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APG 10 - SISTEMA TEGUMENTAR Objetivos: 1- Compreender a morfofiosiologia do Sistema tegumentar e seus anexos. O tegumento comum é composto por pele, pelos, glândulas sebáceas e sudoríferas, unhas e receptores sensitivos. A pele, também conhecida como cútis, cobre a superfície externa do corpo e é o maior órgão do corpo em peso. Nos adultos, a pele cobre uma área de cerca de 2 m2. A parte superficial e mais fina, que é composta por tecido epitelial, é a epiderme. A parte mais profunda e espessa de tecido conjuntivo é a derme. Abaixo da derme, mas sem fazer parte da pele, encontra-se a tela subcutânea. Também chamada de hipoderme, essa camada consiste nos tecidos areolar e adiposo. Fibras que se estendem a partir da derme ancoram a pele na tela subcutânea, que, por sua vez, se liga à fáscia subjacente, o tecido conjuntivo ao redor de músculos e ossos. Na tela subcutânea é armazenada gordura e existem grandes vasos sanguíneos que nutrem a pele. Essa região (e, algumas vezes, a derme) também contém terminações nervosas chamadas de corpúsculos lamelares ou corpúsculos de Pacini, que são sensíveis à pressão. EPIDERME Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. Células da epiderme: Queranócitos - 90% das células da epiderme, são organizados em quatro ou cinco camadas e produzem a proteína queratina (proteína fibrosa rígida que ajuda a proteger a pele e os tecidos subjacentes de abrasões, calor, microrganismos e substâncias químicas), produzem grânulos lamelares, que liberam uma substância que repele a água, diminuindo a entrada e a perda de água e inibindo a entrada de material estranho. Melanócitos - 8%, se desenvolve a partir do ectoderma do embrião e produzem o pigmento melanina. Suas projeções longas e delgadas se estendem entre os queratinócitos e transferem grânulos de melanina para eles. A melanina é um pigmento amarelo avermelhado ou castanho-escuro que contribui para a cor da pele e absorve os raios ultravioleta (UV) perigosa. Dentro dos queratinócitos os grânulos de melanina se agrupam e dormam um véu protetor sobre o núcleo, no lado voltado para a superficie da pele, para proteger o DNA nuclear dos danos causados pelos raios UV. Macrófagos intraepidermicos ou células de Langerhans - surgem da medula ossea vermelha. participam de respostas imunes contra microorganismos que invadem a pele e são facilmente danificados pela luz UV. Seu papel na resposta imunológica é ajudar outras células do sistema imunológico a reconhecer o microrganismo invasor e destruí-lo. Células epiteliais táteis, ou células de Merke - menos numerosas. Elas se localizam na camada mais profunda da epiderme, onde entram em contato com os processos achatados de um neurônio sensorial (célula nervosa), uma estrutura chamada de disco tátil ou disco de Merkel. Detectam as sensações de toque. Camadas da epiderme: Várias camadas de queranócitos em diversos estágios formam a epiderme. Pele fina - possui quatro camadas: camada basal, camada espinhosa, camada granulosa e uma fina camada córnea. Ex: maior parte do corpo. Pele espessa- possui cinco camadas: camada basal, camada espinhosa, camada granulosa, camada lúcida e uma camada córnea espessa. Ex: como nas pontas dos dedos, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, a epiderme tem cinco camadas. Camada basal: Único conjunto de queratinócitos cúbicos ou colunares; Algumas células dessa camada são células- tronco, que sofrem divisão celular para produzir continuamente novos queratinócitos; Núcleos grandes, citoplasma possui muitos ribossomos, pequeno complexo de golgi, poucas mitocondrias e alguns REG. Citoesqueleto incluem filamentos intermediários esparsos ou filamentos intermediários de queratina (tonofilamentos) que formam a proteína rígida queratina nas camadas epidérmicas mais superficiais. A queratina protege as camadas mais profundas contra lesões. Os filamentos intermediários de queratina se ligam aos desmossosmos, que ligam as células da camada basal umas às outras e às células da camada espinhoso adjacente, além dos hemidesmossomos, que ligam os queratinócitos à membrana basal posicionada entre a epiderme e a derme. Melanócitos