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1 CEDERJ – CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CURSO: GEOGRAFIA D ISCIPLINA: Geografia Urbana do Brasil CONTEUDISTA: Marcelo Werner da Silva e Leidiana Alonso Alves Aula 14 – PROBLEMÁTICA AMBIENTAL NAS CIDADES BRASIL EIRAS Meta Mostrar que a ocupação desordenada pode gerar problemas ambientais nas cidades brasileiras. Mostrar como isso pode acontecer e tem acontecido, e a dinâmica envolvida nos impactos ambientais negativos, que tanto interferem no dia-a-dia das cidades no Brasil. Objetivos Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: 1. Entender a problemática ambiental; 2. Identificar os principais impactos ambientais nos grandes centros urbanos; 3. Discutir a gestão dos resíduos gerados pelas cidades brasileiras. 2 1. Introdução: O que é a problemática ambiental Desde que o homem surgiu na face da Terra, ele vem causando impactos ambientais, positivos ou negativos. As sociedades, inicialmente nômades, transitavam pelos ambientes coletando sementes, frutos e caçando pequenos animais que poderiam apanhar com as mãos. Desta maneira, os impactos causados por essa “economia” eram limitados e a natureza tinha tempo para recompor-se. Com o advento das cidades e da agricultura em 10 mil a. P., estabeleceu-se uma divisão do trabalho em que excedentes são gerados em espaços rurais para abastecer populações citadinas, que executam atividades de gestão e distribuição de produtos, o que determina uma relação diferente com a natureza, que passou a ser alterada de forma mais intensa. A Revolução Industrial, que teve início em meados do século XVIII na Europa, contribuiu significativamente para acelerar a velocidade da alteração dos ambientes naturais por todo o mundo. Isso também levou a uma concentração de pessoas nas cidades pelo esvaziamento do campo por uma agricultura cada vez mais comercial e mecanizada. Tais cidades superpovoadas geram problemas ambientais, principalmente pela escala da ocupação e da modificação da natureza. Portanto a problemática ambiental urbana, assume um conjunto de denominações como problemas ecológicos, ambientais, problemática ambiental, questão ambiental, questão do meio ambiente. “São ‘novos’ problemas que mostram as formas predatórias de apropriação da natureza” (RODRIGUES, 2016, p. 8). Há que destacar que não se trata apenas de uma relação entre sociedade e natureza, mas que essa é mediada pelas relações sociais. A produção do espaço urbano é feita para atender aos desígnios de acumulação dos detentores de 3 capital, mas quem sofre os efeitos mais intensamente dos problemas ambientais são as classes trabalhadoras e pobres: A questão ambiental deve ser compreendida como um produto da intervenção da sociedade sobre a natureza. Diz respeito não apenas a problemas relacionados à natureza mas às problemáticas decorrentes da ação social. Corresponde à produção destrutiva que se caracteriza pelo incessante uso de recursos naturais sem possibilidade de reposição. Os recursos da natureza - não renováveis - uma vez utilizados não podem ser reutilizados e assim os ciclos da natureza e da apropriação da mesma pela sociedade são necessariamente problemáticos. Os recursos tidos como renováveis estão se aproximando, pelo uso destrutivo, dos não renováveis e assim complexifica-se a problemática ambiental (RODRIGUES, 2016, p.8). Claro está também que na busca pela perpétua acumulação o capitalismo acaba não considerando as consequências de muitas intervenções na natureza, como a própria cidade. Na ânsia de ocupar todos os espaços ocupam-se as várzeas dos rios que por sua vez são retificados, provocando enchentes. A própria impermeabilização do solo é um dos mais graves problemas da forma espacial “cidade”. Na fala de David Drew (citado por RODRIGUES, 2016, p. 11) vemos como as intervenções na natureza geram problemas “colaterais”: Quando o homem provoca uma alteração no seu ambiente, visa normalmente um fim imediato e óbvio. Por exemplo: a construção de uma casa, evidentemente altera o meio pelo fato de substituir um trecho de grama ou floresta por um bloco de concreto, madeira e vidro. Mas a mudança não se resume a isto. A construção irá alterar parcialmente o clima circundante, o clima modificado alterará o caráter do solo e da vegetação vizinha e, por sua vez, a mutação do solo e da vegetação redundará em alterações posteriores do clima local... ( a nível global). O homem alterou pela primeira vez a ação local da atmosfera e, portanto, o clima, há 7 ou 9 mil anos, ao mudar a face da terra com a derrubada de florestas, a semeadura e a irrigação. As mudanças climáticas daí resultantes, porém, foram quase imperceptíveis... O que o autor destaca é que essas intervenções aumentaram em escala e, portanto, em efeitos também. Vivemos em uma sociedade (capitalista), que se vê como superior e apartada da natureza. Essa pretensa superioridade faz com que a natureza seja vista como mero recurso a ser explorado. 4 A escala de exploração espacial, nessa “sociedade do descartável”, gera um descasamento entre espaço e tempo, pois ...na sociedade do descartável, o tempo e o espaço são tidos como separados, produzem-se cada vez mais [...] mercadorias - que duram cada vez menos-, e utiliza-se de forma intensiva o espaço para produzir mais. É preciso considerar que não se pode separar o tempo do espaço, pois são a substância material da própria vida (RODRIGUES, 2016, p. 16). Mas é o que se faz, como no caso do petróleo, que leva 15 milhões de anos para ser produzido em seu ciclo natural e que a sociedade capitalista pode esgota- lo em pouco mais de 150 anos desde o início de sua utilização: Houve um tempo em que restos marinhos de microfauna e microflora se misturaram com lama e areia formando depósitos sedimentares. Desde a era Paleozoica, a parte orgânica dessa matéria foi se deslocando entre rochas porosas e permeáveis até armazenar-se sob a forma de petróleo. A grande parte das reservas de que dispomos foi produzida a partir de 65 milhões de anos no período Terciário. Ciclos de 15 milhões de anos são necessários para o Planeta produzir naturalmente o petróleo, só consumido significativamente na vida do século XIX com os automóveis a gasolina. Em 1970, seus tamanhos foram reduzidos face à alta mundial dos preços do combustível. Em 1991, na guerra do Golfo Pérsico, a acirrada disputa pelas reservas unida ao consumo excessivo sugere um possível esgotamento do petróleo mundial durante cerca de 150 anos, sem que o Planeta tenha tempo de reproduzir suas reservas. Isso significaria que o consumidor de petróleo age num r itmo cerca de 100 mil vezes mais rápido que seu produtor natural (CAMPOS, 2004, p. 8, grifo nosso). Esse é um dado assombroso, mas que reflete essa maneira de produzir em discordância com os ritmos da natureza. Assim nesse caso, como em outros recursos naturais gerados em eras geológicas pretéritas, são considerados não renováveis, ou seja, não podem ser substituídos na velocidade de seu gasto (RODRIGUES, 2016, p. 14). Do mesmo modo esse descasamento entre tempo e espaço e uma visão de uma natureza ilimitada a ser explorada pela sociedade tem levado a problemas de poluição do ar e das águas, como veremos adiante. 