Buscar

PARASITOSES INTESTINAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Ped -> 12/04 
• Grave problema de saúde pública, principalmente em países em 
desenvolvimento 
• No Brasil há tendencia para declínio na prevalência de helmintíases 
transmitidas pelo solo 
o Faixa etária pediátrica é propensa por 
▪ Higiene pessoal inadequada 
▪ Maior exposição solo e à água não limpa 
o Na pediatria é mais comum em escolares e pré-escolares 
• Fatores desencadeantes 
o Pobreza 
o Condições precárias de saúde e saneamento 
• Emergência de protozoários patogênicos (Cryptosporidium isospora, 
Balantidium, Microsporidia) com aparecimento da AIDS 
ETIOLOGIA 
 
CICLO DE V IDA 
• Helmintos: ovo -> larva e verme -> adulto 
o Parasitas que se desenvolvem no TGI e completam o ciclo 
evolutivo no solo 
Helmintos Formas 
infectantes 
Penetração no 
hospedeiro 
Localização no 
hospedeiro 
Ascaris 
lumbricoides 
Ovo Fecal-oral Duodeno, jejuno e 
íleo 
Enterobius 
vermiculares 
Ovo Oral e 
autoinfecção 
Cólon e reto 
Trichuris trichiura Ovo Feral-oral Cólon 
Taenia solium 
Ovo/proglote Carne e vegetais 
contaminados 
Jejuno 
Taenia saginata Proglote Carne e vegetais 
contaminados 
Jejuno 
Hymenolepis nana 
Ovo Fecal-oral Íleo 
Ancylostoma 
duodenale 
Larva Pele Duodeno e jejuno 
Strongyloides 
stercoralis 
Larva Oral e 
autoinfestação 
Duodeno e jejuno 
Necator 
americanus 
Larva Pele Duodeno e jejuno 
Schistosoma 
mansoni 
Cercaria Pele Veias do sistema 
porta 
 
• Protozoários: cistos -> oocistos -> trofozoítos 
Protozoário Forma infectante Penetração no 
hospedeiro 
Localização no 
hospedeiro 
Entamoeba 
histolytica 
Cisto Fecal-oral Cólon 
Giardia lambia Cisto Feral-oral Duodeno e jejuno 
Crytosporidium 
parvum 
Oocisto Fecal-oral Jejuno e íleo 
Crytoisospora belli Oocisto Fecal-oral Jejuno e íleo 
Balantidium coli Cistos Fecal-oral Intestino grosso 
Microsporideo Esporo Feral-oral Sistema digestivo, 
respiratório, 
urinário e 
muscular 
Blastocystis 
hominis 
Cisto e esporo Feral-oral Colon 
Cyclospora 
cayetanensis 
Oocisto Feral-oral Intestino delgado 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Gerais 
• Quadro clínico: oligossintomático ou assintomático 
• Sintomas inespecíficos: astenia, inapetência, fadiga, diarreia, alterações do 
ritmo intestinal (náuseas, vômitos), dor abdominal inespecífica (distensão 
abdominal, má absorção), prurido anal (oxiúros), emagrecimento, 
desnutrição, anemia (ancilostoma, necator), prolapso retal (tricuríase), 
abcessos hepáticos amebianos, pancreatite aguda por migração de 
áscaris, pancreatite aguda alérgica por giardíase 
Helmintos Manifestações clínicas 
Ascaris lumbricoides Disturbios GI, tendência à suboclusão e até 
obstrução intestinal, Síndrome de Loeffler 
Enterobius vermicularis Prurido anal, preferencialmente noturno, dermatite 
anal e perianal,vulvoginites nas meninas 
Trichuris trichiura Em geral assintomático. Pode evoluir com anorexia, 
perda de peso e prolapso retal 
Taenia solium e saginata Em geral assintomática. Pode evoluir com anorexia e 
bulemia. 
Convulsões no adolescente decorrentes da 
neurocisticercose nas teníases por Taenia solium 
Hymenolepis nana Em geral assintomático. Pode evoluir com distúrbios 
GI 
Ancylostoma duodenale 
Necator americanus 
Distúrbios GI, anemia por expoliação, 
hipoalbuminemia, dermatite pruriginosa no local de 
penetração das larvas, Síndrome de Loeffler 
Strongyloides stercoralis 
Distúrbios GI, dor epigástrica em cólicas ou 
queimação, dermatite pruriginosa no local de 
penetração das larvas, Síndrome de Loeffler 
Disseminação séptica na estrongiloidíase em 
paciente imunossuprimido 
Schistosoma mansoni Fase aguda: quadro inespecífico c/ febre, dor 
abdominal e anorexia. 
Fase crônica: distúrbios GI, inapetência, 
emagrecimento e hepatoesplenomegalia 
 
