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Transtornos da Personalidade Esquizóide e Esquizotípica

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Esquizóide e Esquizotípica
Transtornos da Personalidade
Introdução
O presente trabalho objetiva o estudo dos transtornos da personalidade esquizóide e esquizotípica, e o tratamento e as técnicas empregadas para os mesmos de acordo com a terapia cognitivo-comportamental. De acordo com o DSM IV, este transtornos são pertencentes de acordo com classificações a categoria do eixo I e pertencentes ao grupo A, com base em semelhanças descritivas. Estes transtornos possuem em comum a evitação de relacionamentos interpessoais. No caso do transtorno esquizotípico além da evitação também tendem a experinciar sintomas psicóticos e peculiaridades comportamentais excêntricas. 
Transtornos da personalidade
Esquizóide
ASPECTOS HISTÓRICOS 
O uso do termo "esquizóide" remonta a Manfred Bleuer, da Swiss Burgolzi Clinic (Siever, 1981). Ele se compõe do prefixo "esquizo", que significa "di­visão", e do sufixo "óide", que significa "repre­sentativo ou semelhante a". 
Tradicionalmente, Kraeplin (1913) via os indivíduos com transtorno da personali­dade esquizóide como quietos, tímidos e reser­vados, além de "parecidos com os esquizo­frênicos". Esse padrão de comportamento foi observado por muitos autores desse período como parte do processo esquizofrênico e, de fato, um precursor da esquizofrenia.
 Outros, como Campbell (1981), argumentam que o compor­tamento esquizóide pode representar uma vulnerabilidade crônica à esquizofrenia, geneti­camente determinada, ou estar presente naque­les que estão em recuperação parcial da esquizofrenia.
O in­divíduo com transtorno da personalidade esqui­zóide não é visto como quem apresenta sinto­mas prodrômicos(sintomas ou sinais que anunciam doenças) ou parciais de psicose, mas como alguém cujas crenças mantêm uma exis­tência cronicamente reclusa e isolada em termos sociais. 
Kretschmer (1936) postulou três subtipos. O primeiro é rígido, formal e cor­reto em situações sociais, e demonstra uma agu­da percepção dos requerimentos sociais. O se­gundo subtipo é o indivíduo isolado e excêntri­co, alguém que não se preocupa com conven­ções sociais ou não as percebe. Finalmente, o terceiro subtipo parece frágil, delicado e hiper­sensível. 
PESQUISAS E DADOS EMPÍRICOS
A revisão da literatura sobre pesquisa e dados empíricos não nos fornece muitos elemen­tos sobre o transtorno da personalidade esquizóide. Algumas pesquisas executadas por Scrimali e Grimaldi (1996) encontraram padrões diferentes específicos, referentes à excitação, processamento da informação humana e apego, em um grupo com diagnóstico de esquizofrenia, outro com diagnóstico de transtornos da perso­nalidade do agrupamento A e um grupo contro­le. 
Os autores discutem esses dados à luz de suas implicações para a terapia cognitiva e os utili­zam para dar orientações diferentes à terapia cognitiva de indivíduos com diagnóstico de esquizofrenia e indivíduos com diagnóstico de transtorno da personalidade do agrupamento A. 
Eles especulam que os dados obtidos pelo estu­do podem predizer que a abordagem cognitiva com pacientes afetados por transtornos da per­sonalidade do agrupamento A pode ser provei­tosamente aplicada com comunicação verbal, utilizando-se técnicas de reestruturação cognitiva (Beck, Freeman et al., 1990; Freeman, 1988; Freeman e Datillio, 1992). 
Mas eles acrescenta­ram que esse tratamento também deve incluir técnicas como socialização e expressão corporal (Breiere Strauss, 1983; Dowrick, 1991).
Não deseja, nem gosta de relacionamentos íntimos, incluindo fazer parte de uma família.
Quase sempre opta por atividades solitárias.
Não tem amigos íntimos ou confidentes, outros que não parentes em primeiro grau.
Mostra-se indiferente a elogios ou críticas de outros.
Demonstra frieza emocional, distanciamento ou afetiva embotada.