5 Portanto nossa proposição na presente aula é apresentar os principais impactos ambientais verificados nas cidades brasileiras. Os principais problemas dizem respeito ao lixo produzido por uma sociedade do descartável, a poluição de rios e do ar, a falta de saneamento básico, a ocupação desordenada de encostas impróprias a esse fim, dentro outros problemas que tem sérios reflexos na saúde da população urbana das cidades envolvidas. 1.1 Degradação ambiental Para entendermos um pouco sobre adinâmica do ambiente, vamos discutir as origens e consequências da degradação ambiental, destacando a relação que a sociedade vem estabelecendo com a natureza, já que ao mesmo tempo em que ela sofre os efeitos causados por ações humanas, procura-se também solucionar os problemas e restaurar as áreas degradadas. O termo degradação ambiental remete ao pensamento sobre algo negativo, quase sempre, associado a interferências antropogênicas, que alteram as condições naturais do ambiente. Para Sánches (2011), “o agente causador de degradação ambiental é sempre o ser humano”, pois os processos naturais não degradam, apenas causam mudanças em processos, sendo conhecidos como auto-regulação ambiental. Pela visão normativa da questão, a Política Nacional do Meio Ambiente a define como “a alteração adversa das características do meio ambiente” (art. 3º, inciso II). Esta definição é ampla e abrange todos os casos de degradação, estando diretamente relacionada aos impactos ambientais negativos. A ideia da degradação refere-se a qualquer estado de alteração ou desequilíbrio ambiental, e suas principais origens são o desmatamento, as 6 queimadas e a poluição de forma geral. Vale ressaltar que estes problemas afetam a população como um todo. As ações antropogênicas são responsáveis pelo processo de degradação do ambiente. Atualmente, o modo de vida das sociedades está baseado num ritmo acelerado de produção e consumo de bens e serviços, com isso, há maior necessidade na obtenção de recursos extraídos da natureza e, consequentemente, em sociedades com industrialização recente, como no caso do Brasil, maior degradação dos recursos naturais. Além disso, o crescimento populacional das cidades é apontado como um dos fatores que degradam o ambiente, mas pode-se dizer que não é o único, nem o principal. Guerra e Cunha (2011) apontam que o manejo inadequado do solo nas atividades agropastoris está intimamente ligado à qualidade de vida nas cidades, pois se a obtenção de recursos naturais no campo for realizada de forma inadequada, também pode degradar os ambientes urbanos. Isso ocorre quando as atividades rurais são intensivas no que diz respeito ao uso da água, desmatam para expandir a fronteira agrícola e usam inadequadamente os agrotóxicos. De forma isolada ou em conjunto, estas ações, causam degradação local, mas podem ter consequências regionais quando, por exemplo, os rios e reservatórios são assoreados por processos de sedimentação e eutrofização, o que compromete a quantidade e qualidade dos recursos hídricos nas cidades. Desta forma, quando o homem interfere no ambiente, desmatando, construindo, plantando, entre outras atividades - ele o transforma e as consequências para a sociedade quase sempre são catastróficas (ver figura 14.1). 7 Figura 14.1 – Aspectos de um ambiente desmatado Fonte: Thiago Diniz. Original em: https://www.flickr.com/photos/thiagodiniz/6624071517/ Verbete O que é Impacto Ambiental? “É a expressão utilizada para caracterizar uma série de modificações causadas ao meio ambiente, influenciando na estabilidade dos ecossistemas. Os impactos ambientais podem ser negativos ou positivos, mas nos dias de hoje, quando a expressão é empregada, já está mais ou menos implícito que os impactos são negativos. Os impactos podem comprometer: flora, fauna, rios, lagos, solos e a qualidade da vida do ser humano” (GUERRA, 2008, p. 350). Fim do verbete 8 Atividade 1 (atende ao objetivo 1) O que é degradação ambiental, impacto ambiental e problemática ambiental urbana? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Resposta comentada: degradação ambiental diz respeito a alterações e desequilíbrios causados à natureza, geralmente por influência humana. Já os impactos é a mensuração de problemas que podem ser positivos ou negativos, mas que geralmente assumem a conotação negativa. Já a problemática ambiental urbana diz respeito à soma desses conceitos, relacionando-se à todas as interações ambientais que ocorrem nas cidades, gerando então impactos negativos causados pelo modo de produção capitalista, que ao ter como objetivo o lucro máximo, acaba desconsiderando sua responsabilidade social (e ambiental). Fim da Atividade 1 2. Problemática ambiental nas cidades brasileiras Para entender os problemas ambientais das cidades brasileiras é preciso lembrar que a cidade é “produzida”, construída de determinada forma. Aqui é importante relembrar os conceitos das aulas 7 (Desigualdades socioespaciais nas cidades brasileiras), 8 (Segregação e pobreza urbana) e 9 ( A luta pelo direito à cidade no Brasil) e ver que as cidades brasileiras seguem o padrão de segregação 9 espacial que analisamos no conceito de “fragmentação do tecido sociopolíticoespacial”. Nessas aulas vimos que é intrínseco da produção das cidades brasileiras sua desigualdade social, que separa as classes sociais e tem escassas possibilidades de inserção das camadas populares, fazendo com que vivam em áreas não adequadas, como várzeas de rios, encostas inadequadas e outros locais que frequentemente tem causado tragédias urbanas. “Os problemas ambientais dizem respeito, portanto, às formas pelas quais o homem produz esse lugar com o objetivo de garantir suas condições de sobrevivência” (PEREIRA, 2001, p. 35). Para Rodrigues (2016, p. 88) o meio ambiente urbano compreende “o conjunto das edificações, com suas características construtivas, sua história e memória, seus espaços segregados, a infraestrutura e os equipamentos de consumo coletivos”. Pereira complementa dizendo que o conceito de meio ambiente urbano refere-se ao ambiente construído, uma vez que o ambiente natural está desaparecendo das cidades, sobrepujado pelas formas concretas de ocupação do território (rios canalizados, vegetação derrubada, solo impermeabilizado, entre outras). Ao referir-se ao conjunto de atividades exercidas na cidade, o conceito de ambiente urbano compreende, portanto, a dinâmica da própria sociedade (PEREIRA, 2001, p. 34). A característica de segregação socioespacial entre ricos e pobres nas cidades brasileiras leva à que os problemas ambientais sejam “classificados em dois tipos: a degradação resultante dos padrões de consumo da parcela da população com renda média e alta e os problemas ambientais resultantes dos padrões de vida da população de baixa renda” (MUELLER citado por PEREIRA, 2001, p. 14). 