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Reabilitaçã� cardiovascula� (RCV) SP2 - FISIOLOGIA O miocárdio é a única estrutura contrátil, tendo que ser nutrido constantemente por sangue pelas coronárias. Infarto agudo do miocárdio: ausência do fluxo sanguíneo repentino do miocárdio, gerando lesão celular. A extensão da lesão vai determinar se o indivíduo vai sobreviver ou não. Lesão de calibres maiores há maior chance de morte do indivíduo, pois o vaso não terá tanta capacidade de gerar forças ou injetar sangue, fazendo com que o débito cardíaco seja diminuído e consequentemente a nutrição dos tecidos será afetada. Para melhorar essa condição então, existe a reabilitação cardiovascular (termo mais atual). Atualmente denominado reabilitação cardiopulmonar e metabólica, foram incluídos: - Pacientes internados submetidos a intervenções coronárias percutâneas (ICP) - Cirurgias valvares - Cirurgias para cardiopatias congênitas e transplante cardíaco (TxC) - Portadores de insuficiência cardíaca (IC) - Doença arterial coronariana (DAC) - Diabéticos - Hipertensos - Pneumopatas (DPOC, pós covid, etc) e nefropatas crônicos, assim estabilizados clinicamente. Portanto, a RCV deve ser iniciada imediatamente após o paciente ter sido considerado clinicamente compensado, como decorrência do tratamento clínico e/ou intervencionista. É importante que se faça a RCV pois a grande maioria, não consegue fazer atividades básicas de vida. O principal objetivo da RCV com ênfase nos exercícios físicos é propiciar uma melhora dos componentes da aptidão física, tanto aeróbico quanto não aeróbico (força/potência muscular) flexibilidade, equilíbrio, algo que exige a combinação de diferentes modalidades de treinamento. Assim, a RCV deve propiciar os mais elevados níveis de aptidão física passíveis de obtenção, de modo a reduzir o risco de eventos cardiovasculares e promover todos os outros benefícios a serem auferidos pela prática regular de exercícios físicos, culminando com a redução da mortalidade geral. De modo geral, o objetivo é auxiliar na aptidão física, principalmente com ênfase para que o indivíduo tenha mais resistência e força. Além de reduzir o risco de novas doenças cardiovasculares e mortalidade. ● Há uma equipe multiprofissional, porém quais profissionais estarão 1 envolvidos dependerá da fase que o paciente se encontra. O médico vai avaliar o paciente, saber qual a sua condição clínica, realizar os teste necessários e dar o diagnóstico, ou seja, diz se o paciente está estável ou não e qual o limite para prática de exercícios, após isso o encaminha para outros profissionais. ● Fisioterapeuta (+) e educador físico são os profissionais que atuam diretamente na prescrição e supervisão do exercício físico. Durante o exercício a frequência cardíaca e a PA devem aumentar, se isso não ocorrer pare o exercício. O paciente deve ter sudorese e aumento da temperatura também. Tradicionalmente, a RCV é dividida em 4 fases temporais, sendo a fase 1 dentro do hospital e as fases 2, 3 e 4 ambulatoriais. - Nos primórdios, a fase 1 foi destinada à recuperação após infarto agudo do miocárdio (IAM) ou cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) - A fase 2 começa imediatamente após a alta hospitalar e tem duração média de 3 meses. - A fase 3 costuma ter duração de 3 a 6 meses. - A fase 4 tem duração prolongada. Em todas as fases objetiva-se progressão dos benefícios da RCV ou, pelo menos, a manutenção dos ganhos obtidos FASE 1 Inicia-se ainda na unidade coronariana, após a compensação clínica do paciente, e consiste em atividades de baixo nível, limitadas a 2 MET (equivalente metabólico), incluindo atividades como banho e sentar-se na cadeira. Em geral é feita pela própria equipe de enfermagem e fisioterapia, tendo o objetivo de preparar também psicologicamente o