DESCRIÇÃO E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
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Desempregado há 11 anos, sobrevivia de um salário-desemprego e de uma pensão por incapacidade;
Grande parte do tempo sozinho em seu apartamento;
Ia a igreja todos os dias, entrando depois de o ritual matinal começar e saindo antes de acabar;
Buscou terapia por uma crescente ansiedade e humor deprimido;
ESTUDO DE CASO – DEREK (36 ANOS)
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Quanto á terapia
Na apresentação inicial evitou o contato visual e falou o mínimo possível, em resposta as perguntas que o terapeuta lhe fez;
Pediu que o terapeuta “fizesse a sua família deixa-lo em paz”;
 Profunda ansiedade com a insistência da família em fazê-lo participar das funções familiares;
Sentimento acentuado de futilidade da vida e medo de nada mudar pelo fato de ele ser tão esquisito;
ESTUDO DE CASO – DEREK (36 ANOS)
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Quanto á terapia
Era um dos três filhos de Jack, um encanador e de Dreide, encarregada da contabilidade da empresa de Jack;
Família sociável e dada a demonstrações físicas de afeto;
Os dois irmãos haviam seguido os passos do pai; 
Fora uma criança tímida, ridicularizada na escola e solitária, mais interessada em estudar do que em jogar futebol com o pai e irmãos;
ESTUDO DE CASO – DEREK (36 ANOS)
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Crenças com relação a si:
“Eu sou diferente”, “Eu sou um solitário”, “Eu sou desajustado”, “Eu sou uma pessoa incompleta”, “Ei tenho uma personalidade horrível”, “Eu não sou normal”, “Eu não tenho valor”, Eu sou chato e desinteressante”, “Eu não sou nada”.
Crenças sobre o mundo e os outros:
“As pessoas são cruéis”, “As pessoas não cumprem o que dizem”, "Ninguém gosta de mim" e "O mundo é hostil“.
Desenvolveu então suposições condicionais:
"Se eu tentar ser amigo das pes­soas, elas vão notar que sou diferente e me ridi­cularizar", "Se for conversar com alguém, a pes­soa vai notar como sou chato e vai me rejeitar e rir de mim", "Se as pessoas não se ajustarem, não serão bem-vindas e não poderão ter amigos" e "As pessoas só devem falar quando tiverem algo a dizer".
ESTUDO DE CASO – DEREK (36 ANOS)
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Quando jovem era chamado de “peixe fora d’água”;
Seu pai muitas vezes dizia-lhe que “ele fora trocado no hospital”;
Durante toda a sua vida, tentara se envolver em esportes ou no negócio da família, mas devido aos comentários sobre sua falta de jeito, acabou desistindo;
Ia a igreja regularmente, apesar da ansiedade que lhe despertava, devido à crença de que se não fosse ele estaria condenado a “ficar eternamente no purgatório” 
Nos últimos meses a mãe vinha tentando “unir a família novamente”, o que havia exacerbado a ansiedade de Derek e piorado seu humor.
ESTUDO DE CASO – DEREK (36 ANOS)
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Quanto à ansiedade: se forem socialmente ansiosas, a terapia será uma atividade que vão querer evitar. Isso deve ser avaliado explicitamente e comparado com as razões para persistir.
Quanto à desconfiança: a desconfiança pode se estender ao terapeuta, de modo que ele precisa verificar se a pessoa o acha merecedor de confiança ou não. Se a resposta for negativa, devem ser desenvolvidas estratégias para lidar com isso (familiarizar o paciente com o modelo, podem ser redigidas duas colunas descrevendo as evidências contra e a favor da crença “Eu não posso confiar no meu terapeuta”).
TÉCNICAS/TRATAMENTO
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Quanto à ambivalência: muitos pacientes tem crenças positivas sobre algumas de suas características. Uma consideração das vantagens e desvantagens de sintomas específicos pode ser útil para resolver essa ambivalência.
Quanto às crenças de paranoia: convém examinar de que maneira elas se desenvolveram, como essas crenças foram úteis, se alguma coisa agora mudou no ambiente atual e se as crenças ainda são úteis no presente.
O paciente deve redigir uma lista de problemas com o terapeuta, que são traduzidos em objetivos específicos, mensuráveis, atingíveis, realistas e de tempo limitado.
TÉCNICAS/TRATAMENTO
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CONCEITUALIZAÇÃO
CRENÇAS CENTRAIS
“Eu sou diferente, um solitário, um desajustado, um nada/sem valor, chato e desinteressante, uma pessoa incompleta, tenho uma personalidade horrível, não sou normal.”
“As pessoas são cruéis, hostis, riem de mim, não cumprem o que dizem, não gostam
de mim, me acham um fraco.”
 “O mundo é hostil.”
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CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS
“Se eu tentar ser amigo das pessoas, elas vão notar que sou diferente e vão me ridicularizar.”
“Se eu for conversar com alguém, a pessoa vai notar como eu sou chato e vai me rejeitar e rir de mim.”
“Se as pessoas não se ajustarem, não serão bem-vindas e não poderão ter amigos.”
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PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
“Se eu tentar ser amigo das pessoas, elas vão notar que sou diferente e vão me ridicularizar.”