e células epiteliais táteis (Merkel) com seus discos táteis associados estão espalhados entre os queratinócitos da camada basal. A camada basal também é conhecido como camada germinativa, indicando seu papel na formação de novas células. Camada espinhosa: Abaixo da camada basal, composta principalmente por numerosos queranócitos (8- 10 camadas). As células superficiais são achatadas, células dessa camada algumas possuem capacidade de se dividir. Os queratinócitos produzem feixes mais grossos de queratina nos filamentos intermediários do que aquelas na camada basal. Embora elas sejam redondas e maiores no tecido vivo, as células da camada espinhosa se encolhem e se soltam quando preparadas para avaliações microscópicas, de modo que elas parecem estar cobertas por espinhos. Em cada projeção semelhante a um espinho, feixes de filamentos intermediários de queratina se inserem nos desmossomos, que unem firmemente as células umas às outras. Essa organização confere força e flexibilidade à pele. Também estão presentes na camada espinhosa macrófagos intraepidérmicos e projeções de melanócitos. Camada granulosa: Abaixo da camada espinhosa, no meio da epiderme; Três a cinco camadas de queratinócitos achatados sofrendo apoptose, Os núcleos e outras organelas dessas células começam a se degenerar conforme elas se afastam da fonte de nutrição (os vasos sanguíneos dérmicos); Presença de grânulos escuros de uma proteína chamada de querato-hialina, que une os filamentos intermediários de queratina. Também estão presentes nos queratinócitos os grânulos lamelares revestidos por membrana, que se fundem com a membrana plasmática e liberam uma secreção rica em lipídios. Essa secreção é depositada nos espaços entre as células da camada granulosa, da camada lúcida e da camada córnea. A secreção rica em lipídios age como impermeabilizante que repele a água, retardando a perda e a entrada de água e de material estranho. Conforme seus núcleos se fragmentam durante a apoptose, os queratinócitos da camada gra0nulosa não conseguem mais realizar as funções metabólicas vitais e, então, morrem. Camada lúcida: Apenas na pele espessa, confere mais rigides a essas regiões (ponta dos dedos, palmda da mao e planta dos pés); Ele consiste entre quatro a seis camadas de queratinócitos achatados, claros e mortos, que contêm muita queratina e membranas plasmáticas espessas. Camada córnea: A camada córnea consiste em cerca de 25 a 30 camadas de queratinócitos achatados e mortos, mas pode variar em espessura desde algumas células na pele fina até 50 ou mais camadas de células na pele espessa. As células são envelopes de queratina revestidos por membrana plasmática, extremamente finos e achatados, que não contêm mais um núcleo ou qualquer organela interna. Elas são o produto final do processo de diferenciação dos queratinócitos. As camadas vizinhas de células também formam conexões fortes entre si. As membranas plasmáticas das células adjacentes estão organizadas em dobras complexas e onduladas que são unidas como fragmentos de um quebra-cabeças serrilhado que mantém as camadas unidas. Nessa camada mais externa da epiderme, as células são continuamente perdidas e repostas por outras das camadas mais profundas. Suas múltiplas camadas de células mortas ajudam a camada córnea a proteger as camadas mais profundas contra lesões e invasões microbianas. A exposição constante da pele ao atrito estimula o aumento da produção celular e da produção de queratina, resultando na formação de umcalo, um espessamento anormal da camada córnea. DERME: Composta por um tecido conjuntivo denso não modelado contendo fibras elásticas e colágenas. a rede enovelada de fibras possui grande resistência elástica (retrair e esticar); Contem uma pequena quantidade de células: fibroblastos macrófagos e adipócitos. Vasos sanguíneos, nervos, glândulas e folículos pilosos (invaginações epiteliais da epiderme) se encontram inseridos na camada dérmica. Composta por duas camadas: camada papilar e camada reticular Camada papilar: 1/5 da derme, mais estreita; Composto por papilas de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas e colágenas, que fixam a derme com a epiderme. Cada papila, contem uma