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THAINARA STEFANELLI FRATURAS PANFACIAIS Diagnóstico, plano de tratamento e sequencia adequada é de suma importância. - Deve-se restaurar as formas e nuances da face, a oclusão, e também a forma da cavidade nasal para prevenir obstrução e problemas como sinusite e apnéia obstrutiva do sono. - Fraturas Panfaciais são as que envolvem o terço superior, médio e inferior da face (complexo zigomáticomaxilar, frontal, NOE, maxila e mandíbula). - São normalmente decorrente de trauma de alta energia - As fraturas panfaciais resultam de colisões de veículos automotores, agressões físicas, acidentes relacionados com a prática esportiva, acidentes de trabalho e ferimentos por arma de fogo (FAF) CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS Pilares verticais - incluem os contrafortes nasomaxilar, zigomaticomaxilar e pterigomaxilar - em geral, os nasomaxilar e zigomaticomaxilar são reconstruídos, mas o pterigomaxilar não, pela dificuldade de acesso a essa estrutura - o condilo e porção posterior do ramo compõem outro contraforte, estabelecendo altura facial posterior Pilares horizontais - também descritos como contrafortes anteriores e posteriores; incluem o zigomático, maxilar e mandibular; - contraforte frontal = rimas supraorbitárias e região glabelar - contraforte zigomático = arco, corpo do zigoma e rima infraorbitária - contraforte maxilar e mandibular = osso basal da maxila e das arcadas mandibulares Juntos, eles conferem ao esqueleto facial sua integridade estrutural. O osso costuma ser mais espesso sobre essas áreas descritas, para neutralizar as forças de mastigação e os impactos sobre a face. Com a redução adequada desses contrafortes, é possível reconstruir altura, largura e projeção da face. Principais marcos anatômicos - Alguns marcos anatômicos importantes que podem ajudar a estabelecer o posicionamento adequado do esqueleto facial são as arcadas dentárias, a mandíbula, a sutura esfenozigomática, os contrafortes maxilares e a região intercantal. Quando os arcos dentários estão intactos, estes são uma ótima referência para ajuste da largura facial. Entretanto se há fratura mediana do palato, a redução não correta pode levar à um alargamento dental. Nesses casos uma abordagem para redução e fixação do palato é essencial. Quanto mais severa a fratura, com múltiplos segmentos, mais difícil de reestabelecer a oclusão. O uso de modelos feitos prétrauma THAINARA STEFANELLI FRATURAS PANFACIAIS (orto p. ex) podem ser usados para guiar para a oclusão correta. A mandíbula é um osso robusto que pode ser, as vezes, reduzido anatomicamente, servindo assim como referência para as outras reduções. Numa área de sínfise, um acesso extra-oral é indicado para conseguir uma redução anatômica. Uma não aproximação das corticais linguais, significa um alargamento da mandíbula. A redução de fraturas subcondilianas é essencial para restaurar a largura e altura da face posterior. A sutura esfenozigomática pode ser uma referencia chave para redução do complexo zigomático, principalmente se o teto e parede lateral da órbita estão intactos, que menos frequentemente são fraturados. Quando o pilar zigomático está em posição, uma redução mais adequada da maxila pode ser verificada. A região intercantal tem uma distancia bem constante no esqueleto facial, portanto é uma boa referencia para reestabelecer a largura do terço médio, ajudando para a largura facial. Exceto quando está cominuitada, o que é frequente EXAMES DE IMAGEM - TC padrão ouro, pois permite localizar não somente fraturas, mas também o grau e direção do deslocamento; - a reconstrução 3D é de grande valia ABORDAGENS CIRÚRGICAS A – acesso bicoronal B – paranasal C – incisão no sulco, prega palpebral superior D – subciliar E – transconjutival com cantotomia lateral F – vestibulomaxilar G – vestibulomandibular