10 Vamos analisar agora alguns desses principais problemas ambientais existentes nas cidades brasileiras. Iniciaremos com aquelas relacionados à pobreza e falta de infraestrutura nas áreas mais carentes das cidades brasileiras, sobretudo em relação ao saneamento básico inexistente. No quadro abaixo apresentamos os principais impactos ambientais causados pela urbanização, que serve para situarmos na problemática ambiental das cidades brasileiras. Elementos do meio Principais Efeitos/Processos Principais Efeitos/Processos Solo Impermeabilização Contaminação Erosão Relevo Movimentos de massa Subsidência Hidrografia Desregulação do ciclo hidrológico Enchentes Poluição de mananciais Contaminação de aquíferos Ar Poluição (principais poluentes: SO2, CO, Material particulado) Clima Efeito estufa Ilhas de calor Desumidificação Vegetação Desmatamento Redução da diversidade Plantio de espécies inadequadas Fauna Reduçãoda diversidade Proliferação de fauna urbana Zoonoses Homem Estresse Doenças urbanas (infecciosas, degenerativas, mentais) Violência urbana Quadro 14.1 - Principais impactos ambientais da urbanização Fonte: BRAGA, 2003, p. 115. Agora vamos destacar alguns elementos da problemática ambiental e como elas impactam as cidades e são impactados por elas. 11 3.1 Habitações em áreas com aclive acentuado Pelo quadro 14.1 podemos constatar que a as habitações em locais inadequados se relacionam ao relevo, responsável então por movimentos de massa e subsidência. Braga (2003, p. 113) considera o ...parcelamento indiscriminado do solo nas periferias urbanas é uma das principais fontes de problemas ambientais das cidades. De todas as indústrias urbanas poluentes, a “indústria do lote” talvez seja a mais perniciosa de todas, pois, além de ser de fácil disseminação, a demanda por seu produto é virtualmente inesgotável e seus efeitos são dificilmente reversíveis. A observação do autor se refere à intensificação do processo de ocupação do espaço urbano brasileiro, conforme visto nas aulas anteriores. Isto ocorreu devido à consolidação do processo de industrialização no Brasil, responsável por uma das principais causas para o deslocamento da população do campo em direção as cidades. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive e trabalha em cidades, número equivale aos níveis de urbanização de países desenvolvidos. Devido à concentração de pessoas e atividades nas cidades, a frequência de ocorrência de desastres naturais em áreas urbanas aumentou, transformando fenômenos naturais em desastres naturais, responsáveis por perdas materiais e humanas. Os desastres naturais, geralmente, estão associados a fenômenos climáticos e ao acelerado processo de urbanização, que nas últimas décadas foram potencializados pelas intervenções do homem na natureza, elevando as situações de perigo e riscos ambientais. Dentre eles, se destacam as enchentes e inundações; as estiagem e secas prolongadas; e a erosão e deslizamentos de encostas. 12 A urbanização desordenada nas cidades brasileiras gerou consequências negativas para a natureza, pois muitas moradias foram construídas em áreas irregulares, como planícies de inundação de rios e lagos, encostas íngremes, topos de morro. Este processo, frequentemente, é agravado pelo desmatamento e uso inadequado do solo urbano, elevando o nível da erosão e do assoreamento dos corpos hídricos, causando enchentes e inundações como a que ocorreu no distrito de Xerém no município de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro em 2013. Figura 14.2 – Enchente provoca desmoronamento de ca sas em Xerém (2013) Fonte: Luiz Roberto Lima/Casa Macunaíma-RJ. Original em: https://www.flickr.com/photos/percursodacultura/8357818474/in/photostream/ Buscando garantir as funções ambientais do meio natural e evitar que áreas de urbanização recente se tornem áreas de potencial risco de desastres, a legislação ambiental brasileira desenvolveu uma série de regras de uso do solo urbano que protegem, de forma constante, ambientes naturais frágeis. Assim, a determinação de Áreas de Preservação Permanente (APP) parte da ideia de que ao preservar espaços naturais com função ambiental importante, também regulamentaria o uso do solo em áreas suscetíveis a desastres naturais. 13 Porém a realidade é a ocupação destas áreas, que deveriam ser preservadas, por populações de baixa renda. Estas habitações populares são conhecidas como Favelas (o IBGE as classificam como habitações subnormais, conforme visto na aula 8), que surgiram nas cidades junto ao processo de urbanização de populações que vindas do campo não tinham acesso a terra para construir suas moradias e seus salários eram insuficientes para alugar ou adquirir um imóvel regular. Desta forma, o uso inadequado do solo em áreas urbanas pressiona os recursos naturais ao causarem desmatamentos ou ocupação de áreas destinadas à preservação ambiental. Tais ocupações irregulares, em encostas com elevada aclividade, geram deslizamentos dessas encostas em períodos chuvosos, gerando muitas perdas humanas. Esses deslizamentos, também chamados de escorregamentos de massa, podem ser entendidos como movimentos de solos, rochas e vegetações que se desprendem de seu lugar de origem (topo ou encostas) e, sob a influência da gravidade arrasta moradias, estradas, plantações e outras edificações até alcançar a base da encosta (GUERRA e JORGE, 2013, p. 13). Este processo é característico de regiões serranas, sendo processos geomorfológicos naturais que ocorrem em encostas de vertentes íngremes. Contudo, o crescimento urbano, junto à ocupação desordenada das encostas potencializam os movimentos. A intensidade destes eventos, geralmente, está associada à relação que o homem estabelece com a natureza, pois para ocupação das encostas, vastas áreas precisam ser desmatadas e nelas há construção de casas e ruas, que, em sua maior parte não possuem rede de esgoto e galerias pluviais adequadas para suportar o crescimento urbano local, causando uma série de problemas. Na Figura 14.3, observa-se um dos pontos de 14 deslizamento na cidade de Teresópolis/RJ, que nos eventos extremos de 2011, ocasionou a perda de mais de 900 pessoas vidas. Figura 14.3 – movimento de massa na Região serrana do estado do Rio de Janeiro em 2011 Fonte: Leidiana Alonso Alves. Original em: https://www.flickr.com/photos/135296157@N06/20081130910/in/dateposted-public/ O processo que envolve o movimento de massas pode ocorre tanto em áreas desmatadas, quanto em áreas vegetadas, sob a influência ou não de precipitações. Entretanto, a ação antropogênica que transforma a paisagem das encostas urbanas deixando o solo desprotegido é a que representa um dos principais fatores que influencia e intensifica tal processo. A ocupação inadequada destas áreas acontece porque elas são de baixo valor comercial, tornando-se uma alternativa residencial para pessoas de baixo pode aquisitivo. No entanto, como visto no caso de Petrópolis/RJ, esta forma de ocupação pode constituir riscos ao ambiente, às construções e a vida de pessoas que ocupam esses espaços. Por fim cabe acrescentar que esses movimentos de massa, tem, como “principal agente desencadeador a água, seja pela elevação do grau de saturação do solo, pelo aumento de seu peso específico, ou mesmo pela ruptura de taludes 15 por pressão hidrostática em trincas e fissuras” (CUNHA, citado por BRAGA, 2003, p. 118). 3. 