intensa vascularização -> plexo subpapilar, dão suprimento de nutrientes e oxigênio para a epiderme; Todas as papilas dérmicas contêm alças capilares (vasos sanguíneos). Algumas também contêm receptores táteis chamados de corpúsculos táteis ou corpúsculos de Meissner, terminações nervosas sensíveis ao toque. Outras papilas dérmicas também contêm terminações nervosas livres, dendritos que não possuem especialização estrutural aparente Camada reticular: Tecido conjuntivo denso não modelado; Contém feixes de fibras colágenas espessas, fibroblastos espalhados e várias células móveis (como os macrófagos). Contém feixes de fibras colágenas espessas, fibroblastos espalhados e várias células móveis (como os macrófagos). A orientação mais regular das fibras colágenas ajuda a pele a resistir ao estiramento. Vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríferas ocupam os espaços entre as fibras Plexo cutâneo, nutre a derme e epiderme e regulação da temperatura corpora, regula a quantidade de sangue que vai para a pele. A combinação entre fibras colágenas e elásticas na região reticular fornece à pele força, extensibilidade, a capacidade de sofrer estiramento, e elasticidade, a capacidade de retornar ao formato original após o estiramento. A derme é inervada e possui muito receptores especializados. Corpúsculos de meissner- derme papilar, responsável pela sensação de tato. Corpúsculos de ruffini – derme reticular, sensação de distenção Corpusculo de pattini – derme reticular, sensação de vibração. Terminações nervosas livres – captam as sensações mecânicas, térmicas e de dor. As superfícies das palmas das mãos, dos dedos das mãos e das plantas dos pés possuem uma série de cristas e sulcos. As cristas epidérmicas criam uma ligação forte entre a epiderme e a derme em uma região de grande estresse mecânico, aumentam a área superficial da epiderme, aumentando assim a aderência das mãos ou dos pés, por causa do aumento do atrito e como as cristas epidérmicas aumentam muito a área de superfície, há também aumento do número de corpúsculos táteis e do tato. Como os ductos das glândulas sudoríferas se abrem no topo das cristas epidérmicas como poros, o suor e as cristas produzem as impressões digitais quando se toca um objeto liso. O padrão epidérmico é determinado em parte geneticamente e é único para cada indivíduo. As papilas dérmicas aumentam muito a superfície de contato entre a derme e a epiderme. Esse aumento da superfície de contato dérmica com sua rede extensa de pequenos vasos sanguíneos, proporciona uma fonte importante de nutrição para a epiderme sobrejacente. As moléculas se difundem a partir dos pequenos capilares sanguíneos nas papilas dérmicas até as células do extrato basal, permitindo que as células tronco epiteliais basais se dividam e que os queratinócitos cresçam e se desenvolvam. Conforme os queratinócitos são empurrados para a superfície e para longe da fonte sanguínea dérmica, eles não são mais capazes de obter a nutrição necessária, levando a uma clivagem eventual de suas organelas. Cor da pele Melanina, hemoglobina e caroteno são os três pigmentos que contribuem para uma grande variedade de tons de pele. A diferença entre os dois tipos de melanina, a feomelanina (amarela a vermelha) e a eumelanina (marrom a preta) é mais aparente nos pelos. Os melanócitos, as células produtoras de melanina, são mais abundantes na epiderme do pênis, nos mamilos, na área ao redor dos mamilos (aréolas), na face e nos membros. Eles também são encontrados nas membranas mucosas. O número de melanócitos é aproximadamente o mesmo em todas as pessoas, as diferenças nos tons de pele se devem principalmente à quantidade de pigmento que os melanócitos produzem e transferem para os queratinócitos. Uma área redonda, achatada ou em relevo que representa um crescimento localizado benigno de melanócitos e se desenvolve em geral na infância ou na adolescência é chamada de nevo ou verruga. Os melanócitos sintetizam melanina a partir do aminoácido tirosina na presença de uma enzima chamada de tirosinase. A síntese ocorre em uma organela chamada de melanossomo. A exposição aos raios ultravioleta (UV) aumenta a atividade enzimática dentro dos