“Se eu for conversar com alguém, a pessoa vai notar como eu sou chato e vai me rejeitar e rir de mim.”
“Se as pessoas não se ajustarem, não serão bem-vindas e não poderão ter amigos.”
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Transtornos da personalidade
Esquizotípica
Grande parte das pesquisas que examinam a síndrome focalizou os processos neropsicológicos e neurodesenvolvimentais. Há evidências sugerindo que o paciente com um diagnóstico de transtorno da personalidade esquizotípica pode ter amplos déficits cognitivos e prejuízo de atenção. 
Um estudo em uma comunidade descobriu que a negligência, ocorrida na infância, estava associada ao desenvolvimento do transtorno da personalidade esquizotípica.
Foram coletados relatos de professores sobre comportamento escolar, para tentar avaliar os precursores infantis do transtorno da personalidade esquizotípica. 
DADOS HISTÓRICOS E PESQUISAS EMPÍRICOS
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DADOS HISTÓRICOS E PESQUISAS EMPÍRICOS
Descobriram que aqueles que desenvolviam o transtorno eram mais passivos e desligados e mais hipersensíveis a críticas quando crianças. 
Os estilos de apego ansioso e evitativo estão associados à esquizotipia positiva, caracterizada por experiências alucinatórias e crenças incomuns, e à esquizotipia negativa, caracterizada por retraimento, apatia e anedonia. 
As experiências mais úteis quanto à esquizotipia, são as que estudam as experiências psicóticas.
Os sintomas individuais, como a ideação paranóide, ideias de referência, experiências perceptuais incomuns e fala ou comportamento estranhos foram estudados em relação à psicose. 
DADOS HISTÓRICOS E PESQUISAS EMPÍRICOS
Foi comprovado que estudar sintomas individuais em vez de síndromes diagnósticas fornece um melhor entendimento dos processos psicológicos subjacentes. Por exemplo, há evidências sugerindo que as crenças paranóides são o resultado da atribuição externa de eventos negativos e vieses no processamento da informação.
Da mesma forma, as evidências indicam que o sofrimento associado às experiências alucinatórias resulta do modo de interpretação da pessoa.
A importância de normalizar essas experiências foi demonstrada com pacientes psicóticos e tais experiências são muito prevalentes na população em geral.
A abordagem normalizadora também tem a vantagem de ser menos pejorativa e estigmatizante do que uma abordagem diagnóstica, pois um rótulo de transtorno da personalidade provavelmente causará sofrimento. 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA
Evitação de relacionamentos interpessoais. Agudo desconforto com relacionamentos íntimos e reduzida capacidade para eles, assim como distorções cognitivas e excentricidades de comportamento.
Experiências ou sintomas psicóticos subclínicos.
Não tem amigos, ficam ansiosos em situações sociais e podem se comportar de maneira que os outros consideram esquisita. 
Descrição e critérios diagnósticos:
Ideias de referência (excluindo delírios de referência).
Crenças, bizarras ou pensamento mágico, que influenciam o comportamento e são inconsistentes com as normas da subcultura do indivíduo (por exemplo: superstições, crença em clarividência, telepatia ou “sexto sentido”; em crianças e adolescentes, fantasias e preocupações bizarras). 
Experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões somáticas.
Pensamento e discurso bizarros (por exemplo: vago, circunstancial, metafórico, superelaborado ou estereotipado).
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA
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Descrição e critérios diagnósticos:
Desconfiança ou ideação paranóide.
Afeto inadequado ou constrito.
Aparência ou comportamento esquisito, peculiar ou excêntrico.
Não ter amigos íntimos ou confidentes, exceto parentes em primeiro grau.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA.
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Encaminhado por uma equipe que trabalhava com dependentes de drogas, para tratar sua desconfiança, comportamento bizarro e experiências incomuns;
Vivia em um albergue comunitário e trabalhava em um bar; 
Apresentava altos níveis de ansiedade social, tornando o seu trabalho problemático, pois era necessário interagir com os fregueses;
 Experiências alucinatórias; ouvia a voz de sua mãe morta, embora isso não lhe causasse angústia;
Ficava paranoide em relação a pessoas que estariam falando sobre ele e pretendendo prejudicá-lo; usava álcool, maconha e cocaína para combater esses medos;
ESTUDO DE CASO ESQUIZOTÍPICO – JOE (25 ANOS)
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Problemas para dormir; medo de ser rotulado por ter um transtorno da personalidade (como lhe foi explicado, significava ter uma personalidade defeituosa)
Filho único, sua mãe morrera quando ele estava com 7 anos de idade; Seu pai tinha um emprego que provocava a transferência várias vezes de cidade, de modo que Joe teve que mudar de escola diversas vezes, trazendo grande dificuldade para fazer amigos;
O pai compensou a perda da mãe com um tratamento especial para Joe, dizendo que ele era diferente e que as outras crianças tinham de perceber suas qualidades especiais. Joe entendeu isso como o desejo do pai de que ele fosse notado pelos outros. 