Protozoários Manifestações clínicas 
Entamoeba histolytica Assintomática, colite aguda, crônica e fulminante 
Extra-intestinal: abscesso hepático 
Giardia lamblia Sintomas GI, na forma de diarreia aguda e crônica, 
síndrome de má absorção 
Cryptosporidium parvum Sintomas GI, diarréia crônica profusa em 
imunodeprimidos 
Cystoisospora belli Diarréia autolimitada, síndrome de má absorção, 
adenite mesentérica, invasão do baço e fígado, 
colecistite em imunodeprimidos 
Balantidium coli Assintomática ou sintomas GI (semelhantes à 
amebíase) 
Microsporideo Em pacientes imunocomprometidos 
Diarreia aquosa e crônica 
Blastocystis hominis Sintomas GI 
Cyclospora cayetanensis Diarréia autolimitada, prolongada (imunocompetente) 
e crônica, intermitente (imunocomprometido) 
ASCARIDIASE 
• Contaminação pelos ovos com larvas maduras 
• Transmissão fecal-oral -> intestino delgado -> corrente circulatória 
o Adultos com localização em jejuno e íleo 
• 30-60 dias para postura de ovos 
• Maiores helmintos: 15-40cm 
• Quadro clínico 
o Anorexia, vômitos, diarreia, distensão abdominal, cólicas, 
eliminação dos vermes adultos pelo ânus 
o Casos graves: sub oclusão ou oclusão intestinal 
o Migração dos vermes para: apêndice, vias biliares, pâncreas 
SÍNDROME DE LOEFFLER 
• Pneumonite eosinofílica transitória 
o Reação de hipersensibilidade imediata decorrente da migração 
pulmonar das larvas de parasitas durante o ciclo cardio-
pulmonar (ciclo de Loss) 
• Quadro clínico 
o Autolimitado 
o 1-2 semanas 
o Acompanhado de tosse seca, febre baixa, dispneia do tipo 
asmatiforme, e mais raramente, hemoptise (tosse com 
sangue), mialgia (dor muscular), anorexia e urticária 
• Exame físico 
o Normal ou com presença de sibilos e crepitações finas à 
ausculta pulmonar 
o Manifestações extrapulmonares: hepatomegalia, reações 
meníngeas, erupções cutâneas 
• Presente nas parasitoses por helmintos (necatoríase, ascaridíase, 
estrongiloidíase e ancilostomíase) 
• Quadro laboratorial 
o Eosinofilia sanguínea, (500-1000 células/mm3), podendo, 
estar ausente em alguns casos 
• Quadro radiológico 
o Infiltrado alvéolo-intersticial não segmentares, transitórios, de 
caráter migratório, localizados preferencialmente na periferia, 
mas que podem ter qualquer localização e ser unilateral ou 
bilateral 
• Exame parasitológico das fezes 
o inicialmente negativo, cerca de 8 semanas após o início dos 
sintomas pulmonares (fase larvária) 
• Tratamento 
o Corticoide sistêmico e antiparasitário 
OX IURÍASE (ENTEROBÍSE ) 
• Contaminação pela ingestão ou inalação de poeira com ovos -> larvas fixam 
no ceco -> 50 dias para forma adulta e postura de ovos 
• Macho morre após fecundação 
Fêmea migra para região anal para postura dos ovos 
• Macho 5mm 
Fêmea 10mm 
• Quadro clínico 
o Prurido anal noturno -> leva a autoinfestação 
o Distúrbio do sono 
o Náuseas, cólicas, puxo (sensação dolorosa), tenesmo 
(dificuldade evacuatória) 
o Reação inflamatória local 
o Fêmeas podem migrar para região genital 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
• Pediatria deve dirigir a investiaçao laboratorial para parasitoses de maior 
suspeita do caso 
• Dado clínicos do caso devem ser fornecidos ao laboratório 
• Ideal pesquisar todas as formas dos helmintos e protozoários, melhorando 
a sensibilidade do coproparasitológico 
• Realizar coleta seriada de fezes, com uma coleta a cada 3-7 dias por 3 
semanas (≈3 amostras) 
• Laboratório realiza média de 2-3 testes mais abrangentes, mas que 
podem não ser métodos para a parasitose em questão 
Parasito Pesquisa nas fezes 
Strongyloides stercoralis e ancilostomídeos Métodos de Baermann-Moraes e 
Rugai 
Cistos e oocistos de protozoários, ovos 
leves (ancilostomídeos) 
Métodos de Faust e Ritchie 
Ascaris lumbricoides Coproparasitológico; uma amostra 
de fezes para detectar os ovos 
Trichuris trichiura 
Coproparasitológico 
Enterobius vermicularis Técnica de Grahan ou Swab anal 
ou fita adesiva 
Strongyloides stercoralis e ancilostomídeos 
Métodos de Baermann-Moraes e 
Rugai 
Schistosoma mansoni 
Ovos de helmintos 
Método de Kato-Katz 
Helmintos e protozoários ao mesmo tempo FLOTAC e mini-FLOTAC 
• Hemograma 
o Eosinofilia >6%:marcador de possível infestação por helmintos 
▪ Estrongiloidíase 
▪ Tricuríase 
▪ Ancilostomíase 
▪ Ascaridíase 
o Anemia ferropriva em ancilostomíase 
• Testes sorológicos: detecção de antígenos ou anticorpos 
o Maior sensibilidade para estrongiloides 
• Testes de biologia molecular – PCR 
o Alta sensibilidade 
• Escarro 
o Migração larvária de ascaridíase, ancilostomíase, 
estrongiloidíase 
TRATAMENTO 
• Drogas anti-helmínticas 
o Benzoimidazólicos: mebendazol, tiabendazol e albendazol 
• Drogas anti-protozoários 
o Nitroimidazólicos: metronidazol, tinidazol e secnidazol 
• Novos antiparasitários 
o Ivermectina e nitazoxanida 
• Outros antiparasitários 
o Praziquantel e oxaminiquia 
Parasita Antiparasitário Dose 
Nematoides (exceto 
Strongyloides sp.) 
Mebendazol 100mg 12/12h por 3 dias 
Repetir em 3 semanas 
Strongyloides stercoralis 
Tiabendazol 25-50mg/kg/dia por 3 
dias 
Repetir em 1 semana 
Ascaris sp., enterobius sp., 
ancilostoma, necator 
 