melanossomos, aumentando a produção de melanina. Tanto a quantidade quanto a cor da melanina aumentam com a exposição à luz UV, dando à pele uma aparência bronzeada e ajudando a proteger o corpo contra radiações UV adicionais. A melanina absorve os raios UV, evita danos ao DNA nas células epidérmicas e neutraliza radicais livres que se formam na pele após os danos causados pelos raios UV. Desse modo, dentro de limites, a melanina desempenha uma função protetora. Em resposta a danos ao DNA, a produção de melanina aumenta. Nnecessária para que a pele comece o processo de síntese de vitamina D. Entretanto, a exposição repetida e exagerada da pele aos raios UV pode causar câncer de pele. O bronzeado é perdido quando os queratinócitos contendo melanina se soltam da camada córnea. Indivíduos com pele escura possuem muita melanina na epiderme, de modo que a cor da pele varia desde o amarelo até o vermelho- amarronzado e o preto. Indivíduos com pele clara possuem pouca melanina na epiderme. Desse modo, a epiderme parece translúcida e a cor da pele varia de rosa a vermelho dependendo do teor de oxigênio no sangue que flui nos capilares na derme. A cor avermelhada se deve à hemoglobina, o pigmento carreador de oxigênio nos eritrócitos. O caroteno é um pigmento amareloalaranjado que fornece às gemas dos ovos e às cenouras suas cores. Esse precursor da vitamina A, que é utilizada para a síntese de pigmentos necessários para a visão, é armazenada no camada córnea e nas áreas adiposas da derme e da tela subcutânea em resposta a um consumo dietético excessivo. De fato, pode ser depositado tanto caroteno na pele após a ingestão de grandes quantidades de alimentos ricos em caroteno que a pele acaba se tornando laranja, o que é especialmente visível em indivíduos com pele clara. A diminuição da ingestão de caroteno elimina o problema. Estruturas acessórias da pele As estruturas acessórias da pele – pelos, glândulas cutâneas e unhas – se desenvolvem a partir da epiderme embrionária. Pelos Influências genéticas e hormonais determinam fortemente a espessura e o padrão da distribuição dos pelos. Funções: os pelos na cabeça protegem a pele das lesões e dos raios solares. Eles também diminuem a perda de calor pela cabeça. Sobrancelhas e cílios protegem os olhos contra partículas estranhas, assim como os pelos nas narinas e no meato acústico externo protegem essas estruturas. Receptores táteis (os plexos das raízes pilosas) associados aos folículos pilosos são ativados sempre que um pelo é movido, mesmo que levemente. Assim, os pelos também agem na percepção dos toques leves. Anatomia do pelo: Um pelo consiste em uma haste,cuja maior parte se encontra acima da superfície da pele, uma raiz que penetra na derme e, algumas vezes, na tela subcutânea e um folículo piloso. Associada a cada folículo piloso encontra-se uma glândula sebácea, um músculo eretor do pelo e um plexo da raiz do pelo. Novos pelos se desenvolvem a partir da divisão das células da matriz pilosa no bulbo; a reposição e o crescimento dos pelos ocorrem em um padrão cíclico que consiste em estágios de crescimento, regressão e repouso. Os pelos conferem proteção limitada – contra o sol, a perda de calor e a penetração de partículas estranhas nos olhos, no nariz e nas orelhas. Eles também agem na sensação de tato fino. Os pelos são crescimentos da epiderme compostos por células epidérmicas queratinizadas mortas. A cor dos pelos é influenciada principalmente pela quantidade e pelo tipo de melanina em suas células queratinizadas. A melanina é sintetizada por melanócitos espalhados na matriz do bulbo e passa para as células no córtex e na medula do pelo. Os pelos escuros contêm principalmente eumelanina (entre marrom e preto); pelos louros e ruivos contêm variantes da feomelanina (entre amarelo e vermelho). Os pelos se tornam cinza por causa do declínio progressivo na produção de melanina; os pelos cinza contêm poucos grânulos de melanina. Os pelos brancos são resultado da ausência de melanina e do acúmulo de bolhas de ar. Glândulas da pele As glândulas são células epiteliais que secretam uma substância. Vários tipos de glândulas exócrinas estão associados à pele: glândulas sebáceas, glândulas