H – no sulco, prega cervical. → O acesso Bicoronal, quando feito, elimina a necessidade do acesso na pálpebra superior e paranasal. → O acesso da prega cervical é indicado quando precisa de redução anatômica, para visualizar a redução da cortical lingual ENXERTOS ÓSSEOS E RESSUSPENSÃO DE TECIDOS MOLES - Esses 2 procedimentos melhoram os resultados no tratamento do trauma panfacial. - Quando há alta cominução, de pilares ou áreas não pilarizadas, devese considerar enxertia óssea para proporcionar suporte estrutural para prevenir colapso dos tecidos moles. THAINARA STEFANELLI FRATURAS PANFACIAIS - As áreas que mais comumente necessitam de enxerto são o osso frontal, o soalho orbitário, a parede medial da órbital e pilar zigomáticomaxilar. - O enxerto da calvária, que tem mais resistência à reabsorção, é o mais usado. - A desinserção dos tecidos moles, sobre o terço médio (frequente), leva à uma perda de sustentação, ocorrendo sua reinserção mais baixa, prejudicando a estética. - Normalmente realiza-se perfurações onde o periósteo possa ser fixado (sutura frontozigomática, rebordo infre-orbitário, fáscia profunda do temporal e planos musculares das incisões maxilares e mandibulares. SEQUÊNCIA DE TRATAMENTO Manipulação das Vias Aéreas: depende da extensão e gravidade das fraturas. - Quando uma intubação prolongada é antecipada, uma traqueostomia está indicada, pois facilita o manejo das fraturas da face. Ferimentos NOE torna a intubação difícil e perigosa. - Outros métodos como a oral, submentoniana e região retromolar, podem ser realizadas quando por possível. Manipulação da fratura: O acesso de baixo pra cima e de dentro pra fora, (bottom up and inside out) prevê o uso de FIR, mas é válido. - Estabelecer a mandíbula (redução e FIR) e a oclusão é estabelecida, realiza FIM e a maxila é posicionada. - Após isso reduz e fixa o complexo zigomáticomaxilar, pois permite uma reposição mais precisa da porção superior do terço médio, a maxila é então fixada ao pilar zigomáticomaxilar. Por fim, o NOE é reduzido e fixado Traqueo → fratura palatina → fixação maxilomandibular → fratura condilar → fraturas mandibulares → fratura do CZO → fratura do seio frontal → fratura do NOE → fratura de maxila O acesso de cima para baixo e de fora para dentro (top-down e outside-in): - inicia na região zigomática, a sutura esfenozigomática é reduzida e fixada pela região interna da órbita. - depois o arco é reduzido e fixado, que deve ser devidamente reduzido para não causar falta de projeção da face – usar a sutura esfenozigomática como referencia. - depois o zigoma é reduzido e fixado à sutura frontozigomática, seguido pelo complexo NOE. - depois a maxila é reduzida e fixada usando os pilares zigomaticomaxilar e abertura piriforme como referencia. Faz FIM e reduz e fixa côndilo e outras fraturas da mandíbula Traqueo → fratura do seio → CZO bilateralmente → fratura NOE → fratura Le Fort → fixação maxilomandibular → fraturas subcondilares bilaterais → fraturas mandibulares THAINARA STEFANELLI FRATURAS PANFACIAIS Essa ultima opção pode ter vantagens quando tem fratura de côndilo intracapsular, em que a sua redução aberta não se faria necessária. Necessita de FIM mais prolongada, o que pode causar anquilose, e também pode ocorrer rotação do corpo e ramo, causando alargamento da face. Enfim, um acesso não é melhor que o outro, deve-se levar em conta o grau do trauma e presença de cominução. Exemplo, se há grande cominução da mandíbula com perda de segmento de áreas chaves, seria mais prudente iniciar de cima para baixo, assim como o contrário é verdadeiro. COMPLICAÇÕES - quando não há seguimento de referencias conhecidas, uso de segmentos estáveis e redução anatômica, pode ocorrer o alargamento facial, pois se um esta errado os outros subsequentestambém o estarão.
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