Strongiloides sp., trichuris sp. 
e taenia sp 
 
Giardia lamblia 
 
 
 
 
Albendazol 
400mg, dose única 
 
 
 
400mg/dia, por 3 dias 
 
 
400mg/dia, por 5 dias 
Entamoeba histolytica, 
giardia lamblia 
Metronidazol 
 
 
 
Secnidazol 
15-30mg/kg/dia, 3x/dia 
por 10 dias 
15 mg/kg/dia, 3x/dia por 
5-7 dias 
30mg/kg/dia, dose única 
Nematoides (exceto 
ancilostomídeos) 
strongyloides sp 
Ivermectina 200mcg/kg, dose única 
Amplo espectro 
Nitazoxanida 11mg/kg/dia 12/12h, por 
3 dias 
Máx. 500mg 
Enterobius vermicularis Albendazol 
 
 
Pamoato de 
pirantel 
400mg, dose única, 
repetir em 2 semanas 
100mg/kg 1x/dia por 3 
dias 
Taenia sp., hymenolepis sp 
Schistossoma mansoni 
Praziquantel 5-10mg/kg, dose única 
Schistosoma mansoni 
Oxamniquina 20-25 mg/kg, dose única 
Cryptosporidium parvum Nitazoxanide 1-3 anos: 100mg, 2x/dia 
4-11 anos: 200mg, 2x/dia 
≥12 anos: 500mg, 2x/dia 
Por 3 dias 
Cystoisospora belli SMX/TMP 8-10mg/kg, 2x/dia, por 7-
10 dias 
Balantidium coli Tetraciclina 
 
 
Metronidazol 
 
 
Nitazoxanide 
≥8 anos, 40mg/kg/dia, 
4x/dia, por 10 dias 
35-50mg/kg/dia (max2g), 
3x/dia, por 5 dias 
1-3 anos: 100mg, 2x/dia 
4-11 anos: 200mg, 2x/dia 
≥12 anos: 500mg, 2x/dia 
Por 3 dias 
Microsporideo Albendazol 
Metronidazol 
Nitazoxanide 
Restauração da função 
imune 
Blastocystis hominis SMX/TMP 
 
Metronidazol 
 
 
Nitazoxanide 
8mg/kg/dia, 2x/dia, por 7 
dias 
35-50mg/kg/dia (max2g), 
3x/dia, por 10 dias 
1-3 anos: 100mg, 2x/dia 
4-11 anos: 200mg, 2x/dia 
≥12 anos: 500mg, 2x/dia 
Por 3 dias 
Cyclospora cayetanensis SMX/TMP 8-10mg/kg/dia, 2x/dia, 
por 7-10 dias 
PROFILAXIA 
QUIMIOPROFILAXIA 
• Tratamento empírico 
• Recomendado em países com taxas de prevalência de parasitismo 
intestinal superiores a 20% e principalmente superiores a 50% 
• Administração periódica de medicamentos anti-helmínticos: praziquantel 
para esquistossomose e albendazol ou mebendazol para helmintíases 
transmitidas pelo solo (áscaris, trichuris, necator e ancylostoma) 
• Grupo de risco: crianças em idade pré-escolar e escolar, mulheres em 
idade fértil (incluindo mulheres grávidas), e grupos ocupacionais 
(pescadores e trabalhadores de campo de irrigação) 
• Queda das taxas de infecção por parasitose nas regiões que adoram essa 
medida 
• Doses: anual de 2-10 anos de idade 
o Albendazol 400mg dose única 
OU 
o Mebendazol 500mg dose única 
• Anual de 2-10 anos de idade 
• Não evita reinfecções 
GERAIS 
• Controle das águas com saneamento básico-esgoto 
• Controle do solo com técnicas de rega e fertilização adequada 
• Controle de animais (consumo de carne e peixe) e dos animais domésticos 
• Lavagens de mãos e unhas/não roer unhas 
• Preparação adequada dos alimentos -> lavagens de frutas e vegetais 
• Evitar alimentos malcozidos 
• Consumo de água filtrada e clorada são a melhor forma de proteção 
• Oxiuríase: trocar roupa íntima, toalhas e lençóis diariamente

Continue navegando