sudoríferas (que produzem suor) e glândulas ceruminosas. Glândulas sebáceas: Principalmente nos lábios, glande peniana, nos lábios menores do pudendo e nas glândulas do tarso; são pequenas no tronco e nos membros, ausentes nas palmas das mãos e nas plantas dos pés; Localização da porção secretória: derme; Termino do ducto excretor: conectado principalmente ao folículo piloso. Secreção: Sebo (mistura de triglicerídios, colesterol, proteínas e sais inorgânicos); Função: Evita que os pelos ressequem, evita perda de água pela pele, mantém a pele macia e inibe o crescimento de algumas bactérias. Relativamente inativa durante a infância; ativa durante a puberdade. Glândulas sudoríferas écrinas: Pele da maior parte das regiões do corpo, especialmente na fronte, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Localização da porção secretória: derme profunda (algumas vezes na camada superior da tela subcutânea); Termino do ducto excretor: superfície da epiderme. Secreção: transpiração, que formada por água, íons (Na, Cl), ureia, ácido úrico, amônia, amicoácidos, glicose e ácido lático. Funções: regulação da temperatura corporal, remoção de resíduos é estimulada durante o estresse emocional. Inicia logo após o nascimento. Glândulas sudoríferas apócrinas Pele das axilas, da região inguinal, aréolas, região da face com barba, clitóris e lábios menores do pudendo. Localização da porção secretória: principalmente na derme profunda e na camada superior da tela subcutânea. Termino do ducto excretor: folículos pilosos Secreção: transpiração que consiste nos mesmos componentes da secreção das glândulas sudoríferas écrinas, além de lipídios e proteínas. Função: estimulada durante o estresse emocional e excitação sexual. Inicio na puberdade. Glândulas ceruminosas: Meato acústico externo; Localização da porção secretória: tela subcutânea. Termino do ducto excretor: superfície do meato acústico externo ou em ductos das glândulas sebáceas. Secreção: cerume, um material seroso. Funções: impede a entrada de corpos estranhos e de insetos no meado acústico externo, impermeabiliza o canal e evita que microorganismos entrem na célula. Inicia após o nascimento. Unhas As unhas são placas de células epidérmicas queratinizadas mortas, duras e firmemente compactadas que formam uma cobertura sólida e clara sobre as superfícies dorsais das porções distais dos dedos. As células das unhas surgem pela transformação das células superficiais da matriz das unhas. Funções: Protegem as porções distais dos dedos. Fornecem suporte e pressão contrária à superfície palmar dos dedos das mãos, aumentando a percepção de toque e de manipulação. Permitem apanhar e manipular pequenos objetos e podem ser utilizadas para coçar e arranhar o corpo de vários modos. Tipos de pele São reconhecidos dois tipos principais de pele com base em determinadas propriedades estruturais e funcionais: pele fina (peluda) e pele espessa (glabra, sem pelos). O fator que mais contribui para a espessura da epiderme é o aumento do número de camadas na camada córnea. Isso surge em resposta a maior estresse mecânico nas regiões de pele espessa. Funções da pele: As funções da pele incluem a regulação da temperatura corporal, o armazenamento de sangue, a proteção, a sensibilidade, a excreção e a absorção e a síntese de vitamina D. Termorregulação: A pele participa da termorregulação liberando suor em sua superfície e ajustando o fluxo de sangue na derme. Em resposta a uma elevada temperatura ambiental ou ao calor produzido pelo exercício, a produção de suor pelas glândulas sudoríferas écrinas aumenta; a evaporação do suor na superfície da pele ajuda a diminuir a temperatura corporal. Os vasos sanguíneos na derme dilatam; consequentemente, mais sangue flui pela derme, aumentando o calor perdido pelo corpo. Quando o corpo está com a temperatura baixa, acontece o contrário. Reservatório de sangue: A derme abriga uma rede extensa de vasos sanguíneos que carregam 8 a 10% do fluxo sanguíneo total em um adulto em repouso. Por esse motivo, a pele funciona como reservatório de sangue. Proteção: A queratina protege os tecidos subjacentes contra microrganismos, abrasão, calor e substâncias químicas e os queratinócitos