ESTUDO DE CASO ESQUIZOTÍPICO – JOE (25 ANOS)
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Sua dificuldade de fazer amigos o transformou em um alvo de brincadeiras maldosas. Para lidar com isso, ele passava mais tempo com o pai ou sozinho;
Desenvolveu estratégias para se entreter que incluíam conversar com a mãe morta;
Passou a acreditar que não tinha valor, que era vulnerável e desinteressante, assim como diferente e especial;
Os outros eram perigosos e não-confiáveis, e o mundo, hostil;
ESTUDO DE CASO ESQUIZOTÍPICO – JOE (25 ANOS)
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Desenvolveu então suposições condicionais: 
“Se eu tentar ser amigo das pessoas, elas me rejeitarão”, “Se eu for muito diferente, os outros me notarão”, “Se eu tiver experiências muito incomuns, poderei ser importante”, “Se eu puder conversar com a minha mãe, não estarei sozinho”, “Se as pessoas virem como sou extraordinário, elas ficarão interessadas”, “Se eu deixar as pessoas perceberem que estou chateado, elas me magoarão”
ESTUDO DE CASO ESQUIZOTÍPICO – JOE (25 ANOS)
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Compensa as crenças utilizando padrões excêntricos de fala; empregar uma linguagem vaga e metafórica, ou floreada, e usar roupas extremamente incomuns, que claramente atraíam a atenção. Tudo para ser notado;
Tais estratégias foram adotas aos 11 anos de idade e continuavam sendo usadas até o presente;
Evitava situações sociais, se possível, e ficava hipervigilante a ameaças sociais o tempo todo, analisando o ambiente em busca de evidências de que os outros estavam falando sobre ele ou pretendendo lhe causar mal;
ESTUDO DE CASO ESQUIZOTÍPICO – JOE (25 ANOS)
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Acreditava possuir uma capacidade inata para ler a linguagem corporal das pessoas, de modo que prestava muita atenção, mas com frequência fazia inferências incorretas;
Tomava drogas ilícitas e álcool para permanecer calmo.
ESTUDO DE CASO ESQUIZOTÍPICO – JOE (25 ANOS)
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Técnicas/Tratamento
Quanto à ansiedade: se forem socialmente ansiosas, a terapia será uma atividade que vão querer evitar. Isso deve ser avaliado explicitamente e comparado com as razões para persistir.
Quanto à desconfiança: a desconfiança pode se estender ao terapeuta, de modo que ele precisa verificar se a pessoa o acha merecedor de confiança ou não. Se a resposta for negativa, devem ser desenvolvidas estratégias para lidar com isso (familiarizar o paciente com o modelo, podem ser redigidas duas colunas descrevendo as evidências contra e a favor da crença “Eu não posso confiar no meu terapeuta”).
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA.
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Técnicas/Tratamento
Quanto à ambivalência: muitos pacientes tem crenças positivas sobre algumas de suas características. Uma consideração das vantagens e desvantagens de sintomas específicos pode ser útil para resolver essa ambivalência.
Quanto às crenças de paranoia: convém examinar de que maneira elas se desenvolveram, como essas crenças foram úteis, se alguma coisa agora mudou no ambiente atual e se as crenças ainda são úteis no presente.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA
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Técnicas/Tratamento
O paciente deve redigir uma lista de problemas com o terapeuta, que são traduzidos em objetivos específicos, mensuráveis, atingíveis, realistas e de tempo limitado.
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA.
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CONCEITUALIZAÇÃO
CRENÇAS CENTRAIS
“Eu sou diferente, sem valor, desinteressante e anormal.”
“As outras pessoas são cruéis, perigosas e não merecem confiança.”
35
CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS
“Se eu tentar ser amigo das pessoas, elas vão me rejeitar e me magoar.”
“Se eu for muito diferente, as outras pessoas vão me notar.”
“Se eu tiver experiências muito incomuns serei, importante.”
“Se puder conversar com a minha mãe, não ficarei sozinho.”
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PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
“Eu devo ser especial.”
“Eu tenho poderes espirituais.” 
“As pessoas têm motivos ocultos.”
“Eu posso ser atacado.”
“Eu percebo as intenções das pessoas.”
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