2 Enchentes e inundações O ciclo hidrológico pode ser descrito de maneira simples como “...um sistema de armazenagens (água subterrânea, lagos) ligadas por transferências (rios), onde ocorrem saídas laterais que permitem o escape de vapor para a atmosfera (evapotranspiração)” (BRAGA, 2003, p. 114). Áreas com ocupação de áreas cada vez maiores, como são as cidades, alteram sobremaneira a atuação do ciclo hidrológico. Suas principais alterações no ambiente que o afetam são a retirada da vegetação e a impermeabilização do solo, que desprotege os corpos d’agua (rios, lagos e lagoas), diminuindo a evapotranspiração e a infiltração da água. Muitas cidades, em busca de ocupar todos os espaços possíveis também optaram por retificar os rios, aumentando a velocidade de deslocamento dos mesmos (BRAGA, 2013, p. 114). A urbanização altera o ciclo hidrológico através de “uma drástica diminuição na capacidade de armazenagem do solo e do subsolo causada pela perda da capacidade do solo em absorver as águas pluviais, associada ao aumento do escoamento superficial, e o consequente aumento da intensidade do fluxo fluvial, bem como da diminuição da saída por evapotranspiração” (BRAGA, 2013, p. 115). A principal consequência são as enchentes urbanas, que acometem as cidades regularmente.O arranjo espacial das cidades modernas, sobretudo nas metrópoles, faz com que a intensidade das alterações ambientais provoque mudanças no ritmo do armazenamento de calor e umidade, quando comparado ao campo. As diversas edificações e intensidade de uso do solo operam como fatores que condicionam a 16 geração de um “clima urbano”. Vários estudos têm demonstrado que há um acréscimo da pluviosidade nas grandes cidades, estas análises partem da premissa de que as correntes de ar urbanas são explicadas a partir de processos locais, enquanto que os espaços naturais climáticos são gerados em escalas menores, e que não são consideradas no planejamento urbano (BRANDÃO, 2014, p. 58). O desenvolvimento urbano provoca vários impactos hidrológicos em pequenas áreas que, em longo prazo, podem induzir alterações significativas no balanço hídrico das cidades, com efeitos que evoluem de forma lenta e contínua, mas que diminuem a qualidade de vida da população. Dentre as causas mais comuns destes impactos, podem-se destacar a retificação e canalização de cursos d’água, impermeabilização dos solos, a insuficiência na rede de coleta de esgotos, o descarte inadequado do lixo, o desmatamento, o adensamento populacional indiscriminado e a ocupação das várzeas. Seus efeitos são o aumento da velocidade e dos picos de vazões nos canais, em eventos de precipitação; a degradação da qualidade da água; o entupimento de bueiros e galerias de esgotos; a disseminação de doenças de contaminação hídrica; a erosão e assoreamento de corpos hídricos; e o aumento da quantidade de eventos de enchentes e inundações. As enchentes e inundações são fenômenos naturais que ocorrem em determinadas áreas e períodos do ano. Suas causas correlacionam-se a níveis de precipitações nas cabeceiras de drenagem dos corpos hídricos (quantidade e duração do evento) e a forma da bacia de drenagem. A figura 14.4 mostra três casos diferentes do nível de água num rio ou lagoa: situação normal; nível de cheia; e nível de inundação. O termo enchente é definido pela elevação do nível do corpo hídrico devido ao aumento da vazão, atingindo a cota máxima da calha fluvial; enquanto que inundação se caracteriza pela intensidade e distribuição da 17 precipitação pluvial, com taxa de infiltração, saturação do solo e a geomorfologia da bacia de drenagem, levando ao transbordamento do corpo hídrico. Estes processos podem ser intensificados quando há interferência antropogênica no uso do solo, que hidrologicamente se caracteriza pela maior impermeabilização e aumento do escoamento das águas superficiais (ALMEIDA, et al., 2014). Figura 14.4 – Perfil esquemático do processo de enc hente e inundação Fonte: Ministério das Cidades/IPT. 2007 apud Tominaga et al. 2009. Original em: http://www.igeologico.sp.gov.br/downloads/livros/DesastresNaturais.pdf No modelo abaixo (Figura 14.5), observa-se o resultado do processo de ocupação em áreas de risco. A maior parte destes problemas ocorre devido ao crescimento desordenado e a falta de planejamento ambiental adequado nas grandes cidades. As áreas que antes eram ocupadas pelos rios e ambientes associados, hoje se encontram preenchidas por extensas avenidas e edificações, que utilizam as várzeas para desenvolver suas atividades. 18 Figura 14.5 – Modelo que representa a geometria flu vial e a ocupação de várzeas Fonte: Adaptado de Tucci, 2006. Numa escala com maiores detalhes, a Figura 14.6 apresenta a mudança que ocorre no balanço hídrico de uma área em que a vegetação natural foi retirada no processo de urbanização. As setas indicam a mudança de intensidade nos atributos do balanço hídrico. Figura 14.6 – Balanço hídrico indicando a infiltraç ão de água no solo Fonte: Adaptado de Tucci, 2006. Portanto as enchentes estão ligadas, diretamente, à desregulação do ciclo hidrológico. Também ligados ao sistema hidrológico e relacionados à urbanização crescente, são a contaminação dos mananciais e dos aquíferos (BRAGA, 2003, p. 118). 19 Além dos sérios problemas sociais causados pelas enchentes, também podemos contabilizar prejuízos à saúde humana causados por doenças contagiosas associados ás aguas das enchentes, como a leptospirose que “é uma zoonose transmitida ao homem por uma bactéria presente na urina de certos animais, especialmente o rato, cujo meio principal de propagação são as enchentes urbanas, que carreiam esses detritos e os colocam em contato humano” (BRAGA, 2003, p. 118). Cabe aqui acrescentar que também o clima urbano é afetado pelo ciclo hidrológico. A impermeabilização, a diminuição de áreas verdes e a poluição atmosférica nas cidades causam o fenômeno das ilhas de calor, que está associado ao aumento da pluviosidade urbana no verão, contribuindo, num círculo vicioso, para o acirramento do problema das enchentes. Vale mencionar outro problema climático urbano que é a desumidificação, causada, sobretudo, pela diminuição da evapotranspiração com a eliminação da vegetação Verbete O que é uma Ilha de Calor? “É o aumento da temperatura em determinados pontos de uma área urbana, provocado por fatores como a concentração de prédios, que impedem a ventilação natural. [...] Uma das formas de evitar a formação de ilhas de calor é a manutenção das áreas verdes nos centros urbanos, pois a vegetação altera os índices de reflexão do calor e favorece a manutenção da umidade relativa do ar” (KRAJEWSKI et al., 2013, p. 377). Fim do verbete 20 3.3 Poluição das águas e saneamento ambiental Um grande problema associado à pobreza e ao não enfrentamento das questões sociais nas cidades brasileiras tem sido a falta de saneamento básico. A descarga de detritos humanos in natura causa a poluição dos corpos hídricos e problemas de saúde pública típicos de países subdesenvolvidos. A falta de saneamento, que gera o lançamento de esgoto sem tratamento em rios e a deficiente armazenagem do lixo, associados às inundações geram sérios problemas sanitários e de saúde pública, contribuindo para a veiculação de doenças de “veiculação hídrica”, ou