por ingestão de alimentos contaminados Amigdalite exsudativa Estreptococos G (S. canis) FA Amigdalite exsudativa Arcanobacterium haemolyticum Febre, odinofagia e presença de exantema maculopapular; ocorre principalmente em adolescentes Amigdalite exsudativa, exantema escarlatiniforme pruriginoso em membros, pescoço e dorso; não acomete palmas, plantas, face e abdome Neisseria gonorrhoeae Infecção assintomática nas populações sexualmente ativas Faringoamigdalite exsudativa Corynebacterium diphtheriae* Início súbito, mal-estar, astenia e febre Placas branco- acinzentada, aderidas às tonsilas, invadindo o palato mole e úvula; linfadenite cervical Angina de plaut-Vincent Associação de bacilos anaeróbios Febrícula, odinofagia intensa e halitose étida Amigdalite úlcero- necrótica unilateral com adenomegalia local Síndrome de Lamierre (Fusobacterium necrophorum) Adolescentes e adultos jovens Abcesso peritonsilar • Diagnóstico laboratorial de faringite estreptocócica o Cultura de orofaringe ▪ Cultura de swab de garganta no agar sangue permanece como padrão ouro para evidenciar a presença de EGA no trato respiratório superior (Sensibilidade 90 -95%) o Métodos de detecção de antígenos estreptocócicos: RADT ▪ Identifica estreptococo hemolítico do grupo A diretamente do swab da garganta ▪ Apesar de ser mais caro, o resultado é mais rápido (especificidade >95% e sensibilidade 80- 90%) • Tratamento o Tonsilites virais ▪ Analgésicos/antitérmicos e hidratação ▪ Reavaliação após 48-72h se não houver melhora dos sintomas o Tonsilites bacterianas ▪ EGA: penicilina Terapia inicial Piora clínica ou ausência de melhora em 72h (falha terapêutica) Penicilina V: 250-500mg, 2x/d, VO, 10d Amoxicilina 50mg/kg/dia 2x/d, VO, 10d Pen. G benzatina <27kg: 600.000UI (IM), x > 27kg: 1.200.000UI Com alergia penicilina: Cefalexina: 40mg/kg/d, 2x/d, 10d Cefadroxil: 30mg/kg/d, 2x/d, 10d Cefuroxima: 30mg/kg/dia, VO, 2x/d, 10d Claritromicina: 15 mg/kg/dia, VO, 2x/d, 10d Azitromicina:12mg/kg/d (1º dia) e 6mg/kg/d (2º ao 5º dia), 1x/d, 5d Amoxicilina- clavulanato 45- 90mg/kg/dia (com 6,4mg/kg/d de clavulanato), VO, 2x/d, 10d Cefuroxima: 30mg/kg/dia, VO, 2x/d, 10d Clindamicina 30 a 40 mg/kg/dia, 3x/d, VO,10d ▪ Falha terapêutica: presença de germes produtores de B lactamase, no core das tonsilas, inativando a ação da penicilina o FA recorrente: 5-7 episódios em 1 ano; 5 episódios/ano em 2 anos; 3 episódios/anos 3 anos consecutivos o Tonsitectomia: FA recorrente, PFAPA, intolerância ou hipersensibilidade antimicrobiana, abcessos peritonsilar OTITES • Causas frequentes de consultas pediátricas e condição mais comum para a prescrição de antimicrobianos o Otite média aguda* o Otite média secretora o Otite média recorrente • Faixa etária: maisfrequente entre 6 meses e 2 anos • Agentes etiológicos: o Haemophilus influenzae não tipável o S. pneumoniae o Moraxella catarrhalis o Streptococcus pyogenes (5% da OMA) o Vírus (rinovírus, influenza, adenovírus, vírus sincicial respiratório) • Diagnóstico preciso -> otoscopia adequada, com boa iluminação • Tratamento da otalgia o Ibuprofeno, paracetamol e dipirona o Corticoide (prednisolona), nos casos de OMA associada à presença de obstrução nasal importante o Anti-histamínicos e descongestionantes -> contraindicados • Observação 24-48h, com sintomáticos (possibilidade de resolução expontanea, em >2 anos, ou de etiologia viral) • Antibioticoterapia