paciente para as atividades habituais pós-alta hospitalar (a maioria das atividades feitas em casa requer menos de 4 MET). ● É nessa fase que se inicia a educação e o aconselhamento do paciente e de familiares sobre os fatores de risco e necessidades de mudanças de hábitos. Deve-se observar adaptações fisiológicas favoráveis que o paciente pode apresentar diante das atividades. Respostas inadequadas incluem: angina, dispnéia, arritmia ou resposta desproporcional da frequência cardíaca. A queda maior ou igual a 15 mmHg da pressão arterial sistólica é preocupante e a incapacidade de manter ou aumentar a pressão arterial sistólica com baixas cargas de exercício sugere comprometimento miocárdico importante. ● Pacientes que respondem favoravelmente e mantêm-se assintomáticos durante essas primeiras atividades podem aumentar o nível de intensidade do exercício, sendo que essa progressão é individualizada, levando-se em conta as limitações, fatores clínicos e funcionais, como extensão do infarto do miocárdio e função ventricular, entre outros. FASE 2 É realizada de preferência em ambiente hospitalar, ambulatorial ou ambiente supervisionado. Essa fase pode ser iniciada 24h após a alta hospitalar, dependendo do estado clínico do paciente. Além de o paciente fazer a atividade física monitorada, é dada ênfase ao ensino da automonitoração do paciente (frequência cardíaca, percepção do nível de esforço, sintomas). 2 Apenas quando o paciente demonstra capacidade de se automonitorar, demonstrando independência, estará apto a passar para a fase III. A escala de Borg é genérica, pois avalia apenas o esforço do paciente. FASE 3 Atende indivíduos cardiopatas após 2 meses em média do acometimento cardiovascular, tendo eles participado ou não da fase II. Nessa fase já não há a necessidade de monitoração intensiva, podendo ser realizada em ambiente extra-hospitalar e objetiva-se, sobretudo, evitar a evolução da patologia, bem como o aparecimento de novo acometimento cardiovascular. FASE 4 Alguns autores ainda citam essa última fase como a fase de manutenção, em que o paciente já está apto a praticar os exercícios se auto monitorando, em ambiente externo, inclusive domiciliar. Uma boa alternativa para cardiopatas que se encontram nessa fase é a prescrição externa. Ou seja, uma programação de treinamento e orientações de treinamento físico, feitas pela equipe multiprofissional, com avaliações semestrais para a atualização da prescrição de treino. RESUMO Todas as fases são importantes, mas a fase III deve ser realizada e não negligenciada. FASE 1: ● Ocorre no hospital ● São atividades de baixo nível, incluindo atividades como banho e sentar-se e levantar ● Profissionais: Fisioterapeutas e educadores físicos ● Nessa fase que se inicia o aconselhamento do paciente e de familiares sobre os fatores de risco e necessidades de mudança de hábito. ● Observar as avaliações fisiológicas favoráveis e desfavoráveis. FASE 2: ● Ambulatório ou lugares supervisionados. ● Pode ser realizada 24H após alta hospitalar. ● Atividade física monitorada com ênfase ao ensino da automonitoração do paciente. ● Pode durar até 3 meses. FASE 3: ● Ocorre em média, após 2 meses do acometimento cardiovascular. ● Ambiente extra-hospitalar pois não precisa de monitoração intensiva. ● Objetivo evitar a evolução da patologia, bem como o aparecimento de novo acometimento cardiovascular. ● Duração de 3 a 6 meses (Busca fazer com que o paciente tenha a autogestão) FASE 4: ● Realizada em ambiente extra hospitalar, muitas vezes domiciliar. 