seja, que são transmitidas pela água contaminado, como leptospirose, hepatites virais, diarreias, dentre outras (KRONEMBERGER, 2011). A própria dengue tem está relacionada á falta de saneamento domiciliar. O termo “saneamento ambiental” é mais amplo que o saneamento básico, englobando-o bem como várias outras questões correlatas: Saneamento ambiental abrange aspectos que vão além do saneamento básico, englobando o abastecimento de água potável, a coleta, o tratamento e a disposição final dos esgotos e dos resíduos sólidos e gasosos, os demais serviços de limpeza urbana, a drenagem urbana, o controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças, a disciplina da ocupação e de uso da terra e obras especializadas para proteção e melhoria das condições de vida (KRONEMBERGER, 2011). A falta ou deficiência do saneamento gera vários problemas ambientais, como a “poluição ou contaminação na captação de água para o abastecimento humano, poluição de rios, lagos, lagoas, aquíferos, doenças, erosão acelerada, assoreamento, inundações frequentes, com as consequentes perdas humanas e materiais” (KRONEMBERGER, 2011), dentre outras graves consequências. Segundo dados do Atlas de Saneamento (2011), 30,5% dos municípios brasileiros lançam esgoto não tratado em rios, lagos e lagoas, água que depois 21 será utilizada, em muitos casos, para abastecimento humano. Isso gera custos extras para o tratamento dessa água, que também pode causar doenças, chamadas de doenças relacionadas com o saneamento ambiental inadequado (DRSAI), como diarreias, dengue, leptospirose, dentre outras (KRONEMBERGER, 2011). Em termos do Brasil como um todo 90% dos municípios brasileiros atendem todos os seus distritos porrede geral de abastecimento de água. Já as redes de saneamento são bem menos difundidas, sendo totalmente tratado apenas em São Paulo e no Distrito Federal, com graves implicações na captação de agua e com repercussões na saúde pública, como vimos (KRONEMBERGER, 2011). Na figura 14.7 vemos o percentual de esgoto tratado em relação ao esgoto coletado. Pode- se notar os índices baixos ostentados pelo pais nesse quesito, o que explica muitas das doenças, típicas de países subdesenvolvidos e da falta de saneamento com que convivemos. Também percebe-se a disparidade regional do saneamento, que relaciona-se à desigual distribuição da riqueza pelo território nacional. 22 Figura 14.7 – Percentual de tratamento de esgoto no s municípios brasileiros Fonte: (KRONEMBERGER, 2011). Além da contaminação pelo esgoto doméstico não tratado, temos também, a poluição causada por atividades industriais e mineradoras, dentre outras. São atividades que causam danos aos corpos hídricos, ao ar e aos solos. São muitos os exemplos, como o caso de Cubatão/SP, que nos anos 1980 sofreu intensos processos de poluição causados por indústrias poluidoras aí instaladas. Outro exemplo que podemos citar é o vazamento de resíduos tóxicos da atividade mineradora da empresa SAMARCO, cuja represa com resíduos da atividade mineradora se rompeu em 05 de novembro de 2015, na cidade de Mariana/MG, mas que gerou devastação ambiental em toda a bacia do rio Doce, 23 atingindo com sua lama tóxica municípios de Minas Gerais e Espírito Santo por onde passava o rio e que em muitas destas cidades captavam a água do rio para consumo humano. Os danos ambientais estão listados abaixo: O acidente em Mariana liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, que eram formados, principalmente, por óxido de ferro, água e lama. Apesar de não possuir, segundo a Samarco, nenhum produto que causa intoxicação no homem, esses rejeitos podem devastar grandes ecossistemas. A lama que atingiu as regiões próximas à barragem formou uma espécie de cobertura no local. Essa cobertura, quando secar, formará uma espécie de cimento, que impedirá o desenvolvimento de muitas espécies. Essa pavimentação, no entanto, demorará certo tempo, pois, em virtude da quantidade de rejeitos, especialistas acreditam que a lama demorará anos para secar. Enquanto o solo não seca, também é impossível realizar qualquer construção no local. A cobertura de lama também impedirá o desenvolvimento de espécies vegetais, uma vez que é pobre em matéria orgânica, o que tornará, portanto, a região infértil. Além disso, em virtude da composição dos rejeitos, ao passar por um local, afetarão o pH da terra e causarão a desestruturação química do solo. Todos esses fatores levarão à extinção total do ambiente presente antes do acidente. O rompimento da barragem afetou o rio Gualaxo, que é afluente do rio Carmo, o qual deságua no Rio Doce, um rio que abastece uma grande quantidade de cidades. À medida que a lama atinge os ambientes aquáticos, causa a morte de todos os organismos ali encontrados, como algas e peixes. Após o acidente, vários peixes morreram em razão da falta de oxigênio dissolvido na água e também em consequência da obstrução das brânquias. O ecossistema aquático desses rios foi completamente afetado e, consequentemente, os moradores que se beneficiavam da pesca. A grande quantidade de lama lançada no ambiente afeta os rios não apenas no que diz respeito à vida aquática. Muitos desses rios sofrerão com assoreamento, mudanças nos cursos, diminuição da profundidade e até mesmo soterramento de nascentes. A lama, além de causar a morte dos rios, destruiu uma grande região ao redor desses locais. A força dos rejeitos arrancou a mata ciliar e o que restou foi coberto pelo material. Por fim, espera-se que a lama, ao atingir o mar, afete diretamente a vida marinha na região do Espírito Santo onde o rio Doce encontra o oceano. Biólogos temem os efeitos dos rejeitos nos recifes de corais de Abrolhos, um local com grande variedade de espécies marinhas (SANTOS, 2016). São muitos impactos que não podem ser adequadamente mensurados e que por isso deveriam ser severamente punidos, o que não aconteceu até hoje. 24 Verbete Você sabe o que é poluição? De acordo com a legislação brasileira ela é definida como: “A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos” (POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1981). Fim do verbete 3.4 A questão do lixo urbano Em uma sociedade do descartável a principal consequência é a produção de resíduos sólidos, popularmente conhecido como lixo . Esse é um grande problema para as cidades brasileiras. Antes da industrialização da humanidade, a geração de lixo era mínimo, pois todos os produtos naturais utilizados se decompunham organicamente, naturalmente. Hoje há a produção de materiais provenientes do petróleo, como o plástico, que não se degrada facilmente, gerando o problema de onde armazena-lo. Como não há a preocupação em seu reaproveitamento, há um grande custo sociais para a coleta e tratamento, além de áreas imensas que tem que ser encontradas para sua disposição final, gerando contaminação do solo, da água e da água, proliferação de vetores transmissores de doenças; entupimento das redes de drenagem urbana, causadoras de enchentes, a degradação do ambiente e depreciação imobiliária, além de inúmeras doenças (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2016, p. 114). 