o Recomendação de uso inicial para otite média aguda Faixa etária Unilateral sem otorreia Bilateral sem otorreia Uni ou bilateral com sintomas graves Com otorreia 6m-2 a Antibioticoterapia ou observação por 24-48h Antibioticoterapia Antibioticoterapia Antibiotico terapia >2 a Antibioticoterapia ou observação por 24-48h Antibioticoterapia ou observação por 24-48h Antibioticoterapia Antibiotico terapia o Tempo de tratamento: 10 dias para crianças <2 anos ou otites graves, e 7 dias para >2 anos ou otites moderadas o Terapia recomendada Terapia inicial Piora clínica ou ausência de melhora em 72 Amoxicilina 45 a 90* mg/kg/dia 2x/d Amoxicilina- clavulanato 45 -90* kg/dia Prevalência do pneumococo com resistência à penicilina ou Hemofilo/Moraxela produtores de B lactamase Com alergia a penicilina: Claritromicina: 15 mg/kg/dia, VO, 2x/d Cefuroxima: 30mg/kg/dia, VO, 2x/d Ceftriaxona: 50 mg/kg/dia IV ou IM (3 dias) Amoxicilina- clavulanato 90mg/kg/dia (com 6,4mg/kg/d de clavulanato) ou Cefuroxima: 30mg/kg/dia Ceftriaxona: 50 mg/kg/dia IV ou IM (3 dias) ou Clindamicina 30 a 40 mg/kg/dia, associado à ou não à Ceftriaxona Com alergia à penicilina: Clindamicina 30 a 40 mg/kg/dia, associado à ou não à Ceftriaxona (com suspeita de pneumo resistente) VACINAÇÃO • Benefícios da vacinação na OMA o Crianças <24 meses, que receberam a PCV7 tiveram redução de 29% das otites pneumocócica e 6-7% para todos os agentes, em estudos observacionais o Redução de 40% das visitas ao pediatra por OMA, depois da introdução da vacina o Vacinação contra vírus influenza mostra-se eficaz, diminuindo em 30-55% as otites durante o inverno SINUSITE BACTERIANA AGUDA (SBA) • Doença relativamente frequente na pediatria • Complicações mais frequente em crianças • Diagnóstico essencialmente clínico e reconhecimento precoce é fundamental para bom prognóstico • Agentes etiológicos o Vírus respiratórios (90-98%) o Streptococcus pneumoniae (40%) o Haemophilus influenza (20%) o Moraxela catarralia (20%) • Cavidades paranasais na criança o Seio maxilar: ao nascer é mais divertículo da fossa nasal; desenvolve-se a partir dos 4-12 anos, com erupção da segunda dentição, atinge desenvolvimento completo o Seio frontal: surge após nascimento, através de uma célula etmoidal anterior entre as tábuas interna e externa do osso frontal; pouco desenvolvimento até os 7 anos, adquirindo maturação completa após 10-12 anos o Seio etmoidal: ao nascer são pequenas eventrações arredondadas, iniciando desenvolvimento a partir do 2º ano de vida, com maturação ao redor dos 12-13 anos o Seio esfenoidal: formação se inicia aos 9 meses e prossegue até idade adulta; há relações importantes com a cavidade • Sinusite na criança: acomete inicialmente seios etmoidais, seguidos dos maxilares H ISTÓRIA NATURAL DE UM “RESFRIADO COMUM” X S INUSITE • Diagnostico presumido de SBA quando uma criança com IVAS o Persistência dos sintomas com coriza e tosse >10 dias o Piora dos sintomas ou início de um novo sintoma após melhora inicial ▪ Secreção nasal ▪ Tosse diurna/noturna ▪ Febre o Início severo, febre alta (>39º) e secreção nasal purulenta por pelo menos 3 dias consecutivos CONDIÇÕES CLÍNICAS • SBA persistente o Presença de secreção nasal, tosse diurna/noturna, persistindo >10 dias sem melhora o Oportunidade de decisão compartilhada com a família da criança, incluindo antibióticos se a criança piorar qualquer momento ou não