3 ● Programação de treinamentos e orientações de treinamento físico, feita pela equipe multiprofissional. ● Avaliações semestrais para a atualização da prescrição de treino. ● Tem duração prolongada QUAIS AS ALTERAÇÕES QUE OCORREM DURANTE O EXERCÍCIO QUE MELHORA A APTIDÃO FÍSICA? ● Diferenciação de fibras de transição e tipo I ● Aumento de mitocôndrias ● Pode-se aumentar a massa muscular ● hipertrofia ● entre outros ADAPTAÇÃO AGUDA X CRÔNICA A adaptação aguda está relacionada a alteração da FC, volume sistólico, etc. A adaptação crônica ocorre com o tempo por causa das alterações geradas pelo exercício a longo prazo. Como por exemplo, o aumento da massamuscular. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO TREINAMENTO ● Individualidade biológica ● Especificidade ● Adaptação ● Sobrecarga ● Variabilidade ● Continuidade/Reversibilidade ● Interdependência volume x intensidade RECOMENDAÇÕES DO PROGRAMA DE EXERCÍCIOS Em geral, os exercícios físicos que de modo comprovado promovem prevenção e melhora de doenças cardiovasculares são os exercícios aeróbios. Reabilitação cardiovascular e condicionamento físico que envolvem grandes massas musculares, movimentadas de forma cíclica, de baixa a moderada intensidade Realizada com frequência de 3 a 5 vezes por semana por um período de tempo mais longo Tempo de cada sessão entre 30 e 60 minutos. - Exercício aeróbico: depende do sistema cardiorespiratório. - Exercício anaeróbico: já se tem o substrato energético no tecido. AVALIAÇÃO DE PRÉ-AVALIAÇÃO ● Anamnese ● Exame físico ● Teste ergométrico ou de esforço progressivo máximo: - Identificar problemas o desencadeamento de isquemia miocárdica, disfunção ventricular, arritmias cardíacas e distúrbios de condução atrioventricular; - Determinação do VO2 (capacidade aeróbia), FC, PAS e PAD, no pico do esforço. ● Estratificação do risco cardiovascular. VO2 MÁX É a medida de capacidade cardiorrespiratória, ou seja é a quantidade máxima de oxigênio que pode ser captado, absorvido, transportado pelo sistema cardiorrespiratório e utilizado por todos os tecidos do corpo, durante uma atividade física de intensidade máxima no período de 1 minuto. - Quanto maior a quantidade de volume, melhor é a eficiência. 4 Padrão ouro - teste ergoespirométrico: Determina o VO2 máximo; une a ergometria e espirometria, na qual se analisa a FC, PA sistólica e diastólica, eletrocardiograma e os gases que entram e saem. Métodos diretos X indiretos A ergometria e a ergoespirometria, como métodos de avaliação da capacidade física, contribuem para definir a intensidade do exercício mais adequada à capacidade física do indivíduo e embasar a progressão do condicionamento. A falta de avaliação ergoespirométrica não é impeditiva mas, sem dúvida, restritiva na programação de treinamento físico para o paciente cardiopata. Estratificação de risco para inclusão de pacientes em programas de reabilitação cardíaca A etapa mais importante é a fase principal, pois é o momento onde o paciente irá realizar o “treinamento específico” do sistema cardiovascular. É a etapa do treinamento que ocorreram os estímulos (nervosos e endócrinos) para que ocorram as adaptações crônicas decorrentes do exercício. . 5 FASE PRINCIPAL O treinamento é individualizado, ou seja, cada paciente tem suas particularidades, isso será essencial tanto para a prescrição quanto para a escolha e execução do treinamento DÉBITO CARDÍACO PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO FÍSICO Treinamento: Inserir os valores no monitor de frequência cardíaca. Valor inferior e superior e começar o exercício aeróbico e treinar conforme as recomendações. O programa de treinamento físico deve ser constituído de exercício aeróbico, com frequência mínima de 3 sessões por semana. A sessão de exercício físico deve ter duração de pelo menos 30 minutos e no máximo 60, com intensidade de 50 a 70% da frequência cardíaca de reserva. Caminhada, corrida, ciclismo e natação são recomendações. Referência: capítulo 16 do livro cardiologia do exercício - do atleta ao cardiopata. 6
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