25 Na figura 14.8 vemos como a coleta inadequada de lixo os leva para os rios que acabam em grandes represas que são utilizadas para consumo humano, como é o caso da Represa Billings, na cidade de São Paulo. Figura 14.8 – Poluição na represa Billings em São P aulo Fonte: Milton Jung. Original em: https://www.flickr.com/photos/cbnsp/5185872856/in/photolist-8UfXjY- 8UfXfW-8UcSne-8UcSaP O lixo pode ser preliminarmente classificado como “seco” ou “úmido”. O lixo seco é potencialmente reciclável, por ser constituído fundamentalmente por embalagens e outros materiais não-orgânicos. Já o lixo úmido também é aproveitável, mas se constitui em materiais de origem orgânica, podendo ser utilizado para a produção de biogás ou servir, após processamento, como adubo orgânico. Já a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) apresenta uma classificação do lixo de acordo com seus riscos potenciais: Classe I, que são os perigosos, e Classe II, que são os não perigosos. Estes ainda são divididos em resíduos Classe IIA, os não inertes (que 26 apresentam características como biodegradabilidade, solubilidade ou combustibilidade, como os restos de alimentos e o papel) e Classe IIB, os inertes (que não são decompostos facilmente, como plásticos e borrachas). Quaisquer materiais resultantes de atividades que contenham radionuclídeos e para os quais a reutilização é imprópria são considerados rejeitos radioativos e devem obedecer às exigências definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN. Os resíduos da atividade industrial e alguns de uso doméstico, “como restos de tintas, solventes, aerossóis, produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes, medicamentos vencidos, pilhas e outros, contêm significativa quantidade de substâncias químicas nocivas ao meio ambiente” (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2016, p. 116). Um tipo de lixo que tem crescido muito com o desenvolvimento tecnológico é o lixo eletrônico , composto de produtos eletrônicos, como celulares, computadores, televisores e outros, cuja utilização temcrescido muito. Verbete Lixo Eletrônico A partir da década de 1980, um novo tipo de componente, quando descartado inadequadamente, tornou-se prejudicial ao meio ambiente: o lixo eletrônico. São computadores, telefones celulares, televisores e outros tantos aparelhos e componentes que, por falta de destino apropriado, são incinerados, depositados em aterros sanitários ou até mesmo em lixões. Estima-se que até 2004 cerca de 315 milhões de microcomputadores tenham sido descartados, 850 mil dos quais no Brasil. Além de ocupar muito espaço, peças e componentes de microcomputadores feitos de metais pesados apresentam toxicidade para a saúde humana. O chumbo dos tubos de imagem, o cádmio das placas e circuitos impressos e semicondutores, o mercúrio das baterias, o cromo dos anticorrosivos do aço e o plástico dos gabinetes são ameaças concretas que requerem soluções em curto prazo. A reciclagem é um dos meios de tratar esses resíduos; a outra é a substituição de metais pesados por outros componentes menos tóxicos. Se prevalecer o princípio do “poluidor pagador”, a tendência apontada pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que está em discussão, é a de que os fabricantes sejam co-responsabilizados pelos equipamentos descartados e sejam incumbidos de lhes dar um fim ambientalmente seguro (Revista Tema. Serpro, no 160. Março, 2002.Ano XXVI, citado por MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2016, p. 116). 27 Fim do verbete Todo o lixo gerado pelas cidades geralmente acaba em locais inadequados, conhecidos como “lixões” em que o lixo é simplesmente jogado a céu aberto. Segundo o Atlas do Saneamento 2011, do IBGE, 50,8% dos municípios brasileiros ainda utilizava essa forma de armazenamento. Na foto 14.8 vemos o lixão de Gramacho, na região metropolitana do Rio de Janeiro e felizmente já fechado. Nele pode-se observar a mistura de todo o tipo de material a céu aberto e a atuação de catadores, expostos a todo o tipo de ameaça à saúde. Essa forma de armazenamento deveria acabar em 2014, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada pela lei 12.305/2010 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm), que prevê sua substituição por aterros sanitários. Porém a não observância deste prazo fez com que fossem prorrogados os prazos (2018 para capitais e cidades maiores e 2021 para cidades pequenas) e a erradicação efetiva dos lixões ainda é incerta. Segundo Rolnik (2015) interesses políticos barram a implantação dessa política. Ademais os aterros sanitários só são viáveis para cidades grandes, motivo pelo qual haveria de realizar consórcios entre cidades, o que também é difícil se considerarmos a política exercida no pais (sempre no curto prazo). Outras medidas previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos como a coleta seletiva também não têm sido implementadas no ritmo adequado (Onde você mora há coleta seletiva?). A logística reversa, em que empresas que produzam materiais poluentes sejam responsáveis pelo seu manejo quando perdem a utilidade também é de pouca efetividade. 28 Enfim, apesar das legislações favoráveis a produção de lixo continua a aumentar. Segundo Rolnik (2015), entre 2010 e 2014 a produção de lixo cresceu 29%, enquanto a população apenas 6%, sendo que 41,6% dos resíduos ainda vão para lixões. Enfim, deve-se repensar em verdade esse modelo de sociedade que privilegia o descartável e que não quer se responsabilizar pelos resíduos produzidos. Apesar de toda a discussão em torno do desenvolvimento sustentável, a ideia de um equilíbrio entre os recursos naturais e o consumo humano ainda está longe de um equilíbrio. Figura 14.9 – Lixão de Gramacho Fonte : Foto de Pedro Serra. Original em: https://www.flickr.com/photos/blogsemdestino/7185559938/in/photolist-bWXSCs-bWXXgw- bWYAz7-bWYeHw-bWYmsL-bWYECm-bWYo2s-bWXr55-bWXsuy-bWXQgJ-bWYdib-bWXDD7- bWXW7G-bWYiu5-bWY1a1-bWYHWq-bWY47C-bWXyMQ-bWY36Q-bWYFow-bWYhPj-bWXwRu- bWYn3Q-bWYQiu-bWXqjo-bWZ4p3-bWXC3o-bWYZoL-bWXYHU-bWY5T7-bWZ2yw-bWYXmG- bWYShC-bWYWt3-87awi2-bWYVhs-arMwFY-9FzQeP-arMwmW-quzc6E-7Xqdin-7Xtrny-7Xqd7z- 7Xtr9C-7XtrcA-87auQn-appVp4-c9PjTd-dXBks6-jdce9v 29 Atividade 2 (atende ao objetivo 2) Desconsiderando a questão da pouca oferta de serviços públicos de transporte, avalie: as pessoas que vão ao trabalho de carro ao invés de utilizar o transporte coletivo causam que tipos de poluição na cidade? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Resposta comentada: A princípio poluição atmosférica, pela maior emissão de gases, conforme vimos na aula 11. Também causam poluição sonora, ao somar-se a uma série de outros automóveis e à utilização pouco civilizada da buzina, por exemplo. Fim da Atividade 2 3.5 Poluição atmosférica O ar é um bem indispensável à vida, no entanto, nos grandes centros urbanos é possível perceber, quase que diariamente, que a atmosfera apresenta uma camada escura, carregada de substâncias poluidoras que são silenciosas e têm o poder de afetar saúde, sobretudo, a visão e o aparelho respiratório. A poluição atmosférica é um dos mais graves impactos ambientais das cidades. Ela tem origem a partir de atividades desenvolvidas, principalmente porque há maior concentração de indústrias e grande circulação de veículos 30 automotores. Este tipo de poluição é resultado da elevada quantidade de gases e materiais particulados emitidos para a atmosfera por atividades tipicamente urbanas. A poluição do ar pode ter origem natural ou antropogênica. A primeira se origina a partir das cinzas expelidas por vulcões, da poeira gerada pelas tempestades de areia, da fumaça provocada por incêndios florestais naturais, que lançam monóxido e dióxido de carbono na atmosfera, além da emissão natural de metano realizada pelos animais na natureza. Já a antropogênica são efeitos dos processos de conturbação urbana e industrialização. As fontes poluidoras podem ser classificadas como primárias e secundárias. São considerados poluentes primários aqueles lançados diretamente na atmosfera, os exemplos mais comuns destes tipos de poluentes são: o dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx2), o monóxido de carbono (CO) e algumas partículas, dentre as quais encontra-se as partículas de poeira. Já os poluentes secundários são aqueles que se formam na atmosfera a partir de combinações (reações) que ocorrem em certas condições físicas do ambiente. Um exemplo disto é a reação do dióxido de enxofre (SO3) e os óxidos de nitrogênio (NO, NO2 e N2O), liberados na queima de combustíveis fósseis, (carvão mineral e outros poluentes industriais), que em contato com o vapor da água, reagem produzindo o ácido sulfúrico (H2SO4), que pode resultar na precipitação em forma de chuva ácida, fenômeno atmosférico de escalas local e regional (BRAGA, et al., 2002). Fatores naturais (meteorológicos e topográficos) também interferem e podem até agravam a concentração e dispersão da poluição atmosférica. Quando se trata de fatores meteorológicos, a temperatura, as precipitações e a velocidade dos ventos são os principais fenômenos que contribuem com processos que mantém a poluição concentrada ou que se disperse na atmosfera. Já os fatores topográficos podem ser divididos em dois grupos: as barreiras naturais (p.ex. 31 morros) e os antrópicos (as edificações). Ambos os fatores topográficos dificultam a dispersão dos poluentes, deixando-os concentrados. O fenômeno da Inversão Térmica é definido pela mudançado padrão normal da temperatura do ar na Troposfera. Naturalmente espera-se que em baixas altitudes a temperatura do ar caia 0,6º C a cada 100 metros de acréscimo. Porém, no inverno a temperatura do ar pode ficar menor próximo à superfície do que acima dela. Isto se intensifica se houver concentração de poluentes na atmosfera, pois eles provocam a diminuição (bloqueio) da radiação solar que chegaria ao solo. Quando o assunto é a poluição do ar, estudos apontam que na maior metrópole do Brasil (São Paulo) há uma correlação entre os dias de elevada poluição atmosférica e o aumento de internações hospitalares, com registros acréscimo nas doenças respiratórias, que afetam principalmente as crianças e os idosos, configurando-se como os grupos mais vulneráveis. Para que esta situação seja modificada, investimentos no sistema de transporte coletivo devem ser realizados, com intuito de diminuir a circulação de veículos nas ruas; as indústrias devem utilizar equipamentos mais eficientes no controle das emissões atmosféricas (filtros nas chaminés, por exemplo); além da criação e expansão de áreas verdes urbanas, que absorveriam parte dos gases emitidos no sistema urbano. Estas são algumas iniciativas que podem contribuir para o equilíbrio ambiental nas cidades e melhorar a qualidade de vida da população. 32 3.6 A Poluição visual Admirar a paisagem, natural ou antrópica, faz parte da natureza humana. Quando se trata do cenário urbano, ou seja, aquele criado pelo homem, percebe- se que ele é carregado de valores arquitetônicos e paisagísticos. Ao refletir sobre a paisagem urbana, vale ressaltar que ela integra o conceito de espaço geográfico como um todo. Nas cidades elementos destinados à comunicação ficam expostos na paisagem. O acúmulo de faixas, painéis, banners, outdoors, backlights, painéis eletrônicos, cartazes, grafites, pichações, fios de eletricidade, edifícios sem manutenção, entre outros, são caracterizados como poluição visual. A Figura 14.10 apresenta uma séria de elementos publicitários, como aqueles já citados, concentrados num pequeno espaço. Figura 14.10 – Concentração de informações na paisa gem urbana em Campos dos Goytacazes Fonte: Leidiana Alonso Alves. Original em: https://www.flickr.com/photos/135296157@N06/20691759580/in/dateposted-public/ 33 A poluição visual pode ser interpretada como tudo aquilo que foge ao padrão urbanístico e ambiental definido numa cidade, ou até mesmo na periferia dela. Este tipo de poluição impossibilita a observação das áreas verdes e a arquitetura da cidade, que em alguns casos, pode ser considerada como patrimônio cultural. Quando comparada a outros tipos de poluição, percebe-se que a poluição visual é tratada como de segundo plano, como algo sem importância, mas ela também pode ser prejudicial à saúde, principalmente, quando há muita concentração de informações visuais, que pode trazer consequências silenciosas para as pessoas que trafegam por esses locais, pois seus efeitos são mais psicológicos do que materiais, mas em alguns casos, a concentração de informações pode confundir os motoristas e pedestres, uma vez que sua atenção é atraída para os anúncios e não para o trânsito, o que potencializa o risco de acidentes. O atual modelo econômico, junto ao competitivo mercado consumidor, justifica o exagero de informações nas vias públicas. Neste cenário, a propaganda é vista como uma forma de incentivar a população ao consumo exacerbado, principalmente, nas grandes cidades, onde a concentração de pessoas é acentuada. Desta forma, conclui-se que o excesso de publicidade provoca a degradação da paisagem, tornando-se poluição visual. 3.7 A Poluição Sonora O silêncio é um bem estimado por muitos, principalmente, por aqueles que habitam os espaços das grandes metrópoles. O crescimento populacional e a concentração de atividades nas áreas urbanas contribuem para que o tão desejado silêncio seja “quebrado”. 34 O som é um elemento natural, de extrema importância para os seres humanos, pois através dele é possível haver comunicação e perceber o que acontece ao nosso redor, porém em excesso é uma ameaça à qualidade de vida. A poluição sonora é um mal que atinge, principalmente, a população urbana. Ela é provocada pelo excesso de ruídos produzidos pela concentração de pessoas, propagandas comerciais, obras na construção civil, indústrias, circulação de veículos automotores, buzinas, sirenes, alarmes, templos religiosos, bares e casas noturnas, aeroportos, etc. Assim como a poluição visual, tema anteriormente estudado, a poluição sonora também trás prejuízos a saúde, pois a intensidade dos ruídos agride, sobretudo, o sistema auditivo. Para não haver confusão é importante mostrar que há distinção entre som e ruído. Enquanto o som é definido como qualquer alteração de pressão que possa ser captado pelo ouvido humano, o ruído caracteriza-se como um conjunto de sons indesejados, que ao ser analisado nesta perspectiva, é visto como algo negativo, por causar perturbações à sociedade, onde seu nível de tolerância é particular de cada indivíduo, embora seja normalizado na forma da Lei. Visto como um problema ambiental, sobretudo nos espaços urbanos, a poluição sonora é caracterizada como qualquer alteração que venha ocorrer no som em níveis elevados, deixando os ambientes desagradáveis e que viole a regulamentação vigente. A poluição sonora não se acumula no ambiente, por isso muitas vezes passa despercebida, no entanto estudos apontam que o contato prolongado com ruídos em volumes excessivos (acima de 55 decibéis durante o dia, segundo a OMS) causa danos à saúde, prejudica a captação de informações, reduz a capacidade de comunicação e em volumes mais altos, pode ocasionar perdas auditivas. Isto se torna nocivo para indivíduos que frequentam os grandes centros urbanos, onde as atividades são mais intensas. 