melhorar dentro de 3 dias de observação • Piora da SBA o Presença de secreção nasal ou tosse diurna com piora súbita dos sintomas (febre de início 38º ou aumento da secreção nasal ou tosse) após melhora transitória dos sintomas • SBA grave o Presença de febre (>39º) e secreção nasal purulento presente por pelo menos 3 dias consecutivos RECOMENDAÇÃO PARA USO INIC IAL DE ANTIBIÓT ICOS PARA SBA Apresentação clínica SBA persistente Piora súbita da SBA SBA grave Não complicada e sem doença coexistente Antibioticoterapia ou observação por 3 dias Antibioticoterapia Antibioticoterapia Com complicações orbitais ou intracranianas Antibioticoterapia Antibioticoterapia Antibioticoterapia Com OMA coexistente, pneumonia, adenite ou faringite estreptocócica Antibioticoterapia Antibioticoterapia Antibioticoterapia • Tempo de tratamento: 10 dias (ou até 7 dias após resolução dos sintomas Apresentação clínica Terapia inicial Piora clínica ou ausência de melhora em 72h Leve/moderada Amoxicilina 45- 90mg/kg/dia 2x/dia Amoxicilina-clavulanato 90mg/kg Amoxicilina-clavulanato 90mg/kg/dia Severa ou risco de resistência bacteriana Amoxicilina-clavulanato 90mg/kg/dia 2x/dia Ceftriaxona 50mg/kg/dia IV ou IM Ceftriaxona 50mg/kg/dia IV ou IM Levofloxacina 10- 20mg/kg/dia Alergia a penicilina Hipersensibilidade tardia leve (não tipo I) Cefuroxima 30mg/kg/dia 2x/dia Ceftriaxona 50mg/kg/dia IV ou IM Hospitalização Alergia a penicilina Hipersensibilidade imediata (anafilaxia ou broncoespasmo) ou tardia grave Cefuroxima 30mg/kg/dia Ceftriaxona 50mg/kg/dia IV ou IM Clindamicina + Cefixime Linezolina SMT Levofloxacina 10- 20mg/kg/dia Ceftriaxona 50mg/kg/dia IV ou IM Sinusite em pacientes hospitalizados, com complicações Ampi-sulbactam 200- 400 mg/kg/dia IV ou Ceftriaxona 100mg/kg/dia IV ou Cefotaxima 100- 200mg/kg/dia ou Levofloxacina 10- 20mg/kg/dia Adição de vancomicina 60mg/kg/dia IV e possivelmente, metronidaxol 30mg/kg/dia OUTRAS CONDIÇÕES CLÍNICAS • Sinusite aguda recorrente o Episódios do SBA com <30 dias, intervalos de 10 dias com paciente assintomático o Causas: IVAS virais, rinite alérgica, imunodeficiência, adenoidite, alterações anatômicas e RGE • Sinusite crônica o 90 dias ou mais sintomas ininterruptos • Complicações da SBA: orbitais e intracranianas o Celulite pré-septal (periorbital) e pós-septal (intraorbitária) o Trombose do seio cavernoso séptico o Meningite o Osteomielite do osso frontal associada a um abcesso subperiosteal (“tumor de pott”) o Abcesso epidural e subdural o Abcesso cerebral DIAGNÓSTICO • Diagnóstico clínico • Diagnóstico por imagem o Rx de seios da face o Tomografia ou RMN, somente nas condições da SBA orbitais e intracranianas LARINGITE AGUDA VIRAL • Processo inflamatório da laringite, caracterizado por sintomas de obstrução de vias aéreas superiores: rouquidão, tosse ladrante e estridor predominantemente inspiratório • Etiologia viral é mais comum, sendo principais: vírus parainfluenza (tipo 1, 2 e 3), influenza A e B e vírus sincicial respiratório • Faixa etária: 6-36 meses • Diagnóstico clínico: aparecimento súbito podendo haver rápido progresso de tosse ladrante e estridor • Laringite aguda viral pode ser classificada conforme sua severidade • Gravidade determinada pela presença ou ausência de estridor ao repouso, retração de parede torácica, presença ou ausência de cianose TRATAMENTO
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