altamente unidos resistem à invasão por microrganismos. Os lipídios liberados pelos grânulos lamelares inibem a evaporação de água a partir da superfície da pele, protegendo contra a desidratação; eles também retardam a entrada de água pela superfície da pele durante o banho ou a natação. O sebo gerado pelas glândulas sebáceas evita que pele e pelos se ressequem, além de conter substâncias químicas bactericidas (substâncias que matam bactérias). O pH ácido do suor retarda o crescimento de alguns microrganismos. O pigmento melanina ajuda a proteger contra os efeitos prejudiciais da radiação ultravioleta. Dois tipos de células realizam funções protetoras de natureza imunológica. Os macrófagos intraepidérmicos alertam o sistema imune para a existência de invasores microbianos potencialmente perigosos por reconhecêlos e processálos e os macrófagos na derme fagocitam bactérias e vírus que conseguem passar pelos macrófagos intraepidérmicos na epiderme. Sensibilidade cutânea: Inclui tato, calor, frio e dor. Existe uma grande variedade de terminações nervosas e receptores distribuídos pela pele, incluindo os discos táteis da epiderme, os corpúsculos táteis na derme e os plexos das raízes pilosas ao redor de cada folículo piloso. Excreção e absorção: Desempenha um papel pequeno na excreção, a eliminação de substâncias do corpo, e na absorção, a passagem de material do ambiente externo para as células do corpo. O suor remove água do corpo e também excreta pequenas quantidade de de sais, dióxido de carbono e duas moléculas orgânicas resultantes do metabolismo de proteínas – amônia e ureia. Algumas vitaminas lipossolúveis penetram na pele, alguns fármacos e os gases oxigênio e dióxido de carbono. Material tóxico que pode ser absorvido pela pele inclui solventes orgânicos como acetona (em alguns removedores de esmalte) e tetracloretode carbono (um líquido de limpeza a seco); sais de metais pesados como chumbo, mercúrio e arsênico e as substâncias em urtiga (hera) e carvalho venenosos. Determinados fármacos absorvidos pela pele podem ser administrados pela aplicação de adesivos sobre a pele. Síntese de vitamina D A síntese de vitamina D requer a ativação na pele de uma molécula precursora pelos raios ultravioleta (UV) na luz do sol. As enzimas no fígado e nos rins modificam então a molécula ativada, produzindo finalmente o calcitriol, a forma mais ativa de vitamina D. O calcitriol é um hormônio que auxilia a absorção de cálcio dos alimentos do trato gastrintestinal para o sangue. Apenas uma exposição breve à luz UV (cerca de 10 a 15 min pelo menos 2 vezes/semana) é necessária para a síntese de vitamina D. A maior parte das células do sistema imunológico tem receptores de vitamina D e elas ativam a vitamina D em resposta a uma infecção, especialmente uma infecção respiratória como a gripe. Acreditase que a vitamina D aumente a atividade fagocítica, aumente a produção de substâncias antimicrobianas nos fagócitos, regule as funções imunes e ajude a reduzir a inflamação. Manutenção da homeostasia | Cicatrização de feridas na pele Em uma ferida epidérmica, a porção central em geral se estende até a derme; as extremidades envolvem apenas danos superficiais às células epidérmicas. As feridas epidérmicas são reparadas pelo crescimento e migração de células basais, inibição por contato e divisão das células basais que migram e são estacionárias. Durante a fase inflamatória da cicatrização de uma ferida profunda, um coágulo sanguíneo une as extremidades da ferida, as células epiteliais migram através da ferida; a vasodilatação e o aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos aumentam a chegada de fagócitos; e as células mesenquimais desenvolvemse em fibroblastos. Durante a fase migratória, fibroblastos migram pelas redes de fibrina e começam a sintetizar fibras colágenas e glicoproteínas. Durante a fase proliferativa, as células epiteliais crescem extensivamente. Durante a fase de maturação, a crosta se solta, a epiderme retorna à sua espessura normal, as fibras colágenas se tornam mais organizadas, os fibroblastos começam a desaparecer e os vasos sanguíneos retornam ao normal.
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