35 Juridicamente, o ruído é tratado como algo poluente, sendo assim, a poluição sonora enquadra-se como crime ambiental, uma vez que causa danos à saúde. O Artigo 54 da Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, diz que: “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que re sultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: res ulta em Pena de reclusão de um a quatro anos, e multa”. A Figura 14.11 mostra um decibelímetro, aparelho utilizado para realizar a medição do nível de sons e ruídos em diversos ambientes. Figura 14.11 – Decibelímetro é o equipamento que me de a pressão em momento de fiscalização Fonte: Renato Araújo/Agência Brasília Original em: https://www.flickr.com/photos/agenciabrasilia/19118846276/ Para que o ruído provocado por indivíduos esteja dentro das normas legais e livres de infrações, deve ser respeitado o nível de ruídos e horários, estabelecidos pela NBR 10.152 (Norma Brasileira Regulamentadora), que define os limites para a emissão de ruídos para não haver prejuízo público. De forma 36 geral, deve ficar entendido que o silêncio é um direito garantido por lei a todo cidadão. Atividade final (atende aos objetivos 2 e 3) Procure se informar sobre a questão do lixo urbano na sua cidade. Como é realizada a coleta? Você sabe para onde vai o lixo de sua casa, por exemplo? Há coleta seletiva? A cidade já se adequou ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________ Resposta comentada: Aqui as respostas variam de cidade para cidade. Considere a destinação do lixo de sua casa e de sua cidade como um todo. O lixo vai para um aterro sanitário ou para um lixão? Existe coleta seletiva? Como é realizada? E se prazo para a implantação de aterros sanitários e coleta seletiva será em 2018 para cidades grandes de 2021 para as pequenas, como está a situação em sua cidade? Conclusão Diante do exposto até aqui pudemos perceber a grande quantidade de problemas decorrentes da gestão inadequada dos recursos naturais. A forma espacial “cidade” invade espaços naturais, não respeitando as áreas de várzeas de um rio, por exemplo, o que causa enchentes periodicamente. Claro que não podemos esquecer que a ocupação dessas áreas se dá por populações carentes, 37 que muitas vezes não tem outra alternativa habitacional. Volta-se a observar o pouco apreço pela resolução efetiva dos problemas por parte dos executivos municipais. O mesmo acontece com as ocupações de encostas íngremes. Vimos também que a cidade causa, pela forma com que é construída, uma série de poluições a que seus habitantes são expostos. E que isso se prende, muitas vezes ao modelo de sociedade baseada no consumo de objetos descartáveis, que tem que ser manejados para que não causem danos à natureza e à sociedade, causando problemas de onde armazenar os resíduos gerados por esse modelo de sociedade. E que a não resolução de questões básicas como a do saneamento, leva a mais poluição e a doenças de exposição a animais que se reproduzem nesses ambientes degradados. É papel do professor de geografia mostrar à sociedade os danos causados pela gestão inadequada dos ambientes naturais e que as mudanças já sinalizadas nas legislações existentes devem ser implementadas para que tenhamos uma cidade mais justa e agradável. Que sustentável deixe de ser apenas um slogan e passe a ser uma horizonte palpável para uma cidade mais humana e inclusiva. Resumo Na aula 14 abordamos a “Problemática ambiental nas cidades brasileiras”. Mesmo a cidade parecendo a antítese perfeita de um meio natural, é forçosa a convivência, gerando então degradação ambiental, impactos ambientais ou simplesmente, problemas ambientais. Vimos que isso é causado fundamentalmente por um modelo de sociedade consumista e de produção descartável, gerando resíduos nesse processo que vão gerar poluições as mais diversas ao meio urbano, tornando-o insalubre aos seres humanos. As ocupações em locais inadequados, seja às margens dos rios, seja em aclives pronunciados, gera desastres ambientais. Se por um lado as populações aí instaladas muitas vezes não tem outra opção, por outro lado vemos que as administrações municipais se sucedem sem que esses problemas sejam atacados. Isso tudo gera poluições as mais diversas, seja do ar, dos rios, dos solos e outras como a sonora e até a poluição visual. Os problemas ambientais passam pela falta de 38 saneamento, que geral doenças do subdesenvolvimento. A sociedade do descartável gera quantidades imensas de resíduos, na forma de lixo, que não são devidamente armazenadas e descartadas, gerando ainda mais problemas para as cidades brasileiras. Tudo isso nos leva a ver que a questão ambiental aplicada às cidades é uma das questões prioritárias para o desenvolvimento da cidadania e de uma cidade mais inclusiva. Referências Bibliográficas BRAGA, Benedito; et al. Introdução à Engenharia Ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. BRAGA, Roberto. Planejamento urbano e recursos hídricos. In: BRAGA, Roberto; CARVALHO, Pompeu F. C. Recursos hídricos e planejamento urbano e regional. Rio Claro: Laboratório de Planejamento Municipal-IGCE-UNESP. 2003. p. 113- 127. BRANDÃO, Ana Maria de Paiva Macedo. Clima urbano e enchentes na cidade do Rio de Janeiro. 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Processos erosivos e recuperação de áreas degradadas. São Paulo: Oficinas de textos, 2013. 39 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Lixo: Um grave problema no mundo moderno. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao09 062009031109.pdf>. Acesso em 31 out. 2016. ROLNIK, Raquel. Por que ainda somos um país de lixões. Outras Mídias. 16 set. 2015. Disponível em: <http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras- midias/por-que-ainda-somos-um-pais-de-lixoes/>. Acesso em 31 out. 2016. SANTOS, Vanessa Sardinha. Acidente em Mariana (MG) e seus impactos ambientais. Mundo Educação. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/acidente-mariana-mg-seus- impactos-ambientais.htm. Acesso em 31 out. 2016. TOMINAGA, Lídia Keiko; SANTORO, Jair; AMARAL, Rosangela. Desastres naturais: conhecer para prevenir. São Paulo: Instituto Geológico, 2009. TUCCI, Carlos Eduardo Morelli. Água no meio urbano. 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